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Consórcios Públicos: União de Entes Federativos

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CONSÓRCIOS PÚBLICOS 
 
 
De forma simplificada, os consórcios públicos podem ser conceituados como uma união de 
esforços entre entes federativos, através da formalização de um ajuste que permite a criação 
de uma pessoa jurídica específica para prestar determinado serviço. 
 
O principal fundamento dos consórcios públicos é o chamado FEDERALISMO COOPERATIVO. 
Trata-se de um modelo de federalismo baseado na cooperação entre os entes federados, 
através do chamado “diálogo inter-federativo”. Tal ideia é expressa no artigo 241 da CRFB, que 
traz o embasamento constitucional para a criação de consórcios públicos: 
 
Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os 
consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão 
associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, 
pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos 
 
 
Outro fundamento é a importante noção de CONSENSUALIDADE no direito administrativo 
contemporâneo. Tal ideia prega a substituição da clássica Administração Pública impositiva ou 
autoritária por uma ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CONSENSUAL, viabilizada principalmente 
através de PARCERIAS. Estas parcerias podem ser parcerias publico-privadas (como as PPPs da 
Lei 11.079 e os convênios firmados com particulares) ou parcerias publico-publicas (dentre as 
quais se destaca o consórcio público, como uma parceria entre entes federativos). 
 
A lei responsável por disciplinar a criação de consórcios públicos foi a Lei 11.107/05, que 
trouxe importantes regras para a criação de consórcios públicos, dentre as quais podemos 
destacar as seguintes: 
 
- O consórcio público passa a ser tratado como um CONTRATO, em que pese o clássico 
entendimento doutrinário de que possui natureza de convênio (tendo em vista a existência de 
interesses convergentes entre os entes federativos). 
 
Art. 3o O consórcio público será constituído por contrato cuja celebração dependerá da prévia 
subscrição de protocolo de intenções. 
 
 
- A celebração do consorcio fica condicionada à prévia autorização legislativa, que se dará 
através da ratificação do “protocolo de intenções” pelo poder legislativo de cada ente 
federado, conforme veremos. 
 
- Passa a haver a exigência de PERSONIFICAÇÃO do consórcio. Em outras palavras, deve ser 
criada uma pessoa jurídica específica para desenvolver a atividade objeto do consórcio. Essa 
pessoa pode ser de direito público – caso em que será denominada de ASSOCIAÇÃO PÚBLICA 
ou consórcio público de direito público - ou de direito privado – podendo ser denominada de 
consórcio público de direito privado. 
 
Art. 1º, § 1o O consórcio público constituirá associação pública ou pessoa jurídica de 
direito privado. 
 
 
 
 
 
 
A Associação Pública (consórcio público de direito público) consiste em uma pessoa jurídica de 
direito público, criada por lei, e que integrará a administração indireta de todos os entes 
consorciados. 
 
Art. 6º, § 1o O consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra a 
administração indireta de todos os entes da Federação consorciados. 
 
Por essas características, a doutrina majoritária indica que a Associação Pública seria uma 
espécie de autarquia, mas especificamente uma AUTARQUIA INTERFEDERATIVA ou 
TRANSFEDERATIVA, por integrar a Administração Indireta de diversos entes federativos. O 
Código Civil de 2002 também parece aduzir no mesmo sentido: 
 
CC2002, Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: 
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; 
 
 
Quanto ao consórcio público de direito privado, em que pese a omissão do legislador, a 
doutrina majoritária entende que também integrará a administração indireta dos entes 
consorciados. No entanto, trata-se de pessoa jurídica de direito privado, que não se confunde 
com uma autarquia. 
OBS: Em provas objetivas, recomendamos que se adote o entendimento de que somente os 
consórcios de direito PÚBLICO integram a Adm. Indireta dos entes consorciados, por ser a 
previsão legal. 
 
 
Qual o processo de criação de um consórcio público? 
A celebração do consórcio público deve seguir um determinado procedimento traçado pela Lei 
11.107, o qual explicaremos de forma sucinta: 
 
 
 
1) Protocolo de Intenções: 
 
Inicialmente, os entes que pretendem se consorciar devem celebrar o chamado “PROTOCOLO 
DE INTENÇÕES”. 
 
CONSÓRCIO 
PÚBLICO 
De Direito 
Público 
Associação 
Pública 
De Direito 
Privado 
Protocolo de Intenções 
Ratificação 
Legislativa 
Assinatura 
Criação da 
Pessoa Pública 
ou Privada 
 
 
Trata-se de uma espécie de minuta do futuro contrato de consórcio, que deve conter algumas 
cláusulas essenciais previstas no art. 4º da L11107, tais como a denominação, finalidade, prazo 
de duração e sede do consórcio. 
 
Observação: Por serem tratados como contratos pelo legislador, os consórcios devem ter 
prazo determinado. 
 
 
2) Ratificação legislativa: 
 
Cada representante (cada ente federado) deverá aprovar o protocolo de intenções por sua 
respectiva casa legislativa (Congresso Nacional, se União; Assembleia Legislativa, se Estado; e 
Câmara de Vereadores, se Município). 
 
A casa legislativa pode aprovar integral ou parcialmente (aprovação com reservas) o protocolo 
de intenções. Se houver essa reserva e o consórcio for criado, teríamos um “consorciamento 
parcial objetivo” (à semelhança do que ocorre na sistemática dos tratados). 
 
Se um dos entes não obtiver a aprovação legislativa, não poderá participar do consórcio, 
podendo este seguir com os demais. Nesse caso, teríamos um “consorciamento parcial 
subjetivo”. 
 
Ademais, se a ratificação for realizada após 2 (dois) anos da subscrição do protocolo de 
intenções, será necessária a homologação da assembleia geral do consórcio público, conforme 
prevê o art. 5º, §3º. 
 
Por fim, o §4º do art. 5º estabelece a desnecessidade dessa ratificação legislativa posterior se 
o ente federado já tiver uma lei própria autorizando a sua participação no consórcio. 
 
 
L11107, Art. 5o O contrato de consórcio público será celebrado com a ratificação, mediante lei, 
do protocolo de intenções. 
 
§ 1o O contrato de consórcio público, caso assim preveja cláusula, pode ser celebrado por apenas 
1 (uma) parcela dos entes da Federação que subscreveram o protocolo de intenções. 
§ 2o A ratificação pode ser realizada com reserva que, aceita pelos demais entes subscritores, 
implicará consorciamento parcial ou condicional. 
§ 3o A ratificação realizada após 2 (dois) anos da subscrição do protocolo de intenções 
dependerá de homologação da assembléia geral do consórcio público. 
§ 4o É dispensado da ratificação prevista no caput deste artigo o ente da Federação que, antes 
de subscrever o protocolo de intenções, disciplinar por lei a sua participação no consórcio 
público. 
 
 
Desta forma, verifica-se que o legislador sempre terá participação necessária, sendo inviável a 
celebração de um consórcio público que não passe pelo crivo do legislativo (seja prévia ou 
posteriormente). 
 
3) Assinatura 
 
Com a assinatura, a minuta consubstanciada no protocolo de intenções irá se tornar de fato 
um contrato. 
 
 
4) Criação da pessoa pública ou privada: 
 
É a chamada PERSONIFICAÇÃO do consórcio, através de uma pessoa jurídica de direito público 
(associação pública) ou de uma pessoa jurídica de direito privado (consórcio público de direito 
privado). 
 
OBS: Enquanto a associação pública será criada a partir da vigência das leis que ratificaram os 
protocolos de intenções, o consórcio público de direito privado dependerá da inscrição de seus 
atos constitutivos no registro competente, tal como ocorre com as pessoas privadas em geral. 
 
Art. 6o O consórcio público adquirirá personalidade jurídica: 
 
I – de direito público, no caso de constituir associação pública, mediante a vigência das leis de 
ratificação do protocolo de intenções; 
II – dedireito privado, mediante o atendimento dos requisitos da legislação civil. 
 
No caso de se revestir de personalidade jurídica de direito privado, o consórcio público ainda 
sim sofrerá o influxo de normas de Direito Público, devendo observar as normas concernentes 
à realização de licitação, celebração de contratos, prestação de contas e admissão de pessoal 
(o qual será regido pela CLT). 
 
CUIDADO! Os consórcios públicos de direito público são Associações Públicas e seu regime de 
pessoal é ESTATUTÁRIO, à semelhança das autarquias. O regime da CLT só se aplica aos 
consórcios públicos de direito PRIVADO. 
 
 
Em que consiste o “Contrato de Rateio”? 
O CONTRATO DE RATEIO é um instrumento que tem por objetivo principal apenas viabilizar a 
transferência de recursos orçamentários do ente consorciado para o próprio consórcio. 
 
Art. 8o Os entes consorciados somente entregarão recursos ao consórcio público mediante 
contrato de rateio. 
 
O objeto do contrato de rateio é simplesmente essa transferência de recursos orçamentários. 
Com isso, o prazo máximo de vigência do contrato de rateio é de 1 ano, mesmo prazo de 
vigência da lei orçamentária anual. 
 
Mas a L11107 traz algumas exceções a esse prazo máximo, como nos casos de transferências 
já previstas no Plano Plurianual (PPA) ou quando o consórcio público prestar serviço público 
remunerado exclusivamente por tarifa. No primeiro caso, tendo o PPA prazo de 4 anos de 
vigência, natural que o prazo do contrato de rateio também possa ser estendido. No segundo 
caso, como a tarifa se refere à verba particular, que não envolve recurso do orçamento, 
também é lógico que não haja essa limitação de vigência anual. 
 
 
§ 1o O contrato de rateio será formalizado em cada exercício financeiro e seu prazo de 
vigência não será superior ao das dotações que o suportam, com exceção dos contratos que 
tenham por objeto exclusivamente projetos consistentes em programas e ações contemplados 
em plano plurianual ou a gestão associada de serviços públicos custeados por tarifas ou outros 
preços públicos. 
 
 
 
O §2º ainda estabelece uma vedação para que os recursos transferidos sejam utilizados com 
despesas genéricas. Assim, faz-se necessário discriminar as despesas. 
 
 
§ 2o É vedada a aplicação dos recursos entregues por meio de contrato de rateio para o 
atendimento de despesas genéricas, inclusive transferências ou operações de crédito. 
 
Por fim, os §3º a 5º ainda trazem normas importantes relativas à transparência e o controle, à 
legitimidade para a exigir o cumprimento das obrigações do contrato de rateio e a 
possibilidade de exclusão do ente que não consignar em sua lei orçamentária as dotações 
suficientes para as despesas assumidas por ele assumidas no consorciamento. 
 
§ 3o Os entes consorciados, isolados ou em conjunto, bem como o consórcio público, são partes 
legítimas para exigir o cumprimento das obrigações previstas no contrato de rateio. 
§ 4o Com o objetivo de permitir o atendimento dos dispositivos da Lei Complementar no 101, de 
4 de maio de 2000, o consórcio público deve fornecer as informações necessárias para que sejam 
consolidadas, nas contas dos entes consorciados, todas as despesas realizadas com os recursos 
entregues em virtude de contrato de rateio, de forma que possam ser contabilizadas nas contas 
de cada ente da Federação na conformidade dos elementos econômicos e das atividades ou 
projetos atendidos. 
§ 5o Poderá ser excluído do consórcio público, após prévia suspensão, o ente consorciado que 
não consignar, em sua lei orçamentária ou em créditos adicionais, as dotações suficientes para 
suportar as despesas assumidas por meio de contrato de rateio. 
 
 
 
E contrato de programa? Qual seria sua função? 
O CONTRATO DE PROGRAMA, por sua vez, tem por objeto obrigações diversas, que não 
envolvem diretamente o orçamento. 
Pelo contrato de programa o ente pode transferir pessoal, bens e serviços para o consórcio, 
com o fim de viabilizar a prestação da atividade. 
 
L11107, Art. 13. Deverão ser constituídas e reguladas por contrato de programa, como condição 
de sua validade, as obrigações que um ente da Federação constituir para com outro ente da 
Federação ou para com consórcio público no âmbito de gestão associada em que haja a 
prestação de serviços públicos ou a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal 
ou de bens necessários à continuidade dos serviços transferidos. 
 
A lei permite que o contrato de programa seja celebrado entre o ente e o consórcio ou entre 
os próprios entes consorciados. 
 
Quanto ao prazo, o contrato de programa permanece vigente mesmo após a extinção do 
consórcio. É um caso de ultratividade do contrato, para que o interesse público e os serviços 
não sejam prejudicados. 
 
§ 4o O contrato de programa continuará vigente mesmo quando extinto o consórcio público ou o 
convênio de cooperação que autorizou a gestão associada de serviços públicos. 
 
Para que seja melhor visualizada a distinção, veja o quadro que traçamos: 
 
 
 
 
 
 
 
CONTRATO DE RATEIO CONTRATO DE PROGRAMA 
- Tem por objeto a transferência de recursos 
orçamentários dos entes para o consórcio. 
 
- Prazo de vigência de no máximo 1 ano (mesmo 
prazo do orçamento), salvo em se tratando de 
obrigações previstas no PPA ou quando o 
consórcio público prestar serviço público 
remunerado exclusivamente por tarifa 
 
 
- Tem por objeto obrigações diversas, que não 
envolvem a transferência de recursos 
orçamentários, mas sim de servidores, bens ou 
serviços para o consórcio. 
 
- Permanece vigente mesmo após a extinção do 
consorcio. 
 
 
Responsabilidade nos Consórcios Públicos: 
 
Os entes da Federação consorciados respondem subsidiariamente pelas obrigações do 
consórcio público, conforme prevê o Decreto 6.017/2007, em seu art. 9.º. Desta forma, o ente 
federativo somente responderá por obrigações do consórcio quando comprovada a 
insolvência patrimonial deste. 
 
“Art. 9º - Os entes da Federação consorciados respondem subsidiariamente pelas 
obrigações do consórcio público. 
 
Quanto aos agentes públicos responsáveis, o art. 10, PU da Lei prevê a AUSÊNCIA de 
responsabilidade pelas obrigações contraídas pelo consórcio, mas a possibilidade de 
responderem pelos atos praticados em desconformidade com a lei ou com as disposições dos 
respectivos estatutos. 
 
Art. 10. (Vetado) 
Parágrafo único. Os agentes públicos incumbidos da gestão de consórcio não 
responderão pessoalmente pelas obrigações contraídas pelo consórcio público, mas 
responderão pelos atos praticados em desconformidade com a lei ou com as 
disposições dos respectivos estatutos. 
 
Na mesma linha, assim, prevê o PU do art. 9º do Decreto: 
 
Parágrafo único. Os dirigentes do consórcio público responderão pessoalmente pelas 
obrigações por ele contraídas caso pratiquem atos em desconformidade com a lei, os 
estatutos ou decisão da assembleia-geral.” 
 
CUIDADO! No caso de EXTINÇÃO do consórcio público, excepcionalmente haverá 
responsabilidade solidária dos entes consorciados pelas obrigações remanescentes, até que 
haja decisão que indique os responsáveis por cada obrigação. 
 
Art. 12, § 2o Até que haja decisão que indique os responsáveis por cada obrigação, 
os entes consorciados responderão solidariamente pelas obrigações remanescentes, 
garantindo o direito de regresso em face dos entes beneficiados ou dos que deram 
causa à obrigação. 
 
 
 
Retirada de ente da Federação: 
 
 
 
A lei prevê a possibilidade de que um ente da federação se desligue do consórcio público. Para 
tanto, é necessário ato formal de seu representante na assembleia geral do consórcio. 
Ademais, tal retirada não poderá prejudicar as obrigações já constituídas, devendo ser 
observado o contrato de programa. 
 
Art. 11. A retirada do ente da Federação do consórcio público dependerá de ato formal 
de seu representante na assembléia geral, na forma previamente disciplinada por lei. 
 
§ 1o Os bens destinados ao consórcio público pelo consorciadoque se retira somente 
serão revertidos ou retrocedidos no caso de expressa previsão no contrato de consórcio 
público ou no instrumento de transferência ou de alienação. 
 
§ 2o A retirada ou a extinção do consórcio público não prejudicará as obrigações já 
constituídas, inclusive os contratos de programa, cuja extinção dependerá do prévio 
pagamento das indenizações eventualmente devidas. 
 
 
Alteração e extinção do Consórcio Público: 
 
Em atendimento ao princípio da simetria das formas, é necessária a ratificação por lei de todos 
os entes consorciados para a alteração ou extinção do consórcio público, após aprovação em 
assembleia geral. 
 
Art. 12. A alteração ou a extinção de contrato de consórcio público dependerá de 
instrumento aprovado pela assembléia geral, ratificado mediante lei por todos os entes 
consorciados. 
 
§ 1o Os bens, direitos, encargos e obrigações decorrentes da gestão associada de 
serviços públicos custeados por tarifas ou outra espécie de preço público serão 
atribuídos aos titulares dos respectivos serviços. 
 
 
Outras disposições importantes da Lei: 
 
 A União somente participará de consórcios públicos em que também façam parte 
todos os Estados em cujos territórios estejam situados os Municípios consorciados 
(Exemplo: a União não pode celebrar um consórcio público com os Municípios de 
Niterói e Duque de Caxias se o Estado do Rio de Janeiro não figurar também no 
consorciamento). 
 
 Os consórcios públicos, na área de saúde, deverão obedecer aos princípios, diretrizes e 
normas que regulam o Sistema Único de Saúde – SUS. 
 
 Nos termos do contrato, os consórcios poderão promover desapropriações e instituir 
servidões administrativas, após declaração de utilidade ou necessidade pública, ou 
interesse social, realizada pelo Poder Público. 
 
 O consórcio público poderá ser contratado pela administração direta ou indireta dos 
entes da Federação consorciados, dispensada a licitação. 
 Os consórcios públicos poderão emitir documentos de cobrança e exercer atividades 
de arrecadação de tarifas e outros preços públicos pela prestação de serviços ou pelo 
 
 
uso ou outorga de uso de bens públicos por eles administrados ou, mediante 
autorização específica, pelo ente da Federação consorciado. 
 
 Os consórcios públicos poderão outorgar concessão, permissão ou autorização de 
obras ou serviços públicos mediante autorização prevista no contrato de consórcio 
público, que deverá indicar de forma específica o objeto da concessão, permissão ou 
autorização e as condições a que deverá atender, observada a legislação de normas 
gerais em vigor. 
 
 É nula a cláusula de contrato de programa que atribuir ao contratado o exercício dos 
poderes de planejamento, regulação e fiscalização dos serviços por ele próprio 
prestados. 
 
 É nula a cláusula do contrato de consórcio que preveja determinadas contribuições 
financeiras ou econômicas de ente da Federação ao consórcio público, salvo a 
doação, destinação ou cessão do uso de bens móveis ou imóveis e as transferências 
ou cessões de direitos operadas por força de gestão associada de serviços públicos. 
 
 Os entes da Federação consorciados, ou os com eles conveniados, poderão ceder-lhe 
servidores, na forma e condições da legislação de cada um. 
 
 Mediante previsão do contrato de consórcio público, ou de convênio de cooperação, o 
contrato de programa poderá ser celebrado por entidades de direito público ou 
privado que integrem a administração indireta de qualquer dos entes da Federação 
consorciados ou conveniados. Neste caso, se a entidade deixar de integrar a 
administração indireta do ente da Federação que autorizou a gestão associada, tal 
contrato será automaticamente extinto. 
 
 A União poderá celebrar convênios com os consórcios públicos, com o objetivo de 
viabilizar a descentralização e a prestação de políticas públicas em escalas adequadas. 
 
 
Questões Objetivas 
 
PGE-MT 2016 (FCC) - A Administração Pública adota várias modalidades de ajustes 
administrativos para poder executar suas tarefas. Nesse sentido, segundo a legislação 
vigente, 
 
a) o contrato de parceria público-privada não é compatível com a cobrança de tarifas dos 
usuários do serviço público, sendo suportado exclusivamente pela contrapartida do parceiro 
público. 
b) é denominado contrato de gestão o ajuste celebrado com as organizações da sociedade civil 
de interesse público, visando à formação de vínculo de cooperação entre as partes, para o 
fomento e a execução das atividades de interesse público. 
c) o regime de empreitada integral, também denominado de turn key, não é admissível, 
conforme entendimento do Tribunal de Contas da União, por impedir o adequado controle do 
dispêndio de recursos públicos. 
 
 
d) o chamado contrato de programa é o contrato administrativo em que a Administração 
defere a terceiro a incumbência de orientar e superintender a execução de obra ou serviço, 
mediante pagamento de importância proporcional ao seu custo total. 
e) é denominado contrato de rateio o ajuste celebrado, em cada exercício financeiro, entre 
entes participantes de consórcio público, para fins de alocação de recursos necessários ao 
desempenho das atividades do consórcio. 
 
Gabarito: Alternativa E 
 
a) ERRADO. Conforme Art. 2º, §1º Lei 11.079/2004. 
 
b) ERRADO. Conforme Art. 5º Lei 9.637/1998. 
 
c) ERRADO. Conforme Art. 10 Lei 8.666/1993. 
 
d) ERRADO. Art. 13 Lei 11.107/2005. 
 
e) CERTO. Conforme Art. 8º, §1º Lei 11.107/2005 
 
 
Procurador de Paulínia 2016 (FGV) - Visando à prestação de serviço público de grande 
relevância, o Município de Paulínia constituiu consórcio público com o Estado de São Paulo 
e com a União Federal, instituindo, assim, associação pública. Com relação à sua disciplina 
legal, assinale a afirmativa incorreta. 
 
a) O consórcio público poderá outorgar a concessão do serviço público mediante autorização 
prevista no seu contrato. 
b) Por possuir personalidade distinta da dos entes federativos que o formaram, a execução das 
receitas e despesas do consórcio público não obedecerá às normas de direito financeiro 
aplicáveis às entidades públicas. 
c) A associação pública constituída integra a administração indireta de todos os entes da 
Federação consorciados. 
d) Os entes da Federação consorciados poderão ceder servidores à associação pública 
formada, na forma que a lei de cada ente disciplinar. 
e) O representante legal do consórcio público deverá, obrigatoriamente, ser chefe do Poder 
Executivo de algum dos entes da Federação formadores do consórcio. 
 
Gabarito: Alternativa B 
 
A) Correto. Conforme Art. 2 § 3o Lei 11.107/ 05. 
B) ERRADO. Conforme Art. 9o Lei 11.107/05. 
C) Correto. Conforme Art. 6 § 1o Lei 11.107/05. 
D) Correto. Conforme Art. 4 § 4o Lei 11.107/05. 
E) Correto. Conforme Art. 4º, VIII Lei 11.107/05. 
 
Procurador do TCE – CE 2015 (FCC) - Os municípios de uma região metropolitana e o Estado 
do qual são integrantes realizaram uma série de encontros para discutir a questão 
ambiental, dado que no perímetro de seus territórios há relevante número de áreas de 
preservação ambiental, além de excessivos núcleos de ocupação irregular de áreas de 
manancial, que impactam negativamente no abastecimento de água e saneamento. 
 
 
Pretendem implementar uma série de medidas, tanto para regularização, quanto para 
desocupação, passando por eventual recategorização das unidades de conservação. Como 
essas medidas envolvem competências de todos os entes envolvidos, foi idealizada a 
criação de uma pessoa jurídica para implementação do plano de ação conjunta, inclusive 
mediante realização de licitações e contratações necessárias. Essa pessoa jurídica deverá 
ser: 
 
a) um consórcio administrativo, sob a forma de sociedade anônima, o que viabiliza aos entes 
consorciados a composição por meio de participação acionária. 
b) uma autarquia, único ente que poderá receber a delegação de competências de todos os 
entes federativos envolvidos, estes que deverãoprovidenciar prévia autorização legislativa em 
suas esferas. 
c) um consórcio público, sob a forma de pessoa jurídica sem fins lucrativos, precedido de 
subscrição de protocolo de intenções e de lei autorizadora de todos os entes federados 
envolvidos. 
d) um consórcio público, constituído sob a forma de autarquia, ente público que integrará a 
esfera do ente federado que tiver a maior participação nas medidas previstas na forma do 
protocolo de intenções firmado entre todos os envolvidos. 
e) uma empresa pública, à qual é atribuída a qualificação de consórcio administrativo, 
constituída por participação acionária de todos os entes federados envolvidos no 
planejamento em questão. 
 
Gabarito: Alternativa C 
 
a) Incorreta. Poderá haver a criação de consórcio público. O consórcio administrativo não 
figurará, na verdade, como pessoa jurídica, sendo inconfundível, na espécie, com os consórcios 
públicos. 
 
 b) Incorreta. O STF entende inconstitucional a criação de autarquias interfederativas. 
 
 c) Consórcio Público, conforme características explicadas no material. 
 
d) Incorreta. De fato, caberá a constituição de consórcio público. Contudo, ao contrário do que 
afirma a alternativa, o consórcio público, quando tiver natureza de direito público, integrará a 
Administração Indireta de TODOS os entes consorciados. 
 
e) Incorreta. O consórcio administrativo é formado por entidades da mesma espécie, e não 
assume personalidade jurídica. As empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito Privado.

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