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PATOLOGIAS NO CONCRETO ARMADO

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PATOLOGIAS EM ESTRUTURAS DE 
CONCRETO ARMADO 
 
Érika Priscila de Lima Rivas - Matricula: 1370439 
Jaime Pereira - Matricula: 1699009 
Professor- Aline de Viegas Beloni 
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI 
Materiais de construção civil: concreto 
 
 
RESUMO 
 
Tendo como premissa que as manifestações patológicas podem afetar o desempenho e 
durabilidade de estruturas executadas em concreto armado será desenvolvido neste 
trabalho a apresentação de três estudos de elementos investigativos teóricos com a 
aplicação prática em relação a problemas patológicos em estruturas de concreto 
armado em casos reais, com registros em fotos, serão analisados as situações expondo 
as supostas causas com a apresentação das doenças, caracterização das mesmas onde 
o intuito é chegar a uma solução utilizando intervenção de técnicas corretas para cada 
caso a fim de solucionar as patologias, uma vez sabendo que cada situação exige uma 
conduta distinta para ser sanada. 
 
Palavras-chave: Patologia; Concreto; Recuperação 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 Com o passar do tempo o homem evoluiu em toda sua forma de existir, isso inclui 
a maneira de construir sua morada. Antes a visão arquitetônica limitava-se a pedra e 
madeira, logo, a forma de e aparência das estruturas permaneceram as mesmas por 
séculos, limitadas em suas características intrínsecas. Não existiam obras com muitos 
pavimentos, tão pouco paredes finas e grandes vão livres. 
Na atualidade as construções são de extrema necessidade para qualquer atividade, seja 
ela moradia, industrial ou comercial. Atentando-se a necessidade do consumidor, tendo 
que atender as exigências e expectativas, esperando assim um desempenho aceitável já 
que é um bem de longo prazo. Como agora o cliente tem esse entendimento se fez 
necessário ter mais cautela na entrega do produto final, ou seja, na situação de 
edificações se tornou fundamental a redução de problemas pós-obra, que se tenha uma 
atenção especial em cronogramas de manutenções nos problemas já previstos que 
venham ocorrer com o tempo por uso ou desgaste de estrutura. 
Em 1990 foi implantado o código de defesa do consumidor, dando ao cliente 
argumentos para exigir seus direitos, trazendo com eles os conceitos de qualidade, 
desempenho e certificações, requisitando aperfeiçoamento no processo de construção, 
material e mão de obra qualificada. No Brasil, o consumidor, tem o direito de garantia 
por cinco anos, isso inclui a construção civil e consta no Código Civil. Contudo, pouco 
se faz para evitar patologias nesse intervalo de tempo. Degussa (2008), diz que isso 
acontece porque o foco da engenharia está em aprender sobre projetar e executar as 
estruturas, ignorando essa parte de manutenção. 
A ausência dessas prevenções faz com que pequenas patologias que 
aconteceriam normalmente de fácil manutenção se transformem em grandes situações 
de difícil resolução, deixando a edificação insalubre, com aparência desagradável, 
trazendo insegurança na estrutura e custo elevado para resolução. 
 
 
2. DESENVOLVIMENTO 
 
2.1 PATOLOGIA DO CONCRETO ARMADO 
O termo “patologia”, no contexto da Construção Civil, tem o mesmo sentido 
encontrado na medicina, onde é estudado a origem, as causas e os sintomas da doença. 
A patologia são todas as situações que possam vir acontecer que possa danificar 
prejudicar ou encurtar a vida útil de uma construção. 
Degussa diz que patologia é uma parte da engenharia que estuda e diagnostica os 
sintomas, bem como os mecanismos, causas e origens de problemas, já a terapia estuda 
a correção e determina soluções dos patológicos, incluindo os que surgem do desgaste 
natural. Já na definição de Piancastelli (1997), o concreto armado, vem se mostrando 
um material não inerte, é propício à mudanças com o decorrer do tempo, por conta da 
junção de seus elementos: (cimento, areia, brita, água e aço) mais ações de agentes 
externos como ácidos e sais . 
Neste trabalho iremos falar de três patologias específicas, explicando 
previamente cada uma delas, dando exemplos reais, apresentando cada doença, 
descrevendo os sintomas e as devidas soluções. 
Essa dissertação será sobre as seguintes patologias: capilaridade no concreto 
armado, ação de corrosão em vigas de concreto e fissura por sobrecarga. 
 
2.1.1 CAPILARIDADE NO CONCRETO ARMADO 
 
A infiltração da água através do concreto é uma condição de grande dificuldade 
para controlar, tendo alguns fatores, como o diâmetro dos poros e a comunicação entre 
os capilares, porque dependendo do caminho que tome entre os poros facilita o acesso 
para agentes agressivos em meio ao concreto até a armadura de aço, causando o 
deterioramento da estrutura (HELENE, 1992). 
Verçoza (1991) diz que a umidade por capilaridade pode ser indicada como a 
umidade que soube do solo úmido. Se localiza nas áreas inferiores das paredes, onde a 
tendência é absorver a água do solo úmido por meio da fundação. Isso ocorre por três 
situações sendo elas: a circunstância do solo úmido em que a edificação foi feita, a falta 
de obstáculos que impeçam o avanço da umidade e os materiais utilizados quando 
porosos como tijolos e concretos que possam retratar os canais capilares. 
Toda estrutura externa feita de concreto está propensa a períodos de umidade e 
seca, como a absorção capilar é responsável pelo deslocamento dos fluidos nos vazios 
não saturados, essa característica tem grande influência no transporte tanto da água 
quando para outros agentes que são considerados agressivos para o interior do 
concreto (HELENE, 1992). 
Na figura abaixo vemos uma imagem ilustrativa de como acontece o processo de 
capilaridade e como deve ser feito para evitar. 
 
 Figura 1 - Imagem retirada do google 2020 
 
 
2.1.2 AÇÃO DE CORROSÃO EM VIGAS DE CONCRETO 
 A corrosão é um termo químico bastante usado no cotidiano para se referir ao 
processo de destruição total, parcial ou estrutural de determinado material causado pela 
ação do meio. É a interação destrutiva de um material com o ambiente, seja por reação 
química, ou eletroquímica. A corrosão de armadura no concreto armado é um fenômeno 
que só acontece quando as condições de proteção proporcionadas pelo cobrimento deste 
material são insuficientes ou não foram corretamente avaliadas no seu projeto ou na sua 
construção. 
 O processo de corrosão é uma patologia muito frequente e muito comum em 
estruturas de concreto armado, comprometendo tanto o processo estético como o 
processo de segurança e vida útil da estrutura de concreto armado. Está muito presente 
em nossa sociedade, pois qual o local onde não encontramos alguma desta 
manifestação. Representa grandes perdas econômicas, por estar diretamente relacionada 
à diminuição da vida útil do material. 
 
2.1.3 FISSURAS POR SOBRECARGA 
 
O conceito de fissura entra em divergência com os de trinca e rachadura, uma 
vez que trinca se parece com fissuras quando se fala no tratamento, mudando somente a 
dimensão. 
 Fissura é uma expressão usada para denominar uma ruptura que ocorre no 
concreto com a ação mecânica ou físico-químicas (FIGUEIREDO, 1989). 
As fissuras podem ser vistas como as que têm maior periodicidade ou que mais 
chamam a atenção nas edificações (SOUZA e RIPPER, 1998). Já as trincas, podem 
surgir logo no início da construção. 
Assim que o profissionais devem ter o conhecimento adequado dos materiais a 
serem utilizados tendo consciência das movimentações dos materiais e componentes 
que são inevitáveis (THOMAZ, 1989). 
Onde as fissuras se localizam na estrutura diz muito sobre ela, seu tamanho, 
trajetória e o espaçamento entre um lado e outro são importantes indicadores da sua 
causa. Na figura abaixo, Dal Molin (1988) fez uma pesquisa de fissuras em concreto 
armado e identificou as principais causas e incidências. 
 
 
 
Figura 2 - Tipos e incidência de fissuras em concretoarmado. 
 Fonte: DAL MOLIN (1988) 
 
Com isso entende-se que quando no material utilizado for aplicado um esforço 
maior que a sua resistência isso acarretará nas aberturas, que de acordo com a espessura 
é classificada. Conforme tabela abaixo. 
https://www.sinonimos.com.br/divergencia/
 
Figura 3 - Retirada da página do site do professor Adriano de Paula e Silva, UFMG 
 
Neste trabalho será abordado fissura por sobrecarga, essas fissuras podem 
aparecer por diversas disposições, por várias possibilidades como tamanho de parede, 
quantidade de aberturas, o material que foi usado para essa construção e ligações 
estruturais o comportamento da alvenaria, tal como vergas e contravergas e 
deformações (THOMAZ, 1989). 
Esse tipo de fissura ocorre em paredes descontínuas e com um ou mais vãos de 
aberturas, sujeitas a carregamento de compressão, sua principal característica é quando 
as fissuras surgem à partir das vértices das aberturas (THOMAZ, 1989). 
 
1. APRESENTAÇÃO DA DOENÇA 
 
3.1 FISSURA POR SOBRECARGA 
 
Na figura 4 e 5, notam-se fissuras de 45° na parede de alvenaria partindo dos 
cantos das esquadrias, justamente onde os esforços de tração são mais intensos. A 
construção foi feita cerca de 45 anos, feita por partes, sem projeto, autorização ou 
engenheiro. 
 
 
 Figura 4 – Registro do acadêmico Figura 5 – Registro do acadêmico 
3.2 AÇÃO DE CORROSÃO EM VIGAS DE CONCRETO 
 
 São diversas as origens destes agentes causadores de patologias: falhas humanas, 
tanto no projeto como execução, ataques de agentes agressivos ao material concreto e as 
armaduras. 
Para apresentar o caso estudado, na figura abaixo temos uma viga de concreto de 
uma construção, onde podemos ver e estado em que se encontram. Não é possível 
determinar com exatidão e clareza, todas as influências sofridas pelo meio a fim de 
demonstrar tal estado como se encontra o material analisado. 
 Entendemos o problema da corrosão como sendo uma grande deterioração da 
estrutura, e que com certeza compromete a durabilidade, tornando-a frágil. O ferro 
usado na viga é destinado a dar sustentação, e quando o mesmo encontra-se no estado 
apresentado sofrerá interferências dos meios externos. 
 
Figura 6 - Registro fotográfico do acadêmico 
 
3.3 CAPILARIDADE 
 
 Conforme vemos nos registros fotográficos abaixo (figura 10 e 11), a parede 
tem manchas visíveis de umidade, nota-se o deslocamento da pintura e muito bolor. 
Essas características persistem o ano todo, isso ocorre por conta de umidade do solo do 
vizinho, onde o terreno é mais alto e o solo fica com contato direto na lateral. A 
construção foi feita a cerca de 58 anos, primeiramente feita em madeira , ao longo dos 
ano sendo substituída até ficar toda em alvenaria, sem projeto, autorização ou 
engenheiro. 
 
Figura 7 – Registro fotográfico de Rossanna Rivas (2020) 
 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
4.1 FISSURA POR SOBRECARGA 
 
Os vãos na alvenaria que recebem janelas e portas são considerados regiões de 
concentração de tensões. Para reduzir o risco de surgirem fissuras nas paredes, é 
preciso, portanto, melhorar a distribuição das cargas. Isso é obtido com o uso das vergas 
e contravergas. A solução ideal seria a execução de verga e contraverga de concreto 
armado ultrapassando no mínimo 30 cm dos limites da esquadria. 
 
4.2 AÇÃO DE CORROSÃO EM VIGAS DE CONCRETO 
 
O principal objetivo é recompor a estrutura original, restaurando a proteção a 
armadura e reestabelecendo as propriedades físicas e as características estéticas e e 
geométricas das vigas, buscando garantir também que o processo de corrosão não volte 
acontecer. 
 Espera-se também com este processo controlar o acesso de umidade e oxigénio 
até a armadura de concreto, por isto faz-se o tratamento da barra e a pintura. 
 Usa-se pinturas a base de zinco, pois são as mais indicadas para o tratamento 
superficial de armaduras 
 Com a devida proteção aplicada, teremos a devida resistência esperada para a 
viga ou coluna de concreto armado, garantido segurança e continuidade da vida útil da 
construção e nas condições de segurança desejada. 
Neste caso iremos aplicar um reparo localizado, que consiste na exposição da 
armadura nos trechos corroídos, e posterior reconstituição do local afetado. 
 A seguir apresentaremos as etapas do processo: 
a) Etapa 1 - Delimitar contorno do reparo: espaço que será retirado o material; 
b) Etapa 2 - Remoção do material deteriorado: com uso de martelo e talhadeira; 
c) Etapa 3 – Limpeza: fazer toda a limpeza do material a ser protegido; 
d) Etapa 4 – Prepara camada da aderência: aplicando tinta e material protetor; 
e) Etapa 5 - Tratamento da armadura: para dar aderência ao novo material a ser 
aplicado; 
f) Etapa 6 - Recompor o concreto: com concreto ou argamassa; 
g) Etapa 7 - Proteção da área do concreto aplicado: com tinta ou resinas epóxi. 
 
Figura 8: Resumo das principais etapas para recuperação de armaduras corroídas 
Fonte: www.aecweb.com.br, 2017 
 
4.3 CAPILARIDADE 
 
Refazer o muro até a altura do solo do vizinho em concreto armado ou bloco de 
concreto, acima do nível do solo considerar tijolo, dessa forma não irá chegar a umidade 
no restante da parede. 
Para minimizar ao efeito da absorção, deve-se procurar interromper a 
continuidade dos poros, de maneira q impedir a passagem de líquidos entre eles através 
de uso de aditivos incorporadores. 
Tendo outra opção que é passar impermeabilizante, mas verificando in loco é 
perceptível que a parede está muito danificada e a impermeabilização não será eficaz. 
http://www.aecweb.com.br/
5. METODOLOGIA 
 
Para o desenvolvimento deste trabalho a base de pesquisa foi bibliográfica geral 
com relação a causas patológicas que tiveram as mesmas características com os casos 
apresentados, foram explanados diagnóstico, e solução dos patológicos, expondo as 
técnicas que podem ser utilizadas para a recuperação das mesmas. 
As informações obtidas para as explicações foram feitas por pesquisa eletrônica 
via internet, via PDF de livros relacionados ao ramo de Engenharia Civil. 
 
 
6. CONCLUSÃO 
 
Como foi mostrado, as estruturas de concreto armado são passíveis de vários tipos 
de patologias, como já foi dito, podendo essas patologias serem previstas com 
antecedência logo resolvidas já no seu início se dada a devida atenção. 
Quando o projeto é bem pensado, planejado e executado, pode postergar ou até 
evitar futuras patologias nas estruturas. 
A maior parte dos casos de patologia é ocasionada por falha humana, em razão da 
falta de experiência, falta de conhecimento e falta de qualificação para o serviço. 
Para alcançar uma estrutura de qualidade, é de enorme importância utilizar o 
concreto de acordo com as especificações, montar de maneira correta as caixarias, 
realizar conforme as normas a concretagem e o adensamento, respeitando o tempo de 
cura do material e as especificações do projeto. 
No surgimento de patologias é de imensa importância que busque um engenheiro 
perito e qualificado que saiba como trabalhar com estas situações. 
Se o diagnóstico da patologia ou a forma de correção não forem adequados, 
afetará o resultado, e todo o trabalho estará comprometido mascarando ou ocasionando 
outro tipo de patologia. 
Sendo assim, este trabalho procurou identificar as patologias nas estruturas de 
concreto e apresentar métodos para recuperação, tendo como finalidade aumentar o 
conhecimento na área de identificar e sanar patologias em concreto armado. 
 
 
 
7. REFERÊNCIAS BIBIOGRAFICAS 
 
AMBRÓSIO, Thais da Silva. Patologia, tratamento e reforço de estruturas de concreto 
no metrô de São Paulo. Trabalho de conclusão de curso: São Paulo, 2004. 
 
DAL MOLIN, D.C.C. Fissuras em estruturas de concreto armado: análise das 
manifestações típicas e levantamento de casos ocorridos no estado do Rio Grandedo 
Sul. 
 
DEGUSSA. Manual de reparo, proteção e reforço de estruturas de concreto. Red 
Rehabilitar, São Paulo. Cap. Introdução 
 
FIGUEIREDO, Enio Pazini. Efeitos da carbonatação e de cloretos no concreto. In: 
ISAIA, Geraldo Cechella (Ed.) Concreto: Ensino, Pesquisa e Realizações. São Paulo: 
IBRACON, 2005. v. 2 
 
HELENE, Paulo R. L. Manual para Reparo, reforço e Proteção de Estruturas de 
Concreto. 2ª ed. São Paulo: Pini, 1992. 
 
SOUZA, Vicente Custódio Moreira; RIPPER, Thomaz. Patologia, Recuperação e 
Reforço de Estruturas de Concreto. 1º Edição. Editora Pini. São Paulo, 1998. 
 
THOMAZ, Ercio. Trincas em edifícios: causas, prevenção e recuperação. São Paulo: 
PINI, 1989. 
 
VERÇOZA, E. J. Patologia das Edificações. Porto Alegre, Editora Sagra, 1991.

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