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AULA LEGISLAÇÃO TRIBUTARIA

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Aula 1: Direito Tributário e Financeiro 
DIREITO TRIBUTARIO E FINANCEIRO
CONCEITO DE ORÇAMENTO
É o ato complexo dos poderes executivo e legislativo que prevê e fixa despesas e receitas para um determinado período, instrumentalizando assim, o poder executivo de recursos monetários - a receita pública - para atendimento das necessidades públicas, satisfazendo-as através das despesas públicas. 
Por princípio constitucional, o orçamento é estabelecido anualmente. O orçamento anual é o instrumento de operacionalização de curto prazo da programação constante dos planos setoriais e regionais de médio prazo, os quais, por sua vez, cumprem o marco fixado pelos planos globais de longo prazo, em que estão definidos os grandes objetivos e metas, os projetos estratégicos e as políticas básicas. 
Sendo assim, a principal matéria-prima utilizada para a elaboração da proposta de orçamento é buscada em elementos integrantes do sistema de planejamento.
A Constituição Federal de 1988, estabelece, no Artigo 165, quais as leis orçamentárias que deverão ser propostas para regular as finanças do Estado.
O Poder Executivo é o responsável pela elaboração da proposta orçamentária. 
O orçamento, sendo um só, deve atender também aos Poderes Legislativo e Judiciário. Considerando que os três Poderes são independentes e harmônicos, as propostas parciais das unidades orçamentárias do Legislativo e Judiciário são negociadas em um nível superior àquele que vigora para os setores do Executivo.
Seção II 
DOS ORÇAMENTOS
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais.
§ 1º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
§ 2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
§ 3º - O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária.
§ 4º - Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional.
§ 5º - A lei orçamentária anual compreenderá:
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.
§ 6º - O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia.
§ 7º - Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional.
§ 8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.
§ 9º - Cabe à lei complementar:
I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;
II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos.
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum.
§ 1º - Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:
I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente da República;
II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58.
§ 2º - As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.
§ 3º - As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso:
I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou
III - sejam relacionadas:
a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
§ 4º - As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o plano plurianual.
§ 5º - O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta.
§ 6º - Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento anual serão enviados pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, nos termos da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º.
§ 7º - Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariar o disposto nesta seção, as demais normas relativas ao processo legislativo.
§ 8º - Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.
confira o conteúdo que deverá estar na proposta orçamentária encaminhada pelo Poder Executivo ao Poder Legislativo.
PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA
• Mensagem com exposição circunstanciada da situação econômico-financeira: A mesma deve estar documentada com:
• demonstração da dívida fundada e flutuante, saldos de créditos especiais, restos a pagar e outros compromissos financeiros exigíveis; 
• exposição e justificação da política econômico-financeira do governo; 
• justificação da receita e despesa, particularmente no tocante ao orçamento de capital.
• Projeto de Lei do Orçamento: O projeto deve apresentar:
a) texto do projeto de lei;
b) sumário geral da receita por fontes e, da despesa, por funções do governo;
c) quadro demonstrativo da renda e despesa, segundo as categorias econômicas;
d) quadro discriminativo da receita por fontes e respectiva legislação;
e) quadro das dotações por órgãos do governo e da administração;
f) quadros demonstrativos da receita e planos de aplicação dos fundos especiais;
g) quadros demonstrativos da despesa, na forma dos anexos 6 e 9 da Lei n.º 4320/64 e normas posteriores;
h) quadro demonstrativo do programa anual de trabalho do governo, em termos de
realização de obras e de prestação de serviços.
• Tabelas explicativas: Na tabela deve constar o comportamento da receita e da despesa de diversos exercícios.
• Especificação dos programas especiais custeados por dotações globais: Em termos de metas visadas, decompostas em estimativa do custo das obras a realizar e dos serviços a prestar, acompanhadas de justificação econômica, financeira, social e administrativa.
• Descrição sucinta das principais finalidades de cada unidade administrativa com a respectiva legislação: O Artigo 163 e incisos da Constituição Federal atual, determina que a lei complementar deverá possuir um conteúdo normativo mínimo para abranger normas de orçamento, receitas, despesas públicas e crédito público. DAS FINANÇAS PÚBLICAS
Seção I
NORMAS GERAIS
 
Art. 163. Lei complementar disporá sobre:
I - finanças públicas;
II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público;
III - concessão de garantias pelas entidades públicas;
IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;
V - fiscalização financeira da administração pública direta e indireta; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)
VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional.
Crédito nada mais é que a captação de recursos pecuniários, na figura de empréstimos, para pagá-los no prazo e nas condições acordadas a curto, médio e longo prazo. 
O Estado documenta-o em papéis de crédito público de vários tipos, tais como Bônus do Tesouro, Letras do Tesouro, Apólices da Dívida Pública, Títulos da Dívida Agrária etc.
Para compreender o Sistema Tributário Nacional, é necessário compreender o mecanismo a ser utilizado pelo Poder Público de utilizar de suas prerrogativas de Direito Público, através do cumprimento das normas, obrigando o particular a entregar valores aos cofres públicos, independentemente de sua vontade. 
Entretanto, também faz parte deste contexto um planejamento orçamentário, que deverá corresponder não só à obtenção de receitas, mas também à administração das despesas e créditos.
A partir do Século XX, observa-se um crescimento em relação às despesas públicas para manter um processo de evolução em relação à manutenção da vida como, por exemplo:
• introdução de novas tecnologias;
• avanço industrial;
• surgimento de novos empreendimentos;
• relação internacional com outros Estados no campo da exportação e importação. 
Ou seja, a busca do desenvolvimento econômico fez surgir investimentos, gastos, despesas e receitas. Para isso, o Estado através do mecanismo de uma atividade financeira pode inserir no contexto dessa evolução funções fiscais, tais como promover ajustes na alocação de recursos e na distribuição de renda, bem como manter a estabilidade econômica.
Como a principal finalidade do Estado é promover o bem comum, satisfazendo as necessidades públicas, exerce então funções para cujo custeio é preciso de recurso financeiro ou receita ( É a quantia recolhida aos cofres públicos não sujeita à restituição, ou a importância que integra o patrimônio do Estado em caráter definitivo).
Para obter os recursos necessários, o Estado utiliza do seu poder soberano, ou seja, o direito de tributar pelo qual pode fazer derivar para seus cofres uma parcela do patrimônio das pessoas sujeitas a sua administração, originando as receitas derivadas.
Mas, não é só de receitas derivadas que sobrevive o Estado para suprir uma demanda em relação às despesas públicas, ele também utiliza receitas originárias, provenientes do patrimônio do Estado, através de aluguéis, vendas, leilões etc.
O Estado tem duas fontes nitidamente distintas para a atividade financeira correspondente à aquisição de receita.
As receitas originárias são provenientes do patrimônio do Estado, cujo regime jurídico predominante é de Direito Privado, e tem como característica principal o Estado explorando seu próprio patrimônio.
É representada pela forma de aumento patrimonial semelhante à utilizada por qualquer outra pessoa, física ou jurídica, envolvendo transações e negócios tipicamente privados, como doações, heranças, venda de produtos, prestação de serviços etc. O Estado tem acesso a esse tipo de receita por uma relação negocial, como se fosse uma empresa, uma pessoa jurídica de direito privado. 
A mais significativa receita originária é representada pelo Preço, englobando rendimento e remuneração de bens e serviços de empresas estatais, sob a regência de normas de Direito Privado. 
São exemplos, os resultados positivos de empresas como Petrobras, Embratel, Banco Do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bancos Estaduais e Companhias de Energia, Água e Esgotos, além de outras instituições tanto no plano Federal como no Estadual e Municipal.
As receitas derivadas originam-se do patrimônio do particular, cujo regime jurídico é de Direito Público, com características de um Estado que usa o seu poder e obriga o particular a contribuir em dinheiro através dos tributos, multas, penalidade etc.
Envolve aquisição de receita mediante o exercício do poder de império do Estado, compelindo a comunidade a efetuar pagamentos compulsórios, sem mais aquela condição negocial de igualdade entre credor e devedor, evidenciada na receita originária. 
É representada pelos tributos e pelas penalidades pecuniárias. Aqui, o Estado mobiliza a sua característica de soberania e exige recursos financeiros, recolhendo compulsoriamente do patrimônio dos indivíduos. 
Embora subordinando-se a limitações e controles jurídicos precisamente definidos, os aparelhos fiscais das entidades tributantes fazem valer o predomínio estatal sobre a sociedade e exigem Imposto de Renda, IPI, ICMS ou taxa de iluminação pública de quem os deve, sem que para tanto celebrem acordo, lavrem-se instrumentos contratuais ou, pelo menos, seja esperada concordância mínima nos elementos postos na condição de devedores.
As receitas derivadas originam-se do patrimônio do particular = tributos (taxas,  impostos e contribuições de melhorias)
O Ingresso Público significa todo dinheiro recolhido aos cofres públicos, mesmo sujeito à restituição e compreende as importâncias e valores realizados a qualquer título:
• os tributos, que são impostos, taxas e contribuição de melhoria; e
• as rendas da atividade econômica do estado (preços), que são ingressos ou entradas (não restituíveis) e as fianças, cauções, empréstimos públicos (restituíveis).
Nesta aula, vamos dar foco às receitas derivadas, especificamente a modalidade tributos.
A destinação da Receita Pública é o processo pelo qual os recursos públicos são vinculados a uma despesa específica ou a qualquer que seja a aplicação de recursos desde a previsão até o efetivo pagamento das despesas constantes dos programas e ações governamentais. 
A destinação de Receita Pública, para fins de aplicação, é dividida da seguinte forma:
Receita Pública: 
Destinação Vinculada: Processo de vinculação de fonte na aplicação de recursos em atendimento às finalidades específicas estabelecidas pela legislação vigente.
Destinação Ordinária: Processo de alocação livre de fonte parcial ou totalmente não vinculada à aplicação de recursos para atender às finalidades gerais do ente.
A despesa pública é a utilização de dinheiro do erário público para objetivos públicos. 
Tanto para obter receitas quanto para realizar despesas, o Poder Público deverá obedecer ao princípio da legalidade, previsto no Artigo 37, da Constituição Federal, que constitui regra consagrada pela doutrina e textos constitucionais, estrangeiros e pátrios, consubstanciados nos direitos e garantias individuais. 
Conforme esse dispositivo constitucional, "ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa a não ser em virtude de lei". Esse princípio visa combater o poder arbitrário e determina
que só a lei pode criar obrigação para o indivíduo, significando um Estado Democrático de Direito.
No âmbito da administração pública, a autoridade só poderá desempenhar as suas funções dentro do que determina a lei. O servidor público, no exercício de suas atribuições, somente poderá exigir das pessoas fazer ou deixar de fazer alguma coisa na hipótese da ocorrência de lei que as obrigue.
Uma vez que a receita, antes de consignada no orçamento, é objeto de lei. De igual forma, há que se ter legislação que determine ou autorize a despesa pública.
É com base na lei, por exemplo, que um tributo poderá ser aumentado, excluído ou até mesmo extinto.
O Artigo 13 classifica as despesas, observada a classificação da categoria econômica, de acordo com a especificação ou elemento.
Segundo a categoria econômica, Artigo 12, Lei n.º 4320/64, as despesas serão classificadas conforme abaixo.
DESPESAS CORRENTES, CUSTEIO E TRANSFERENCIAS CORRENTES: 
DESPESAS DE CAPITAL:
O poder publico controla a execução orçamentaria, ou seja, controla as despesas através de:
Artigo 75 a 80 e 81 a 82
Aula 2: Direito Constitucional Tributário e Hermenêutica Tributária 
A COMPETENCIA PARA LEGISLAR SOBRE O DIREITO DE TRIBUTAR: Significa o poder determinado pela Carta Magna atribuindo poderes para editar leis sobre os tributos e as relações jurídicas decorrentes da aplicação das mesmas. 
Entende-se como regras as serem traçadas sobre o exercício do poder de tributar, ou seja, quem tem o poder.
COMPETENCIA TRUBUTARIA: É o poder estabelecido na própria Constituição a quem deverá editar as leis que instituam tributos.
A Constituição Federal não criou os tributos, apenas estabeleceu a competência (regra matriz de cada tributo) para que as pessoas políticas 
os criassem através de lei. Assim, não é a Constituição Federal que obriga o pagamento de um tributo, mas a lei.
Complementando, a expressão Competência Tributária pode ser definida 
como o poder, atribuído pela Constituição Federal, observadas as normas 
gerais de Direito Tributário, de instituir, cobrar e fiscalizar o tributo, 
compreendendo a competência legislativa, administrativa e judicante. 
Acompanhe outras definições:
• parcela do poder de tributar conferida pela Constituição a cada ente político 
para criar tributos;
• aptidão para criar, in abstracto, tributos;
• limite do poder fiscal para legislar e cobrar tributos.
A competência tributária pode ser entendida ainda como o poder constitucional atribuído de editar lei que instituam tributos, que a constituição federal não cria tributos, apenas outorga competências ´para os entes da federação, para que os mesmos façam por meio de leis próprias.
Competência comum
 Competência cumulativa
Competência privativa
Competência residual
Competência legislativa 
Competência concorrente
A Constituição Federal atribui a competência em matéria tributária e traça os contornos gerais do Estado nas suas três esferas de poder. 
Como expressão pura desse pacto, distribui as competências tributárias entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, formando, juntamente com os princípios e as normas de direito tributário, o Sistema Tributário Nacional.
A Constituição determina as principais limitações ao exercício da competência tributária, com base no Artigo 150, CRFB, compreende então que as garantias ali determinadas formam um roal não exaustivo, visto que existem outras (Artigo 5º, XXXIV, CRFB).
Essas limitações constituem proteção e garantias individuais ao contribuinte. O Artigo 64, § 4º. CRFB, como exemplo garantidor, determina que é possível a realização de emendas que ampliem ou melhorem a proteção que a Constituição Federal atribui ao contribuinte.
As limitações à competência tributária, previstas nos Artigos 9º a 11º  do CTN, consistem em princípios e normas jurídicas,  consubstanciadas em vedações constitucionais, que têm por objetivo a garantia do cidadão contra o abuso do poder de tributar do Estado.
Os princípios constitucionais são "aqueles que guardam os valores fundamentais da ordem jurídica. Isto só é possível na medida em que estes não objetivam regular situações específicas, mas sim desejam lançar a sua força sobre todo o mundo jurídico". Celso Antônio de Melo afirma que:
O que é principio:
Por isso, as limitações constitucionais ao poder de tributar são consideradas como verdadeiros Princípios Constitucionais Tributários.
São Princípios Constitucionais Tributários:
• Princípio da legalidade;
• Princípio da isonomia;
• Princípio da irretroatividade e da anterioridade;
• Princípio Da vedação do efeito confiscatório, da imunidade e isenção tributária.
características da Competência Tributária:
Inalterabilidade
A Constituição Federal atribuiu competência tributária, por exemplo, aos Estados-membros para instituir impostos sobre causa mortis (Artigo 153, I, CF), e, à União para instituir impostos sobre importação de produtos. 
É fato que a alteração de competência só será admissível por meio de Emenda Constitucional, não se permitindo, assim, que o princípio da Federação seja abalado por modificações advindas da vontade do legislador infraconstitucional.
Indelegabilidade e Irrenunciabilidade
O Artigo 7º do CTN dispõe que a competência tributária é indelegável, o que, não obstante, inviabiliza a delegação de uma pessoa jurídica de direito público a outra, mediante convênio, as funções de arrecadar, fiscalizar, executar leis, serviços. 
Essa delegação compreende as garantias e os privilégios processuais (Artigo 7º, § 1º, do CTN), podendo ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral de quem a delegou, mas é sempre em caráter precário.
A irrenunciabilidade, ao contrário, estabelece que "a pessoa política detentora da competência tributária não poderá renunciar a ela, no todo ou em parte".
Incaducabilidade
A distribuição de competências referida na Constituição da República em momento algum fez menção, ainda que implicitamente, a um lapso temporal para o exercício da competência tributária conferida a um ente político. 
In casu, a doutrina de forma sucinta e clara tem reverberado o entendimento segundo o qual "o Artigo 8º do CTN diz que o eventual não exercício da competência tributária não a defere a qualquer outra pessoa jurídica de Direito Público diversa daquela a quem a Constituição haja entregue referida competência".
Facultatividade
A facultatividade do exercício da competência é um dos pressupostos da competência tributária, "em razão do que a falta de seu exercício não lhes afasta o direito assegurado pela Constituição, que não estabeleceu qualquer espécie de perda em razão de mera inércia legislativa". 
Assim, o fato da União não ter instituído o Imposto sobre Grandes Fortunas, não lhe retira a faculdade de exercer a sua competência para tal, em qualquer oportunidade.
Privatividade
Em razão da titularidade de competência tributária que os entes políticos detêm por expressa determinação constitucional, por óbvio que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios gozam de privatividade para instituir, cobrar e fiscalizar o tributo de sua competência. 
Essa assertiva "implica a exclusividade e consequente proibição de seu exercício por quem não tenha sido consagrado com esse direito”.
Agora que você já compreendeu a competência tributária e as devidas limitações do poder de tributar, saiba que a Constituição Federal estipula as regras procedimentais para a produção das normas. 
A validade está presente quando o processo de produção e formação da lei houver observado as diretrizes e requisitos procedimentais na Constituição Federal. 
Com sua publicação, nasce a presunção de que todos conhecem a lei, não sendo permitido a ninguém escusar-se de cumpri-la alegando desconhecimento (Artigo 3º da Lei de Introdução ao Código Civil). Para obrigar os destinatários a cumprir a lei, é necessário que a mesma esteja em vigor.
A LICCB - Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro, Decreto-lei 4.657 de 4/09/1942, Lei de Ordem Pública aplicável a todos os ramos do direito, é a regra geral aplicada ao
direito tributário por força do Artigo 101 do CTN, ressalvados em especial, os Artigos 103 e 104 do CTN. Acompanhe do que trata os principais Artigos dessa lei.
Salvo disposição em contrário, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.
Trata dos critérios normativos para soluções de antinomias aparentes. São eles:
• Critério Hierárquico;
• Critério Cronológico; 
• Critério da Especialidade.
Sobre a vigência de uma lei
O legislador tem o poder discricionário para determinar o termo inicial da vigência de uma lei.
Em relação à matéria tributária o Artigo 101, do CTN, acolhe o princípio da vigência da legislação tributária no âmbito espacial e temporal.
A LICC deve ser utilizada para a vigência da legislação tributária (Artigo 101, CTN), desde que o instrumento legal não seja uma norma complementar (Artigo 103, CTN), ou que não seja uma lei tratando das hipóteses previstas no Artigo 104 do CTN, pois para esta última, deve-se respeitar o princípio da anterioridade. O período de tempo transcorrido entre a publicação da lei e o marco inicial da sua vigência é chamada vocatio legis. Este lapso temporal somente não ocorrera caso a lei entre em vigor na data da publicação.
Sobre a aplicação da lei
A aplicação da lei deve respeitar, no geral, o princípio da irretroatividade. Aplica-se, normalmente, a lei no que se concerne aos fatos futuros (princípio da irretroatividade da lei) e aos pendentes, assim compreendidos como aqueles cuja ocorrência tenha se iniciado, mas não tenha se completado, conforme Artigo 105 e 116 do CTN.
Para aplicar a legislação tributária, é preciso que se busque, sempre, o sentido da lei, verificando-se o alcance da norma.
O intérprete não cria, apenas limita-se a declarar o alcance e o significado da norma.
Sobre a integração da lei
A integração da legislação tributária, por sua vez, consiste em não se permitir que nenhum evento do mundo real não se inclua nas previsões legais. 
Como todos os fatos devem estar previstos e o legislador, na sua condição limitada de ser humano, não pode abarcar todas as situações reais no conjunto de leis, impera a necessidade de se integrar a legislação, preenchendo-se as lacunas legais.
Pode-se afirmar, que a integração é uma atividade “criadora”, mas, vinculada a normas pré-existentes.
A vigência da legislação tributária no Código Tributário Nacional, tem sua determinação no Artigo 101, do CTN. Objetivando a interpretação da vigência espacial, que tem por fim revelar qual o âmbito territorial cada norma integrante da legislação tributária vigora, cada ente federativo possui um território claramente demarcado, em que as normas expedidas por um ente só têm vigência dentro do seu respectivo território, não sendo aplicáveis aos fatos ocorridos nos território dos demais.
Já o Artigo 102, do CTN, determina a regra da territorialidade.
Em relação à vigência temporal da legislação tributária, pode-se verificar de imediato ou após um lapso de temporal no próprio texto legal, denominado vacatio legis, com base no Artigo 1º da Lei de Introdução ao Código Civil. 
Publicada uma lei tributária, a vigência se dará de acordo com a cláusula própria que deve constar do texto legal, no caso de inexistência de disposição expressa, deve-se observar o prazo de quarentena e cinco dias após a data de publicação para o início da vigência.
Os Artigos 100 e 103, do CTN dispõem sobre as regras de vigência das normas. Por isso, o estudo da capacidade tributária, da legislação tributária e sua aplicação no nosso ordenamento, deve ser entendido em conformidade com os princípios tributários e com as fontes do direito para poder verificar a proteção ao contribuinte cidadão.
Aula 3: Teoria Geral do Direito Tributário 
Com base na teoria geral das obrigações, entende-se que a Obrigação Tributária constitui-se em dois tipos de obrigação, acompanhe.
Obrigação Principal: É a prestação a qual se obriga o sujeito passivo, sendo de natureza patrimonial. 
É sempre uma quantia em dinheiro, ou seja, uma obrigação de dar dinheiro, de pagar.
O não pagamento enseja em uma penalidade pecuniária.
Obrigação Acessória: É uma obrigação de fazer, um dever e é sempre não patrimonial. 
Por exemplo, emitir nota fiscal, escriturar livros, inscrever-se no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas – CNPJ.
A Obrigação Tributária é o primeiro momento da relação tributária.
Seu conteúdo ainda não é determinado e o sujeito passivo não está formalmente identificado. Por isso mesmo ainda não é exigível e seu campo é abstrato.
Já o Crédito Tributário decorre da Obrigação Tributária e tem a mesma natureza desta, surge com o lançamento, que confere à relação tributária liquidez e certeza. 
O campo do Crédito Tributário é materializado, então torna-se aquilo que era ilíquido e incerto, em líquido e certo.
O artigo 113, §3° do CTN traz que “a obrigação acessória, pelo simples fato de sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.” A Obrigação Acessória descumprida é fato gerador de uma Obrigação Principal.
A Obrigação Tributária decorre de Lei, a vontade não interfere no nascimento. Então, as fontes da Obrigação Tributária são: a lei (fonte formal) e o fato gerador (fonte material).
acompanhe os tipos de fato gerador da Obrigação Tributária.
Fato gerador da obrigação principal: 
Fato gerador da obrigação acessória: 
Fato gerador e hipótese de incidência: 
Quem são as pessoas da obrigação tributaria?
Definição das responsabilidades quanto a obrigação:
Sujeito Ativo: pessoa jurídica de direito público titular da competência para exigir o seu cumprimento (Artigo 119 do CTN).
É aquele que, por exemplo, pode promover execução fiscal, arrecadar ou fiscalizar tributos, executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária (artigo 7º do CTN). 
São Pessoas de Direito Privado. As pessoas naturais não podem ser qualificadas como sujeitos ativos de obrigação tributária.
Sujeito Passivo: pessoa natural ou jurídica que tem o dever de cumprir a obrigação principal, que é pagar, contribuir (Artigo 121 do CTN). Pode ser:
• Contribuinte: quando tem relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador;
• Responsável: quando, sem revestir condição de contribuinte, sua obrigação decorra de Lei.
Quem são os responsáveis tributários? 
•  Sucessão Imobiliária; 
•  Sucessão Causa Mortis; 
•  Sucessão Comercial (Artigo 132 do CTN);
•  Responsabilidade de Terceiros - quando houver impossibilidade da exigência da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis:
     - os pais, pelos tributos devidos pelos seus filhos;
     - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados e curatelados;
     - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes;
     - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;
     - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário;
     - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão de ofício;
     - os sócios, no caso de liquidação da sociedade de pessoas.
Não podemos confundir Obrigação Tributária e Crédito Tributário, pois eles possuem conceitos distintos e finalidades que resultam no cumprimento da Obrigação Tributária.
No campo da Obrigação Tributária, estamos diante da questão tributária ilíquida e incerta, já no Crédito Tributário estamos no campo líquido e certo, materializando a obrigação tributária principal. 
A lei descreve a hipótese em que o tributo é devido e, ocorrendo a situação descrita na norma (fato gerador), surge a Obrigação Tributária. Nesse momento, o Estado ainda não pode exigir o tributo, nem a penalidade decorrente de descumprimento de obrigação acessória. 
Entretanto, para realizar o Crédito Tributário, é necessário que o Estado realize um procedimento administrativo denominado
Lançamento para constituir um Crédito em seu favor. A partir do Lançamento, poderá exigir o objeto da prestação obrigacional, o pagamento do tributo ou da penalidade e identificar o sujeito.
Crédito tributário: É o vínculo jurídico, de natureza obrigacional, por força do qual o Estado pode exigir do particular o pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária.
As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem. O crédito tributário, como realidade formal, pode ser afetado, sem que seja afetada a sua substância (obrigação tributária). Se no procedimento de lançamento houve qualquer irregularidade – por exemplo, não foi observado o contraditório - a obrigação tributária não é afetada, sendo anulado o procedimento e feito novo lançamento tributário. 
O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica, se extingue, tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos na Lei, fora dos quais não podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade.
 A constituição do Crédito Tributário é de Competência Privativa da Autoridade Administrativa, ou seja, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Ainda que o sujeito passivo calcule e recolha o tributo, como acontece em determinadas espécies tributárias, é necessária homologação pela autoridade administrativa.
Lançamento: É o procedimento administrativo que busca verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular ou, por outra forma, definir o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
Com a determinação do valor do crédito tributário e a notificação do particular (fase oficiosa), só pode ser alterado em virtude de: 
• impugnação do sujeito passivo (fase contenciosa); 
• recurso de ofício; 
• iniciativa da própria autoridade administrativa, nos casos previstos em lei (Artigo 149 do CTN).
São três as modalidades de lançamento:
• de Ofício;
• por Declaração;
• por Homologação.
A própria norma determina pontos importantes que podem modificar o credito tributário são:
É o procedimento administrativo que busca verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular ou, por outra forma, definir o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
Com a determinação do valor do crédito tributário e a notificação do particular (fase oficiosa), só pode ser alterado em virtude de: 
• impugnação do sujeito passivo (fase contenciosa); 
• recurso de ofício; 
• iniciativa da própria autoridade administrativa, nos casos previstos em lei (Artigo 149 do CTN).
São três as modalidades de lançamento:
 
• de Ofício;
• por Declaração;
• por Homologação.
Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam previstos em lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis.
Aula 4: Direito Tributário: Conceito e Classificação de Tributos 
Tributo é uma prestação pecuniária (em dinheiro) e compulsória (obrigatória) que não constitua sanção de ato ilícito (contrário à lei) instituído em lei (só a lei cria tributos) e cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada, ou seja, a lei diz como o tributo deve ser cobrado.
A Constituição Federal cita cinco espécies tributárias, são elas:
1. Taxa: Taxa é um tributo vinculado, porque há uma contraprestação do Estado específica, sua cobrança é feita justamente:
• pela prestação do serviço estatal específico e divisível; ou 
• pelo regular poder de polícia.
É um tributo que pode ser cobrado em razão do exercício efetivo do poder de polícia (poder da administração de limitar e disciplinar direito, interesse ou liberdade) e, ainda, pela utilização efetiva ou potencial de serviços públicos prestados ou colocados à sua disposição.
O Artigo 79 do CTN trata dos serviços públicos mencionados no Artigo 77. 
Serviços efetivamente: Quando o serviço for realmente utilizado pelo contribuinte a qualquer título.
Serviços potencialmente: O fato de o serviço estar à mera disposição do contribuinte, mesmo que não tenha sido utilizado pelo mesmo, já enseja cobrança da taxa, como por exemplo, a taxa de incêndio.
Serviços específicos: Quando os serviços puderem ser destacados em unidades autônomas. O pagamento deste tipo de taxa é vinculado a uma atividade administrativa específica.
Serviços divisíveis: Quando cada contribuinte puder utilizar o serviço separadamente e, este uso, também puder ser apurado.
2. Contribuição de Melhoria: A Contribuição de Melhoria é um tributo vinculado a uma contraprestação do Estado pela valorização de um imóvel em razão de uma obra pública.
Este tributo é cobrado para custear obras públicas de que decorra valorização imobiliária. Ou seja, se a Administração pública faz uma obra e, como consequência, o imóvel passa a ter um maior valor de mercado, o poder público, respeitando os limites da constituição federal e do código tributário nacional, pode cobrar pela mesma.
3. Imposto: O Imposto é um tributo não vinculado pelo fato de sua cobrança ser feita independente de uma contraprestação específica do Estado. Existe apenas para gerar riqueza (Artigo 167, IV, Constituição Federal).
É um tributo cujo fato gerador da obrigação de pagar é uma situação independe de qualquer atividade estatal específica em relação ao contribuinte. 
O que se arrecada com o tributo é usado para fazer frente às despesas gerais, como por exemplo: 
• pagamento de servidores;
• construção de escolas, estradas e hospitais.
O benefício não é individual, mas para toda a comunidade. E a constituição federal é quem diz quais são os impostos e quem tem a competência para instituí-los e cobrá-los.
Atualmente, são permitidas as cobranças dos impostos de acordo com os termos dos Artigos 153, 155 e 156, da Constituição Federal.
4. Empréstimo Compulsório: O Empréstimo Compulsório é um tributo de competência exclusiva da União e poderá ser instituído em casos de:
Enchente
Guerra externa ou sua iminência
Investimento público urgente e relevante
Ou seja, a União, nos casos excepcionais citados, poderá obrigar a população ou parte dela a emprestar-lhe dinheiro com a promessa de devolvê-lo após o período determinado.
5. Contribuições parafiscais (ou especiais): Contribuições parafiscais (ou especiais) são tributos que, em princípio, compete exclusivamente à União. 
Estão subdivididas em três espécies:
Contribuição Social: Programa de Integração Social - PIS. 
Apesar de ser de competência exclusiva da União, existe previsão constitucional para que os Estados o DF e os Municípios possam instituir contribuições sociais.
Contribuição de intervenção no domínio econômico: Contribuição para controle de produção de açúcar, café, laranja etc.
Contribuição de interesse de categorias profissionais ou econômicas: Contribuições para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Agora que você já aprendeu sobre as cinco espécies tributárias, vamos conhecer quem pode instituir tributos... Os tributos podem ser instituídos pela União, Estados, Municípios e o Distrito Federal podem, por lei, instituir os tributos de sua competência. 
Essa competência é dada pela Constituição Federal.
Com base no conceito de tributo, determinado pelo Artigo 3º do CTN, pode-se analisar o tributo em etapas:
Conforme já visto, a natureza jurídica do tributo, prevista no Artigo 4º do CTN, constitui obrigação determinada por lei, por isso, não há tributo sem que lei o decrete, definindo-lhe
o fato gerador e a obrigação fiscal.
Será o fato gerador o responsável pela caracterização do tributo, bem como definir se é taxa, imposto ou contribuição de melhoria.
confira a função dos tributos.
Tributo Fiscal é aquele criado como uma única finalidade: arrecadação.
Exemplo: IPVA, ICMS, ISS, IR.
Tributo Para fiscal é aquele tributo cobrado para cobrir despesas de determinadas atividades estatais.
Exemplo: PIS, PASEP, COFINS, INSS, CSLL.
Tributo Extrafiscal é aquele cuja principal finalidade é equilibrar a economia, pois o Estado não tem como objetivo principal a arrecadação, mas sim o equilíbrio econômico.
Exemplo: II, IE, IOF. 
Aula 5: Legislação Tributária 
O que é Legislação?
Legislação é o conjunto de normas que regula determinado ramo do direito. 
O CTN regula a Legislação Tributária nos Artigos 96 e 100.
O Artigo 96 do CNT não específica qual o tipo de lei, então a interpretação pode estender as leis complementares, ordinárias e delegadas, mas a maioria dos tributos no Brasil são cobrados mediante lei ordinária.
Entretanto, existem exceções determinadas pela Constituição Federal (Artigos 154, I e 148), com base no Artigo 97, que pode-se entender como um dos artigos mais importantes do CTN, visto que traz a obrigatoriedade em relação ao jurídico-tributário a serem tratadas apenas pela norma lei. Esse artigo deve ser interpretado juntamente com o Artigo 150, I da Constituição Federal.
É importante saber que:
• a criação de um tributo, com base no princípio da legalidade, somente poderá ser feita pela lei, bem como sua extinção. Lei ordinária federal, municipal ou estadual.
• o aumento ou a redução de um tributo somente serão possíveis através de lei.
Por exemplo, se a União for aumentar o IR (Imposto de Renda), necessita de uma lei ordinária federal, aprovada pelo Congresso Nacional.
• o fato gerador da obrigação tributária principal também será feito por lei, já é a situação jurídica que, se praticada, acarretará uma obrigação fiscal, seja principal (pagamento) ou acessória (obrigação de fazer e não fazer).
Por exemplo, se uma pessoa tiver um carro terá que pagar o IPVA, porque existe uma lei ordinária do Estado do Rio de Janeiro estabelecendo que esta situação é um fato gerador para o pagamento do tributo devido, identificando o sujeito e a matéria tributável.
• a base de cálculo e alíquota somente poderão ser fixadas por lei.
Para aprofundar seus estudos consulte: NOGUEIRA, Roberto Wagner Lima. Vigência, aplicação, interpretação e integração da legislação tributária. Jus Navigandi, Teresina, ano 10, n. 667, 3 maio 2005. Disponível em: http://jus.uol.com.br/revista/texto/6651.
Sobre a vigência da Legislação Tributária – Artigos 101-104 do CTN
A LICCB (Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro), Decreto-lei 4.657 de 4/09/1942, lei de Ordem Pública aplicável a todos os ramos do direito, é a regra geral aplicada ao direito tributário por força do Artigo 101 do CTN, ressalvados em especial, os Artigos 103 e 104 do CTN.
acompanhe alguns Artigos importantes da LICCB.
Artigo 1º Salvo disposição em contrário, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.
Artigo 2º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue, § 1º. A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior, § 2º. A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga (salvo se houver incompatibilidade) nem a modifica a lei anterior, § 3º. Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.
Um exemplo que pudesse melhor elucidar o § 3º da LICCB seria: Lei municipal (A) fixando alíquota de ISS em 2% é revogada por outra lei (B) que majora a alíquota para 5%. Caso a lei (B) seja revogada por uma outra lei (C), e a (C) nada disponha sobre o tema, a lei (A) que fixava a alíquota em 2% não voltará a ter vigência, criando-se assim uma ausência de alíquota para se exigir o ISS dos contribuintes por que não ocorreu o efeito repristinatório, que só existe quando expressamente previsto em um diploma legal.
Artigo 3º Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.
Artigo 4º Salvo disposição em contrário, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.
Artigo 5º Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.
Artigo 6º A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
O Artigo 2º da LICCB trata dos critérios normativos para soluções de antinomias aparentes.
confira quais são esses critérios.
Critério Hierárquico 
Baseado na superioridade de uma fonte de produção jurídica sobre outras. Uma lei de superior hierarquia revoga a lei de inferior hierarquia. 
Em caso de conflito entre normas de diferentes níveis, a de nível mais alto, qualquer que seja a ordem cronológica, terá prevalência em relação à de nível mais baixo.
Critério Cronológico
Se duas normas forem conflitantes, e do mesmo nível ou escalão, prevalecerá a que foi editada por último.
Critério da Especialidade 
Uma norma é especial se contém todos os elementos típicos da norma geral e mais alguns denominados especializantes. 
A norma especial acresce um elemento próprio à descrição legal do tipo previsto na norma geral. 
O tipo geral está contido no especial, ou seja, a norma especial contém todos os elementos da geral, mais um, que é a diferença específica. 
É necessária sempre a presença da incompatibilidade para haver a revogação.
Sobre a existência da regra jurídica
Além da vigência, pode-se também falar do conceito de existência da regra jurídica. 
Uma regra jurídica existe quando editada por fonte de direito reconhecida pelo sistema jurídico. A regra que entrou no plano da existência "é". Existindo, pode ser:
Valido: se obedecidas as condições formais (órgão competente) e materiais (ratione materiae) de sua produção e consequente integração no sistema; ou
Invalido: caso contrário, contudo, a regra inválida existe e produz eficácia.
Vigência ou eficácia jurídica: é qualidade da regra jurídica (que existe é válida ou inválida) e que está apta a produzir efeitos jurídicos, isto é, incidir/juridicizar o fato ocorrido no mundo real que anteriormente foi previsto em abstrato. 
Eficácia social ou efetividade: é a repercussão dos efeitos normativos ocorridos no mundo real, na ordem dos fatos sociais, por força da incidência que produz efeito na realidade.
Sobre a aplicação da Legislação Tributária – Artigos 105 e 106 do CTN
Para Sacha Calmon Navarro Coelho, na verdade não existe o "fato gerador pendente". 
Sobre a aplicação da Legislação Tributária – Artigos 105 e 106 do CTN
A lei nova que tenha reduzido a alíquota de certo tributo, só se aplica para o futuro, sendo vedada aplicá-la ao passado, exceto se houver expressa previsão legal no corpo da mesma. 
Já nos casos de sanções tributárias o CTN em seu Artigo 106, II, "c", manda aplicar retroativamente a lei nova, quando mais favorável ao acusado do que a lei vigente à época da ocorrência do fato, prevalece assim, a lei mais branda ou lex mitior na dicção de Luciano Amaro. É a chamada retroatividade benigna em matéria de infrações.
No RE 407190/RS, do Ministro Marco Aurélio, julgado em 27.10.2004, o STF entendeu que a retroação benigna em matéria de infrações não pode sofrer limitação temporal por lei ordinária como tentou o INSS através da Lei nº 9.528/97 que deu nova redação ao Artigo 35 da Lei nº 8.212/91.
Sobre a interpretação e integração da legislação tributaria – art 107 a 112
Sobre o Artigo 108 do CTN Nem toda ausência de disposição expressa justifica a aplicação dos métodos de integração previstos no art. 108, se a questão for irrelevante, a carência de regulamentaçãoserá mero espaço ajurídico, insuscetível de preenchimento,porém, se a lacuna
caracterizar-se como uma incompletude insatisfatória do direito, uma vez que contrária a relevantes valores jurídicos, aí assimserão aplicados os métodos de integração previstos no Artigo108 do CTN.Pode haver lacunasaté no patamar Constitucional. As Constituições brasileiraspor influência da norte-americanasempre reconheceramesta possibilidade, que hoje está expressa no art. 5º § 2º da Constituição Federal.Para Ricardo Lobo Torres a enumeração do Artigo108 não é taxativa.Art. 108-I –ANALOGIA –Aplica-se ao caso emergente, para o qual não existe previsão legal, a norma estabelecida para hipótese semelhante.Art. 108, IV –EQUIDADE–Aristóteles tratou da equidade como correção em sua Ética a Nicômaco. O equitativoe o justotêma mesma natureza. A diferençaestá em que o equitativo é o justo que extrapola ao justo legal, visa a colmatação dos casos singulares não previstos em lei cuja falta ou ausênciadecorre da própria natureza das coisas. Para Ricardo Lobo Torres a remissãoprevista no art. 172, IV do CTNdeveria estar vinculadaà integração por equidadeprevista no inciso IV do art. 108 do CTN. [10]Art. 108, § 1º -PROIBIÇÃO DE ANALOGIA GRAVOSA–A proibição da analogia gravosa é decorrênciadireta do princípio da legalidadetributária, art. 150, I da CF. Muito já se disse que esta proibição de analogia guarda similitude com o Direito Penal (nullum crimen sine lege), porém Tipke lembra que enquanto o Direito Penal procura inibir certas condutas, o Direito Tributário se interessa pela realização do fato gerador.Analogia e normas antielisivasO exagerona investigação do abuso de forma jurídica e na declaração de ilicitude da elisãopodem mascarar o raciocínio analógico. Atémesmo a interpretação teleológicae a pesquisa do conteúdo econômico dos fatospodem escamotear o emprego de analogia. Ver Artigo116, parágrafo único CTN, que na verdade não consagra o uso de analogia, porquanto tem como referencial o fato gerador ocorrido e previsto em lei, não podendo ser aplicado por extensão analógica a outro fato não previsto em lei.Art. 108, § 2º -PROIBIÇÃO DE EQUIDADE O parágrafo em questão há que dialogar (revela uma antinomia) com o Artigo172, IVque prevê a remissão de crédito tributário por consideração de equidade, caso típico segundo Ricardo Lobo Torres, de correção por equidade.
Sobre o Artigo 109do CTNA questão da autonomiado Direito Tributário é ponto decisivo dos debatesem torno deste artigo. Porém, o direito é uno, nenhum ramo do direito é inteiramente autônomo, podendo apenas assumir certas peculiaridadespróprias das relações jurídicas de cada ramo. Para Sacha Calmon Navarro Coelhoeste artigo visa reprimir o abuso de formas, permitindo ao legislador (somente ao legislador!),por exemplo, equiparar a contrato de locação, para fins de imposto de renda(em que o aluguel étributado), um contrato de comodato(cessão de uso gratuita), salvo se entre parentes. O artigo quer evitaros chamados "negócios jurídicos indiretos", para que o particular não evite a tributação dizendo "comodato" onde existe na verdade uma locação. O legislador fiscal não deformao conteúdo e o alcance dos institutos conceitos e formas de direito privado, apenas que lhes atribui efeitos fiscais.Sacha Calmon defende que mesmo nos dispositivos contra-elisivos(Artigo116, parágrafo único) ou contra-evasivos(Artigo149, VII e 150, § 4º), deve-se permitir ao contribuinte a defesapara que possa provar que os seus objetivos são legais e fidedignos. Exemplo:segundo ele não pode haver uma presunção de que o comodato é um contrato inoponível à receita federal,pois que visa ocultar a percepção de alugueres (renda tributável).Veja-se o casode um tio de boa-fé que dá em comodato à sua sobrinha do interior, um apartamento na capital para que a jovem possa cursar uma universidade. Deveria ele pagar IR sobre um aluguel presuntivo sem a chance de provar a sua boa-fé? Deverá pagar imposto sobre renda inexistente?O direito tributário importa o institutocom a conformação que lhe dá o direito privado, sucessão causa mortis, compra e venda, locação, fusão de sociedadessão conceitos postos no direito privado, porém, por exemplo no direito privadoo contrato faz lei entre as partese já no direito tributárioas convenções particulares são inoponíveis ao fisco(Artigo. 23 CTN), ou seja, os efeitos tributáriosdo instituto de direito privado (contrato) são distintos de acordo com o ramo do direito a ser aplicado.Para Luciano Amaro, o silêncio da lei tributáriasignifica que o instituto foi importadopelo direito tributário sem qualquer ressalva. Se o direito tributário quiser determinar alguma modificação nos efeitos tributárioshá que ser feita de modo expresso.
Sobre o Artigo 110do CTNSegundo Sacha Calmon Navarro Coelho, o artigo vedaque o legislador infraconstitucionalpossa alterar conceitos e institutos de direito privado, com o fito de expandira sua competência tributáriaprevista no Texto Constitucional. O objetivo é preservar a rigidez do sistema na repartição das competências tributáriasaos entes da federação.Segundo Luciano Amaro,é preceito dirigido ao legislador e não ao intérprete jurídico. É matéria tipicamente de definição de competência tributária. Explicita que o legislador não pode expandir o campo de competência tributáriaque lhe foi atribuído, mediante o artifício de ampliara definição, o conteúdo ou oalcancede institutos de direito privado.Se a Constituição fala de mercadoriaao definir a competência dos Estadospara exigir o ICMS, o conceito de mercadoriahá de ser o existente no Direito Comercial, nãopodendo o legislador modificá-lo, sob a pena de admitir-sea alteração da Constituiçãovialei ordinária.Ricardo Lobo Torresindagase os conceitos de direito privado mantêm o significado originário quando se transformam em conceitos constitucionais(?). Ele mesmo mais adiante sustenta que a constitucionalização dos conceitos de Direito Privadodá-lhes dimensão pluralistae interdisciplinare lhes esclarecea compreensão.Sobre a interpretação do Artigo110, vale lembrar no STJo REsp nº 72.204(21/10/2004), cujo relator foi Ministro João Otávio de Noronha, onde ficara assentado que na venda de bens salvados de sinistro pelo segurador, decidindo contrariamente Súmula nº 152/STJ (Na venda pelo segurador, de bens salvados de sinistros, incide o ICMS).não incide o ICMS. Disse o Ministro,"Assim, de início, minha posição era aderir a esse entendimento, adotando os mesmos fundamentos que o têm sustentado. Todavia, chegou ao meu entendimento que o Supremo Tribunal Federal, em Ações Diretas de Inconstitucionalidade, deferiu liminares suspendendoas expressões "e a seguradora" das respectivas leis estaduais que, em razão de permissão contida nessa expressão, determinavam a incidência do ICMS sobre a venda de bens salvados de sinistros operada pelas seguradoras".O ministro João Otávio de Noronha entendeu que, diante do posicionamento do Supremo, as seguradoras têm razão, ou seja, não há incidênciado ICMS. Veja as palavras dele,"Tenho que as seguradoras, ao venderem os salvados, fazem-no com o intuito de se ressarcirem das despesas das indenizações que são obrigadas a honrar por força do contrato. Elas adquirem os salvados quanto houverem de pagarindenização integral em razão da perda de pelo menos 75% do valor segurado".Para o relator, a Lei nº 6.404/77 e os Decretos Estaduais nº 1.088/77 e 8.050/85 do Estado do Rio de Janeiro, ao determinarem a tributação da venda dos bens sub-rogatóriossalvados de sinistros pelas seguradoras, ofendem os artigos 3º e 110 do Código Tributário Nacional. Esse novo entendimento da Seção pode revogar a Súmula 152. Na ocasião, não foi feito porque a revogação só pode ser feita com a maioria absoluta dos integrantes da Seção, o que não aconteceu.Noutro julgado, de 16/11/1994, apreciando questão tributária envolvendo a COFINS das cooperativas e os atos cooperador, o Superior Tribunal de Justiça, dentre outras coisas fundamentando-se no art. 110 do CTN, decidiu que o conceito de faturamentoé de direito privado (ou seja: conjunto de faturas emitidas, a soma dos contratos
de venda realizados no período) não podendo ser alterado para incluir o ato cooperativo que não se enquadra 
neste conceito. Ademais, o cooperativismo, por seus princípios de livre adesão e de ausência de lucro, existe para facultar o acesso dos menos favorecidos ao mercado, máxime pela não tributação da pessoa jurídica nos atos cooperativos, veja,COFINS. Cooperativa. Revogação. LC n. 70/1991. (Informativo STJ nº 226)Como já firmado por este Superior Tribunal, para efeito de tributação, há que se distinguir os atos cooperativos dos não cooperativos. O art. 79 da Lei n. 5.764/1971 determina que os atos cooperativos não implicam operação de mercado ou contrato de compra e venda de produto ou mercadoria, assim, a revogação do inciso I do art. 6º da LC n. 70/1991 pelo art. 23, II, a, da MP n. 1.858/1999 (atual art. 93, II, a, da MP n. 2.158-35/2001) em nada altera a não incidência da COFINS nesses atos. Note-se que o parágrafo único do art. 79 da Lei n. 5.764/1971 não está revogado frente à ausência de qualquer antinomia legal. A própria doutrina é uníssona ao afirmar que, pelas peculiaridades inerentes à cooperativa, notadamente ao considerá-la representante dos associados, não devem ser tidos por receita os valores que nela ingressam decorrentes da conversão de produto (bens ou serviços) do associado em dinheiro ou crédito, nas alienações em comum, ou recurso do associado que é convertido em bens ou serviços, nas de consumo ou ainda, neste último caso, a reconversão em moeda após o fornecimento feito ao associado. Note-se que o conceito de faturamento, de Direito Privado, que determina a incidência da COFINS não pode ser alterado (art. 110 do CTN),restando serdefinido como o conjunto de faturas emitidas, a soma dos contratos de venda realizados no período, operação tal que não resulta do ato cooperativo. Note-se ser a questão assemelhada à das sociedades civis prestadoras de serviço, em que este Superior Tribunal vem se posicionando no sentido de que lei ordinária não poderia revogar determinação de lei complementar, levando à conclusão de que a revogação trazida pela Lei n. 9.430/1996 não atingiria a isenção conferida pela LC n. 70/1991 àquelas sociedades. Porfim, o cooperativismo, por seus princípios de livre adesão e de ausência de lucro, existe para facultar o acesso dos menos favorecidos ao mercado, notadamente pela não tributação da pessoa jurídica nos atos cooperativos, e, se o Fisco desconsiderar esse aspecto social, não haverá mais razão para que se associem, pois prevaleceria apenas a duplicação da carga tributária. Com esse entendimento, a Seção, ao prosseguir o julgamento, por maioria, deu provimento ao especial. Precedentes citados: REsp 543.828-MG,DJ 25/2/2004; AgRg no REsp 385.416-MG, DJ 4/11/2002; AgRg no REsp 433.341-MG, DJ 2/12/2002; AgRg no REsp 422.741-MG, DJ 9/9/2002, e AgRg no REsp 429.610-MG, DJ 29/9/2003. REsp 616.219-MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 27/10/2004.
Sobre o Artigo 111do CTNPara Sacha Calmon Navarro Coelho, ainterpretação literal não é interpretação mesquinha ou meramente gramatical, mas, sim, interpretação estrita sem utilização de interpretação extensiva. As exceções devem ser compreendidas com extrema rigidez.O elemento literalé absolutamente insuficiente, já o afirmamos. A regra do Artigo111 há de ser entendida, consoante ensina Hugo de Brito Machado, no sentido de que as normas reguladoras das matérias ali mencionadas não comportam interpretação ampliativanem integração por equidade. Sendo possível mais de umainterpretação, razoáveis e ajustadas aos elementos sistemático e teleológico, deve prevalecer aquela que mais se aproximardo elemento literal.Para Ricardo Lobo Torres, a interpretação literal é um limitepara atividade do intérprete, ou seja, tendo por início o texto do direito positivoo intérprete encontra o seu limite no sentido possíveldaquela expressão linguística. Ir além do sentido possíveldas palavras da lei, é adentrar o intérprete no campo da integraçãoe da complementação do direito. O que o CTN está no Artigo111, é impedindo o usode analogia e equidadeao prescrever a interpretação literal para asisenções, homenageando assim o princípio da legalidade. Ricardo Lobo Torres, porém, admite que a interpretação literalé vista pela doutrinacom o sentido de uma interpretação restritiva.No julgamento do REsp 251-257(20/10/2004). IMPORTAÇÃO DE PRODUTOS EM NAVIO DE BANDEIRA BRASILEIRA. A relatora, ministra ELIANA CALMON, lembrou que, para proteger o transporte marítimo nacional, o Decreto-Lei 666/69veio instituir uma espécie de reserva de mercado para os navios de bandeira brasileira, oferecendo aos seus usuários favor fiscal consubstanciado na isenção do IPI.Entretanto, afirmou a ministra, não pôde o legislador, mesmo naquela época, esquecer uma situação que, passados mais de 30 anos, ainda não se alterou, que é a insuficiência de navios de bandeira nacional."Por isso mesmo, o referido decreto-lei contemplou algumas exceções, dentre elas, a utilização de navios estrangeiros sob a forma de afretamento, exigindo o mesmo diploma, que a exceção fosse adredemente autorizada,por ser medida excepcional".A ministra Eliana Calmon ressaltou que a jurisprudência do STJé rica em precedentes, todos no sentido de só contemplar o benefício para as mercadorias transportadas em navios de bandeira brasileira."Entendo que a hipótese não comporta interpretação extensivapor duas razões: primeiro, estamos diante de uma norma isencional, a qualdeve ter interpretação literal, como estabelecido está no artigo 111, I, do CTN; segundo, a utilização de transporte por navio afretadoé regra do DL 666/69, de caráter excepcional".
Sobre o Artigo 112do CTNPara Sacha Calmon Navarro Coelho,este artigo possui uma redação de inspiração juspenalistaporquanto consagra o in dubio pro contribuinte (interpretação benigna) na aplicação das matérias atinentes ainfraçõese penalidades. Ele defende a tese de que este artigo não é antinômico com o Artigo136que trata da objetividade do ilícito tributário, é que láse cuida da capitulação do ilícito, e aqui da sua interpretaçãono julgamento pelos órgãos administrativos e judiciais, onde fica patente a necessidadeda pesquisa do elemento subjetivo.
Aula 6: Fato Gerador e Sujeito Passivo 
Fato Gerador: é um fato praticado por alguém, (sujeito passivo) que ira gerar acarretar, uma obrigação tributaria (principal ou acessória).
O que acontece para existir um fato gerador
Os elementos que compõem um fato gerador são:
• lei;
 • situação jurídica;
 • sujeitos passivos; e
 • sujeitos ativos.
Os aspectos do fato gerador são:
• material; 
 • pessoal; 
 • temporal;
 • espacial; e
 • valorativo.
As situações do fato gerador podem ser:
• de fato, aquela em que o fato se concretizará independentemente da condição futura. A realização do fato gerador é automática, por exemplo a exportação de uma mercadoria, o ato de exportar, já realiza o fato gerador do Imposto de Exportação);
• de direito, aquela em que o fato será definitivamente concretizado quando houver a realização de uma condição futura. Por exemplo, a doação de um imóvel, pois somente após a doação se realizará a incidência do Imposto ITD.
Vários são os termos que surgiram para designar o antecedente da norma tributária, que é o fato que deve ocorrer para que, produzindo seus efeitos, forme a relação jurídica tributária. As expressões mais comuns estabelecidas pela doutrina são “fato gerador” e “hipótese de incidência“.
O fato gerador indica a ocorrência de um determinado procedimento que gera, no mundo fenomênico, uma obrigação tributária. Porém, para surgir esta obrigação tributária é imprescindível que a ocorrência da situação - fato - esteja prevista em lei.
costuma-se definir o fato gerador como uma situação abstrata, descrita na lei, a qual, uma vez ocorrida em concreto enseja o nascimento da obrigação tributária. Logo, essa expressão fato gerador pode ser entendida em dois planos: no plano abstrato da norma descritiva do ato ou do fato e no plano da concretização daquele ato ou fato descritos. 
(Kiyoshi
Harada)
O fato que gera uma obrigação tributária é utilizado como sinônimo da hipótese de incidência, mas há um diferencial entre as duas expressões, acompanhe.
Fato Gerador: É a ocorrência de um fato concretamente, é o acontecimento do fato.
Hipótese de Incidência: É a descrição abstrata de um fato na lei que gerará uma obrigação tributária, caso ocorra.
Para ambas as situações factuais, concreta e abstrata, é utilizada a expressão “fato gerador”, inclusive como sinônimo de “hipótese de incidência” sendo apenas uma questão de divergência terminológica. 
Estas expressões foram adotadas pelo Código Tributário Nacional em 1966 e, até mesmo depois, a Constituição de 1988 mostra mais uma vez as mesmas como sinônimos.
A duplicidade no emprego do termo fato gerador e hipótese de incidência pelo Código Tributário Nacional torna-se claramente evidenciada quando da análise comparativa do artigo 116 e o inciso II, do artigo 104. Acompanhe.
Artigo 116 “salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador (...)”, tratando-se de situação de fato, desde o momento em que se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios;
Inciso II, do Artigo 104 “entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda: I - (...) II - que definem novas hipóteses de incidência”. 
Observa-se que ambas as expressões são apregoadas pelo Código, no entanto, reiteradamente são utilizadas como sinônimas.
Como exemplos, o Código Tributário Nacional anuncia os fatos geradores (hipóteses de incidência) de cada tributo:
• o Artigo 46, que define a hipótese de incidência do IPI, dizendo que “o imposto, de competência da União, sobre produtos industrializados tem como fato gerador: (...)”; 
• o Artigo 63, que define a hipótese de incidência do IOF, “o imposto, de competência da União, sobre operações de crédito, câmbio e seguro, e sobre operações relativas a títulos e valores mobiliários tem como fato gerador: (...)”; ou 
• ainda a hipótese de incidência do ICM/S, discriminada no Artigo 1° do Decreto-lei nº 406, de 31.12.1968, diz que “o Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias tem como fato gerador: (...)”.
A questão desta dúbia interpretação é somente o resultado da exatidão linguística indispensável no trabalho e na pesquisa científica, utilizada pelos doutrinadores do Direito.
acompanhe os conceitos.
Sujeito ativo : Conforme o Artigo 119 do CTN, “Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público titular da competência para exigir o seu cumprimento”, é aquele que tem o direito de exigir a obrigação tributária imposta ao sujeito passivo, é o credor, ou seja, o que integra o polo ativo da relação jurídica tributária.
O sujeito ativo será sempre quem tiver a competência para cobrar o tributo ou exigir o cumprimento de uma obrigação tributária acessória.
O CTN, nos Artigos 121 e 122, prevê a existência de dois sujeitos passivos, o da obrigação acessória e o da obrigação principal que se divide em direto e indireto, ou seja, o contribuinte e o responsável.
sujeito passivo: A obrigação tributária principal e/ou acessória é dever do sujeito passivo assim como o crédito tributário é direito do sujeito ativo, nascendo assim a relação jurídica tributária entre estes dois sujeitos, passivo e ativo. 
Acompanhe, agora, os conceitos de fato gerador da obrigação principal e acessória clicando nos itens.
O Artigo 114 do CTN, diz que "fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência", ou seja, é a situação de fato que gera a obrigação tributária de pagamento imposta ao sujeito passivo a crédito do sujeito ativo.
Para a ocorrência do fato gerador da obrigação principal é preciso que esteja este fato, definido em “lei”, ou seja, é matéria compreendida na reserva legal, não podendo a legislação infralegal discriminar a situação hipotética geradora da obrigação principal. 
O fato gerador da obrigação principal está submetido ao princípio da estrita legalidade descrita na Constituição Federal no inciso I, do Artigo 150, quando diz ser vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça.
O fato gerador da obrigação acessória está descrito no Artigo 115 do CTN, como sendo qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. Quando o Artigo 115 diz “na forma da legislação aplicável”, está dizendo que não necessariamente deva ser definido por “lei”, pode ser definido pela legislação infralegal.
Hugo de Brito Machado, ilustrando o nascimento de um fato gerador de uma obrigação acessória, exemplifica dizendo que “A situação de quem é estabelecido comercialmente faz nascer as obrigações acessórias de não receber mercadorias sem o documento fiscal correspondente e de tolerar a fiscalização em seus livros e documentos”. 
Assim, o fato gerador da obrigação acessória não necessariamente está ligado à obrigação principal, estão ligados independentemente, ou seja, uma situação factual pode ser fato gerador de uma obrigação acessória sem haver essencialmente uma obrigação principal a cumprir.
Ainda, a Constituição de 1988, no mesmo sentido adotado pelo CTN, emprega a expressão também no sentido de previsão abstrata - hipótese de incidência. Temos o exemplo do inciso I do artigo 154, no qual impede que sejam instituídos impostos cujo fato gerador ou base de cálculo seja próprio dos impostos já discriminados na Constituição.
Outro exemplo, porém no sentido de fato gerador concreto de uma obrigação tributária, está contido no parágrafo 7° do artigo 150, onde diz que “a lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido”.
O que é relevante sobre esta altercação para distinguir os tipos dos conceitos terminológicos corretos a serem empregados é ter ciência de empregá-los no sentido corrente que a expressão “fato gerador” tem no âmbito do Direito Tributário.
Sujeito Ativo Conforme preceitua o artigo 119 do CTN, “Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público titular da competência para exigir o seu cumprimento”, é aquele que tem o direito de exigir a obrigação tributária imposta ao sujeito passivo, é o credor, ou seja, o que integra o polo ativo da relação jurídica tributária.A interpretação deste dispositivo ocupa duas correntes doutrinárias divergentes onde de um lado, alguns autores alegam que somente as pessoas jurídicas de direito público dotadas de poder legislativo podem ser sujeito ativo de uma obrigação tributária, como Hugo de Brito Machado [1], quando diz que:“Não há de se confundir a condição de sujeito ativo com a de destinatário do produto da arrecadação ou fiscalização de tributos, ou da execução de leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária. Essas atribuições podem ser conferidas por uma pessoa jurídica de direito público a outra, mas isto não implica transferência de condição de sujeito ativo. (...) Às pessoas jurídicas de direito privado apenas podem ser atribuídas as funções ou encargos de arrecadar, o que não constitui delegação de competência (CTN, art. 7°).” Caso fosse interpretado o disposto no artigo 119 do CTN conforme alguns dispositivos da Constituição Federal, haveria uma restrição que levaria, por consequência, como ilegais as cobranças de qualquer contribuição fundamentada, por exemplo, no artigo 149 da Constituição Federal, ou seja, todas as contribuições de natureza para fiscale também nos casos de sujeição ativa auxiliar [2]. Do outro lado, outros autores alegam que para ser sujeito ativo da relação tributária, independe do sujeito titularizar
o exercício da competência tributária ou não. É o que entende Eduardo Marcial Ferreira Jardim [3], quando diz que o sujeito ativo “é a pessoa incumbida do direito subjetivo de promover a cobrança do tributo. Embora no mais das vezes o sujeito ativo seja a própria pessoa constitucional titular da competência tributária, nem sempre esta ocupa o poloativo da obrigação.”Paulo de Barros Carvalho [4] reforça dizendo que “O sujeito ativo é o titular do direito subjetivo de exigir a prestação pecuniária e, no direito brasileiro, pode ser uma pessoa jurídica, pública ou privada, se bem que não vejamos empecilho técnico de que seja uma pessoafísica.”Ainda, no tocante à literalidade do disposto no artigo 119 do CTN, o jurista é contundente ao afirmar que “Se nos ativéssemos à mensagem isolada desse preceptivo, teríamos de 
suprimir gama enorme de possíveis sujeitos ativos, circunscrevendo a titularidade do direito subjetivo de exigir os gravames tão somenteàspessoas jurídicas de direito público, portadoras de personalidade política”.[5] Continua adiante, dizendo “que para alguns consubstancia uma „interpretação literal‟, é algo precário enquanto não ingressar no concerto do sistema, enquanto seu sentido não entrar no jogo das significações do conjunto de que é parte” [6] combatendo a chamada “interpretação literal” na qual alguns autores se sustentam Oingresso no sistema, de que é tratado, tem relação a mandamentos constitucionais que permitem a transferência da capacidade ativa, dos que detém a capacidade legislativa, para outro ente público ou privado, físico ou jurídico.Eurico Marcos Diniz de Santo[7] simplifica a questão quando diz que:“O poloativo da relação jurídica intranormativa tributária -de regra -é singular. Nada impede, no entanto, que a lei determine que seja plural. Desde que satisfeitas às condições da lei, poderá figurar a pessoa política detentora da competência impositiva, ladeada de, por exemplo uma autarquia a qual recebeu capacidade jurídica para esse fim. Ambas, assim, concomitantemente titulares do direito subjetivo de exigir a respectiva prestação.” A capacidade tributáriaativa diferencia-se da competência tributária, pois esta, nas palavras de Roque Antônio Carraça [8] “é a possibilidade de criar, in abstracto, tributos, descrevendo, legislativamente, suas hipóteses de incidência, seus sujeitos ativos, seus sujeitos passivos, suas bases de cálculo e suas alíquotas”, enquanto aquela, é decorrente de prévia autorização legal disposta a outrem de exigir do sujeito passivo o cumprimento de um dever jurídico tributário principal ou acessório.Assim, o sujeito ativo pode ser dito como a pessoa jurídica de direito público ou agente público [9] que lhe faça as vezes, com personalidade jurídica para figurar no poloativo da relação jurídica tributária estabelecida, ou seja, todo aquele que possui capacidade tributária ativa, porém, nem todo que exerce a capacidade tributária possui competência tributária, como no caso referente ao INSS, SESC, SESI, etc., pois estes possuem a capacidade de cobrar os tributos a eles referentes, enquanto que a competência legislativa tributária é da União.É o titular do poder de tributar, atributo este, proveniente da soberania do Estado dado pelos contribuintes através de seus representantes do poder legislativo, para a criação do tributo. É o autoconsentimento para a tributação restringindo o governante de exigir diretamente o pagamento de tributos dos contribuintes.
Outro ponto referente a sujeição ativa é quando uma pessoa política tributante for criada através de desmembramento territorial de outra, ou outras pessoas políticas. No caso de derivar de outra, a legislação a ser aplicada será a de que deu origem ao novo ente político até que entre em vigor sua própria legislação.Já, no caso de derivar de mais de uma, sendo as legislações diferentes, então a lei de criação da nova entidade política expressará sobre qual legislação será aplicável, sendo omisso, aplicar-se a leis mais benéfica ao contribuinte.Sujeito PassivoO CTN em dois dispositivos -artigos 121 e 122 do CTN -prevê a existência de dois sujeitos passivos, o da obrigação acessória e o da obrigação principal que se divide em direto e indireto, ou seja, o contribuinte e o responsável.A obrigação tributária principal e/ou acessória é dever do sujeito passivo assim como o crédito tributário é direito do sujeito ativo, nascendo assim a relação jurídica tributária entre estes dois sujeitos, passivo e ativo.Souto Maior Borges[10] conclui afirmando “que o direito de crédito tributário é (...) o reflexo de uma obrigação de determinado sujeito passivo com relação ao Fisco.”Sujeito Passivo da Obrigação AcessóriaO sujeito passivo da obrigação acessória, conforme o artigo 122 do CTN, é a pessoa obrigada às prestações (dever de prestar) que constitui o seu objeto, ou seja, a pessoa obrigada a fazer, a não fazer ou tolerar uma gama de deveres no interesse da arrecadação e da fiscalização tributária, ou seja, são componentes do objeto principal.Hugo de Brito Machado[11] considera que o sujeito passivo da obrigação acessória “é a pessoa à qual a legislação tributária atribui deveres diversos do dever de pagar. (...) Qualquer dever diverso do pagamento atribuído pela legislação tributária a qualquer pessoa, no interesse da arrecadação ou da fiscalização de tributos, é obrigação acessória, na linguagem do Código Tributário Nacional.”O sujeito passivo da obrigação acessória se difere do sujeito passivo da obrigação principal devido ao fato deste ser o responsável pelo pagamento do tributo ou penalidade 
pecuniária, enquanto aquele cumpre as obrigações impostas pela legislação tributária no interesse da arrecadação ou da fiscalização de tributos.Sujeito Passivo da Obrigação PrincipalConforme prescreve o artigo 121 do CTN, "Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. Parágrafo único: o sujeito da obrigação principal diz-se: I -contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador; II -responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa em lei".O sujeito passivo da obrigação principal caracteriza-se, independentemente dos aspectos econômicos implícitos na relação jurídica tributária, pela prática de um comportamento qualificado como tributável pela legislação tributária.Luciano Amaro[12] diz que "a identificação do sujeito passivo da obrigação principal (gênero) depende apenas de verificar quem é a pessoa que, à vista da lei, tem o dever legal de efetuar o pagamento da obrigação, não importando indagar qual o tipo de relação que ela possui com o fato gerador". Assim, o sujeito passivo da obrigação principal é aquele obrigado a pagar -um dar, um entregar -o tributo ou uma penalidade pecuniária ou multa, podendo ser classificado como sujeito passivo direito e indireto. Sujeito Passivo DiretoO sujeito passivo direto é o contribuinte, ou seja, aquele que tem relação pessoal e direta com a situação que constitua o fato gerador tributário -fato típico prescrito na lei. Se o sujeito passivo direto não cumpre com a obrigação tributária,então ele (o contribuinte) é o próprio a ser responsabilizado pelo inadimplemento da obrigação.Sujeito Passivo IndiretoO sujeito passivo indireto é o responsável pelo pagamento do tributo, ou seja, aquele que não se reveste necessariamente na condição de contribuinte, tendo relação indireta com o fato tributável. 
Devido a uma disposição legal, a obrigação tributária é atribuída a uma pessoa diversa daquela relacionada com o ato ou negócio jurídico tributado, sendo neste caso a própria lei que substituio sujeito passivo direto pelo indireto. Luciano Amaro[13] denomina "modificação subjetiva no polopassivo da obrigação".Rubens Gomes de Souza[14] complementa dizendo que o Estado tem o “interesse ou necessidade de cobrar o tributo de pessoa diferente: dá-se então a sujeição passiva indireta. A sujeição passiva indireta apresenta

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