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Gestão Financeira - CVL, Alavancagem e Ponto de Equlíbrio

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ 
GESTÃO FINANCEIRA 
 
 
 
 
OTÁVIO MACHADO MARRA 
LEANDRO COELHO GARCIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
VISÃO GERAL QUANTO A ANÁLISE CVL, ALAVANCAGEM FINANCEIRA E 
PONTO DE EQUILÍBRIO. 
 
 
 
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SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 4 
2. ANALISE CUSTOXVOLUMEXLUCRO .......................................................................... 4 
2.1. MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO....................................................................................... 5 
2.2. MARGEM DE SEGURANÇA OPERACIONAL .............................................................. 6 
3. ALAVANCAGEM FINANCEIRA ...................................................................................... 6 
3.1. FUNCIONAMENTO............................................................................................................ 6 
3.2. GRAU DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA .................................................................... 7 
3.2.1.Interpretação dos dados .................................................................................................. 7 
4.PONTO DE EQUILÍBRIO ...................................................................................................... 8 
4.1. RELAÇÃO COM O LUCRO .............................................................................................. 8 
4.2. PONTO DE EQUILÍBRIO ECONÔMICO ........................................................................ 9 
4.3. PONTO DE EQUILÍBRIO FINANCEIRO ........................................................................ 9 
5. BIBLIOGRAFIA..................................................................................................9 
 
 
 
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1. INTRODUÇÃO 
 O presente estudo decorre sobre a análise custo-volume-lucro, que 
consiste em uma técnica de análise que permite avaliar as relações entre 
diversas variáveis como vendas, custos e o nível de operação que está sendo 
desenvolvido e o lucro que é alcançado ou desejado em relação a um cenário 
econômico, e apoiar na tomada de decisões, auxiliando o planejamento, a 
gestão e controle da contabilidade organizacional. 
2. ANALISE CUSTOXVOLUMEXLUCRO 
 A análise de custo, volume e lucro é uma técnica de avaliação dos 
impactos causados pela alteração do volume de produção, nos custos e lucros 
de uma organização, e assim fornecer uma ferramenta que auxilia os gestores 
nas tomadas de decisões e no planejamento no que se refere aos parâmetros 
de operação da sua empresa para controlar e otimizar os seus retornos. 
 Esta ferramenta necessita, porém de hipóteses para que seus resultados 
sejam validados e compreendidos: 
 As mudanças nas receitas e custos ocorrem devido a mudanças no número de 
unidades produzidas e vendidas. 
 Os custos totais devem ser separados em custos fixos, os quais não variam 
conforme o nível de produção, e em custos variáveis, que variam de acordo 
com a produção. 
 O preço de venda, os custos fixos e os variáveis são conhecidos e 
permanecem constantes dentro do período analisado. 
 As receitas e os custos variáveis são lineares com relação à produção dentro 
de um período de análise. 
 A análise cobre um único produto ou, quando da existência de múltiplos 
produtos, a proporção de venda desses produtos no todo se manterá constante 
quando da alteração da quantidade total de unidades vendidas. 
 Todas as receitas e custos podem ser agregados e comparados sem levar em 
consideração o valor do dinheiro no tempo. 
 
 
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 A figura abaixo ilustra os conceitos ou técnicas utilizadas e suas 
interpendências, para análise do CVL. 
 
 
 
Figura 1: Análise CVL e Técnicas Relacionadas. 
Fonte: Marcos Antonio de Souza, Carla Schnorr e Fernanda Baldasso Ferreira (2011). 
 
 
2.1. MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO 
 
 Consiste no valor que resulta das vendas sem contar os custo e 
despesas que variam de acordo com o produto, ou seja, quanto maior este 
valor ou percentual dele, maior será a contribuição do produto nos lucros da 
organização. A figura 2 contem o modelo matemático que obtém o valor de 
margem de contribuição. 
 
Figura 2 Cálculo de margem de contribuição. 
Fonte: Manoel Vilsonei Menegali, Realdo de Oliveira (2012). 
 
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 Assim o valor da margem de contribuição pode ser um indicador da 
rentabilidade dos produtos e assim auxiliar nas tomadas de decisões, como 
priorizar a produção de um determinado produto mais rentável, portanto se 
torna um fator importante nas tomadas de decisões. Porém vale ressaltar que 
fatores limitadores de produção e relação com clientes podem influenciar nas 
decisões da empresa, cabendo aos gestores às análises necessárias. 
 
2.2. MARGEM DE SEGURANÇA OPERACIONAL 
 
 O valor da margem de segurança operacional corresponde ao valor das 
vendas, sejam as realizadas ou planejadas, que excederam o ponto de 
equilíbrio, tendo a forma 
 𝑀𝑆𝑂 = 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 − 𝑃𝐸; (1) 
 
sendo 𝑃𝐸 o ponto de equilíbrio, definido na sessão 4 deste trabalho acadêmico. 
 
 Este parâmetro indica os impactos nos lucros da organização e também 
permitem avaliar o quanto as vendas poderiam estar abaixo do esperado, ou a 
que valor excedente ao ponto de equilíbrio para que garanta a sua 
lucratividade. 
 
 A margem de segurança operacional também pode ser interpretada 
como o controle dos riscos dos negócios de uma organização, por exemplo, 
uma empresa que opera sobre o ponto de equilíbrio pode operar no prejuízo 
devido a uma alteração indesejada na demanda, o que significa um alto risco 
de operação, devendo então a situação ser evitada. 
 
3. ALAVANCAGEM FINANCEIRA 
 Pode-se definir alavancagem financeira como sendo o uso do capital do 
terceiros de forma que este produza efeito no patrimônio líquido (podendo este 
efeito ser tanto positivo quanto negativo). 
3.1. FUNCIONAMENTO 
 
7 
 
 Esta técnica se dá pelo uso de capital de terceiros para financiamento de 
uma parcela dos ativos da empresa e, dessa forma, sendo possível obter uma 
maior rentabilidade dos ativos da companhia. Neste caso, diz-se que é um 
caso de alavancagem positiva, onde o rendimento do patrimônio líquido foi 
maior que o rendimento dos ativos da empresa, ou seja, obteve-se um lucro 
líquido maior. 
 Seu funcionamento se baseia principalmente na dedução dos juros da 
base de cálculo do Imposto de Renda, de forma a reduzir na prática o 
porcentual de imposto pago sobre o capital de terceiros. Como resultado, se 
obtém uma maior rentabilidade visível no lucro líquido (após dedução da carga 
tributária), mesmo sendo o pagamento dos juros devidos ao capital externo. 
 
3.2. GRAU DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA 
 O grau de alavancagem financeira pode ser calculado pela seguinte 
fórmula: 
 𝐺𝐴𝐹 =
𝑅𝑃𝐿
𝑅𝐴𝑇
. (2) 
 
 Sendo RPL (retorno sobre patrimônio líquido) a razão entre o lucro 
líquido e o patrimônio líquido da companhia e RAT (retorno sobre ativo total) 
razão entre o lucro após deduzido os impostos (não descontados os juros) e os 
ativo total. Sendo assim, o GAF assume a forma de um coeficiente entre a 
rentabilidade real obtida com a alavancagem e a rentabilidade que teria sido 
obtida sem o uso da mesma. 
 
3.2.1. Interpretação dos dados 
 Tem-se os três cenários abaixo possíveis para o valor do coeficiente 
GAF: 
 GAF=1: Alavancagem nula, ou seja, o capital de terceiros não está 
trazendo maior rentabilidade à empresa nem apresentando um risco à 
mesma. 
 GAF>1: Alavancagem positiva, ou seja, o capital de terceiros está 
trazendo maior rentabilidade à empresa. Quanto maior este valor, maior 
é o acréscimo de rentabilidade obtido 
 GAF<1: Alavancagem negativa. Neste caso, o capital externo apresenta 
um risco à empresa visto que está consumindo recursos da mesma. 
Esta situação deve ser sempre evitada. 
 
84. PONTO DE EQUILÍBRIO 
 O Ponto de Equilíbrio é atingido quando a empresa produz e vende a 
quantidade de produtos suficiente para cobrir todos os custos e despesas de 
funcionamento. É a partir deste ponto que a empresa passa a ser rentável e a 
obter lucro. 
 O ponto de equilíbrio é definido pela fórmula: 
 𝑃𝐸 =
𝐶𝐷𝐹
𝑀𝐶𝑈
; 
 
(3) 
onde, CDF são os Custos e Despesas Fixos (parcela das despesas da 
empresa que independem da quantidade do volume de produção), e MCU a 
Margem de Contribuição Unitária, ou seja, quanto de lucro é obtido com a 
venda de um produto, e definido pela fórmula: 
 𝑀𝐶𝑈 = 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑒 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎 − (𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑠 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜𝑠 + 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠). 
 
(4) 
 
4.1. RELAÇÃO COM O LUCRO 
O Gráfico abaixo demonstra visualmente a relação entre Lucro e o Ponto de 
Equilíbrio: 
 
Figura 3: Gráfico da relação entre Receita Líquida Total e Custo e Despesas Totais para obtenção do 
Ponto de Equilíbrio. Fonte: HOJI, Masakazu; Administração Financeira [São Paulo]: Atlas, 2004 p. 342 
 
9 
 
 A partir do gráfico da Figura 1, é visível que o lucro é obtido pela 
diferença entre Receitas Líquidas Totais (quanto foi arrecadado pela empresa) 
e os Custos e Despesas Totais (custos e despesas operacionais inerentes à 
atividade). A partir deste ponto, quanto maior também é o lucro obtido pela 
empresa. Em um volume de vendas menor que o PE, não há lucro, apenas 
amortização de despesas, e isso se deve aos Custos e Despesas Fixos que 
são constantes. 
 
4.2. PONTO DE EQUILÍBRIO ECONÔMICO 
 Analogamente, o Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE) pode ser definido 
da mesma forma, considerando-se também os custos financeiros do exercício 
(juros, por exemplo) somado aos Custos e Despesas Totais. 
4.3. PONTO DE EQUILÍBRIO FINANCEIRO 
 Pode-se definir como Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF) o Ponto de 
Equilíbrio quando deduzido dos custos e despesas à vista os encargos com 
amortizações e depreciações. Neste caso deve ser considerada também 
somente a produção que gerou receita à vista. Sendo assim, o PEF 
comumente apresentará um valor menor que PE, sendo um indicativo de 
resultado de curto prazo. 
 
5. BIBLIOGRAFIA 
[1] VILSONEI MENEGALI, Manoel; DE OLIVEIRA, Realdo. CUSTO/VOLUME/LUCRO 
COMO FERRAMENTA GERENCIAL ESTRATÉGICA EM ANÁLISES DE 
RENTABILIDADE: ESTUDO DE CASO EM UMA INDÚSTRIA QUÍMICA. Seminário 
de Ciências Sociais Aplicadas, v. 3, n. 3, 2012. 
[2] DE SOUZA, Marcos Antonio; SCHNORR, Carla; FERREIRA, Fernanda Baldasso. 
Análise das relações custo-volume-lucro como instrumento gerencial: um estudo 
multicaso em indústrias de grande porte do Rio Grande do Sul. Revista de 
Contabilidade e Organizações, v. 5, n. 12, p. 109-134, 2011. 
[3] CALLADO, Aldo Leonardo Cunha; DE LIMA ALBUQUERQUE, José; DA SILVA, 
Ana Maria Navaes. Análise da relação custo/volume/lucro na agricultura familiar: o 
caso do consórcio mamona/feijão. CEP, v. 52171, p. 030, 2007. 
[4] HOJI, Masazaku. Administração Financeira: Uma Abordagem Aplicada. São 
Paulo: Atlas, 2004.

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