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O PAPEL DA CULTURA AFRO E INDIGINA

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 semestre do curso de 
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	3
DESENVOLVIMENTO	4
CONSIDERAÇÕES FINAIS	12
REFERÊNCIAS	13
Após concluir o seu trabalho, será necessário atualizar a paginação do sumário. Para isso, clique sobre algum dos itens acima, com o botão direito do mouse, selecione a opção “atualizar campo” e, depois, “atualizar apenas os números de página”. Apague essas informações após finalizar a edição do arquivo.
INTRODUÇÃO
 O objetivo deste trabalho é compreender uma pequena parte da história da cultura afro- brasileira e indígena, por linhas históricas, entendendo um pouco sobre a realidade atual desses povos que fazem parte da identidade da nação brasileira.
Este ensaio aborda algumas vertentes históricas, com o propósito de tentar compreender um pouco mais sobre dois povos importantes para a formação da sociedade brasileira: os afrodescendentes e os índios. Com relação aos afro-brasileiros, pode-se
afirmar que constituem um povo formado a partir dos negros que foram trazidos da África para mão de obra escrava, que muito contribuiu para a cultura brasileira.
O índio, habitante nativo brasileiro, viu seu número ser reduzido a menos da metade, desde a época do descobrimento e, mesmo assim, se manteve firme aos seus costumes. A luta, agora, é pela educação de uma forma singular: do índio para o índio, a fim de não perder seus costumes e garantir sua permanência.
8
DESENVOLVIMENTO
O papel da cultura afro-brasileira e indígena para democratização social
A partir da lei 10.639/2003 (BRASIL, 2003), pode-se fazer uma reflexão do quão atrasada estava a legislação brasileira e as diretrizes necessárias para que a cultura afro- brasileira ganhasse status de matéria necessária no currículo no ensino brasileiro. Desde que o Brasil foi descoberto, os negros fazem parte da história e construção deste país, trazendo consigo toda a força e a riqueza histórica.
Nos séculos XVIII e XIX, devido à necessidade de mão de obra nas fazendas, lavouras de cana de açúcar e afazeres domésticos, os africanos foram trazidos ao Brasil, sendo, na sua totalidade, via navios negreiros, local onde ocorriam todas as atrocidades humanas como superlotação, fome, falta de higiene, falta de água.
1 A cultura afro-brasileira
Ao chegarem ao Brasil, os africanos passaram a conviver com diversos grupos, povos e raças. Com essas relações sociais, para garantir sobrevivência, se formaram relações intergrupais, construindo espaços e recriando uma cultura que foi deixada para
traz, após a saída da África. Com todo esse processo, os negros foram deixando marcas que influenciam na vida cotidiana dos brasileiros, até a atualidade. Influências essas que ocorrem na religião, na música, na culinária, no idioma. Ao mesmo tempo, a cultura africana contribuiu positivamente à sociedade brasileira, construindo o que chamamos de identidade cultural.
No campo da religião, há um grande mito sobre a forma que os africanos influenciaram a religiosidade e a maneira como cultuam seus deuses. Algumas religiões mais conhecidas são o islamismo, o calundu, o candomblé e a umbanda (originalmente brasileira). O islamismo chegou ao Brasil com os negros no século XIX. Os africanos islâmicos eram conhecidos por malês e utilizavam como símbolos de sua religião os amuletos com orações, com o objetivo de lhes proteger do mal.
O calundu veio entre os séculos XVII e XVIII; era representado pela prática do curandeirismo e o uso de ervas; essas práticas, por suas características, foram ameaçadas pelas autoridades locais. O candomblé, que teve seu início, no Brasil, no século XIX, se resume à prática de oferendas aos ancestrais, os chamados orixás e voduns; existem várias nações do candomblé, representadas pelas nações africanas que influenciaram a criação de outra religião, a umbanda, que além de características africanas, também tem suas raízes no catolicismo e no espiritismo.
A escravidão, de certa forma, delimitou os espaços possíveis de serem ocupados por esses africanos. A partir da condição social e da convivência de outros grupos foi possível criar novas formas de se expressar culturalmente. Por isso, as irmandades são tão importantes quanto qualquer outra forma de expressão, pois permitiram o encontro de africanos que queriam manifestar aquelas que se tornaram também as suas crenças e compartilhar suas visões de mundo. (MATTOS, 2012, p. 167)
Além da religião, o africano trouxe também uma grande referência para a nossa música; os famosos batuques aconteciam em praças públicas, geralmente aos domingos, que era o dia em que os escravos tinham folga; então, juntavam os escravos, os libertos, os crioulos (mistura de negro com branco), faziam uma grande roda e dançavam, usando tambores e palmas. A partir disso, foi criado o semba, nosso conhecido samba.
Nosso idioma, também deve uma grande parcela de palavras ao povo africano:
Estas são algumas palavras de origem africana: mucama, dengo, caçula, xingar, cochilar, dendê, bunda, cachaça, carimbo, marimbondo, samba, candomblé, umbanda, tanga, cachimbo, fubá, banguela, capanga, mocotó, cuíca, agogô, muamba, sunga, jiló, gogó, forró, berimbau, entre outros. (MATTOS, 2012, p. 190)
Infelizmente, após a abolição, os negros tiveram que superar grandes obstáculos para que conseguissem seu espaço na sociedade; somente após o século XX, por volta de 1920, que conseguiram ingressar na indústria e participar de movimentos de operários. De lá para cá, os negros foram lutando com a mesma força de sempre para conquistar seu espaço e seu lugar na sociedade. Nos tempos atuais, os negros ainda encontram grandes dificuldades, tendo que lidar com o preconceito, com a falta de oportunidade e o pouco espaço que lhes é oferecido.
A lei 10.639/2003 (BRASIL, 2003) nasceu para que a educação fosse complementada a partir de uma estrutura que possibilita incluir a cultura afro-brasileira nas escolas; isso claramente foi um avanço, considerando a estrutura de educação totalmente proveniente de um modelo europeu, carente de informação necessária sobre a história brasileira e suas raízes.
As diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana foi criada para complementar o que a lei 10.639/2003 exigia: a inclusão da história do afro-brasileira nas escolas. A partir desse documento, as escolas devem, além de seu conteúdo considerado padrão, também incluir história e cultura africana e indígena, para que as crianças possam quebrar paradigmas de preconceito, pois todos os brasileiros têm sangue negro, latino, europeu e de todas as etnias.
O Ministério da Educação, comprometido com a pauta de políticas afirmativas do governo federal, vem instituindo e implementando um conjunto de medidas e ações com o objetivo de corrigir injustiças, eliminar discriminações e promover a inclusão social e a cidadania para todos no sistema educacional brasileiro. (BRASIL, 2004, p. 5)
2 História e cultura indígena
Em 1500, quando o Brasil foi descoberto, os índios já habitavam o território. Os portugueses, então, por se sentir uma raça superior e ter um costume totalmente diferente, trataram de aculturar os índios, com seus costumes e religião católica. Porém, os índios não se subordinaram; assim, a resistência à escravização levou a batalhas sangrentas com os colonizadores, ao longo de todo processo de ocupação do território brasileiro, eliminando grande parte da população indígena. Em decorrência disso, os africanos acabaram por se
tornar o principal contingente a fornecer força de trabalho escrava, a partir do segundo século da conquista.
O povo indígena, basicamentedesde a descoberta, vive da natureza e do que ela pode proporcionar, como caça, pesca, cultivo de alguns cereais, tubérculos, raízes e leguminosas que fazem parte da dieta originalmente brasileira, como mandioca para a produção de farinha, batata doce, amendoim e o milho.
Os índios brasileiros, apesar das influências sofridas de outros povos, em sua maioria, mantiveram seus costumes e pequena parte de suas terras; sendo assim, foi necessário incluir, nos moldes da educação brasileira, um campo em que se trata “do índio para o índio” (TERENA, 2015, s/p), resgatando-se alguns costumes e atribuindo-se outros da sociedade moderna, para garantir seu futuro.
As políticas públicas relativas à Educação Escolar Indígena pós- Constituição de 1988 passam a se pautar no respeito aos conhecimentos, às tradições e aos costumes de cada comunidade, tendo em vista a valorização e o fortalecimento das identidades étnicas. A responsabilidade pela definição dessas políticas públicas, sua coordenação e regulamentação é atribuída, em 1991, ao Ministério da Educação. (BRASIL, 2007, p. 16)
Compreender a sociedade indígena, é respeitar um povo que antes do Brasil ser colonizado já estava aqui; na época da descoberta eram em média mais de 1000 povos distintos; respeitar as diferenças e suas especificidades garante que esse povo não diminua, pois, atualmente, encontramos no território brasileiro 253 povos, falantes de mais de 150 línguas diferentes, bem menos que na época da descoberta. Referindo-se aos povos indígenas das populações Waiãpi e Enawenê-Nawê, Azevedo (2000) escreve:
Para ambos os povos, o fato de terem sofridos graves perdas populacionais anteriores ao contato parece estimular o desejo de crescimento, de formas diferentes. O fato de que os territórios são ainda abundantes em recursos naturais para toda a população não os coloca em questão quanto à ideia de continuarem a crescer. A preocupação dos pesquisadores a eles relacionados é quanto à pressão desse crescimento frente ao agora limitado território e seus recursos. (AZEVEDO, 2000, s/p)
Atualmente, no Brasil, o dia 19 de abril é considerado como o dia do índio que, geralmente, é comemorado nas escolas para que haja a conscientização das crianças para com esse povo e seus costumes.
A recomendação de institucionalização do "Dia do Índio" tinha por objetivo geral, entre outros, outorgar aos governos americanos normas necessárias à orientação de suas políticas indigenistas. Já, em 1944, o Brasil celebrou a data, com solenidades, atividades educacionais e divulgação das culturas indígenas. Desde, então, existe a comemoração do "Dia do Índio", às vezes, estendida por uma semana, a "Semana do Índio". (FUNAI, 2017, s/p)
	1889
	Carta da Comissão de Libertos do Vale do Paraíba endereçada ao
futuro ministro da justiça, Rui Barbosa, reivindicando direito à Educação para seus filhos.
	1927
	SP - Centro Cívico Palmares foi uma entidade negra muito importante, quer pela proposta de elevação política, moral e cultural, quer pelo grau de organização e capacidade de penetração na comunidade negra. Ele foi articulado por um grupo de ativistas que estavam dispostos a encampar a luta contra o “preconceito de cor” em uma perspectiva mais política, sem
recorrer às atividades recreativas, como os bailes dançantes. Em 1929, houve a sua extinção.
	1931-
	SP - Frente Negra Brasileira destacou-se pelo maior tempo de existência,
	1937
	quantitativo de adeptos, pela visão empreendedora na execução dos projetos e por ter um olhar sensível quanto à inclusão das mulheres negras na luta. Vale destacar que as mulheres ficavam excluídas dos espaços decisórios, não tendo ficado nenhum registro da participação feminina nos
grandes conselhos.
	1945-
1946
	Convenção Nacional do Negro foi realizada em 1945 em São Paulo e em 1946 no Rio de Janeiro. Essa convenção apresentou um “Manifesto à Nação Brasileira”, que foi enviado a todos os partidos da época. O manifesto tinha seis reivindicações que deveriam constar na elaboração de uma nova constituinte:
1)Que se torne explícita, na Constituição de nosso país, a referência à origem étnica do povo brasileiro, constituído das três raças fundamentais: a indígena, a negra e a branca.
2)Que se torne matéria de lei, na forma de crime de lesa-pátria, o preconceito de cor e raça.
3)Que se torne matéria de lei penal o crime praticado nas bases do preceito acima, tanto nas empresas de caráter particular como nas sociedades civis e nas instituições de ordem pública e particular.
4)Enquanto não for tornado gratuito o ensino em todos os graus, que sejam admitidos brasileiros negros, como pensionistas do Estado, em todos os estabelecimentos particulares e oficiais de ensino secundário e superior do país, inclusive nos estabelecimentos militares.
5)Isenção de impostos e taxas, tanto federais como estaduais e municipais, a todos os brasileiros que desejam estabelecer-se com qualquer ramo comercial, industrial e agrícola, com o capital não superior a CR$ 20.000,00.
6)Considerar como problema urgente a adoção de medidas governamentais visando à elevação do nível econômico, cultural e social dos brasileiros.
	1954
	SP - Associação Cultural do Negro (ACN). A entidade tinha departamentos de cultura, esporte, estudantil e feminino. Responsável pela publicação do jornal O Mutirão e a edição de Cadernos de cultura.
Patrocinou um ciclo de conferências intitulado de “Os Encontros de Cultura Negra”. Montou uma biblioteca e articulou projetos educacionais.
	1971
	RS - Grupo Palmares (Primeiro ato evocativo de celebração do 20 de
novembro )
	1974
	BA - Fundação do bloco afro do Ilê Aiyê, em Salvador com o objetivo de preservação da tradição cultural africana e afirmação positiva da
identidade negra na Bahia. É um bloco carnavalesco que aceita somente integrantes negros.
	1974
	RJ - Sociedade de Intercâmbio Brasil - África (SINBA) foi criada com o objetivo de promover relações comerciais e culturais com países africanos de língua oficial portuguesa. Criação do grupo de Dança Olorum Babamim como um suporte financeiro da entidade. Edição do Jornal SINBA em 1977, com a distribuição em quatro estados, e tinha como
característica um cunho de crítica social na transcrição de textos e discursos de intelectuais e pensadores africanos.
	1977
	SP - Centro de Cultura e Arte Negra (CECAN). Um grupo formado por
estudantes e artistas negros.
	1978
	SP - Festival Comunitário Negro Zumbi (FECONEZU)
	1978
	SP - Criação do Movimento Unificado Contra a Discriminação Racial (MUCDR) O movimento culminou com uma grande manifestação entre os companheiros do Rio de Janeiro e de São Paulo após o assassinato de um motorista de táxi em uma delegacia de São Paulo, em abril de 1978. . Em
7 de julho do mesmo ano, os companheiros do movimento leram uma
carta aberta à população, denunciando a discriminação racial, a repressão policial, a marginalização e o subemprego ao qual a população negra era submetida. Em 1979, seu nome foi simplificado. A perspectiva do MNU era ser uma organização de massas, com a estrutura de partido político, mas
com formas de atuação semelhantes às de movimento social
	
1979
	RJ – Aqualtune - Foi criado um grupo de mulheres vinculado ao IPCN,
com a perspectiva de congregar as mulheres negras independentes de filiações políticas, partidárias e ideológicas.
	1980
	Luiza	Mahin	-	Foi	criado	o	coletivo	de	mulheres	negras	que
compreenderam que eram vítimas de machismo também por ativistas do movimento negro.
	1982
	Programa de Ação do Movimento Negro Unificado (MNU) - Apontava os problemas específicos sofridos pelas mulheres negras numa sociedade machista e racista. O Programa elencou em sua agenda os seguintes tópicos:
· Pela participação da mulher negra na luta de emancipação do povo negro.
· Contra a exploração sexual, social e econômica da mulher negra.
· Contra a esterilização das mulheres do terceiro mundo.
· Contra a discriminação da mãe solteira.
· Pela legalização do aborto.
· Contra a divisão sexual do trabalho.
· Por trabalho igual, salário igual.
· Contra a discriminaçãoda mulher.
· Contra o machismo.
	1983
	RJ – Nzinga/Coletivo de Mulheres Negras - O coletivo se estruturava com um trabalho político baseado nos campos de atuação das suas militantes, as quais eram ligadas às associações de moradores, um movimento com muita expressão na época. Atuavam lá as que estavam ligadas a outros campos e atuavam em outros espaços. As atividades eram definidas como frente de trabalho, em que cada uma se desenvolvia quando e como se sentia mais preparada e livre. O nome do coletivo era uma homenagem à Rainha Nzinga da África, uma figura importante na luta contra o colonizador e, além disso, uma personagem histórica que se converteu em símbolo de luta como "guerreira" e estrategista. O coletivo também tinha como símbolos o pássaro e as cores roxa e amarelo (Barreto, 2005, p. 27-28).
	1983
	SP – Coletivo de Mulheres Negras tendo como primeira iniciativa a
reivindicação da participação da mulher negra no Conselho Estadual da Condição Feminina, órgão instituído pelo governo de São Paulo.
	1986-
1987
	Durante os anos de 1980, nove escolas da rede estadual de salvador contaram com a disciplina “Introdução aos Estudos Africanos” em sua grade curricular, uma experiência pioneira de diálogo institucional entre o
movimento negro e a Secretaria de Educação.
	1986
	Apresentação de um Projeto de Lei com o foco em Educação e políticas de ações afirmativas pelo deputado Abdias Nascimento.
	1988
	SP GELEDÉS - Instituto da Mulher Negra.
	Década de 1980
	Ao longo desta década ocorreram 10 ENCONTROS REGIONAIS DE NEGROS, entre os quais vale ressaltar o VIII Encontro dos Negros do Norte e Nordeste (1988-PE) cujo trabalho foi inteiramente dedicado à Educação, sublinhando a prioridade do tema para intervenções de
instituições do movimento negro contemporâneo, cem anos após a abolição.
	1988
	Criação de várias ONGs em defesa dos direitos da população negra na década de 1990.
	2003
	Criação da SEPPIR - como órgão do Estado responsável pela elaboração e gestão de ações de combate ao racismo e às desigualdades raciais. Nesse mesmo ano, a LDB foi alterada pela Lei Nº 10.639/2003, que estabeleceu a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afrobrasileira
e africana em todos os níveis de ensino e áreas de conhecimento.
	2004
	O Conselho Nacional de Educação estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afrobrasileira e Africana (Resolução CNE/CP 01/2004), que foi consubstanciado em 2009, no Plano Nacional de
implementação dessas DCN.
	2009
	Plano Nacional de implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Em 2010, foi aprovada a Lei 12.288/2010, que instituiu o Estatuto da Igualdade Racial. A referida lei também é um importante marco legal para orientar a formulação de
Políticas Públicas pelo diferentes entes federados nas mais diversas áreas.
	2011
	Com o objetivo de erradicar a discriminação e promover o respeito à diversidade e às heranças culturais, a Organização das Nações Unidas (ONU) decretou 2011 como o Ano Internacional do Afrodescendente como tentativa de combater o racismo e as desigualdades econômicas e sociais, tendo em vista que, segundo o secretário geral da ONU, Ban Ki- Moon, “os afrodescendentes estão entre as comunidades mais afetadas
pelo racismo, enfrentando restrições de acesso a serviços básicos, como saúde e educação de qualidade3”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa possibilitou entender o quão importante é a inserção das referidas leis e diretrizes para a educação brasileira, pois somente se for entendida e compreendida a história dos diferentes povos que habitam o país, é que se poderá aprender e respeitar as diferenças, atitudes essas que nos direcionam para um futuro onde não haverá discriminações pelas diferenças, e que são elas que nos fazem tão ricos em cultura. Atualmente, no Brasil, não há nenhum brasileiro que não tenha sangue negro, índio ou europeu, e é isso que nos torna um povo pluriétnico e cheio de história cultural. O sucesso das políticas públicas de Estado, institucionais e pedagógicas, visando a reparações, reconhecimento e valorização da identidade, da cultura e da história dos negros brasileiros depende necessariamente de condições físicas, materiais, intelectuais e afetivas favoráveis para o ensino e para aprendizagens; em outras palavras, todos os alunos negros e não negros, bem como seus professores, precisam sentir-se valorizados e apoiados. Depende também, de maneira decisiva, da reeducação das relações entre negros e brancos, o que aqui estamos designando como relações étnico-raciais. Depende,ainda, de trabalho conjunto, de ar ticulação entre processos educativos escolares, políticas públicas, movimentos sociais, visto que as mudanças éticas, culturais, pedagógicas e políticas nas relações étnico-raciais não se limitam à escola.
É importante destacar que se entende por raça a construção social forjada
nas tensas relações entre brancos e negros, muitas vezes simuladas como har moniosas, nada tendo a ver com o conceito biológico de raça cunhado no século XVIII e hoje sobejamente superado. Cabe esclarecer que o ter mo raça é utilizado com freqüência nas relações sociais brasileiras,para informar como determinadas características físicas,como cor de pele, tipo de cabelo, entre outras, influenciam, inter ferem e até mesmo determinam o destino e o lugar social dos sujeitos no interior da sociedade brasileira.
REFERÊNCIAs
AZEVEDO, Marta. Quantos eram? Quantos serão? Povos indígenas no Brasil, dezembro de 2000. Disponível em: https://pib.socioambiental.org/pt/c/no-brasil-atual/quantos- sao/quantos-eram-quantos-serao> .
BRASIL. Diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana. Brasília: Ministério da Educação e Cultura, 2004. Disponível em: <http://www.acaoeducativa.org.br/fdh/wp- content/uploads/2012/10/DCN-s-Educacao-das-Relacoes-Etnico-Raciais.pdf>.
 	. Educação Escolar Indígena: diversidade sociocultural indígena ressignificando a escola. Brasília: Secretaria de educação continuada, alfabetização e diversidade, 2007. Disponível em:
<http://pronacampo.mec.gov.br/images/pdf/bib_cad3_ed_indi_div_esc.pdf>.
 	. Lei 10.639 de 9 de janeiro de 2003. Altera a lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências. Brasília: Casa civil, 2003. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.639.htm>.
FUNAI. Fundação Nacional do Índio. Por que o dia 19 de abril é o dia do índio? Museu do índio. Disponível em: <http://www.museudoindio.gov.br/educativo/pesquisa- escolar/253-o-dia-19-de-abril-e-o-dia-do-indio>.
MATTOS, Regiane Augusto. História e cultura afro-brasileira. São Paulo: Contexto, 2012.

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