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SISTEMAS PETROLÍFEROS EEEP MARIA ÂNGELA DA SILVEIRA BORGES CURSO TÉCNICO EM PETRÓLEO E GÁS – 1° ANO DISCIPLINA: GEOLOGIA DO PETRÓLEO SISTEMA PETROLÍFERO • Um sistema petrolífero ativo compreende a existência e o funcionamento síncronos de quatro elementos (rochas geradoras maturas, rochas reservatório, rochas selantes e trapas) e dois fenômenos geológicos dependentes do tempo(migração e sincronismo) ROCHAS GERADORAS • É o elemento mais importante e fundamental para a ocorrência de petróleo em quantidades significativa em uma bacia sedimentar em algum tempo geológico passado ou presente; • é a existência de grandes volumes de matéria orgânica de qualidade adequada acumulada quando da deposição de certas rochas sedimentares que são denominadas de geradoras. • São estas rochas que, submetidas a adequadas temperaturas e pressões, geraram o petróleo em subsuperfície. ROCHAS GERADORAS • São normalmente constituídas de material detrítico de granulometria muito fina (fração argila), tais como folhelhos ou calcilutitos, representantes de antigos ambientes sedimentares. A ORIGEM DO PETRÓLEO • Estágio para a formação do petróleo • Diagênese • Catagênese • Metagênese • Metamorfismo A ORIGEM DO PETRÓLEO • Etapas • Diagênese: Nessa etapa a temperatura está na faixa de 65°C, predomina a atividade bacteriana que provoca a reorganização celular e transforma a matéria orgânica em querogênio. O produto gerado é o metano bioquímico (CH4). Nessa etapa a temperatura está na faixa; • Catagênese de até 165°C, é determinante da quebra das moléculas de querogênio e resulta na geração de hidrocarbonetos líquidos e gás. • Metagênese: a continuação do processo, avançando até 210 °C propicia a quebra de moléculas de hidrocarbonetos líquidos e sua transformação em gás leve. • Metamorfismo: Ultrapassando a última etapa, o aumento de temperatura leva à degradação do hidrogênio gerado. E os produtos são: Grafite. Gás carbônico e resíduo de gás metano. MIGRAÇÃO • Chamamos de migração o caminho que o petróleo faz do ponto em que foi gerado até aquele no qual será acumulado. • Devido à alta pressão e à temperatura, os hidrocarbonetos são expelidos das rochas geradoras e migram para as rochas adjacentes. • A partir da migração, o petróleo terá chances de se acumular em um reservatório e formar reservas de interesse econômico. TIPOS DE MIGRAÇÃO • Migração Primária Secundária MIGRAÇÃO PRIMÁRIA • Expulsão do petróleo da rocha geradora. • Uma vez gerado o petróleo, ele passa a ocupar um espaço/volume maior do que o querogênio original na rocha geradora. Esta se torna supersaturada em hidrocarbonetos e a pressão excessiva destes faz com que a rocha-fonte se frature intensamente, permitindo a expulsão dos fluidos para zonas de pressão mais baixa. • A viagem dos fluidos petrolíferos, através de rotas diversas pela subsuperfície, até à chegada a um local portador de espaço poroso, selado e aprisionado, apto para armazená-los, constitui o fenômeno da migração MIGRAÇÃO SECUNDÁRIA • Seu percurso ao longo de uma rocha porosa e permeável até ser interceptado e contido por uma armadilha geológica; • A não contenção desse óleo permitiria o seu percurso até as zonas de menor pressão, ocorrendo o fenômeno da exsudação, oxidação e degradação bacteriana na superfície. MIGRAÇÃO ROCHA RESERVATÓRIO • O petróleo, após ser gerado e ter migrado, é eventualmente acumulado numa rocha chamada de reservatório. • Ela é uma rocha porosa e suficientemente permeável para que o petróleo possa ter chegado a ela. • É composta de grãos ligados uns aos outros por um material chamado de cimento. • Para se constituir um reservatório deve apresentar espaços vazios no seu interior, e que estes vazios estejam interconectados. • Exemplos de rocha reservatório: arenito, carbonatos, calcarenitos. ROCHA RESERVATÓRIO • POROSIDADE: Proporção entre o espaço livre (vazio) de uma rocha e o volume total da mesma. • PERMEABILIDADE: é definida como sendo a medida da facilidade de uma rocha reservatório ser atravessada por fluidos. A permeabilidade é grandemente influenciada pelo tamanho dos grãos; quanto menores forem os grãos, menor será a permeabilidade. ROCHA RESERVATÓRIO • O volume total ocupado por uma rocha- reservatório é a soma do volume dos materiais sólidos (grãos, matriz e cimento) e do volume dos espaços vazios existentes entre eles. • O volume de espaços vazios é também chamado de volume poroso. • Portanto, a porosidade de uma rocha é definida por:Φ =Vp/Vt ROCHA RESERVATÓRIO • A classificação das rochas-reservatório quanto à porosidade POROSIDADE (%) FECHADA 0-9 REGULAR 9-15 BOA 15-20 EXCELENTE 20-25 ROCHA RESERVATÓRIO • A classificação das rochas-reservatório quanto à permeabilidade PERMEABILIDADE BAIXA Menor que 1 REGULAR 1 – 10 BOA 10 – 100 MUITO BOA 100 – 1000 EXCELENTE Maior que 1000 ROCHA RESERVATÓRIO ROCHA RESERVATÓRIO ROCHA RESERVATÓRIO • Visão microscópica da porosidade da rocha ROCHA RESERVATÓRIO TRAPAS OU ARMADILHAS GEOLÓGICAS • As armadilhas, também conhecidas por trapas, são estruturas geológicas que permitem a acumulação de óleo ou gás. • É a rocha ou conjunto de rochas que deverá ser capaz de aprisionar o petróleo após sua formação, evitando que ele escape. • As trapas são locais do subsolo onde existem condições adequadas para que se acumulem os hidrocarbonetos e se caracterizam pela presença de rochas porosas e permeáveis, conhecidas como rochas- armazém ou reservatórios, nas quais se acumulam ou armazenam os hidrocarbonetos confinados por camadas de rochas impermeáveis ou rochas-selo, que impedem sua migração. TRAPAS OU ARMADILHAS GEOLÓGICAS • A armadilha ideal deve apresentar: • Rochas-reservatório adequadas, ou seja, de porosidade entre 15% e 30%; • Condições favoráveis para a migração do petróleo das rochas-fonte para as rochas reservatório (permeabilidade das rochas); • Um selante adequado para evitar a fuga do petróleo para a superfície. TRAPAS OU ARMADILHAS GEOLÓGICAS • Podem existir bacias sedimentares com rocha-fontes em petróleo, se não havia armadilha para armazenar o petróleo gerado. • Tipos de armadilha-petróleo: • Estruturais: é a forma mais comum de acumulação de petróleo. Ocorre em regiões em que a crosta esteve sujeita à compressão horizontal; • Estratigráficas: ocorrem em regiões em que a crosta esteve sujeita à compressão vertical; • Combinadas: ocorre quando temos uma combinação dos dois tipos anteriores, ou seja, estruturais e estratigráficas. TRAPAS OU ARMADILHAS GEOLÓGICAS TRAPAS OU ARMADILHAS GEOLÓGICAS TRAPAS OU ARMADILHAS GEOLÓGICAS ROCHAS SELANTES • Atendidas as condições de geração, migração e reservatório, para que se dê a acumulação do petróleo, existe a necessidade de que alguma barreira se interponha no seu caminho. • Esta barreira é produzida pela rocha selante, cuja característica principal é sua baixa permeabilidade. Além da impermeabilidade, a rocha selante deve ser dotada de plasticidade, característica que a capacita a manter sua condição selante mesmo depois de submetida a esforços determinantes de deformações. • Duas classes de rochas são selantes por excelência: os folhelhos e os evaporitos (sal). • Outros tipos de rochas também podem funcionar como tal. • A eficiência selante de uma rocha não depende só de sua espessura, mas também de sua extensão. TRAPAS OU ARMADILHAS GEOLÓGICAS • Relação entre o tipo de rocha e sua formação numa acumulação de petróleo: SINCRONISMO • É o fenômeno que faz com que as rochas geradoras, reservatórios, selantes, trapas emigração se originem e se desenvolvam em uma escala de tempo adequada para a formação de acumulações de petróleo. • Assim sendo, uma vez iniciada a geração de hidrocarbonetos dentro de uma bacia sedimentar, após um soterramento adequado, o petróleo expulso da rocha geradora deve encontrar rotas de migração já formadas, seja por deformação estrutural anteriorou por seu próprio mecanismo de sobrepressão desenvolvido quando da geração. SINCRONISMO • Da mesma maneira, a trapa já deve estar formada para atrair os fluidos migrantes, os reservatórios porosos já devem ter sido depositados, e não muito soterrados para perderem suas características permo-porosas originais, e as rochas selantes já devem estar presentes para impermeabilizar a armadilha. • Se estes elementos e fenômenos não seguirem uma ordem temporal favorável, o sincronismo, de nada adiantará a existência defasada de grandes estruturas, abundantes reservatórios e rochas geradoras com elevado teor de matéria orgânica na bacia sedimentar.
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