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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR VICE-PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE PERNAMBUCO RECORRENTE: LUIZ AUGUSTO RECORRIDA: JACINTO JACARÉ, MUNICÍPIO DE SÃO CAETANO/PE, ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO CAETANO. O recorrente LUIZ AUGUSTO, por seu Procurador in fine assinado, nos autos de AÇÃO POPULAR movidos por Luiz Augusto, inconformado, data maxima venia, com o v. acórdão prolatado em embargos de declaração, vem interpor RECURSO ESPECIAL para apreciação do COLENDO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, com fulcro no art. 105, III, a da Constituição Federal; art. 541 e ss. do CPC, e arts. 255 a 257 do RISTJ, com as razões em anexo, requerendo a Vossa Excelência que se digne recebê-las, processá-las e fazê-las subir à mencionada Corte, na forma da lei. Pede deferimento. Local, data ADVOGADO OAB EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO VICE-PRESIDENTE DO COLENDO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA ORIGEM: ... CAMARA CIVEL DO TJPE APELAÇÃO Nº: RECORRENTE: LUIZ AUGUSTO RECORRIDA: DECISÃO PROFERIDA PELO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PERNAMBUCO. RAZÕES DO RECURSO ESPECIAL Colenda Turma Julgadora: Em que pese a cultura e o notório saber jurídico dos ilustres componentes da Câmara do Tribunal de Justiça do Estado do Pernambuco, impõe-se a reforma do v. Acórdão recorrido, pelas razões de fato e de direito aduzidas a seguir. DO CABIMENTO DO RECURSO ESPECIAL Este recurso encontra supedâneo no art. 105, III, a da Constituição da República, pois, conforme será demonstrado a seguir, o acórdão hostilizado afrontou o disposto no art. 11, da Lei nº 4.717/65: Cada espécie de decisão judicial tem um recurso processual para que seja oposto o inconformismo da parte que sucumbe. Como afirmamos anteriormente, cada recurso funcionará como uma ferramenta para ser utilizada em uma decisão específica. Em regra, para cada uma dessas decisões, somente haverá uma ferramenta, isto é, somente será admitida a interposição de um recurso pela parte contra a mesma decisão. No entanto, há exceção a esta regra, sendo admitida a interposição de dois recursos – o Especial e o Extraordinário – quando houver, ao mesmo tempo, lesão à matéria infraconstitucional (em geral, a equivocada aplicação de leis federais), que ensejará a interposição de recurso especial perante o STJ), e às normas de natureza constitucional. EXPOSIÇÃO DO FATO O Prefeito Jacinto Jacaré, por meio de um decreto (Decreto Municipal nº 01/2019), transferiu a cobrança do serviço de estacionamento em locais públicos, denominado “Zona Azul”, para uma associação de comerciantes locais (ACSC-PE), cujo presidente, Sr. Sombra, é seu amigo pessoal e principal colaborador de sua campanha eleitoral. Ocorre que ele transferiu o serviço sem que fosse realizada a devida licitação, modalidade imposta aos entes públicos para realizar a denominada concessão de serviços públicos. Ajuizada a ação, citados os réus e apresentadas suas respectivas defesas, o magistrado julgou a ação improcedente por entender que não seria necessária a realização da licitação, pois, na concessão, não houve custo para o município, que não precisará pagar para a associação nenhuma quantia pelo serviço de estacionamento “Zona Azul”. Além disso, fundamentou sua sentença na impossibilidade de o Poder Judiciário poder controlar o ato administrativo do Poder Executivo, ferindo o Princípio da Separação dos Poderes. O Tribunal anulou o Decreto nº 01/2019, como foi requerido, mas nada foi dito a respeito da devolução do dinheiro pago à associação durante a época em que explorou ilegalmente o serviço público de “Zona Azul” no município. Foram opostos Embargos de Declaração da decisão do Tribunal de Justiça, os desembargadores acolheram o seu recurso e complementaram a decisão. No entanto, julgaram ser impossível a devolução dos valores recebidos irregularmente pela associação ré, em razão de a Lei da Ação Popular prever apenas a anulação do ato ilegal realizado, não a reparação dos danos decorrentes desse ato. De acordo com alguns documentos juntados aos autos, foi possível constatar que a associação, nos poucos meses em que explorou o serviço público, recebeu mais de 3 (três) milhões de reais, e teve um gasto pouco superior a 10 (dez) mil reais em despesas de impressão dos cartões de estacionamento e pagamento do salário de dois fiscais. DO DIREITO PRINCÍPIO TANTUM DEVOLUTUM QUANTUM APPELLATUM O Tribunal que julgará o Recurso somente poderá julgar aquilo que ficou restringido pela matéria efetivamente impugnada, não podendo julgar toda a causa novamente, quando isso não tiver sido pedido no respectivo Recurso. Frisa-se que requer-se o reexame da matéria relacionada a devolução de valores recebidos em razão do ato ilegal. PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DA REFORMATIO IN PEJUS O Recurso interposto pela parte recorrente não pode agravar a sua situação. Como ele é um instrumento que tem a finalidade de revisar uma decisão judicial, seu propósito deve ser de melhorar ou, pelo menos, manter idêntica a situação anterior do recorrente. Conforme preceitua o art. 11, da Lei nº 4.717/65: “Art. 11. A sentença que, julgando procedente a ação popular, decretar a invalidade do ato impugnado, condenará ao pagamento de perdas e danos os responsáveis pela sua prática e os beneficiários dele, ressalvada a ação regressiva contra os funcionários causadores de dano, quando incorrerem em culpa” Assim conforme se extrai do texto legal, além de anular o ato lesivo, a ação poderá pleitear o ressarcimento aos cofres públicos dos valores eventualmente perdidos. Excelência, diante de todo o exposto acima, e com base no texto legal o autor requer que que haja a reparação aos cofres públicos dos valores perdidos em razão do contrato realizado. DO PEDIDO DO RECORRENTE Diante do exposto, requer seja dado provimento ao presente recurso para cassar o acórdão recorrido, determinando novo julgamento dos embargos de declaração. Todavia, em não assim entendendo Vossas Excelências, requer seja reformado o julgamento do tribunal a quo, em virtude da ofensa ao artigo 11, da Lei n° 4.717/65. Nestes termos pede e espera deferimento. Local e data ADVOGADO OAB...