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KIERKEGAARD

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Influências de Kierkegaard
“O importante é entender–me a mim mesmo, é perceber o que Deus realmente quer que eu faça; o importante é achar uma verdade que é verdadeira para mim, achar a ideia em prol da qual posso viver e morrer” 
Kierkegaard é um profundo cristão, e tenta viver seu cristianismo também de forma verdadeira e profunda, e para ele isso significava estar em constante luta interior, em temer, ter escrúpulos, se angustiar, se rebaixar e se humilhar. Para ele o cristianismo não é uma cultura, a cultura é a cristandade, o cristianismo não pode se prender às aparências, pois viver o verdadeiro cristianismo é decidir toda a eternidade. Cristianismo é inquietação do espírito, é temor e tremor constante de quem tem que um dia prestar conta da vida que levou.
Ele acreditava que a história tinha transformado o cristianismo em cultura cristã superficial, uma cultura desenvolvida para facilitar responder à busca de um sentido para a vida com elementos sem importância. O cristianismo é visto como um instrumento para viver a vida em paz e serenidade. Essa forma de cristianismo esconde e dissimula o verdadeiro aspecto do cristianismo. As pessoas que assim vivem brincam de ser cristãos.
O ser humano é finito e têm que constantemente fazer escolhas, essas escolhas podem levar o indivíduo a uma vida ética e essa vida ética pode levar as pessoas a uma vida de fé, e é na fé que o sujeito pode se encontrar com a singularidade de Deus. Mas a fé vai além da ética e o exemplo é Abraão que pela fé escolhe matar o próprio filho. A escolha de Abraão é uma escolha trágica e conflituosa, como todas as outras escolhas de um verdadeiro cristão.
Outro conceito importante para Kierkegaard é o de angústia, pois nela se expressa a possibilidade da liberdade de escolha, e é ela que nos encaminha para a verdadeira fé, e a fé nos livra do desespero. A fé torna nossa existência autêntica, pois somente através da fé podemos acessar a transcendência em Deus.
Kierkegaard, criticando Hegel - para quem uma das tarefas da filosofia era conceituar o mundo -, diz que a filosofia está interessada somente em criar conceitos e não se preocupa com a existência concreta dos indivíduos e das suas relações. Nossa existência não é um conceito. Os filósofos constroem castelos conceituais, mas vivem em celeiros existenciais.
A filosofia não deve ser utilizada para justificar o cristianismo, pois o verdadeiro cristianismo é crença e não justificação, e essa crença é subjetiva, ou seja, a relação com Deus é direta, não existe ninguém entre o indivíduo e Deus.
A existência humana é liberdade, pois os indivíduos são o que escolheram ser, o que escolheram fazer da sua existência dentro das suas possibilidades, inclusive da possibilidade de não escolher e ficar paralisado ou de se perder. A percepção dessa possibilidade causa a angústia pelo futuro a ser definido pela liberdade, futuro e angústia andam juntos.
Além da angústia, outra característica humana é o desespero do indivíduo que não se aceita em toda sua possibilidade e profundidade. O desespero é a doença mortal, é viver a morte do eu quando o indivíduo não aceita estar nas mãos de Deus. Negando Deus o homem se reduz a nada.
Para Kierkegaard, diante da ciência é Deus que tem a preferência, toda ciência do mundo não tem grande importância. A verdadeira existência é vivida na fé, a ciência é uma existência sem autenticidade.
Sentenças:
- A inveja é uma admiração escondida.
- Sem pecado, nada de sexualidade, e sem sexualidade, nada de História.
- A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás, mas ela só pode ser vivida olhando-se para frente.
- Nada é superior em sedução e maldição do que um segredo.
- Não se esqueça da obrigação de amar a si mesmo.
- Os homens persegue o prazer com tanta impetuosidade que passam por ele sem vê-lo.
- Ficar em pé e provar a existência de Deus é diferente de ficar de joelhos e agradecê-Lo.
Søren Aabye Kierkegaard
Assistindo ao filme “O HOMEM BICENTENÁRIO “e associando aos conceitos de Kierkegaard, podemos ver alguns conflitos vivenciados.
No filme observamos um robô (Andrew) adquirido por uma família se assimilando a um humano, quer encontrar motivos e sentidos para sua existência, assim como Kierkegaard, onde buscam sentidos para vida. Os seres humanos estão sempre buscando o a mais, e ao se comparar com um humano, Andrew (robô) também está sempre buscando algo a mais. No estágio estético, Kierkegaard diz ser um estágio de difícil caracterização por ser marcado pela diversidade. O indivíduo se entrega ao mundo dos prazeres; porem ao mesmo tempo sente-se frustrado, quer algo mais, o homem vive fora de si. O ponto comum no caráter dos estéticos, é “o desejo”. Estamos sempre buscando nos satisfazer de alguma forma, seja em nossos sentimentos (em amar ou ser amado, odiar ou ser odiado, relacionamentos em geral, família e outros), seja material (trabalho, estudo, carro, casa), seja físico (nosso próprio corpo), seja financeiro (estabilidade para si e de forma que possa ajudar outras pessoas). Podemos ver o estágio estético sendo vivido por Andrew no filme, pois ele busca alcançar alguns desses desejos, alcançando ate mesmo o desejo erótico que na visão de Kierkegaard seria o último estágio.
Para Kierkegaard o ponto de vida estético não proporciona realização aquele que lhe dedica a vida, ele percebe que neste estagio de vida os objetivos não são claros e se perdem por não haver satisfação.
O estagio da moral ou ético, marcado por uma vida coerente governadas por normas morais.
Vive segundo os ditos da sociedade, procurando sempre cumprir as regras e normas e assumindo seus erros. No material fornecido em sala de aula, foi dado um exemplo de casamento, onde duas pessoas fazem uma opção tendo Deus como testemunha e são introduzidos na realidade da vida. Infelizmente se tratando de uma vida conjugal, muitos não vivem de forma ética, pois não procuram cumprir assim os votos feitos não só tendo Deus como testemunha, mas também os homens. E se tratando de cristianismo a própria bíblia nos da a devida orientação do que é viver a dois. Em Mateus 19:6 diz, “Assim, eles já não são dois, mas uma só carne. portanto o que Deus uniu, ninguém separe”, os votos de casamento quando diz “Prometo estar ao seu lado na alegria ou na tristeza, na saúde ou na doença, na riqueza ou na pobreza, amando-te, respeitando-te, e sendo-te fiel em todos os momentos da minha vida até que a morte nos separe”, deveria ser normal a pratica dessas falas não só levando para o lado cristão, mas em todos os que estão ou pretende estar em uma vida conjugal.
No filme independente do cristianismo até porque não é tratado isso, Andrew tinha éticas e morais que lhe foram programadas ou ensinadas no qual cumpria, depois que descobre seu sentimento por uma mulher, luta para que possa viver uma vida a dois com ela até que consegue, já Kierkegaard era noivo mas com a morte de seu pai, resolve terminar com sua noiva buscando assim novos rumos.
Mas, o casamento não pode ser a única solução, podendo existir uma solução excepcional: a vocação religiosa que conduz a um estágio de existência superior.
A religião para Kierkegaard é uma fonte de inspiração e um espaço de reflexão e existência.
 A religiosidade pessoal do filósofo é composta por duas realidades: por um lado o cristianismo com seus dogmas e seus paradoxos. Por outro lado, a tensão psicológica com que ele e sua família recebem estes dogmas e paradoxos do cristianismo em meio aos problemas existenciais profundos e traumáticos no ambiente familiar: angústia e temor.
Kierkegaard entendia que os estágios estéticos e éticos não podiam existir sem o estágio religioso. Em outras palavras, o religioso estava presente tanto no estético quanto no ético. O religioso é um estágio consequente, pois é a partir da desordem dos estágios inferiores que se tem a possibilidade de encontrar a realidade superior da vida religiosa.
Segundo Kierkegaard o homem e inteiramente livre para fazer suas escolhas, e não temos uma verdade logica, quando Andrew descobre osentido da liberdade ele pede a seu proprietário para ser livre, sendo dono de si mesmo, assim podendo se definir e buscar novos objetivos.
A liberdade, segundo ele, gera no homem a angústia que pode levá-lo, de várias formas, ao desespero. Então, cada decisão é um risco, o que deixa a pessoa mergulhada na incerteza, pressionada por uma decisão que se torna angustiante. Como no modo de vida estético, ele escolhe fugir dessa angústia e do desespero. Outra forma de fuga é ignorar o próprio eu, tornar-se um autômato, apegar-se a um papel, como no modo de vida ético.
A angústia é o puro sentimento do possível, é o sentido daquilo que pode acontecer. 
E o desespero é um fenômeno social, revela a miséria e a grandeza do homem, pois é a oportunidade que ele possui de chegar a ser ele mesmo, chegar a ser um eu próprio.
Ao ser livre podemos talvez dizer que Andrew entrou em uma angustia de querer mudar e ate mesmo encontrar outros de sua espécie, e no desespero por querer se tornar um ser humano, e aparentemente acaba conseguindo mesmo não sendo algo logico, ate mesmo se relacionando com uma mulher de verdade.
Ao pensador objetivo, Kierkegaard opõe o indivíduo único, subjetivo. A verdade repousa na subjetividade, e, assim como a verdade, a verdadeira existência é alcançada por meio da intensidade dos sentimentos. Sem paixão não há movimento para o pensador.
Existir, em contraste com simplesmente ser, envolve um relacionamento infinito consigo mesmo e uma ligação apaixonada com a vida. Nós não encontramos a verdade por via de uma "objetividade" destacada mas através de um profundo engajamento com o mundo.
Para o existencialismo, o homem não é o seu próprio fim, uma vez que não existe senão enquanto se projeta para além de si mesmo.
Segundo o existencialismo, o homem existe antes de ser. O homem deve dar à sua existência um sentido, uma vez que não é senão aquilo que ele próprio faz de si mesmo; ser é escolher-se através de um livre compromisso.
O homem é “liberdade absoluta”: “está condenado a ser livre”. Desta situação resulta a angústia como experiência metafísica consubstanciada no sentimento da possibilidade de o homem perder a sua própria existência; através da angústia, o homem experiência o nada e pressente a incerteza das escolhas que o conduzirão ao ser.
A existência é lançada num total abandono de si mesma; isto equivale a dizer que é absoluta liberdade, na medida em que depende exclusivamente de si.
Liberdade significa, assim, contingência absoluta e, através dela, define-se o ser da existência.
Daqui se conclui que a existência nunca poderá ser apreendida senão sob a forma de uma história; em cada instante, o homem está condenado a inventar o homem.
O existencialismo é, assim, uma filosofia que tem como objetivo a análise e a descrição da existência concreta considerada como ato de uma liberdade que se constitui afirmando-se e que tem unicamente como gênese ou fundamento esta afirmação de si.

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