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Existencialismo Contexto histórico Foi uma doutrina filosófica e um movimento intelectual, surgido na Europa, no final do século XIX (notoriedade somente no séc. XX); Surge a partir do existencialismo francês, pautado na existência metafísica, centralizando a liberdade, refletida nas condições de existência do ser; Surge com o pensador dinamarquês Kierkargaad e emerge como movimento; Momento de muitas guerras e destruições → tudo acontecendo de uma só vez e muita busca por eficácia; Quebra da bolsa → fome, pobreza, desemprego, crise econômica, social, política, moral e religiosa; O mundo vivia a esperança de ser mais livre e justo; • Surgimento da revolução sexual e a falta de crenças → mobilizações em prol da liberdade dos povos; “A busca pelo sentido da existência recoloca a filosofia no centro de discussões éticas, sociais...” Nesse momento, o existencialismo passa a ser identificado como um estilo de vida, uma forma de comportamento contrária aos padrões tradicionais; Para os filósofos existenciais, a essência humana é construída durante a sua vivência, a partir de sua experiência no mundo e de suas escolhas, uma vez que possui a liberdade incondicional; A corrente existencialista prega que o ser humano é um ser que possui toda a responsabilidade por meio de suas ações; A partir das autonomias moral e existencial, fazemos escolhas na vida e traçamos planos e caminhos; “Toda escolha implicará em uma perda ou várias, dentre muitas possibilidades que nos são postas.” A liberdade de escolha como elemento gerador; Temas Existenciais Os temas existenciais são: existência, essência, liberdade, escolha, responsabilidade, angústia, má fé, solidão e morte; Sofre muita influência da fenomenologia, já que, existência precede a essência; A existência precede a essência (Sartre) → o homem, primeiramente, existe, descobre-se e só depois define; • O homem primeiro é nada, pois existem as potencialidades; • Será tal como a si próprio se fizer; • O homem é um projeto que vive subjetivamente; • O homem como algo a se realizar; • Não existem ideias inatas que incluem qual caminho seguir; Cada homem tem a liberdade de escolher a sua essência → a essência sendo mutável; • O homem como processo de tornar-se; • Se constitui e se atualiza na existência; • O homem como o único ser que existe; O homem como o único ser que existe → as coisas “são” e o homem existe; • A essência das plantas é inalterável; • A semente de laranja não gera abacateiro; • A essência humana não é estática ou mera repetição de fenômenos a partir de fatos ocorridos no passado; • Condição mutante da essência; • O passado como essência conhecida, mas essa essência não foi premeditada; Desespero → Sartre nomeia como “desespero”, o sentimento de impotência, perante o ocorrido do mundo, que foge da minha vontade ou do meu planejamento, o que me faz fracassar; • Situação de impotência e ausência de sentido; “O homem está condenado a ser livre” → condenado porque não se criou a si próprio e livre porque uma vez lançado no mundo, é responsável por tudo quando fizer; Liberdade “Cada um é um sujeito ao ambiente e às circunstâncias, mas tenho a liberdade de mudar minha vida deste momento em diante” – Sartre • É o que constitui o homem; • É o único fundamento de ser; • Fundamento dos valores; • Não há como fugir da liberdade de escolhas; • Existência situada no tempo e no espaço; • Limitada pelas regras sociais e situações- limites; É a liberdade que determina que as atitudes sejam assumidas plenamente, sendo a parcela de responsabilidade na transformação e manutenção da sociedade injusta; • Toda escolha possui um viés social, portanto, reflete na sociedade; As limitações tornam a liberdade possível → não posso voar, mas posso agir; Escolha A cada momento, o homem deve escolher aquilo que será no instante seguinte; Ao escolher, o homem escolhe a sua essência e se realiza; O homem é projeto, e existe à medida que o realiza através de seus atos, e é responsável por suas escolhas; Quando o indivíduo escolhe, atribui um significado ao mundo, que, ultrapassa o simples ato de uma decisão individual; “Ao escolher para si, o indivíduo também escolhe para os outros.” Responsabilidade Tudo que eu faço em função das escolhas que assumo, apresenta uma dimensão social; • A cada escolha minha, me torno responsável, também, por toda humanidade; A essência da responsabilidade: eu, por minha vontade e escolha, ajo no mundo e afeto todo mundo. Ser livre é ser responsável; Angústia de Liberdade É através da consciência que o mundo adquire significado; Sem o para-si toda a realidade se reduziria ao em- si; A liberdade é fonte de angústia do para-si; O homem se angustia pela consciência de que é livre e, portanto, precisa fazer escolhas; Para fugir da angústia de liberdade, o homem se refugia para a má fé; Em si → um ser “em-si” não possui potencialidades nem consciência de si ou do mundo, ele apenas é; Para si → a consciência humana é um tipo diferente de ser, por possuir conhecimento a seu próprio respeito e a respeito do mundo; é o “para-si” que faz as relações temporais e funcionais entre os seres em si, e ao fazer isso, constrói um sentido para o mundo em que vive; Má Fé O homem se permite se iludir pela ideia de que seu destino está traçado, por conta da angústia de criar a própria essência; Manifestação da má fé: ser o que não é para desempenhar outros papéis; O “para-si” torna-se um “ser-para-o-outro” → se comportar conforme os outros o veem; Para Sartre, trata-se de uma defesa equivocada contra a angústia e o desalento; Para Heidegger, o homem frequentemente cai na inautenticidade (má fé para Sartre), pois aí se sente mais seguro no impessoal, nas ocupações diárias; Alienação → cada um de nós, escolhe a própria alienação, sendo aquilo que desloca você de você mesmo; • Sartre diz que é impossível mentir para nós mesmos; • A mentira é para o outro, para nós é o autoengano; • A alienação pode ser um recurso automático, mas sabemos o que acontece; Solidão Não tem relação com companhia; É inerente à existência humana; Não é um fenômeno isolado que acontece a determinada pessoa; Trata-se da consciência de que para as realizações pessoais, o homem depende das próprias possibilidades; A solidão é comumente associada com desespero, sofrimento e suicídio; O vazio da solidão leva à consciência de que preciso do outro; Ressaca Moral → tentativa de aliviar a solidão a qualquer custo; Confrontos com a própria solidão, leva o homem a buscar alternativas existenciais; Natureza e Condição Humana Sartre não acredita na existência de uma natureza humana, mas não nega a existência de uma condição humana válida universalmente; Legislador solitário: se tem que escolher, existe uma solidão nessa escolha, que gera angústia; Desespero ativo: necessidade da ação; O existencialismo sendo uma doutrina de ação; Ser-no-mundo Não está sob influência daquilo que é externo a ele, pois se compõe a esse externo e se mistura com ele; O mundo cerceia a quase totalidade dos desdobramentos das possibilidades existenciais; Homem condenado a ser livre Angústia Legislador Solitário Desespero Ativo Ação Morte para Heidegger A morte é uma situação-limite do homem; Heidegger fala sobre o “Dasein”, ou seja, um “ser- para-o-fim”; • “ser-para-o-fim” como uma ideia de que o ser caminha para a finitude; • O “Dasein” se refugia numa existência inautêntica (fuga da angústia da morte); Sustentar a angústia da morte é fundamental para uma vida plena; “A morte só ocorre uma vez, e por isso a experimentamos minuto a minuto.” Morte como possibilidade derradeira da existência, como fim para o qual o “Dasein” se dirige; A morte é quando o homem se totaliza; Não é considerada o fim da existência humana, como término de uma jornada, pois podechegar repentinamente pondo termo na existência; Experiência mais pessoal e intransferível; Para Sartre, a morte é o que retira o sentido da vida, pois o homem vivo não deve temer a morte e deve se preocupar apenas com a vida; Inautenticidade para Heidegger Trata-se da má fé para Sartre; A autenticidade é a vivência conectada com algo que faça sentido à sua existência, através da realização da sua essência; Fugir dessa autenticidade também faz parte da existência, pois ninguém vive uma vida 100% autêntica; Sentido da Vida para Heidegger Nós que devemos dar sentido às coisas e não ao contrário; Ele acredita que o homem só atinge a plenitude do seu ser na angústia, pois ele vive a cada instante a sua vida inteira e, nesse ato, reflete sobre a totalidade do seu ser; O indivíduo deve internalizar o pensamento da morte para atingir a autenticidade; • Ao assumir a morte, o Dasein alcança a autenticidade; Compreender que é mortal, mas que a morte é um acontecimento último de sua vida, sendo ímpar e pessoal; A angústia permanece como angústia do nada; • Para Heidegger, o “nada” são limites temporais do Dasein → antes do nascimento, o “ser-aí” era o um “nada”, e após a morte, torna-se nada; • “ser-aí” = “ser-em-si” (Sartre); • Limites temporais não tem a ver com tempo, mas sim com transitoriedade; Impossível pensar em existência, sem pensar na morte; A morte é o que dá significado à vida; Existencialismo e Sentido da Vida A vida enquanto existência única e isolada não tem sentido, portanto, a existência é absurda; Somos livres e responsáveis por construir nossos próprios ideais de vida. Para o existencialismo, a existência está fora; O vazio existencial leva a enfermidade → o sentido como gerador de saúde; • Vazio existencial = falta de sentido; O sentido da vida precisa ser descoberto, pois é determinante de gratificação emocional obtidos pelas realizações pessoais alcançadas ao longo do existir; O sistema social desumaniza, e foi sedimentado pelo próprio homem; A vida com um projeto, e o projeto como um sentido;
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