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Curso EAD - A Educação Integral e o Desenvolvimento da Competência Socioemocional nas Unidades Educacionais da Cidade de São Paulo Módulo 1 Introdução A Educação Integral considera o caráter abrangente, complexo e multidimensional da formação humana, ou seja, compreende que os processos de ensino e aprendizagem atingem sujeitos inteiros, considerando suas dimensões emocionais, culturais, sociais, cognitivas e físicas. Dessa forma, além das aquisições cognitivas, as experiências propiciadas no contexto escolar também podem ser determinantes para o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores saudáveis e essenciais para a convivência, a vida profissional o exercício da cidadania. Habilidades tais como as de autocuidado, autoconhecimento, responsabilidade, participação, empatia, também conhecidas como habilidades socioemocionais, podem ser estimuladas pela ação pedagógica e constituem os objetivos apresentados na Matriz de Saberes do Currículo da Cidade. Pesquisas revelam que alunos que têm competências socioemocionais mais bem desenvolvidas apresentam maior facilidade de aprender os conteúdos acadêmicos. Os professores também se beneficiam aprimorando suas práticas pedagógicas e contribuindo para o fomento da saúde mental nas escolas. Nesse sentido, a mediação dos educadores, valorizando sentimentos, pensamentos, palavras e ações em suas interações e conexões entre os estudantes e o ambiente educativo é fundamental neste processo. Isso implica a necessidade de ampliar e solidificar sua formação para contribuir com a construção conjunta de contextos de aprendizagens (tempos, espaços, interações, intencionalidade, materialidades) propícios ao desenvolvimento da competência socioemocional. Objetivos do Curso o Ampliar a compreensão acerca do desenvolvimento das competências socioemocionais e do papel potencializador da educação neste processo. o Reconhecer a importância da Educação integral dos sujeitos, especialmente o desenvolvimento de habilidades de autoconhecimento, autocuidado, respeito e empatia na prevenção de situações de risco e vulnerabilidade social e na promoção de uma cultura de paz. o Planejar e utilizar estratégias que promovam o desenvolvimento das competências socioemocionais integradas aos conteúdos curriculares (mediação de jogos, brincadeiras e a resolução de problemas). o Aprimorar suas próprias habilidades sociais e emocionais (autoconhecimento, empatia, autocuidado, comunicação não violenta) para intervir nas interações produzidas e produtoras do cotidiano escolar de modo a realizar ações conjuntas que beneficiem o desenvolvimento socioemocional de toda a comunidade escolar. Dentro de uma abordagem que alia teoria e prática, você encontrará, no decorrer dos módulos, informações que fundamentam o conceito de Competência Socioemocional, a compreensão acerca do papel potencializador da educação no desenvolvimento destas habilidades e diversas sugestões de atividades práticas para serem utilizadas de modo integrado ao currículo. Acesse aos vídeos, textos e links sugeridos, pois estes ilustram e aprofundam seu aprendizado, ajudando-o na compreensão das questões e atividades. O desenvolvimento das competências socioemocionais Considerando as teorias interacionistas que abordam o desenvolvimento infantil (Piaget, Vygotsky, Wallon) e as contribuições mais recentes do campo das neurociências, sabemos que as experiências vivenciadas até aproximadamente os seis anos de idade são fundamentais para a construção de habilidades e competências básicas que servirão como base de sustentação para o desenvolvimento posterior. A hereditariedade, a genética, as condições da gestação e parto podem influenciar diversos aspectos relacionados ao desenvolvimento, tais como a aparência física, o temperamento, dentre outros. No entanto, excluindo situações de doenças genéticas, deficiências e traumas no momento do parto ou gestação, estes fatores influenciam cerca de 5% do desenvolvimento dos indivíduos. Ou seja, a forma como cada um irá sentir, agir, conhecer, as habilidades, apropriar-se de conhecimentos, valores e atitudes, o que aprenderá, terá muito mais relação com as experiências de vida, no meio social, cultural, educacional, do que com a carga genética. Essas informações poderão ser aprofundadas com o vídeo “As experiências moldam a arquitetura do cérebro” série produzida pelo Center on the Developing Child (CDC), da Universidade Harvard em parceria com o Núcleo Ciência Pela Infância. Dessa forma, as competências socioemocionais não são propriedades dos indivíduos ou características inatas, mas são aprendidas, desenvolvidas e a escola tem um papel fundamental neste processo, como veremos. Para saber mais: Vídeo: CDC. Conceitos Fundamentais 1 - As experiências moldam a arquitetura do cérebro. Acesse aqui https://www.fmcsv.org.br/pt-BR/biblioteca/as-experiencias-moldam-a-arquitetura-do- cerebro/ Artigo: NPCI. Estudo I: O impacto do desenvolvimento na primeira infância sobre a aprendizagem. 2014. Acesse aqui (PDF) TEXTO 1 - Definindo conceitos: Habilidades ou competências socioemocionais? Você considera que existe diferença entre os termos habilidades e competências socioemocionais ou que estes são sinônimos? Antes de ler o texto procure anotar em um caderno ou bloco de notas o que você acha que esses termos significam e de que modo se relacionam com a educação. https://www.fmcsv.org.br/pt-BR/biblioteca/as-experiencias-moldam-a-arquitetura-do-cerebro/ https://www.fmcsv.org.br/pt-BR/biblioteca/as-experiencias-moldam-a-arquitetura-do-cerebro/ Nas diretrizes e planos curriculares educacionais o termo competência geralmente acompanha o de habilidade. Como aparece, por exemplo, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e no ENEM. Perrenoud (2002) define competência como a capacidade ou quesito necessário para enfrentar um conjunto de situações semelhantes que mobiliza múltiplos recursos cognitivos de uma forma rápida, pertinente e criativa: microcompetências, informações, valores, atitudes, esquemas de percepção, de avaliação e de raciocínio, saberes. Assim, podemos definir competência como uma aptidão de ordem geral e habilidade de ordem específica. Em outras palavras, as habilidades decorrem das competências já desenvolvidas. Por exemplo, a competência de LEITURA requer/envolve as habilidades de decodificação e compreensão; a competência de COZINHAR requer as habilidades de organização, concentração, noção de medidas, sensibilidade, manuseio de equipamentos e técnicas para o preparo de alimentos, dentre outros. Respondendo à pergunta inicial, os termos dizem respeito a categorias distintas, pois é necessário o processo de desenvolvimento das habilidades socioemocionais para que seja atingido um nível satisfatório de competência socioemocional. O conceito de competência socioemocional tem sido foco de estudos e pesquisas nacionais e internacionais desde a década de 19301, por diferentes abordagens e áreas de pesquisa, tais como a administração, a psicologia, as neurociências, a pedagogia e a economia. Desse modo, não há, atualmente, uma definição universal deste constructo. Notadamente, ele é categorizado de diversas formas e comumente associado com outras teorias, das quais destacam-se as seguintes: inteligência emocional, habilidades sociais e aprendizagem emocional. Por este motivo, faz-se necessário, inicialmente, diferenciar estes conceitos e apresentar as teorias de Competências Socioemocionais mais contundentes e bem aceitas no âmbito acadêmico. 1 Podemos apontar o pesquisador americano Gordon Allport como pioneiro no estudo das Competências Socioemocionais. ✓ Inteligência emocional2 - esseconceito engloba cinco características: a capacidade de perceber, avaliar e expressar emoções em si mesmo e no outro de maneira verbal e não verbal (autoconhecimento e habilidades sociais); a capacidade de perceber e utilizar emoções por meio de um planejamento flexível do pensamento criativo, redirecionando a atenção e a motivação (automotivação); a capacidade de compreender a emoção e o conhecimento emocional (empatia); e a capacidade de controlar emoções para promover o crescimento emocional e intelectual (autocontrole). ✓ Habilidades Sociais - dizem respeito a um repertório de comportamentos que expressam sentimentos, atitudes, opiniões, valores, desejos e direitos que devem ser adequados a cada situação, tais como: solucionar problemas imediatos, iniciar e manter conversações, expressar amor, agrado e afeto, falar em público, enfrentar críticas, defender os próprios direitos, pedir favores, recusar pedidos, solicitar mudança no comportamento do outro, dentre outros necessários para os relacionamentos interpessoais e a vida em sociedade. ✓ Aprendizagem Socioemocional ou Educação Sociemocional 3 - programa inserido no currículo escolar com foco na promoção e desenvolvimento das habilidades socioemocionais dos estudantes, envolvendo a participação de todos (equipe educacional e famílias). ✓ Habilidades Socioemocionais – perspectiva que integra as habilidades sociais e emocionais (I.E.) Engloba um conjunto de pensamentos, sentimentos e comportamentos essenciais para o pleno desenvolvimento como indivíduo, que se modificam a partir do contexto histórico-cultural, das experiências e das interações com outras pessoas. Estas incluem: a abertura a novas experiências, amabilidade, conscienciosidade, extroversão, estabilidade emocional, liderança, sensibilidade social, cooperação, autoeficácia, autoestima, disciplina, persistência, dentre outras. Em meados de 1930, Gordon Allport e colaboradores, desenvolveram uma forma de avaliar a personalidade humana, conhecida como BIG FIVE, na qual organizaram as habilidades socioemocionais em cinco domínios4: 2 Esse conceito começou a ser delineado a partir da teoria das Inteligências Múltiplas, proposta por Gardner (1997). De acordo com essa teoria a cognição humana era composta por facetas diversas e independentes vinculadas a capacidade de resolução de problemas. A Teoria das Inteligências Múltiplas é composta pelas inteligências: linguística, musical, espacial, corporal-cinestésica, interpessoal, intrapessoal e naturalista. Embora Daniel Goleman tenha tornado esse conceito mais popular, a teoria desenvolvida por Mayer e Salovey (1997), possui maior rigor científico. 3 Tradução do termo SEL (Social and Emotional Learning), programa desenvolvido nos E.U.A. 4A partir da década de 1960 os autores que mais contribuíram com esse modelo foram: Lewis Goldberg, Robert R. McCrae e Paul T. Costa, Jerry Wiggins e Oliver John. ❖ Abertura a novas experiências - associada à curiosidade, imaginação, interesses amplos e gosto por questionamento; relacionado a indicadores educacionais. ❖ Amabilidade - tendência a agir de modo cooperativo e empático. ❖ Conscienciosidade ou Autogestão - tendência à organização, esforço e responsabilidade; fator mais relacionado às diversas medidas de sucesso no aprendizado. ❖ Engajamento com os outros - orientação de interesses e energia em direção ao mundo externo, pessoas e coisas. ❖ Estabilidade emocional /Neuroticismo/ Resiliência emocional - consistência e previsibilidade das reações emocionais. A partir destes estudos, foram formuladas evidências científicas que correlacionam as habilidades socioemocionais ao estabelecimento e manutenção de relações saudáveis, a tomada de decisões responsáveis, ao preparo para lidar com a realidade e com os desafios que ainda estão por vir. Em suma, à saúde psicológica, ao exercício de cidadania e a realização de objetivos. Na mesma medida, têm despertado grande interesse no campo dos relacionamentos, cujo foco principal está na eficácia de programas socioemocionais, tanto em ações educacionais, quanto na prevenção de questões de saúde mental e de melhoria no desenvolvimento humano. Como veremos no próximo módulo, a partir destas evidências o contexto escolar passou a ser apontado como um campo essencial para a promoção do desenvolvimento socioemocional de crianças e adolescentes, contribuindo para o aprimoramento da competência socioemocional. Conheça mais sobre as Cinco Macrocompetências . Acesse o conteúdo interativo do Instituto Ayrton Senna, disponível em: https://institutoayrtonsenna.org.br/pt-br/BNCC/desenvolvimento.html https://institutoayrtonsenna.org.br/pt-br/BNCC/desenvolvimento.html PARA SABER MAIS Acesse o vídeo: O que são as competências socioemocionais - Anita Abed (20 min). https://www.youtube.com/watch?v=f1HVsfG3bcM Acesse o vídeo: Habilidades socioemocionais e Método FRIENDS (4min). https://www.youtube.com/watch?v=0jxJ987-zHE&t=5s Artigo: MARIN, Angela Helena et al. Competência socioemocional: conceitos e instrumentos associados. Rev. bras.ter. cogn., Rio de Janeiro , v. 13, n. 2, p. 92- 103, dez. 2017 . Acesse aqui http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808- 56872017000200004 Texto 2 - O desenvolvimento socioemocional e as funções executivas O texto “Funções executivas e desenvolvimento Na primeira infância: Habilidades necessárias para a autonomia”, organizado pelo Comitê Científico do Núcleo Ciência pela Primeira Infância (NCPI), em 2016, reforça que as experiências vivenciadas durante a primeira infância serão fundamentais para o desenvolvimento de habilidades mais complexas adquiridas ao longo da vida (especialmente até os 20 anos). Os autores apontam a íntima correlação entre as habilidades executivas e o melhor desempenho na vida acadêmica, na saúde física e na prevenção de comportamentos de risco. Além disso, salientam que o prejuízo nestas habilidades pode comprometer a vida do indivíduo, bem como aos daqueles com os quais interagem. As habilidades executivas são requisitos para a aprendizagem da leitura, da escrita, da resolução de problemas matemáticos, bem como todos os demais https://www.youtube.com/watch?v=f1HVsfG3bcM https://www.youtube.com/watch?v=0jxJ987-zHE&t=5s http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-56872017000200004 http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-56872017000200004 conteúdos curriculares. Também está relacionada a capacidade de aprender a tocar um instrumento musical, respeitar as regras de um jogo, conseguir esperar sua vez, compreender uma história contada e participar de brincadeiras. Mas, afinal, o que são as Habilidades Executivas? Para compreender melhor este conceito, precisamos pensar na seguinte questão: quais são as habilidades necessárias para que alguém se torne um bom executivo? Se você respondeu que é a capacidade de lidar com várias tarefas e atividades ao mesmo tempo, ter uma boa memória e capacidades de liderança, organização, focar a atenção, controle de impulsos, ter iniciativa, flexibilidade, planejamento, dentre outros, você acertou! As habilidades necessárias para atingir determinado objetivo (executar ações com foco e persistência, controlar movimentos, monitorar nosso desempenho e regular as emoções) estão englobados no conceito “guarda-chuva” que os neurocientistas denominam de Funções Executivas. O desenvolvimento das funções executivas desenvolve-se gradualmente ao longo de toda a infância até a adolescência (aproximadamente aos 20 anos de idade, quando a maturação do lobo frontal se consolida). Desse modo, os primeiros anos de vida requerem a ajuda de um cuidador ou responsável para nos ajudar a desenvolver estas competências até que possamos incorporá-las e executá-lascom autonomia. À grosso modo, podemos dizer que durante certo tempo os adultos ocupam o papel de Funções Executivas das crianças, por exemplo, lembrando-as de escovar os destes antes de dormir, organizar os brinquedos no lugar após brincar, segurar a folha com uma das mãos enquanto escreve, dispor os materiais em cima da carteira na sala de aula, oferecendo-lhes uma negativa, fazendo-lhe perguntas, uma negativa, solicitando que compartilhem um brinquedo com outrem, possibilitando que sejam colaborativos, estimulando-os a ter iniciativa. Gradualmente, elas vão se apropriando destas habilidades que são aprendidas!! Vejam diversas sugestões de atividades para o desenvolvimento das funções executivas nos seguintes materiais: E-book: Como estimular as habilidades executivas e emocionais em crianças em tempos de pandemia? Contribuições do projeto social intervenções neuropsicológicas no contexto escolar orientação e dicas para pais e responsáveis de crianças de 5 a 12 anos. Acesse aqui https://www.feevale.br/Comum/midias/6c97bcef-3b1a-4860-b22f-3f6d79e06171/e- book%20PRINCE.pdf Acesse o Vídeo Funções Executivas: Habilidades Para a Vida e Aprendizagem (6 min). https://www.youtube.com/watch?v=6gIY_X9IXH8 Podemos considerar que as habilidades executivas são pré-requisitos para o desenvolvimento da Competência Socioemocional. Em especial, a capacidade de controlar impulsos está intimamente relacionada com as possibilidades de agir de modo cooperativo e empático, incluindo o pensar antes de agir. Essa habilidade pode ser exemplificada por comportamentos como: controlar sua vontade de conversar quando precisa prestar a atenção; conseguir esperar sua vez para fazer uma pergunta, jogar ou pegar um objeto; colocar-se no lugar de outras pessoas; decidir não agredir um colega diante de uma ofensa e escolher outras alternativas mais sociáveis para enfrentar o problema (respirar fundo, contar até 10, pedir ajuda para um adulto ou colega...), respeitar as regras de um determinado ambiente/contexto (regras da sala, de um jogo, da casa, da igreja) e trabalhar de modo cooperativo. Aspectos relacionados a consistência e estabilidade emocional, que são opostos aos comportamentos impulsivos, explosivos, imprevisíveis e violentos. Diante disto, fica claro que o desenvolvimento das habilidades socioemocionais promove a melhora no comportamento prossocial, em problemas de conduta, autoestima, regulação emocional, desatenção e hiperatividade, autocontrole e empatia, conforme apontado em diversos estudos (Del Prette e Del Prette., 2002). https://www.feevale.br/Comum/midias/6c97bcef-3b1a-4860-b22f-3f6d79e06171/e-book%20PRINCE.pdf https://www.feevale.br/Comum/midias/6c97bcef-3b1a-4860-b22f-3f6d79e06171/e-book%20PRINCE.pdf https://www.youtube.com/watch?v=6gIY_X9IXH8 As funções executivas também estão atreladas a habilidade de Autogestão, que exige, dentre outras, as capacidades de organização, pro atividade, autonomia, assim como, o controle de impulsos. Para saber mais: NCPI (Org.). Funções executivas e desenvolvimento infantil: habilidades necessárias para a autonomia: estudo III. São Paulo: Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal - FMCSV, 2016. Acesse aqui https://crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/fmcsv/funcoes_executivas_e_desenvo lvimento.pdf Sugestão: Exercício de Autoconhecimento Faça uma avaliação de suas competências executivas e socioemocionais, atribuindo-se uma nota (0 a 10) para cada uma das habilidades listadas abaixo: a. Organização = b. Memória = c. Atenção/foco = d. Controle de Impulsos = e. Planejamento = f. Iniciativa = g. Flexibilidade/Abertura à novas experiências = h. Amabilidade = i. Autogestão = j. Engajamento com os outros = k. Resiliência/ estabilidade emocional = Em seguida, destaque as habilidades para as quais você se atribuiu uma nota inferior a 6,0. Ao lado de cada uma, indique, pelo menos, dois motivos para você ter se atribuído esta nota e duas atitudes que você pode adotar para aprimorar essa habilidade. https://crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/fmcsv/funcoes_executivas_e_desenvolvimento.pdf https://crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/fmcsv/funcoes_executivas_e_desenvolvimento.pdf Texto 3 – A importância das habilidades socioemocionais para o enfrentamento de situações de crises Desde março de 2020 (aproximadamente), a pandemia do COVID -19 tem provocado uma disrupção abrupta de impacto mundial, provocando mudanças imprescindíveis em nossas rotinas, hábitos, atividades, organização doméstica, formas de sociabilidade, de trabalhar, de aprender, de divertir-se, em suma, de viver!! Esse momento de incertezas, desorganização e reorganização do que chamamos de “ o novo normal” tem ocasionado danos sem precedentes em diversos âmbitos sociais, econômicos, educacionais, na saúde pública e na saúde mental, aumentando os riscos de desenvolvimento ou agravo de situações de transtornos mentais. Sem dúvidas, os impactos da pandemia não são uniformes, em uma sociedade como a do Brasil, país que possui um dos maiores índices de desigualdade social do mundo, sabemos que os impactos estão sendo vivenciados de formas diferentes. Enquanto alguns puderam ficar em casa para se proteger, outros não tinham nem casa para ficar. Enquanto alguns estudantes continuaram com aulas remotas, com acesso aos mais diversos recursos tecnológicos e boas condições físicas/ambientais para estudar (um espaço adequado), outros precisaram ir até a escola pegar a apostila impressa elaborada pelos docentes para poder aprender o conteúdo. Quando muito, conseguem acompanhar alguma coisa pelo celular. Enquanto alguns tem adultos que os acompanha em casa e os pode auxiliar a resolver problemas, compreender um assunto mais difícil, outros não tem nem lápis. Estamos acompanhamos de perto os esforços sobre-humanos dos profissionais de saúde, muitos que, inclusive, tornaram-se alvo de preconceitos, estereótipos discriminações e violências, sofrendo humilhação no transporte até o hospital. Estereótipos e discriminações fruto da ignorância e da falta de empatia, uma habilidade socioemocional tão necessária!!! Outras questões sobressaíram-se, como por exemplo, a de gênero e a sobrecarga das mulheres nesse período de pandemia, muitas das quais, precisam manter o trabalho formal e o cuidado da casa e dos filhos, tudo isso ao mesmo tempo e sem intervalos!! As denúncias e notificações de situações de violência contra a mulher e de abuso e exploração sexual também se agravaram, como acompanhamos recentemente aquele caso trágico que fora noticiado. Além destas questões sociais, há também a forma subjetiva de como cada um está vivendo a sua própria pandemia. Como tudo isso te afetou, tem afetado particularmente? Talvez tenha trazido algumas consequências positivas, outras negativas. Por tudo isso, dentre os profissionais de saúde, o Conselho Federal de Psicologia, junto ao Governo, convocou também os psicólogos para se organizarem e oferecerem atendimentos de forma presencial/remota gratuita nessa situação de emergência e de calamidade pública. Em um curto período, a maior parte dos grupos criados por essa categoria, ficou lotada, com filas de esperas para as próximas vagas para atendimentos. Os Núcleo de Apoio Psicopedagógico (NAPs) existentes na maioria dos cursos de ensino superior, apresentou um aumento intenso das demandas por atendimentos aos alunos que estavam enfrentando dificuldades para se adaptar ao ensino remoto e/ou enfrentar as mudanças impostas pela pandemia. O número de estudantes que tentaram cometer suicídio ou que desenvolveram ou tiveram transtornos mentais (como por exemplo: síndrome do pânico e depressão) agravados, também foi significativo. Diante de todo esse panorama, de que forma a escola, os educadores,as famílias, podem contribuir para prevenir ou amenizar situações de stress, angústia, depressão e, até mesmo, violência? Como minimizar os efeitos da saudade de encontrar os amigos na escola, os professores, funcionários, de correr pelo pátio, de sair de casa, ficar longe dos pais (algo tão desejado na adolescência)? Como nos preparamos e auxiliamos os estudantes para um retorno pós pandemia? As coisas serão como antes? Provavelmente, não. De que forma o trabalho com as habilidades socioemocionais pode favorecer a todos nesse processo? Discutir e procurar responder estas questões é um dos objetivos deste item. Para colaborar com esse discussão, a leitura do texto “Competências socioemocionais para contextos de crise” (Instituo Ayrton Senna, 2020) pode ser muito útil, pois apresenta Informações e alguns exemplos de estratégias práticas para que as famílias e os educadores possam desenvolverem habilidades socioemocionais na educação durante a crise da pandemia Covid-19. PARA SABER MAIS Portal Planeta Educação. Competências socioemocionais em tempos de pandemia. Acesse aqui https://www.plannetaeducacao.com.br/portal/a/334/competencias-socioemocionais- em-tempos-de-pandemia Nova Escola. Como as competências socioemocionais promovem saúde mental? Acesse aqui https://novaescola.org.br/conteudo/12664/como-as-competencias-socioemocionais- promovem-saude-mental Instituto Ayrton Senna. Competências Socioemocionais para contextos de crise. Acesse aqui https://institutoayrtonsenna.org.br/pt-br/socioemocionais-para-crises.html Vídeos Recomendados ASSISTA, PELO MENOS, A UM DESTES VÍDEOS: 1. Instituto Ayrton Senna. #EducaçãoEmDebate Socioemocionais e a pandemia como preparar estudantes no isolamento e depois dele? https://www.youtube.com/watch?v=HDWWwng0Jy4 2. Faculdade Laboro. Webinar: Habilidades socioemocionais em tempos de pandemia https://www.youtube.com/watch?v=1XF8tyVTDiI 3. Jornal Estadão. Importância das habilidades socioemocionais para professores e alunos em tempos de pandemia.… https://www.facebook.com/watch/live/?v=311673640023398&ref=watch_permalink https://www.plannetaeducacao.com.br/portal/a/334/competencias-socioemocionais-em-tempos-de-pandemia https://www.plannetaeducacao.com.br/portal/a/334/competencias-socioemocionais-em-tempos-de-pandemia https://novaescola.org.br/conteudo/12664/como-as-competencias-socioemocionais-promovem-saude-mental https://novaescola.org.br/conteudo/12664/como-as-competencias-socioemocionais-promovem-saude-mental https://institutoayrtonsenna.org.br/pt-br/socioemocionais-para-crises.html https://www.youtube.com/watch?v=HDWWwng0Jy4 https://www.youtube.com/watch?v=1XF8tyVTDiI https://www.facebook.com/watch/live/?v=311673640023398&ref=watch_permalink Referências Bibliográficas BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. MEC, SEB, Brasília: 2010. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=97 69-diretrizescurriculares-2012&category_slug=janeiro-2012-pdf&Itemid=30192.> Acesso em: 26 jul 2020 BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular. MEC, SEB, Brasília: 2017. Disponível em: < http://basenacionalcomum.mec.gov.br/>. Acesso em 26 jul 2020. Del Prette Z. A. P., & Del Prette, A. Aprendizagem socioemocional na infância e prevenção da violência: questões conceituais e metodologia da intervenção. In: Z. A. P. Del Prette & A. Del Prette (Eds). Habilidades sociais, desenvolvimento e aprendizagem (pp.83-127). São Paulo: Alínea, 2007. Instituto Ayrton Senna. Competências Socioemocionais para contextos de crise. 2020. Disponível em: https://institutoayrtonsenna.org.br/pt-br/socioemocionais-para- crises.html MARIN, Angela Helena et al. Competência socioemocional: conceitos e instrumentos associados. Rev. bras.ter. cogn., Rio de Janeiro, v. 13, n. 2, p. 92-103, dez. 2017. NÚCLEO CIÊNCIA PELA PRIMEIRA INFÂNCIA (org.). O impacto do desenvolvimento na primeira infância sobre a aprendizagem: estudo I. São Paulo: Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal - FMCSV, 2014. _____________________________________. Funções executivas e desenvolvimento infantil: habilidades necessárias para a autonomia: estudo III. São Paulo: Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal - FMCSV, 2016. SÃO PAULO. Secretaria Municipal de Educação. Currículo da Cidade. Educação Infantil. São Paulo: 2019. Disponível em: <https://educacao.sme.prefeitura.sp.gov.br/wp- content/uploads/2019/10/cc-educacao-infantil.pdf>. Acesso em: 27 jul 2020. http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=9769-diretrizescurriculares-2012&category_slug=janeiro-2012-pdf&Itemid=30192 http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=9769-diretrizescurriculares-2012&category_slug=janeiro-2012-pdf&Itemid=30192 http://basenacionalcomum.mec.gov.br/ https://institutoayrtonsenna.org.br/pt-br/socioemocionais-para-crises.html https://institutoayrtonsenna.org.br/pt-br/socioemocionais-para-crises.html https://educacao.sme.prefeitura.sp.gov.br/wp-content/uploads/2019/10/cc-educacao-infantil.pdf https://educacao.sme.prefeitura.sp.gov.br/wp-content/uploads/2019/10/cc-educacao-infantil.pdf
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