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Competência Socioemocional Módulo 1

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Curso EAD - A Educação Integral e o Desenvolvimento da 
Competência Socioemocional nas Unidades Educacionais da 
Cidade de São Paulo 
 
Módulo 1 
 
Introdução 
 
A Educação Integral considera o caráter abrangente, complexo e 
multidimensional da formação humana, ou seja, compreende que os processos de 
ensino e aprendizagem atingem sujeitos inteiros, considerando suas dimensões 
emocionais, culturais, sociais, cognitivas e físicas. 
Dessa forma, além das aquisições cognitivas, as experiências propiciadas no 
contexto escolar também podem ser determinantes para o desenvolvimento de 
conhecimentos, habilidades, atitudes e valores saudáveis e essenciais para a 
convivência, a vida profissional o exercício da cidadania. 
Habilidades tais como as de autocuidado, autoconhecimento, responsabilidade, 
participação, empatia, também conhecidas como habilidades socioemocionais, podem 
ser estimuladas pela ação pedagógica e constituem os objetivos apresentados na 
Matriz de Saberes do Currículo da Cidade. 
Pesquisas revelam que alunos que têm competências socioemocionais mais 
bem desenvolvidas apresentam maior facilidade de aprender os conteúdos 
acadêmicos. Os professores também se beneficiam aprimorando suas práticas 
pedagógicas e contribuindo para o fomento da saúde mental nas escolas. Nesse 
sentido, a mediação dos educadores, valorizando sentimentos, pensamentos, palavras 
e ações em suas interações e conexões entre os estudantes e o ambiente educativo é 
fundamental neste processo. 
Isso implica a necessidade de ampliar e solidificar sua formação para contribuir 
com a construção conjunta de contextos de aprendizagens (tempos, espaços, 
interações, intencionalidade, materialidades) propícios ao desenvolvimento da 
competência socioemocional. 
 
 
 
Objetivos do Curso 
o Ampliar a compreensão acerca do desenvolvimento das competências 
socioemocionais e do papel potencializador da educação neste processo. 
o Reconhecer a importância da Educação integral dos sujeitos, especialmente o 
desenvolvimento de habilidades de autoconhecimento, autocuidado, 
respeito e empatia na prevenção de situações de risco e vulnerabilidade 
social e na promoção de uma cultura de paz. 
o Planejar e utilizar estratégias que promovam o desenvolvimento das 
competências socioemocionais integradas aos conteúdos curriculares 
(mediação de jogos, brincadeiras e a resolução de problemas). 
o Aprimorar suas próprias habilidades sociais e emocionais (autoconhecimento, 
empatia, autocuidado, comunicação não violenta) para intervir nas interações 
produzidas e produtoras do cotidiano escolar de modo a realizar ações 
conjuntas que beneficiem o desenvolvimento socioemocional de toda a 
comunidade escolar. 
Dentro de uma abordagem que alia teoria e prática, você encontrará, no 
decorrer dos módulos, informações que fundamentam o conceito de Competência 
Socioemocional, a compreensão acerca do papel potencializador da educação no 
desenvolvimento destas habilidades e diversas sugestões de atividades práticas para 
serem utilizadas de modo integrado ao currículo. 
Acesse aos vídeos, textos e links sugeridos, pois estes ilustram e aprofundam 
seu aprendizado, ajudando-o na compreensão das questões e atividades. 
 
O desenvolvimento das competências socioemocionais 
Considerando as teorias interacionistas que abordam o desenvolvimento 
infantil (Piaget, Vygotsky, Wallon) e as contribuições mais recentes do campo das 
neurociências, sabemos que as experiências vivenciadas até aproximadamente os seis 
anos de idade são fundamentais para a construção de habilidades e competências 
básicas que servirão como base de sustentação para o desenvolvimento posterior. 
A hereditariedade, a genética, as condições da gestação e parto podem 
influenciar diversos aspectos relacionados ao desenvolvimento, tais como a aparência 
física, o temperamento, dentre outros. No entanto, excluindo situações de doenças 
genéticas, deficiências e traumas no momento do parto ou gestação, estes fatores 
influenciam cerca de 5% do desenvolvimento dos indivíduos. Ou seja, a forma como 
 
 
 
cada um irá sentir, agir, conhecer, as habilidades, apropriar-se de conhecimentos, 
valores e atitudes, o que aprenderá, terá muito mais relação com as experiências de 
vida, no meio social, cultural, educacional, do que com a carga genética. 
Essas informações poderão ser aprofundadas com o vídeo “As experiências 
moldam a arquitetura do cérebro” série produzida pelo Center on the Developing Child 
(CDC), da Universidade Harvard em parceria com o Núcleo Ciência Pela Infância. 
Dessa forma, as competências socioemocionais não são propriedades dos 
indivíduos ou características inatas, mas são aprendidas, desenvolvidas e a escola tem 
um papel fundamental neste processo, como veremos. 
 
Para saber mais: 
 
Vídeo: CDC. Conceitos Fundamentais 1 - As experiências moldam a arquitetura do 
cérebro. 
 
Acesse aqui 
https://www.fmcsv.org.br/pt-BR/biblioteca/as-experiencias-moldam-a-arquitetura-do-
cerebro/ 
 
Artigo: NPCI. Estudo I: O impacto do desenvolvimento na primeira infância sobre a 
aprendizagem. 2014. 
 
Acesse aqui 
(PDF) 
 
 
TEXTO 1 - Definindo conceitos: Habilidades ou competências 
socioemocionais? 
Você considera que existe diferença entre os termos habilidades e 
competências socioemocionais ou que estes são sinônimos? 
Antes de ler o texto procure anotar em um caderno ou bloco de notas o que 
você acha que esses termos significam e de que modo se relacionam com a educação. 
https://www.fmcsv.org.br/pt-BR/biblioteca/as-experiencias-moldam-a-arquitetura-do-cerebro/
https://www.fmcsv.org.br/pt-BR/biblioteca/as-experiencias-moldam-a-arquitetura-do-cerebro/
 
 
 
Nas diretrizes e planos curriculares educacionais o termo competência 
geralmente acompanha o de habilidade. Como aparece, por exemplo, na Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação (LDB), nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), na 
Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e no ENEM. 
Perrenoud (2002) define competência como a capacidade ou quesito 
necessário para enfrentar um conjunto de situações semelhantes que mobiliza 
múltiplos recursos cognitivos de uma forma rápida, pertinente e criativa: 
microcompetências, informações, valores, atitudes, esquemas de percepção, de 
avaliação e de raciocínio, saberes. Assim, podemos definir competência como uma 
aptidão de ordem geral e habilidade de ordem específica. 
Em outras palavras, as habilidades decorrem das competências já 
desenvolvidas. Por exemplo, a competência de LEITURA requer/envolve as habilidades 
de decodificação e compreensão; a competência de COZINHAR requer as habilidades 
de organização, concentração, noção de medidas, sensibilidade, manuseio de 
equipamentos e técnicas para o preparo de alimentos, dentre outros. 
Respondendo à pergunta inicial, os termos dizem respeito a categorias 
distintas, pois é necessário o processo de desenvolvimento das habilidades 
socioemocionais para que seja atingido um nível satisfatório de competência 
socioemocional. 
O conceito de competência socioemocional tem sido foco de estudos e 
pesquisas nacionais e internacionais desde a década de 19301, por diferentes 
abordagens e áreas de pesquisa, tais como a administração, a psicologia, as 
neurociências, a pedagogia e a economia. Desse modo, não há, atualmente, uma 
definição universal deste constructo. Notadamente, ele é categorizado de diversas 
formas e comumente associado com outras teorias, das quais destacam-se as 
seguintes: inteligência emocional, habilidades sociais e aprendizagem emocional. 
Por este motivo, faz-se necessário, inicialmente, diferenciar estes conceitos e 
apresentar as teorias de Competências Socioemocionais mais contundentes e bem 
aceitas no âmbito acadêmico. 
 
1 Podemos apontar o pesquisador americano Gordon Allport como pioneiro no estudo das Competências Socioemocionais. 
 
 
 
✓ Inteligência emocional2 - esseconceito engloba cinco características: a 
capacidade de perceber, avaliar e expressar emoções em si mesmo e no outro 
de maneira verbal e não verbal (autoconhecimento e habilidades sociais); a 
capacidade de perceber e utilizar emoções por meio de um planejamento 
flexível do pensamento criativo, redirecionando a atenção e a motivação 
(automotivação); a capacidade de compreender a emoção e o conhecimento 
emocional (empatia); e a capacidade de controlar emoções para promover o 
crescimento emocional e intelectual (autocontrole). 
✓ Habilidades Sociais - dizem respeito a um repertório de comportamentos que 
expressam sentimentos, atitudes, opiniões, valores, desejos e direitos que 
devem ser adequados a cada situação, tais como: solucionar problemas 
imediatos, iniciar e manter conversações, expressar amor, agrado e afeto, falar 
em público, enfrentar críticas, defender os próprios direitos, pedir favores, 
recusar pedidos, solicitar mudança no comportamento do outro, dentre outros 
necessários para os relacionamentos interpessoais e a vida em sociedade. 
✓ Aprendizagem Socioemocional ou Educação Sociemocional 3 - programa 
inserido no currículo escolar com foco na promoção e desenvolvimento das 
habilidades socioemocionais dos estudantes, envolvendo a participação de 
todos (equipe educacional e famílias). 
✓ Habilidades Socioemocionais – perspectiva que integra as habilidades sociais e 
emocionais (I.E.) Engloba um conjunto de pensamentos, sentimentos e 
comportamentos essenciais para o pleno desenvolvimento como indivíduo, que 
se modificam a partir do contexto histórico-cultural, das experiências e das 
interações com outras pessoas. Estas incluem: a abertura a novas experiências, 
amabilidade, conscienciosidade, extroversão, estabilidade emocional, 
liderança, sensibilidade social, cooperação, autoeficácia, autoestima, disciplina, 
persistência, dentre outras. 
Em meados de 1930, Gordon Allport e colaboradores, desenvolveram uma forma 
de avaliar a personalidade humana, conhecida como BIG FIVE, na qual organizaram as 
habilidades socioemocionais em cinco domínios4: 
 
2 Esse conceito começou a ser delineado a partir da teoria das Inteligências Múltiplas, proposta por Gardner (1997). De acordo 
com essa teoria a cognição humana era composta por facetas diversas e independentes vinculadas a capacidade de resolução de 
problemas. A Teoria das Inteligências Múltiplas é composta pelas inteligências: linguística, musical, espacial, corporal-cinestésica, 
interpessoal, intrapessoal e naturalista. Embora Daniel Goleman tenha tornado esse conceito mais popular, a teoria desenvolvida 
por Mayer e Salovey (1997), possui maior rigor científico. 
3 Tradução do termo SEL (Social and Emotional Learning), programa desenvolvido nos E.U.A. 
4A partir da década de 1960 os autores que mais contribuíram com esse modelo foram: Lewis Goldberg, Robert R. McCrae e Paul 
T. Costa, Jerry Wiggins e Oliver John. 
 
 
 
❖ Abertura a novas experiências - associada à curiosidade, imaginação, 
interesses amplos e gosto por questionamento; relacionado a indicadores 
educacionais. 
❖ Amabilidade - tendência a agir de modo cooperativo e empático. 
❖ Conscienciosidade ou Autogestão - tendência à organização, esforço e 
responsabilidade; fator mais relacionado às diversas medidas de sucesso no 
aprendizado. 
❖ Engajamento com os outros - orientação de interesses e energia em direção ao 
mundo externo, pessoas e coisas. 
❖ Estabilidade emocional /Neuroticismo/ Resiliência emocional - consistência e 
previsibilidade das reações emocionais. 
A partir destes estudos, foram formuladas evidências científicas que 
correlacionam as habilidades socioemocionais ao estabelecimento e manutenção de 
relações saudáveis, a tomada de decisões responsáveis, ao preparo para lidar com a 
realidade e com os desafios que ainda estão por vir. Em suma, à saúde psicológica, ao 
exercício de cidadania e a realização de objetivos. 
Na mesma medida, têm despertado grande interesse no campo dos 
relacionamentos, cujo foco principal está na eficácia de programas socioemocionais, 
tanto em ações educacionais, quanto na prevenção de questões de saúde mental e de 
melhoria no desenvolvimento humano. 
Como veremos no próximo módulo, a partir destas evidências o contexto 
escolar passou a ser apontado como um campo essencial para a promoção do 
desenvolvimento socioemocional de crianças e adolescentes, contribuindo para o 
aprimoramento da competência socioemocional. 
 
 
 
 
Conheça mais sobre as Cinco Macrocompetências . 
Acesse o conteúdo interativo do Instituto Ayrton Senna, disponível em: 
https://institutoayrtonsenna.org.br/pt-br/BNCC/desenvolvimento.html 
https://institutoayrtonsenna.org.br/pt-br/BNCC/desenvolvimento.html
 
 
 
PARA SABER MAIS 
 
Acesse o vídeo: O que são as competências socioemocionais - Anita Abed (20 min). 
https://www.youtube.com/watch?v=f1HVsfG3bcM 
 
Acesse o vídeo: Habilidades socioemocionais e Método FRIENDS (4min). 
https://www.youtube.com/watch?v=0jxJ987-zHE&t=5s 
 
Artigo: MARIN, Angela Helena et al. Competência socioemocional: conceitos e 
instrumentos associados. Rev. bras.ter. cogn., Rio de Janeiro , v. 13, n. 2, p. 92-
103, dez. 2017 . 
Acesse aqui 
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-
56872017000200004 
 
 
 
Texto 2 - O desenvolvimento socioemocional e as funções 
executivas 
O texto “Funções executivas e desenvolvimento Na primeira infância: 
Habilidades necessárias para a autonomia”, organizado pelo Comitê Científico do 
Núcleo Ciência pela Primeira Infância (NCPI), em 2016, reforça que as experiências 
vivenciadas durante a primeira infância serão fundamentais para o desenvolvimento 
de habilidades mais complexas adquiridas ao longo da vida (especialmente até os 20 
anos). 
Os autores apontam a íntima correlação entre as habilidades executivas e o 
melhor desempenho na vida acadêmica, na saúde física e na prevenção de 
comportamentos de risco. Além disso, salientam que o prejuízo nestas habilidades 
pode comprometer a vida do indivíduo, bem como aos daqueles com os quais 
interagem. 
As habilidades executivas são requisitos para a aprendizagem da leitura, da 
escrita, da resolução de problemas matemáticos, bem como todos os demais 
https://www.youtube.com/watch?v=f1HVsfG3bcM
https://www.youtube.com/watch?v=0jxJ987-zHE&t=5s
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-56872017000200004
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-56872017000200004
 
 
 
conteúdos curriculares. Também está relacionada a capacidade de aprender a tocar 
um instrumento musical, respeitar as regras de um jogo, conseguir esperar sua vez, 
compreender uma história contada e participar de brincadeiras. 
Mas, afinal, o que são as Habilidades Executivas? 
Para compreender melhor este conceito, precisamos pensar na seguinte 
questão: quais são as habilidades necessárias para que alguém se torne um bom 
executivo? 
Se você respondeu que é a capacidade de lidar com várias tarefas e atividades 
ao mesmo tempo, ter uma boa memória e capacidades de liderança, organização, 
focar a atenção, controle de impulsos, ter iniciativa, flexibilidade, planejamento, 
dentre outros, você acertou! 
As habilidades necessárias para atingir determinado objetivo (executar ações 
com foco e persistência, controlar movimentos, monitorar nosso desempenho e 
regular as emoções) estão englobados no conceito “guarda-chuva” que os 
neurocientistas denominam de Funções Executivas. 
O desenvolvimento das funções executivas desenvolve-se gradualmente ao 
longo de toda a infância até a adolescência (aproximadamente aos 20 anos de idade, 
quando a maturação do lobo frontal se consolida). 
Desse modo, os primeiros anos de vida requerem a ajuda de um cuidador ou 
responsável para nos ajudar a desenvolver estas competências até que possamos 
incorporá-las e executá-lascom autonomia. 
À grosso modo, podemos dizer que durante certo tempo os adultos ocupam o 
papel de Funções Executivas das crianças, por exemplo, lembrando-as de escovar os 
destes antes de dormir, organizar os brinquedos no lugar após brincar, segurar a folha 
com uma das mãos enquanto escreve, dispor os materiais em cima da carteira na sala 
de aula, oferecendo-lhes uma negativa, fazendo-lhe perguntas, uma negativa, 
solicitando que compartilhem um brinquedo com outrem, possibilitando que sejam 
colaborativos, estimulando-os a ter iniciativa. Gradualmente, elas vão se apropriando 
destas habilidades que são aprendidas!! 
 
Vejam diversas sugestões de atividades para o desenvolvimento das 
funções executivas nos seguintes materiais: 
 
 
 
 
E-book: Como estimular as habilidades executivas e emocionais em crianças em 
tempos de pandemia? Contribuições do projeto social intervenções neuropsicológicas 
no contexto escolar orientação e dicas para pais e responsáveis de crianças de 5 a 12 
anos. 
 
Acesse aqui 
https://www.feevale.br/Comum/midias/6c97bcef-3b1a-4860-b22f-3f6d79e06171/e-
book%20PRINCE.pdf 
 
Acesse o Vídeo 
Funções Executivas: Habilidades Para a Vida e Aprendizagem (6 min). 
https://www.youtube.com/watch?v=6gIY_X9IXH8 
 
 
 
Podemos considerar que as habilidades executivas são pré-requisitos para o 
desenvolvimento da Competência Socioemocional. Em especial, a capacidade de 
controlar impulsos está intimamente relacionada com as possibilidades de agir de 
modo cooperativo e empático, incluindo o pensar antes de agir. 
Essa habilidade pode ser exemplificada por comportamentos como: controlar 
sua vontade de conversar quando precisa prestar a atenção; conseguir esperar sua vez 
para fazer uma pergunta, jogar ou pegar um objeto; colocar-se no lugar de outras 
pessoas; decidir não agredir um colega diante de uma ofensa e escolher outras 
alternativas mais sociáveis para enfrentar o problema (respirar fundo, contar até 10, 
pedir ajuda para um adulto ou colega...), respeitar as regras de um determinado 
ambiente/contexto (regras da sala, de um jogo, da casa, da igreja) e trabalhar de modo 
cooperativo. Aspectos relacionados a consistência e estabilidade emocional, que são 
opostos aos comportamentos impulsivos, explosivos, imprevisíveis e violentos. 
Diante disto, fica claro que o desenvolvimento das habilidades socioemocionais 
promove a melhora no comportamento prossocial, em problemas de conduta, 
autoestima, regulação emocional, desatenção e hiperatividade, autocontrole e 
empatia, conforme apontado em diversos estudos (Del Prette e Del Prette., 2002). 
https://www.feevale.br/Comum/midias/6c97bcef-3b1a-4860-b22f-3f6d79e06171/e-book%20PRINCE.pdf
https://www.feevale.br/Comum/midias/6c97bcef-3b1a-4860-b22f-3f6d79e06171/e-book%20PRINCE.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=6gIY_X9IXH8
 
 
 
As funções executivas também estão atreladas a habilidade de Autogestão, que 
exige, dentre outras, as capacidades de organização, pro atividade, autonomia, assim 
como, o controle de impulsos. 
 
Para saber mais: 
NCPI (Org.). Funções executivas e desenvolvimento infantil: habilidades necessárias 
para a autonomia: estudo III. São Paulo: Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal - FMCSV, 
2016. 
Acesse aqui 
https://crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/fmcsv/funcoes_executivas_e_desenvo
lvimento.pdf 
 
Sugestão: 
Exercício de Autoconhecimento 
Faça uma avaliação de suas competências executivas e socioemocionais, 
atribuindo-se uma nota (0 a 10) para cada uma das habilidades listadas 
abaixo: 
a. Organização = 
b. Memória = 
c. Atenção/foco = 
d. Controle de Impulsos = 
e. Planejamento = 
f. Iniciativa = 
g. Flexibilidade/Abertura à novas 
experiências = 
h. Amabilidade = 
i. Autogestão = 
j. Engajamento com os outros = 
k. Resiliência/ estabilidade 
emocional = 
Em seguida, destaque as habilidades para as quais você se atribuiu uma nota inferior a 
6,0. Ao lado de cada uma, indique, pelo menos, dois motivos para você ter se atribuído 
esta nota e duas atitudes que você pode adotar para aprimorar essa habilidade. 
 
https://crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/fmcsv/funcoes_executivas_e_desenvolvimento.pdf
https://crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/fmcsv/funcoes_executivas_e_desenvolvimento.pdf
 
 
 
Texto 3 – A importância das habilidades socioemocionais para o 
enfrentamento de situações de crises 
 
 Desde março de 2020 (aproximadamente), a pandemia do COVID -19 tem 
provocado uma disrupção abrupta de impacto mundial, provocando mudanças 
imprescindíveis em nossas rotinas, hábitos, atividades, organização doméstica, formas 
de sociabilidade, de trabalhar, de aprender, de divertir-se, em suma, de viver!! Esse 
momento de incertezas, desorganização e reorganização do que chamamos de “ o 
novo normal” tem ocasionado danos sem precedentes em diversos âmbitos sociais, 
econômicos, educacionais, na saúde pública e na saúde mental, aumentando os riscos 
de desenvolvimento ou agravo de situações de transtornos mentais. 
 Sem dúvidas, os impactos da pandemia não são uniformes, em uma sociedade 
como a do Brasil, país que possui um dos maiores índices de desigualdade social do 
mundo, sabemos que os impactos estão sendo vivenciados de formas diferentes. 
Enquanto alguns puderam ficar em casa para se proteger, outros não tinham nem casa 
para ficar. Enquanto alguns estudantes continuaram com aulas remotas, com acesso 
aos mais diversos recursos tecnológicos e boas condições físicas/ambientais para 
estudar (um espaço adequado), outros precisaram ir até a escola pegar a apostila 
impressa elaborada pelos docentes para poder aprender o conteúdo. Quando muito, 
conseguem acompanhar alguma coisa pelo celular. Enquanto alguns tem adultos que 
os acompanha em casa e os pode auxiliar a resolver problemas, compreender um 
assunto mais difícil, outros não tem nem lápis. 
 Estamos acompanhamos de perto os esforços sobre-humanos dos profissionais 
de saúde, muitos que, inclusive, tornaram-se alvo de preconceitos, estereótipos 
discriminações e violências, sofrendo humilhação no transporte até o hospital. 
Estereótipos e discriminações fruto da ignorância e da falta de empatia, uma 
habilidade socioemocional tão necessária!!! 
 Outras questões sobressaíram-se, como por exemplo, a de gênero e a 
sobrecarga das mulheres nesse período de pandemia, muitas das quais, precisam 
manter o trabalho formal e o cuidado da casa e dos filhos, tudo isso ao mesmo tempo 
e sem intervalos!! As denúncias e notificações de situações de violência contra a 
mulher e de abuso e exploração sexual também se agravaram, como acompanhamos 
recentemente aquele caso trágico que fora noticiado. 
 
 
 
Além destas questões sociais, há também a forma subjetiva de como cada um 
está vivendo a sua própria pandemia. Como tudo isso te afetou, tem afetado 
particularmente? Talvez tenha trazido algumas consequências positivas, outras 
negativas. 
 Por tudo isso, dentre os profissionais de saúde, o Conselho Federal de 
Psicologia, junto ao Governo, convocou também os psicólogos para se organizarem e 
oferecerem atendimentos de forma presencial/remota gratuita nessa situação de 
emergência e de calamidade pública. 
 Em um curto período, a maior parte dos grupos criados por essa categoria, 
ficou lotada, com filas de esperas para as próximas vagas para atendimentos. 
 Os Núcleo de Apoio Psicopedagógico (NAPs) existentes na maioria dos cursos 
de ensino superior, apresentou um aumento intenso das demandas por atendimentos 
aos alunos que estavam enfrentando dificuldades para se adaptar ao ensino remoto 
e/ou enfrentar as mudanças impostas pela pandemia. O número de estudantes que 
tentaram cometer suicídio ou que desenvolveram ou tiveram transtornos mentais 
(como por exemplo: síndrome do pânico e depressão) agravados, também foi 
significativo. 
 Diante de todo esse panorama, de que forma a escola, os educadores,as 
famílias, podem contribuir para prevenir ou amenizar situações de stress, angústia, 
depressão e, até mesmo, violência? 
 Como minimizar os efeitos da saudade de encontrar os amigos na escola, os 
professores, funcionários, de correr pelo pátio, de sair de casa, ficar longe dos pais 
(algo tão desejado na adolescência)? 
 Como nos preparamos e auxiliamos os estudantes para um retorno pós 
pandemia? As coisas serão como antes? Provavelmente, não. 
 De que forma o trabalho com as habilidades socioemocionais pode favorecer a 
todos nesse processo? 
 Discutir e procurar responder estas questões é um dos objetivos deste item. 
Para colaborar com esse discussão, a leitura do texto “Competências 
socioemocionais para contextos de crise” (Instituo Ayrton Senna, 2020) pode ser 
muito útil, pois apresenta Informações e alguns exemplos de estratégias práticas para 
 
 
 
que as famílias e os educadores possam desenvolverem habilidades socioemocionais 
na educação durante a crise da pandemia Covid-19. 
 
PARA SABER MAIS 
Portal Planeta Educação. Competências socioemocionais em tempos de pandemia. 
Acesse aqui 
https://www.plannetaeducacao.com.br/portal/a/334/competencias-socioemocionais-
em-tempos-de-pandemia 
 
Nova Escola. Como as competências socioemocionais promovem saúde mental? 
Acesse aqui 
https://novaescola.org.br/conteudo/12664/como-as-competencias-socioemocionais-
promovem-saude-mental 
 
Instituto Ayrton Senna. Competências Socioemocionais para contextos de crise. 
Acesse aqui 
https://institutoayrtonsenna.org.br/pt-br/socioemocionais-para-crises.html 
 
Vídeos Recomendados 
ASSISTA, PELO MENOS, A UM DESTES VÍDEOS: 
1. Instituto Ayrton Senna. #EducaçãoEmDebate Socioemocionais e a pandemia como 
preparar estudantes no isolamento e depois dele? 
https://www.youtube.com/watch?v=HDWWwng0Jy4 
 
2. Faculdade Laboro. Webinar: Habilidades socioemocionais em tempos de pandemia 
https://www.youtube.com/watch?v=1XF8tyVTDiI 
 
3. Jornal Estadão. Importância das habilidades socioemocionais para professores e 
alunos em tempos de pandemia.… 
https://www.facebook.com/watch/live/?v=311673640023398&ref=watch_permalink 
 
https://www.plannetaeducacao.com.br/portal/a/334/competencias-socioemocionais-em-tempos-de-pandemia
https://www.plannetaeducacao.com.br/portal/a/334/competencias-socioemocionais-em-tempos-de-pandemia
https://novaescola.org.br/conteudo/12664/como-as-competencias-socioemocionais-promovem-saude-mental
https://novaescola.org.br/conteudo/12664/como-as-competencias-socioemocionais-promovem-saude-mental
https://institutoayrtonsenna.org.br/pt-br/socioemocionais-para-crises.html
https://www.youtube.com/watch?v=HDWWwng0Jy4
https://www.youtube.com/watch?v=1XF8tyVTDiI
https://www.facebook.com/watch/live/?v=311673640023398&ref=watch_permalink
 
 
 
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