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Patologias do Sistema Respiratório Pamela Barbieri – T23 – FMBM Prof. Dr. Nelson Vega As doenças obstrutivas são doenças das vias aéreas, caracterizadas aumento na resistência do fluxo do ar devido a obstrução parcial ou completa em qualquer nível desde a traqueia até bronquíolos e respiratórios. Caracterizada por VEF1/CVF < 0,7 Doença obstrutiva x doença restritiva: A doença pode acometer os alvéolos, afetando as trocas gasosas nos ácinos. Não separa mais enfisema de bronquite crônica, o paciente tem DPOC. Dentro do DPOC, alguns pacientes tem mais características de enfisema (lesão no alvéolo) ou bronquite (lesão no bronquíolo). ✓ DEFINIÇÃO DPOC: É definida como um estado patológico caracterizado por limitação do fluxo aéreo não totalmente reversível. A DPOC inclui enfisema e bronquite crônica. → Enfisema pulmonar: distúrbio definido anatomicamente, que se caracteriza por destruição e dilatação dos alvéolos pulmonares. → Bronquite crônica: tosse crônica e expectoração purulenta. Patologias do Sistema Respiratório Pamela Barbieri – T23 – FMBM Prof. Dr. Nelson Vega A DPOC é uma doença frequente, prevenível e tratável, heterogênea em sua apresentação clínica e evolução caracterizada por obstrução ao fluxo de ar, persistente e geralmente progressiva. A espirometria é essencial para confirmação diagnóstica. Classificação: Etiologias: → Tabagismo (causa principal, 80% dos casos). → Exposição a fumaça do fogão a lenha *número médio de horas cozinhando em fogão de lenha x numero de anos que cozinhou com lenha); exposição de mais de 200 horas-ano ou 10 anos = risco elevado de DPOC. → Poluição urbana → Tabagismo passivo → Poluentes ocupacionais e ambientais (mineradores de carvão, trabalhadores em escavações de rocha, produtores de concreto, trabalhadores do agronegócio e expostos a agentes químicos). → Hiperresponsividade das vias respiratórias → Polimorfismos genéticos (deficiência de alfa1-antitripsina). Principais fatores de risco: tabagismo, a exposição ocupacional e a combustão de biomassa. Fisiopatologia: Mecanismo da DPOC: Inalação da fumaça do cigarro → atinge regiões dos brônquios (sintomas de bronquite); atinge alvéolos (enfisema). ✓ BRONQUITE CRÔNICA: Hipersecreção de muco, devido a hipertrofia das glândulas submucosas. Isso leva a uma inflamação, que causa edema de mucosa brônquica, resposta inflamatória a exposição do tabaco com ativação de neutrófilos, Patologias do Sistema Respiratório Pamela Barbieri – T23 – FMBM Prof. Dr. Nelson Vega macrófagos e linfócitos. Pode ocorrer infecção e ajuda na manutenção da doença e do processo inflamatória. ✓ ENFISEMA PULMONAR: Exposição crônica à fumaça de cigarro → recrutamento de células inflamatórias para o interior dos espaços aéreos. As células inflamatórias liberam proteinases elastolíticas (destruição da elastina) e outras que destroem a matriz extracelular dos pulmões. Essas proteinases vão levar a morte celular estrutural (células endoteliais e epiteliais) devido a lesão oxidativa e ação proteolítica de ligação na matriz extracelular. Reparo ineficaz da elastina leva ao alargamento dos espaços aéreos que define o enfisema pulmonar. ✓ 4 tipos de enfisema pulmonar: 1) centroacinar; 2) pan-acinar; 3) parasseptal e 4) irregular Apenas o centroacinar e pan-acinar causam uma obstrução clinicamente significativa do fluxo aéreo. Enfisema pulmonar é classificado de acordo com a região do ácino acometida: Proximal – centroacinar ou centro lobular Distal – parasseptal Todo – panacinar ou panlobular. Patologias do Sistema Respiratório Pamela Barbieri – T23 – FMBM Prof. Dr. Nelson Vega Enfisema parasseptal (seta azul) e centroacinar (seta vermelha). Enfisema parasseptal. Diagnóstico de DPOC: Clínico: sinais e sintomas (fatores de risco) + espirometria (distúrbio obstrutivo) + laboratorial (raramente alfa-1- antitripsina). Patologias do Sistema Respiratório Pamela Barbieri – T23 – FMBM Prof. Dr. Nelson Vega Sintomas: Tosse, produção de escarro (pigarro), dispneia aos esforços. Obs: sintomas crônicos, progressivos e associados a fatores de risco. Sibilância, astenia, intolerância a exercícios. Fadiga, caquexia, perda ponderal /perda difusa de tecido subcutâneo, depressão. Sinais – exame físico: →Fase expiratória prolongada (soprador). →Sibilância a expiração →Sinais de hiperinsuflação do tórax (casos avançados – minoria dos casos). →Cianose (casos avançados – minoria dos casos). →Taquicardia, taquipneia, uso da musculatura acessória (casos avançados – minoria dos casos). Diagnóstico laboratorial: dosagem de alfa-1-antitripsina Prova de função pulmonar: espirometria. Exarcebação aguda da DPOC: Def: evento agudo caracterizado por piora dos sintomas respiratórios em relação ao habitual, levando a mudança do tratamento. O diagnóstico é clínico. → Etiologia: infecção viral/bacteriana; pneumotórax espontâneo; penumonia; TEP; IC-cor pulmonale; má adesão ao tratamento. Indeterminadas / indefinidas (20 a 30% dos casos). DPOC: maior risco para câncer de pulmão. DPOC secundário a deficiência de alfa-1-antitripsina: Enfisema de início precoce (< 45 anos); Enfisema não relacionado com o tabagismo; Patologias do Sistema Respiratório Pamela Barbieri – T23 – FMBM Prof. Dr. Nelson Vega Enfisema predominatemente nas bases pulmonares (pan acinar); Hisótia familiar de enfisema de início precoce; Doença hepática inexplicada; História familiar de déficit de A1AT, DPOC, bronquiectasias ou paniculite. Tratamento: Não farmacológicos: cessar tabagismo; vacinação (anti-influenza, anti-streptococos); O2 suplementar; reabilitação pulmonar. Farmacológico: broncodilatadores de longa duração (LABA); agentes anticolinérgicos (LAMA); corticoide inalatório; Nacetilcisteina, azitromicina, Roflumilaste (inibidor fosfodiesterase 4 – anti-inflamatório)
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