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PROVA CONSUMIDOR

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PROVA CONSUMIDOR- 2º SEMESTRE 2020 SIMAD.
Aluno: Uéverson César Campos Carvalho Matrícula: 30658 / Turma: 10* MAT
1- DECADÊNCA E PRESCRIÇÃO NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR 
Os conceitos de prescrição e decadência sempre foram um ponto de divergência na teoria geral do Direito Civil. Afirma Agnelo Amorim Filho que a questão referente à distinção entre prescrição e decadência é tão velha quanto os dois velhos institutos de profundas raízes romanas e continua a desafiar a argúcia dos juristas O Direito caduca, a pretensão prescreve. No caso específico do CDC, a decadência atinge o direito de reclamar, a prescrição afeta a pretensão à reparação pelos danos causados pelo fato do produto ou do serviço. A decadência afeta o direito de reclamar, ante o fornecedor, quanto ao defeito do produto ou serviço, ao passo que a prescrição atinge a pretensão de deduzir em juízo o direito de ressarcir-se dos prejuízos oriundos do fato do produto ou do serviço. A decadência supõe um direito em potência, a prescrição requer um direito já exercido pelo titular, mas que tenha sofrido algum obstáculo, dando origem à violação daquele direito. 
2- PRÁTICAS ABUSIVAS NO CDC
As práticas comerciais abusivas são práticas cometidas em violação aos princípios da probidade e da boa-fé no decorrer de um contrato estabelecidas no art. 39 do CDC As chamadas "práticas abusivas" são ações e/ou condutas que, uma vez existentes, caracterizam-se como ilícitas, independentemente de se encontrar ou não algum consumidor lesado ou que se sinta lesado. São ilícitas em si, apenas por existirem de fato no mundo fenomênico. Assim, para utilizarmos um exemplo bastante conhecido, se um consumidor qualquer ficar satisfeito por ter recebido em casa um cartão de crédito sem ter pedido, essa concreta aceitação sua não elide a abusividade da prática (que está expressamente prevista no inciso III do art. 39). A lei tacha a prática de abusiva, portanto, sem que, necessariamente, seja preciso constatar-se algum dano real. A lei 8.078 tratou especificamente de regular as práticas abusivas em três artigos: 39, 40 e 41. Mas apenas no art. 39 as práticas que se pretendem coibir, e que lá são elencadas exemplificativamente, são mesmo abusivas. O art. 40 regula o orçamento e o art. 41 trata de preços tabelados. É claro que a não entrega do orçamento e a violação do sistema de preços controlados são também consideradas práticas abusivas. Porém, a organização do texto não foi muito boa. A rigor, as chamadas práticas abusivas previstas no art. 39 têm apenas um elenco mínimo ali estampado. Há outras espalhadas pelo CDC. Por exemplo, a desconsideração da personalidade jurídica em caso de abuso do direito (art. 28), a cobrança constrangedora (que é regulada no art. 42, c/c o art. 71), a "negativação" nos serviços de proteção ao crédito de maneira indevida (que o art. 43 regulamenta), o anúncio abusivo e enganoso, previsto nos parágrafos do art. 37 etc.
3- PRINCÍPIO DA VULNERABILIDADE NO CDC
Nas relações de consumo, o consumidor está sempre em condição de fragilidade em relação ao fornecedor, o que, para o ordenamento jurídico brasileiro, configura que aquele é vulnerável no mercado consumerista, havendo, portanto, a necessidade de ser amparado pelas normas jurídicas. Deste modo, a legislação pátria consagrou o Princípio da Vulnerabilidade como sendo um dos pilares do Código de Defesa do Consumidor. O princípio da Vulnerabilidade é o norteador dos conflitos entre consumidores e fornecedores. Este explica a necessidade de amparar o consumidor que é a parte mais fraca com a criação de leis próprias, pois as relações de consumo são muito desiguais entre fornecedores ou detentores e os consumidores. O Princípio da Vulnerabilidade é fundamental para a resolução de conflitos nas relações consumeristas, amparando o sujeito mais fraco da relação, qual seja o consumidor, através de leis próprias das interações de consumo. As transformações sociais trazidas pela Revolução Industrial, no século XVIII, e pela revolução tecnológica, pós-2ª Guerra Mundial provocaram grandes alterações do que tange as relações consumeristas, principalmente pela larga escala de produção, estratégias de marketing e por inúmeras práticas comerciais abusivas. Diante dessa nova configuração mercadológica, percebeu-se a vulnerabilidade do consumidor diante das relações comerciais e, consequentemente, da necessidade de protegê-lo. Neste sentido, a análise do Princípio da Vulnerabilidade, que está consagrado no Artigo 4° da Lei 8.078/1990, o Código de Defesa do Consumidor, será o objeto deste estudo, voltando-se para seus conceitos e fundamentações.
4- INVERSÃO DO ONÚS DA PROVA NO CDC.
A inversão do ônus da prova descrita no art.6, inciso VIII, da Lei 8.078/90, constituiu um dos mais importantes instrumentos de que dispõe o juiz para observando o contraditório e a ampla defesa equilibrar a desigualdade existente entre os litigantes. Sua adoção fica a critério do juiz e é pautada em 2 requisitos (verossimilhança e hipossuficiência). Uma vez presente os requisitos cabe ao magistrado ordená-la, do contrário, será indeferida a inversão e, consequentemente, observada a regra geral descrita no art. 333, do CPC. Igualmente, o que ora fiou realçado, o momento mais adequado para a inversão do ônus deve ser o despacho saneador, no qual o juiz possui a faculdade de determinar providências probatórias, após o conhecimento dos fatos alegados na petição inicial e na contestação, evitando, dessa maneira, qualquer ofensa aos princípios constitucionais: contraditório e ampla defesa. Ao arremate, cumpre destacar que adoção da medida deve ser analisada no curso do processo, de preferência antes mesmo da abertura da fase instrutória, assim as partes poderão produzir as provas de maneira segura, com inteiro conhecimento do que devem comprovar e, por via reflexa, estará assegurado tanto equilíbrio processual quanto a formação da tutela jurisdicional qualificada (célere, adequada e efetiva).

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