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FACULDADE CATÓLICA SALESIANA CURSOS DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO COM ÊNFASE EM ENGENHARIA DE INSTALAÇÕES NO MAR Por LUIZ FELIPE COSTA DE SOUZA ASSOCIAÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS EM SÉRIE E PARALELO Macaé - RJ ABRIL/2020 FACULDADE CATÓLICA SALESIANA CURSOS DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO COM ÊNFASE EM ENGENHARIA DE INSTALAÇÕES NO MAR Por LUIZ FELIPE COSTA DE SOUZA ASSOCIAÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS EM SÉRIE E PARALELO Trabalho apresentado em cumprimento as exigências da disciplina Engenharia de Instalações Marítimas II, ministrada pelo professor André Aleixo Manzela no curso de graduação em Engenharia de Produção com Ênfase em Engenharia de Instalações no Mar na Faculdade Católica Salesiana. Macaé - RJ ABRIL/2020 FOLHA DE APROVAÇÃO Por LUIZ FELIPE COSTA DE SOUZA ASSOCIAÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS EM SÉRIE E PARALELO Trabalho apresentado em cumprimento as exigências da disciplina Engenharia de Instalações Marítimas II, ministrada pelo professor André Aleixo Manzela no curso de graduação em Engenharia de Produção com Ênfase em Engenharia de Instalações no Mar na Faculdade Católica Salesiana. _______________________________________________ Prof.º M.Sc. André Aleixo Manzela Macaé - RJ ABRIL/2020 EPÍGRAFE A engenharia é a arte de dirigir as grandes fontes de poder na natureza para o uso e conveniência do homem. “Thomas Tredgold” RESUMO Neste trabalho acadêmico apresentam-se os aspectos teóricos das associações em série e em paralelo de bombas centrífugas, bem como as alterações causadas por tais associações, nas curvas características da bomba e ponto de operação de um sistema de bombeamento. A aplicação para cada associação varia de acordo com as características e especificações de cada sistema. A associação de bombas centrífugas em série, onde a descarga de cada bomba é conectada a sucção da seguinte, de modo que a vazão será a mesma para todas as bombas, aplica-se aos sistemas que possuem altura manométrica elevada, acima dos limites alcançados por uma única bomba. Para esta configuração faz-se necessária a observação se as carcaças de cada bomba, bem como o flange de sucção, suportam as pressões desenvolvidas nos estágios anteriores. Enquanto aplica-se a associação de bombas centrífugas em paralelo nas situações onde o sistema de bombeamento requer altas vazões, que excedem os limites de capacidade das bombas adaptáveis a este mesmo sistema, ou possua variação definida em sua vazão. Esta associação conferirá vantagens adicionais ao sistema, como segurança e continuidade operacional, caso uma das bombas venha apresentar falhas. Palavras-chave: Associação; Bomba; Paralelo; Série. ABSTRACT In this academic work the theoretical aspects of the series and parallel associations of centrifugal pumps are presented, as well as the changes caused by such associations, in the characteristic curves of the pump and point of operation of a pumping system. The application for each association varies according to the characteristics and specifications of each system. The association of centrifugal pumps in series, where the discharge of each pump is connected to the suction of the next, so that the flow rate will be the same for all pumps, applies to systems that have high head, above the limits reached by a single bomb. For this configuration, it is necessary to observe whether the casings of each pump, as well as the suction flange, withstand the pressures developed in the previous stages. While the association of centrifugal pumps is applied in parallel in situations where the pumping system requires high flow rates, which exceed the capacity limits of pumps adaptable to this same system, or have a defined variation in their flow. This association will provide additional advantages to the system, such as safety and operational continuity, in case one of the pumps fails. Keywords: Association; Bomb; Parallel; Series. LISTAS DE FIGURAS Figura 01 – Classificação dos tipos principais de bombas ........................................ 10 Figura 02 – Bomba centrífuga e impelidor................................................................. 11 Figura 03 – Costes transversal e longitudinal de uma bomba centrífuga .................. 12 Figura 04 – Curva de carga (H) x vazão (Q) da bomba ............................................ 13 Figura 05 – Curva de potência x vazão(Q) da bomba ............................................... 14 Figura 06 – Curva de rendimento (η) x vazão (Q) da bomba .................................... 14 Figura 07 – Altura Geométrica dos Reservatórios ..................................................... 16 Figura 08 – Determinação do ponto de trabalho (QT, HT, PT, ηT) .............................. 17 Figura 09 – Associação de duas bombas em série ................................................... 18 Figura 10 – Curva característica do conjunto de bombas diferentes em série .......... 19 Figura 11 – Curva característica do conjunto de bombas iguais em série ................ 19 Figura 12 – Determinação do ponto de operação de bombas diferentes em série ... 20 Figura 13 – Bombas associadas em paralelo ............................................................ 21 Figura 14 – Obtenção de curva do conjunto de bombas associadas em paralelo .... 21 Figura 15 – Obtenção do ponto de operação para duas bombas iguais de curvas estáveis associadas em paralelo ............................................................................... 22 Figura 16 – Duas bombas iguais de curvas instáveis associadas em paralelo ......... 23 Figura 17 – Obtenção do ponto de operação para duas bombas diferentes associadas em paralelo ............................................................................................. 23 LISTAS ABREVIATURAS H - Head Q – Vazão - Rendimento total h – Altura geométrica Pd – Pressão de descarga Ps – Pressão de sucção hf – Perdas de carga da rede Zd – Nível de descarga Zs – Nível de sucção Lreto – Perda de carga distribuída Lequivalente – Perda de carga local H0 – Diferença entre as alturas geométricas de descarga e de sucção m – Metro Pa – Pascal ∆H – Perda de carga do sistema ɣ - Peso específico do fluido N – Newton m3 – Metro Cúbico Sumário 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9 1.1 Objetivo Geral.................................................................................................... 9 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 10 2.1 Máquinas de Fluxo .......................................................................................... 10 2.2 Classificação Das Bombas .............................................................................. 10 2.3 Turbobombas .................................................................................................. 11 2.4 Bombas Centrífugas........................................................................................ 11 2.3 Desempenho de uma bomba centrífuga ......................................................... 12 2.3.1 Curva de Carga (H) x Vazão (Q) .................................................................. 13 2.3.2 Curva de Potência x Vazão (Q) .................................................................... 14 2.3.3 Curva de Rendimento Total () x Vazão (Q) ................................................14 2.4 Características do Sistema ............................................................................. 15 2.4.1 Altura Manométrica (head) do Sistema ........................................................ 15 2.5 Determinação do ponto de trabalho ................................................................ 17 2.6 Associação de bombas centrífugas................................................................. 17 2.6.1 Associação de bombas centrífugas em série ............................................... 18 2.6.1.1 Obtenção da curva característica da associação em série de bombas........... ........................................................................................................... 18 2.6.2 Associação de bombas centrífugas em paralelo .......................................... 20 2.6.2.1 Obtenção da curva característica da associação em paralelo de bombas....... ............................................................................................................... 21 5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 24 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 25 9 1 INTRODUÇÃO As bombas têm um importante papel na indústria, por serem usadas em várias áreas, podendo ser encontradas em aplicações como irrigação, abastecimento de água, indústria petrolífera, alimentícia, entre outras. Isso se dá pois elas são de fácil construção e manutenção, e se aplicam na maioria dos projetos de bombeamento (BEZERRA, 2018). Na turbobomba ou bomba dinâmica (centrífuga), o deslocamento do fluido se dá pela ação de forças que se desenvolve na massa do líquido, sendo consequência da rotação de um eixo em que é acoplado um disco (impulsor ou rotor) dotado de pás (hélice, palhetas) que recebe o fluido pelo seu centro e o expulsa pela periferia, por conta da ação da força centrífuga. E a partir daí que vem o seu nome mais usual, ou seja, bomba centrífuga (UNICAMP, 2020). As bombas centrífugas podem ser associadas em série e em paralelo, de acordo com a necessidade desejada. A associação das bombas em série é utilizada quando a altura manométrica da instalação ultrapassa os valores alcançados pelas bombas, enquanto a associação em série é utilizada quando a vazão exigida for muito elevada ou quando a vazão exigida pelo sistema variar de forma definida (MATTOS e FALCO, 1998). 1.1 Objetivo Geral O objetivo deste trabalho é tratar das aplicações e vantagens, de maneira teórica, sobre a associação em série e em paralelo de bombas centrífugas. 10 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Máquinas de Fluxo As máquinas de fluxo são equipamentos que alteram a energia de um fluido, seja incrementando, retirando ou até mesmo transformando essa energia. São classificadas como: Máquinas de fluxo motrizes: que retiram energia do fluido, como a turbina hidráulica, por exemplo; Máquinas de fluxo operatrizes: que entregam a energia para o fluido; como as bombas, por exemplo (MACINTYRE, 1997). 2.2 Classificação Das Bombas As bombas são classificadas de acordo com sua aplicação ou pela forma com que a energia é cedida ao fluido. Geralmente existe uma relação estreita entre a característica da bomba e sua aplicação, que por sua vez, está ligada intimamente à maneira que a energia é cedida para o fluido (LOPES, 2009). A figura a seguir mostra a classificação dos principais tipos de bombas: Figura 1 - Classificação dos tipos principais de bombas Fonte: Adaptado de Mattos e Falco, 1998 11 2.3 Turbobombas As Turbobombas são máquinas nas quais a movimentação do líquido é realizada por forças desenvolvidas na massa líquida, como consequência da rotação de um impelidor com um dado número de pás especiais. A distinção entre os diversos tipos de turbobombas dá-se em função da forma como o impelidor cede energia ao fluido, bem como a orientação do fluido a sair do impelidor (MATTOS e FALCO, 1998). 2.4 Bombas Centrífugas As bombas centrífugas são equipamentos que fornecem energia cinética ao fluido, por meio da ação de forças centrifugas devido a rotação de um rotor, ocasionando um acréscimo de pressão na saída da bomba. Esse acréscimo de dá por causa da rotação de um eixo acoplado a um disco dotado de pás (rotor), o qual recebe o fluido pelo seu centro e o impulsiona para a periferia, pela ação da força centrífuga (MATTOS e FALCO, 1998). Figura 2 – Bomba centrífuga e impelidor Fonte: Souza e Miranda, 2020 As principais partes para o funcionamento de uma turbobomba são o impelidor (que possui palhetas ou pás que impulsionam o líquido), a carcaça (que envolve o impelidor, contém o líquido, servindo de invólucro global) (PREUSS, 2013). 12 Figura 3 – Cortes transversal e longitudinal de uma bomba centrífuga Fonte: Adaptado de Mattos e Falco, 1998 O funcionamento de bombas centrífugas se dá através da criação de regiões de alta e baixa pressão. O fluido que recebe o movimento de rotação através das pás do impelidor e fica sujeito à força centrífuga, fazendo com que as partículas de líquido se afastem do centro de rotação e se desloquem em direção a saída do impelidor. Essas partículas encontram um aumento progressivo na seção de escoamento, desde a entrada até a saída do canal das pás, causando assim uma queda na velocidade e consequentemente a criação de uma zona de alta pressão (MATTOS E FALCO, 1998). 2.3 Desempenho de uma bomba centrífuga A potência consumida, carga e rendimento de uma bomba operando em um sistema, é função das características da bomba e do sistema. Tendo então 3 curvas características das bombas centrífugas que podem ser estimadas na fase do projeto da bomba. Normalmente essas curvas são fornecidas pelos fabricantes, fazendo a tradução do desempenho da bomba em diversas situações de operação (MATTOS E FALCO, 1998). As 3 curvas características tradicionais são: Curva de carga (H) x vazão (Q); 13 Curva da potência x vazão (Q); Curva de rendimento total () x vazão (Q). A seguir, vamos tratar separadamente sobre cada uma dessas curvas. 2.3.1 Curva de Carga (H) x Vazão (Q) A carga da bomba é dada pela energia por unidade de massa ou por unidade de peso que a bomba consegue fornecer ao fluido para uma determinada vazão (PREUSS, 2013). Existem diversos tipos de bombas, que atendem os mais variáveis tipos de aplicações, mas para saber qual é a bomba adequada para determinado serviço, é necessário conhecer as características dessa bomba. O gráfico carga x vazão, é de extrema importância para que possamos adquirir essa informação. Por meio deste gráfico, é possível saber, para cada vazão, qual a carga da bomba poderá fornecer. O gráfico de carga x vazão é exemplificado a seguir (PREUSS, 2013): Figura 4 – Curva de carga (H) x vazão (Q) da bomba Fonte: Preuss, 2013 O gráfico utilizado a cima, tem a curva chamada de rising (inclinada). Nesta curva a carga aumenta continuamente com a diminuição da vazão (MATTOS E FALCO, 1998). 14 2.3.2 Curva de Potência x Vazão (Q) A curva de potência x vazão, apresenta a potência requerida pelo acionador para movimentar a bomba em determinada vazão. Para este tipo de curva, o motor deve ser dimensionado fazendo com que sua potência cubra todos os pontos de operação (PREUSS, 2013). Figura 5 – Curva de Potência x Vazão da Bomba Fonte: Adaptado de Mattos e Falco, 1998 2.3.3 Curva de Rendimento Total () x Vazão (Q) Uma outra curva importante é a curva de rendimento total (η) x vazão. O rendimento é a relação entre a potência hidráulica e a potência consumida pela bomba. Tal curva é representada da seguinte forma (PREUSS, 2013): Figura 6 – Curva de Rendimento Total(η) x Vazão da Bomba Fonte: PREUSS, 2013 As curvas características da bomba centrífuga são, normalmente, fornecidas pelo fabricante em conjunto, ou seja, num único gráfico. 15 2.4 Características do Sistema A curva de carga da bomba x vazão ilustra de forma clara a energia por unidade de peso que a bomba é capaz de fornecer ao fluido de acordo com a vazão, porém para que possamos determinar o ponto de trabalho1, é necessário determinar qual a energia por unidade de peso que o sistema requererá de uma bomba em função da vazão bombeada. Esta característica recebe o nome de altura manométrica do sistema, ou head do sistema. Esta energia por unidade de peso requerida pelo sistema é função da altura estática de elevação do fluido para cada vazão, da diferença de pressões entre o ponto de sucção e o ponto de descarga e dar perdas de carga inerentes ao trajeto percorrido pelo fluido (MATTOS E FALCO, 1998). Sendo assim, para cada valor de vazão a bomba deve fornecer uma carga suficiente para compensar a altura manométrica do sistema, ou seja: Compensar a altura geométrica (h); Compensar as diferenças de pressões entre o ponto de sucção e de descarga; Compensar as perdas de carga localizadas e distribuídas. 2.4.1 Altura Manométrica (head) do Sistema Definida como a energia que o sistema vai solicitar da bomba para que esta consiga transferir um fluido de um reservatório a outro a uma determinada vazão. Essa energia irá variar de acordo com as resistências que o sistema irá fornecer ao fluido. Tais resistências são: a altura geométrica (h), a diferença de pressão entre os reservatórios de descarga (Pd) e a sucção (Ps) e as perdas de carga da rede (hf) (PREUSS, 2013). A altura geométrica (h) é a diferença entre os níveis dos reservatórios de descarga (Zd) e de sucção (Zs). São realizadas essas medidas a partir da superfície do fluido, no reservatório em que se encontram, até a linha de centro do rotor da bomba. Para termos a perda de carga total da rede é necessário somar as perdas de carga distribuída (Lreto) e perda de carga local (Lequivalente) (PREUSS, 2013). 1 Ponto de interseção entre a curva do sistema e a curva de head x vazão da bomba. 16 Figura 7 – Altura Geométricas dos Reservatórios Fonte: Preuss, 2013 Para calcular a altura manométrica deve se considerar o quanto de energia que já existe na linha de sucção (hs) e o quanto de energia se deve ter na linha de recalque (hd). Será fornecido pela bomba a quantidade de energia necessária de recalque menos a quantidade de energia que existe na linha de sucção. Damos o nome de altura manométrica de sucção e de descarga para estas quantidades de energia, respectivamente. Logo, a altura manométrica total será dada pela equação (PREUSS, 2013): Onde, H0: Diferença entre as alturas geométricas de descarga e de sucção [m]; Pd: pressão no reservatório de descarga [Pa]; Ps: pressão no reservatório de sucção [Pa]; ∆H: Perda de carga do sistema [m]; ɣ: peso específico do fluido [N/m3] (MANZELA, 2013). (1) 17 2.5 Determinação do ponto de trabalho Colocando a curva do sistema no mesmo gráfico onde encontram-se as curvas características da bomba, obteremos o ponto normal de trabalho na interseção da curva de carga (H) x Vazão (Q) da bomba com a curva do sistema, conforme ilustra a figura abaixo (MATTOS E FALCO, 1998). Figura 8 – Determinação do ponto de trabalho (QT, HT, PT, ηT) Fonte: Adaptado de Mattos e Falco, 1998 2.6 Associação de bombas centrífugas As bombas podem ser associadas em série e em paralelo. A opção de associação de bombas em série é aplicada quando, para uma dada vazão desejada, a altura manométrica do sistema é muito elevada, acima dos limites alcançados por uma única bomba. Já a associação de bombas em paralelo é utilizada quando a vazão desejada para um sistema excede os limites de capacidade das bombas adaptáveis à um determinado sistema. Em suma, a utilização de bombas associadas oferece vantagens adicionais como flexibilidade, segurança e continuidade operacional. Adiante, trataremos mais a fundo dos dois tipos de associações de bombas (MATTOS E FALCO, 1998). 18 2.6.1 Associação de bombas centrífugas em série Conforme visto anteriormente, quando o head do sistema é muito elevado, deve-se avaliar a possibilidade da utilização da associação de bombas em série. Normalmente esta solução é utilizada somente quando o valor da altura manométrica do sistema ultrapassa os valores alcançados pelas bombas de multiestágios2. Para esta associação, à descarga de cada bomba é conectada a sucção da seguinte, de modo que a vazão será a mesma em todas as bombas, enquanto a pressão de descarga desenvolvida será a soma de cada uma das unidades. Todavia, é necessário observar que a carcaça de cada estágio, particularmente o último, deve ser suficientemente resistente para suportar a pressão desenvolvida. Da mesma forma, o flange de sucção de cada unidade deve suportar a pressão desenvolvida pelas anteriores (MATTOS E FALCO, 1998). Figura 9 – Associação de duas bombas em série Fonte: Adaptado de Mattos e Falco, 1998 2.6.1.1 Obtenção da curva característica da associação em série de bombas Obtém-se a curva característica da associação em série de bombas através da soma das alturas manométricas correspondentes aos mesmos valores de vazão para cada bomba. Contudo, existem dois tipos de conjuntos (MATTOS E FALCO, 1998): Conjuntos de bombas diferentes associadas em série; Conjuntos de bombas iguais associadas em série. Ambos conjuntos são exemplificados pelas figuras que seguem: 2 Bombas que possuem vários impelidores em série. 19 Figura 10 – Curva característica do conjunto de bombas diferentes em série Fonte: Adaptado de Mattos e Falco, 1998 Figura 11 – Curva característica do conjunto de bombas iguais em série Fonte: Adaptado de Mattos e Falco, 1998 Para que se possa determinar o ponto de operação de bombas operando em série, é necessário que se insira a curva do sistema no gráfico que contém a curva do conjunto. Dessa forma, cada bomba contribui com parcelas diferentes (para o caso da associação em série de bombas diferentes) ou iguais (para o caso de associação em série de bombas iguais) para a obtenção da altura manométrica total para vazão operacional (MATTOS E FALCO, 1998). 20 Figura 12 – Determinação do ponto de operação de bombas diferentes em série Fonte: Adaptado de Mattos e Falco, 1998 2.6.2 Associação de bombas centrífugas em paralelo Este modelo de associação é utilizado quando a vazão requerida pelo sistema for muito elevada ou quando esta mesma vazão variar de forma definida. Para o caso de vazão requerida muito elevada o uso das bombas em paralelo dá, como vantagem adicional, a segurança e continuidade operacional, pois caso falhe uma bomba, haveria apenas uma diminuição na vazão fornecida, e não um colapso total no fornecimento, o que ocorreria se houvesse somente uma bomba operando. Para o caso de variação requerida variável definidamente, a associação em paralelo fornece flexibilidade operacional, pois caso ocorra a retirada ou colocação de unidades de funcionamento, conseguiremos as vazões exigidas com boa eficiência, o que não ocorreria com uma só bomba que, para fornecer diferentes vazões, fatalmente teria que operar em pontos de baixa eficiência. Fisicamente, as associações em paralelo se dão conforme a figura abaixo (MATTOS E FALCO, 1998): 21 Figura 13 – Bombas associadas em paralelo Fonte: Adaptado de Mattos e Falco, 1998 Do ponto de vista prático, determina-se a curva do conjunto de bombas associadas em paralelo somando as vazões correspondentes aos mesmos valoresde carga (MATTOS E FALCO, 1998). Figura 14 – Obtenção de curva do conjunto de bombas associadas em paralelo Fonte: Adaptado de Mattos e Falco, 1998 2.6.2.1 Obtenção da curva característica da associação em paralelo de bombas O procedimento para a obtenção da curva característica para este conjunto consiste em acoplar a curva do sistema à curva do conjunto das bombas. Contudo, faz-se necessária a análise dos seguintes casos: 22 Bombas iguais com curvas estáveis – Neste caso a vazão total quando operando em paralelo será Q com cada bomba operando no ponto correspondente à vazão Q/2. O ponto de operação de qualquer uma das bombas quando operando sozinha será aquele correspondente a vazão Q’. A máxima eficiência para esta condição é na vazão Q/2. É necessário assegurar- se de que o motor possui potência suficiente para atender as duas condições operacionais. Neste caso o ponto de operação se dará da seguinte maneira (MATTOS E FALCO, 1998): Figura 15 – Obtenção do ponto de operação para duas bombas iguais de curvas estáveis associadas em paralelo Fonte: Adaptado de Mattos e Falco, 1998 Bombas iguais com curvas instáveis – Para este caso, além das considerações anteriores, devemos observar que as bombas deverão trabalhar com alturas manométricas totais inferiores à correspondente ao ponto de shutoff3, a fim de evitara possibilidade de instabilidade operacional. Durante a partida de uma bomba, a outra não deverá estar desenvolvendo altura manométrica superior a correspondente ao ponto de shutoff. Neste caso o ponto de operação se dará da seguinte maneira (MATTOS E FALCO, 1998): 3 Ponto onde a vazão da bomba é nula. 23 Figura 16 – Duas bombas iguais de curvas instáveis associadas em paralelo Fonte: Adaptado de Mattos e Falco, 1998 Bombas diferentes em paralelo – Neste caso, a distribuição da vazão dependerá da conjugação das curvas características das bombas utilizadas. Q1 e Q1’ são respectivamente as vazões das duas bombas operando em paralelo e da bomba 1 operando isoladamente. Q2 e Q2’ são respectivamente as vazões das duas bombas operando em paralelo e da bomba 2 operando sozinha. A máxima eficiência deve ser tentada no ponto de operação em paralelo de cada bomba. A vazão da associação em paralelo (Qp) será igual a soma da vazão da bomba 1 (Q1) com a vazão da bomba 2 (Q2). O ponto de operação não pode possuir altura manométrica total aquela desenvolvida no ponto de vazão nula da bomba 1, pois isto ocasionaria um fluxo em sentido contrário no ramo de descarga da bomba 1. Neste caso o ponto de operação se dará da seguinte maneira (MATTOS E FALCO, 1998): Figura 17 – Obtenção do ponto de operação para duas bombas diferentes associadas em paralelo Fonte: Adaptado de Mattos e Falco, 1998 24 5 CONCLUSÃO As bombas centrífugas estão inseridas no nosso cotidiano mais do que imaginamos, por tal fato torna-se necessário entender seu funcionamento, mesmo que teoricamente. Após a análise das curvas de carga da bomba e altura manométrica (head) sistema foi introduzido o conceito de ponto de operação. Com isso, notou-se como as alterações impostas pela associação de bombas centrífugas em série e em paralelo afetam a operacionalidade de um sistema de bombeamento. Para um sistema com uma altura manométrica elevada, a associação em série apresenta-se como uma solução operacional bem eficiente, bem como a associação de bombas centrífugas em paralelo se apresenta como saída para sistemas onde se exige vazões operacionais elevadas ou que variam definidamente. Além disso, a associação de bombas centrífugas também fornece outras vantagens, bem como a segurança e continuidade operacional. Ao fim deste trabalho conclui-se que os objetivos, relativos ao entendimento teórico acerca da associação em série e em paralelo de bombas centrífugas, foram atingidos. É esperado que este trabalho possa embasar a realização de um futuro experimento prático relativo ao assunto proposto, que os executantes dessa atividade consigam excelência através das teorias aqui dispostas. 25 BIBLIOGRAFIA BEZERRA, Ana Rafaelly Amaral. Utilização da Fluidodinâmica Computacional Como Ferramenta de Estudo em Bombas Centrífugas. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso (Engenharia Mecânica) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2018. Disponível em: https://repositorio.ufrn.br/jspui/bitstream/123456789/26258/1/Utiliza%C3%A7%C3%A 3ofluidodin%C3%A2micacomputacional_Bezerra_2018.pdf. Acesso em: 19 mar. 2020. MACINTYRE, Archibald Joseph. Equipamentos industriais e de processo. 1. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1997. MANZELA, A. A. Engenharia de Instalações no Mar I: Instalações de Transferência de Fluidos. Rio de Janeiro: FSMA, 2013. MATTOS, E. E.; FALCO, R. Bombas Industriais. 2.ed. Rio de Janeiro: Interciência, 1998. PREUSS, T. S. Apresentação do Cálculo das Características Necessárias à Seleção de uma Bomba Para o Sistema de Lastro de um Navio Porta contêiner. Orientador: Reinaldo de Falco. 2013. Trabalho de Conclusão de Curso (Engenharia Mecânica) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, [S. l.], 2013. Disponível em: http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10005366.pdf. Acesso em: 19 mar. 2020. SOUZA, L. F.; MIRANDA, T. Determinação Experimental da Curva de Head x Vazão. Macaé: Faculdade Católica Salesiana, 2020. il. 26 UNICAMP. Obtenção da Curva Característica de uma Bomba Centrífuga. Laboratório de Calor e Fluidos [S. l.], 2020. Disponível em: http://www.fem.unicamp.br/~franklin/EM886/Exp6_bomba_centrif.pdf. Acesso em: 19 mar. 2020.
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