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1 www.focadireito.com.br @focadireitooficial FOCA DIREITO AJAJ TRF 3ª Região Revise Já Resumo dos tópicos Direito Administrativo Material produzido por Sabrina Barbosa da equipe Foca Direito. Administração pública: princípios básicos. Não há, na doutrina, uniformidade quanto à categorização e quanto à enumeração dos princípios e suas classificações. A seguir enumeraremos os princípios de acordo com os principais autores de Direito Administrativo e os que mais são cobrados em prova. PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO – Básicos LIMPE e outros Legalidade- expressa ideia de que a administração publica só pode atuar quando exista lei que o determine. Impessoalidade-impõe tratamento isonômico aos administrados, bem como na atuação imparcial dos agentes públicos. 1º Sentido: Significa agir de forma impessoal, não buscar interesses pessoais. Exige AUSÊNCIA de subjetividade. 2º Sentido: É bem definido por José Afonso da Silva: “os atos e provimentos administrativos são imputáveis não ao funcionário que os pratica, mas ao órgão ou entidade administrativa da Administração Pública, de sorte que ele é o autor institucional do ato”. Ele é apenas o órgão que formalmente manifesta a vontade estatal (TEORIA DO ÓRGÃO), nos termos do art. 37, §1º CF. SÚMULA VINCULANTE 13 DO STF (nepotismo) “A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na Administração Pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a constituição federal”. Eficiência- impõe a administração pública uma atuação com presteza, celeridade, rendimento e perfeição. Busca a melhor realização possível da gestão dos interesses públicos. Publicidade- divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição. Enquanto não publicado o ato administrativo ele não estará apto para produzir efeitos. Moralidade- Boa-fé, obediência aos padrões éticos, honestidade, lealdade do administrador. O administrador deve cumprir os padrões éticos, as regras, as condutas éticas. Exige atuação honesta e ética do poder público. Supremacia do interesse público- É um princípio IMPLÍCITO no texto constitucional. Supremacia é superioridade, sobreposição do interesse público face o interesse individual. Princípio da especialidade Esse princípio decorre dos princípios da indisponibilidade e da legalidade. Surgiu com base na ideia de descentralização administrativa, apesar de a doutrina também admitir a sua aplicação para a própria Administração Direta. Autotutela- Administração poderá rever seus atos quando: ILEGAIS: anulação. INCONVENIENTES: revogação. Di Pietro: o princípio da autotutela não impõe somente a revisão de atos, mas impõe também o dever de zelo para com os bens, órgãos na função pública. Esse princípio já está sedimentado em duas Súmulas do STF, que são compatíveis, continuam válidas: STF nº 346 A Administração pode anular os seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tomem ilegais, porque deles não se originam direitos. STF nº 473: A Administração pode anular os seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tomem ilegais, porque deles não se 2 www.focadireito.com.br @focadireitooficial originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. Princípio do controle ou tutela Os entes federativos, através de órgãos da administração direta exercem controle sobre as pessoas jurídicas da administração indireta. Não há hierarquia, há controle. Não há autotutela, há tutela. Não há subordinação, há vinculação. Princípio da motivação De acordo com o art. 2º, VII da Lei 9.784/99, motivação é a indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinam a decisão. Implica para a Administração o dever de justificar seus atos, apontando-lhes os fundamentos de direito e de fato. Princípio da isonomia: peculiaridades: STJ – 535 É admitida a realização de exame psicotécnico em concursos públicos se forem atendidos os seguintes requisitos: previsão em lei, previsão no edital com a devida publicidade dos critérios objetivos fixados e possibilidade de recurso. *Teste físico: diferença mulheres x homens. Não viola isonomia. Súmula vinculante 44-STF: Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público. PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA Trata-se de um princípio que excepciona o princípio da impessoalidade, tendo em vista que inibe a aplicação de severas sanções a entidades federativas por ato de gestão anterior à assunção dos deveres públicos. Possui duas acepções: 1ª acepção: quando a irregularidade foi praticada pela gestão anterior. Existem julgados do STF afirmando que se a irregularidade no convênio foi praticada pelo gestor anterior e a gestão atual, depois que assumiu, tomou todas as medidas para ressarcir o erário e corrigir as falhas. Assim, segundo essa acepção, o princípio da intranscendência subjetiva das sanções proíbe a aplicação de sanções às administrações atuais por atos de gestão praticados por administrações anteriores. 2ª acepção: quando a irregularidade foi praticada por uma entidade do Estado/Município ou pelos outros Poderes que não o Executivo. Além do caso acima explicado, o princípio da intranscendência subjetiva das sanções pode ser aplicado também nas situações em que uma entidade estadual ou municipal descumpriu as regras do convênio e a União inscreve não apenas essa entidade, como também o próprio ente (Estado/Município) nos cadastros restritivos. Informativo 825 STF (FONTE: Dizer o direito) PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS Princípio da intranscendência e atos praticados pelas gestões anteriores Atenção! Concursos federais Segundo a posição que prevalece no STF, se a irregularidade no convênio foi praticada pelo gestor anterior e a gestão atual, depois que assumiu, tomou todas as medidas para ressarcir o erário e corrigir as falhas (exs: apresentou todos os documentos ao órgão fiscalizador, ajuizou ações de ressarcimento contra o antigo gestor etc.), neste caso, o ente (Estado ou Município) não poderá ser incluído nos cadastros de inadimplentes da União. Assim, segundo esta acepção, o princípio da intranscendência subjetiva das sanções proíbe a aplicação de sanções às administrações atuais por atos de gestão praticados por administrações anteriores. Observância do devido processo legal, contraditório e ampla defesa antes da inclusão de entes federativos nos cadastros federais de inadimplência Atenção! Concursos federais É necessária a observância da garantia do devido processo legal, em especial, do contraditório e da ampla defesa, relativamente à inscrição de entes públicos em cadastros federais de inadimplência. Assim, a União, antes de incluir Estados- membros ou Municípios nos cadastros federais de inadimplência (exs: CAUC, SIAF) deverá assegurar o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa. Poderes administrativos: poder hierárquico, poder disciplinar, poder regulamentar, poder de polícia, uso e abuso do poder. Poderes da Administração = prerrogativas de instrumentos, poder regulamentar, de 3 www.focadireito.com.br @focadireitooficial polícia, hierárquico e disciplinar. O administrador não pode abrirmão. Representa uma obrigação. USO E ABUSO DE PODER Quando o administrador não age de forma regular comete o abuso de poder, que possui duas espécies: excesso de poder e desvio de finalidade. EXCESSO DE PODER Ocorre quando a autoridade pratica um ato exorbitando suas atribuições legais. Ou seja, ultrapassa as competências definidas em lei. DESVIO DE FINALIDADE (“DESVIO DE PODER”) O desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto. Dentro dos limites, mas contrária à finalidade. A invalidação da conduta abusiva pode dar-se na própria esfera administrativa (autotutela) ou através de ação judicial – inclusive por MS e ação popular. ESPÉCIES DE PODERES Poder vinculado: Aquele em que o administrador não tem liberdade, não tem juízo de valor, não tem conveniência e oportunidade. Preenchidos os requisitos legais o administrador é obrigado a praticar o ato. Ele não tem flexibilidade. Poder discricionário: Administrador tem liberdade, juízo de valor, significa CONVENIÊNCIA e OPORTUNIDADE. Opções de escolha. Porém, liberdade nos limites da lei. Deve escolher as alternativas que a lei apresenta. Poder disciplinar: É o poder da Administração Pública para apurar infrações e aplicar penalidades em relação àqueles sujeitos à disciplina interna da Administração, servidores ou não. O poder disciplinar não alcança a coletividade como um todo, mas um grupo restrito de indivíduos, aqueles que mantêm com a Administração um vínculo/relação jurídica especial de sujeição/subordinação. Não se confunde com o poder punitivo do Estado. A principal característica do poder disciplinar é a discricionariedade. (Regra) Como visto, PD é o poder da administração para apurar infrações, bem como aplicar penalidades, em face dos sujeitos à disciplina interna da Administração. Assim, destaca-se: Em relação à apuração de infrações, a Administração possui a obrigação de investigar, sendo um poder-dever. Assim, trata-se de ato vinculado. (Exceção) Algumas decisões do STJ sobre o Poder Disciplinar, vejamos: É possível a instauração de PAD com base em denúncia anônima; Instaurado o competente PAD fica superado o exame de eventuais irregularidades ocorridas durante a sindicância, pois são procedimentos independentes. O excesso de prazo para a conclusão de PAD não conduz sua nulidade automática, devendo para tanto ser demostrado o prejuízo para a defesa. A autoridade administrativa pode aplicar a pena de demissão quando em PAD é apurada a prática de improbidade administrativa por servidor público, tendo em vista a independência das instancias civil, penal e administrativa. A decretação de nulidade no PAD depende do efetivo prejuízo para as partes, à luz do princípio pas de nullité sans grief. O termo inicial em PAD começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido pela Administração. O prazo da prescrição no âmbito administrativo disciplinar, quando houver sentença condenatória, deve ser computado com base na pena em concreto na esfera penal. É possível haver discrepância entre a penalidade sugerida pela comissão disciplinar e a aplicada pela autoridade julgadora, desde que a conclusão lançada no relatório final não guarde sintonia com as provas dos autos e a sanção imposta esteja devidamente motivada. No PAD a alteração da capitulação legal imputada ao acusado não enseja nulidade, uma vez que o indiciado se defende dos fatos nele descrito e não dos enquadramentos legais. 4 www.focadireito.com.br @focadireitooficial O PAD deve ser conduzido por comissão composta de servidores estáveis no atual cargo que ocupam e não apenas no serviço público. Da revisão do PAD não pode resultar agravamento da pena imposta. PODER HIERÁRQUICO É o poder da Administração Pública para distribuir e escalonar as funções dos seus órgãos, ordenar e rever os atos dos seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu quadro de pessoal (Hely Lopes Meireles). Em suma, é poder da administração para ordenar a atividade administrativa. Não existe nas funções judiciárias e legislativas. Poderes decorrentes da hierarquia: Editar atos normativos de efeitos apenas internos; Dar ordens; Fiscalizar; Controlar e exercer a autotutela; Aplicação de sanções disciplinares; Delegar e avocar competências. PODER REGULAMENTAR- espécie (“NORMATIVO- gênero”) É o poder que é exercido pelo chefe do poder executivo através de DECRETO que pode ser dividido em: autônomo e regulamentar (poder regulamentar). O poder normativo é gênero, pode ser exercido por demais autoridades por meio de outros atos administrativos. Vale lembrar que o poder regulamentar explica e complementa a lei, pode inovar no ordenamento jurídico. Já o autônomo é exceção e está previsto na CF/88 o art.84, VI, a, b, ou seja, é aquele que regulamenta DIRETO o texto constitucional, tem seu fundamento de validade no texto constitucional. *Atos de regulamentação de primeiro grau – decretos e regulamentos. *Atos de regulamentação de segundo grau – regulamentam os primeiros, mais detalhamento. *Regulamentação técnica: exercido pelas agências reguladoras – “deslegalização”. “Delegation with Standards”. PODER DE POLÍCIA CTN Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou a abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. Compatibilização de interesses, compatibilizar o interesse público + interesse privado. O que representa acima de tudo, buscar o bem estar social. Palavra chave: bem estar social. É a prerrogativa do poder público de, calcado na lei, definir parâmetros de uso e gozo dos direitos de liberdade. Pode limitar os direitos individuais com algum grau de discricionariedade, mas sempre deve ter previsão legal. Pode ser exercido preventiva (licença) ou repressivamente (apreensão de mercadorias). Poder de polícia originário: entes políticos (U/E/DF/M). Em regra PJ direito privado não exerce poder de polícia. Poder de polícia derivado: entes da administração indireta de regime jurídico público. É o poder que, mediante lei, foi repassado à pessoa jurídica da Administração INDIRETA, cuja competência deve ser restrita a execução de restrições já previstas em lei, jamais função inovadora. Sentido amplo: Legislativo e Executivo. Sentido restrito: só o Executivo. Ciclo de polícia: (normatização, consentimento, fiscalização e sanção) Indelegáveis: normatização e sanção. Delegáveis a particulares (atos materiais): consentimento e fiscalização. Atributos do poder de polícia: Discricionariedade, autoexecutoriedade, coercibilidade. *Multa (peculiaridade): regra não goza de executoriedade para cobrança de multa ( sem ordem judicial). Se for APLICAÇÃO pode ter ordem judicial. Polícia administrativa: Fiscaliza, apreende e multa. Preventiva, geralmente. 5 www.focadireito.com.br @focadireitooficial -Polícia judiciária: CR, art. 144 e CE, art. 124 e 133. Investiga e prende. Polícia Civil. Repressiva, geralmente. Ato administrativo: conceito, requisitos e atributos; anulação, revogação e convalidação; discricionariedade e vinculação. FATO ADMINISTRATIVO # ATO ADMINISTRATIVO # ATO DA ADMINISTRAÇÃO Ato que atinge o mundo jurídico e também o direito administrativo, é atoadministrativo. Manifestação de vontade que atinge o jurídico é ato jurídico, se atinge mais especificamente o direito administrativo é ato administrativo. Fatos administrativos: são as condutas administrativas que não têm manifestação de vontade, ou seja, não produzem efeitos jurídicos específicos, não são consideradas como atos administrativos. Ato da administração é aquele ato praticado pela administração. Atos políticos: regra não tem controle jurisdicional. Não pode delegar: atos administrativos; decisões de recursos administrativos; atos de competência exclusiva. CLASSIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO (REQUISITOS DE VALIDADE) Seguindo a orientação da doutrina majoritária, temos os seguintes elementos: Competência (sujeito): atribuições definidas em lei; sempre vinculado. Pode convalidar, salvo de competência exclusiva. Efeito: ex tunc (retroage). Características: irrenunciável, intransferível, imodificável, improrrogável, imprescritível. Critérios de distribuição: matéria, território, hierarquia, tempo, fracionamento. Atenção: Agente incompetente: excesso de poder; Usurpação de função: ato inexistente; Função de fato (teoria da aparência):ato inválido, mas reconhece aos terceiros de boa- fé. Finalidade Não convalida nunca. Busca o interesse público. Pode ser vinculado (Hely Lopes); Di Pietro quando a finalidade for específica. Pode ser discricionário: Di Pietro quando finalidade geral (mediato) e para Celso Antônio. Forma É a exteriorização do ato; expressa em lei. Pode convalidar, salvo se essencial ao ato. Regra: é vinculado. Exceção: quando a lei trouxer várias formas ou não trouxer uma forma. MOTIVAÇÃO (Di Pietro): integra a forma; não é elemento do ato; explica as razões; em regra é obrigatória, salvo se alei dispensar ou for incompatível com o cargo. O dever de motivar os atos administrativos encontra-se na legislação constitucional de forma explícita ou implícita? E na norma infraconstitucional? O STF reconhece não só as previsões legais EXPLÍCITAS, mas também o dever de motivar IMPLÍCITO no texto constitucional, sob os seguintes fundamentos: 1º Fundamento: Na CF a motivação dos atos administrativos judiciários está EXPLÍCITO no art. 93, para os demais atos administrativos o dever está IMPLÍCITO na CF. 2º Fundamento: O povo, titular do poder, deve ter conhecimento de toda decisão. Todo poder emana do povo. Se o administrador celebra um contrato sem motivação, quando acionado pelo TCU, arranja uma justificativa na última hora (motivação), ela pode facilitar a sua condição, mas NÃO SUPRE o dever de motivar, a motivação deve ser antes ou no máximo durante a prática do ato administrativo, não pode ser POSTERIOR. Teoria dos Motivos Determinantes Uma vez declarado o motivo, ele deve ser cumprido, o administrador está vinculado a esse motivo. Uma vez declarado o motivo, o administrador deve obedecê-lo. Motivo Nunca convalida É uma situação de fato e de direito que leva a prática do ato. 6 www.focadireito.com.br @focadireitooficial Pode ser vinculado e discricionário. Vício do motivo não se trata de revogação. O dever de motivar os atos administrativos. Objeto Materialização do ato administrativo. É a consequência do motivo. Pode ser vinculado ou discricionário. Regra: não convalida, salvo se for plural o objeto. Convalidação: É obrigatória, salvo quando se tratar de vício na competência em ato discricionário. Não convalida: a prescrição e a impugnação do interessado particular. Finalidade X Objeto FINALIDADE é o fim MEDIATO do ato, qual seja, o interesse público. OBJETO é o fim IMEDIATO, qual seja, o resultado prático que se busca com a vontade. Atributos dos atos administrativos Presunção de legitimidade (veracidade) O ato é presumidamente LEGAL, LEGÍTIMO e VERDADEIRO. Legitimidade: Obediência às regras morais. Legalidade: Obediência à lei. Veracidade: Corresponde à verdade. Presente em todos os atos. Gera inversão do ônus da prova, por isso tem presunção relativa “Juris tantum”. AUTO-EXECUTORIEDADE Segundo esse atributo, o ato, tão logo seja praticado, está apto a ser executado e produzir efeitos, independentemente de intervenção do poder judiciário. Relembrar: *Multa: regra não goza de executoriedade para cobrança de multa ( sem ordem judicial). Se for APLICAÇÃO pode ter ordem judicial. Não está presente em todos os atos, mas estará presente em lei e em situações de emergência. Subdivide-se em: executoriedade- meios diretos de coerção; exigibilidade- meios indiretos de coerção. Imperatividade Imperatividade significa coercibilidade, obrigatoriedade. Esse atributo é presente nos atos que tem em seu conteúdo uma obrigação. Independem da concordância de terceiro. Não havendo obrigação, não há que se fala em imperatividade. Exemplos desses atos são os atos enunciativos, como o parecer e certidões, que não possuem conteúdo decisório. O ‘poder’ extroverso ampara a imperatividade. É um sinônimo. TIPICIDADE Atributo corolário do princípio da legalidade, segundo o qual para cada finalidade que a Administração pretende alcançar há um ato previsto em lei, vedando-se, assim, a prática de atos inominados. Só para atos administrativos. Anulação É a retirada de ato administrativo pelo poder público, em razão de uma ilegalidade. A anulação pode ser feita tanto pela via judicial quanto por ato da própria Administração (autotutela). O direito de a Administração anular um ato ilegal decai em cinco anos, salvo se comprovada a má-fé do administrado (art. 53 e ss Lei 9.784/99). Esse prazo se refere aos atos que atingem direitos de administrados, cuja anulação seja-lhes prejudicial. Vale lembrar que o STF já decidiu que nesses casos deve ser obedecido ao contraditório, possibilitando ao administrado contradizer as alegações do poder público, através de um processo administrativo. A invalidação do ato dá através da prática de outro ato, o chamado ato anulatório. Esse ato de anulação produz, em regra, efeitos EX TUNC. Convalidação Quando o ato preenche todos os requisitos trata-se de ato válido. Em não preenchendo todos os requisitos o ato tem um vício de legalidade. Em se tratando de vício sanável, o ato pode ser convalidado pela Administração (efeito ex tunc). Essa possibilidade só existe no que tange aos vícios de FORMA e COMPETÊNCIA (que não seja exclusiva). FOCO Revogação A revogação é uma análise de conveniência e oportunidade, vale dizer, quando um ato 7 www.focadireito.com.br @focadireitooficial praticado deixa de ser oportuno ou inconveniente pode a Administração, no exercício de sua autotutela extinguir o ato através da revogação. Efeito da revogação Produz efeitos ex nunc, visto que atinge um ato até então considerado conveniente e oportuno. Limites da revogação A revogação pode ser feita a qualquer tempo, ou seja, não há limite temporal. Entretanto a revogação possui limites materiais (conteúdo), vale dizer, existem tipos de atos que não podem ser revogados. Rol exemplificativo de atos não suscetíveis de revogação: -Atos vinculados, pois neles o administrador é despido de liberdade de atuação. Exceção: Licença para construir. -Ato que gera direito adquirido, por expressa previsão constitucional (se nem a lei prejudica direito adquirido, quanto mais ato administrativo); -Ato que já exauriu efeitos. Organização administrativa: administração direta e indireta; centralizada e descentralizada; autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista Administração Pública Direta: U/E/DF/M(descentralização política). São pessoas com autonomia política, administrativa e financeira. POSSUEM CAPACIDADE DE LEGISLAR. Administração Pública Indireta: Autarquias, Fundações, SEM, EP. São pessoas com autonomia política, administrativa e financeira. NÃO POSSUEM CAPACIDADE DE LEGISLAR. Não há hierarquia entre os entes da adm. Direta e os da Indireta, mas apenas um controle finalístico. FORMAS DE PRESTAÇÃO DA ATIVIDADE ADMINISTRATIVA A organização administrativa resulta de um conjunto de normas jurídicas que regem a competência, as relações hierárquicas, a situação jurídica, as formas de atuação e controle dos órgãos e pessoas, no exercício da função administrativa. Como o Estado atua por meio de órgãos, agentes e pessoas jurídicas, sua organização se calca em três situações fundamentais: a centralização, descentralização e a desconcentração. CENTRALIZAÇÃO A centralização é a situação em que o Estado executa suas tarefas diretamente, ou seja, por intermédio dos inúmeros órgãos e agentes administrativos que compõem sua estrutura funcional. DESCENTRALIZAÇÃO (ente) Quando a atividade administrativa é retirada do núcleo para pessoas de fora da administração direta (sejam elas da administração indireta ou particulares). Ou forma descentralizada de prestar atividade administrativa. DESCONCENTRAÇÃO (órgão) Deslocamento, distribuição dentro da mesma pessoa jurídica. Se um serviço sai do Ministério B para o C, se isso acontece dentro da mesma pessoa jurídica, é desconcentração. Forma desconcentrada de prestação do serviço. A desconcentração, que é um fenômeno de distribuição interna de partes de competências decisórias. INSTRUMENTOS DA DESCENTRALIZAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO Os instrumentos podem ser: Outorga (somente pela lei); Quando se transfere por outorga, significa dar a TITULARIDADE mais a EXECUÇÃO do serviço.=(outorga/serviços) Delegação (pela lei, via contrato ou via ato administrativo). A administração transfere somente a EXECUÇÃO do serviço retendo a titularidade. A delegação pode ser LEGAL, via CONTRATO ou via ATO ADMINISTRATIVO = delegação por colaboração Criação específica da Administração Indireta Lei cria = Autarquia Lei autoriza = Fundação de direito privado Órgão público TEORIAS QUE EXPLICAM A RELAÇÃO ENTRE ESTADO E SEUS AGENTES Temos três teorias aqui: teoria do mandato, teoria da representação e por fim teoria do órgão. Teoria adotada é a do órgão. Tem hierarquia; tem subordinação; não possui bens; não possui personalidade jurídica. CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS DE ACORDO COM A POSIÇÃO ESTATAL 8 www.focadireito.com.br @focadireitooficial 1. Independentes; 2. Autônomos; 3. Superiores; 4. Subalternos. 1.1. Independentes Aquele que está no TOPO da estrutura estatal. Aquele que goza de independência: TOTAL liberdade, não sofre qualquer relação de subordinação. Exemplo: Presidência da República. 1.2. Autônomos Aquele que goza de autonomia: significa uma ampla liberdade, mas está subordinado aos órgãos independentes e sofre então a relação de subordinação. Exemplo: Ministério, Secretarias de Estado, Municipais. 1.3. Superiores Tem poder de decisão, MAS subordinado aos independentes e autônomos. Não tem autonomia. Exemplo: gabinetes – da presidência, do ministro... 1.4. Subalternos Não tem poder de decisão, não decide nada, é na verdade órgão de execução, cumprem as determinações dos independentes, autônomos e superiores. Exemplo: almoxarifado, zeladoria, departamento de recursos humanos. CARATERÍSTICAS GERAIS (servem para todas as pessoas da administração indireta) As características são as seguintes: As pessoas jurídicas da administração indireta têm personalidade jurídica própria; Criação ou extinção das pessoas jurídicas da Administração indireta depende de lei; Cada PJ da indireta tem uma finalidade específica prevista em lei (princípio da especialidade); As PJ da administração indireta não têm fins lucrativos; Administração direta tem relação de controle com a Administração Indireta. Autarquia Autarquia é uma PJ de direito público, é criada ou extinta por lei, tem finalidade própria, não tem fins lucrativos, é sujeita a controle pela administração direta. Tem como objetivo desenvolver atividades típicas de estado, não se pode dar a qualquer pessoa. Regime da autarquia é praticamente o mesmo da administração direta. Então qual a diferença? Ela não é da direta, pois a direta é ente político, tem capacidade política. A autarquia não. Ela é administrativa, serve para administrar, não tem aptidão ou capacidade política. Bens públicos Regime de pessoal: Regime jurídico único Imunidade tributária Responsabilidade civil objetiva Nomeação dirigente: cabe aprovação pelo legislativo; exoneração não cabe condicionar a aprovação do legislativo. Foro competente: Justiça federal: Autarquia Federal Justiça comum: Autarquia Estadual/Municipal Prescrição quinquenal Classificação: Fundacional Associação pública (consócio público) Corporativa: conselhos de classe: OAB Especial (poder normativa das agências): Agência reguladora Comum (D.220/67) *Agência Executiva: Autarquias e Fundações STJ – Súmula 483: O INSS não está obrigado a efetuar depósito prévio do preparo por gozar das prerrogativas e privilégios da Fazenda Pública. Fundação Patrimônio destacado por um fundador para uma finalidade específica. Patrimônio personalizado. FUNDAÇÃO PÚBLICA DE DIREITO PÚBLICO É uma espécie de AUTARQUIA, chamada de autarquia fundacional. Lei cria esta fundação (por ser espécie de autarquia). Esta pode ser transformada em agência executiva. FUNDAÇÃO PÚBLICA DE DIREITO PRIVADO O regime é de direito privado. É chamada de fundação governamental. Lei autoriza. Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista (EP e SEM) EMPRESA PÚBLICA (CARACTERÍSTICAS GERAIS) 9 www.focadireito.com.br @focadireitooficial Natureza jurídica: pessoa jurídica de DIREITO PRIVADO. O nome “pública” diz respeito ao CAPITAL. Não é um regime TOTALMENTE privado. Terá parte pública e parte privada (“regime híbrido”, misto), mas é pessoa de direito privado. Capital EXCLUSIVAMENTE público. Empresa pública pode ter duas finalidades: -Pode prestar serviço público; -Pode explorar atividade econômica. Pode ser constituída de qualquer modalidade empresarial. Regime de pessoal: CLT, Empregado público. Teto remuneratório só para EP/SEM que recebe custeio do poder público. Bens: regra: são impenhoráveis quando atrelados ao serviço público. Foro processual: EP: Justiça Federal SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA Natureza jurídica: pessoa jurídica de DIREITO PRIVADO. Capital MISTO. Cuidado: MAS, a maioria do capital votante, deve estar nas mãos do poder público. O poder público deve estar no comando, na direção dessa pessoa jurídica. Pode ser constituída por S/A. Regime de pessoal: CLT, Empregado público. Teto remuneratório só para EP/SEM que recebe custeio do poder público. Bens: regra: são impenhoráveis quando atrelados ao serviço público. Foro processual: SEM: Justiça Estadual Consoante disposição legal, as empresas públicas e as sociedades de economia mista deverão observar, no mínimo, os seguintes requisitos de transparência, previstos no art. 8º do Estatuto das Empresas Estatais- Lei 13.308/16. Essa lei aplica a EP/SEM que presta serviço público; atividade em concorrência; atividade em monopólio de todos os entes da federação. Não se aplica a receita operacional inferior a R$ 90 milhões. Estrutura: Conselho de Administração: Mín. 7 e máx. 11 membros; 2 anos mandato, 3 reconduçõesconsecutivas. Cargo de Diretor: mín. 3; 2 anos de mandato, 3 reconduções consecutivas. Conselho fiscal: pelo menos 1 membro indicado controlador; 2 anos mandato, 2 reconduções consecutivas. Comitê de Auditoria: mín. 3 e máx. 5 Quando a EP e SEM explora atividade econômica, o art. 173, §1º da CF diz que PODERÃO ter estatuto próprio para licitações e contratos. Inicialmente, cumpre ressaltar que a lei 13.303/16 estabelece situações de contratações diretas por meio de dispensa e inexigibilidade de licitação. As hipóteses de dispensa estão taxativamente expostas no art. 29 da referida lei, que permite a contratação direta, em razão de dispensa. EP e SEM não estão sujeitas ao regime falimentar, a nova lei de falências afasta sua incidência nessas entidades. Diferença entre Sociedade Unipessoal: tem assembleia; e Empresa Pública Unipessoal: não tem assembleia. Prazo prescricional de 6 anos da prática de ato abusivo. EP não poderá laçar debêntures de outros títulos ou valores mobiliários conversíveis em ação. SEM poderá solucionar por arbitragem. Consórcios públicos (Lei nº 11.107/2005) Associação Pública ou PJ Direito Privado. Objetivos: convênio, contratos, acordos, consórcios, ser contratado por dispensa... Constituído por contrato que depende de prévia subscrição de protocolos de intenção (mediante lei). Cláusulas: protocolos de intenção. É nula cláusula de contrato de consórcio que preveja determinada contribuições financeiras, salvo doação, cessão... Recursos: contrato de rateio. Exceção: é vedada a aplicação desses recursos do contrato para despesas genéricas, inclusive transferências e operações de crédito. Contrato programa: é nula cláusula de cont. programa que atribui ao contratado o exercício de planejamento e regime de fiscalização dos serviços. Continuará vigente mesmo que extinto o consórcio. Só será 10 www.focadireito.com.br @focadireitooficial extinto se o contrato não integrar mais a AP. Indireta. 20% das compras/obras/serviços- Inexigibilidade da licitação; comunica em 3 dias para ratificar e publica em 5 dias. Em regra, o consórcio não tem competência para declarar expropriação. Todo consórcio pode ser contratado diretamente. Controle e responsabilização da administração: controle administrativo; controle judicial; controle legislativo. CONTROLE ADMINISTRATIVO Está relacionado com as instituições administrativas, ou seja, com a função administrativa. Alcança toda a Administração Direta e Indireta. Toda a atividade da Administração Pública deve sempre pautar-se no princípio da legalidade. Quem exerce como regra é o poder executivo na sua função típica. Já o legislativo e o judiciário exercem na sua função atípica. Recursos administrativos: Recurso hierárquico próprio: dentro da mesma hierarquia; órgãos da adm. Direta; não depende de previsão de lei; máx. 3 instâncias. Recurso hierárquico impróprio: fora da cadeia hierárquica; depende de previsão legal; não há hierarquia. Prazo recurso hierárquico: 10 dias. Efeitos do recurso: devolutivo: todos têm; reanálise da Adm. Pública. Suspensivo: só quando houver previsão em lei. Representação: denúncia de irregularidades a própria administração ou órgãos de controle Reclamação administrativa: oposição a um ato da administração que afeta direitos e interesses. Pedido de reconsideração: cabe a mesma autoridade que proferiu a decisão; cabe apenas uma. Revisão: fatos novos que surgiram. Não há prazo. Não cabe reforma pra pior. Prescrição administrativa: 5 anos da demissão, cassação de aposentadoria, disponibilidade, interesses patrimoniais. Demais hipóteses: 120 dias. Controle legislativo CONTROLE POLÍTICO PELO LEGISLATIVO Analisa as decisões administrativas sob o aspecto da discricionariedade (oportunidade e conveniência). Hipóteses de controle político (sempre hipóteses constitucionais - lei não pode criar outras hipóteses): 1) Art. 49, X da CF/88: Competência do Congresso de fiscalizar e controlar diretamente os atos do Poder executivo incluindo da administração indireta. 2) Art. 49, V da CF/88: Controle sobre o executivo, quando seus atos normativos forem além dos limites da regulamentação. 3) Art. 50 da CF/88: Poder convocatório. 4) CPI (art. 58, §3º); 5) Art. 49, I, XII, XVI e XVII. Autorizações/aprovações do Congresso para que o executivo realize alguns atos (controle prévio). Ex.: Congresso precisa aprovar ato de renovação de concessão de emissora de TV. 6) Controle feito pelo Senado. Art. 52, III a XI da CF. CONTROLE FINANCEIRO PELO LEGISLATIVO É um controle sobre todos os poderes da República, realizado, principalmente, pelo Tribunal de Contas. STF S. 347: O TRIBUNAL DE CONTAS, NO EXERCÍCIO DE SUAS ATRIBUIÇÕES, PODE APRECIAR A CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS E DOS ATOS DO PODER PÚBLICO. CONTROLE JUDICIAL Diz respeito ao controle da legalidade dos atos administrativos. Sistema da Jurisdição Única (sistema inglês): cabe ao judiciário definir com força de definitividade qualquer situação em que seja necessário aplicar o direito ao caso concreto. Só ocorre mediante provocação. Atos políticos e interna corporis, regra não cabe controle judicial, salvo se ferir direitos individuais ou coletivos. Responsabilidade civil do Estado Assim, a responsabilidade civil do Estado por CONDUTA LÍCITA tem fundamento no princípio da isonomia enquanto que a responsabilidade civil do Estado por CONDUTA ILÍCITA tem fundamento no princípio da legalidade. 11 www.focadireito.com.br @focadireitooficial EVOLUÇÃO DA RESPONSABILIDADE CIVIL ESTATAL Temos 04 principais teorias: Irresponsabilidade do estado; Teoria da responsabilidade com culpa (subjetiva em atos de gestão, objetiva em atos de império); Teoria da culpa administrativa (culpa anônima); Teoria da responsabilidade objetiva (utilizada no Brasil). A responsabilidade objetiva do Estado pode se fundamentar em duas Teorias: - Teoria do risco integral: Não admite excludente - Teoria do risco administrativo: Admite excludente. É a REGRA no Brasil. Conforme essa teoria deve ser atribuída ao Estado à responsabilidade pelo risco criado por sua atividade administrativa. São EXEMPLOS de excludente: a culpa exclusiva da vítima, caso fortuito, fato de terceiro, força maior. FUNDAMENTO O Art. 37, § 6º da CF não serve como fundamento para TODO o dever de indenizar do Estado. Esse artigo se refere apenas à responsabilidade EXTRACONTRATUAL. Existem outras formas de indenização (desapropriação, por exemplo) que são regidas por regras específicas. CF Art. 37, § 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Quando a conduta estatal é OMISSIVA, trata- se de RESPONSABILIDADE SUBJETIVA, na modalidade culpa administrativa ou anônima, na má prestação do serviço ou no atraso da prestação. Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/1992). PROBIDADE X MORALIDADE JSCF: moralidade e probidade são expressões que se equivalem, sendo a primeira um designativo do princípio administrativo constitucional, e a segunda um designativo da lesão a esse princípio. Improbidade administrativa é a expressão designativa da CORRUPÇÃO ADMINISTRATIVA. Corrupção administrativa, por sua vez, é a ideia de desvirtuamento da função pública somada à violação da ordem jurídica. Previsão legal Enriquecimento ilícito: Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importandoENRIQUECIMENTO ILÍCITO auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida. Análise do dispositivo 1) Objeto da tutela jurídica: Enriquecimento legítimo, justo e moral do agente. 2) Pressuposto exigível do tipo: é a percepção de vantagem patrimonial ilícita obtida pelo exercício da função. 3) Pressuposto DISPENSÁVEL: é o DANO/PREJUÍZO ao erário, como no caso do agente que recebe propina de terceiro para realizar determinada conduta que lhe favoreça. 4) Elemento subjetivo: Somente o DOLO. Prejuízo ao erário:Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa LESÃO AO ERÁRIO qualquer AÇÃO ou OMISSÃO, DOLOSA OU CULPOSA, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas. Análise do dispositivo Objeto da tutela: Preservação do Patrimônio público (em sentido amplo). Pressuposto exigível: Aqui existe a necessidade de lesão aos cofres públicos. Pressuposto DISPENSÁVEL: Enriquecimento ilícito é DISPENSÁVEL. Não é necessário que a conduta provoque o locupletamento ilícito de alguém, como no caso do agente que realiza operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares, provocando prejuízo aos cofres públicos (art. 10, VI). Elemento subjetivo: Dolo ou CULPA (somente aqui é previsto culpa). Conduta: COMISSIVA ou OMISSIVA, não se admitindo tentativa. Informativo 549 STJ Para a condenação por ato de improbidade administrativa no art. 10, é indispensável a demonstração de que ocorreu efetivo dano ao erário. Informativo 528 STJ 12 www.focadireito.com.br @focadireitooficial Para a configuração dos atos de improbidade administrativa previstos no art. 10 da Lei n. 8.429/92 é indispensável a comprovação de que tenha havido efetivo prejuízo aos cofres públicos. Se não houver essa prova, não há como condenar o requerido por improbidade administrativa. Tendo ocorrido dispensa de licitação de forma indevida, mas não sendo provado prejuízo ao erário nem má-fé do administrador, não se verifica a ocorrência de ato de improbidade administrativa. LC 157/2016 alterou a Lei nº 8.429/92 e criou uma quarta espécie de ato de improbidade administrativa: Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. Atenta contra os princípios da administração pública Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que ATENTA CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA qualquer AÇÃO ou OMISSÃO que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente (ROL EXEMPLIFICATIVO): Análise do dispositivo Objeto da tutela: Observância aos princípios constitucionais. Pressuposto exigível: Violação a princípio. Pressuposto dispensável: São DESNECESSÁRIOS o enriquecimento ilícito e a lesão ao erário, como no caso do agente que retarda deliberadamente ato de ofício para beneficiar alguém, sem nada receber com isso e sem provocar qualquer dano aos cofres públicos. Viola, no entanto, entre outros princípios o da impessoalidade. Elemento subjetivo: Somente DOLO. Suspensão dir.políticos Multa Proibição contratar Art.9º 8 a 10 anos Até 3 x patrim.acre 10 anos Art.10 5 a 8 anos Até 2x dano 5 anos Art.11 3 a 5 anos Até 100x remuner. 3 anos Processo administrativo (Lei nº 9.784/1999). Aplica a Adm. Pública direta e indireta. Aplica aos órgãos do Legislativo e do Judiciário da União, quando no desempenho de função administrativa. Órgão- integrante Entidade – dotada de personalidade jurídica Autoridade- poder de decisão Critérios: - vedada a renúncia de competências, salvo autorização da lei. - divulgação oficial de atos administrativos, salvo sigilo na CF/88. - Proibição de cobranças de despesas processuais, salvo hipótese em lei. - vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades.( não tem exceção) - veda a aplicação retroativa ( não tem exceção). Pode iniciar-se de ofício ou a pedido do interessado. A competência é irrenunciável, salvo as hipóteses de delegação e de avocação previstos em lei. Não podem ser objeto de delegação: -edição de atos de caráter normativo; - a decisão de recursos administrativos; - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. Prazo para comunicação dos atos intimação: antecedência de 3 dias úteis Prazo para o recurso: 10 dias Prazo para decisão do recurso: 30 dias Prazo para alegações finais: 5 dias úteis Dependem de motivação quando: - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; - decidam PADS de concurso - imponham ou agravam deveres, encargos e sanções; - dispensem ou declarem inexigibilidade de processo licitatório; - decidam recursos administrativos; - reexame de ofício; - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre questão... - importem anulação, revogação, convalidação, suspensão de ato administrativo; Parecer obrigatório vinculante= processo não terá seguimento. Parecer obrigatório e não vinculante= poderá ter prosseguimento. 13 www.focadireito.com.br @focadireitooficial Lei nº 11.416/2006- Carreiras do Poder Judiciário da União Quadro de pessoal efetivo: - Analista Judiciário - Técnico Judiciário - Auxiliar Judiciário Áreas de atividade: - Área judiciária - Área de apoio especializado - Área administrativa Órgão destinará no mínimo 80% do total das funções comissionadas para servidores integrantes das carreiras. As funções comissionadas de natureza gerencial serão exercidas preferencialmente para servidores com formação superior. Exige do titular participação em curso de desenvolvimento gerencial oferecido pelo órgão. É obrigatório a cada 2 anos. Pelo menos 50% dos cargos em comissão serão dos serviços efetivos integrantes. É vedada a nomeação para CC/FC de cônjuge... até o 3 grau, inclusive membros e juízes vinculados. Progressão funcional= mesma classe Promoção= classes diferentes Adicional de qualificação: 12,5% doutorado; 10% mestrado; 7,5% especialização; 1 % servidores que possuírem ações de treinamento(total 120 hs) com limite de até 3%; 5% técnico com diploma de ensino superior. Valor da GAE (atividade externa)= 35% do vencimento básico. É obrigatória a participação de programa de reciclagem anual. Convênios administrativos. Ajustes entre entidades estatais, autárquicas e paraestatais da mesma espécie. Exemplo: Reunião de municípios. Consideram-se convênios administrativos os ajustes firmados por pessoas administrativas entre si, ou entre estas e entidades particulares, com vistas a ser alcançado determinado objetivo de interesse público. Previsão constitucional Previsão desde a CF/67 (art. 13, §3º e art. 14, §4º). Na CF/69, Art. 13, §3º. CF/88, Art. 71, VI; art. 199, §1º; art. 23, parágrafo único (implicitamente); art. 37, §8º da CF (não é pacífico). Art. 241; Cooperação mútua entre os partícipes; Responsabilidade recai sobre os partícipes, que podem ser representados por uma comissão executiva. Execução de metas internas da Administração. É possível a inclusão de novos partícipes no ajuste, desde que exista identidade de interesses e respectiva previsão no termo de convênio. Na falta de previsão no termo, presume-se que não é possível a inclusão de novos partícipes. Objeto: INTERESSE PÚBLICO. A essência do convênio impede que o ajuste seja feito no interesse privado. Obviamente que a participação de entidade particular implica em benéfico de interesse particular, mas não será o objetivo precípuo do convênio. Formalização:Se dá através do TERMO DE CONVÊNIO (ou simplesmente convênio ou ainda termo de cooperação) . Licitação: NÃO precisa de licitação prévia para celebrar convênio (lei 8.666 art. 116, caput). Regime Diferenciado de Contratações Públicas (Lei Federal nº 12.462/2011). Conjunto de procedimentos para registro formal de preços relativos à prestação de serviços e aquisição de bens para contratações futuras. A licitação para registro de preços será realizada na modalidade de concorrência, do tipo menor preço, ou na modalidade de pregão e será precedida de ampla pesquisa no mercado. O julgamento por técnica e preço, na modalidade concorrência, poderá ser excepcionalmente adotado, a critério do órgão gerenciador e mediante despacho fundamentado da autoridade máxima do órgão ou entidade. A opção do RDC DEVERÁ constar de forma expressa no instrumento CONVÊNIOS CONTRATOS Vínculo jurídico Vínculo jurídico Interesses comuns Interesses opostos Cooperação Lucro Vínculo menos rígido Vínculo mais rígido 14 www.focadireito.com.br @focadireitooficial convocatório e resultará do afastamento da L.8666. A quem se aplica (exemplos): SUS obras e serviços de engenharia, PAC, ações no âmbito de segurança, ações em órgãos e entidades dedicados à ciência, à tecnologia e à inovação, obras para melhoria da mobilidade urbana, obras em estabelecimentos penais... Execução indireta obras e serviços são admitidos os regimes: 1- Empreitada por preço unitário 2- Empreitada por preço global 3- Contratação por tarefa 4- Empreitada integral 5- Contratação integrada Nas licitações para contratações de obras e serviços, com exceção da contratação integrada DEVERÁ haver projeto básico aprovado pela autoridade competente. É vedada a realização sem projeto executivo de obras e serviços de engenharia para cuja concretização tenha sido utilizado o RDC, qualquer que seja o regime adotado. Pregão (Lei n° 10.520/2002) É utilizado para aquisição de bens e serviços comuns pela U/E/DF/M, conforme disposto em regulamento qualquer que seja o valor estimado da contratação, na qual a disputa pelo fornecimento é feita por meio de propostas e lances em sessão pública. Ao contrário do que ocorre em outras modalidades no pregão a escolha da proposta é feita antes da análise da documentação, razão maior da sua celeridade. O tipo de licitação é sempre o menor preço. Não se exige capacitação técnica especializada. Permite lances verbais. Pode ser utilizado para qualquer valor de contrato. Inaplicabilidade do pregão: 1- obras e serviços de engenharia. 2- locações imobiliárias 3- alienações em geral. É vedada a exigência: 1-De garantia de proposta; 2-aquisição do edital pelos licitantes, como condição de participação do certame; 3-pagamento de taxas e emolumentos, salvo os referentes ao fornecimento do edital. No âmbito do Ministério da Defesa, as funções de pregoeiro e membro de equipe de apoio poderão ser desempenhadas por militares. A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos interessados. No curso da sessão do pregão, o autor da oferta de valor mais baixo e os das ofertas com preços até 10% superiores àquela poderão fazer novos lances verbais e sucessivos até a proclamação do vencedor. Não havendo pelo menos 3 ofertas nas condições definidas, poderão os autores das melhores propostas, até o máximo de 3, oferecer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os preços. Para julgamento e classificação das propostas, será adotado o critério menor preço. Encerrada a etapa competitiva e ordenadas as ofertas, o pregoeiro procedará à abertura do invólucro contendo os documentos de habilitação do licitante que apresentou a melhor proposta, para verificação do atendimento das condições fixadas no edital. Se a oferta não for aceitável ou se o licitante desatender às exigências habilitatórias, o pregoeiro examinará as ofertas subsequentes e a qualificação dos licitantes, na ordem de classificação, e assim, sucessivamente até a apuração de uma que atenda o edital. Declarado vencedor, qualquer licitante poderá manifestar imediatamente a intenção de recorrer no prazo de 3 dias para as razões do recurso. O prazo de validade das propostas será de 60 dias, se outro não houver fixado pelo edital. Lembrando: 2 dias úteis para impugnar ATO CONVOCATÓRIO 15 www.focadireito.com.br @focadireitooficial (sessão pública). E 24 hs para decidir tal impugnação. 8 dias úteis no min. antecedência a publicação do edital; 5 dias úteis para impugnar pela comissão de licitação. Licitações e Contratos da Administração Pública (Lei nº 8.666/1993 e alterações posteriores). Licitação é um procedimento de escolha da melhor proposta (a mais vantajosa para o poder público); não necessariamente a mais barata. Estão sujeitos ao procedimento licitatório: a) Administração direta: União, estados, DF e municípios. b) Administração indireta: Autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista. c) Fundos especiais. d) Demais entes controlados direta ou indiretamente pelo poder público. Atenção: a CF (art. 173) prevê que as empresas estatais exploradoras de atividade econômica serão regidas por lei específica que criará estatuto próprio que tratará, entre outras coisas, de licitação. CF/88: O Art. 22, XXVII dispõe que compete PRIVATIVAMENTE à União a edição de normas gerais sobre licitações e aos demais entes federativos competem a edição de normas específicas. OBJETO IMEDIATO é a seleção da proposta mais vantajosa apta a satisfazer o interesse público. OBJETO MEDIATO é a obtenção de certa obra, serviço, compra, alienação, locação, prestação de serviço público. Princípios explícitos no texto do Estatuto: - Legalidade; - Impessoalidade; - Moralidade; - Igualdade; - Publicidade; - Probidade administrativa; -Vinculação ao instrumento convocatório; - Julgamento objetivo. Princípios correlatos: - Competitividade; - Sigilo das propostas; - Formalismo procedimental; - Adjudicação compulsória. São MODALIDADES de licitação: I – concorrência: entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto. II - tomada de preços: entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderam a todas as condições exigidas de cadastramento até o 3 º dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação. III – convite: entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mín. de 3 pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de 24 horas da apresentação das propostas. Na hipótese de Convite, existindo na praça mais de 3 possíveis interessados, a cada novo convite é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessado, enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações. IV – concurso: entre quaisquer interessados para a escolha de trabalho técnico, científico, ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes no edital. V – leilão: entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a Adm. ou de produtos ilegalmente apreendidos ou penhorados ou para a alienação de bens móveis, cujo procedimento judicial ou de dação em pagamento a 16 www.focadireito.com.br @focadireitooficial quemoferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da alienação. Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado pela Adm. para fixação do preço mínimo da arrematação. Pregão - também é modalidade, mas consta em lei própria. Tipos de licitação: 1- A de menor preço 2- A de melhor técnica 3- A de técnica e preço 4- A de maior lance ou oferta É vedado outros tipos de licitação. Licitações simultâneas: intervalos não superiores a 30 dias; Licitações sucessivas: o edital subsequente tenha uma data anterior a 120 dias após o término do contrato resultante da licitação antecedente. Licitação deserta: desinteresse pela licitação justificando a contratação direta. Licitação fracassada: presença do interessado, mas a Adm. não logra proposta conveniente. Valores para obras e serviços de engenharia: - concorrência: mais 3,3 milhões - tomada de preços: até 3,3 milhões - convite: até 330.000 mil Valores para compras gerais: - concorrência: mais de 1,430 milhão -tomada de preços: até 1,430 milhão - convite: até 176.000 mil Consórcio público: Dobro: até 3 entes da federação Triplo: mais que 3 Audiência pública: 330 milhões # grande vulto: 82,5 milhões Valores e dispensa: - obras e serviços de engenharia: 33 mil reais - demais: 17,6 mil Limite contrato verbal: 8.800 reais (pequenas compras de pronto pagamento). Obrigatoriedade de licitação: - dispensada (art.17)= vedada, proibida! - dispensável (art.24)= pode - inexigível (art.25)= inviabilidade de competição. Casos: I- para aquisição que só possam ser fornecidos por uma pessoa; II- natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação; III- qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública. Contratos administrativos Negócio jurídico bilateral, envolvendo entidade administrativa, com o objetivo de satisfação do interesse público, sendo, por isso, regido pelo Direito Público (cláusulas exorbitantes). Características: Presença da Administração; Formal; Consensual; Comutativo; Adesão; Personalíssimo. As formalidades estudadas são as seguintes: A)Procedimento administrativo de Licitação; b) Escrito em regra; c) Publicação; d) Instrumento do contrato; Forma da garantia: A lei dá quatro alternativas: Caução em dinheiro; Caução Título da dívida pública (TDP); Seguro - garantia Fiança bancária A garantia não pode exceder a 5% do valor do contrato, salvo grande vulto até 10%. As cláusulas estão explicitadas no art. 58 do diploma e são as seguintes: a)Alteração unilateral do contrato (art. 58, I); b) Rescisão unilateral do contrato (art. 58, II); c) Fiscalização do contrato (art. 58, III); d) Aplicação de sanções (art. 58, IV); e) Ocupação provisória de bens (art. 58, V). As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado. 17 www.focadireito.com.br @focadireitooficial EXTINÇÃO CONTRATUAL Pode ser por: a) Conclusão do objeto; b) Advento do termo contratual; c) Rescisão; d) Anulação. Pode modificar UNILATERALMENTE pela administração: a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos. b) Quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto. Lei nº 8.112/1990 (Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União e alterações): disposições preliminares; provimento, vacância, remoção, redistribuição e substituição; direitos e vantagens: vencimento e remuneração, vantagens, férias, licenças, afastamentos, direito de petição; regime disciplinar: deveres e proibições, acumulação, responsabilidades, penalidades; processo administrativo disciplinar. Campo de aplicação: somente a União: Executivo: Pres. da República, Ministérios, Autarquias e Fundações Públicas Federais. Legislativo: SF e CD; Judiciário: Todos os tribunais (exceto TJ dos Estados); E também TCU e MPU (Federal, DFT, Trabalho, Militar e Eleitoral). Concurso Público É imprescindível para nomeação de cargo efetivo; Será de provas ou provas e títulos; Pode ser realizado em 2 etapas; Validade de até 2 anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período; Serão reservados até 20% de vagas do concurso para portadores de deficiência, desde que as atribuições sejam compatíveis (no DF são 20%). Obs. Qualquer deficiência, desde que compatível com o cargo; Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com o prazo de validade não expirado. Porém, a constituição permite. O concurso público é regido pelas regras contidas em seu edital. Este deverá se publicado no DOU e em jornal de grande circulação. Nomeação Em princípio a aprovação em concurso público não gera Direito a nomeação; Posse É a investidura em cargo público; Ocorre com a assinatura do respectivo termo em que consta as atribuições, deveres e direitos; O termo da posse não pode ser alterado unilateralmente; Ocorre no prazo de 30 dias da nomeação ou do término do impedimento; Pode ser feita por procuração especifica; Só há posse se existir aprovação de inspeção medica; Art. 8o São formas de provimento de cargo público: I - nomeação; II - promoção; III - ascensão;(Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) IV - transferência; (Execução suspensa pela RSF nº 46, de 1997) (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) V - readaptação; VI - reversão; VII - aproveitamento; VIII - reintegração; IX - recondução. NOMEAÇÃO (provimento originário) Ato que materializa o provimento originário da pessoa a um cargo público. Sendo nomeado, surge o direito à posse. OBS: É a única forma de provimento originário admitida pela CF/88. Espécies de nomeação: O ato de nomeação pode ser em caráter: Efetivo: Cargos de provimento efetivo (isolados ou de carreira). Em regra, são os concursados. Comissão: Cargos em comissão, baseados na confiança, inclusive na condição de interino (art. 37, V da CF). Exercício É o efetivo desempenho das atribuições do cargo; Ocorre em até 15 dias a partir da posse; 18 www.focadireito.com.br @focadireitooficial Jornada de trabalho máxima é de 40 horas semanais, sendo o mínimo de 6 horas e o Máximo de 8 horas por dia; Servidor que toma posse e não entra em exercício dentro do prazo estabelecido será exonerado ex-ofício. Estágio Probatório Destina-se a avaliar a aptidão e a capacidade do servidor para o desempenho do cargo; Fatores de avaliação: assiduidade; disciplina; responsabilidade; produtividade; capacidade de iniciativa. O estágio probatório ocorre no cargo e não no serviço publico; A homologação de desempenho do servidor ocorrerá 4 meses antes do fim do estágio probatório; O servidor em estágio probatório não pode receber as licenças: para capacitação profissional, para desempenho de mandato classista e para assuntos particulares; O servidor em estágio probatório pode exercer cargo em comissão ou função comissionada; Servidor reprovado em estágio probatório: - Se estável: será reconduzido ao cargo anteriormente ocupado: - Se vago dá-se provimento; - Se extinto fica em disponibilidade; - Se estiver ocupado: o ocupante fica e o reconduzido será aproveitado. – Se não estável será exonerado. Estabilidade: requisitos: Concurso público; 3 anos de efetivo exercício; Nomeação em cargo efetivo. Durante esse período, a aptidão e capacidade do servidor serão objeto de avaliaçãopara o desempenho do cargo, observados os seguintes fatores: “RAPID” Servidor estável perde o cargo: Demissão em virtude de sentença judicial transitada em julgado; Demissão mediante PAD; Exoneração mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho na forma de lei complementar; Exoneração por limite de gasto com pessoal. 50% receita liquida de União e 60% dos demais entes. Readaptação: forma de provimento derivada horizontal por investidura do servidor que tenha sofrido limitações físicas ou mentais em cargo de atribuições que se compatibilizem com aquelas. Reversão: forma de provimento derivada por reingresso do servidor aposentado a Administração em decorrência de cessação da invalidez ou a pedido, no interesse da Administração. Por cessação da invalidez: - Independe de estabilidade; - Independe de cargo em vacância (excedente). A pedido, no interesse da Administração: - Voluntária; - Estabilidade; - Cargo em vacância; - Requisição; - Aposentadoria efetivada nos últimos 5 anos, a contar do pedido de reversão. Reintegração: forma de provimento derivada por reingresso do servidor ESTÁVEL ao cargo de origem em decorrência de INVALIDAÇÃO, administrativa ou judicial, da demissão viciada de ilicitude. Efeitos retroativos a data do vício (“ex tunc”). Art. 28, §1°: “Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade”; Art. 28, §2°: “Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade.” Recondução: forma de provimento derivada por reinvestidura do servidor ESTÁVEL no cargo de origem, em decorrência de reprovação em estágio probatório ou reintegração. Aproveitamento: forma de provimento derivada horizontal por investidura do servidor em disponibilidade em cargo de vencimento e atribuições equivalentes ao que possuía antes da ociosidade. Acompanhamento pelo SIPEC. Promoção: forma de provimento derivada vertical, onde ocorre aumento do nível de complexidade das atribuições e, consequentemente, do vencimento (verticalidade). Remoção é o deslocamento do servidor no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede. A Remoção pode acontecer: - de oficio, no interesse da administração; - a pedido, a critério da administração; 19 www.focadireito.com.br @focadireitooficial - a pedido vinculado, independente do interesse da administração: saúde, acompanhar cônjuge ou em virtude de processo seletivo promovido de acordo com o órgão onde o servidor esteja lotado. Redistribuição implica no deslocamento do cargo de provimento efetivo para outro órgão ou entidade do mesmo poder. Sempre acontecerá no interesse da administração. Vencimento x remuneração Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício do cargo. Não pode ser menor que um salário mínimo e é irredutível. Remuneração é o vencimento mais as vantagens (gratificações permanentes) de caráter pessoal. Vacância: Conceito: é o “desprovimento” de cargo. Formas (art. 33): Readaptação Recondução (art. 20, § 2°) Promoção Falecimento Aposentadoria Demissão Exoneração Posse em cargo inacumulável Vantagem Características Indenizações Ajuda de custo : 1-Até 3 remunerações; 2-Despesas de instalação em caráter permanente; 3-Vedado o duplo pagamento; 4-Administração arca com transporte do servidor e de sua família (bens, bagagem, passagens); 5-Família do servidor que falecer: 1 ano para requerer a vantagem, do óbito. Diárias: 1-Concedida por dia; 2-Afastamento da sede em caráter eventual ou transitório; 3-Concedida pela metade quando não houver pernoite; 4-Não será paga quando os afastamentos forem características do cargo; 5-Não será paga se o afastamento for para regiões limítrofes abrangidas pela competência do órgão, ressalvada a pernoite. Transporte 1-Conforme dispuser o regulamento interno; 2-Utilização de meio próprio de locomoção; 3-Serviço externo, por força da competência do cargo. Gratificações 1-Retribuição (gratificação) pelo exercício de função de direção, chefia ou assessoramento. 2-Servidor ocupante de cargo em comissão ou função de confiança; 3-Não será incorporada aos vencimentos. 4-Gratificação Natalina 5-1/12 da remuneração de dezembro; 6-Fração superior ao 15º dia: mês inteiro; 7-Paga até o dia 20/12; 8-Exonerado recebe proporcional. Adicionais Insalubridade, Periculosidade, -Operadores de raio-x: férias de 20 dias semestrais e obrigatórias; devem ser examinados de 6 em 6 meses. Adicional por atividade extraordinária -Que excede o labor normal; -50% sobre o valor da hora normal; -Limite de 2 h/d. Adicional Noturno -Devido entre 22h e 5h; -25% do valor-hora; -Hora noturna: 52 min e 30 seg Adicional de Férias: -1/3 da rem -Direito de fruição: 12 meses de serviço; -Acumulação máxima: 2 períodos; -Poderão ser parceladas em 3 lapsos; -Pago até 2 dias antes do gozo. Licenças: Motivo de doença em pessoa da família -Cuidar de parente adoecido; -Comprovação por junta médica; -Assistência do servidor é indispensável e não pode ser conciliada com suas atividades laborais; -Até 30 dias prorrogáveis por até 30 dias: remunerados; -Sem remuneração: até 90 dias. Motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro -Prazo indeterminado; -Sem remuneração; -Exercício provisório: compatibilidade entre cargos. Serviço militar - Para cumprir com suas obrigações militares; 20 www.focadireito.com.br @focadireitooficial -Concluído: 30 dias, sem remuneração, para reassumir o cargo. Atividade política -Licença facultativa, sem remuneração: entre escolha partidária e registro na Justiça eleitoral; -Remunerada: até 3 meses da inscrição na Justiça Eleitoral; -Licença: até o 10º dia seguinte ao da eleição. Capacitação -Com remuneração, cada quinquênio; -3 meses para curso de capacitação profissional; Inacumulável. Tratar de interesses particulares -Até 3 anos consecutivos; -Sem remuneração; -Poderá ser interrompida a qualquer tempo. Desempenho de Mandato Classista -Entidade representativa de classe; -Entidade com até 5000 associados: 1 servidor; -Entidades com 5001 a 30000 associados: 2 servidores; -Entidades com mais de 30000 associados: 3 servidores. -Tempo do mandato, prorrogável uma única vez. Afastamentos Servir a outro órgão ou entidade -Cessão e não aproveitamento; -Cargo em comissão ou função de confiança: União, Estados, Municípios e DF: ônus da remuneração da cessionária; Empresas Públicas ou S/A: opção pela remuneração do cargo efetivo enseja reembolso. Mandato Eletivo -Prefeito: opta pela remuneração (afastamento obrigatório); -Vereador: acumulo permitido; -Mandato Federal, Estadual ou Distrital: afastamento obrigatório. Para estudo ou missão no exterior -Até 4 anos; -Novo afastamento somente quando efetivar exercício por igual período; -Ônus total do Estado; -Ônus parcial do Estado; -Sem ônus estatal. Concessões Doação de Sangue:1 dia; Alistamento Eleitoral: 2 dias; Falecimento de parente: 8 dias consecutivos (parentes e dependentes) Casamento: 8 dias consecutivos; Regime Disciplinar a) Advertência: Punição branda; Por escrito nos assentamentos funcionais; Prazo prescricional: 180 dias Cancelamento de registro: 3 anos; Procedimento necessário: sindicância; Prazo para término da sindicância: 30 dias + 30 dias; Irregularidades: art. 117, inc. I ao VIII e XIX. b) Suspensão: Punição branda ou rigorosa; Branda: até 30 dias – precedida de sindicância (término: 30 dias + 30 dias); Rigorosa: de 31 a 90 dias – precedida de “PAD” (término 60 dias + 60 dias); Por escrito nos assentamentos funcionais; Prazo prescricional: 2 anos; Cancelamento de registro: 5 anos. Conversão em multa: 50% sobre o vencimento ou remuneração diária, proporcionais aos dias em que restaria suspenso. •Irregularidades: art. 117, inc. XVII, XVIII e negar-se a exame médico determinado pela Administração. Este último enseja suspensão por 15 dias, passiva de “arrependimento”. Regra: tudo que deve ser punido com rigor, mas não cabe demissão, leva a suspensão. c) Demissão: Punição rigorosa; Precedida de “PAD” ou Rito Sumário; Rito Sumário para as seguintes irregularidades: Acúmulo de cargos: empregos e funções públicas; Inassiduidade habitual: 60 dias, interpolados em 12 meses, de ausências injustificadas; Abandono de cargo: mais de 30 dias consecutivos de ausências injustificadas Prazo prescricional: 5 anos; Irregularidade: art. 117, inc. IX ao XVI e art. 132. d) Cassação de Proventos: Cassação de proventos de aposentadoria ou disponibilidade em decorrência de irregularidade passiva de demissão praticada quando na ativa. e) Destituição: - De cargo em comissão: - De funções de confiança 21 www.focadireito.com.br @focadireitooficial Sindicância (infrações de natureza leve): 30 + 30 Denúncia: por escrito Afastamento preventivo: 60 +60 dias PAD (infrações de natureza grave): (60 + 60 + 20) fases: - Instauração: comissão - Instrução sumária - Julgamento Revisão: a qualquer tempo e não pode agravar a situação; quem julga é a autoridade que puniu. Súmulas importantes: SÚMULA 20 STF: É necessário processo administrativo com ampla defesa, para demissão de funcionário admitido por concurso. SÚMULA 22 STF: O estágio probatório não protege o funcionário contra a extinção do cargo. SÚMULA 36 STF: Servidor vitalício está sujeito à aposentadoria compulsória, em razão da idade. SÚMULA 359 STF: Ressalvada a revisão prevista em lei, os proventos da inatividade regulam-se pela lei vigente ao tempo em que o militar, ou o servidor civil, reuniu os requisitos necessários. (Alterada) SÚMULA 682 STF: Não ofende a Constituição a correção monetária no pagamento com atraso dos vencimentos de servidores públicos. SÚMULA VINCULANTE 3 : Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão. SÚMULA VINCULANTE 4 : Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial. SÚMULA VINCULANTE 15 : O cálculo de gratificações e outras vantagens do servidor público não incide sobre o abono utilizado para se atingir o salário mínimo. SÚMULA VINCULANTE 20 : A Gratificação de Desempenho de Atividade Técnico-Administrativa - GDATA, instituída pela Lei nº 10.404/2002, deve ser deferida aos inativos nos valores correspondentes a 37,5 (trinta e sete vírgula cinco) pontos no período de fevereiro a maio de 2002 e, nos termos do artigo 5º, parágrafo único, da Lei nº 10.404/2002, no período de junho de 2002 até a conclusão dos efeitos do último ciclo de avaliação a que se refere o artigo 1º da Medida Provisória no 198/2004, a partir da qual passa a ser de 60 (sessenta) pontos. SÚMULA VINCULANTE 37 : Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob o fundamento de isonomia. SÚMULA VINCULANTE 42 : É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária. SÚMULA VINCULANTE 55 : O direito ao auxílio-alimentação não se estende aos servidores inativos. http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=20.NUME.%20NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulas http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=22.NUME.%20NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulas http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=36.NUME.%20NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulas http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=359.NUME.%20NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulas http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=682.NUME.%20NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulas http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=3.NUME.%20E%20S.FLSV.&base=baseSumulasVinculantes http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=4.NUME.%20E%20S.FLSV.&base=baseSumulasVinculantes http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=15.NUME.%20E%20S.FLSV.&base=baseSumulasVinculantes http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=20.NUME.%20E%20S.FLSV.&base=baseSumulasVinculantes http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=37.NUME.%20E%20S.FLSV.&base=baseSumulasVinculantes http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=42.NUME.%20E%20S.FLSV.&base=baseSumulasVinculantes http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=55.NUME.%20E%20S.FLSV.&base=baseSumulasVinculantes
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