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Cartilha de Diversidade | Passei Direto 2020

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Prévia do material em texto

Cartilha de Diversidade
Sumário
 Conexão com nosso Propósito
● Legislação e Discriminação
● Raça e Etnia
● Identidade de Gênero
● Sexualidade e Orientação sexual 
● Classe Social
● Deficiência
● Dica boa
Essa cartilha dá início a um trabalho que tem o objetivo de reforçar 
o nosso propósito que é: “facilitar o acesso ao conhecimento para
empoderar as pessoas e transformar o futuro”. Queremos que esse 
seja um material de orientações e o disparador de debates que 
possam nos ajudar a criar um ambiente em que discriminação e 
preconceito sejam veementemente combatidos.
Sabemos, mais do que nunca, que é através do aprendizado, 
colaboração e empatia que vamos abraçar a diversidade e 
prevenir a opressão para enfim, tornar o mundo um lugar melhor 
por meio de pequenos atos que garantam o direito à igualdade e 
acolhimento das diferenças.
Ressaltamos ainda que essa cartilha é um material vivo e que não 
pretende ser um guia definitivo. Ela deverá ser atualizada 
constantemente de forma coletiva a fim de abranger as atualizações 
sociais.
3
1 Legalidade e Discriminação
Em 2006, em Yogyakarta, Indonésia, ocorreu uma conferência com a participação 
de 29 países, entre eles o Brasil, coordenada pela Comissão Internacional de 
Juristas e pelo Serviço Internacional de Direitos Humanos. 
Essa conferência deu origem aos Princípios de Yogyakarta, que abordam a 
aplicação da legislação internacional de direitos humanos em relação à orientação 
sexual e à identidade de gênero. Entre os direitos a serem garantidos está o direito 
à igualdade e à não discriminação.
4
1. Legalidade e Discriminação
A Constituição Federal de 1988 tem como objetivo fundamental 
promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, 
sexo, cor, idade e quaisquer formas de discriminação (art. 3º, IV). 
Também prevê como direito fundamental que a lei puna 
qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades 
fundamentais (art. 5º, XLI). 
Alguns Estados já contemplam expressamente a orientação 
sexual e a identidade de gênero como uma forma de 
discriminação em suas Constituições, ou possuem leis 
específicas sobre discriminação contra LBGTQ+.
Discriminar 
é contra 
a lei
5
1. Legalidade e Discriminação
A Passei Direto está comprometida em promover um ambiente de trabalho diverso, 
seguro, saudável, incluso, livre de discriminação e assédios praticados de forma 
física ou verbal, baseados em raça, cor, sexo, regionalidade, nacionalidade, condição 
social, religião, idade, deficiência, orientação sexual, opinião política ou qualquer 
outro status protegido pela lei aplicável e senso ético.
Estas orientações se aplicam tanto à atração e seleção de novos membros para o 
nosso time, como também às decisões relativas à promoção, vínculo de trabalho e 
outras condições.
De forma geral, trate o outro como ele(a) gostaria de ser tratado(a).
Para saber mais sobre o código, clique aqui. 
Código de Ética e Conduta da PD
6
https://www.google.com/url?q=https://docs.google.com/presentation/d/1fdfR_jdK9AydPnSQ8gQV508TNbAk95scs1zb0noHTsg/edit&sa=D&ust=1602272715205000&usg=AFQjCNEcRnMQgzTWBQrJ5AnzLd2B_qTHFg
1. Legalidade e Discriminação
7
Caso você queira relatar alguma situação considerada antiética ou alguma conduta inadequada que tenha 
acontecido com você ou com terceiros, tendo em vista as informações acima divulgadas, siga as orientações a 
seguir. Os relatos podem ser feitos de forma identificada ou anônima e a PD garante a não retaliação e proteção 
aos denunciantes.
Forma 
identificada
Forma
anônima
RAÇA
8
2 Raça
Geneticamente, o conceito de raça não tem sustentação 
científica. Ou seja, a espécie humana é única e 
indivisível. Portanto, seria incorreto afirmar que existem 
diferentes raças humanas. 
As diferenças de fenótipo (cor de pele, tipo e textura de 
cabelo, formato do nariz, do crânio e do rosto) e as 
influências de manifestações culturais não devem ser 
usadas para justificar a distinção hierárquica entre as 
pessoas, de forma a determinar o destino e o lugar das 
pessoas na sociedade (raças superiores ou inferiores). 
3 Etnia
Refere-se a um grupo de pessoas que 
consideram ter um ancestral comum e 
compartilham da mesma língua, da mesma 
religião, da mesma cultura, das tradições e 
visão de mundo, do mesmo território ou 
das mesmas condições históricas.
No Brasil prevalecem três formas de identificação da 
população: por fenótipo (aparência física), genótipo 
(origem) e autodeclaração (a forma como o indivíduo se 
reconhece). O IBGE privilegia a autodeclaração, 
incluindo no conceito de “negro” aqueles que se 
reconhecem pretos ou pardos.
FIQUE SABENDO
9
10
2. Raça
Racismo contra pessoas negras
Fomos o último país do mundo a abolir a escravidão, em 1888. Estima-se que, entre 
os anos 1500 e 1900, o comércio de escravos vitimou mais de 15 milhões de homens, 
mulheres e crianças. Esse número seria ainda maior se incluísse todos os escravos 
que morreram nas viagens, desde suas terras de origem, na África, até as colônias 
escravistas da América.
De acordo com o Censo de 1872, havia então no País mais de 1,5 milhão de escravos 
(15,24%) sendo 69% pretos e 31% pardos. 
Mesmo após o fim da escravidão no País, a segregação racial continuou. A maior 
parte dos negros livres não encontrou lugar no mercado de trabalho. A maioria dos 
afro-americanos foi atirada para fora dos antigos cultivos e em seu lugar vieram 
imigrantes da Europa e do Japão. Assim, mesmo depois de receber o status de 
homens e mulheres livres, uma larga parcela da população negra brasileira 
continuou sem oportunidades de trabalho e sem emancipação política. 
11
2. Raça
Racismo contra pessoas negras
O período de escravização do Brasil deixou uma triste herança que é a exclusão 
social da população negra. A lei 7.716, sancionada em janeiro de 1989, define o que 
configura crime de preconceito racial e determina punição a quem o pratica. Hoje, 
não é permitida a discriminação de pessoas com base em sua cor, mas para além da 
lei existe uma cultura e um modo de pensar que ainda precisam ser excluídos: é o 
que chamamos de racismo estrutural. 
Ele se manifesta sempre que, de maneira intencional ou não, discriminamos ou 
julgamos uma pessoa com base em: 
• Suas características físicas (cor da pele, textura de cabelo, etc.) 
• Hábitos culturais (músicas, danças, forma de se vestir, etc.) 
• Crenças religiosas (candomblé, umbanda, etc.) 
Essas e outras características ainda são constantemente usadas para constranger, 
humilhar e até negar direitos e oportunidades. 
2. Raça
12
Diferentes configurações de Racismo
Individualista
Racismo como um fenômeno ético ou psicológico de caráter individual ou coletivo, 
atribuídos a grupos específicos ou a uma “irracionalidade”, a ser combatida no campo 
jurídico por meio de sanções civis e penais. 
Institucional
Entende que o racismo transcende o âmbito da ação individual. A desigualdade racial é 
uma característica da sociedade não apenas por causa da ação isolada de grupos ou de 
indivíduos, mas porque as instituições são hegemonizadas por grupos étnico-raciais que 
utilizam mecanismos institucionais para impor interesses políticos e econômicos.
Estrutural
O racismo entendido como processo político e histórico, bem como decorrência da 
própria estrutura social, não sendo apenas uma patologia social ou um desarranjo 
institucional, mas sim um elemento definidor da estrutura das relações nas mais diversas 
esferas e formas.
Recreativo
Racismo exteriorizado por meio de manifestação jocosa em piadas e brincadeiras de 
caráter pejorativo. O racismo recreativo decorre da reprodução de estereótipos raciais e 
de generalizações.
Cultural
Naturalização da ausência de negros em ambientes de produção cultural e em outros 
espaços historicamente marcados pela predominância da figura do homem tido como 
tradicional (o homem branco heterossexual).
13
COMPORTAMENTOS E FALAS PARA
CORTAR DO DIA A DIA
14
“Eu não vejo cor, vejo pessoas”Essa afirmação anula os valores culturais, 
expectativas e experiências de vida de pessoas 
não-brancas. Mesmo que um indivíduo branco 
ignorasse a “cor” de uma pessoa, a sociedade 
não o faz. Ao dizer que não enxerga “cor”, um 
indivíduo branco está também dizendo que não 
enxerga sua condição branca, negando assim 
seus próprios privilégios
“Qualquer pessoa pode ter sucesso, 
basta ter força de vontade”
A crença nesse discurso de meritocracia é 
baseada na negação do impacto tanto da 
opressão quanto do privilégio sobre a chance de 
uma pessoa obter sucesso, como se todas as 
pessoas tivessem as mesmas chances.
“Eu sou branco e já sofri racismo, na 
infância me chamavam de 
branquelo/palmito”
Ser uma pessoa branca já te privou de entrar em 
algum ambiente? Ser uma pessoa branca já fez 
alguém questionar a sua credibilidade 
intelectual? Ser uma pessoa branca já foi motivo 
para o segurança do shopping seguir você em 
uma loja, pelo fato de você parecer uma pessoa 
“suspeita”? Racismo e preconceito são duas 
coisas completamente distintas. O racismo é um 
sistema de poderes que priva pessoas 
não-brancas de terem direitos iguais 
socialmente.
15
“Tem caroço nesse angu” 
A expressão, que significa que alguém 
estaria escondendo algo, tem sua origem 
em um truque realizado pelos escravos 
para se alimentarem melhor. Se muitas 
vezes o prato servido era composto 
exclusivamente de uma porção de angu, a 
escrava que lhes servia por vezes 
conseguia dar um jeito de esconder alguns 
pedaços de carne debaixo do angu. 
“A dar com pau”
“Pau” é um substantivo utilizado em 
algumas expressões brasileiras e tem sua 
origem nos navios negreiros. Muitos negros 
capturados preferiam morrer a serem 
escravizados e, durante a travessia da 
África ao Brasil, faziam greve de fome. Para 
resolver a situação, foi criado então o “pau 
de comer’, uma espécie de colher que era 
enfiada na boca dos prisioneiros por onde 
se jogava a comida até alimentá-los enfim. 
“Mulata”
A palavra se refere à mula, um animal 
originado do cruzamento de burro com 
égua. Na época da escravidão, muitas 
escravas eram abusadas pelos patrões e 
acabavam engravidando. Os filhos eram 
chamados de mulatos por serem o 
resultado do cruzamento de um homem 
branco com uma mulher negra. Hoje, as 
pessoas utilizam esse termo para se referir 
às pessoas pardas.
“Denegrir”
Sempre que alguém utiliza essa palavra é 
para dizer que está sendo difamado ou 
injustiçado por outra pessoa. Mas segundo o 
dicionário Aurélio, a definição de “denegrir” 
é “tornar negro, escurecer”. Então, utilizar a 
palavra denegrir de forma pejorativa é 
extremamente racista.
“Não sou tuas negas”
Essa é uma expressão extremamente racista. 
Na época da escravidão, eram recorrentes 
estupros, assédios e agressões contra as 
mulheres negras. Já com as mulheres 
brancas o tratamento não era o mesmo. A 
frase se remete a essas mulheres, escravas, 
que no imaginário popular tudo podia se 
fazer.
“Criado-mudo”
O nome do móvel que geralmente é 
colocado na cabeceira da cama vem de um 
dos papéis desempenhados pela escravos 
dentro da casa dos senhores brancos: o de 
segurar as coisas para seus “donos”. Como o 
empregado não poderia fazer barulho para 
atrapalhar os moradores, ele era 
considerado mudo. Logo essa expressão se 
refere a esses criados.
16
EXPRESSÕES FUNDAMENTAIS 
Breve glossário do que você NÃO PODE dormir sem saber
17
FEMINISMO NEGRO Surgiu por volta dos 
anos 70, buscando trazer atenção para as 
mulheres pretas que ainda carregam o peso 
da escravatura e seguem em posição de 
subordinação. Segundo a pesquisa 
Desigualdades Sociais por Cor ou Raça, 
publicada pelo IBGE em 2019, mulheres 
brancas têm rendimento superior ao dos 
homens pretos. Já estes, têm rendimento 
superior ao das mulheres pretas, 
deixando-as na camada mais vulnerável da 
sociedade.
VIESES INCONSCIENTES Conjunto de 
padrões estabelecidos ao longo da vida, que 
influenciam a maneira como percebemos, 
nos relacionamos e interagimos com os 
outros. Ou seja, um conceito 
preestabelecido, um preconceito.
APROPRIAÇÃO CULTURAL é quando 
você adota alguns elementos específicos de 
uma cultura distinta à sua. Por exemplo, 
formas de vestir ou adorno pessoal 
(turbantes, tranças), música e arte, religião, 
língua ou comportamento social (gírias). 
Portanto, apropriação cultural é um 
fenômeno estrutural e sistêmico. Isso 
significa compreender que ele não pode ser 
entendido ou problematizado sob o ponto 
de vista particular, individual. Claro que um 
indivíduo pode usufruir da apropriação 
cultural de um grupo ou povo, quando não 
possui autocrítica ou conhecimento sobre o 
tema. No entanto, as consequências desse 
processo são sempre em nível coletivo, na 
estrutura: favorecimento do processo de 
marginalização desses grupos ou povos 
socialmente invisibilizados e oprimidos 
inconscientemente.
LUGAR DE FALA é um termo que 
aparece com frequência em conversas 
entre militantes de movimentos sociais. O 
conceito representa a busca pelo fim da 
mediação: a pessoa que sofre 
preconceito fala por si, como 
protagonista da própria luta e 
movimento.
É um mecanismo que surgiu como 
contraponto ao silenciamento da voz de 
minorias sociais por grupos privilegiados 
em espaços de debate público. Ele é 
utilizado por grupos que historicamente 
têm menos espaço para falar. Assim, 
negros têm o lugar de fala - ou seja, a 
legitimidade - para falar sobre o racismo, 
mulheres sobre o feminismo, transexuais 
sobre a transfobia e assim por diante.
18
GÊNERO
19
Identidade é tudo aquilo que torna as 
pessoas elas mesmas. É a maneira 
como alguém se sente e se apresenta 
para ela e para o mundo. Isso 
independe da sua genitália ou 
orientação sexual. Pode ser 
masculino, feminino, uma 
combinação entre masculino e 
feminino ou nenhum. Ou seja, é a 
forma como nos reconhecemos e 
desejamos que as outras pessoas nos 
reconheçam.
4 Identidade de Gênero CIS Chamamos de cisgênero as pessoas que se reconhecem com o gênero que foi determinado no nascimento. TRANS Já as pessoas transgênero são pessoas que não se 
reconhecem com o gênero que lhes foi designado ao nascer. 
Essas pessoas desejam ser reconhecidas pelo gênero com o qual
se identificam, sendo que o que determina se a pessoa é 
transexual é sua identidade, e não qualquer processo cirúrgico. 
Existem tanto homens trans quanto mulheres trans.
TRAVESTI Travesti é uma pessoa que nasceu com um 
determinado sexo, ao qual foi atribuído determinado gênero 
considerado correspondente na sociedade, mas que passa a se 
identificar e construir nela mesma o gênero oposto. Muitas 
modificam seus corpos por meio de hormonioterapias, 
aplicações de silicone e/ou cirurgias plásticas, porém vale 
ressaltar que isso não é regra para todas. 
O termo correto é “A” travesti. 
FIQUE SABENDO
20
INTERSEXUAIS Pessoas intersexuais, termo usado 
para designar uma variedade de condições em que uma 
pessoa nasce com uma anatomia reprodutiva ou sexual 
que não se encaixa na definição típica de sexo feminino 
ou masculino, incluindo cromossomos, gônadas e/ou 
órgãos genitais de forma que não seja possível a 
identificação de um indivíduo como totalmente 
feminino ou masculino. Essa variação pode envolver 
ambiguidade genital, combinações de fatores genéticos, 
aparência e variações cromossômicas sexuais diferentes 
de XX para mulher e XY para homem. Pode incluir outras 
características de dimorfismo sexual como aspecto da 
face, voz, membros, pelos e formato de partes do corpo.
4. Identidade de Gênero
AGÊNERO Pessoas agêneras, que não se identificam 
com nenhum estereótipo de gênero. Em geral, os 
indivíduos agêneros preferem se identificar como 
indivíduos, e não gêneros, simplesmente negando que 
há uma identidade de gênero.
NÃO-BINÁRIO Pessoas que rejeitam as identidades 
binárias (homem ou mulher) se reconhecem como pessoas 
não-binárias. Gêneros não-binários são as identidades de 
gênero de pessoas que não se identificam com a construção 
social de gênerofeminino e masculino. 
Alguns exemplos de gêneros não-binários: 
Aligênero, Andrógene, bigênero, Damyboy e 
Demygirl, pangênero e gênero fluido. 
FIQUE SABENDO
21
4. Gênero
Sociedade Patriarcal
A heteronormatividade é um sistema machista da sociedade patriarcal que 
normatiza comportamentos e expectativas sociais baseados no binarismo de 
gênero. Quando nascemos somos, conforme nossa genitália, designadas como 
mulheres ou designados como homens, socializados de maneiras muito diferentes, 
e essa socialização é vital para a manutenção de um sistema heteronormativo. Com 
isso, foram criados papéis sociais, onde homens atuam na esfera pública (política e 
negócios) e mulheres na esfera privada (casa e filhos). 
Sendo assim, as mulheres não recebem o mesmo tratamento que os homens, 
mesmo em termos de alimentação, saúde e educação. Além disso, é transmitido a 
elas que por serem inferiores em seu papel social o tratamento desigual é 
justificável. Por mais que a discriminação contra mulheres seja ilegal no Brasil, isso 
não muda o índice de violência direcionado a elas.
22
COMPORTAMENTOS E FALAS PARA
CORTAR DO DIA A DIA
23
“Até parece um homem/mulher de 
verdade” 
Um pensamento transfóbico que considera 
apenas pessoas cis legitimamente homens ou 
mulheres. Até porque, parafraseando Simone de 
Beauvoir e a reflexão de que gênero é uma 
construção social, “ninguém nasce homem, 
torna-se”. 
“Intersexo significa que a pessoa 
possui dois genitais.” 
Intersexo frequentemente não tem nada a ver 
com o genital da pessoa. A vasta maioria de 
pessoas intersexo possui genitais que 
aparentam habitualmente masculino ou 
feminino, existindo uma pequena minoria 
possuindo genitais atípicos. e nem toda pessoa 
com pênis é xy e com vagina xx.
“Você operou? como fica?” 
Ninguém deve sair perguntando como é o 
genital das pessoas, isso é da intimidade 
individual. Genital não define o gênero de 
ninguém e não é uma regra pessoas 
transsexuais passarem por cirurgia de 
redesignação.
“Você prefere que te chame no 
feminino ou masculino?” 
Apesar da língua portuguesa definir os artigos 
feminino e masculino para pessoas e coisas, é 
possível utilizar uma linguagem mais neutra. Ao 
questionar se a pessoa prefere masculino ou 
feminino, há uma tentativa inconsciente de 
tornar binário o não-binário. Ao invés disso, 
pergunte como a pessoa gostaria de ser 
chamada. 
24
EXPRESSÕES FUNDAMENTAIS 
Breve glossário do que você NÃO PODE dormir sem saber
25
MISOGINIA A repulsa, desprezo ou ódio 
contra as mulheres. Esta forma de aversão 
patológica ao sexo feminino está 
diretamente relacionada com a violência que 
é praticada contra a mulher.
MANSPLAINING Quando um homem 
tenta explicar a uma mulher algo muito 
óbvio e sobre o qual ela já possua 
conhecimento: normalmente a intenção de 
um homem ao explicar repetidamente algo 
que uma mulher já sabe é desmerecer o seu 
conhecimento e tirar a confiança dela em 
relação ao assunto. 
BROPRIATION Quando um homem 
apropria-se de ideias dadas por mulheres: é 
comum homens acabarem levando o crédito 
por ideias inicialmente dadas por mulheres 
ao repeti-las como se a ideia fosse deles. 
MANTERRUPTING Quando um homem 
interrompe uma mulher enquanto ela está 
dando uma explicação: muitos homens 
acreditam saber mais de determinado 
assunto, ainda que a mulher com a palavra 
possua o mesmo ou maior conhecimento 
sobre o tema. 
EQUIDADE (diferente de igualdade, viu?) 
Igualdade é o sistema legal que tem como 
objetivo garantir os mesmos direitos para 
mulheres e homens. Equidade busca garantir 
igualdade de oportunidades e quebrar as 
desigualdades de gênero.
FEMINICÍDIO Assassinato motivado por 
ódio contra mulheres. Os feminicídios dentro 
de casa aumentaram 17,1% nos últimos 5 
anos. O feminicídio de mulheres negras 
aumentou em 29,9% em 10 anos.
FEMINISMO Movimento que tem por 
objetivo garantir equidade de direitos e 
oportunidades em uma sociedade livre dos 
padrões patriarcais.
GASLIGHTING Tipo de abuso psicológico 
que leva a mulher a achar está equivocada 
sobre certo assunto. É um jeito de fazer a 
mulher duvidar do seu senso de percepção, 
raciocínio, memória e até sanidade. Aquela 
sensação de “será que eu tô louca?” depois 
de ser manipulada em uma conversa.
MANSPREADING Expressão que nomeia 
a atitude cotidiana do homem que abre as 
pernas ao estar sentado no transporte 
público.
SORORIDADE Apoio recíproco entre as 
mulheres para conseguir o poder para todas 
e cada uma. 
SEXUALIDADE
26
27
5 Sexualidade 6 Orientação Sexual
Refere-se às construções culturais sobre os prazeres e 
os intercâmbios sociais e corporais que compreendem 
desde o erotismo, o desejo e o afeto, até noções 
relativas à saúde, à reprodução, ao uso de tecnologias e 
ao exercício do poder na sociedade. As definições atuais 
da sexualidade abarcam, nas ciências sociais, 
significados, ideias, desejos, sensações, emoções, 
experiências, condutas, proibições, modelos e fantasias 
que são configurados de modos diversos em diferentes 
contextos sociais e períodos históricos. Trata-se, 
portanto, de um conceito dinâmico que vai 
evolucionando e que está sujeito a diversos usos, 
múltiplas e contraditórias interpretações e que se 
encontra sujeito a debates e a disputas políticas 
(GÊNERO, 2009).
A Orientação sexual refere-se à capacidade de cada 
pessoa de ter uma profunda atração emocional, afetiva 
ou sexual por indivíduos de gênero diferente, do mesmo 
gênero ou de mais de um gênero, assim como ter 
relações íntimas e sexuais com essas pessoas 
(PRINCÍPIOS, 2006). Basicamente, há três orientações 
sexuais preponderantes: pelo mesmo sexo/gênero 
(homossexualidade), pelo sexo/gênero oposto 
(heterossexualidade) ou pelos dois sexos/gêneros 
(bissexualidade). Estudos demonstram que as 
características da orientação sexual variam de pessoa a 
pessoa (KINSEY et al., 1948). Assim, as três orientações 
sexuais preponderantes mencionadas acima não são as 
únicas.
28
ASSEXUAL Nenhuma atração sexual, ou raros e específicos 
momentos de atração sexual. Note que a assexualidade não 
é o mesmo que celibato (abstinência deliberada de 
atividade sexual). 
BISSEXUAL Atração afetiva ou sexual por mais de um 
gênero. Não significa, necessariamente, atração por 
homens e mulheres e nem sempre se refere a atrações 
simultâneas. 
HETEROSSEXUAL Atração afetiva ou sexual pelo gênero 
oposto. 
HOMOSSEXUAL Atração afetiva ou sexual pelo mesmo 
gênero, como gays e lésbicas. 
PANSEXUAL Atração afetiva ou sexual por todos os 
gêneros.
Atualmente, a cidade de São Paulo é 
anfitriã da maior Parada de Orgulho 
LGBTQ+ anual do mundo. 
Não obstante, em descompasso do que 
se poderia inferir, o Brasil é o país em que 
mais se mata pessoas LGBTQ+ no mundo: 
segundo relatório divulgado pelo Grupo 
Gay da Bahia informa que 329 LGBTQ+ 
(lésbicas, gays, bissexuais, travestis e 
transexuais) tiveram morte violenta no 
Brasil, vítimas da homotransfobia, em 
2019. Foram 297 homicídios e 32 
suicídios. Isso equivale a 1 morte a cada 
26 horas. O grupo indica uma redução de 
26%, se comparado com o ano anterior. 
Em 2017 foram 445 mortes e em 2018, 
420.
FIQUE SABENDO
6. Orientação Sexual
29
COMPORTAMENTOS E FALAS PARA
CORTAR DO DIA A DIA
30
“Como vocês fazem sexo?/o que 
vocês fazem não é sexo de verdade”
Sexo é qualquer exercício sexual 
praticado entre duas ou mais pessoas 
em busca de prazer ou reprodução. 
Portanto, não é necessário envolver 
penetração para ser considerado ato 
sexual. 
“Ele é gay, mas nem parece”
O que faz de uma pessoa homossexual é 
ela se atrair por uma pessoa do mesmo 
gênero. Qualquer outra coisa é 
estereótipo. É por conta desses 
estereótipos de gênero, desde meninos 
usam azul e meninas rosa, que ocorrem 
ataques homofóbicos a pessoas 
heterossexuais que não agem conforme 
esta norma.
“Você gosta mais de homem ou de 
mulher?”
Pessoas bissexuais não são atraídas por 
todos os homens ou todas as mulheres 
de uma maneira uniforme. Não é algo 
objetivo,como “tenho 75% interesse em 
mulheres e 25% interesse em homens” e 
bissexuais podem inclusive sentir 
atração por pessoas que não se 
identificam nem como mulheres nem 
como homens.
“Pansexualidade é desculpa para 
promiscuidade”
Panssexuais podem se atrair por 
qualquer gênero, isso não significa que 
sentem atração por um número maior de 
pessoas, portanto a associação com 
promiscuidade é descabida.
“É Homossexualismo”
O sufixo “ismo” é usado para indicar 
patologias, bem como doutrinas e 
ideologias. Portanto o uso de tal 
prefixo no termo “homossexual”, 
tornando-se “homossexualismo”, 
considera as homossexuais pessoas 
portadoras de patologias, distúrbios de 
natureza psíquica.
“Você não se apaixona por 
ninguém?”
Assexuais podem se apaixonar 
normalmente, assim como podem não 
se apaixonar. Nada se torna uma regra, 
e nem exclui a possibilidade da pessoa 
ter uma vida sexual ativa.
31
EXPRESSÕES FUNDAMENTAIS 
Breve glossário do que você NÃO PODE dormir sem saber
32
SEXISMO Sexismo é o ato de 
discriminação e objetificação sexual.É 
quando se reduz alguém ou um grupo 
apenas pelo gênero ou orientação sexual.
PINK MONEY O termo Pink Money foi 
criado para ilustrar, figurativamente, o 
dinheiro gasto por pessoas pertencentes ao 
grupo LGBTQ+ (lésbicas, gays, bissexuais, 
transsexuais) na aquisição de produtos e 
serviços voltados a essa parcela da 
sociedade. É estimado que o pink money 
movimente mais de US$ 3 trilhões por ano 
ao redor do mundo.
ALIADOS Pessoas que, independente da 
orientação sexual ou identidade de gênero, 
tomam ação para promover os direitos e a 
inclusão LGBTQ+. Elas são comumente 
conhecidas como Simpatizantes.
CURA GAY Por não ser doença, não existe a 
possibilidade e, principalmente, a 
necessidade de uma “cura” para as 
orientações sexuais não-hétero e para as 
identidades de gênero não-cis. As chamadas 
terapias de reorientação sexual, conforme 
estudos nas áreas de sociologia, psicologia e 
psiquiatria tiveram como resultado, tão 
somente, o aumento do sofrimento da pessoa 
que não aceita sua orientação. Exatamente 
para evitar que essas “terapias” causem 
sofrimento às pessoas, o Conselho Federal de 
Psicologia as impede, por meio da resolução 
01/1999. 
DRAG QUEEN É uma pessoa identificada com 
o gênero masculino (neste caso, não interessa 
a orientação sexual da pessoa) que se veste 
com roupas femininas como forma de 
expressão artística. 
DRAG KING Versão “masculina” da Drag 
Queen. Ou seja, quando uma mulher se 
veste com roupas masculinas para fins 
artísticos/culturais. 
LGBTQ+FOBIA Termo usado para 
englobar sentimentos de ódio ou repulsa 
irracionais por pessoas LGBTQ em geral. Em 
todas as suas vertentes, pode ser 
considerada uma verdadeira doença social, 
que em média uma pessoa por dia no país. 
As maiores vítimas têm sido as pessoas 
trans e travestis. Ela é causa de 
adoecimento psíquico também deste grupo. 
Os índices de depressão e suicídio nessa 
população é maior do que na população 
geral, fruto do preconceito e da violência 
física e psicológica. 
HETERONORMATIVIDADE Termo que 
descreve o conjunto de normas sociais que 
associam o comportamento heterossexual 
como “padrão”. 
CLASSE SOCIAL
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Nossa sociedade é formada por classes, ou seja, 
grupos com características econômicas, 
culturais, políticas semelhantes. Essas classes 
possuem níveis de privilégios e suas formações 
não se dão por mera vontade, e sim por 
condições objetivas. Dizer isso é importante 
para desmistificar que alguém migra de uma 
determinada classe para outra pelo mérito de 
seus esforços pessoais, ou ainda, desmistificar 
que é da natureza de alguém pertencer a 
determinada classe, e para entender como a 
desigualdade social – referente a poder 
aquisitivo, acesso a renda, posição social, nível 
de escolaridade, padrão de vida, gênero, 
sexualidade, raça, entre outros – é constituída 
na nossa sociedade, uma vez que a 
desigualdade é fruto direto das diferenças de 
classes e seus níveis de privilégio. 
Classe Social NO BRASIL Quanto à sociedade brasileira, por exemplo, 
existem diversos institutos públicos e privados como IBGE , 
IPEA , ABEP , OXFAM , que medem e avaliam dados referentes 
a estratificação e mobilidade social, a partir de diversos 
indicadores como renda, posses, escolaridade. 
Independentemente de quais sejam os indicadores ou 
institutos que estejam sendo analisados, a base da pirâmide 
estará sempre composta esmagadoramente pela população 
pobre que em geral é negra e feminina. É nela que 
encontramos também grupos marginalizados como LGBT, e 
outros grupos vulneráveis socialmente.
 Outro ponto em comum entre as classes mais baixas é o fato 
de ser compostas por pessoas empregadas em setores (alguns 
em regime exploratório) cuja a função é manter a sua 
sobrevivência e os privilégios da classe dominante. Já classe 
dominante (não no sentido número, mas que está no topo) 
cumpre entre outros papéis a função de impor a sua estrutura 
social mais adequada para perpetuar a exploração e ditar os 
padrões na sociedade.
7
35
7. Classe Social
Preconceito Social
O preconceito social é qualquer tipo de discriminação voltada contra grupos ou 
classes sociais historicamente desfavorecidas, podendo relaciona-se ao poder 
aquisitivo, ao acesso à renda, à posição social, ao nível de escolaridade, ao padrão 
de vida, etc.
Entende-se como preconceito social a ideia de que as classes mais abastadas 
economicamente (pessoas milionárias, ricas, classe média alta) são superiores ou 
mais dignas de direitos que outras com menos recursos (classe média, média baixa, 
pobres, miseráveis), sendo a renda o fator determinante de sua posição social e, 
dessa forma, do preconceito de classe.
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O QUE SABER PARA 
#NÃOMANDARMAL
37
Não trate pessoas de classes sociais 
mais vulneráveis como incapazes
Tratar alguém como incapaz torna ainda 
mais clara a necessidade de pessoas de se 
sobreporem socialmente. Muito embora 
alguém de classe mais baixa possa não ter 
tido acesso a educação formal ou possuir 
algum desnível técnico mas isso não torna 
os outros conhecimentos adquiridos na sua 
vida inferiores ou inválidos. 
Ofereça ajuda sem ser paternalista 
Para evitar o paternalismo, seja empático, 
abandone seus julgamentos, se atente ao 
tom como fala e perceba a raíz do problema 
para agir. 
Não discrimine a forma de falar ou 
de se expressar de alguém
Um país com dimensões continentais como 
o Brasil jamais apresentaria uma 
uniformidade na modalidade oral. Cada 
grupo social utiliza um vocabulário 
específico, que evidencia suas 
idiossincrasias e revela um pouco de sua 
cultura e história. Existe a forma culta da 
língua, porém, as variações fazem parte da 
construção de cada recorte social. 
Recriminar alguém pelo modo como fala, 
por suas gírias e sotaques é uma forma de 
preconceito linguístico. 
Repense o conceito de 
meritocracia
As camadas mais pobres da sociedade, as 
principais vítimas da desigualdade social, 
não possuem condições socioeconômicas 
de adquirir os pré-requisitos 
indispensáveis para disputar as posições 
sociais mais relevantes, as quais, em regra, 
serão ocupadas pelos mais privilegiados, 
que tiveram acesso, desde novos, a uma 
gama de bens materiais e culturais, que 
farão toda a diferença na disputa por 
cargos, posição e reconhecimento social.
DEFICIÊNCIA
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39
Segundo os dados do IBGE, 6,7% da 
população brasileira têm algum tipo de 
deficiência. Essas condições podem ser 
congênitas, hereditárias, adquiridas ou 
doença rara. 
CONGÊNITA aquela que existe no indivíduo 
ao nascer e, mais comumente, antes de 
nascer, isto é, durante a fase intrauterina.
HEREDITÁRIA é resultante de doenças 
transmitidas por genes, e pode se 
manifestar desde o nascimento ou surgir 
posteriormente.
Deficiência8
ADQUIRIDA é aquela que ocorre depois do 
nascimento, em virtude de infecções, 
traumatismos, intoxicações, acidentes, 
traumas, idade, etc…
DOENÇAS RARAS são caracterizadas por 
ampla diversidadede sinais e sintomas e 
variam não só de doença para doença, mas 
também de pessoa para pessoa. No Brasil 
cerca de 6% a 8% da população (cerca de 15 
milhões de brasileiros), pode ter algum tipo 
de doença rara. Estima-se que 80% das 
doenças raras têm causa genética e as 
demais, têm causas ambientais, infecciosas, 
imunológicas, entre outras.
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8. Deficiência
DEFICIÊNCIA FÍSICA É a alteração completa ou 
parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, 
acarretando o comprometimento da função física, 
apresentando-se sob a forma de paraplegia, tetraplegia, 
paralisia cerebral, nanismo e membros com 
deformidade, exceto as deformidades estéticas e as que 
não produzem dificuldades para o desempenho de 
funções.
DEFICIÊNCIA VISUAL 
BAIXA VISÃO Significa acuidade visual (capacidade 
de sentir e discriminar estímulos sensoriais) entre 0,3 e 
0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; ou 
seja, uma pessoa com baixa visão enxerga entre 30% e 
5% do que uma pessoa sem alteração da visão 
enxergaria, mesmo após tratamento e/ou correção. Os 
recursos utilizados geralmente são: lupas, aumento de 
contraste em ferramentas como computador, uso de 
monitor. Em impressões, o ideal é aumentar o 
espaçamento entre as linhas e usar uma fonte 20.
CEGUEIRA É a condição de falta de percepção visual, 
devido a fatores fisiológicos ou neurológicos. A pessoa 
com deficiência visual tem condições de consultar o 
relógio (adaptado), discar o telefone ou fazer sua 
assinatura com auxílio de uma régua. O uso de óculos 
escuros tem duas finalidades: proteção do globo ocular 
e estética. Além disso, é importante respeitar os 
recursos de acessibilidade, como a bengala, uso de 
software de leitura de tela para computador, Braille e o 
cão-guia.
Em todo o Brasil, apenas 4,7%, segundo o 
IBGE, das calçadas são acessíveis para 
pessoas com deficiência física. Em São 
Paulo, uma cidade que sempre foi sensível 
aos problemas de mobilidade urbana, 
apenas 9% das calçadas são acessíveis a 
essas pessoas, o que significa que 91% não 
o são.
FIQUE SABENDO
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8. Deficiência
DEFICIÊNCIA AUDITIVA Considera-se “surda” a 
pessoa que, por perda auditiva, compreende e interage 
com o mundo por meio de experiências visuais, 
manifestando sua cultura principalmente pelo uso da 
Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Não utilize o termo 
“surda-muda”, ele é considerado pejorativo e não condiz 
com a condição da maioria das pessoas surdas. O termo 
correto é “ pessoa surda”. Considera-se “pessoa com 
deficiência auditiva” aquela que tem uma perda 
auditiva mas é oralizada, usa aparelho auditivo e não 
utiliza LIBRAS. 
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL Funcionamento 
intelectual significativamente inferior à média, com 
manifestação antes dos 18 anos, e limitações associadas 
a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais 
como: comunicação, cuidado pessoal, habilidades 
sociais, utilização da comunidade, saúde e segurança, 
habilidades acadêmicas, lazer e trabalho.
DEFICIÊNCIA PSICOSSOCIAL é dado a partir da 
constatação de significativa sequela decorrente um 
diagnóstico psiquiátrico. Convém salientar que o termo 
"pessoa com deficiência psicossocial" não é o mesmo 
que "pessoa com transtorno mental". Trata-se, isto sim, 
de "pessoa com sequela de transtorno mental", uma 
pessoa cujo quadro psiquiátrico já se estabilizou. Os 
transtornos mentais mais comuns são: mania, 
esquizofrenia, depressão, síndrome do pânico, 
transtorno obsessivo-compulsivo e paranóia.
DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA é a ocorrência de duas ou 
mais deficiências simultaneamente
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8. Deficiência
Capacitismo
Podemos definir o capacitismo como uma atitude preconceituosa e discriminatória 
que vê a pessoa com deficiência inapta para o trabalho e incapaz de cuidar da 
própria vida.
Muita gente exclui ou afasta quem é diferente e não segue um padrão. No entanto, a 
partir do momento que se tem consciência de que ser diferente é normal, essa 
atitude de exclusão deve deixar de existir.
Quando o preconceito se torna explícito e consciente, com a intenção de excluir, 
afastar e ofender as pessoas com deficiência, por esses serem considerados 
“inferiores ou incapazes” ocorre a discriminação, conforme a Lei Brasileira de 
Inclusão, deixa de ser uma simples ofensa e se torna um crime, previsto na 
legislação e com suas penalidades.
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O QUE SABER PARA 
#NÃOMANDARMAL
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Não segure nem toque na cadeira 
de rodas
Ela é parte do espaço corporal da pessoa. 
Apoiar-se ou encostar-se na cadeira equivale 
a apoiar-se ou encostar-se na pessoa. Não 
movimente a cadeira de rodas sem antes 
pedir permissão para a pessoa e procure 
manter-se no mesmo nível de olhar que a 
pessoa cadeirante ou com baixa estatura em 
caso de conversas mais longas.
Não classifique alguém somente 
como deficiente.
Devemos pensar que alguém possui uma 
condição diferente da gente porém a 
humanidade e existência dela não se reduz a 
sua deficiência. A deficiência não é algo além 
do corpo, mas faz parte da sua composição. 
Cada pessoa tem muitas outras 
características que, juntas, compõem sua 
identidade.
Ao lidar com cegos, sempre 
pergunte antes de agir! 
Se não souber em quê e como ajudar, peça 
explicações de como fazê-lo. Para guiar uma 
pessoa cega, ela deve segurar você pelo 
braço, de preferência no cotovelo ou no 
ombro. À medida que encontrar degraus e 
outros obstáculos, vá orientando-a. Se você 
não sabe corretamente como direcionar uma 
pessoa cega, diga algo como “eu gostaria de 
ajudar, mas como devo descrever as 
coisas?”. Não use expressões como “aqui” ou 
“ali” mas sim orientações claras como “à 
esquerda” , “à direita”, “x metros a frente”. 
Respeite as fases da vida da pessoa 
com deficiência intelectual
Não a trate como se fosse uma criança 
quando não for essa a condição dela.
Nunca grite para ser ouvido
Caso não consiga comunicar-se por LIBRAS 
(Língua Brasileira de Sinais) ou se a pessoa 
surda não fizer uso dela, utilize recursos 
escritos (bloco e caneta ajudam). Procure 
falar calmamente, mas sem exagero - não 
é necessário gritar;
Valorize as diferentes 
inteligências
Adquirir a leitura, escrita e noções lógicas 
matemáticas pode ser difícil muitas vezes. 
Porém, outras habilidades precisam 
também ser reconhecidas, como as sociais 
e artísticas, por exemplo.
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DICA BOA
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FEMINISMO
Quem tem medo do feminismo negro- Djamila Ribeiro
O segundo sexo- Simone de Beauvoir
Os homens explicam tudo pra mim- Rebecca Solnit
O Livro do Feminismo- Várias autoras
Feminismo na atualidade: a formação da Quarta 
Onda- Jacilene Maria Silva
Afiadas: as mulheres que fizeram da opinião uma arte- 
Michelle Dean
Sejamos todos feministas- Chimamanda Ngozi Adichie
RACISMO
Irmã outsider- Audre Lorde
Mulheres, raça e classe- Angela Davis
Pequeno Material Antirracista- Djamila Ribeiro 
Por que eu não converso mais com pessoas brancas 
sobre raça- Reni Eddo-lodge
Racismo linguístico: os subterrâneos da linguagem e 
do racismo- Gabriel Nascimento
Os negros na América Latina- Henry Louis Gates Jr.
 
1. Livros
CLASSE SOCIAL
A invisibilidade da desigualdade brasileira- Jessé 
Souza
Homens invisíveis: relatos de uma humilhação social- 
Fernando Braga da Costa
Trabalhadores e sindicatos no Brasil- Marcelo Badaró 
Mattos
DEFICIÊNCIAS
O que é deficiência (Coleção Primeiros Passos)
Deficiência em questão: para uma crise da 
normalidade - Vários autores
Por um pensar sociológico sobre a deficiência- Gustavo 
Martins Piccolo
LGBTQ+
O quarto de Giovanni- James Baldwin
O fim de Eddy- Édouard Louis
Com amor, Simon- Becky Albertalli
Me chame pelo seu nome- André Aciman
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FEMINISMO
A cor púrpura 
A dama de ferro
As horas
As Sufragistas
Anne with an E
Coisa mais linda
Feministas: o que elas estavam pensando? 
Felicidade por um fio
Frida
Histórias Cruzadas
What Happened, Miss Simone?
PROTAGONISMO NEGRO POSITIVO
Atlanta
Felicidade por um Fio
High Fidelity
#BlackAF
How to get away with murder
Tudo e todas as coisas
Sangue e Água
Um crime para dois
 
2. Filmes e sériesPARA REFLETIR SOBRE RACISMO
À Espera de Um Milagre
Infiltrado na Klan
Fruitvale Station
Green Book
Corra
12 Anos de Escravidão
Cidade de Deus
Selma - Uma Luta Pela Igualdade
Moonlight
Ó paí, ó
DEFICIÊNCIAS
Intocáveis
Colegas
Hoje eu quero voltar sozinho
Cordas
A forma da Água
Special
LGBTQ+
Azul é a Cor Mais Quente
Vantagens de ser Invisível
A garota dinamarquesa
Meu corpo é político
Meu nome é Ray
Laerte-se
Grace And Frankie
Carol
Madame Satã
Pariah
Pose
Sense 8
Everything Sucks
RuPaul’s Drag Race
 
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Referências
ALMEIDA, Silvio. O que é racismo 
estrutural? São Paulo: Letramento, 2018. 
P. 27/28; (ii) Adilson Moreira no vídeo 
disponível em: 
https://drauziovarella.uol.com.br/videos/
cabine/racismo-recreativo-adilson-jose-m
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As diferenças entre sexualidade e 
identidade de gênero - Biscate Social 
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Dicas para Atender Bem LGBT; Embratur, 
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Informe anual 2016/2017: O Estado dos 
Direitos Humanos no Mundo - Anistia 
Internacional 
https://anistia.org.br/direitos-humanos/infor
mes-anuais/relatorioanual-o-estado-dos-direit
os-humanos-mundo-20162017/ 
Manual de Comunicação LGBTI+; Gay, Aliança 
Nacional LGBTI e Gay Latino rede pela 
igualdade de direitos; 
Não-binaridade de gênero 
http://pt-br.identidades.wikia.com/wiki/N%C3
%A3o-binaridade_ de_g%C3%AAnero 
ONU – Organização das Nações Unidas. Joint 
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Promoção dos Direitos Humanos de 
Pessoas LGBT no Mundo do Trabalho: 
Construindo a igualdade de oportunidades 
no mundo do trabalho: combatendo a 
homo-lesbo-transfobia; OIT, UNAIDS, PNUD
SCHWARCZ, Lilia. O Espetáculo das Raças: 
cientistas, instituições e questão racial no 
Brasil do Século XIX. São Paulo: Cia das 
Letras, 1993)

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