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Rev Saúde Pública 2007;41(5):839-48
Sérgio Duailibi
Ronaldo Laranjeira
Unidade de Pesquisa em Álcool e outras 
Drogas. Departamento de Psiquiatria. 
Universidade Federal de São Paulo. São Paulo, 
SP, Brasil
Correspondência | Correspondence:
Sérgio Duailibi
Unidade de Pesquisa em Álcool e outras 
Drogas (UNIAD) 
Universidade Federal de São Paulo 
R. Machado Bitencourt, nº 300, Vila Clemen-
tino 
04044-000, São Paulo, SP, Brasil
E-mail: duailibi@uol.com.br
Recebido: 15/3/2007
Revisado: 18/6/2007
Aprovado: 1/8/2007
Políticas públicas relacionadas 
às bebidas alcoólicas
Alcohol-related public policies
RESUMO
O artigo apresenta uma revisão sobre estudos dos problemas relacionados ao 
consumo de bebidas alcoólicas e as estratégias para minimizá-los, abordando 
recentes evidências científi cas. Para tanto, realizou-se pesquisa na literatura 
científi ca sobre políticas públicas relacionadas ao álcool, por meio das buscas 
nas bases MEDLINE, SciELO e LILACS. Políticas que visam a diminuir o 
consumo de álcool têm sido implementadas pelos países para minimizar os 
efeitos dessa substância na saúde e segurança da população, mas só recentemente 
tais estratégias e intervenções foram avaliadas cientifi camente. Discutem-se as 
políticas de melhor custo-efetividade, capazes de promover redução dos danos 
e dos custos socioeconômicos relacionados ao uso de bebidas alcoólicas, por 
meio de estratégias conducentes à mudança de comportamentos e contextos de 
consumo prejudiciais aplicáveis em diferentes comunidades.
DESCRITORES: Consumo de bebidas alcoólicas, prevenção e controle. 
Políticas públicas. Revisão [Tipo de publicação]. 
ABSTRACT
The article is a review of studies on alcohol-related problems and public 
policies for consumption reduction addressing recent national and international 
scientifi c evidences. In this way, literature review was carried out on alcohol-
related public policies through searches in MEDLINE, SciELO and LILACS 
databases. Policies for alcohol consumption reduction have been implemented in 
different countries to minimize its effects on people’s health and safety but only 
recently such strategies and interventions have been scientifi cally evaluated. It 
is discussed better cost-effectiveness policies for reducing harmful effects and 
socioeconomic costs associated with alcohol use through the development of 
strategies favoring changes in behavior and harmful consumption contexts that 
can be applicable to different communities.
KEY WORDS: Alcohol drinking, prevention & control. Public policies. 
Review [Publication type]
Artigo Especial | Special Article
840 Políticas públicas relacionadas às bebidas alcoólicas Duailibi S & Laranjeira R
Apesar de gerar empregos e lucros para produtores, 
vendedores, anunciantes, investidores, o álcool traz 
um custo social expressivo, que ultrapassa com faci-
lidade o montante arrecadado por impostos sobre sua 
produção e comercialização. Uma estimativa aponta o 
custo econômico anual do abuso de álcool nos Estados 
Unidos em torno de 48 bilhões de dólares, incluindo 
US$ 19 bilhões de gastos com cuidados médicos.5 Na 
Austrália o custo de problemas relacionados ao álcool 
são calculados em 1% do seu produto interno bruto.6
O uso prejudicial do álcool é associado a mais de 60 ti-
pos de doenças, incluindo desordens mentais, suicídios, 
câncer, cirrose, danos intencionais e não intencionais 
(beber e dirigir), comportamento agressivo, perturba-
ções familiares, acidentes no trabalho e produtividade 
industrial reduzida. Associa-se também com comporta-
mentos de alto risco, incluindo sexo inseguro, doenças 
sexualmente transmissíveis e o uso de outras substân-
cias psicoativas.1,15 Problemas relacionados ao álcool 
não só afetam o consumidor individual mas também 
toda a comunidade, mesmo pessoas que não bebem, 
incluindo familiares e vítimas de violências e acidentes 
associados ao uso de bebidas alcoólicas.24 Mulheres 
que consomem bebidas alcoólicas podem ter o risco de 
gravidez indesejada e expor-se a uma gama extensiva 
de alterações, incluídas na síndrome alcoólico-fetal.24 
Adolescentes e adultos jovens, mais do que indivíduos 
de qualquer outra idade, têm maior risco de sofrer aci-
dentes de trânsito, violências e rompimentos familiares 
relacionados ao uso prejudicial de álcool.12,15
A importância do álcool e seu peso global nos danos à 
saúde são representados na Tabela 1, cujos dados foram 
calculados a partir do indicador de saúde Disability 
Adjusted Life Years (DALY) por 1.000 habitantes. Esse 
indicador refere-se ao percentual de anos perdidos em 
razão de doença ou mortalidade precoce atribuíveis à 
ingestão alcoólica, comparando países desenvolvidos 
com países em desenvolvimento com alta mortalidade 
e baixa, como o Brasil. De acordo com o relatório da 
Organização Mundial de Saúde (OMS) de 2002, o 
consumo abusivo de bebidas foi responsável por 4% 
da carga global de doenças e 3,2% de todas as mortes 
prematuras mundiais.1,12 Isto se traduz em 58.3 milhões 
de anos perdidos por razão de inaptidão e 1.8 milhão 
de mortes, ou 3,2% da mortalidade global, por doenças 
atribuíveis a ingestão alcoólica.1,24
Na média, o consumo do álcool no continente ame-
ricano é 50% maior que o nível de consumo global. 
Países como Brasil, Chile e México têm proporção 
relativamente elevada de abstêmios, mas o consumo 
per capita dos bebedores é consideravelmente mais 
alto que a média da população mundial. Isto é rele-
vante, pois quanto mais alta a média de consumo em 
uma população, maior será a prevalência dos danos 
relacionados ao álcool.1,2,14
O objetivo do presente artigo foi descrever os recentes 
avanços relacionados às pesquisas dos problemas do 
álcool e as estratégias políticas mais efi cientes para 
atenuá-los.
Foi realizada revisão da literatura em bases de dados 
eletrônicos (Medline/PubMed, Lilacs) e em periódicos 
nacionais não indexados, busca específi ca por autores e 
contato com pesquisadores. A seleção dos artigos teve 
como critérios de inclusão: publicações de periódicos 
nacionais e internacionais sobre políticas relacionadas 
ao consumo de bebidas alcoólicas, que apresentassem 
enfoque no aspecto custo-efetividade e facilidade de im-
plementação das medidas preventivas. Foram acrescen-
tados consensos e publicações elaborados pela OMS.
INTRODUÇÃO
Tabela 1. Peso global dos danos à saúde atribuíveis ao consumo de álcool, expressos em percentagem do indicador 
DALY – anos perdidos em função de doenças ou mortalidade precoce, 2000.
Países em desenvolvimento Países desenvolvidos 
Alta mortalidade % Baixa mortalidade % %
Baixo peso 14,9 Álcool 6,2 Tabaco 12,2
Sexo inseguro 10,2 Hipertensão 5,0 Hipertensão 10,9 
Baixas condições sanitárias 5,5 Tabaco 4,0 Álcool 9,2 
Fumaças (combustíveis sólidos) 3,6 Baixo peso 3,1 Colesterol 7,6 
Defi ciência de zinco 3,2 Massa corporal alterada 2,7 Massa corporal alterada 7,4 
Defi ciência de ferro 3,1 Colesterol 2,1 Baixo aporte de frutas e vegetais 3,9 
Defi ciência de vitamina A 3,0 Baixo aporte de vegetais 1,9 Inatividade física 3,3 
Hipertensão 2,5 Fumaças (combustíveis sólidos) 1,9 Drogas ilícitas 1,8 
Tabaco 2,0 Defi ciência de ferro 1,8 Sexo Inseguro 0,8 
Colesterol 1,9 Baixas condições sanitárias 1,8 Defi ciência de ferro 0,7 
DALY: Disability Adjusted Life Years
841Rev Saúde Pública 2007;41(5):839-48
MECANISMOS DE PRODUÇÃO DOS DANOS 
RELACIONADOS AO ÁLCOOL
Três mecanismos explicam os danos associados ao 
consumo de álcool: toxicidade física, intoxicação e 
dependência.1 Tais danos dependem do padrão de 
consumo pessoal, que se caracteriza pela freqüência e 
quantidade do uso do álcool, e pelo contexto em que 
se bebe (às refeições ou não, festas, reuniões, entre 
outros). Padrões que conduzam a uma elevação rápida 
dos níveis alcoólicos sanguíneos resultam em danos 
associados com intoxicação aguda, como acidentes e 
violência. Padrões que promovam consumo de álcool 
freqüente e pesado associam-se com problemas de 
saúdecrônicos como cirrose, doença cardiovascular e 
depressão. Finalmente, o beber contínuo pode resultar 
em dependência, que uma vez instalada, prejudica a 
habilidade pessoal de controlar a freqüência e quanti-
dade da bebida consumida.1
A toxicidade do álcool atinge direta ou indiretamente 
uma gama extensa de órgãos e sistemas corporais ocor-
rendo após exposição crônica ao álcool. A dependência 
química conta com diferentes causas contributivas que 
incluem exposição repetida, fatores biológicos (incluin-
do vulnerabilidade genética), psicológicos e sociais.1,9 
Porém, a causa principal dos problemas relacionados ao 
álcool na população é a intoxicação alcoólica, processo 
agudo relacionado geralmente ao grande consumo de 
bebidas em curto período de tempo.3,9,10
O risco de problemas decorrentes de um único episódio 
de intoxicação é mais alto entre aqueles que o fazem 
infreqüentemente do que entre aqueles que bebem com 
mais freqüência.1,3,9 Estudos recentes mostram relação 
direta entre a intoxicação ocasional e problemas como 
violência, acidentes e mortes no trânsito, problemas 
familiares e profi ssionais.1,9,11 Isso contraria a tendência 
popular de associar todos os problemas relacionados 
ao consumo de álcool com o alcoolismo, uma vez 
que um grande espectro de problemas causados pelo 
álcool está relacionado à intoxicação e não com sua 
dependência.1,9,24 Portanto, prevenir a intoxicação pelo 
álcool é uma estratégia poderosa para diminuir os danos 
causados pelo álcool e deve ser um dos objetivos das 
políticas públicas.1,9,24
A relação entre intoxicação e problemas decorrentes 
sofre uma grande infl uência do contexto físico e social. 
Portanto, os danos podem ser evitados alterando-se o 
ambiente onde se bebe, seja fi sicamente (tornando o lo-
cal mais seguro) ou temporalmente (separando o hábito 
de beber de atividades que requeiram atenção).10
DEFINIÇÃO E TIPOS DE POLÍTICAS DE ÁLCOOL
São consideradas políticas do álcool aquelas que dizem 
respeito à relação entre álcool, segurança, saúde e bem-
estar social. Defi nem-se políticas do álcool como qual-
quer esforço ou decisão de autoridades governamentais 
ou de organizações não- governamentais (ONG) para 
minimizar ou prevenir problemas relacionados ao 
álcool.1
Quem faz a política do álcool? A resposta a esta per-
gunta difere entre países e entre níveis diferentes de 
governo de cada país. Leis federais e nacionais freqüen-
temente estabelecem as bases legais para prevenção e 
políticas de tratamento.2 Em muitas nações, como o 
Brasil, há um vazio em advocacia pública, propiciando 
que ONG sejam prováveis candidatas para representa-
rem o público nos assuntos relacionados ao consumo de 
álcool. Mais recentemente, estes assuntos tornaram-se 
a preocupação dos profi ssionais de saúde.
Os meios de comunicação têm tido infl uência sig-
nifi cativa no debate político nos níveis nacionais e 
locais, confi rmando seu papel dominante na cultura 
contemporânea. A bebida alcoólica tem sido apoiada 
por livres valores de mercado e conceitos sociais, e de 
forma crescente, têm seus interesses defendidos pelas 
suas indústrias. Estas, entraram na arena política para 
proteger seus interesses comerciais e em alguns países 
constituem-se no principal agente não-governamental 
presente à mesa onde se discute política do álcool.2 
Embora a indústria do álcool tente fazer alguma propa-
ganda educativa (“se beber não dirija”, ou “beba com 
moderação”, por exemplo), seus interesses comerciais 
entram em confl ito com medidas de saúde pública.
As políticas do álcool podem ser divididas em duas 
categorias: as alocatórias e as regulatórias.14 As polí-
ticas de alocação promovem recursos a um grupo ou 
organização específi ca para prevenção e tratamento, 
de forma a atingir objetivos de interesse público, 
como fi nanciamento de campanhas educativas e for-
necimento de tratamento aos dependentes do álcool. 
As políticas regulatórias procuram infl uenciar com-
portamentos e decisões individuais por meio de ações 
mais diretas. Por exemplo, leis têm sido usadas para 
restringir o acesso à bebida alcoólica por razões de 
saúde e segurança pública, que: regulam preço e taxa-
ção dessas bebidas; impõem uma idade mínima para 
sua compra; limitam os horários de funcionamento de 
bares; proíbem total ou parcialmente a propaganda de 
bebidas.3
POLÍTICAS RELACIONADAS À 
DISPONIBILIDADE DO ÁLCOOL
A disponibilidade representa um dos componentes 
fundamentais do consumo de substâncias.3 Se a subs-
tância for barata, facilmente acessível e conveniente, 
seu consumo será intenso e conseqüentemente haverá 
aumento da quantidade e da importância dos problemas 
a ele associados. Há três tipos de disponibilidades: 
econômica (preço, taxações); de varejo (facilidades de 
842 Políticas públicas relacionadas às bebidas alcoólicas Duailibi S & Laranjeira R
se pode comprar e consumir a bebida legalmente. 
Elevações na idade mínima para se comprar bebidas 
– com adequada implementação e fi scalização – po-
dem provocar reduções substanciais nos problemas 
relacionados ao álcool na população mais jovem, 
especialmente os decorrentes de acidentes de carro 
e violência.15-17
• Restrição dos dias e horários de venda. Esta medida 
diminui as oportunidades para compra, o consumo 
e os problemas relacionados ao álcool.1,9,20 Um bom 
exemplo nacional é a lei de fechamento de bares 
às 23:00h, que em Diadema, que produziu uma 
redução importante e nos homicídios e violência 
contra mulheres na cidade.8 O contrário também 
é verdadeiro: quando as restrições são suspensas, 
ocorre aumento dos problemas.14,20 Os que bebem 
até tarde durante a semana constituem segmento 
da população que bebe de forma particularmente 
pesada.
• Instituição de serviços de venda de bebidas res-
ponsáveis. O treinamento de garçons e vendedores 
de bebidas tem o potencial de diminuir a venda de 
álcool para pessoas já intoxicadas e menores de 
idade, por conseguinte, reduz o número de acidentes 
de carro.23
• Regulação da venda. O poder de infl uência dessa 
medida sobre o consumo de bebidas alcoólicas é 
maior nos estabelecimentos que vendem a bebida 
para ser consumida no próprio local, já que têm a 
oportunidade de infl uenciar diretamente o que acon-
tece durante e após a compra. As regulamentações 
podem: especifi car o volume das doses das bebidas 
(o padrão internacional é de 35 ml); inibir descontos 
e promoções do tipo consumação mínima ou livre; 
incluir treinamento dos funcionários em relação à 
oferta alimentos, de opções de entretenimentos e 
outras questões não relacionadas diretamente com 
o consumo de álcool.1,23
• Implantação de sistema de licenças. O mecanismo 
de controle mais direto e imediato sobre o álcool 
tende a ser a implantação de sistema de licenças 
para a venda de bebidas alcoólicas. Se o sistema 
tiver poder para suspender ou revogar a licença do 
estabelecimento em caso de infrações, torna-se um 
instrumento efetivo e fl exível para reduzir proble-
mas relacionados ao álcool.1
Finalmente, a disponibilidade social refere-se à obten-
ção de bebidas por meio de “fontes sociais” (amigos 
e parentes), que geralmente não envolvem dinheiro. 
Fontes sociais são responsáveis por 36% a 67% de con-
dutores alcoolizados de veículos. A iniciação precoce 
compra e acessibilidade ao álcool); e social (acessibi-
lidade de fontes de não varejo do álcool, como família 
e amigos).3
Quanto à disponibilidade econômica, estudos3,9,21 mos-
tram que a estratégia de aumento de preços do álcool é 
altamente efi caz, se associando à redução de consumo e 
problemas decorrentes, principalmente nos grupos mais 
vulneráveis: os adolescentes (menor renda disponível) 
e o dos bebedores pesados.3
Para especialistas, o aumento de preços das bebidas 
alcoólicas é o meio mais efi caz de reduzir a embriaguez 
ao volante, principalmente em jovens.4,12,13 Nos Esta-
dos Unidos, o aumento de 10% no preço de bebidas 
alcoólicas reduziu a probabilidade de se dirigir embria-
gado em 7% para homense 8% para mulheres, com 
reduções ainda maiores nos menores de 21 anos.11-13 
Vários estudos têm examinado o impacto dos preços 
do álcool em homicídios e outros crimes (incluindo 
seqüestro, assalto, furto, roubo de veículos, violência 
doméstica e abuso de crianças).7,8,10 Estudos indicam 
que o aumento dos preços de bebidas está associado à 
diminuição da ocorrência destes crimes4,5 e de afasta-
mentos do trabalho.3
A disponibilidade de varejo é representada pela fa-
cilidade de compra e venda nos mercados formal e 
informal. As limitações na disponibilidade de varejo 
visam regular o mercado de venda da bebida alcoóli-
ca, limitando o acesso do consumidor ou regulando o 
contexto em que é consumida. Nesse sentido, várias 
ações podem ser realizadas:
• Delimitação da localização dos pontos de venda. 
Governos locais podem aplicar medidas que limi-
tem os locais onde possam existir pontos de venda 
de bebidas, como leis de zoneamento urbano, es-
tabelecimento de uma distância mínima de escolas 
ou estabelecer um sistema de licença para a venda 
de bebidas.
• Diminuição da densidade dos pontos de venda. 
Quanto menor a densidade, maior a oportunidade 
de lucros na venda de álcool, maior o seu preço e 
menores o seu consumo e os problemas associa-
dos.1,4,12 Estudo estimou que a diminuição de 10% 
na densidade dos pontos de venda de álcool reduz 
o consumo dos destilados de 1% a 3% e o consumo 
do vinho de 4%.18 Outros estudos encontraram asso-
ciação inversamente proporcional entre a densidade 
dos pontos de venda e problemas relacionados à 
bebida e condução de veículos.17,22,23
• Estabelecimento de idade mínima para a compra de 
bebidas. A redução ocorre ao especifi car a idade que 
* Departamento Estadual de Trânsito. Álcool e trânsito. São Paulo; 2004 [acesso em 21/10/06]. Disponível em: http://www.detran.sp.gov.br/ 
campanhas /alcool_transito/in_alcool_transito.html
843Rev Saúde Pública 2007;41(5):839-48
do uso de álcool por adolescentes muitas vezes ocorre 
em festas ou na própria casa.11,12
Os fatores envolvidos na regulação local do mercado 
de bebidas alcoólicas são exemplifi cados na Figura, no 
modelo idealizado por Holder & Reynolds.10
ESTRATÉGIAS PARA PREVENÇÃO DE 
ACIDENTES DE TRÂNSITO RELACIONADOS 
AO CONSUMO DE ÁLCOOL
Acidentes devidos à condução de veículos sob o efeito 
do álcool constituem sério problema mundial. No Brasil, 
dados do Departamento Nacional de Trânsito (Dena-
tran) mostram que 50% dos acidentes automobilísticos 
fatais são relacionados ao consumo de álcool.*
Várias são as ações efetivas para reduzir esses pro-
blemas:
• Redução na concentração alcoólica sanguínea 
(CAS) permitida por lei para dirigir. Estudo mostra 
que o risco de um indivíduo se acidentar com CAS 
de 0,05% é o dobro do risco para uma pessoa com 
CAS igual a zero; e quando a CAS atinge 0,08%, 
esse risco é multiplicado por dez.17 Devido às evi-
dências de forte correlação entre a CAS e acidentes 
de veículos, muitos países estabeleceram leis que 
determinam os níveis máximos de CAS tolerados 
para motoristas.1,16 Além da quantidade de álcool 
que a pessoa ingeriu, a CAS depende também de 
fatores individuais, como peso, gênero, velocidade 
da ingestão alcoólica, presença de alimento no 
estômago, entre outros. Prejuízos no desempenho 
tornam-se marcantes para CAS entre 0,05% e 
0,08%, mas podem estar presentes em CAS abaixo 
de 0,05%.16-17
• Estabelecimento de postos de fi scalização com 
utilização de bafômetros para checagem aleatória 
ou seletiva. Uma estratégia para aumentar a "certeza 
de punição" para motoristas infratores consiste em 
aumentar a freqüência e a visibilidade da fi sca-
lização. Essas fi scalizações geralmente ocorrem 
seletivamente, ou seja, somente os motoristas que 
a polícia julga estarem alcoolizados são submetidos 
ao teste do bafômetro. Todavia, estudo norte-ameri-
cano mostrou que a polícia pode deixar de selecio-
nar 50% dos motoristas com CAS>0,10%.13 Uma 
alternativa às checagens seletivas são as aleatórias: 
qualquer motorista, em qualquer momento, pode ser 
submetido ao teste, que pode variar em freqüência 
e local, sem aviso prévio, sempre muito visíveis 
e causam impacto na mídia. Estimativas sugerem 
que a realização de mil testes diários reduz em 
6% dos acidentes graves e em 19% dos acidentes 
noturnos envolvendo um único veículo.13 Existem 
evidências científi cas de que checagens aleatórias 
têm um efeito sustentado e signifi cativo em reduzir 
acidentes, traumas e mortes associados ao beber e 
dirigir,1 além de oferecer aos bebedores uma des-
culpa legítima para beber menos com os amigos.
• Suspensão administrativa da licença de motoristas 
que dirigem intoxicados. A perda ou suspensão da 
carteira de habilitação é uma medida efi caz para 
acidentes relacionados ou não ao álcool. Infratores 
que não perdem a licença apresentam maior índice 
Figura. Fatores envolvidos na regulação do mercado de bebidas alcoólicas. Modelo idealizado por Holder & Reynolds11 
(1997).
REGULAÇÃO E
CONTROLES FORMAIS
Limites à
disponibilidade VENDAS
(VAREJO)
CONSUMO
CONSEQUÊNCIAS
ECONÔMICAS,
SOCIAIS E DE SAÚDE 
SANÇÕES
LEGAIS
NORMAS
SOCIAIS
Disponibilidade Demanda
Pressão
social por leis
e fiscalização
Consumo
atual
Aceitação
social dos
níveis de
consumo
Padrões de
consumo
Padrões de
consumo
Pressão social por
fiscalização e sanções
Dirigir
alcoolizado
Demanda por serviços
comunitários
844 Políticas públicas relacionadas às bebidas alcoólicas Duailibi S & Laranjeira R
de reincidência. Estudo revelou que embora três 
quartos dos motoristas que perderam a licença 
permanecessem dirigindo, eles o faziam com menor 
freqüência e com mais cautela.15-17 Estabelecimento 
de uma graduação no licenciamento para motoris-
tas novatos. Tolerância zero para associação entre 
álcool e direção nos primeiros anos da carteira de 
motorista.1,2
CUSTO-EFETIVIDADE DAS POLÍTICAS 
PÚBLICAS
Em geral, as estratégias apresentadas custam pouco em 
comparação aos custos dos problemas relacionados ao 
consumo de álcool, principalmente do beber pesado. 
Exemplo disso é a instituição de idade mínima para a 
compra de bebidas, medida de custo insignifi cante e de 
grande impacto. O custo de implantação de tais medidas 
tende a se elevar quando se encontram resistências. 
Interesses comerciais podem difi cultar a implantação 
de medidas de zoneamento ou outras destinadas a 
regulamentar a distribuição geográfi ca dos pontos de 
venda. Inversamente, o custo diminui quanto maior o 
apoio popular às medidas implantadas.
Considerando a importância das políticas públicas 
relacionadas com o álcool para saúde, segurança e 
economia internacional, a OMS realizou um estudo com 
a participação de vários especialistas de nove países, 
para avaliar diferentes políticas de consumo de bebidas 
alcoólicas. Foi composta uma lista das dez “melhores 
práticas” com base nos seguintes critérios: evidência de 
efetividade, existência de suporte científi co, possibili-
dade de transposição para diferentes culturas e custos 
de implementação e sustentação.1,5
Cinco práticas são referentes a políticas de controle de 
álcool (regulatórias): 1) estabelecimento (e fi scalização) 
de idade mínima legal para compra de bebidas alcoóli-
cas; 2) monopólio governamental das vendas de bebida 
no varejo; 3) restrição dos horários ou dias de venda; 4) 
restrições de densidade dos pontos de venda de álcool; 
5) criação de impostos para o álcool.
Outras quatro práticas estão diretamente relacionadas 
com o controle do beber e dirigir: 1) redução do limite 
de concentração sanguínea do álcool permitida para 
dirigir; 2) suspensão administrativa da licença de mo-
toristas que dirigem alcoolizados; 3) estabelecimento 
de postos de fi scalização de sobriedade; e 4) política de 
“tolerância zero” quanto ao dirigir alcoolizado, por vá-
rios anos, no licenciamento para motoristas novatos.1,5 A 
última prática é instituir processos terapêuticos do tipo 
intervenções breves para bebedores pesados.
Algumasestratégias políticas são bastante populares, 
porém sua efi cácia é reduzida por apresentarem baixa 
efetividade a alto custo:1,5
• Promoção de atividades alternativas de lazer e 
diversão “livres de álcool” (como esportes) e 
abordagens efetivas direcionadas à clarifi cação 
de valores, auto-estima e habilidades sociais são 
igualmente inefi cazes.1
• Prevenção nas escolas. O objetivo dos programas 
escolares é modifi car as crenças, atitudes e com-
portamentos dos adolescentes em relação ao álcool. 
Embora aumentem o conhecimento, não modifi cam 
o consumo. Além disso, fornecer informação sobre 
os perigos de diferentes substâncias psicoativas 
pode despertar a curiosidade e estimular o consumo 
entre aqueles que buscam estímulos. Qualquer que 
seja o programa educacional adotado, é alternativa 
bastante cara e pouco efetiva, com pequeno e fugaz 
impacto.
• Designação de serviços de transporte ou “designa-
ção do motorista da vez” para prevenção do dirigir 
alcoolizado.
• Advertências nos rótulos das bebidas não são efi -
cazes em mudar comportamentos relacionados ao 
consumo de álcool e não são efetivos para diminuir 
o consumo entre bebedores pesados.
• Mensagens publicitárias. Embora possuam apelo 
popular, a propaganda educativa nunca é tão bem 
produzida, nem possui os mesmos recursos e fre-
qüência nos meios de comunicação do que a pro-
paganda da indústria do álcool. Apresenta alguma 
efetividade quando parte integrante de um programa 
mais amplo de políticas. Proibir a publicidade do 
álcool custa bem menos e é bem mais efi caz que 
qualquer medida de contra-propaganda.1
Na Tabela 2, estão listadas estratégias e intervenções 
possíveis de serem adotadas, cuja efetividade encon-
tra-se documentada na literatura internacional. Mesmo 
aquelas cuja efetividade não foi comprovada estão lis-
tadas, a fi m de servir de alerta e evitar gastos públicos 
com o que não funciona.1
INTERVENÇÕES COMUNITÁRIAS E 
AMBIENTAIS
As estratégias ambientais apresentadas consistem em 
medidas regulatórias que afetam o ambiente onde 
ocorre o consumo de álcool. A literatura revela que 
regulamentações de caráter preventivo, direcionadas 
às vendas de álcool e respaldadas por controle efi -
ciente são mais efetivas que programas de prevenção 
baseados somente na educação direcionada a prováveis 
bebedores.1,5,24 O uso de álcool possui contexto social, 
cultural e comunitário. Portanto, o consumo pesado 
pode ser modifi cado e os problemas reduzidos por meio 
de estratégias que alterem este contexto e que sejam 
direcionadas para o ambiente onde o álcool é vendido 
845Rev Saúde Pública 2007;41(5):839-48
e consumido. Desta forma, sua efetividade não vai 
depender do apoio e/ou adesão dos bebedores, embora 
estes possam aumentar seus efeitos.
A mobilização da comunidade aumenta o grau de 
consciência dos problemas associados ao abuso de 
bebidas em bares e casas noturnas, desenvolve soluções 
para problemas específi cos e pressiona os proprietários 
dos bares a reconhecerem suas responsabilidades. O 
envolvimento da comunidade mostra elevado sucesso 
na redução das agressões e de outros problemas rela-
cionados ao consumo em bares, como episódios de 
Tabela 2. Efetividades das estratégias e intervenções possíveis de serem implementadas como políticas do álcool.
Estratégia ou intervenção Efetivi-
dade
Suporte 
científi co
Transposição 
cultural
Custos Grupo-alvo/ Comentários
Disponibilidade
Proibição total *** *** ** Alto PG; Muitos efeitos colaterais
Idade Mínima *** *** ** Baixo AR; Fiscalização é necessária
Restrição à densidade de bares ** *** ** Baixo PG; Implementação de longo prazo
Responsabilidade dos atendentes *** * *** Baixo AR; Requer defi nição legal de res-
ponsabilidade
Disponibilidade diferenciada pelo 
teor alcoólico
** ** * Baixo PG
Preço e taxação
 
***
 
***
 
***
 
Baixo
 
PG; efetividade depende do con-
trole da produção e distribuição ; 
desvantagens: produção ilícita e 
contrabando
Alterando o contexto
Não servir cliente alcoolizado * *** ** Moderado AR; Necessário treinamento e 
fi scalização
Manejo da agressividade * * * Moderado AR
Códigos de conduta O * * Baixo AR; Inefi caz sem fi scalização
Fiscalização dos pontos de venda ** * ** Alto AR: Inefi caz sem fi scalização
Promoção de atividades sem-
álcool
O ** * Alto PG
Mobilização da comunidade ** ** * Alto PG
Educação e persuasão
Programas escolares O *** ** Alto AR; Aumenta conhecimento, não 
diminui o consumo
Advertência nos rótulos O * * Baixo PG; Aumenta consientização, não 
muda comportamento
Regulando a promoção do álcool
Proibição da propaganda * ** ** Baixo PG; Forte oposição da indústria
Controle do conteúdo da propa-
ganda
O O O Moderado PG; Sujeito a acordos de auto-regu-
lação
Beber e dirigir
Pontos de checagem ** *** *** Moderado PG; Efeito de curta duração
Checagem aleatória *** ** * Moderado PG; maior custo de implementação
Reduzir CAS permitida *** *** ** Baixo PG; maior custo de implementação
Suspensão da habilitação ** ** ** Moderado BAD
Campanhas do motorista desig-
nado
O * * Moderado AR; não evita acidentes
Efetividade: O: falta de evidência; *limitada; **moderada; ***elevada
Suporte científi co: O: sem estudos de efetividade; *Apenas um estudo com boa metodologia; **Dois a quatro estudos com-
pletados; ***Cinco ou mais estudos de efetividade concluídos
Transposição cultural: O: estratégia não testada; *apenas um país testado, quanto à estratégia; **Dois a quatro países estu-
dados; *** Cinco ou mais países estudados
PG= população geral; AR= Grupos de alto-risco (bebedores de alto-risco ou pessoas particularmente vulneráveis aos efeitos 
do álcool, como os adolescentes); BAD= Pessoas que fazem uso abusivo do álcool ou são dependentes.
846 Políticas públicas relacionadas às bebidas alcoólicas Duailibi S & Laranjeira R
violência, traumas e acidentes de trânsito.1 Estratégias 
de redução de danos no ambiente em que se bebe têm 
despertado interesse crescente em sociedades e lugares 
onde o consumo de álcool é amplamente aceito. Esta 
abordagem preventiva é relativamente nova e efetiva, 
embora tenham uma relação custo-efetividade mais 
baixa que as estratégias de controle e de taxação do 
álcool.1,5,24
As estratégias publicitárias de bebidas alcoólicas acar-
retam conseqüências à saúde pública. Tais evidências 
são fortes o bastante para fazer com que o Estado, 
para o interesse público, regule a promoção do álcool, 
em vez de deixar que a indústria e a mídia façam sua 
“auto-regulação”, levando a oferta excessiva, baixos 
preços e elevado consumo.1,9
Estudo comparando 17 países com proibição total, 
parcial ou sem proibição da publicidade e propaganda 
de bebidas alcoólicas mostrou o seguinte:1 países que 
proíbem a publicidade de destilados têm níveis de 
consumo 16% mais baixos e 10% menos acidentes 
automobilísticos fatais do que países sem qualquer 
proibição. As nações que proíbem a propaganda de 
cervejas e vinhos e destilados têm níveis de consumo 
11% menores e 23% menos acidentes automobilísticos 
fatais do que os que proíbem apenas a propaganda de 
destilados.
PANORAMA NACIONAL
No Brasil, algumas leis federais propõem ações re-
gulamentatórias relacionadas às bebidas alcoólicas. 
Entre elas destacam-se a proibição da venda de bebidas 
alcoólicas para menores de 18 anos (artigo 243 do Es-
tatuto da Criança e do Adolescente, Lei 8.069/90 e Lei 
das Contravenções Penais, artigo 63) e a legislação do 
Código Brasileiro de Trânsito (artigo 165), que consi-
dera como infração gravíssima dirigir alcoolizado com 
níveis de álcool superiores a seis decigramas por litro 
de sangue. O condutor fi ca sujeito à multa, suspensão 
do direito de dirigir, retenção do veículo e recolhimento 
da sua carteira de habilitação.
Reconhecendo que nenhuma política é efetiva, a menos 
que seja fi scalizada permanentemente, estudo nacio-
nal mostrou que menores de idade de 13 a 17 anos 
conseguiram facilmente comprar bebidas alcoólicas 
em diferentes tipos de estabelecimento.19Sem multa 
e fi scalização adequada, difi cilmente poderia haver 
condições de se promover uma melhora nesta situa-
ção. O que funciona realmente é a certeza de que uma 
determinada infração será punida.19 Pesquisa realizada 
em Diadema (São Paulo) concluiu que quase 20% 
dos motoristas pesquisados com bafômetros estavam 
dirigindo com níveis de álcool iguais ou maiores que 
os permitidos pela lei.8
Porém, há boas perspectivas de avanços na legislação 
nacional. Em Brasília, novembro de 2005, foi realizada 
a Primeira Conferência Pan-Americana de Políticas 
Públicas sobre o Álcool, promovida pelo governo 
brasileiro com o apoio institucional da Organização 
Pan-Americana de Saúde (OPAS). Este foi um passo 
importante no desenvolvimento de uma estratégia 
continental, tendo sido recomendado que os países 
das Américas implementassem políticas, estratégias 
efi cazes e programas capazes de prevenir e reduzir os 
danos relacionados ao consumo de álcool. O documento 
fi nal dessa reunião enfatiza que as estratégias nacionais 
devem incorporar uma lista culturalmente apropriada 
de políticas baseadas em evidências, estudos científi cos 
e sistemas de informação. As medidas devem conside-
rar, dentre outras situações: ocasiões em que se bebe 
excessivamente; consumo geral da população e das 
mulheres em particular (inclusive durante a gravidez); 
consumo por menores de idade, jovens, índios e outras 
populações vulneráveis; e violência, lesões intencio-
nais, acidentes, doenças e transtornos ocasionados 
pelo consumo do álcool. A compreensão e o apoio 
da população são elementos imprescindíveis para o 
planejamento, o direcionamento e a implementação de 
políticas públicas sobre o consumo do álcool. Enquanto 
algumas medidas dependem da aprovação de lei pelo 
Poder Legislativo, outras podem ser adotadas a partir 
de decisão política, de normas regulamentadoras ou 
atos administrativos do Poder Executivo.
Recentemente, o Decreto nº 6.117 aprova a Política 
Nacional sobre o Álcool, que dispõe sobre as medidas 
para redução do uso indevido de álcool, sua associa-
ção com a violência e criminalidade e confere outras 
providências como as que restringem a exibição da 
propaganda na televisão de bebidas com baixo teor 
alcoólico, como a cerveja.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O álcool é importante fonte de danos para a saúde e 
segurança públicas e não deveria ser tratado como um 
produto qualquer, inócuo e sujeito às leis de mercado.1 
A conseqüência desse descontrole e da excessiva oferta 
e acessibilidade têm gerado consumo elevado a baixos 
preços e ampla disponibilidade de álcool nos ambientes, 
banalizando o seu consumo e levando a tolerância em 
relação às transgressões legais. Poucas restrições às 
propagandas nos meios de comunicação as tornam efi -
cientes em seduzir o público, principalmente o jovem, 
para o consumo de bebidas alcoólicas.1 Ao contrário, o 
mercado de venda do álcool deve ser melhor regulado 
estabelecendo-se um controle social desta substância. 
Há evidências científi cas fortes e sufi cientes de que o 
estabelecimento de políticas regulatórias de controle 
do acesso e disponibilidade do álcool são efetivas em 
reduzir o consumo da bebida alcoólica e problemas 
relacionados.1,3,9
847Rev Saúde Pública 2007;41(5):839-48
O impacto esperado das políticas do álcool é a redução 
global: do consumo, dos danos relacionados ao álcool 
(violência doméstica, acidentes automobilísticos, agres-
sões em geral, morbidade e mortalidade relacionadas, 
intoxicações pelo álcool), do sucesso dos adolescentes 
na obtenção de bebidas. Espera-se também a criação 
um clima social propício para outras políticas.
As vantagens de estabelecimentos de políticas ou estra-
tégias ambientais locais, com controle dos ambientes 
onde se bebe são inúmeras: melhor adaptação aos 
hábitos culturais da comunidade, maior fl exibilidade e 
facilidade na obtenção de apoio social e mobilização, 
maior facilidade para serem ampliadas, avaliadas e de 
visualização de seus benefícios.
As perdas e prejuízos associados ao consumo abusivo 
do álcool são relevantes e seus custos sociais em relação 
à saúde e à segurança ainda não foram adequadamente 
dimensionados no Brasil. Dado o baixo custo e faci-
lidade de implementação de muitas políticas revisa-
das no presente artigo, sua instituição pode reduzir 
signifi cativamente os problemas do álcool em muitas 
comunidades.
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