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VETORES METODOLÓGICOS DO PROCESSO CIVIL

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AUTARQUIA EDUCACIONAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO – AEVSF FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS E SOCIAIS DE PETROLINA – FACAPE 
GRADUAÇÃO EM DIREITO 
ANA CLÁUDIA COELHO - MAT: 21082 
TURMA: 8º PERÍODO- DIREITO – NOTURNO 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
PETROLINA
2020
ANA CLÁUDIA COELHO - MAT: 21082 
TURMA: 8º PERÍODO- DIREITO – NOTURNO 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Trabalho apresentado à matéria de Processo Civil, da Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina, como requisito parcial para obtenção de nota da primeira unidade, sob a orientação do Professor Luzemberg Dias.
PETROLINA
2020
S METODOLÓGICOS DO NOVO CPC
 VETORES METODOLÓGICOS DO NOVO CPC
 Sabe-se que Ciência é conhecimento e consequentemente traz normatividade e que às leis podem ser adaptadas à realidade social. E são justamente essas novas modificações que são conceituadas de Vetores do Novo Código de Processo Civil. Dessa forma, compreende-se pelo termo vetor como um norte, ou seja, a direção que determinado objeto deve tomar. Os vetores metodológicos da processualística civil mostram o caminho que a ciência processual deve moldar-se para concretizar a sua finalidade social. Inclusive, tais vetores ajudam na direção do objeto jurídico para alcançar determinado resultado. 
 Ao analisar o contexto histórico , percebe-se que o processo civil brasileiro passou por inúmeras transformações , seja por razões culturais ou sociais que interferiram diretamente na estrutura e aplicabilidade da lei ao longo do tempo. Até porque, é evidente que o direito e o processo necessitam estar conectados a esses fatores já citados, pois muitas vezes, surge a necessidade de alterar determinados dispositivos legais ou até mesmo rompê-los ,devido principalmente ao aspecto cultural da sociedade. 
 É importante notar que com o advento do recente Código de Processo Civil(CPC)de 2015, ocorreram algumas inovações e principalmente mudanças na aplicação dos direitos em que preconiza uma maior eficácia no próprio dispositivo legal, pois se percebe uma maior preocupação ao contexto social para encaixar a própria lei e se preciso, faz-se as adaptações necessárias para atender as interferências culturais da população de acordo com o lapso temporal. 
 São essas novas modificações que são chamados de Vetores do Novo Código de Processo Civil. Com isso, por meio de uma análise das mudanças presentes no diploma processual, vem à tona os vetores metodológicos, que são examinados a partir de três dimensões:
1º VETOR: RELAÇÃO ENTRE O DIREITO MATERIAL E O DIREITO PROCESSUAL
 Sabe-se que todo processo serve para a solução de um problema, um caso, pois o processo deve ter conteúdo. Inclusive, o objeto do processo é a solução do problema. E justamente essa objeção estabelecerá como o processo vai se estruturar. Por exemplo, para estudar a coisa julgada é indispensável reconhecer o tipo de direito material discutido.
 Vale salientar que tanto o processo quanto o direito material não há entre eles hierarquia, subordinação, ao contrário, eles se complementam. Até porque , todo processo tem um objeto, um conteúdo a ser resolvido, que varia de natureza (penal, família, consumidor, trabalhista e etc.). Não se pode resolver uma questão processual sem resolver o direito material, são noções relacionadas àquilo que está sendo discutido.
 A própria instrumentalidade do processo é uma maneira de decifrar o direito material e o direito material serve ao processo. Então, verifica-se que há uma relação circular entre o processo e o direito material, pois um serve ao outro.
 Então, conclui-se que a relação do processo com o direito material é uma relação de mutualismo(um ajuda o outro).O direito material dá sentido ao processo, pois precisa do processo para ser efetivado. É um dos pilares da chamada “Instrumentalidade do Processo”, pois demonstra que é preciso aproximá-los, porque um depende do outro. Um exemplo de Relação Circular é o artigo 6º do CPC/15 que diz,”In verbis”: “Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão “de mérito justa e efetiva”. Ou seja, que as partes do processo colaborem entre si, para que o Estado-juiz possa prestar uma tutela jurisdicional de forma célere e adequada.
2º VETOR: RELAÇÃO ENTRE PROCESSO E TEORIA DO DIREITO
 Esse vetor estabelece que o processo não pode ser compreendido sem as noções da Teoria do Direito, pois as alterações na Teoria do Direito podem influenciar no direito processual. Ao longo do tempo muitas mudanças na Teoria do Direito trouxeram reflexos, modificações. A teoria do Direito lança três parâmetros:
A) RECONHECIMENTO DA EFICÁCIA NORMATIVA DOS PRINCÍPIOS
 A legislação brasileira destaca que o “ princípio” é uma espécie de norma jurídica. Então, ao ler o Código de Processo Civil vem à tona a integração desses princípios no seu conteúdo legal, já que Princípio é uma norma, ao lado das regras. Com isso, é possível fundamentar um direito baseando-se em um Princípio.
 Um exemplo, é o artigo 805 do atual CPC, pois reflete o Princípio da Menor Onerosidade da Execução, que assim diz: “Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado.”
 Já o artigo. 6º do NCPC, revela o princípio da cooperação: “todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva”.
E também o Princípio da Eficiência, previsto no art. 8º do NCPC:
Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.
O princípio da primazia da decisão de mérito não está previsto em apenas um artigo, pode ser encontrado ao longo do NCPC, como por.exemplo nos arts. 139, IX e 1029, §3º:
Art. 139 O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
IX – determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios processuais.
Art. 1029 O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição Federal, serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em petições distintas que conterão:
§ 3º O Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça poderá desconsiderar vício formal de recurso tempestivo ou determinar sua correção, desde que não o repute grave.
Na seção V, do NCPC, no tópicos “Dos Conciliadores e Mediadores Judiciais”, também aponta vários princípios que devem ser observados: “Art. 166. A conciliação e a mediação são informadas pelos princípios da independência, da imparcialidade, da autonomia da vontade, da confidencialidade, da oralidade, da informalidade e da decisão informada.”
B) RECONHECIMENTO DA EFICÁCIA NORMATIVA DA JURISPRUDÊNCIA 
 Atualmente sabe-se que a jurisprudência é considerada como uma fonte do direito , ao lado da lei. Um exemplo disso são as Súmulas Vinculantes . 
Um exemplo da importância da Jurisprudência é o Art. 521, do NCPC, inciso IV: 
A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser dispensada nos casos em que:
IV - a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos.
Outro exemplo da importância da jurisprudência e aplicabilidade no NCPC é o artigo Art. 926 que diz:
Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente.
§ 1º Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no regimento interno, os tribunais editarão enunciados de súmula correspondentes a sua jurisprudência dominante.§ 2º Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às circunstâncias fáticas dos precedentes que motivaram sua criação.
C)TÉCNICA LEGISLATIVA NOVA
 É denominada técnica da “cláusula geral”. Trata-se de uma técnica legislativa nova, contemporânea, que não pode ser afastada ou esquecida. Antes descrevia uma lei e sua consequência, caso ocorresse a desobediência. Hoje, a sociedade é mais complexa e não teria como resolver um problema com apenas uma fórmula simplificada de lei, pois a modernidade trouxe um pensamento mais complexo do que antes, pois deve-se considerar inúmeras variáveis. 
 Então, o Direito em alguns casos decidiu não ser taxativo e não enxergar a lei como um único pacote singular(sempre a mesma coisa); Por exemplo, a questão do crime de homicídio, na aplicação do crime há várias análises. Para compreender o Direito deve-se mudar a visão científica que somente a lei resolve e acabou, deve -se considerar todas as variantes.
 Compreende-se que a Técnica das Cláusulas Gerais são normas que deixam livre o antecedente. Há, então, um enunciado normativo aberto na hipótese quanto no consequente, é uma cláusula geral. As cláusulas gerais nasceram do direito civil, como por exemplo: boa fé, função social da propriedade, função social do contrato, entre outros. E essas cláusulas gerais também passaram a contemplar o processo civil.
 Dessa forma, cláusula geral é uma espécie de texto normativo, cujo antecedente (hipótese fática) é composto por termos vagos e o consequente (efeito jurídico) é indeterminado. Há, portanto, uma indeterminação legislativa em ambos os extremos da estrutura lógica normativa.
Exemplo: Princípio da Boa fé (mas o que é boa-fé ? vai depender do tempo , da cultura, etc.) O comportamento de boa-fé pode ser definido por experiências sociais.
 Observe: Art. 5º, CPC: “ Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé.”
 Nota-se que o capítulo I, “DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL”, artigo 5º do CPC, é um exemplo de cláusula geral ao usar o termo boa fé. Outro exemplo, é o princípio do devido processo legal de cláusula geral processual.
D) HERMENÊUTICA
  Percebe-se que o ordenamento jurídico é elaborado por textos normativos e que a compreensão do texto normativo baseando -se na hermenêutica jurídica, é possível o surgimento de inúmeras normas a partir de um único texto. Então, é possível obter de um texto normativo inúmeras normas. Essa interpretação não pode acontecer de qualquer forma, devendo ser uma interpretação proporcional e razoável.
3º VETOR: O PROCESSO E O DIREITO CONSTITUCIONAL.
 Esse vetor traz à tona o reconhecimento da força normativa da Constituição no Novo Código de Processo Civil. Defende que    a constitucionalização nasce a partir da concepção de que todas as demais leis, quais sejam, infra constitucionais, devem seguir o teor da Lei Maior. 
 Dessa forma, o NCPC se comparado com Código de Processo Civil de 1973 trouxe novidades consideráveis nesse aspecto, pois a Constituição passa a servir de base ao ordenamento jurídico como a maior hierarquia dentre as demais leis, o que auxilia a orientar todos os dispositivos legais , que defendem direitos e deveres, a respeitar os fundamentos nela previsto , inclusive apreciar e acatar os valores estipulados e defendidos na Constituição. 
 Deixa-se de lado, então, aquela visão arcaica do antigo Código de Processo Civil de que o Direito fundava-se exclusivamente na lei, isto é, que é todo pautado na lei como única fonte do direito ,mas que passa a se fundar também na aplicação direta dos fundamentos constitucionais. 
Destaca que todos os ramos do Direito devem ter um olhar primordial ao direito constitucional. O doutrinador Fredie Didier explica que : “Após a Constituição de 88, a doutrina passou a defender a tese de que a Constituição, como fonte de normas jurídicas, deveria ser aplicada pelo órgão jurisdicional”.
Logo no capítulo I e no primeiro artigo do atual Código de Processo Civil, Lei 13.105/15, preconiza os ideais constitucionais: “Art. 1º O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil , observando-se as disposições deste Código.”
 Nesse artigo fica evidente o reconhecimento da eficácia normativa da Constituição com fundamentações baseadas nela dentro do NCPC. O novo código de Processo Civil adota a Teoria do Direito Processual Constitucional, pois o Legislador buscou dar novos rumos ao processualismo civil, fazendo um liame indispensável à Constituição Federal, inclusive com a introdução de amplos direitos e garantias fundamentais as partes e ao processo.Com isso, observa-se que o processo terá de ser analisado de acordo com a Constituição , com intuito de proporcionar uma garantia mais eficaz aos seus princípios fundamentais. 
No artigo 8º do CPC, também é outro exemplo de constitucionalização, pois traz os princípios e finalidades que o juiz deve observar na aplicação da lei com fundamentos na dignidade humana :
Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.
Observa-se já na parte final do dispositivo em questão o fenômeno da constitucionalização do processo, ao prever expressamente os princípios da dignidade da pessoa humana, da proporcionalidade, da razoabilidade, da legalidade, da publicidade e da eficiência.
Conclui-se que esses vetores, são apenas alguns dentre as vastas diretrizes que compõem um novo olhar ao direito brasileiro, respeitando a Constituição, com valores e interpretações fundadas em princípios, jurisprudências,ou qualquer meio jurídico necessário para compreender e adequar a lei processual civil.
REFERÊNCIAS
BRASIL, Código Processo Civil: Lei 13.105/2015. Diário Oficial da União,Brasília,DF,16mar.2015.Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_Ato2015-2018/Lei/L13105.htm. Acesso em: 08/09/2020.
DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil : introdução ao direito processual civil, parte geral e processo de conhecimento I.17. ed. Salvador:Jus Podivm, 2015. v.1.

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