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Resumo Direito Agrário

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DIREITO AGRARIO 
 
 
Conteúdo programático 
1 – antecedentes históricos 
2 – denominação 
3 – autonomia/especialidade 
4 – conceito 
5 – elemento tipificador: agranedade 
6 – fontes 
7 – institutos (imóvel rural, módulos rural e fiscal, latifúndio/minifúndio 
8 – princípios 
9 – empresa agrícola (atividade empresária, estabelecimento) 
10- contrato agrário (típicos, atípicos) 
11 – reforma agraria 
12 – colonização 
13 – justiça agraria 
Bibliografia 
1 – CF/88 
2 - Estatuto da terra Lei 4504/64 
3 – RIZZARDO, Arnaldo. Curso de direito agrário, São Paulo, editora Revista dos tribunais. * 
4 – SCAFF, Fernando campos, Aspectos fundamentais da empresa agraria, São Paulo, Nalheiros. 
5 – MARQUES, Benedito Ferreira, direito agrário brasileiro, São Paulo, Altas. 
 
ANTECEDENTES HISTORICOS DO DIREITO AGRÁRIO 
Nenhuma cultura ou sociedade sobreviveu sem a agro (campo), todos utilizavam a terra. No início os 
povos nômades viviam mediante captura de bens, quando os recursos ficavam insuficientes mudavam 
de lugar, mas a partir do momento que isso começou a ocorrer chegou um ponto em que as mulheres 
não conseguiam acompanhar, por conta dos filhos, então elas começaram a se fixar em determinado 
lugar enquanto os homens caçavam e buscavam alimentos. Com essa permanecia das mulheres 
começou a utilizar a terra, e devagar começaram a cuidar dos animais, lavrar a terra e a partir daí foi 
se desenvolvendo a agropecuária. 
Código de Hamurabi – esse código foi escrito entre 2067 a 2025 a.c. esse código já possuía regras 
jurídicas sobre a agropecuária, artigos 35 a 65. 
Código de Manu – aproximadamente 1300 a 800 a.c. De origem Hindu. 
DIREITO AGRARIO 
 
 
Lei das XII tabuas – Roma, 451 a.c. Significou a mais importante contribuição jurídica existente 
naqueles tempos. 
Direito mosaico – Moisés (velho testamento); Pentateuco (gêneses, êxodo, números) 
Lei de talião - olho por olho, dente por dente. Não é uma lei. Significa equivalência, proporcionalidade 
entre o delito e pena. Talião não é nome de gente. 
Emphituesys – gregos, é um instituto que tem o sentido de novo cultivo, é usado até hoje, em 
português chama-se enfiteuse ou aforamento. Dividiram a propriedade em dois aspectos, a 
propriedade chamada de domínio direto (antigos donos que continuavam cultivando) e útil (romanos 
que recebiam uma parte do que era cultivado), esse sistema entrou no nosso código civil. 
A enfiteuse deriva diretamente do arrendamento por prazo longo ou perpétuo de terras públicas a 
particulares, mediante a obrigação, por parte do adquirente (enfiteuta), de manter em bom estado o 
imóvel e efetuar o pagamento de uma pensão ou foro anual (vectigal), certo e invariável, em 
numerário ou espécie, ao senhorio direto (proprietário). Este, através de um ato jurídico, inter vivos ou 
de última vontade, atribui ao enfiteuta, em caráter perpétuo, o domínio útil e o pleno gozo do bem. 
No Brasil até 10 de janeiro de 2003 (fim da vigência do Código Civil de 1916), a enfiteuse era 
considerada um direito real, no entanto, com o início da vigência do CC/02, em 11 de janeiro de 2003, 
a enfiteuse saiu do rol de direitos reais, que são previstos no art. 1225 do Novo Código Civil. 
O direito ao recebimento do foro é denominado laudemium e corresponde a 2,5% do preço de 
alienação do direito da enfiteuse – sendo devido pelo alienante ao proprietário. 
No império romano do oriente tinha um imperador chamado Justiniano, o império era muito grande 
e invadiam muitas terras ao ponto de que o imperador no momento de administrar o império viu que 
seria impossível, pois cada local era regido por costumes diferentes, sendo assim, decidiu nomear 
uma comissão de juristas dirigida por um jurista chamado triburiano e 10 juristas, pediu que essa 
comissão percorresse o império e apontasse todas as normas de todos os reinos conquistados. Isso 
chamou-se Codex (código), havia muitas leis diferentes. O imperador pediu que essa comissão 
analisasse com calma esse código e organizasse da melhor forma possível, isso se chamou digesto 
(resumo), eles resumiram e organizaram toda as leis. Esse digesto possuía 40 volumes. O imperador 
verificou todo o trabalho que estava em latim clássico, era difícil de ser entendido, só os estudiosos 
entenderiam, os alunos de direito não conseguiriam entender, ele pediu então que denominassem os 
institutos principais, resumisse ainda mais, a comissão criou então os institutos Justilianos. Mas 
devidos fatos novos que ocorrem cotidianamente, o imperador verificou que só isso não resolveria, 
ele passou então a realizar o “novelles constitutions” (novas leis) = esse trabalho foi denominado 
pelos historiadores de “corpos juris civile” (corpo de direito civil). O direito civil valia apenas para 
a nobreza, os patrícios, o povo e os estrangeiros tinham outro regime. 
Desse “corpos juris civile” foi criado o instituto chamado “locatio conductio” (locação), começando 
com a locação de “rei” (res=locação de coisa; animais previsto no CC, casas e terras – arrendamento 
rural previsto no estatuto da terra); “operarum” (locação de serviço – previsto no contrato de 
prestação de serviço) e “operes” (construção de uma obra – contrato de empreitada). 
O império Romano foi sendo invadido pelos bárbaros (germânico), até que chegou em um ponto que 
o império foi totalmente dominado, começa a idade média caracterizada pelos feudos, senhores 
feudais, nobres que possuíam terras, tinha o sistema do servilismo, os servos eram convidados para 
DIREITO AGRARIO 
 
 
trabalhar nas terras dos senhores feudais – o regime nesse período feudal era: soberania e jurisdição 
os senhores feudais constituíam as leis e aplicavam as leis. 
Essa situação foi criando muita insatisfação e em 1789, ocorreu a revolução francesa, a queda da 
bastilha. Nessa época só os reis, nobres e o alto clero possuíam privilegio, o povo não tinha direitos 
e isso gerou uma insatisfação que acarretou na revolução e a queda da monarquia. Alguns nobres 
insatisfeitos com a monarquia começaram a liderar os pobres nessa revolução. Se instalou na França 
a república (o império romano é o iniciador de tudo, se inspiraram neles com o fim da monarquia). 
República (“res” publica) o povo obtinha direitos iguais, o regime implantado foram os cônsules, 
nomearam 3 cônsules. O direito a propriedade passou a ser: ‘ius intendi” (direito de usar), “ius 
fruendi” (direito de fruir) e “ius abutendi” (direito de dispor) = direito absoluto da propriedade. Hoje 
em dia a propriedade deve seguir a função social, não é absoluto. 
Em 1791 a França criou o código rural, mas napoleão depois que assumiu o império em 1804 
reformou o código civil e nessa reforma ele englobou o direito agrário, sendo assim, ele revogou o 
código rural, e passou a ser tudo regulamentado pelo CC. 
Em 26 de junho de 1376 Portugal criou a “Lei das Sesmarias’ pelo Rei D. Fernando, o formoso, as 
terras que não fossem cultivadas por negligencia elas seriam tomadas pela realeza que as passariam 
para pessoas que a cultivassem – muito parecido com o nosso CC de hoje em dia, a desapropriação. 
O imperador napoleão invadiu Portugal, pois queria que Portugal se desvinculasse dos ingleses, como 
não fizeram isso ele invadiu, e para que o rei de Portugal não fosse morto ele fugiu para o Brasil, 
sendo assim, transformou o brasil em reino unido. Toda a legislação do brasil era portuguesa, sendo 
assim, a lei das sesmarias foi aplicada no Brasil, as pessoas recebiam uma terra provisoriamente da 
coroa para que fosse explorada e divididas, depois de certo tempo explorando receberiam o título de 
proprietário da terra. Mas em razão da falta de ferramentas e da grande área as terras retornavam para 
o poder da coroa, pois não conseguiam cumprir o que a lei mandava. Depois que houve a proclamação 
da república essas terras passaram a pertencer a república, nos termos de hoje em dia, pertencem a 
união – terras da uniãonão pode sofrer usucapião. As terras tiveram que ser devolvidas a união, 
chamadas de terras devolutas, a união recupera as terras atrás da ação discriminatória, descrever a 
terra e registrar a terra no nome da união – Lei nº 6383/76. 
Antes da republica se aplicava as leis portuguesas, chamava-se ordenações do reino – houve as 
ordenações manuelinas (aplicadas pelo rei Manuel); afonsirias (aplicada pelo rei afonso) e filipinas 
(aplicada por rei Felipe – durou por cerca de 300 anos, até 1603). Depois da republica não se podia 
mais obedecer as leis portuguesas, sendo assim, D. Pedro tornou as leis portuguesas em brasileiras, e 
continuo sendo seguida as mesmas normas. Essas legislações já previam a enfiteuse e contrato de 
arrendamento (previstos até hoje). 
A medida que o Brasil foi criando sua própria legislação houve um momento de vacatio legis para 
que houvesse a adaptação das novas leis. 
O CC brasileiro além de manter a mesma estrutura das ordenações, manteve a enfiteuse e previa as 
ações agrarias. Em 1922 um professor da universidade Bolonha na italiana chamado Giangastone 
Bolla começou a observar o direito agrário e criou a “rivista di diritto agrario” e começou a publicar 
artigos na Itália sobre o assunto, assim foi se consolidando o conceito de função social da propriedade, 
esse conceito não nasceu ali, ele registrou e desenvolveu isso. Esse conceito começou com a 
revolução mexicana em 1917, Pancho Villa foi o líder da revolução, a propriedade era retirada dos 
grandes latifundiários e era entregue a uma cooperativa que ficava com a obrigação de produzir 
DIREITO AGRARIO 
 
 
(diferente do Brasil que era entrega a pessoas). Em seguida 1919 houve a constituição de Weinear 
na Alemanha, como consequência do termino da primeira guerra começou a se delinear a função 
social da propriedade que se expressava da seguinte maneira: “la proprietí oblige” a propriedade 
obriga. Com os estudos do professor Bolla a estrutura que veio da revolução francesa que considerava 
a propriedade como “jus utendi”, “jus fruendi” e “jus abitendi”, essa visão fio sendo abandonada e 
criou-se o conceito de “res frugifera” coisa que deve produzir frutos. 
No Brasil em 1941 foi editado o estatuto da lavoura canavieira, decreto lei 3.855/41 – lavoura vem 
do latim “lavor” trabalho, do italiano “lavorar” trabalhar, pra gente significa plantação. Esse estatuto 
referia-se aos contratos de arrendamentos, parcerias e contratos típicos de trabalho (desvinculou agora 
é direito trabalhista). Foi muito importante na época, mas hoje esta revogado. 
Em 1963 houve a Lei nº 4.214 que é o estatuto do trabalhador rural – o trabalho rural não tinha os 
mesmos direitos do trabalho urbano e essa lei foi tratar desse assunto, foi um progresso na atividade 
rural, hoje é revogado pela Lei nº 5.889 de 08 de junho de 1973 que traçou normas novas mas 
principalmente mandou aplicar as regras da CLT no trabalho rural, passou a ser os mesmos direitos, 
essa lei está em vigor até hoje. 
Em 1960 um professor chamado Fernando Pereira Sodero começou a fazer estudos sistematizados do 
direito agrário a partir das pesquisas do professor Bolla – mas antes dele tivesses um parlamentar 
gaúcho chamado Joaquim Luiz Osorio que em 1914 criou o primeiro ante projeto de código rural 
brasileiro, não foi aprovado. Em 1937 ele escreveu uma doutrina chamado direito rural, obra reeditada 
em 1948. 
Em 1953 o jurista paulista advogado chamado Francisco Malta Cardoso escreveu uma obra chamada 
tratado de direito rural brasileiro (3 volumes). Foram tentativas de se desenvolver o direito agrário, 
mas era puro direito civil, em razão disso em 1960 começou os estudos e observou que o direito 
agrário tinha sujeito próprios diferente do direito civil e por isso deveria ser tratado como um direito 
autônomo, a grande diferença do direito agrário é uma área de grande risco em razão da natureza 
imprevisível, por lidar com seres vivos. No entanto alguns autores como Miguel Reali era contra a 
criação de um direito agrário especifico, mas foi prevalecendo os estudos do professor Sodero. 
Primeira menção do direito agrário como um ramo especifico na constituição brasileira foi em 1934 
se referia a direito rural. Mas na constituição de 1946 não constou, ignorou. Houve a emenda 
constitucional em 10/10/1964 incluiu na constituição de 46 o direito agrário. Em 1967 houve a 
constituição outorgada que previa direito agrário, depois tivemos a emenda constitucional nº 1 de 
17/10/69 que alterou a constituição de 67, e por último houve a constituição atual de 1988. Essas 
ultimas três previam direito agrário ao invés de usar o nome rural. 
Em 30/11/1964 a Lei nº 4.504 - chamada de estatuto da terra acabou se tornando a norma agrarista 
fundamental no Brasil, nela trata tudo, trata dos direitos e obrigações relativas aos bens imóveis, o 
objetivo das autoridades da época era mudar o sistema dominial, os sistemas de propriedade da terra 
eram chamados fundos, por isso proponham uma mudança no sistema fundiário. Tratava dos 
contratos agrários e especialmente as parcerias. Em 06/04/1966 houve uma Lei Federal nº 4. 947 que 
complementou o estatuto no que diz respeito aos contratos agrários, principalmente no seu artigo 13. 
Cada capitulo desse estatuto recebeu um decreto regulamentador para regularizar, o decreto nº 59.566 
de 14/11/66 regulamentou os contratos agrários – nesse decreto consta tudo a arespeito. 
A CF/88 tratou o sob a função social da propriedade – artigo 186, se não cumprir fica passível de 
desapropriação 
DIREITO AGRARIO 
 
 
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo 
critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: 
 I - aproveitamento racional e adequado; 
 II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; 
 III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho; 
 IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores. 
A partir dessa constituição abandonou a visão anterior que privilegiava o domínio da terra e começou 
a privilegiar a produção, trabalho, resultado. Houve a Lei nº 8.171 de 17/01/91 voltada a produção e 
em seguida veio a lei nº 8.629 de 25/02/95, enquanto o estatuto da terra no artigo primeiro privilegia 
o dono, a nova constituição privilegia a produção e essa Lei se refere a reforma agraria em razão da 
importância da produção, trata também da propriedade rural em forma ampla. Em 2002 houve a Lei 
nº 10. 406 do CC brasileiro, que revogou o Código de 1916 que previa e regulava os processos 
agrários, no novo CC não tocou mas no assunto agrário – lei especial sobre direito agrário que tratava 
disso “estatuto da terra”. Seguindo esse entendimento o CC cuidou só da parte civil, não referindo 
ao direito agrário, porem nos artigos 970 e 971 do CC pressupõe a existência da empresa agraria/rural. 
Na américa latina sempre prevaleceu a ideia de justiça social, distribuir propriedade por justiça social 
“a fulano não tem terra”, a reforma agraria se pautou nisso erroneamente. Tem que ter terra quem se 
dispõe a produzir e não por que se senti injustiçado socialmente. Na LINDB no artigo 5º está 
especificado que a "Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às 
exigências do bem comum" – es preocupação social sempre existiu. Mas hoje a propriedade não tem 
mais sentido filosófico, mas sim de produção. 
Direito agrário já é entendido como direito autônomo, com regras próprias, e em razão do acréscimo 
de risco por se tratar da natureza e seres vivos, além do risco empresarial normas, o direito agrário 
prevê uma proteção maior aos que atuam nesse ramo, maior que a do direito civil, o direito civil prevê 
igualdade entre as partes, já no direito agrário é protegido, a tutela dos agentes do direito agrárioé 
maior do que os que atuam no âmbito do direito civil. O direito agrário protege o hipossuficiente, que 
está em pé de desigualdade, qual seja o nível. 
Rural – “rus”, “ruris”, “ruralis” – “rustiam. Rural é mais genérico, significa campo que é um terreno 
distante da cidade, da urbe (urb). Exemplo, um posto de gasolina fora do perímetro urbano é 
considerado rural. Esse posto deve pagar IPTU ou ITR? Deve pagar o IPTU pela sua destinação. Isso 
significa que se houver atividade agraria dentro do perímetro urbano deve-se pagar ITR e não IPTU. 
Agrário – “ager”, “agri”, “agrarius”. Significa terra passível de produção agrícola (agro - campo + 
colo - cultivar). 
Conceito de direito agrário: para adotarem o ramo da autonomia no direito é necessário analisar dois 
aspectos: autonomia formal (inclusão/concentração de normas jurídicas relativas a determinado ramo 
do direito em um só veículo formal, exemplo, código civil, código penal) e substancial (especialização 
do conteúdo das normas e a sua diferença dos demais conteúdos). Então embora a partir da CF/88 o 
direito agrário é considerado autônomo, depois da aprovação do CC atual, não se pode mais falar em 
autonomia formal, pois há normas inclusas nesse CC. 
Não se pode mais falar que o direito agrário é um ramo autônomo do direito, mas também não é CC. 
Podemos afirmar hoje, que o direito agrário é um ramo especial do direito privado. 
 
DIREITO AGRARIO 
 
 
Agrariedade é a vinculação de todas as normas e institutos a produção vegetal e animal. Comprar um 
animal e um objeto, ambos são um contrato de compra e venda previstos no CC, o que diferencia é 
que a compra e venda do animal é qualificado como agrário pelo elemento agrariedade, que é o que 
vincula as atividades do campo como um ciclo biológico = ciclo de vida. E a outra compra é 
comercial. Ciclo produtivo é a interferência humana nesse ciclo biológico que gera produção. A 
agrariedade é exatamente a vinculação da atividade com esse vínculo biológico. Interrompe o ciclo 
biológico para obter o produto que interessa no momento. A atividade agraria é a interferência 
humana no ciclo biológico para otimizar esse ciclo, e obter produtos melhores, mais rápidos, com 
maior quantia e menor preço. 
Direito agrário prevê uma tutela especial aos que praticam a atividade agraria, pois estão sobre um 
duplo risco, o risco comum da atividade empresarial, mais o risco acrescido do ciclo biológico. 
 
Fontes do direito privado 
São aqueles que fazem nascer o determinado direito 
- fonte imediata: leis agrarias e costumes rurais 
- fonte mediata: médio prazo, doutrinas e jurisprudências agrarias 
A principal fonte do direito agrário continua sendo a constituição federal. 
 XXII - é garantido o direito de propriedade; 
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; 
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, 
ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos 
previstos nesta Constituição – pode ser feita desde, que não esteja cumprindo a função social da 
propriedade e o poder público tenha interesse na propriedade. 
A função social da propriedade para que seja cumprida deve seguir cumulativamente: 
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo 
critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: 
I - aproveitamento racional e adequado; 
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; 
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho; 
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores. 
 
Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas 
culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão 
expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer 
indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que 
couber, o disposto no art. 5º - a expropriação é confisco, você não ganha, sendo assim é diferente da 
desapropriação que o proprietário é indenizado. 
DIREITO AGRARIO 
 
 
FONTES CONSTITUCIONAIS 
Constituição Federal: Fixa as linhas mestras, norteadoras do ordenamento jurídico agrário. Fonte é a 
origem das leis. Há fontes imediatas – aquelas que provocam desde logo a validade de regras jurídicas, 
a principal é a constituição federal; e mediatas – mais distantes, como doutrinas e jurisprudências. 
- art. 5º, XXII – garante o direito de propriedade; 
- art. 5º, XXIII – determina que a propriedade deve atender à sua função social; - há quatro requisitos 
para cumprir a função social: produção racional e adequada, proteção ao meio ambiente, respeito a 
legislação trabalhista e que propriedade tenha exploração que beneficia proprietário e trabalhadores 
– esses requisitos devem ser observados cumulativamente. Para que ocorra a desapropriação é 
necessário que o poder público tenha interesse e que não esteja seguindo a sua função social, não 
ocorre a desapropriação de forma automática. 
- art. 5º, XXIV – prevê a desapropriação por interesse social, mediante justa e prévia indenização em 
dinheiro, observados os casos previsto na própria CF; 
Art. 186. Estabelece os requisitos para a observância da função social da terra: 
- produção racional e adequada; - proteção ao meio ambiente e aos recursos naturais; 
- respeito à legislação trabalhista; - exploração que beneficie os proprietários e os trabalhadores. 
Esses requisitos devem ser cumpridos simultaneamente, sob pena de não ser cumprida a função social 
da terra. 
Art. 243: determina a expropriação imediata, sem qualquer indenização, de glebas que contiverem 
culturas ilegais de plantas psicotrópicas. Essas glebas servirão ao assentamento de colonos, para 
cultivo de alimentos e medicamentos – se for plantação ilegal poderá de expropriada (confiscada) 
sem qualquer indenização (diferente da desapropriação onde o proprietário é indenizado) – deve se 
observar a cultura. Essa terra expropriada é dirigida aos sem-terra. 
Art. 126: prevê a existência de juízes com competência exclusiva para questões agrárias e, se 
necessário, comparecer no local do litígio – significa dizer que o artigo se refere aos casos que houver 
litigio por terra (invasões e etc.) 
Art.184: desapropriação por interesse social para a reforma agrária – Indenização em TDAs – 20 anos 
– TDAs é títulos da dívida agrária, papéis emitidos pelo governo prometendo te pagar até 20 anos, 
quanto maior o valor mais tempo demora. Benfeitorias no âmbito rural é uma casa da sede, um rural, 
um prédio de maquinas, depósitos, mais não só isso, no trato na terra, por exemplo, a curva de nível, 
cercas, sistema de água, protegem a terra então é benfeitorias que devem ter indenização em dinheiro 
e de forma prévia, o que não for benfeitoria será indenizado por TDAs. 
Art. 185: Insuscetíveis de desapropriação para a reforma agrária: pequena e média propriedade se o 
proprietário não tiver outra; e propriedade produtiva – não permite desapropriação 
Art.189: títulos de domínio da reforma agrária – inegociáveis por 10 anos. 
Art.190: limitação à aquisição de propriedade rural por estrangeiros – pessoa jurídica estrangeira 
desde que tenha objetivo estatuário com sentido de exploração da terra pode adquirir. Se tratar de 
área de segurança nacional não basta autorização do INCA, de 3 até 50 precisa da autorização da 
secretaria geral de defesa nacional também. Lei 5709 de 1971, artigo 12, impõe uma restrição na área 
DIREITO AGRARIO 
 
 
total do município em que as pessoas jurídicas podem ter terras em cada um dos municípios, limita a 
¼ (25%) da superfície do município, é o máximo que pode ser pertencente ao estrangeiro. Tem outrarestrição dessa lei, até 40% desse ¼ pode ser adquirido por estrangeiros da mesma nacionalidade. 
Também prevê situações que não precisam observar essas regras, como áreas inferiores a 3 módulos 
não necessita seguir esses requisitos ou ter filho brasileiro ou ser casado com brasileiro em regime de 
comunhão parcial de bens. A aquisição de imóveis rurais que violem essa lei é nula, deverá restituir 
o que recebeu do adquirente e deverá ser responsabilizado criminalmente. Essas restrições não se 
aplicam aos portugueses que venham ter terras no brasil, e não se aplica aos brasileiros que venham 
a ter terras em Portugal – princípio da reciprocidade. 
Art. 191: usucapião constitucional ou pro labore – exige uma posse de 5 anos ininterruptos – devem 
abranger área não superior a 50 há 
Sistema tributário: 
art. 153 CF - Compete à União instituir impostos sobre: VI propriedade territorial rural; - será 
progressivo, quanto mais produtiva a propriedade menor o imposto quando menos produtiva maior o 
imposto, esse imposto não incide sobre pequenas glebas rurais (não imunes pois está disposto na 
própria constituição). 
Art. 20. São bens da União: antigamente quem possuía o solo era dono do subsolo e da parte aérea, 
com o progresso a legislação teve que mudar. Hoje todo o espaço aéreo e subsolo pertencem a união, 
isso traz algumas restrições, se quiser explorar subsolo precisa de uma outorga, permissão para isso, 
pois pertence a união. 
Fontes infraconstitucionais – como lei base do direito agrário o estatuto da terra, Lei 4504 de 30 de 
novembro de 1964, naquela época em que foi editado significou um verdadeiro código rural, tinha 
objetivo de tratar em primeiro lugar das propriedades rurais em sentido da reforma agraria, entendia-
se que era necessário uma reforma agraria para que houve progresso na produção, retirar as terras dos 
proprietários que não produziam e dar aquelas que produzem. Agora o primeiro requisito é produção 
racional e adequada, deixou de lado a questão de quem é proprietário e se voltou a produção, temos 
uma visão mais voltada a produção agraria. E hoje esse estatuto já foi modifico e atualizado por outras 
legislações. A lei do estatuto da terra foi complementada por outra lei em 1966 que criou regras 
complementares ao estatuto da terra. 
Lei 8171 de 17 de janeiro de 1991, após a constituição de 81, dispõe sobre a política agrícola, conjunto 
de normas que incentiva a produção 
Lei 8629 de 25 de fevereiro de 1993 regulamentou e disciplinou condições da reforma agraria 
Decreto 59.566 de14 de novembro de 1966 – regulamenta a parte referente aos contratos do estatuto 
da terra - Contratos agrários. 
Código civil é também uma legislação agraria margeante infraconstitucional – é utilizado 
principalmente nos contratos no que diz respeito as pessoas e negócios jurídicos. Todas os contatos 
agrários são regulados pelas normas dos contratos do direito civil (ser maior, ter representante e etc) 
 
CONCEITOS E DEFINIÇÕES ESPECÍFICAS DO DIREITO AGRÁRIO 
a) imóvel rural: conceito Lei 8629/93 art. 4 I - Imóvel Rural - o prédio rústico de área contínua, 
qualquer que seja a sua localização, que se destine ou possa se destinar à exploração agrícola, 
DIREITO AGRARIO 
 
 
pecuária, extrativa vegetal, florestal ou agroindustrial; - termo rústico no sentido jurídico se refere a 
rural. Ponto principal desse conceito é que o imóvel que importa para o direito agrário é aquele 
voltado para produção, diante disso, pode verificar que imóvel rural não é só aquele localizado fora 
do perímetro urbano independentemente da atividade que seja exercida nele. 
Inicialmente considerava-se o imóvel rural com base na teoria da localização, já que o Cód. Tributário 
nacional previa a incidência do ITR, sobre os imóveis situados fora da zona urbana do município (lei 
5.172/66, art. 29). 
No entanto, o decreto Lei nº 57/66, recepcionado pela CF de 1988 e reconhecido como lei 
complementar, adotou a teoria da destinação ou seja, levando em conta sua finalidade. 
Isso significa que constituem imóveis rurais todos aqueles situados fora da zona urbana do município, 
desde que neles se pratiquem atividades agrícolas, pecuária, extrativa vegetal, florestal ou 
agroindustrial. 
No mesmo sentido são imóveis rurais os localizados na área urbana, desde que, comprovadamente, 
neles se pratiquem essas mesmas atividades. 
Em consequência, consideram-se urbanos os imóveis situados no perímetro urbano que não sejam 
explorados para fins agrários, mas também aqueles localizados fora do perímetro urbano que não 
tenham dimensões suficientes para ser rurais e ou sejam explorados para fins urbanos como 
residência, sitio de recreio ou atividades comerciais. 
Assim o ITR incide não só sobre os imóveis situados na zona rural, como também, os situados no 
perímetro urbano desde que nos dois casos, sejam explorados com atividades agrarias. 
No mesmo sentido, incidirá o IPTU sobre os imóveis urbanos e ainda, sobre os imóveis situados fora 
do perímetro urbano que sejam utilizados para fins urbanos. 
b) Tamanho da propriedade rural: pequena, média e grande 
o art. 4 da lei 8.629/93 classifica o imóvel rural, quanto ao seu tamanho em três pios a saber: 
I – pequena propriedade: imóvel rural de área comprometida entre 1 a 4 módulos fiscais 
II – média propriedade: imóvel rural de área superior a 4 e até 15 módulos fiscais 
III – grande propriedade: imóvel rural de área superior a 15 módulos discais 
Nos termos do artigo 50, §3º do E.T, classificam-se as propriedades em pequenas, medias e grandes, 
apurando-se o número (quantidade) de módulos fiscais que contém cada uma delas, mediante a 
divisão da área aproveitável do imóvel pelo modulo fiscal do município. 
Diz o § 3º do art. 50 do E.T: “o número de módulos fiscais de um imóvel rural será obtido dividindo-
se sua área aproveitável total pelo módulo fiscal do município”. 
A área aproveitável exclui as APPs, a reserva legal, área de sede, construções, instalações, morros, 
encostas e todas as demais áreas em que não se possam praticar atividades agrarias, inclusive áreas 
sob exploração mineral (art. 10 da Lei 8.629/93). 
No entanto, o STF não acolhe esse entendimento, em razão de não haver preceito constitucional ou 
legal que permita a exclusão da área não aproveitável do imóvel rural para classifica-lo como 
pequena, média ou grande propriedade. 
DIREITO AGRARIO 
 
 
Isso porque, segundo o entendimento da suprema corte o art. 50 e seus parágrafos do Estatuto da 
Terra destinam-se á finalidade única de calcular o ITR – imposto territorial rural, constituindo 
instituto dirigido ao direito tributário (embora previsto no E.T), impossível de ser enxertado no direito 
agrário para outras finalidades. 
Ou seja, no entendimento do STF, a área que deve servir de base para o calculo do número de módulos 
fiscais do imóvel rural é sua área total (incluindo as áreas não aproveitáveis) e não apenas a área 
aproveitável. 
A diferença é relevante pois, o art. 185 da CF dispõe que: 
São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária: 
I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua 
outra; 
II - a propriedade produtiva. 
 
No mesmo sentido o art. 4º parágrafo único da Lei 8.629/93 que, entretanto, não menciona a 
propriedade produtiva. 
 
Partindo-se da área total do imóvel sem considerar as áreas não aproveitáveis, sua classificação como 
pequena ou média propriedade será mais difícil e por consequência, mais provável seu 
enquadramento na classificação que permite a desapropriação para fim de reforma agrária. 
A doutrina condena a posição do STF ao argumento de que é inconcebível mudar os conceitos de 
institutos jurídicos em razão de sua destinação. 
Se há um conceito jurídico de pequena, média e grande propriedade rural, o mesmo deve valer para 
qualquer finalidade, principalmente dianteda omissão da lei em criar outros conceitos. 
Há também consideração de ordem prática, se a classificação da área rural é feita em função de seu 
tamanho e, não de sua área aproveitável isso leva a conclusão de que se deve admitir a exploração do 
imóvel em sua totalidade pelos futuros assentados, incluindo as áreas de reserva legal e de preservação 
permanente. 
 
c) Propriedade familiar 
 
O inciso II do art. 4º do E.T define a propriedade familiar como: 
"Propriedade Familiar", o imóvel rural que, direta e pessoalmente explorado pelo agricultor e sua 
família, lhes absorva toda a força de trabalho, garantindo-lhes a subsistência e o progresso social e 
econômico, com área máxima fixada para cada região e tipo de exploração, e eventualmente trabalho 
com a ajuda de terceiros;” 
 
A propriedade familiar tem o tamanho mínimo de 1 módulo rural que é a área mínima suficiente para 
que uma família possa viver e progredir com sua exploração, calculada de acordo cada região do pais 
e com seu tipo de exploração. 
 
Se essa propriedade for menor que um módulo rural caracteriza minifúndio. 
 
DIREITO AGRARIO 
 
 
Se for maior que um módulo rural não significa necessariamente que seja um latifúndio, podendo ser 
classificada como pequena ou média propriedade ou, até mesmo, empresa rural, já que qualquer uma 
dessas propriedade pode possuir mais de um módulo rural. 
 
Embora o E.T não fixe o tamanho máximo de terras para a caracterização da propriedade familiar, a 
legislação que estabelece as diretrizes da politica nacional da Agricultura familiar considera agricultor 
familiar quem pratica atividade no meio rural e não detenha a qualquer título, área maior do que 4 
módulos fiscais – Lei 11.326/2006, art. 3º, inciso I. 
 
Pode-se entender, pois que a propriedade familiar deve ter o tamanho compreendido entre 1 módulo 
rural e 4 módulos fiscais. 
 
No entanto o E.T no art. 4º, inciso II, considera a propriedade familiar como o imóvel que possua 
área suficiente para sustentar o agricultor e sua família, ao passo em que o inciso III desse mesmo 
dispositivo estabelece ser o módulo rural “a área fixada nos termos do inciso anterior”, vale dizer, 
nos termos do inciso II. 
 
Ou seja, para o E.T a propriedade familiar corresponde a 1 módulo rural, mas a Lei 11.326/2006 em 
seu art. 3º, inciso I, considera agricultor familiar quem detenha área de até 4 módulos fiscais, o que 
pode ser muito maior que um módulo rural, o que evidencia a insuficiência do conceito de módulo 
rural para caracterizar a propriedade familiar. 
 
d) Módulo Rural 
 
Módulo rural é uma unidade de medida, expressa em hectares que busca exprimir a interdependência 
entre a dimensão, a situação geográfica dos imóveis rurais e a forma e condições de seu 
aproveitamento econômico. 
 
O módulo rural equivale à área mínima necessária ao aproveitamento econômico do imóvel rural para 
o sustento familiar. 
 
Sua finalidade é evitar a existência de glebas cujo tamanho não seja suficiente para propiciar o 
progresso econômico e social do agricultor, evitando a fragmentação dos imóveis rurais e a 
constituição de minifúndios. 
 
É a área mínima que permite a abertura de matrícula de imóvel rural no registro de imóveis, não se 
admitindo o registro de áreas de minifúndios. 
 
O módulo rural mínimo corresponde ao módulo de exploração hortigranjeira da zona de módulo 
(ZTM) aa que o município pertencer. 
 
Ao ser parcelado o imóvel rural, a área remanescente não poderá ser inferior a fração mínima de 
parcelamento (FMP). 
 
O modulo rural varia de tamanho em razão da localização do imóvel, do tipo de exploração 
predominante nele existente e das condições de aproveitamento econômico (art. 11 do decreto 
55.891/65). 
DIREITO AGRARIO 
 
 
 
Segundo classificação do INCRA, o imóvel rural pode ser de exploração hortigranjeira, de cultura 
permanente, de cultura temporária de exploração pecuária, de exploração florestal e de exploração 
indefinida. 
 
Por consequência há os seguintes tipos de módulos: 
- módulo de exploração hortigranjeira 
- módulo de lavoura permanente 
- módulo de lavoura temporária 
- módulo de exploração pecuária de médio e grande porte (a exploração pecuária de pequeno porte é 
considerada exploração hortigranjeira) 
- módulo de exploração florestal 
 
O INCRA estabelece zonas típicas de módulo (ZTM) nas quais se enquadram os vários municípios 
do país. Para apuração do módulo rural, verifica-se a qual das zonas típicas de módulo o município 
pertence e apurado isso, busca-se o número de hectares previstos naquela ZTM para a exploração 
hortigranjeira. 
 
As funções do módulo rural são as seguintes: 
- determinação da fração mínima de parcelamento 
- enquadramento sindical do proprietário, com base no número de módulos rurais da propriedade 
- limitação da aquisição do imóvel rural por estrangeiro, pessoa física ou jurídica (nesse caso, o 
módulo é de exploração indefinida, previsto nas ZTMs.) 
- definição dos beneficiários do banco da terra e do programa nacional de credito fundiário (PNCF) 
- parâmetro bancário de área penhorável 
 
Há outras medidas agrarias para o dimensionamento das áreas dos imóveis rurais, o que acaba 
reduzindo a importância do módulo rural e, inclusive promovendo confusão na identificação e na 
aplicação de um ou outros desses institutos. 
 
e) Módulo Fiscal 
 
Uma outra medida para o dimensionamento das áreas rurais é o módulo fiscal que, para parte da 
doutrina, substituiu o módulo rural, entendimento esse que decorre do disposto no art. 22 do decreto 
84.685/80, que regulamenta o imposto sobre propriedade territorial rural (ITR). 
No entanto, módulo rural e módulo fiscal, embora sejam correlatos no que se refere a fixação da área 
em hectares, possuem finalidades diversas: 
 
a) O módulo rural é calculado para cada imóvel rural em separado e sua área reflete o tipo de exploração 
predominante, segundo a região onde se localiza 
b) O módulo fiscal é estabelecido para cada município e procura refletir a área mediata dos módulos 
rurais dos imóveis rurais do município. 
 
O conceito de módulo fiscal considera os seguintes fatores: 
- tipo de exploração predominante no município 
- renda obtida com a exploração predominante 
DIREITO AGRARIO 
 
 
- outras explorações existentes no município que, embora não predominantes, sejam significativas 
em razão da renda ou da área utilizada 
- conceito de propriedade familiar 
 
As finalidades do módulo fiscal são as seguintes: 
- servir de unidade de medida para a classificação dos imóveis rurais segundo a Lei 8.629/92, ou seja, 
as pequenas, médias e grandes propriedades. 
- servir de parâmetro para as alíquotas de incidência do imposto territorial rural – ITR 
- delimitar os beneficiários do programa nacional de fortalecimento da agricultura familiar - PRONAF 
- estabelecer os critérios de resgate da dívida agraria pagos como indenização das desapropriações 
por interesse social. 
- Lei 8.629, art. 5, § 3º. 
- constituir a base de cálculo para a contribuição do serviço nacional de aprendizagem rural – SENAR 
 
O número de módulos fiscais de um imóvel rural é obtido dividindo-se sua área aproveitável total 
pelo módulo fiscal do município. 
 
Considera-se área aproveitável (ou útil) de um imóvel rural a que for passível de exploração agrícola, 
pecuária ou florestal. 
 
Não se considera aproveitável (art. 5º e 6º do decreto 84.685/80) 
- área ocupada por benfeitorias 
- área ocupada por floresta ou mata de efetiva preservação permanente ou florestada com essências 
nativas 
- área comprovadamente imprestável para qualquer exploração agrícola, pecuniária ou florestal. 
 
Conceito de Latifúndio e minifúndio - a legislação continua se referindo a isso e a doutrina também, 
mesmo que a CF não se refira mais, utiliza agora o conceito de pequena, média e grande propriedade. 
 
Latifúndio– “fundo grande” são as propriedades com as suas agrícolas. No sentido comum 
corresponde a uma extensão de terras não exploradas ou minimamente exploradas, para o direito 
agrário o latifúndio é o imóvel rural que tem área igual ou superior ao modulo rural e que é mantido 
inexplorado ou minimamente explorado, ou seja, não cumpre sua função social. Art. 4º, V, estatuto 
da terra - "Latifúndio", o imóvel rural que: 
a) exceda a dimensão máxima fixada na forma do artigo 46, § 1°, alínea b, desta Lei, tendo-se em 
vista as condições ecológicas, sistemas agrícolas regionais e o fim a que se destine; 
b) não excedendo o limite referido na alínea anterior, e tendo área igual ou superior à dimensão do 
módulo de propriedade rural, seja mantido inexplorado em relação às possibilidades físicas, 
econômicas e sociais do meio, com fins especulativos, ou seja, deficiente ou inadequadamente 
explorado, de modo a vedar-lhe a inclusão no conceito de empresa rural; 
 
Art. 22 DECRETO Nº 84.685 - Para efeito do disposto no art. 4º incisos IV e V, e no art. 46, § 1º, 
alínea "b", da Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964, considera-se: 
I - Minifúndio, o imóvel rural com dimensão inferior a um módulo fiscal, calculado na forma do art. 
5º; 
II - Latifúndio, o imóvel rural que: 
a) exceda a seiscentas vezes o módulo fiscal calculado na forma do art. 5º; 
DIREITO AGRARIO 
 
 
b) não excedendo o limite referido no inciso anterior e tendo dimensão igual ou superior a um módulo 
fiscal, seja mantido inexplorado em relação às possibilidades físicas, econômicas e sociais do meio, 
com fins especulativos, ou seja, deficiente ou inadequadamente explorado, de modo a vedar-lhe a 
inclusão no conceito de empresa rural; 
 
Minifúndio – inferior ao módulo rural, não pode existir embora exista ainda, comparado a pequena 
propriedade. 
 Art. 20 – estatuto da terra. As desapropriações a serem realizadas pelo Poder Público, nas áreas 
prioritárias, recairão sobre: 
I - os minifúndios e latifúndios; - permite desapropriação por não ter condições mínimas para cumprir 
a função social, mas o artigo 185 da CF proibi desapropriação de pequena e medias propriedade, 
então embora o minifúndio não seja produtivo, por isso pudesse ser desapropriado, se for produtivo 
não poderá ser desapropriado por conta do artigo 185 e por ser considerado pequena propriedade. 
 
PRINCIPÍOS DO DIREITO AGRÁRIO 
 
Princípios são valores que norteiam a interpretação e aplicação dos institutos do direito agrário. 
São valorações finalísticas, isto é, que tem em conta a finalidade do direito agrário. 
Não são – e não podem ser- estabelecidos aleatoriamente devem ser fundamentados em alicerces 
legais e axiológicos, naquilo que é (ser) e que deve ser (dever ser). 
 
Os princípios básicos do direito agrário vêm expressos na lei, a partir da constituição federal, do 
estatuto da terra, e seu regulamento (decreto 59.566/66) em legislação agrária complementar e no 
código civil. Também decorrem de construção doutrinaria e jurisprudencial. 
 
Nessa matéria, cada autor relaciona uma serie de princípios, muitos dos quais, entretanto, são contidos 
em outros mais amplos, constituindo até subprincípios, de forma que é suficiente abordar os mais 
relevantes que fixam os contornos do direito agrário e que são os seguintes: 
 
1 – monopólio legislativo da união, no que se refere à sua regulamentação (art. 22, I e art. 152 da 
CF). 
 
2 – sobreposição da utilização da terra à titulação dominial. 
3 – a propriedade da terra é garantida, mas condicionada ao cumprimento da sua função social 
(art. 186 da CF, art. 2º, § 1º e arts. 12 e 13 do E.T e art. 9º da Lei 8.629/93). 
A função social da terra é cumprida (art. 186 CF) quando observados, simultaneamente: 
 
a) Aproveitamento racional e adequado 
b) Utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente 
c) Observância das disposições que regulam as relações de trabalho 
d) Exploração que favoreça os benefícios dos proprietários e dos trabalhadores. 
 
Dai extrai-se até como subprincípios: 
 
I. Incremento da produção – (ITR progressivo, art. 153, § 4º, e art. 23, VIII da CF). 
II. Defesa do meio ambiente e dos recursos naturais (art. 23, VI e VII e 225 da CF) 
III. Proteção ao trabalhador e ao empresário rurais (art. 7º da CF, art. 2º, § 3º do E.T e Lei 5.889/73) 
 
4 – prevalência do interesse público sobre o individual 
DIREITO AGRARIO 
 
 
 
5 – combate ao latifúndio, ao minifúndio e à exploração predatória (art. 20, inciso I, do E.T) 
 
6 – proteção à pequena e média propriedades e a propriedade produtiva. 
- CF, art. 153, §4º, inciso II – ITR não incide sobre pequenas glebas rurais, quando as explore o 
proprietário que não possua outro imóvel (imunidade) 
- CF, art. 185, I e II e Lei nº 8.629/93, art. 4º, parágrafo único – são insuscetíveis de desapropriação 
para fins de reforma agrária a pequena e média propriedade rural, desde que seu proprietário não 
possua outro imóvel rural. 
- CF, art. 5º, XXVI e art. 649, inciso VII do CPC e art. 4º, § 2º da Lei 8009/90 – a pequena 
propriedade rural, desde que trabalhada pela família não será objeto de penhora para pagamento 
de débitos decorrentes de sua atividade produtiva. 
7 – fortalecimento de empresa rural e da empresa agrária (art. 4º, inciso IV do E.T, arts. 970 e 
971 do CC). 
8 – proteção ao hipossuficiente (Lei 8.171/91, art. 2º, inciso VI) – sobre contratos agrários. 
- Lei 4.947/66 – art. 13, IV – nos contratos, proibição de renúncia por parte do arrendatário ou do 
parceiro não proprietário de direitos ou vantagens estabelecidas em leis ou regulamentos. 
9 – restrição a liberdade de contratar 
- obrigatoriedade de cláusulas de proteção aos hipossuficientes e para a conservação do meio 
ambiente e dos recursos naturais. Lei 4.947/66 art. 13. 
- limites quanto aos prazos contratuais, porcentagens, alugueis, além de outras exigências, E.T, 
arts. 92 a 96 e decreto 59.566/66, arts. 13 e seguintes. 
10 – restrição ao fracionamento do imóvel rural 
Fração mínima de parcelamento – para fins de transmissão a qualquer título, divisão em partilha 
judicial ou amigável ou divisão de condomínio, nenhum imóvel rural poderá ser desmembrado ou 
dividido em área de tamanho inferior ao módulo rural (módulo fiscal) ou da fração mínima de 
parcelamento do município, prevalecendo o que for menor. Quando o módulo rural do município 
for inferior à fração mínima de parcelamento, o imóvel não poderá ser dividido. 
Sendo possível a divisão, é necessário que a área remanescente permaneça com área superior à 
fração mínima de parcelamento. 
Objetivo é impedir a constituição de minifúndio e parvifúndio 
O próprio STJ já se pronunciou a respeito: “não afronta o estatuto da terra a venda de partes em 
imóveis, que não alcancem o módulo regional, se a alienação é feita para o confrontante, 
inocorrendo assim o surgimento de minifúndio”. (Resp. 265.132/GO, 3ª T, rel. Min. Antônio de 
Pádua Ribeiro, j. 20.09.2004). 
Em caso de extinção de condomínio, se o quinhão de um determinado condomínio for maior que 
o módulo regional poderá ser desmembrado, desde que os quinhões remanescentes dos demais 
condôminos, somados, atinjam área superior ao módulo, permanecendo ales em comunhão. 
DIREITO AGRARIO 
 
 
De outro lado, o art. 2º do Decreto 62.504/1968, prevê casos em que o desmembramento se destine 
a finalidades diversas das rurais, afastando, nesse caso, a incidência do art. 65 do E.T. 
Assim não estão sujeitos á restrição para parcelamento, áreas que se destinem a um dos seguintes 
fins: 
I. Desmembramentos decorrestes de desapropriações por necessidade ou utilidade pública 
II. Desmembramentos de iniciativa particular que visem atender interesses de ordem pública na 
zona rural, tais como: 
 
a) os destinados à instalação de estabelecimentos comerciais: 
- postos de combustíveis, oficinas mecânicas, garagense similares 
- lojas, armazéns, restaurantes, hotéis e similares 
- silos, depósitos e similares 
 
b) os destinados a fins industriais 
- barragens, represas ou açudes 
- oleodutos, aquedutos, estações, elevatórias, estações de tratamento de água, instalações 
produtoras e de transmissão de energia elétrica, instalações transmissoras de rádio, de 
televisão ou similares 
- extração de minerais metálicos ou não e similares 
- instalação de industrias em geral 
 
c) os destinados á instalação de serviços comunitários na zona rural, a saber. 
- portos marítimos, fluviais ou lacustres, aeroportos, estações, ferrovias ou rodoviárias e 
similares. 
- colégios, asilos, educandários, patronatos, centros de educação física e similares 
- postos de saúde, ambulatórios, sanatórios, hospitais, creches ou similares 
- igrejas, templos e capelas de qualquer culto reconhecido, cemitérios ou campos santos 
e similares 
- conventos, mosteiros ou organizações similares de ordens religiosas reconhecidas 
- áreas de recreação pública, cinemas, teatros e similares. 
 
Há ainda uma questão: a viabilidade legal de se desmembrar um imóvel rural, abrindo-se nova 
matrícula, sem que ocorra a transmissão a outra pessoa ou a individuação de condomínio. 
A pergunta: é possível que o proprietário desmembre seu próprio imóvel em várias glebas, mesmo 
que respeite o limite da fração mínima de parcelamento? 
 
O entendimento corrente (que não é unânime) é que tal desmembramento não pode ser feito, por que, 
para tanto, é necessário uma alienação (transmissão) a terceiro. A própria lei dos registros públicos 
(Lei 6.015/72) não contém previsão de desmembramento sem transmissão. O assunto, porém, é 
passível de discussão. 
 
26/05/2020 
 
Princípio da restrição da aquisição de imóvel rural por estrangeiro: embora na CF no art. 5 garanta 
aos estrangeiros a possibilidade de adquirir imóvel no pais há algumas limitações, pois essa aquisição 
pode intervir em aspecto de segurança nacional, há normas infraconstitucionais como a lei 5709 de 
DIREITO AGRARIO 
 
 
1971 e o decreto 74965 de 1974 regulam essa disposição da CF/88. Estrangeiro pessoa física pode 
adquirir área de até 50 módulos rurais em área continua ou descontinua em qualquer ponto no país, 
se for várias propriedades a soma não pode ser superior a 50 módulos rurais. Modulo de exploração 
indefinida é um cálculo específico da área que os estrangeiros podem possuir. Desses 50 módulos até 
3 módulos rurais não há necessidade de licença prévia, mas se a área possui entre 3 a 50 módulos é 
necessário autorização do INCA a não ser que a gleba seja em área de segurança nacional, se for 
precisa da autorização do conselho nacional também. Já estrangeiro pessoa jurídica pode adquirir área 
rural desde que sejam vinculados ao seu objetivo estatutário e sejam aprovados pelo congresso da 
agricultura ou indústria e comercia. As empresas brasileiras mesmo que do seu capital participa 
pessoa estrangeira não precisa de autorização pois são equiparadas a empresas nacionais. O art. 12 da 
deferida lei impõe requisitos: a área total de cada município que pode pertencer não pode ultrapassar 
um ¼ do território do município (25%); pessoas da mesma nacionalidade não podem ser proprietárias 
de mais de 40% desse um ¼ autorizado aos estrangeiros = segurança nacional. São excluídas dessas 
restrições as áreas inferiores a 3 módulos e quando o adquirente estrangeiro tiver filho brasileiro ou 
for casado sob regime de comunhão universal de bens com brasileira. 
Conforme a Lei nº 5709 de 1971 a aquisição de imóveis rurais por estrangeiro que afrontem essas 
disposições legais é nula e o tabelião que realizar escritura e oficial de registro que registrar 
respondem no ponto de vista civil (danos aos contratantes) e penal pelo crime de prevaricação ou 
falsidade ideológica – o alienante é obrigado a restituir o preço pago pelo imóvel – há um caso em 
que não se aplica por conta da convenção de igualdade de direitos e deveres entre brasileiros e 
portugueses essas restrições não se aplicam a portugueses da mesma forma não se aplica aos 
brasileiros que obterem território em Portugal, mas os portugueses precisam de autorização do 
ministério da justiça. 
 
CONCEITO DE DIREITO AGRÁRIO 
O professor Antonio Carozza dividiu grupos: 
Um grupo de autores conceitual o direito agrário com base na noção de agricultura, para eles direito 
agrário seria o direito voltado a agricultura. Agricultura é um termo genérico, amplo, e pré-jurídico, 
não pertence ao campo do direito, é um termo técnico. Corrente majoritária entende que essa 
conceituação é incorreta pois restringe o direito agrário aos vegetais, não se enquadrando aos animais, 
fabricação de produtos, dentre outros. 
Segundo grupo entende direito agrário como base na reforma agraria, pressupõe que para haver 
produção precisa de reformulação fundiária pois entendia que o jeito que se explorava a terra 
anteriormente não permitiria a produção correta e necessária de bens agrários. Pra entender o que 
seria reformulação fundiária precisa-se entender o que é terra, solo e fundo, terra é bem móvel, 
transportável; o solo por sua vez é a superfície da terra na sua configuração natural solo arenoso, 
alagado e etc; e o fundo em termos agrários e a parte delimitada do solo, não se cultiva o fundo. Então 
para o direito agrário não tem sentido relacionar terra a bem imóvel, e sim o fundo, ter uma 
propriedade rural não é mais requisito essencial para cultivo, há cultivos e criações sem terras. 
Conclui-se que como não é mais necessário, no ponto de vista científico, a terra então não faz sentido 
conceituar o direito agrário com base na reforma fundiária da terra. 
Terceiro grupo entendia direito agraria como direito agro alimentar, ou seja, são aqueles que 
entendem que atividade agraria é aquela relativa a agricultura com finalidade a produção e 
DIREITO AGRARIO 
 
 
preservação ambiental – alimentação. Apesar dar críticas que esse conceito recebeu foi recebido na 
união europeia. Mas basta pensar um pouco para perceber que não se produz apenas produtos 
alimentícios para consumo, de maneira que esse conceito eliminaria se fosse aceito no âmbito do 
direito agrário tudo aquilo que não constitui alimento se tornando um conceito errôneo. 
Sobrou então um ultimo grupo que entendia o direito agrário como o direito da empresa agraria, 
conceito de empresa é derivado da economia, pra existir uma empresa é necessário que haja uma 
organização dos meios de produção (capital, mão de obra e matéria prima) utilizados pelo sujeito 
(empresário) realizado através de mecanismos, instrumentos materiais e imateriais chamados de 
estabelecimento, instrumentos de produção a disposição do empresário. Embora as empresas tenham 
todas as estruturas básicas iguais, a empresa agraria é submetida a agrariedade (ciclo biológico). 
Atualmente conclui-se, segundo Carozza, que hoje o direito agrário deve ser entendido como o direito 
da empresa agrária. Empresa agrária é previsto pelo código civil, o mesmo código diz respeito a 
empresa rural também, não limita empresa a atividade jurídica, já que empresa é atividade, então é 
praticada por pessoa jurídica ou natural. 
Empresa para alguns autores é atividade organizada, já para outros empresa é uma própria 
organização independente de capital de trabalho, que produz bens e serviço, para outros ainda é uma 
instituição (abrange o conceito no sentido dinâmico), são inúmeros conceitos sobre empresa agraria, 
no fim se tem a supremacia de que a organização é o mais importante na empresa, sendo assim, 
empresa pressupõe uma atividade organizada. Essa atividade é praticada por um sujeito, o empresário, 
que possui o poder de destinação (não só o agrário tem), pois pode destinar suas atividades pra 
qualquer lado, dependendo do que quer produzir, no caso da agraria é voltado a atividade agrária. 
Essa atividade exercidapressupõe bens necessários para produção de produtos de gênero vegetal ou 
animal, chamados instrumentos da produção que constitui o estabelecimento. Pode praticar essa 
atividade através de pessoa jurídica ou não, ninguém possui atividade, sujeito pratica a atividade, já 
que a empresa é atividade segundo o CC. Estabelecimento sempre foi tido como local, mas na verdade 
são os instrumentos de produto posto em disposição ao empresário para fabricação dos produtos. Uma 
conceituação correta de atividade agraria deve resguardar essas características, atividade, empresário 
e estabelecimento. O que diferencia a empresa agrária das demais é a agrariedade que qualifica a 
atividade, a qualificação da atividade que a empresa pratica. 
O autor Fernando Skaf diz que a empresa agraria é uma atividade organizada profissionalmente, e 
ensina que estabelecimento não é um local e sim um conjunto de bens, mas apesar disso ele erra ao 
se referir em alguns momentos estabelecimento como local. Faltou dizer nesse conceito que essa 
atividade é submetida ao duplo risco, já que a atividade agrária esta subordinada a fatores climáticos, 
lida com seres vivos, além do risco comum de todas as empresas também há esses riscos decorrentes 
ao ciclo biológico. Por erra razão a proteção, tutela do direito agrário, deve ser maior. 
Requisitos da empresa agrária: organicidade – organização da atividade que podem distinguir os 
vários tipos de empresa, essa organização pode existir em vários graus e modalidades diferentes; 
economicidade da produção – atividade agraria é uma atividade produtiva que implica na obtenção 
de bens vegetais ou animais que sejam avaliáveis economicamente, uma questão observada é se essa 
atividade deve gerar bens a sociedade ou que tenha objetivo de lucro, alguns autores entendem que a 
destinação da produção ao mercado é requisito essencial, outros discordam que esse elemento não é 
necessário para caracterizar desse requisito economicidade (entendimento majoritário), o melhor 
entendimento é que superveniência de lucro (ter lucro ou não) não é elemento essencial da empresa, 
basta que os bens produzidos na atividade agrária sejam passíveis de avaliação econômica, a 
DIREITO AGRARIO 
 
 
obrigatoriedade de lucro não existe; profissionalidade – é o que fundamenta a atuação do empresário, 
significa habitualidade não pode ser uma atividade ocasional. 
Elementos da empresa agrária: atividade, empresário e estabelecimento. Atividade é o mais 
importante elemento da empresa, pois é o sinônimo de empresa é qualifica os sujeitos, a pessoa sem 
exercer atividade é neutra, no momento que passa a exercer passa a se qualificar. O sujeito pode ter 
mais de uma atividade, e o que vai qualificá-lo é a sua atividade preponderante. O conceito de 
atividade é – uma séria de atos coordenados em busca de um objetivo específico, no caso da empresa 
agraria é a produção ou produção de bens para mercado ou ato consumo de bens vegetais ou animais, 
essas devem ser as atividades principais. São realizadas por ato inicial de destinação do empresário e 
devem ser profissionalmente organizadas (ex. de atividade principal, agricultura, floricultura, criação 
de gados). Fernando Skaf e outros autores consideram não agrária atividades que não sejam 
destinadas ao consumo, então a criação de animais para laser ou produto estético não se enquadrariam 
em atividade agrária (não é uma consideração bem vista, não é tida como correta, já que a única coisa 
que muda é a destinação). A agricultura e a Pecuária (sentido amplo voltado a produção de animais) 
são as atividades principais. Existe as chamadas atividades agrárias conexas, são atividades de 
transformação, alienação e venda de produtos da atividade agrária, não deixam de ser agrárias pois 
são vinculadas a produção principal (ex. produz queijo do leite que extrai das vacas), não são 
atividades de produção como acontece na agricultura e a pecuária, mas são de conexão. Essa conexão 
deve ser analisada sob dois aspectos, a chamada conexão subjetiva (sujeito) significa que quem 
desenvolve a atividade conexa é o mesmo que desenvolve a principal, se quem vende o produto 
agrário final não é quem produziu sua atividade será meramente comercial e não agrária; e a conexão 
objetiva tem que haver uma conexão econômica de fato entre o produto principal e o conexo, discuta-
se se o local onde se produz o principal e mesmo onde se produz o conexo. Alguns autores como 
Fernando Skaf, discutem isso que para ser atividade conexa tem que ser atividade normal dentro do 
estabelecimento agrário, ou seja, produz leite em manteiga ou queijo é normal, mas transformar trigo 
em bolo ou biscoito não seria normal, então em relação a esses autores a avaliação se a atividade é 
conexa deve ser feita caso a caso. Há também as atividades acessórias, que em princípio não seriam 
agrárias mas servem de suporte, sustentam ás atividades principais, exemplo seleção de sementes, 
conservação de estradas dentro do imóvel rural, construção de benfeitorias. E por último há a 
atividade extrativa (vegetal ou animal), vários autores consideram essa atividade como acessória 
outros entendem como principal, o estatuto da terra no art. 4, coloca essa atividade ao lado das demais 
atividades passiveis de serem desenvolvidas no imóvel rural, mas se for aceita a teoria biológica da 
agrariedade não se pode considerar como atividade agrária, já que a atividade humana agrária 
significa a interferência do homem para otimizar esse ciclo biológico, objetivando bens melhores, 
rápidos e baratos, essa interferência humana significa atividade agrária, mas a extração seria mero 
extrativismos, não há interferência no cultivo, na produção. 
 
Continuação dos elementos da empresa agrária. 
O segundo dos elementos da empresa agrária é o empresário agrário. A empresa que é uma atividade 
promove a transferência da destinação econômica da coisa, essa destinação econômica feita pelo 
empresário era vinculado a propriedade e seus atos fruição, se baseava no direito de propriedade, mas 
no âmbito de direito de empresa se cuida da questão produtiva do bem, esse direito que o empresário 
tinha acaba ultrapassando esse vinculo dominial, então a iniciativa de produção pode ser realizada 
sem que seja o proprietário, essa iniciativa deve ser realizada profissionalmente. O empresário que 
escolhe a destinação dos bens e coloca esses bens para produzir, mas não basta que o sujeito seja 
DIREITO AGRARIO 
 
 
proprietário desses bens ele deve destinar a produção de forma profissional, continuada e organizada 
em busca da sua função social para ser considerado empresário agrário. 
Não é necessário que o empresário seja proprietário, ele pode fazer isso através dos contratos agrários, 
essa figura do empresário possui três elementos: a) econômico - exercício de atividade econômica; 
b) organização - sua atividade deve ser organizada que abrange os capitais de produção; c) 
habitualidade. Esses bens chamados de instrumentos de produção que são colocados a disposição do 
proprietário em razão do poder de propriedade, mas hoje em dia não se baseia mais nisso, pois há os 
contratos agrários. O empresário é condição para a existência da empresa. quem pode ser empresário? 
Pessoa física (natural), jurídica, um conjunto familiar, pode ser o próprio estado através de autarquia 
ou empresas estatais de economia mista, cooperativas ou grupo de empresas atuando com empresário 
– mas é necessário que os atos feitos pela empresa sejam no seu nome, pois assim o resultado do 
processo produtivo recai sobre seu nome, do titular. 
É necessário que essa atividade primaria de produção seja destinada ao consumo direto ou indireto 
do homem, e seja exercida de forma continuada com profissionalidade. Não é necessário que exerce 
a atividade com exclusividade, pode ser empresário agrário e também ter outra profissão como 
advogado, de forma simultânea. 
 
O terceiroelemento da empresa agrária é o estabelecimento agrário. Popularmente se refere ao 
estabelecimento como local, mas hoje na teoria da empresa específica no CC estabelecimento 
significa uma universalidade de fatos, é a projeção patrimonial da empresa, uma congregação de uma 
sério de instrumentos materiais e imateriais adequadamente organizados que permitem ao empresário 
a realização da sua atividade produtiva. E a existência do estabelecimento é fundamental para a 
empresa, pois viabilizam a atividade da empresa. São bens que integram o estabelecimento agrário, 
tanto materiais como imateriais, exemplos de material: trator, carroça, semente, adubo, a própria terra 
destinada a produção (fundo rústico) – sempre teve uma proeminência sobre os demais bens, mas não 
é mais um elemento/fonte fundamental já que hoje em dia há formas de se cultivar sem fundo rústico, 
artificialmente, através de matrizes alternativas; a terra por tanto, é apenas um dos elementos do 
estabelecimento agrário. Exemplos de imaterial seria a tecnologia, ou a marca registrada, uma lista 
de relação de fornecedores/clientes, dentre outros. Estabelecimento, por tanto, não é mais considerado 
local e sim conjunto de bens que o empresário utiliza para sua atividade. 
 
Contratos agrários 
A legislação básica que rege os contratos agrários no Brasil hoje é o chamado estatuto da terra, o 
artigo 95 trata dos contratos agrários e 96 das parcerias que podem ser agrícolas, pecuários, 
agroindustrial, extrativa ou mista. O contrato de arrendamento rural no fundo é uma locação, e 
parcerias se assemelham a sociedade. Contrato agrário se refere ao uso temporário da terra (se não 
for temporário é proprietário) essa terra não pertence. A Lei nº 4947/66, artigo 13, veio depois do 
estatuto da terra, a complemento. O decreto nº 59566 de 1966 também é muito importante. O Código 
civil também trata sobre direito agrário, já que impõe regras aos contratos de forma geral, tais 
requisitos recaem sobre os contratos agrários, como acordo de vontades (maioridade, capacidade) e 
objeto (lícito, juridicamente possível, determinável). Em qualquer contrato agrário há cláusulas 
irrevogáveis, tais como a proteção do hipossuficiente. 
 
 
Estatuto da terra trata os contratos no capítulo de uso ou posse temporária da terra (se fosse definitiva 
estria tratando da propriedade da terra, mas aqui se trata de contrato). Trata sobre arrendamento rural 
(locação da terra) arrendatário equivale ao locatário, que paga uma quantia por mês ao arrendador e 
DIREITO AGRARIO 
 
 
toca sua atividade sem interferência, os riscos é do arrendatário; parcerias que são agrícolas, pecuária, 
agro industrias, extrativa ou mista, equivalem a uma sociedade, um entra com a terra, outro com 
trabalho, outro com maquinário, os riscos são divididos, as partes são os parceiros outorgante e 
outorgados. O Decreto n. 59.566/66 prevê a existência de outros contratos além desses, além de 
cláusulas irrevogáveis, prazos fixados em lei – ao contrário do contrato civil que determinam o que 
querem o legislador define muito coisa no contrato agrário. 
A doutrina defendia duas correntes: 1 só era contrato o arrendamento e parceiras e 2 haveria os 
chamados contratos nominados ou típicos que era os arrendamentos e parceiras e inominados ou 
atípicos que é todos os demais possíveis contratos do âmbito agrário. Hoje já se entende de forma 
quase unanime que há contratos típicos - parceiras e arrendamentos - e atípicos. 
O contrato típico ou nominados possuem um nome jurídico, ou seja, estão previstos em lei, são 
regulados em lei, disciplinado pelo direito positivo; já os atípicos ou inominados não são previstos 
em lei, apesar de serem válidos não possuem uma regularização. Não basta que o contrato tenha nome 
para ser nominado, é necessário que seja regularizado por lei. A premissa básica é que a denominação 
não compete só ao direito agrário, se não só seria contrato agrário os previstos na legislação agrária, 
então se qualquer das normas do ordenamento jurídico reconhece o contrato, lhe dá nome e o 
regulamenta ele é considerado contrato típico/nominado. O contrato típico no direito agrário é aquele 
que possui a característica da atividade agraria, ou seja, a agrariedade (ex. comprar um bezerro é 
contrato agrário típico, mas comprar uma mercadoria qualquer não). 
Para construir uma empresa é necessário atividades organizadas de produção, mas antes disso o 
empresário realiza atividades destinadas ao início, começo da empresa – então há duas situações a 
respeito de contrato agrários: contratos utilizados para constituição da empresa e contratos destinados 
ao seu exercício. Os para constituição da empresa são atos de organização da empresa agrária (ex. 
contrato de compra e vende de terra) enquanto os de exercício da empresa são contratos da 
organização da empresa agrária = são tipificados pela agrariedade. 
 
A constituição federal estabelece proteção as pequenas propriedades rurais, desde que a produção 
seja para a própria família, tutela a propriedade familiar. Propriedade familiar é exercida em terra 
própria e quando a terra é alheia está se falando de agricultura familiar. Os contratos agrários têm a 
obrigação de proteger essas pessoas no caso de serem hipossuficientes. 
Vale destacar que o artigo 92 do Estatuto da Terra diz que se o proprietário resolver vender área 
arrendada ou parceirada o parceiro, se o imóvel for vendido o arrendatário e o parceiro tem 
preferência sobre demais compradores, devem ser avisados para que exercem seu direito de 
preferência, se o proprietário não notifica-los esses parceiros ou arrendatários, uma vez que o imóvel 
tenha sido vendido, podem depositar o valor do deposito até seis meses da data do registro e obter 
para si a terra. Então o risco é do adquirente de perder a terra para os que possuem o direito de 
preferência. O proprietário não pode exigir do arrendatário ou parceiro nenhum serviço gratuito, nem 
preferência da colheita ou obrigatoriedade da produção. 
O artigo 95, inciso II, presume feito o prazo mínimo de 3 anos o arrendamento de tempo 
indeterminado – o Supremo já entendeu que 3 anos é o prazo mínimo para qualquer contrato agrário, 
seja por tempo determinado ou não. Todo prazo de arrendamento e parceira vão sempre terminar 
depois de encerrada a colheita (inclui animais), independente de data estabelecida. Por conta disso o 
arrendatário e parceiro para iniciar qualquer cultura cujo frutos não possam ser colhidos dentro do 
prazo determinado no contrato devem ajustar com o proprietário da terra como será a remuneração 
pelo prazo que ultrapassar o vencimento do contrato. 
Em igualdade de condição com estranhos, o arrendatário ou parceiro tem preferência para renovação 
do contrato – o proprietário deve notificar até seis meses antes do vencimento do contrato (prazo de 
DIREITO AGRARIO 
 
 
decadência), informando se tem outras propostas ou não; caso não notificados esse contrato 
considera-se automaticamente renovado, exceto de o arrendatário ou parceiro até 30 dias seguintes 
decida não renovar. Esse direito não valerá se o proprietário até seis meses antes notificá-los 
informando sua intenção de retomar o imóvel para explorá-lo diretamente ou por intermédio de 
herdeiro seu. O arrendatário ou parceiro tem direito a benfeitorias necessárias e uteis, enquanto não 
indenizados podem permanecer no imóvel no uso e gozo das vantagens do contrato que valeu até ali 
(direito de retenção). 
Segundo o artigo 95, inciso XII do Estatuto da Terra, a remuneração (aluguel) no arrendamento não 
pode ser superior a 15% do valor da terra nua. Em relação as parceiras o artigo 96 diz que equivalem 
a parceria. 
 
A Lei 4.947, no seu artigo 13 especifica a obrigatoriedade de cláusulas irrevogáveis que se referem 
aos recursos naturais, e proibição de renúncia de vantagem do arrendatário ou parceiro. No parágrafo 
primeiro prevê quetudo que está disposto no artigo 13 se aplica a todos os contratos agrários. 
 
O Decreto 59566 no artigo 3º da o conceito de arrendamento rural e no artigo 4º o conceito de 
parceria; o artigo 12 diz sobre os itens que devem constar nos contratos agrários. Estabelece também 
prazo mínimos para se encerrar essas parceiras e arrendamentos. 
 
O código de processo civil prevê que só podem ser provados exclusivamente por testemunhas aqueles 
contratos inferiores a 10 vezes o salário-mínimo, já os contratos agrários no artigo 14 do regulamento, 
diz que podem ser provados por testemunha qual quer que seja seu valor. 
O artigo 26 diz respeito as clausulas de extinção do arrendamento e na parceria é o artigo 34 e 
seguintes. A ação da retira de arrendatários e parceiros é a ação de despejo

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