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Normas e ética contábeis pdf UND 01

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NORMAS E ÉTICA CONTÁBEIS
NORMAS BRASILEIRAS E INTERNACIONAIS 
DE CONTABILIDADE
Antonio Fernando Coelho
- -2
Olá!
Você está na unidade . Conheça aqui o papel doNormas brasileiras e internacionais de contabilidade
Conselho Federal de Contabilidade na gestão técnica e política da nossa profissão de contador, suas principais
atribuições e quais os benefícios de contar com essa entidade tão presente no dia a dia da contabilidade.
Conheça também as normas brasileiras e internacionais de contabilidade, e quais orientações técnicas essas
normas trazem e que devem ser aplicadas nos registros das operações das empresas, oferecendo qualidade e
confiabilidade nas demonstrações contábeis.
Bons estudos!
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1 Conselho Federal de Contabilidade - CFC
O Conselho Federal de Contabilidade é uma entidade sem fins lucrativos, criada para orientar os profissionais da
contabilidade sobre as práticas contábeis obrigatórias que devem ser empregadas nos registros contábeis, mas
também milita em outras áreas da nossa profissão, como por exemplo, a fiscalização da profissão.
- -4
1.1 Legislação que cria o CFC e algumas atribuições
Várias profissões no Brasil possuem órgãos que fiscalizam o cumprimento das atividades profissionais; os
médicos estão sujeitos a padrões éticos, profissionais e técnicos impostos pelo Conselho Federal de Medicina; os
advogados estão subordinados ao cumprimento de regras impostas pela Ordem dos Advogados do Brasil,
conhecida popularmente pela sigla OAB. Essas entidades possuem, sob sua orientação e fiscalização, os
Conselhos Regionais, que também atuam na fiscalização e gestão financeira das contribuições anuais de classe.
No caso da profissão do contador, os Conselhos Regionais de Contabilidade existem em cada um dos 26 estados e
do Distrito Federal.
O Conselho Federal de Contabilidade é uma autarquia federal, personificada juridicamente como de direito
público, criada pelo Decreto Lei nº 9.295, datado de 27 de maio de 1996. Sua estrutura e normas de
funcionamento estão legisladas tanto no Decreto Lei com também pela Resolução nº 1.370/2011, emitida pelo
próprio Conselho Federal. Integram o CFC não só seu presidente e seus diretores e funcionários, mas também
conselheiros e suplentes, num total de 27 pois cada um representa seu estado da federação.
O Senador João Lyra Tavares, em meados de 1926, foi o grande defensor da criação dos conselhos federal e
regional de contabilidade, tanto que o dia 25 de abril daquele ano, quando aclamado presidente do Supremo
Conselho de Classe dos Contabilistas Brasileiros, foi escolhido para que anualmente comemoremos o Dia do
Contabilista. As principais funções do CFC são:
• fiscalizar e orientar a aplicação das normas éticas para exercício da profissão de contador, no Brasil;
• organizar a aplicação dos exames de suficiência para exercício do contador e de outras ramificações da 
profissão, como perícia e auditoria;
• editar normas técnicas sobre como registrar, avaliar e mensurar operações que resultem na mais 
perfeita qualidade da informações contábil.
Fique de olho
Você sabe o que é uma “autarquia federal”? Segundo o site Significados.com, Autarquia na
administração pública (ou em direito administrativo) é uma entidade autônoma, auxiliar e
descentralizada da administração pública, porém fiscalizada e tutelada pelo Estado, com
patrimônio formado com recursos próprios, cuja finalidade é executar serviços que interessam
a coletividade ou de natureza estatal. Aproveite também para conhecer um pouco mais sobre o
Conselho Federal de Contabilidade acessando a Carta de Serviços ao Usuário, busque-a na
internet!
•
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•
- -5
Assista aí
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2
/80e72bed78bb030b66a1d651636bb240
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2 Comitê de Pronunciamentos Contábeis
A globalização, movimento mundial que proporcionou o acesso a produtos e serviços entre clientes e
fornecedores localizados em qualquer lugar do planeta, foi a grande causadora da adoção, no Brasil, dos padrões
internacionais de contabilidade. Face a necessidade de interpretar as demonstrações contábeis das empresas,
nesse mundo globalizado, o Brasil adotou a contabilidade internacional para atender a essa demanda dos
usuários da informação contábil. Por aqui, a globalização se tornou mais pulsante nos anos 90.
2.1 As mudanças na contabilidade brasileira a partir da Lei nº 11.638/2007
No ano de 2005, as principais entidades ligadas a criação e disciplina das normas e práticas contábeis no Brasil
iniciaram mobilização para adotar os padrões internacionais de contabilidade nas entidades e empresas
brasileiras, e foi neste mesmo ano que foi criado o Comitê de Pronunciamentos Contábeis, também conhecido
como CPC. Este órgão foi criado através da Resolução CFC nº 1.055/2005, e congregam neste ambiente algumas
entidades ligadas ao cenário contábil em nosso país, cujo objetivo é compartilhar suas experiências e incorporar
aos preceitos contábeis brasileiros, a máxima em qualidade na informação contábil.
Antes de entrarmos mais a fundo nos objetivos, atribuições e aspectos operacionais do CPC, vamos entender
melhor o ponto de partida para a adoção dos padrões internacionais de contabilidade. O primeiro
reconhecimento do poder público no Brasil de que seria necessário alterar alguns padrões contábeis brasileiros
foi a sanção da Lei nº 11.638/2007, cujos efeitos deveriam ter início na contabilidade de janeiro de 2008. Nas
vias de fato, a contabilidade das empresas brasileiras experimentou quase que integralmente os novos padrões
contábeis, uns três anos depois.
As principais novidades trazidas pela Lei nº 11.638 foram:
• a nomeação de empresas como “de grande porte” quando o total dos ativos fossem iguais ou superiores 
a R$ 240.000.000,00 ou quando o faturamento bruto anual fosse igual ou superior a R$ 300.000.000,00;
• empresas de grande porte devem submeter suas demonstrações contábeis ao parecer de auditores 
independentes;
• extinção da Demonstração de Origens e Aplicação de Recursos, dando lugar a Demonstração do Fluxo de 
Caixa;
• obrigatoriedade das empresas de capital aberto elaborarem a Demonstração do Valor Adicionado;
• novas contas foram inseridas no plano de contas, outras foram suprimidas, e novas nomenclaturas de 
grupos contábeis foram criadas.
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2.2 Objetivos e operacionalização do CPC
Prevendo que a contabilidade brasileira iria adotar então as normas internacionais de contabilidade, o Comitê de
Pronunciamentos Contábeis foi criado, em 2005 como já citado, para iniciar o processo de tradução e adaptação
das normas internacionais ao mercado das empresas brasileiras. Fica muito claro o objetivo da criação do CPC,
citada na Resolução CFC 1.055/2005:
O estudo, o preparo e a emissão de documentos técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a
divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade
reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção, levando
sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais.
Outra característica muito presente do CPC, que corrobora sua importância no cenário contábil brasileiro, são as
entidades que participam desse comitê e quais os resultados alcançados neste trabalho. Para que haja perfeita:
(i) convergência internacional na adoção e aplicação das normas de contabilidade entre Brasil e outros países;
(ii) centralização na emissão de normas e controle adequado dos assuntos e suas aplicações e resultados, e (iii)
devida representatividade nos organismos mundiais de contabilidade, levando a qualidade da contabilidade
brasileira aos níveis de excelência dos demais países estrangeiros, as seguintes entidades são integrantes do
Comitê de Pronunciamentos Contábeis:
• ABRASCA - Associação Brasileira das Companhias Abertas.
• APIMEC - Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais.• B3 - Brasil Bolsa Balcão – é a Bolsa de Valores e de Mercadorias no Brasil.
• CFC – Conselho Federal de Contabilidade.
• IBRACON - Instituto dos Auditores Independentes do Brasil.
• FIPECAFI - Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras – é uma fundação que 
atua junto a Universidade de São Paulo - USP, mais precisamente na Faculdade de Economia e 
Administração, contribuindo com a pesquisa e desenvolvimento da contabilidade junto a professores, 
discentes e comunidade em geral.
O CPC publicou, desde sua criação, mais de 82 documentos relativos a normas e técnicas para registro contábil
de transações para empresas brasileiras, e as publicações mais importantes são divididas em três tipos:
pronunciamentos contábeis, interpretações e orientações. Veja abaixo exemplos desses documentos:
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Tabela 1 - Alguns dos 51 pronunciamentos já emitidos pelo CPC
Fonte: Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Disponível em: www.cpc.org.br Acesso em 17 mar. 2020.
#PraCegoVer: A tabela apresenta alguns dos 51 pronunciamentos já emitidos pelo Conselho Federal de
Contabilidade, sendo na primeira coluna o código do documento, seguindo do seu título, data de aprovação e
data de aprovação.
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Tabela 2 - Algumas das 23 interpretações emitidas pelo CPC
Fonte: Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Disponível em: www.cpc.org.br Acesso em 17 mar. 2020.
#PraCegoVer: A tabela apresenta algumas das 23 interpretações já emitidas pelo Conselho Federal de
Contabilidade, sendo na primeira coluna o código do documento, seguindo do seu título, data de aprovação e
data de aprovação.
Tabela 3 - As oito orientações já emitidas pelo CPC
Fonte: Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Disponível em: www.cpc.org.br Acesso em 17 mar. 2020.
#PraCegoVer: A tabela apresenta as oito orientações já emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade, sendo
na primeira coluna o código do documento, seguindo do seu título, data de aprovação e data de aprovação.
Percebe-se que o Comitê de Pronunciamentos Contábeis é um órgão que atua intensamente na tradução das
normas internacionais, mas também, na mesma intensidade, na adaptação dessas normas aos usos e costumes
brasileiros, levando em consideração uma série de cenários econômicos, políticos, monetários, do mercado de
capitais e também do ambiente de investimentos financeiros.
Fique de olho
Não deixe de conhecer os conteúdos disponíveis no IBRACON e conheça dados importantes
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Cabe ressaltar que o CPC não altera o texto das orientações contidas nas normas internacionais, mas sim elucida
a aplicação com aspectos específicos das condições e legislações no Brasil.
Assista aí
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2
/7b16b5a8a21594feceef461010a1ba87
Não deixe de conhecer os conteúdos disponíveis no IBRACON e conheça dados importantes
sobre a atuação dos auditores independentes no Brasil. Aproveite também para conhecer um
pouco mais sobre a FIPECAFI. Pesquise!
- -13
3 Normas Internacionais de Contabilidade: IAS e IFRS
As normas brasileiras de contabilidade que atualmente são divulgadas pelo Conselho Federal de Contabilidade,
que são alicerces para a construção de demonstrações contábeis brasileiras confiáveis e que, seguramente, vão
apresentar ativos e passivos devidamente avaliados, originam-se de pronunciamentos criados por organismos
internacionais. Vamos estudar um pouco sobre isso agora.
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3.1 Características que tornam as demonstrações contábeis diferentes, país 
a país
Em que pese à condição de que as normas contábeis internacionais procuram equilibrar a interpretação das
demonstrações financeiras nos diversos países que as adotam, precisamos entender que diversos fatores
contribuem para que o resultado das operações de uma empresa, num país ou outro, sejam impactadas por
aspectos de ordem cultural, política, econômica e social. Por exemplo, empresas situadas em localidades com
pouco ou nenhuma infraestrutura de saneamento serão mais susceptíveis a penalidades por poluição a rios,
lagos, mananciais e solos. Na contramão, o problema da falta de tratamento de esgoto pode influenciar nos
custos de produção, caso a empresa decida por produzir medicamentos, por exemplo, e os mesmos sejam
contaminados por bactérias. Percebe-se, portanto, que o resultado das operações e seus ativos e passivos podem
ser influenciados, financeiramente, por avaliações específicas em função dessas condições sociais.
Para chegarmos ao entendimento pleno sobre os IAS e os IFRSs, é preciso conhecer um pouco mais sobre o
motivo que levaram os países a perceber sobre a necessidade de harmonizar – ou padronizar – as leis contábeis
a serem aplicadas de maneira global. Diversos autores já escreveram sobre os motivos que levam a diferentes
interpretações em relatórios financeiros. Nobes e Parkes (1998) enumeraram, entre outros:
• formas de captação de recursos: mercado de capitais ou mercado financeiro;
• política tributária;
• níveis inflacionários;
• amadurecimento da profissão contábil;
• desenvolvimento econômico da nação;
• sistema político, clima social;
• entre outros.
Niyama (2008), auxiliado pelos estudos de Nobes e Parkes e de outros pesquisadores, identificou alguns
principais motivos das diferenças de interpretação contábil, são eles:
Sistema legal
Existem duas linhas básicas do sistema legal em países ocidentais: o e o . O code law common law code law
significa utilizar as regras legais, aquelas escritas nas leis e regulamentos, como sendo a principal e basicamente
única para o entendimento dos efeitos das transações no registros contábeis. É um sistema pouco flexível e ainda
muito usado em países como Alemanha, França e Japão. No sistema , originado na Inglaterra, oscommon law
usos e costumes é que acabam por originar decisões jurisprudenciais, ou seja, cada caso é interpretado de sua
forma e causam resultados mais próximos da realidade de cada localidade; baseia-se no emprego de uma norma,
mas o resultado depende de fatores mais específicos desse ou daquele problema. Estados Unidos, Canadá,
Austrália e Nova Zelândia são países que adotam o como sistema legalista.common law
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Mercado de capitais como principal fonte de recursos
Diferente do Brasil, em diversos outros países a forma mais utilizada para captação de recursos para as
empresas investirem em seus projetos é a emissão de ações ou de títulos negociáveis, também conhecidos como
debêntures. Isso se dá não só pela cultura do povo, que tem em seu sistema monetário e econômico uma gestão
forte e controlada, bem como recebe dos contadores, demonstrações contábeis muito transparentes e alinhadas
com as melhores práticas de registro contábil confiável. Em alguns desses países, inclusive, o nível de corrupção
interna e externa é bem menor, favorecendo a confiabilidade no resultado financeiro das empresas.
Nível de maturidade da atuação do contador e das práticas contábeis
A relação existente entre a necessidade de qualidade na informação contábil – dentre outros grandes princípios
que norteiam a preparação das demonstrações contábeis, tais como relevância, tempestividade, regime de
competência, entidade, essência sobre a forma, etc – e a demanda por demonstrações contábeis completas e
confiáveis, é muito íntima. No Brasil, assim como em outros países onde ainda existem operações duvidosas, é
necessário evoluir na qualidade dos preceitos contábeis e na capacidade técnica dos profissionais contábeis. A
busca pela perfeição na preparação dos relatórios requer que existam contadores preparados para aplicar as
normas, bem como regras de revisão mais extensas – os auditores sendo convocados para auditar um maior
número de empresas, e regras mais rígidas de fiscalização; questões como essas, se aplicadas, colaboram muito
para a apresentação da contabilidade em seu mais alto nível.
Confusão entre a contabilidade societária e as normas tributárias
Não éexclusividade do Brasil, mas são poucos os países – os mais desenvolvidos inclusive – em que o lucro
apurado segundo as práticas contábeis não é o mesmo usado para calcular os tributos sobre o lucro. Em
território tupiniquim, essa prática é até um pouco exagerada, pois o Fisco brasileiro aplica diversas regras em
que não aceita como dedutíveis algumas despesas, bem como não aceita algumas regras contábeis que fazem
todo sentido, inclusive no aspecto tributário. Empresas prestadoras de serviço são tributadas de acordo com a
emissão das notas fiscais de venda de serviço, ao passo que a receita de vendas deve seguir, segundo a norma
contábil, o percentual de conclusão do serviço contratado; em outras palavras, nem sempre o valor da nota fiscal
faz coincidência com a evolução do serviço realizado. Fica então um exemplo claro de disformidade entre o que é
certo, e o que a autoridade tributária aceita.
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3.2 Órgãos envolvidos na elaboração das normas internacionais de 
contabilidade
São praticamente dois os organismos que trabalham em prol da elaboração de normas contábeis que serão
utilizadas por contadores no mundo todo, o IASB – International Accounting Standards Board e o FASB –
Financial Accounting Standards Board. Outros órgãos situados nos Estados Unidos também contribuem para o
desenvolvimento da contabilidade mundial, como o AICPA - American Institute of Certified Public Accountants -
e a SEC - Securities and Exchange Commission; são entidades que oferecem apoio técnico e político, e não são os
principais responsáveis pela elaboração, divulgação e fiscalização na adoção das normas internacionais de
contabilidade.
• IASB – International Accounting Standards Board
Inicialmente constituído sob o nome de IASC – International Accounting Standards Committee, o IASB tem sua
sede na cidade de Londres, no Reino Unido, é uma entidade privada e totalmente independente do poder público
e mais de 140 países contribuem para o desenvolvimento do trabalho do IASB, fornecendo informações e
sugestões técnicas para a elaboração das normas internacionais de contabilidade. Segundo SILVA e NIYAMA
(2011), o IASB tem como objetivo o estudo de padrões contábeis, e tem como metas publicar e promover as
normas contábeis internacionais (os IFRSS), trabalhando para o melhoramento, ajustamento e convergência das
normas contábeis internacionais.
• FASB – Financial Accounting Standards Board
Diferente do IASB que é um organismo internacional, o FASB é uma entidade que participa ativamente do estudo
e elaboração de normas contábeis, inclusive com grande infiltração no mercado das bolsas de valores. O FASB foi
criado em 1973, e sua principal missão, além de participar da análise e opinião sobre os preceitos contábeis
aplicáveis a contabilidade mundial, foi a de criar uma espécie de alicerce, de conceito básico para a elaboração de
normas contábeis específicas. No Brasil, algo parecido com esse trabalho do FASB é chamado de Pressupostos
Básicos e Estrutura Conceitual. Essa referência primária elaborada pelo FASB, segundo SILVA e NIYAMA (2011)
são:
• SFAC 1 – Os objetivos da contabilidade;
• SFAC 2 – As características qualitativas da informação contábil;
• SFAC 3 – Definições dos elementos das demonstrações financeiras;
• SFAC 4 – Objetivos da contabilidade de organizações sem fins lucrativos;
• SFAC 5 – Reconhecimento e mensuração das demonstrações financeiras;
• SFAC 6 – Definição dos elementos de demonstrações financeiras de todos os tipos de organizações;
• SFAC 7 – Uso da informação do fluxo de caixa e do valor presente na mensuração contábil.
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3.3 IFRS – International Financial Reporting Standards
Os IFRSs são, nada mais, nada menos, do que as normas contábeis internacionais, elaboradas pelo IASB. Essas
normas são as regras que devem ser seguidas pelas empresas que as adotam para o registro contábil inicial das
transações contábeis, e posteriormente também informam quais os critérios para avaliação e mensuração
subsequente. Os IFRSs também orientam os contadores sobre as normas de divulgação das demonstrações
contábeis. Mas, porque foi e é tão importante à adoção das normas internacionais de contabilidade pelas
empresas, principalmente as brasileiras? O Brasil e outros países com maior necessidade e vocação para a
captação de recursos externos e aqueles com economias mais fechadas ao capital internacional devem aderir ao
IFRS, cujo objetivo é proporcionar maior transparência das informações financeiras e melhoria das práticas de
Governança Corporativa das empresas brasileiras. Quanto maior a transparência e comparabilidade das
demonstrações financeiras, mais úteis elas se tornam, facilitando o processo de tomada de decisão e aumentando
a confiança dos investidores, principalmente, os internacionais (Trindade, apud KPMG, 2008).
Antes de receberem a nomenclatura de IFRS, as normas de contabilidade internacionais eram conhecidas como
IAS – International Accounting Standards, e atualmente diversos países já adotaram os IFRSs como sendo as
regras únicas a serem seguidas na contabilidade para o registro, avaliação e divulgação dos resultados contábeis
e da situação patrimonial e financeira das corporações.
A adoção dos padrões internacionais de contabilidade já ocorreu em diversos países:
Segundo Padoveze, de Benedicto e Leite (2012, p. 40), até 2001 tinham sido emitidas 41 normas contábeis IAS, e
a partir de 2001, então chamadas de IFRSs, foram nove normas publicadas. Ainda nesta unidade você vai
conhecer a comparação entre as normas publicadas pelo IAS, pelo IFRS, pelo CPC e também pelo Conselho
Federal de Contabilidade, sob a sigla NBC – Normas Brasileiras de Contabilidade.
Fique de olho
Os IFRSs não se confundem com o US GAAP. US GAAP significa Generally Accepted Accounting
Principles, que na língua portuguesa significa “Princípios Contábeis Geralmente Aceitos”. US
GAAP corresponde a um conjunto de leis, princípios e normas que regulam a ciência contábil
em território norte-americano. O conjunto de normas US GAAP é determinado pela Securities
and Exchange Commission (SEC), a CVM americana. (SUNO, 2019).
- -18
Segundo Padoveze, de Benedicto e Leite (2012, p. 40), até 2001 tinham sido emitidas 41 normas contábeis IAS, e
a partir de 2001, então chamadas de IFRSs, foram nove normas publicadas. Ainda nesta unidade você vai
conhecer a comparação entre as normas publicadas pelo IAS, pelo IFRS, pelo CPC e também pelo Conselho
Federal de Contabilidade, sob a sigla NBC – Normas Brasileiras de Contabilidade.
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4 Normas Brasileiras de Contabilidade
As Normas Brasileiras de Contabilidade – NBC são elaboradas pelo Conselho Federal de Contabilidade, e não se
resumem somente em normas técnicas sobre procedimentos contábeis e regras de divulgação de relatórios. As
NBCs também legislam no âmbito da ética, de outras atividades previstas para o contador habilitado, como por
exemplo a perícia e auditoria, e outros assuntos.
As NBCs servem de guia para diversas questões relacionadas a profissão do contador. O primeiro passo para
conhecer as NBCs é conhecendo um pouco de sua apresentação. No site do CFC, temos as resoluções que
sofreram alterações ao longo dos dois últimos anos e as novas resoluções e instruções normativas editadas no
mesmo período. Além disso, reúnem a legislação de criação e organização dos conselhos de contabilidade; a
legislação federal de interesse da profissão contábil; e a legislação da profissão contábil, incluindo-se leis,
decretos, resoluções, súmulas e instruções normativas. Extremamente necessária, a legislação da profissão
contábil incorpora o resultado de um trabalho dedicado e competente, constituindo-se numa valiosa
contribuição e uma fonte segura de pesquisa para melhor compreensão dos instrumentos normativos que
regulam a profissão (CFC, 2020).
As Normas Brasileiras de Contabilidade, regulamentadas pela Resolução CFC nº 1.328/2011, são divididas em
dois blocos iniciais: normas profissionaise normas técnicas. As normas profissionais são classificadas em três
tipos:
• as normas gerais, indicadas pela sigla NBC PG;
• as normas do auditor independente, sinalizadas pela sigla NBC PA;
• as normas do perito contábil, caracterizadas pela sigla NBC PP.
As normas técnicas apresentam as práticas contábeis a serem seguidas pelas empresas para o correto registro
contábil das transações, bem como as regras para divulgação das demonstrações contábeis. Estão divididas de
acordo com algumas segregações:
• normas completas;
• normas simplificadas para pequenas e médias empresas;
• normas específicas.
Ainda é possível conhecer outras normas que tratam de detalhes relacionados a alguns setores e atividades mais
específicas, conforme abaixo:
• NBC TSP – do setor público;
• NBC TA – de auditoria independente de informação contábil histórica;
• NBC TR – de revisão de informação contábil histórica;
• NBC TO – de asseguração de informação não histórica;
• NBC TSC – de serviço correlato;
• NBC TI – de auditoria interna;
• NBC TP – de perícia;
• Guia de controle de qualidade;
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• Guia de controle de qualidade;
• IAPN 1000 – Guia prático da auditoria de instrumentos financeiros.
4.1 Normas gerais – NBC PG
Atualmente existem cinco normas classificadas como gerais, são elas:
Tabela 4 - Normas gerais – NBC PG
Fonte: Elaborada pelo autor, 2020.
#PraCegoVer: A tabela apresenta as normas gerais das Normas Brasileiras de Contabilidade, sendo na primeira
coluna o número da NBC e, respectivamente, a data de publicação no Diário oficial da União e o nome da norma.
Dentre as cinco normas acima, chamamos atenção para duas delas neste momento: o Código de Ética da
Profissão, que abordaremos com mais detalhes na Unidade 3 desta disciplina, e a norma da Educação
profissional continuada. Os profissionais da contabilidade tem a sua disposição uma série de cursos, palestras e
seminários oferecidos pelo Conselho Regional de Contabilidade, e precisam participar desses eventos como
forma de se atualizar tecnicamente e trocar experiências com os colegas da classe. Além disso, contadores
responsáveis por empresas que são auditadas por auditores independentes precisam cumprir, obrigatoriamente,
uma determinada quantidade de horas de educação continuada.
•
•
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4.2 Normas do auditor independente - NBC PA
Atualmente existem 5 normas relacionadas ao trabalho do auditor independentes:
Tabela 5 - Normas do auditor independente - NBC PA
Fonte: Elaborada pelo autor, 2020.
É muito importante conhecer alguns assuntos relacionados ao trabalho do auditor independente, afinal é uma
das ramificações da profissão do contador. Desde que devidamente habilitado pelo Conselho Federal, o
profissional que queira trabalhar na função de auditor deve prestar um exame específico para isso, e obter o
registro de auditor independente no Conselho Nacional dos Auditores Independentes. Para auditar empresas de
capital aberto e empresas submetidas a controles regulatórios, o auditor deve obter mais um registro, desta vez
na CVM – Comissão de Valores Mobiliários.
- -22
4.3 Normas do perito contábil - NBC PP
Atualmente são duas normas:
Tabela 6 - Normas do perito contábil - NBC PP
Fonte: Elaborada pelo autor, 2020.
#PraCegoVer: A tabela apresenta as normas do perito contábil, sendo sua primeira coluna o número da NBC e,
respectivamente, a data de publicação no Diário oficial da União e o nome da norma.
Perito contábil é o profissional nomeado por um juiz para apresentar um laudo sobre suas conclusões acerca do
objeto do processo judicial; quando as partes não chegam num acordo sobre uma questão que os levou a justiça,
o perito é convidado a dar seu parecer. DE SÁ (2011, P. 3) nos ajuda no entendimento:
[...] perícia contábil é a verificação de fatos ligados ao patrimônio individualizado visando oferecer
opinião, mediante questão proposta. Para tal opinião realizam-se exames, vistorias, indagações,
investigações, avaliações, arbitramentos, em suma todo e qualquer procedimento necessário à
opinião.
Para o exercício da profissão de perito contábil o profissional também precisa obter registro específico para essa
atividade.
- -23
4.4 Normas técnicas
Conforme já citado, as normas técnicas são divididas em três blocos: as normas completas, as normas
simplificadas para pequenas e médias empresas, e algumas normas específicas. Abordaremos sobre as normas
completas no item 5 desta unidade.
As normas simplificadas para pequenas e médias empresas são divididas conforme abaixo:
Tabela 7 - Normas técnicas
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
#PraCegoVer: A tabela apresenta as normas técnicas contábeis, sendo sua primeira coluna o número da NBC e,
respectivamente, a data de publicação no Diário oficial da União e o nome da norma.
Dentre essas, a mais importante e que traz efetivamente as normas contábeis a serem adotadas em praticamente
cada conta das demonstrações contábeis das empresas é a NBC TG 1000. É um conteúdo com 262 páginas,
dividido em 35 seções, que orienta os contadores sobre como registrar os atos e fatos contábeis, como mensurá-
los subsequentemente, como avalia-lo adequadamente ao final de cada período de reporte, e quais as premissas
a serem seguidas na preparação das demonstrações contábeis e notas explicativas. Essa norma é obrigatória
para empresas que não publicam suas demonstrações contábeis ao público, e não é aplicável as sociedades de
grande porte. Isso quer dizer que a grande maioria das empresas de que são responsáveis os escritórios
contábeis, devem ter sua contabilidade regimentada por essa NBC TG 1000.
No terceiro bloco de orientações e interpretações técnicas, temos as chamadas específicas, e entre as principais
podemos citar: instruções para entidades de previdência complementar, entidades sem fins lucrativos, entidades
desportivas, laudos de avaliação emitidos por contador, e informações de natureza social e ambiental.
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5 Quadro comparativo dos CPCs com as NBCS, IAS e IFRS
Em razão das várias fontes de elaboração e divulgação de normas internacionais de contabilidade, bem como a
tradução e adaptação dessas normas para outras línguas, no Brasil temos como prática identificar as normas e as
vinculações que existem entre as normas divulgadas aqui e na língua estrangeira. Essa vinculação e comparação
é importante para saber qual a norma internacional deu origem a norma brasileira, possibilitando entender a
origem do assunto e qual o grau de importância e relevância dado a cada assunto.
A tabeça "Normas brasileiras de contabilidade" elenca as NBCs completas, que são aplicáveis em separado para
cada assunto relacionado as práticas contábeis brasileiras. As normas aplicadas assim, separadamente, são
aderentes às empresas de grande porte e as sociedades que publicam suas demonstrações contábeis, bem como
nas empresas de capital aberto. Conheça agora a comparação das normas completas brasileiras com as normas
internacionais de contabilidade:
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Tabela 8 - Normas brasileiras de contabilidade
Fonte: Elaborada pelo autor, 2020.
#PraCegoVer: A tabela apresenta as Normas Brasileiras de Contabilidade, sendo sua primeira coluna o número
da nova numeração e, respectivamente, a Resolução CFC, o nome da norma e a correlação, esta dividida em CPC e
IASB.
Assista aí
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2
/25d4f8e4662e3c7bd39ce2bab4232eaf
é isso Aí!
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer o trabalho e a influência do Conselho Federal de Contabilidade no cotidiano da profissão do 
contador;
• entender melhor o funcionamento do CPC e sua interação com outros organismos profissionais;
• perceber as diferenças entre IAS e IFRS;
• conhecer as particularidades entre as diversas Normas Brasileiras de Contabilidade;
• verificar a comparação entre as normas brasileiras e os IFRSs.
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ReferênciasConselho Federal de Contabilidade. Disponível em: Acesso em: 10 fev. 2020.www.cfc.org.br
PADOVEZE, C. L.; de BENEDICTO, G. C.; LEITE, J. da S. J. – US GaapManual de contabilidade internacional IFRS
– BR Gaap - teoria e prática. São Paulo: Editora Cengage Learning, 2012.
REIS, T. : saiba mais sobre os princípios contábeis dos Estados Unidos. Suno, 2019. Disponível em: US GAAP
 Acesso em: 23 fev. 2020.https://www.sunoresearch.com.br/artigos/us-gaap
SÁ, A. L. de. : 10 ed. São Paulo: Editora Atlas, 2011.Perícia contábil
SILVA, C. A. T. et al. . São Paulo: Editora Atlas, 2011.Contabilidade para concursos e exame de suficiência
TRINDADE, T. C. da S. O. . 2016. Disponível em: Um modelo padrão de contabilidade adotado pelo mundo
https://www.contabeis.com.br/artigos/3588/um-modelo-padrao-de-contabilidade-adotado-pelo-mundo
Acesso em: 19 fev. 2020.

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