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Módulo 1 Contabilidade Gerencial

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Contabilidade 
Societária – IFRS
A Atual Realidade da Contabilidade Societária no Brasil 
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. João Paulo Cavalcante Lima 
Revisão Textual:
Aline Gonçalves
Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:
• Por Que uma Contabilidade Internacional?
• A Contabilidade Internacional e o Papel do IASB;
• Contabilidade Internacional e sua Evolução no Brasil;
• Contabilidade Internacional: Algumas “Novidades”.
A Atual Realidade da 
Contabilidade Societária no Brasil 
Fonte: Getty Im
ages
Objetivos
• Compreender por que a Contabilidade Internacional é a linguagem internacional dos ne-
gócios e por que ela é de suma importância para as empresas que pretendem operar no 
mercado de capitais internacional;
• Demonstrar a influência da Contabilidade Internacional na atual Contabilidade Societária 
no Brasil. 
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material 
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você 
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns 
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões 
de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e 
auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de 
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de 
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de 
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE 
A Atual Realidade da Contabilidade Societária no Brasil 
Contextalização
Para que você possa ter uma clara ideia acerca da importância da adoção das normas in-
ternacionais de contabilidade para as empresas brasileiras em geral e do quanto é im-
prescindível que os profissionais da área Contábil, Controladoria, Auditoria e outras áreas 
afins se atualizem com o estudo e o conhecimento dessas normas, eu sugiro que você leia 
a matéria intitulada de “Adoção do IFRS (Internacional Financial Reporting Standards) 
no Brasil: a importância da adequação às normas internacionais de contabilidade”. 
Disponível em: https://bit.ly/3tVjLvy
6
7
Por Que uma Contabilidade Internacional?
A Contabilidade é considerada a linguagem “dos negócios”, ou seja, é onde os prin-
cipais agentes econômicos buscam informações sobre a performance empresarial e 
avaliação de risco para se realizar investimentos.
Para que essa linguagem seja limpa e de perfeito entendimento, surge a Contabili-
dade Internacional definindo métodos para que a área contábil possa se adaptar a um 
contexto internacional. Desse modo, ela é estruturada a fim de adaptar relatórios que 
serão compreendidos por todos.
A Contabilidade é um elemento essencial para a criação e manutenção de qual-
quer empreendimento de negócios nas economias modernas. Assim, a Contabilidade 
Internacional surge como uma resposta às modificações no ambiente que a cerca e às 
demandas dos seus usuários (gestores, investidores, credores, governos, consumidores, 
empregados, entre outros).
A Contabilidade Internacional 
e o Papel do IASB
Os esforços organizados na direção de uma harmonização contábil mundial foram 
iniciados efetivamente em 1973, com a criação do International Accounting Standards 
Committee (IASC).
O International Accounting Standards Board (IASB), a partir de 2001, é visto como 
o “condutor” do processo de harmonização contábil, uma vez que fica sob sua responsa-
bilidade a elaboração dos padrões contábeis internacionais. Estão envolvidos, também, 
no processo de harmonização, organismos internacionais e regionais, órgãos de classe, 
legisladores nacionais, entre outros.
Dessa forma, inicialmente, temos o IASC, que foi fundado como instituição privada em 
29 de junho de 1973, em Londres (Grã-Bretanha), por acordo feito entre profissionais de 
nove países: Austrália, Canadá, França, Alemanha, Japão, México, Países Baixos, Reino 
Unido e Estados Unidos. Outros países foram se associando gradativamente, entre os 
quais o Brasil, e hoje ele reúne mais de 140 países.
Visite o site da IFRS. Disponível em: https://bit.ly/339lqBV
Figura 1 
Fonte: Reprodução
7
UNIDADE 
A Atual Realidade da Contabilidade Societária no Brasil 
IASC (International Accounting Standards Committee), criado em 1973, até 2000, por 
ocasião do Congresso Internacional de Contadores de 1973. Em 1973, criou-se também o 
FASB (Financial Accounting Standards Board), que é a regulamentação americana.
1973 IASC
FASB
IASC foi alterado para IASB
1973
2001
Figura 2 – Linha do tempo: evolução dos órgãos responsáveis 
pelas Normas Internacionais de Contabilidade
Fonte: Adaptada de IFRS
A Comissão Europeia decidiu, em 2001, adotar as normas internacionais de conta-
bilidade (IAS) emitidas até então pelo International Accounting Standards Committee 
(IASC) como a base para a preparação das demonstrações financeiras das empresas 
abertas da Comunidade Europeia. Essa decisão coincidiu com a reestruturação do IASC 
e a criação do International Accounting Standards Board (IASB).
Vigência do IASC,
elaboração da IAS
De 1973
a 2001
A partir da alteração para
o IASB, temos as IFRS
2001
Figura 3 – Linha do tempo: reestruturação do IASC e 
a criação do International Accounting Standards Board (IASB)
Fonte: Adaptada de IFRS
8
9
Em 1º de abril de 2001, o IASB assumiu a responsabilidade de emissão de padrões 
contábeis internacionais, tornando-se então uma fundação sem fins lucrativos. De acor-
do com a sua constituição, o IASB tem os seguintes objetivos:
• Desenvolver, no interesse público, um único conjunto de normas contábeis globais 
de alta qualidade, inteligíveis, exequíveis, que exijam informações de alta qualidade, 
transparentes e comparáveis nas demonstrações contábeis e em outros relatórios 
financeiros, para ajudar os participantes do mercado de capital e outros usuários 
em todo o mundo a tomar decisões econômicas;
• Promover o uso e a aplicação rigorosa dessas normas; e
• Promover a convergência entre as normas contábeis locais e as Normas Internacio-
nais de Contabilidade de alta qualidade.
Em 2002, o IASB e o FASB acordam em realizar um programa conjunto de desen-
volvimento das normas contábeis, visando sua convergência.
Em 2006, IASB e FASB atualizam o acordo sobre convergência. Já em 2012, es-
tabelecem um novo objetivo de complementação dos projetos de conversão relevantes 
remanescentes para o primeiro semestre de 2013 em seu relatório para o G20 (Grupo 
dos 20 é um grupo constituído por ministros da economia e presidentes de bancos cen-
trais dos 19 países de economias mais desenvolvidas do mundo, mais a União Europeia).
IASB e FASB
2002
2006
2012
Figura 4 – Linha do tempo: convergência entre IASB e FASB
Fonte: Adaptada de IFRS
Desde então, o IASB passou a revisar as normas internacionais e a emitir novas, 
de modo a formar um conjunto de normas contábeis a ser adotado para direcionar e 
padronizar a forma como as empresas abertas europeias deveriam preparar e divulgar 
suas demonstrações financeiras.
A comunidade europeia estabeleceu 2005 como sendo o ano para adoção integral 
pela primeira vez das Normas Internacionais de Relatórios Financeiros – IFRS (comu-
mente denominadas Normas Internacionais de Contabilidade – IAS).
9
UNIDADE 
A Atual Realidade da Contabilidade Societária no Brasil 
Adoção integral
das Normas Internacionais
pela UE.
2005
Figura 5 – Linha do tempo: adoção integral pela primeira vez 
das Normas Internacionais de Relatórios Financeiros – IFRS
Fonte: Adaptada de IFRS
O FASB (Financial Accounting Standards Board)é o principal órgão de normatização 
contábil nos Estados Unidos. Iniciou suas atividades em junho de 1973, com grande apoio 
financeiro por parte do Governo dos Estados Unidos, das entidades de classe da profissão 
contábil e por grandes empresas. A SEC (Securities and Exchange Commission), a CVM 
(Comissão de Valores Mobiliários) americana, endossou o FASB como a única emissora 
de padrões reconhecidos. A missão do FASB é estabelecer e melhorar os padrões de con-
tabilidade financeira, promover a convergência internacional de padrões de Contabilidade, 
além de contribuir para a educação contábil e ampliação do nível de entendimento dos 
contadores, auditor e de usuários das informações financeiras.
FASB
Estados Unidos
 Emitir pronunciamentos contábeis, válidos para as 
empresas privas norte-americanas e suas subsdiárias 
ao redor do mundo.
Aulixiar a SEC no aperfeiçoamento do mercado 
de capitais internacional. 
IASC
União Europeia
 Emitir pronunciamentos contábeis, válidos para as 
empresas da União Europeia e suas subsdiárias ao 
redor do mundo.
Aulixiar na padronização das normas internacionais 
de contabilidade.
Figura 6 – Atribuições do FASB e do IASC
Fonte: Adaptado de OLIVEIRA et al., 2008, p. 9
Contabilidade Internacional 
e sua Evolução no Brasil
A adoção das normas contábeis das IFRS no Brasil ocorreu com a atualização da Lei 
6.404/1976, que se deu em duas etapas: em 2008 e em 2010. Com relação à parte 
10
11
fiscal, o governo inicialmente estabeleceu regras transitórias, conhecidas no mercado 
como RTT (Regime Tributário de Transição) (Lei 11.941/2009), e finalmente fixou re-
gras definitivas por meio da Lei 12.973/2014.
Em 2005, foi criado um órgão único para a emissão de normas de contabilidade: o Co-
mitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). Foi também fundamental, nesse processo, o 
papel do Banco Central do Brasil (BACEN), da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da 
Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), que decidiram, entre 2006 e 2007, que as 
empresas por eles reguladas teriam que adotar as IFRS tais como emitidas pelo IASB nas 
demonstrações consolidadas a partir do ano de 2010. De suma importância igualmente foi 
o papel da nossa Autoridade Tributária, a Secretaria da Receita Federal do Brasil, no sentido 
de atuar rumo a uma convergência sem impactos tributários para as empresas, bem como o 
apoio institucional e operacional do Conselho Federal de Contabilidade (CFC).
A mudança de uma contabilidade baseada em regras para uma contabilidade baseada em 
princípios aumentou o nível de julgamento exigido pelos responsáveis pela elaboração e 
pela auditoria das demonstrações contábeis.
Esse novo ordenamento contábil, onde a essência econômica dos eventos econômi-
cos prevalece sobre a forma jurídica, gera, portanto, uma série de desafios conceituais e 
práticos para contadores, auditores, gestores e analistas de mercado.
Apesar de o CPC ter sido criado em 2005, a emissão dos Pronunciamentos passou 
a ocorrer de fato a partir de 2008.
Com a criação da Lei 11.638 de 2007, o CPC emitiu um primeiro conjunto de Pro-
nunciamentos Contábeis naquele ano para atender às necessidades imediatas da mudan-
ça da legislação. Por exemplo, a lei obrigou a preparação e divulgação da Demonstração 
dos Fluxos de Caixa (DFC), antes publicada no mercado brasileiro apenas de forma vo-
luntária. Então, o CPC emitiu em 2008 o Pronunciamento Técnico CPC 03, elaborado 
a partir da IAS7, para permitir que as empresas pudessem elaborar e publicar a DFC em 
2008 já com o novo padrão contábil. No total, foram emitidos quinze Pronunciamentos 
Técnicos e duas Orientações.
Os Pronunciamentos Técnicos estabelecem conceitos doutrinários, estrutura técnica 
e procedimentos a serem aplicados. Já as Interpretações são emitidas para esclarecer, 
de forma mais ampla, os Pronunciamentos Técnicos. Por fim, as Orientações possuem 
caráter transitório e informativo, destinando-se a dar esclarecimentos sobre a adoção 
dos Pronunciamentos Técnicos e/ou Interpretações. 
Durante 2009, o CPC emitiu os demais Pronunciamentos Técnicos (em um total de 
quase 30 documentos, além de interpretações e orientações), porém tinham que ser 
aplicados apenas a partir de 2010, embora com efeitos retroativos ao PL inicial de 2009, 
para preservar a comparabilidade 2010/2009.
A aplicação desses novos CPC fez com que o modelo contábil brasileiro (BR GAAP, 
que significa Brazilian Generally Accepted Accounting Principles, traduzindo: Princípios 
11
UNIDADE 
A Atual Realidade da Contabilidade Societária no Brasil 
Contábeis Geralmente Aceitos no Brasil) fosse fortemente alterado, adequando-se ao pa-
drão internacional. Assim, a aplicação dos novos CPC na contabilidade individual das 
companhias fazia com que as demonstrações consolidadas resultassem também como 
aderentes ao padrão internacional, ou seja, as companhias passaram a adotar as IFRS por 
meio da adoção dos CPC, de maneira indireta.
Passada a fase mais complexa de mudança das normas, entre 2008 e 2010, quando 
todo o modelo contábil brasileiro precisou ser alterado, o CPC continuou e continua 
acompanhando mudanças nas IFRS, adotando novas IFRS aprovadas pelo IASB e revi-
sando os seus Pronunciamentos Técnicos locais para mantê-los atualizados.
Figura 7
Fonte: Reprodução
O objetivo do CPC inclui: [...] o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos 
sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para 
permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centrali-
zação e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a conver-
gência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais.
Outra motivação para criação do CPC foi a necessidade de reduzir os elevados 
custos decorrentes da ausência de um padrão contábil que impede que as organizações 
tenham um entendimento harmônico das informações econômicas, financeiras e pa-
trimoniais entre as suas próprias unidades – as quais, muitas vezes, estão sediadas em 
diferentes países, portanto sujeitas a diferentes padrões normativos.
Nesse contexto, o CPC passou e exercer papel fundamental no processo de norma-
tização da contabilidade brasileira, atuando como representante dos interesses de 
diversas entidades para as quais as normas contábeis são fundamentais.
Você sabia que o CPC não pode emitir normas?
Isso porque a Constituição Brasileira impede que entidades públicas deleguem para terceiros 
atribuições que lhes foram dadas por lei. Dessa forma, a solução de contorno encontrada para 
legitimar as normas contábeis foi inserir formalmente os pronunciamentos do CPC no fluxo 
de elaboração das NBC e requerer que sejam avalizadas por todas as entidades envolvidas.
12
13
O CPC é integrado pelos seguintes membros:
Figura 8 – Membros do CPC
Fonte: Adaptada de CPC
Além das seis entidades contidas na Figura 6, participam do CPC como convidadas:
Figura 9 – Membros Convidados do CPC
Fonte: Adaptada de CPC
As Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) constituem-se em um conjunto de 
regras e procedimentos de conduta que devem ser observados como requisitos para o 
exercício da profissão contábil, bem como os conceitos doutrinários, princípios, estrutu-
ra técnica e procedimentos a serem aplicados na realização dos trabalhos previstos nas 
normas aprovadas por resolução emitidas pelo CFC.
A Estrutura das Normas Brasileiras de Contabilidade está regulamentada na Resolu-
ção CFC 1.328/11. As NBC classificam-se em Profissionais e Técnicas.
As Normas Profissionais estabelecem regras de exercício profissional e classificam-se em:
• NBC PG: geral;
• NBC PA: do Auditor Independente;
• NBC PP: do Perito Contábil.
As Normas Técnicas estabelecem conceitos doutrinários, regras e procedimentos 
aplicados de Contabilidade.
13
UNIDADE 
A Atual Realidade da Contabilidade Societária no Brasil 
Qual a diferença entre as Resoluções editadas pelo CFC e os pronunciamentos do CPC?
O CPC emite pronunciamentostécnicos, orientações e interpretações. A partir desses tra-
balhos, os órgãos reguladores têm emitido suas normas próprias, permitindo assim a uni-
formização do processo de produção de normas.
O CFC é um desses órgãos reguladores, portanto, nas normas técnicas emitidas pelo CFC, 
temos pronunciamentos do CPC como sua base. Entretanto, os pronunciamentos técnicos 
não têm força de norma, enquanto aquelas emanadas de órgãos reguladores, entre eles o 
CFC, têm força de norma. Além disso, as NBC não se resumem apenas aos pronunciamen-
tos do CPC.
A adoção das IFRS no Brasil trouxe aos participantes que lidam com a informação 
contábil, seja na preparação, na auditoria, na regulação ou na análise propriamente dita, 
a necessidade de compreenderem que esse novo modelo contábil é extensivamente ba-
seado em julgamento profissional e, obviamente, sujeito a maior subjetividade em todas 
as etapas do processo contábil – reconhecimento, mensuração e divulgação. 
Dentro desse contexto, tornou-se extremamente importante a divulgação de uma 
nova informação, até então inexistente nas notas explicativas das demonstrações con-
tábeis das empresas brasileiras: informações sobre as premissas e estimativas contábeis 
críticas. A adaptação a esse novo cenário requer uma profunda mudança cultural 
e de comportamento.
O fato de o Brasil ter escolhido adotar as IFRS tanto nas demonstrações consolidadas 
quanto nas individuais fez com que as normas internacionais tivessem que ser traduzidas 
para o português e transformadas em normas locais. Porém, esse processo fez com que 
algumas normas internacionais tivessem que ser ligeiramente modificadas em função de 
aspectos legais, sem descaracterizar a posição do IASB.
Um exemplo disso é a proibição, no Brasil, da prática da reavaliação de ativos imo-
bilizados, como imóveis de uso, máquinas, veículos etc. Essa prática era inclusive aceita 
no Brasil até 2007, porém, a partir de 2008, foi vedada, embora seja uma alternativa de 
avaliação permitida pelas IFRS.
Outro exemplo é a inclusão da Demonstração do Valor Adicionado (DVA) no conjun-
to das demonstrações financeiras a serem publicadas pelas companhias abertas. Isso se 
deve ao fato de que a Lei 11.638/07 passou a exigir a publicação dessa demonstração 
para as companhias abertas. De acordo com as IFRS, essa demonstração seria apenas 
uma demonstração suplementar e voluntária, mas, no Brasil, todas as companhias aber-
tas a publicam.
A harmonização pode ser entendida como um processo por meio do qual as dife-
renças nas práticas contábeis entre os países são reduzidas, mas não eliminadas. Isso 
porque, na medida em que reconhece que cada país deve “direcionar” a contabilidade 
para atender às suas características e necessidades específicas, isso leva obrigatoriamen-
te a diferenças entre os países.
A padronização ocorreria apenas se não existissem as diversas causas apontadas ante-
riormente para as diferenças contábeis. Além disso, a padronização implica desconsiderar 
14
15
discrepâncias significativas entre as empresas do país, como tamanho e fontes principais 
de financiamento, restringindo a escolha do procedimento contábil.
Logo, os termos harmonização e uniformização não podem, de forma alguma, ser 
tomados como sinônimos ao tratar das práticas contábeis, porque o primeiro fala em redu-
ção das diferenças, enquanto o último defende a eliminação das diferenças entre os países.
Quadro 1 – Benefícios e Desvantagens da adoção das Normas Internacionais de Contabilidade
Benefícios da 
adoção das Normas 
Internacionais de 
Contabilidade
• Maior consistência das demonstrações financeiras entre os países, o 
que pode facilitar as análises de investimento e crédito;
• Redução dos custos para empreendimentos multinacionais (sim-
plificando, por exemplo, a consolidação de contas estrangeiras e 
permitindo a adoção de um mesmo conjunto de relatórios internos 
e externos para qualquer país);
• Pode facilitar o acesso das empresas nacionais aos mercados de 
capitais estrangeiros, reduzindo o custo da elaboração de demons-
trações contábeis de acordo com diferentes padrões contábeis;
• Maiores possibilidades de trabalho para contadores;
• Pode auxiliar os países em desenvolvimento, fornecendo-lhes 
um conjunto de padrões contábeis de qualidade sem que para 
isso eles tenham que despender seus recursos com pesquisas.
Desvantagens da 
adoção das Normas 
Internacionais de 
Contabilidade
• A adoção das normas internacionais localmente pode não resultar 
em harmonização efetiva das práticas contábeis dos países, es-
pecialmente porque são desconsideradas as diferenças nacionais 
como sistemas jurídicos, estágio de desenvolvimento econômico e 
aspectos culturais, entre outros;
• Sempre há um custo para os países, decorrente da adoção das nor-
mas internacionais;
• Pode servir como um meio de imposição da vontade dos países eco-
nomicamente desenvolvidos sobre aqueles em desenvolvimento.
Contabilidade Internacional: 
Algumas “Novidades”
O CPC 00 (R1) – Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório 
Contábil-Financeiro foi revogado e, a partir de 10 de dezembro de 2019, temos agora o 
CPC 00 (R2) – Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro (NBC 04).
A partir de janeiro de 2020, a segunda revisão apresenta novos conceitos sobre 
apresentação, mensuração e divulgação, atualizou a definição de ativos e passivos, bem 
como os critérios de reconhecimento e desreconhecimento de ativos e passivos nas de-
monstrações financeiras. As modificações introduzidas nessa Estrutura Conceitual por 
meio dos Capítulos 1 e 3 foram preparadas conjuntamente pelo IASB e pelo FASB.
Vale lembrar que a estrutura conceitual não define normas ou procedimentos para 
qualquer aspecto sobre mensuração ou divulgação, e não deve haver conflito entre essa 
estrutura conceitual e um pronunciamento técnico; nesse caso, as exigências do pronun-
ciamento técnico devem prevalecer.
15
UNIDADE 
A Atual Realidade da Contabilidade Societária no Brasil 
E mais, o grande objetivo da Estrutura Conceitual adotada é ajudar o normatizador a 
seguir determinada linha na emissão de suas normas, ajudar os contadores a entender 
e interpretar essas normas que têm de aplicar e a ajudar os usuários das demonstrações 
contábeis a interpretá-las.
Por que a Estrutura Conceitual precisou ser revisada?
• Estrutura Conceitual Anterior: foi emitida em 1989 e parcialmente revisada em 2010;
• Prioridade: identificados como prioritários pelas partes interessadas na consulta da 
agenda de 2011;
• Preenchimento de lacunas: por exemplo, orientação sobre mensuração, apresentação 
e divulgação;
• Atualização: por exemplo, as definições sobre ativo e passivo;
• Estrutura Conceitual Revisada: conjunto mais abrangente de conceitos para relató-
rios financeiros.
Principais Alterações
No Capítulo 1, o IASB reforça o posicionamento de que os relatórios contábil-fi-
nanceiros se destinam primariamente aos seguintes usuários externos: investidores, 
financiadores e outros credores, sem hierarquia de prioridade.
Os usuários internos (administração e acionistas controladores) têm condições de gerar 
as informações que julgarem necessárias para a tomada de decisão. Mas os usuários exter-
nos contam com os demonstrativos como a principal fonte de informação, talvez a única.
Essa parte da norma foi publicada em 2010 e passou por extenso processo de análise 
na época, sendo agora não atingida pela revisão.
O Capítulo 2 descreve o que torna as informações financeiras úteis. Na revisão da 
norma, o CFC esclareceu os papéis de prudência, incerteza de mensuração e essên-
cia sobre a forma ao avaliar se as informações são úteis.
CARACTERÍSTICAS
QUALITATIVAS
FUNDAMENTAIS DE MELHORIA
COMPARABILIDADE
VERIFICABILIDADE
TEMPESTIVIDADE
COMPRENSIBILIDADE
RELEVÂNCIA
REPRESENTAÇÃO
FIDEDIGNA
Figura 10 – Características Qualitativas do CPC de Estrutura Conceitual
Fonte: Adaptada de CPC
16
17
Relevância e representação fidedigna são as características qualitativasfundamen-
tais das informações financeiras úteis e os conceitos orientadores que se aplicam a toda 
a Estrutura Conceitual revisada.
No Capítulo 3, Demonstrações Contábeis e a entidade que relata, são descritos o ob-
jetivo e o escopo das demonstrações financeiras e uma descrição da entidade que relata.
A entidade que reporta é a entidade que é obrigada a, ou decide, elaborar demons-
trações contábeis. Dessa forma, o limite apropriado de uma entidade que relata é deter-
minado considerando as necessidades de informações dos usuários das demonstrações 
contábeis da entidade. Esses usuários precisam de informações relevantes e que repre-
sentem fielmente o que pretendem representar.
O Capítulo 4, Elementos das demonstrações contábeis, define os cinco elementos das 
demonstrações contábeis – ativo, passivo, patrimônio líquido, receitas e despesas. 
Entre as alterações da revisão da norma, consta que as definições de ativo e passivo foram 
refinadas e as conceituações de receitas e despesas foram atualizadas apenas para refletir 
esse aperfeiçoamento.
Quadro 2 – Alterações da revisão da norma: ativo e passivo
Antes
• Ativo: Um recurso controlado pela entidade como resultado de 
eventos passados e do qual se espera que benefícios econômicos 
futuros fluam para a entidade;
• Passivo: Passivo é uma obrigação presente daentidade, derivada 
de eventos passados, cuja liquidação se espera que resulte na saída 
de recursosda entidade capazes de gerar benefícios econômicos.
Atual
• Ativo: Um recurso econômico presente controlado pela entidade 
como resultado de eventos passados. Um recurso econômico é um 
direito que tem potencial para produzir benefícos econômicos;
• Passivo: Uma obrigação presente da entidade de transferir re-
curso econômico como resultado de eventos passados.
Fonte: Adaptado de CPC
Os critérios para incluir ativos e passivos nas demonstrações contábeis (reconhecimen-
to) e orientações sobre quando os baixar (desreconhecimento) constam no Capítulo 5. 
Entre as alterações efetuadas da norma, os critérios de reconhecimento revisados referem-
-se explicitamente às características qualitativas das informações úteis.
No Capítulo 6, Mensuração, constam várias bases de mensuração e é onde se dis-
cute os fatores a serem considerados ao selecionar uma dessas bases. A versão ante-
rior da Estrutura Conceitual incluía pouca orientação sobre esse tema. Ao selecionar a 
base de mensuração, é necessário considerar a natureza das informações no balanço 
patrimonial e na demonstração do resultado. A importância relativa de cada fator a ser 
considerado depende dos fatos e das circunstâncias de casos individuais.
O Capítulo 7 da NBC TG Estrutura Conceitual é novo e inclui conceitos de apresen-
tação, divulgação e orientação sobre a inclusão de receitas e despesas na demonstração 
do resultado e do resultado abrangente. A finalidade é melhorar o tema comunicação, 
para tornar as informações financeiras mais úteis para investidores, credores e outros usu-
ários, considerando-se que uma comunicação eficaz de informações nas demonstrações 
17
UNIDADE 
A Atual Realidade da Contabilidade Societária no Brasil 
contábeis torna-as mais relevantes e isso contribui para uma representação fiel dos ativos, 
passivos, patrimônio líquido, receitas e despesas da entidade.
No Brasil, em dezembro de 2009, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) 
aprovou o Pronunciamento Técnico PME – Contabilidade para Pequenas e Médias Em-
presas, sendo o equivalente da IFRS para PMEs (IASB). O CPC PME foi homologado 
pela Resolução do Conselho Federal de Contabilidade – CFC n. 1.255/09, a qual entrou 
em vigor nos exercícios iniciados a partir de 1º de janeiro de 2010.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
CPC
https://bit.ly/3egR8Dw
 Vídeos
As novas normas internacionais de contabilidade e os seus desafios
https://youtu.be/iBJReCf41Rc
 Leitura
A adoção no Brasil das normas internacionais de contabilidade IFRS: o processo e seus impactos na 
qualidade da informação contábil
https://bit.ly/3tdTpU9
O valor e a importância da contabilidade em um ano de crise
https://bit.ly/2RmTB6e
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UNIDADE 
A Atual Realidade da Contabilidade Societária no Brasil 
Referências
OLIVEIRA, A. M. S.; OLIVEIRA, L. M. de; ALVES, P. S. L. da G. Contabilidade in-
ternacional: gestão de riscos, governança corporativa e contabilização de derivativos. 
São Paulo: Atlas, 2008. 
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