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Programa de Educação 
Continuada a Distância 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de 
Sexualidade Humana 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
 
 
EAD - Educação a Distância 
 Parceria entre Portal Educação e Sites Associados 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
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Curso de 
Sexualidade Humana 
 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
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Sumário 
 
 
MÓDULO I 
 
I- Introdução 
1- História 
 
II- Bases anatômicas e fisiológicas 
1- Anatomia masculina 
2- Anatomia feminina 
3- Endocrinologia 
 
III- Psicossexualidade 
1- Aprendizado sexual na infância 
2- Fatores Psicossexuais 
3- Masturbação 
4- Homossexualidade 
 
MÓDULO II 
 
IV- Sexualidade anormal e disfunções sexuais 
1- Introdução 
2- Definição 
3- Transtorno do desejo sexual 
4- Transtorno da excitação sexual 
5- Transtorno do orgasmo 
6- Transtornos sexuais dolorosos 
7- Disfunção sexual devido a uma condição médica geral 
8- Disfunção sexual induzida por substancia 
9- Disfunção sexual sem outra especificação 
 
 
 
 
 
4 
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10- CID 10 
11- Compreensão psicodinâmica das disfunções sexuais 
12- Casos clínicos 
 
MÓDULO III 
 
V- Homossexualidade e atividade homossexual 
1- Introdução 
2- Definição 
3- Homossexualidade como categoria diagnóstica 
4- Possíveis bases para a homossexualidade 
 
VI- Parafilias 
1- Epidemiologia 
2- Diagnóstico e características clínicas 
3- CID 10 
4- Entendimento psicodinâmico 
5- Casos clínicos 
 
Módulo IV 
VII- O Desenvolvimento da Sexualidade 
 
VIII- Sexualidade Hoje 
1- Sexualidade do adolescente 
2- Sexualidade na velhice 
3- Desconstrução do feminino e do masculino 
 
Glossário 
 
Referências Bibliográficas 
 
 
 
 
 
 
5 
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MÓDULO I 
 
I- Introdução 
 
O estudo da sexualidade humana lida com tudo o que se relaciona com ou é 
afetado pelo sexo: os órgãos sexuais e suas funções, os impulsos, instintos e 
pulsões sexuais e todos os pensamentos, sentimentos e comportamentos 
relacionados com a gratificação e reprodução sexual, incluindo a atração de uma 
pessoa por outra. 
O comportamento sexual é diversificado, multiforme e determinado por uma 
interação complexa de fatores. É afetado pelos relacionamentos de uma pessoa com 
outras, por circunstâncias de vida e pela cultura em que se vive. 
A sexualidade está estreitamente ligada com outros fatores da 
personalidade, com a constituição biológica e com um senso geral do eu. Ela inclui a 
percepção de ser do sexo feminino ou masculino e reflete as experiências evolutivas 
com o sexo durante o ciclo vital. 
Uma definição rígida da sexualidade normal é difícil, e não é prática em 
termos clínicos. É mais fácil definir a sexualidade anormal – ou seja, um 
comportamento sexual destrutivo para si ou para outrem, que não pode ser dirigido a 
um parceiro, que exclui a estimulação dos órgãos sexuais primários e que está 
inapropriadamente associado com culpa e ansiedade, ou que é compulsivo. 
O sexo fora do casamento, a masturbação e várias formas de estimulação 
sexual envolvendo órgãos outros que não os sexuais primários podem ainda se 
encaixar dentro dos limites normais, dependendo do contexto geral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
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1- História 
 
As normas culturais com relação ao comportamento sexual têm variado ao 
longo da história da civilização ocidental. As atitudes têm oscilado entre o liberal e o 
puritanismo, entre a aceitação e a repressão da sexualidade humana. Durante as 
últimas décadas, as atitudes predominantes com relação ao sexo foram 
marcadamente liberais. 
Entretanto, estudos recentes indicam uma tendência à adoção de valores 
mais conservadores. Tal mudança é largamente atribuída ao medo da síndrome 
imunodeficiência adquirida (AIDS). 
O retorno de atitudes conservadoras em resposta à ameaça de doença tem 
paralelos na história. A liberdade sexual do Renascimento acabou quando a sífilis 
assolou o continente europeu e se tornou o principal argumento para a castidade 
entre os proponentes da Reforma. 
Outros fatores que predispõem a normas mais restritivas são os períodos de 
recessão econômica, que tendem a levar as pessoas a posições mais puritanas e 
gratificações limitadas quando a liberdade sexual é usada como um substituto para 
relacionamentos íntimos. 
Poucos desses problemas foram definitivamente resolvidos na forma de 
novos valores sociais, entretanto, os legados da revolução sexual das décadas de 
60 e 70 exercem um forte efeito sobre o comportamento sexual de hoje. 
O surgimento de métodos eficazes, como a pílula anticoncepcional e a 
legalização do aborto em alguns países, diferenciaram claramente o prazer da 
atividade sexual de sua função reprodutiva. A mulher passa a assumir a carga 
reprodutiva, com mais liberdade. Passa a decidir quantos filhos quer ter e quando. 
O movimento feminista atacou o comportamento sexual aceitável para 
homens e mulheres, encorajou as mulheres a aceitarem a responsabilidade sexual 
pela gratificação de suas necessidades e desafiou a sociedade a reavaliar os 
estereótipos de papéis masculinos e femininos. O movimento das mulheres também 
concentrou suas atenções no estupro e no incesto. 
 
 
 
 
 
 
7 
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Gerontologistas, bem como pessoas idosas, chamaram a atenção para as 
necessidades sexuais do idoso. Adolescentes de classe média tornaram-se 
sexualmente ativos e os grupos de direitos dos homossexuais lutaram pela 
aceitação de suas orientações sexuais e, em 1973, conseguiram que a 
homossexualidade fosse excluída como categoria diagnóstica na terceira edição do 
Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-III) da American 
Psychiatric Association. 
Historicamente, os problemas de conflitos e disfunções sexuais sempre 
foram da jurisdição da psiquiatria. Alguns pioneiros como Havelock Ellis, Richard 
Krafft-Ebing e Sigmund Freud concentraram-se amplamente na sexualidade 
humana. Outros, mais recentemente, concentram-se mais intensivamente na 
fisiologia e nas disfunções sexuais. 
Os problemas de disfunção são particularmente angustiantes para os 
pacientes e com frequência têm sido resistentes a tratamento. A abordagem atual às 
disfunções sexuais reflete os desenvolvimentos culturais e científicos dos últimos 
anos, o desenvolvimento de técnicas específicas para o tratamento desses 
problemas, o interesse histórico da psiquiatria nesta área e o reconhecimento de sua 
importância na prática psiquiátrica. 
 
II- Bases anatômicas e fisiológicas 
 
Uma discussão dos órgãos da sexualidade e da sequência fisiológica normal 
da resposta masculina e feminina é necessária para um entendimento das 
disfunções sexuais. Nas décadas passadas, a ênfase estava no modelo genético, 
neuroanatômico e neuroquímico da sexualidade humana do que aos fatores 
psicológicose sociais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
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1- Anatomia masculina 
 
A genitália do homem adulto normal inclui o pênis, o escroto, os testículos, o 
epidídimo e uma porção do canal deferente. Os componentes internos incluem o 
canal deferente, as vesículas seminais, os dutos ejaculatórios e a glândula 
prostática. 
Freud referia-se ao pênis como órgão da sexualidade. Desde a antiguidade, 
as culturas têm representado o pênis em uma variedade de formas artísticas. Na 
Grécia Antiga, os cultos a Dionísio, Príapo e os sátiros usavam o falo como um 
símbolo recorrente de fertilidade e rejuvenescimento. 
A palavra pênis remonta ao latim, significando variadamente “cauda” ou 
“pendente”, e refere-se à posição suspensa do órgão em seu estado de repouso ou 
flacidez. 
O tamanho do pênis varia dentro de um âmbito relativamente constante, mas 
os sexólogos, ao longo dos anos, têm discordado sobre as dimensões dessa 
variação. Todos concordam, entretanto, que preocupação com o tamanho do pênis é 
praticamente universal entre os homens. 
Há uma variação de 7 a 11 cm no estado flácido e 14 a 18 cm no estado 
ereto. De particular interesse foi a observação de que a dimensão flácida tem pouca 
relação com a dimensão ereta. 
A circuncisão, na qual o prepúcio é removido, tem sido praticada durante 
séculos como um rito religioso pelos judeus e mulçumanos, e hoje é um 
procedimento médico comum. Acreditava-se que o pênis circuncidado, com sua 
glande exposta, fosse menos sensível em razão da cornificação do epitélio. Em 
estudos laboratoriais, entretanto, os pesquisadores não encontraram qualquer 
diferença no limiar tátil entre o pênis circunciso e o incircunciso. 
Intravaginalmente, eles verificaram que o prepúcio do pênis incircunciso 
permanece retraído atrás da glande durante a penetração peniana, desfazendo o 
mito de que a ejaculação precoce pode ser mais comum em homens incircuncisos 
em função da aumentada estimulação provocada pelos movimentos prepuciais. 
 
 
 
 
 
 
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Ejaculação é a propulsão vigorosa de sêmen e de líquido seminal do 
epidídimo, canal deferente, vesículas seminais e próstata para dentro da uretra. A 
dilatação da uretra prostática e a passagem de líquido para dentro da uretra peniana 
dão ao homem uma sensação de clímax iminente. Esta é a fase de emissão do 
processo ejaculatório. Na verdade, uma vez que a próstata se contraia, a ejaculação 
é inevitável. O sêmen ejaculado é também impulsionado pela uretra peniana por 
contrações dos músculos pélvicos e perineais estriados. Esta fase da ejaculação 
está essencialmente sob controle somático. 
O sêmen ejaculado consiste em aproximadamente 1 colher de chá (2,5ml) 
de líquido e contém aproximadamente 120 milhões de espermatozoides. Acredita-se 
que quanto maior o volume de sêmen ejaculado, mais prazeroso seja o orgasmo – 
mas esta crença é altamente subjetiva. 
 
2- Anatomia feminina 
 
A genitália externa da mulher normal é também chamada de vulva e inclui o 
monte de Vênus, lábios maiores e menores, clitóris, glande, vestíbulo e intróito 
vaginal. O sistema interno inclui os ovários, as tubas uterinas, o útero e a vagina. 
A palavra “vagina” vem do termo latino que significa “bainha”. A vagina está 
geralmente colabada, representando um espaço mais virtual do que real. Com 
aproximadamente 8 cm de comprimento, a vagina se estende desde a cérvice 
uterina, para o vestíbulo da vagina ou o intróito vaginal, abaixo. 
Na maioria das mulheres virgens, uma prega membranosa, o hímen, separa 
o vestíbulo e o intróito do resto do canal vaginal. A membrana mucosa que reveste 
as paredes vaginais repousa em várias pregas transversais. Para acomodar o pênis 
durante a relação sexual, a vagina se expande no comprimento e na largura. Após a 
menopausa, em virtude dos níveis diminuídos de estrógeno circulante, a vagina 
perde muito da sua elasticidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Hipócrates foi o primeiro a descrever o clitóris na literatura médica, referindo-
se a ele como o loca de excitação sexual. Máster e Johnson (ano) descreveram o 
clitóris como o órgão sexual feminino primário, porque o orgasmo depende 
fisiologicamente da adequada estimulação dele. 
Anatomicamente, o clitóris tem uma rede nervosa que é, proporcionalmente, 
três vezes maior que a do pênis. 
Kinsey (ano) verificou que, quando as mulheres se masturbam, a maioria 
prefere a estimulação clitoriana a qualquer outra. Este achado foi aprofundado ainda 
mais por Johnson (ano), que relatou que as mulheres preferem a haste do clitóris à 
glande, porque a glande é hipersensível se estimulada excessivamente. 
Um achado anatômico importante é que o prepúcio clitoriano é contíguo aos 
lábios menores e que, durante o coito, o pênis não estimula o clitóris diretamente. 
Antes, a penetração peniana exerce tração sobre os lábios menores, que, por sua 
vez, estimulam o clitóris suficientemente para que o orgasmo ocorra. 
Durante a excitação aumentada, exatamente antes do orgasmo, o clitóris se 
retrai sob a crista clitoriana como resultado da contração dos músculos 
isquiocavernosos. Retraído dessa forma, o clitóris afasta-se do canal vaginal, o que 
torna impossível clitóris-pênis. O tamanho do clitóris varia consideravelmente e não 
está relacionado com o grau de responsividade sexual da mulher. 
O PONTO G – Em 1950, Ernst Graefenberg descreveu uma área em torno 
da uretra feminina, na parede anterior da vagina, que veio a ser chamada de ponto 
G. Esta área tem aproximadamente 0,5 a 1 cm de tamanho e torna-se ingurgitada 
durante a estimulação sexual. Muitas mulheres descrevem a estimulação da área 
como altamente prazerosa, podendo incluir o orgasmo. Grafenburg acreditava que o 
tecido era análogo ao da próstata, podendo responder pelo jorro do líquido durante o 
orgasmo, relatado por algumas mulheres, à maneira da ejaculação masculina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3- Endocrinologia 
 
A partir da concepção, os hormônios desempenham um papel importante no 
desenvolvimento sexual humano. Ao contrário das gônadas fetais, que estão sob 
influência dos cromossomos, a genitália externa fetal é bastante suscetível aos 
hormônios. Acredita-se, também, que um gene do cromossomo X seja capaz de 
romper o desenvolvimento normal dos órgãos genitais masculinos. 
A administração hormonal exógena pode causar um desenvolvimento genital 
externo inconsistente com o desenvolvimento das glândulas sexuais fetais. Por 
exemplo, se a mãe grávida recebe andrógeno exógeno suficiente, o feto feminino, 
possuindo um ovário, pode desenvolver uma genitália externa que lembra a de um 
homem. 
Hormônios fetais, maternos ou exógenos administrados a uma mulher 
grávida podem todos afetar o desenvolvimento da genitália externa do feto. Privado 
das gônadas masculinas e femininas e dos respectivos hormônios testosterona e 
estrógeno, o adulto humano não desenvolve características sexuais secundárias 
normais, é incapaz de reproduzir e, no caso da mulher, não desenvolve um ciclo 
menstrual. 
Acredita-se que a testosterona seja o hormônio associado com a libido, tanto 
nos homens quanto nas mulheres. Nos homens, há uma correlação inversa entre 
estresse e nível sanguíneo de testosterona. Outros fatores, como sono, humor e 
estilo de vida influenciam os níveis circulantes de hormônio. Muitos médicos 
corrigem a deficiênciahormonal pós-menopausa com terapia de reposição de 
estrógeno ou estrógeno e testosterona combinados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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III - Psicossexualidade 
 
A sexualidade e a personalidade estão tão entrelaçadas que falar da 
sexualidade como uma entidade separada é quase impossível. A sexualidade de um 
sujeito afeta seu autoconceito, suas relações com os outros e seus padrões gerais 
de comportamento. 
O termo “psicossexual” é usado, portanto, como referência ao 
desenvolvimento e ao funcionamento da personalidade, à medida que são afetados 
pela sexualidade do indivíduo. O termo não se limita, de modo algum, apenas aos 
sentimentos ou emoções sexuais, nem é sinônimo de libido*, no sentido freudiano 
mais amplo. 
De acordo com Sigmund Freud, todas as atividades e impulsos prazerosos 
são originalmente sexuais, devendo ser assim designados desde o início. Esta 
generalização tem levado a interpretações errôneas dos conceitos sexuais de Freud. 
Por exemplo, algumas atividades orais estão voltadas para a obtenção de alimento e 
outras estão voltadas para a obtenção de gratificação sexual. Ambas buscam o 
prazer e usam os mesmos órgãos, mas não são, como defendia Freud, 
necessariamente sexuais. 
Rotular todos os comportamentos de busca de prazer como sexuais torna 
impossível especificar suas motivações precisas. As pessoas também podem usar 
atividades sexuais para a gratificação de necessidades não-sexuais, como a 
dependência, a agressividade, o poder e o status. 
Embora os impulsos tanto sexuais quanto não-sexuais possam motivar o 
comportamento, a avaliação deste depende da compreensão das motivações 
individuais subjacentes e suas interações. 
 
1- Aprendizado sexual na infância 
 
Somente após Freud ter descrito o impacto das experiências da infância 
sobre o caráter adulto, o mundo passou a reconhecer a universalidade da atividade 
e do aprendizado sexual em crianças. 
 
 
 
 
 
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A maior parte das experiências do aprendizado sexual na infância ocorre 
sem que haja a intenção por parte dos pais, mas a consciência do sexo geralmente 
influencia de forma efetiva o comportamento dos pais. Crianças do sexo masculino, 
por exemplo, tendem a ser tratadas com mais rigor, enquanto as do sexo feminino 
tendem a ser mais abraçadas. Os pais passam mais tempo com seus filhos do que 
com suas filhas quando bebês, e também tendem a estar mais cientes das 
preocupações de seus filhos adolescentes do que das ansiedades das filhas. Os 
meninos têm maior probabilidade de receber castigos físicos. O sexo de uma criança 
afeta a tolerância dos pais à agressividade e o reforço ou a extinção de certas 
atividades e de interesses intelectuais estéticos e atléticos. 
Os estágios do desenvolvimento psicossexual de Freud, que estudaremos 
mais a frente – oral, anal, fálico, latente e genital – oferece-nos um amplo referencial. 
 
2- Fatores Psicossexuais 
 
A sexualidade de uma pessoa depende de três fatores inter-relacionados: 
identidade sexual, identidade de gênero e comportamento sexual. Esses fatores 
afetam o crescimento, desenvolvimento e funcionamento de sua personalidade, 
sendo sua totalidade chamada de “fatores psicossexuais”. 
A sexualidade é algo maior do que o sexo físico, com ou sem coito, e algo 
menor do que todos os comportamentos direcionados à obtenção do prazer. 
 
- Identidade sexual: a identidade sexual é o padrão de características 
sexuais biológicas de uma pessoa: cromossomos, genitália externa, genitália interna, 
composição hormonal, gônadas e características sexuais secundárias. No 
desenvolvimento normal, tais aspectos formam um padrão coeso, que não deixa 
dúvidas para a pessoa quanto ao seu sexo. 
Estudos embriológicos demonstraram que todos os embriões mamíferos, 
sejam geneticamente masculinos (genótipos XY) ou femininos (genótipo XX), 
apresentam uma anatomia feminina durante os primeiros estágios da vida fetal. 
 
 
 
 
 
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A diferenciação entre os sexos resulta da ação de andrógenos fetais, que 
começa em torno da sexta semana da vida do embrião e se completa ao final do 
terceiro mês. 
Os transtornos intersexuais incluem uma variedade de síndromes que 
caracterizam pessoas com aspectos anatômicos ou fisiológicos acentuados do sexo 
oposto. 
Classificação dos transtornos intersexuais: 
 
- Hiperplasia adrenal virilizante (síndrome adrenogenital): resulta do excesso 
de andrógenos no feto com genótipo XX; é o transtorno intersexual feminino mais 
comum, associado ao aumento do clitóris, lábios unidos e hirsutismo na 
adolescência. 
 
- Síndrome de Turner: resulta da ausência do segundo cromossomo sexual 
feminino (XO); associada a pescoço alado, nanismo, infertilidade; não há produção 
de hormônios sexuais; portadores geralmente designados como mulheres em virtude 
da aparência feminina dos genitais. 
 
- Síndrome de Klinefelter: Genótipo XXY; presença de constituição 
masculina com pênis pequeno e testículos rudimentares em razão da baixa 
produção de andrógenos; libido fraca; portadores geralmente designados como 
homens. 
 
- Síndrome de insensibilidade ao andrógeno (síndrome testicular-
feminilizante): transtorno recessivo congênito ligado ao X que resulta na 
incapacidade dos tecidos de responder a andrógenos; os genitais externos parecem 
femininos e estão presentes testículos criptórquios; portadores designados como 
mulheres apesar do genótipo XY; em formas externas, o paciente tem mamas, 
genitais externos normais, vagina curta em fundo cego e ausência de pelos 
pubianos e axilares. 
 
 
 
 
 
 
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- Defeitos enzimáticos no genótipo XY: interrupção congênita da produção 
de testosterona que produz genitais ambíguos e constituição feminina; portadores 
costumam ser designados como mulheres em virtude da aparência feminina dos 
genitais. 
 
- Hermafroditismo: o verdadeiro hermafrodita é raro e se caracteriza pela 
presença simultânea de ovários e testículos (pode ser 46 XX ou 46 XY). 
 
- Pseudo-hermafroditismo: em geral, resulta de defeitos endócrinos ou 
enzimáticos em pessoas com cromossomos normais; pseudo-hermafroditas 
femininos têm genitais de aparência masculina, mas são XX; pseudo-hermafroditas 
masculinos têm testículos e genitais externos rudimentares e são XY; designados 
como homens ou mulheres, dependendo da morfologia dos genitais. 
 
- Identidade de gênero: por volta dos 2 ou 3 anos de idade, quase todos já 
tem uma firme convicção de “sou homem” ou “sou mulher”. Mesmo assim, ainda que 
a masculinidade e a feminilidade se desenvolvam normalmente, as pessoas ainda 
têm de enfrentar a tarefa adaptativa de estabelecer um senso de masculinidade ou 
feminilidade. 
A identidade de gênero, então, refere-se ao sentido que o sujeito tem de sua 
masculinidade ou feminilidade. Levando em conta os aspectos psicológicos do 
comportamento relacionados à masculinidade e à feminilidade. Geralmente, o sexo 
biológico e o gênero social são congruentes, isto é, os homens tendem a ser 
masculinos e as mulheres a ser femininas. Mas o sexo e o gênero podem 
desenvolver-se de modos conflitantes ou mesmo opostos. 
A identidade de gênero resulta de múltiplas influências derivadas das 
experiências com membros da família, professores, amigos e colegas de trabalho e 
de fenômenos culturais. 
 
 
 
 
 
 
 
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As características físicas derivadas do sexo biológico do sujeito – tais como 
físico geral, forma corporal e dimensões físicas – se inter-relacionam com um 
sistema complexo de estímulos, incluindo recompensas e punições e rótulos de 
gênero dados pelos pais, para o estabelecimento da identidade de gênero. 
A formação da identidade de gênero está baseada em atitudes parentais e 
culturais, na genitália externa do bebê e na influência genética, que está 
fisiologicamente ativa por volta da sexta semana de vida. 
Muito embora influências familiares, culturais e biológicas possam dificultar o 
estabelecimento do próprio senso de masculinidade ou feminilidade, as pessoas em 
geral desenvolvem uma identificação relativamente segura com seu sexo biológico – 
uma identidade de gênero estável. 
 
- Papéis de gênero: o comportamento do papel de gênero está, em parte, 
relacionado a e deriva da identidade de gênero. Podemos entender o papel do 
gênero como todas as coisas que uma pessoa diz ou faz para se revelar como 
portadora de um status de menino ou homem, menina ou mulher. 
Os papéis de gênero não são estabelecidos no nascimento, mas construídos 
ao longo das experiências vividas, da aprendizagem casual e não-planejada, da 
instrução e da persuasão explícitas, assim como da constatação espontânea de que 
dois mais dois, às vezes, são quatro e, às vezes, são cinco. O resultado habitual é a 
junção entre a identidade e o papel de gênero. 
Apesar dos atributos biológicos serem significativos, o principal fator na 
construção de papéis apropriados ao sexo é a aprendizagem. O papel de gênero 
pode parecer oposto à identidade de gênero. As pessoas podem identificar-se com 
seu próprio sexo e mesmo assim adotar vestimentas, penteados e outras 
características do sexo oposto, ou podem identificar-se com o sexo oposto e, por 
conveniência, adotar muitas características comportamentais do seu próprio sexo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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- Orientação sexual: a orientação sexual descreve o objeto dos impulsos 
sexuais de uma pessoa: 
Heterossexual – tem como objeto o sexo oposto. 
Homossexual – tem como objeto o mesmo sexo. 
Bissexual – tem como objeto ambos os sexos. 
 
- Comportamento sexual 
Resposta fisiológica: a resposta sexual é uma genuína experiência 
psicofisiológica. A excitação é desencadeada por estímulos tanto físicos quanto 
psicológicos, os níveis de tensão são experimentados de forma física e emocional, e, 
com o orgasmo, normalmente ocorre a percepção subjetiva de um pico de reação e 
liberação físicas. 
O desenvolvimento psicossexual, as atitudes psicológicas em relação à 
sexualidade, e as atitudes em relação ao parceiro sexual estão diretamente 
envolvidos e afetam a fisiologia da resposta sexual humana. 
Homens e mulheres normais experimentam uma sequência de respostas 
fisiológicas à estimulação sexual. A quarta edição do Manual diagnóstico e 
estatístico de transtornos mentais (DSM-IV-TR) define um ciclo de resposta de 
quatro fases: 
 
Fase 1: Desejo. A classificação da fase de desejo (ou apetitiva), que é 
distinta de qualquer fase identificada unicamente por meio da fisiologia, e reflete a 
preocupação fundamental com as motivações, impulsos e personalidade. Esta fase 
caracteriza-se por fantasias sexuais e pelo desejo de ter atividade sexual. 
 
Fase 2: Excitação. Esta fase é iniciada pela estimulação psicológica 
(fantasia ou presença de um objeto de amor) ou estimulação fisiológica (carícias e 
beijos) ou uma combinação dos dois. Consiste de um sentimento subjetivo de 
prazer. A fase de excitação caracteriza-se pela tumescência peniana originando a 
ereção, no homem, e por lubrificação vaginal, na mulher. 
 
 
 
 
 
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Os mamilos de ambos os sexos tornam-se eretos, embora isto seja mais 
comum nas mulheres do que nos homens. O clitóris da mulher torna-se duro e 
túrgido e os lábios menores espessam-se, em consequência da ingurgitação venosa. 
A excitação inicial pode durar de alguns minutos a várias horas. Com 
estimulação continuada, os testículos do homem aumentam de tamanho em 50% e 
se elevam. O clitóris eleva-se e se retrai para trás da sínfise pubiana. Como 
resultado, o clitóris não fica facilmente acessível. À medida que a área é estimulada, 
entretanto, ocorre a tração nos lábios menores e prepúcio. 
O tamanho dos seios, na mulher, aumenta em 25%. A ingurgitação contínua 
do pênis e da vagina produz alterações específicas da cor, particularmente nos 
lábios menores, que se tornam um vermelho púrpura profundo. Ocorrem contrações 
voluntárias dos grandes grupos musculares, aumento da frequência cardíaca e 
respiratória e elevação da pressão sanguínea. Esta fase dura de 30 segundos a 
vários minutos. 
 
Fase 3: Orgasmo. Esta fase consiste de um pico do prazer sexual, com 
liberação da tensão sexual e contração rítmica dos músculos do períneo e órgãos 
reprodutores da pélvis. Um sentimento subjetivo de inevitabilidade ejaculatória 
desencadeia o orgasmo masculino. Segue-se a emissão vigorosa do sêmen. 
O orgasmo masculino também está associado com quatro e cinco espasmos 
rítmicos da próstata, vesículas seminais, vasos deferentes e uretra. 
Na mulher, o orgasmo caracteriza-se por três a quinze contrações 
involuntárias do terço inferior da vagina e por contrações intensas e prolongadas do 
útero, partindo desde o fundo em direção ao colo. 
Tanto o homem quanto a mulher apresentam contrações involuntárias do 
esfíncter anal interno e externo. Estas e outras contrações durante o orgasmo 
ocorrem em intervalos de 0,8 segundo. 
Outras manifestações incluem movimentos involuntários dos grandes grupos 
musculares, incluindo trejeitos musculares faciais. A pressão sanguínea e a taxa 
cardíaca aumentam para até 160 batimentos por minuto. O orgasmo geralmente 
dura de 3 a 25 segundos e está associado com ligeira turvação da consciência. 
 
 
 
 
 
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Fase 4: Resolução. A resolução consiste do desingurgimento do sangue da 
genitália e leva o corpo de volta ao estado de repouso. Se ocorrer orgasmo a 
resolução é rápida; se não, pode levar de duas a seis horas, com irritabilidade e 
desconforto. A resolução pelo orgasmo caracteriza-se por uma sensação subjetiva 
de bem-estar, relaxamento geral e muscular. 
Após o orgasmo, os homens têm um período refratário que pode durar de 
alguns minutos até muitas horas; neste período, não podem ser estimulados até o 
orgasmo. O período refratário não existe nas mulheres, que são capazes de 
múltiplos e sucessivos orgasmos. 
 
- Hormônios, neurormônios e comportamento sexual: em geral, 
substâncias que aumentam os níveis de dopamina no cérebro potencializam o 
desejo, enquanto substâncias que aumentam a serotonina o diminuem. 
A testosterona aumenta a libido tanto de homens quanto de mulheres, 
embora o estrógeno seja um fator-chave na lubrificação envolvida na estimulação 
feminina e possa aumentar a sensibilidade da mulher à estimulação. 
A progesterona deprime ligeiramente o desejo em homens e mulheres, 
assim como o excesso de prolactina e cortisol. A oxitocina está relacionada a 
sensações prazerosas durante o sexo e é encontrada em níveis mais altos em 
mulheres e homens após o orgasmo. 
 
- Diferenças de gênero em relação a desejo e estímulos eróticos: os 
impulsos e o desejo sexuais existem em homens e mulheres. No entanto, se o 
desejo for medido pela frequênciade pensamentos sexuais espontâneos, por 
interesse em participar de atividades sexuais e por estado de alerta para pistas 
sexuais, os homens possuem um nível mais alto de desejo em linha de base do que 
as mulheres, o qual pode ser biologicamente determinado. 
Embora fantasias sexuais explícitas sejam comuns a ambos os sexos, os 
estímulos externos para as fantasias costumam diferir para homens e mulheres. 
Muitos homens respondem a estímulos visuais de mulheres nuas ou pouco vestidas, 
motivados pelo desejo e interessados somente na satisfação física. 
 
 
 
 
 
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As mulheres relatam responder a histórias românticas comum herói terno e 
galante, cuja paixão pela heroína o impele a um compromisso duradouro. 
Um fator complicador é que a sensação subjetiva feminina de estimulação 
nem sempre é congruente com seu estado fisiológico de excitação. De forma mais 
específica, sua sensação de excitação pode refletir uma prontidão para ser 
estimulada, mais do que a lubrificação fisiológica. 
Por outro lado, pode experimentar os sinais físicos da excitação sem estar 
ciente deles. Tal situação dificilmente ocorre nos homens. 
 
3- Masturbação 
 
A masturbação em geral é um precursor normal do comportamento sexual 
voltado para um objeto. Nenhuma outra forma de atividade sexual foi mais discutida, 
condenada e universalmente praticada. 
As pesquisas indicam que praticamente todos os homens e três quartos das 
mulheres masturbam-se em algum momento de suas vidas. 
Estudos longitudinais sobre o desenvolvimento mostram que a 
autoestimulação sexual é comum em bebês e crianças. Assim como os bebês 
aprendem a explorar as funções dos dedos e da boca, aprendem a fazer o mesmo 
com sua genitália. Por volta dos 15 a 19 meses de idade, ambos os sexos começam 
a exibir autoestimulação genital. 
Sensações prazerosas resultam de qualquer toque delicado na região 
genital. Essas sensações, combinadas ao desejo comum de exploração do corpo, 
produzem um interesse normal no prazer masturbatório. 
As crianças também desenvolvem um interesse maior na genitália de outros 
(pais, crianças e até mesmo animais). À medida que fazem amigos, a curiosidade da 
sua própria genitália e de outros motiva episódios de exibicionismo ou exploração 
genital. Tais experiências, exceto quando bloqueadas por um medo culposo, 
contribuem para um prazer continuado gerado pela estimulação sexual. 
 
 
 
 
 
 
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Com a aproximação da puberdade, a explosão dos hormônios sexuais e o 
desenvolvimento das características sexuais secundárias, a curiosidade sexual 
intensifica-se, e a masturbação aumenta. Os adolescentes são fisicamente capazes 
de coito e orgasmo, mas são inibidos, em alguns casos, por limitações sociais. 
As pressões, muitas vezes, conflitantes para estabelecer sua identidade 
sexual e controlar seus impulsos produzem uma forte tensão sexual fisiológica, que 
exige liberação, e a masturbação é um modo normal de reduzir tais tensões sexuais. 
De modo geral, os homens aprendem a masturbar-se até atingir o orgasmo, 
mais cedo do que as mulheres e masturbam-se com maior frequência. 
Uma importante diferença emocional entre o adolescente e a criança é a 
presença de fantasias de coito durante a masturbação no adolescente. Essas 
fantasias são um fator importante no desenvolvimento da identidade sexual; na 
segurança comparativa da imaginação, o adolescente aprende a realizar o papel 
sexual adulto. Essa atividade autoerótica costuma ser mantida até os primeiros anos 
da vida adulta, quando normalmente é substituída pelo coito. 
Casais que se relacionam sexualmente não abandonam de todo a 
masturbação. Quando o coito é insatisfatório ou não está disponível em razão de 
doença ou ausência do parceiro, a autoestimulação serve a uma função adaptativa, 
combinando prazer sensual e liberação de tensão. 
A maior parte das mulheres prefere estimular o corpo do clitóris e a glande, 
porque esta é hipersensível à estimulação intensa. A maioria dos homens masturba-
se manipulando vigorosamente o corpo do pênis e a glande. 
Os tabus morais contra a masturbação geraram mitos de que esta causaria 
doença mental ou diminuição da potência sexual, mas não há evidências científicas 
que corroborem tais informações. 
A masturbação torna-se sintoma psicopatológico somente quando se 
constitui uma compulsão que foge ao controle da pessoa. Nesse caso, é um sintoma 
de perturbação emocional, não por ser sexual, mas por ser compulsiva. A 
masturbação é um aspecto universal e inevitável do desenvolvimento psicossexual 
e, na maioria dos casos, é adaptativa. 
 
 
 
 
 
 
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4- Homossexualidade 
 
Em 1973, a homossexualidade foi eliminada como categoria diagnóstica pela 
American Psychiatric Association e, em 1980, foi removida do DSM. A décima 
revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas 
Relacionados à Saúde (CID-10) afirma: “A orientação sexual por si só não deve ser 
considerada um transtorno”. Ela reflete a mudança na compreensão da 
homossexualidade, que agora é considerada uma variante de frequência regular da 
sexualidade humana, e não mais um transtorno patológico. 
 
- Definição: o termo homossexualidade, muitas vezes, descreve o 
comportamento explícito de uma pessoa, sua orientação sexual e sua noção de 
identidade pessoal e social. Muitos preferem identificar a orientação sexual usando 
termos como gay e lésbica, em vez de homossexual, que pode sugerir uma 
combinação de identidade própria percebida e uma identidade social. Eles refletem o 
fato da pessoa fazer parte do grupo social similarmente rotulado. 
A homofobia é uma atitude negativa para com a homossexualidade ou 
homossexuais ou medo desses. 
Heterossexismo é a crença de que um relacionamento heterossexual é 
preferível a todos os outros; o termo implica discriminação e perseguição contra 
aqueles que praticam outras formas de sexualidade. 
 
- Fatores psicológicos: os determinantes do comportamento homossexual 
são enigmáticos. Freud via a homossexualidade como um comprometimento do 
desenvolvimento psicossexual. Temores de castração para homens e temores de 
fusão materna na fase pré-edipiana do desenvolvimento são citados. 
De acordo com a teoria psicodinâmica, situações no início da vida que 
podem resultar em comportamento homossexual nos homens estão associadas a 
uma forte fixação na mãe, falta de cuidados paternos efetivos, inibição do 
desenvolvimento masculino pelos pais, fixação ou regressão ao estágio narcísico do 
desenvolvimento e fracasso na competição com irmãos e irmãs. 
 
 
 
 
 
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As visões de Freud sobre as causas da homossexualidade feminina incluíam 
uma falta de resolução da inveja do pênis em associação com conflitos edipianos 
não resolvidos. 
Freud não considerava a homossexualidade como uma doença mental. Em 
Três ensaios sobre a teoria da sexualidade, ele descreve que a homossexualidade 
“é encontrada em pessoas que não exibem outros desvios do normal (...) cuja 
eficiência não está prejudicada e que, na verdade, distinguem-se por um 
desenvolvimento intelectual e cultura ética especialmente altos”. 
Em Carta a uma mãe americana, Freud escreveu, “a homossexualidade 
certamente não é uma vantagem, mas não é nada que cause vergonha, nenhum 
vício, nenhuma degradação, não podendo ser classificada como uma doença;consideramos a homossexualidade como sendo uma variação das funções sexuais, 
produzida por um certo comprometimento do desenvolvimento sexual”. 
 
- Fatores biológicos: estudos recentes indicam que componentes genéticos 
e biológicos podem contribuir para a orientação homossexual. Existem relatos de 
que os homens homossexuais exibem níveis mais baixos de andrógenos circulantes 
do que os heterossexuais. 
Os estudos genéticos demonstram uma incidência maior de concordância 
homossexual entre gêmeos monozigóticos do que entre gêmeos dizigóticos, o que 
sugere uma predisposição genética oculta; entretanto os estudos cromossômicos 
foram incapazes de diferenciar homossexuais de heterossexuais. 
 
 - Padrões de comportamento sexual: alguns homossexuais, 
particularmente masculinos, relatam estarem conscientes de atrações românticas 
pelo mesmo sexo antes da puberdade. Cerca de metade de todos os meninos pré-
puberes têm alguma experiência genital com parceiros do mesmo sexo. Entretanto, 
esta experiência frequentemente é exploratória – particularmente se compartilhada 
com um companheiro, não com um adulto – e tipicamente não apresenta um forte 
componente afetivo. 
 
 
 
 
 
 
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A maior parte dos homossexuais masculinos recorda o princípio de atrações 
românticas e eróticas por parceiros do mesmo sexo durante o início da 
adolescência. Para mulheres, o começo de sentimentos românticos por parceiras do 
mesmo sexo também pode estar na pré-adolescência. 
Entretanto, um reconhecimento claro de preferência por parceiros do mesmo 
sexo tipicamente ocorre no meio ou final da adolescência ou apenas na idade 
adulta. Mais mulheres do que homens homossexuais parecem ter experiências 
heterossexuais durante suas vidas homossexuais primárias. 
As características comportamentais dos homossexuais femininos e 
masculinos são tão variadas quanto àquelas dos sujeitos heterossexuais de ambos 
os sexos. As práticas sexuais nas quais os homossexuais engajam-se são as 
mesmas praticadas pelos heterossexuais, com as limitações óbvias impostas pelas 
diferenças anatômicas. 
Existem padrões variáveis de duração dos relacionamentos entre os 
homossexuais, como entre os heterossexuais. Alguns casais homossexuais vivem 
em um relacionamento monogâmico ou primário por décadas, enquanto outros 
homossexuais tipicamente mantêm contatos sexuais apenas passageiros. Embora 
existam mais relacionamentos estáveis entre dois homens do que anteriormente se 
pensava, estes relacionamentos parecem ser menos estáveis e mais superficiais do 
que entre mulheres. 
 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO I

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