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AD1 HISTÓRIA MEDIEVAL Otávio

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AD1 – HISTÓRIA MEDIEVAL
Após a leitura do texto (WUENSCH, Ana Miriam. O que Christine e Pizan nos faz pensar? Revista Graphos, v.15, n.1, 2013), responda:
1- O texto O que Christine de Pizan nos faz pensar? foi elaborado pela professora Ana Miriam Wuensch a partir de um curso ministrado na UNB. Identifique a leitura central do curso (título, autor, data). (1 ponto)
	O curso ministrado na UAB pela professora Ana Miriam Wuensch consistiu em um convite para a leitura d’O Livro da Cidade das Damas, de lavra de Christine de Pizan, escrito em 1405. 
	Com efeito, o livro em comento aborda a assimilação entre imagem e texto, ou seja, a composição a partir de imagens, cabendo destacar que algumas destas imagens eram produzidas por artistas mulheres.
2- Identifique as informações sobre a produção de livros na Idade Média (técnica, relação entre texto e imagem, confecção das imagens). (1 ponto)
	Antes da invenção da imprensa os livros eram manuscritos, sendo compostos por iluminuras de artistas diversos e supervisionados e subscritos pelo autor do livro, como no caso d’O Livro da Cidade das Damas, onde a própria Christine de Pizan supervisionava e assinava as imagens produzidas pelos diversos artistas, inclusive mulheres.
	Destarte, na Idade Média e no Renascimento, era considerado livro a produção cultural manufaturada, consistente na composição literária manuscrita baseada em imagens, já que o texto seja em prosa ou em verso era assimilado à imagem, o que Dante chamava de visibile parlare.
3-  Wuensch diz que seus alunos ficaram perplexos com o texto de Pizan. Identifique as quatro perplexidades apontadas pela professora. (2 pontos)
	Primeira Perplexidade – A existência de uma escritora na Europa medieval, pois muitos alunos criam que apenas em nosso tempo as mulheres reúnem condições intelectual para a leitura, escrita e debate de idéias. Frise-se que além de Pizan existiam várias mulheres escritoras medievais e renascentistas, cujas obras estão sendo redescobertas e estudas.
	Segunda Perplexidade – Christine de Pizan não teve acesso à Universidade, viveu e escreveu a maioria de suas obras extramuros eclesiásticos femininos, ou seja, Pizan não teve seu talento para a literatura atrelado a uma ordem religiosa feminina ou mista onde os debates eram restritos ao cerne teológico, o que demonstra que a sua formação foi privilegiada se comparada com a educação recebida pelas mulheres da sua época. 
	Não obstante, os espaços criados a partir de ordens religiosas foram de grande valia para o acesso de algumas mulheres ao letramento e produção intelectual. Já algumas mulheres se travestiam de homens para freqüentar espaços masculinos em busca do conhecimento restrito aos homens na Idade Média.
	Deve ser destacado que Pizan era dedicada aos estudos, casou, teve filhos e ficou viúva aos 25 anos de idade.
	Terceira Perplexidade – O famoso debate denominado a Querelle Du Roman de La Rose foi protagonizado por Pizan no período compreendido entre 1399 e 1403, difundindo a segunda parte do Romance da Rosa sob a luz da sua nova interpretação de mulher, defendendo o papel das mulheres na sociedade e fazendo críticas ao misógino Jean de Meung, que professava abertamente o desprezo que nutria em relação à mulher, que para Meung servia apenas para satisfazer os instintos masculinos. 
	Quarta Perplexidade – Pizan foi uma escritora profissional, tendo escrito diversas obras, dentre elas L’Epistre au Dieu d’Amour, O Livro da Cidade das Damas, Le Dit de La Rose, Epistres Du débat sur Le Roman de la Rose, sendo considerada a primeira mulher famosa de letras a viver do fruto do seu trabalho, tendo inclusive escrito relatos históricos e didáticos sobre o governo do Rei Charles V, trabalho encomendado pelo próprio soberano que culminou com o livro Le Livre des fais et bonnes meurs du sage Roy Charles V de lavra de Christine de Pizan.
	Ressalte-se que Christine de Pizan ficou viúva aos 25 anos, órfã de pai, ficou com a responsabilidade de cuidar de seus filhos, sua mãe e uma sobrinha, cujo sustento familiar era mediante os pagamentos que Pizan recebia por sua atividade profissional como escritora.
4- Explique a Querelle du Roman de la Rose (3 pontos) 
	Considerando que querela consiste na exposição feita pela parte ofendida em um debate acarolado sobre pontos de vista contrários.
	Christine Pizan protagoniza a querela por discordar e criticar o misógino Jean de Meung, que professava abertamente o desprezo que nutria em relação à mulher, escreve obras defendendo seu ponto de vista, dentre elas L’Epistre au Dieu d’Amour alertando que as mulheres devem enfrentar aqueles que desvalorizam e desqualificam a mulher; Le Dit de La Rose, versos de resistência aos ataques perpretados à honra feminina, tendo Pizan, nesta obra, fundado poeticamente a “Ordem da Rosa”; Epistres Du débat sur Le Roman de la Rose,coletânea de correspondências de Pizan inerentes a querela por ela enfrentada.
	Com efeito, Pizan atrai a simpatia e o apoio de inúmeros aliados, cabendo destacar o apoio recebido de nobres, inclusive da Rainha da França e do teólogo Jean Gerson. 
	Destarte, a posição firme de Pizan em defesa das mulheres fez com que ela ficasse no epicentro da Querelle du Roman de la Rose, enfrentando com lucidez, sabedoria e diplomacia os detratores das mulheres, enfrentando Meung de forma direta.
5- Exponha a análise de Wuensch acerca da visão de Simone de Beauvoir sobre Christine de Pizan e a comparação que faz dessas duas escritoras.   (3 pontos)
	No entendimento de Wuensch, Simone de Beauvoir não reconhece a ação transformadora na escrita de Pizan, ignorando o esforço da mesma na elaboração de uma história universal das mulheres. 
	Wuensch compara Pizan e Beauvoir em seu artigo argumentando que ambas formularam problemas de cunho teórico de vasto enraizamento político, histórico, literário e filosófico, porém devido à educação recebida, as oportunidades e as escolhas de cunho pessoal justificam o modo de vida de cada uma.
	Beauvoir somente se engajou na militância feminista vários anos após ter escrito seu livro mais famoso. Já Pizan compreendeu desde cedo que a literatura era um campo fértil para a defesa das mulheres na sociedade, fazendo de suas obras um espaço literário de referência comum para as gerações vindouras.
Referência Bibliográfica
	WUENSCH, Ana Miriam. O que Christine e Pizan nos faz pensar? Revista Graphos, v.15, n.1, 2013

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