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resenha casa grande senzala

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CENTRO REGIONAL UNIVERCITÁRIO DE ESPIRITO SANTO DO PINHAL 
FACULDADE DE HUMANAS 
CURSO LICENCIATURA EM HISTÓRIA
CHRISTIAN MARCEL GRUPIONI LICERA
Relatório de estagio
Livro Casa Grande e Senzala
ESPÍRITO SANTO DO PINHAL
2020
CHRISTIAN MARCEL GRUPIONI LICERA
Resenha Livro Casa Grande e Senzala
Resenha apresentada pelo aluno Christian Marcel Grupioni Licera, aluno do Curso de História da UNIPINHAL, como atividade exigida e complementar.
ESPÍRITO SANTO DO PINHAL
 2020
RESENHA DA OBRA
O livro casa Grande e Senzala, escrito pelo autor Gilberto Freire, descrevendo de forma erudita a gênese da cultura social brasileira, mostrando essa formação em três povos (Europeu, Africano e Indígenas) que influenciaram tal formação. 
No seu primeiro capítulo “Características gerais da colonização portuguesa do Brasil: formação de uma sociedade agrária, escravocrata e híbrida”, o autor descreve que em 1532 começa a formação da família brasileira, completamente agraria e em seu início de subsistência, destacando elementos dessa formação como a estabilidade patriarcal da família brasileira, e a importância do indígena nos primórdios dessa formação. Os indígenas do litoral, conhecidos como gentis, pela facilidade de contato com o povo europeu, tornando inicialmente a primeira forma da sociedade, onde o português usava materiais que facilitavam o cotidiano dos indígenas como facões, espelhos e machados como forma de escambo para que os indígenas trabalhassem na extração do Pau-Brasil e no tráfico de animais silvestres como papagaios e araras. Já a mulher indígena, por sua vez, trabalhava nas casas dos europeus de forma servil em trabalhos domésticos e também sendo a segunda mulher dos colonos surgindo a primeira sociedade hibrida da colônia.
O autor diserta de maneira minuciosa a flexibilidade do povo português, dada pela sua formação social, miscigenada entre povos invasores da península ibérica (Visigodos, Romanos e Mouros), surgindo na Europa um povo mais adaptado ao clima temperado, e sua aproximação com a África pelo estreito de Gibraltar. Da mesma forma os grandes navegadores, que na sua maioria eram cristãos novos, ou seja, judeus apoiados pela coroa portuguesa já desbravaram os oceanos até a chegadas nas índias orientais iniciando o comercio de especiarias, mostrando a flexibilidade do mesmo para a colonização de exploração.
Depois dessa explicação sobre a flexibilidade do povo português, mencionaremos sobre a mudança alimentícia do povo português que teve por obrigação de substituir a farinha de trigo e o azeite muito utilizado na culinária europeia por produtos encontrados nas colônias como a mandioca, amendoim, pimenta, proteína da caça, entre outros alimentos que eram utilizados pelos indígenas e também a introdução pelos portugueses de animais domésticos como a galinha e o porco.
As doenças abordadas nesse capitulo de forma incisiva principalmente a sífilis ou doenças das bexigas que devastavam inúmeros índios, pois os portugueses agrupavam os mesmos nos adornos das fazendas ou pequenos vilarejos, fazendo uma forma de barreira contra os índios bravios que sempre atacavam os destacamentos portugueses.
Já o próximo capitulo “ O indígena e formação da família brasileira”, o autor pincela sobre a colonização nas américas de forma rápida e precisa destacando que a formação de modo geral se consiste entre a europeia, negra e indígena, sendo o Brasil a miscigenação e formação do povo mais coesa devido a necessidade da ocupação de grandes territórios por um pais pequeno como Portugal. Temos que destacar que as indígenas que formaram famílias com portugueses primeiramente tiveram que se converter ao cristianismo de uma forma completa ou seja aqueles indígenas que não eram suscetíveis a conversão ou capturados em uma guerra justa, se tornavam escravos, pois os mesmos eram considerados pela igreja por não terem almas e muitas das vezes cambiáveis de uma fazenda a outra para destruir sua característica local dificultando uma possível fuga. Deste modo se inicia a escravidão indígena pelos povos europeus.
Freire destaca os indígenas como um povo libidinoso, ou seja as índias se entregavam aos portugueses de forma voluntaria para gerar filhos dos brancos pois de forma cultural indígena se acreditavam que desta maneira estariam criando filhos poderios pelo fato de tal cruzamento, surgindo assim os primeiros Mamelucos ou hibridismo pelo cruzamento de “raças”. O Banho e tratado pelo autor como uma forma cultural indígena, que se banhavam muitas vezes ao dia em rios e cachoeiras tendo um contraste absurdo com os povos europeus, citado pelo autor por tomarem dois banhos ao ano.
Quando falamos em religião na colonização, temos como base o Catolicismo trazidos pelas caravelas portuguesas, e a determinação dos religiosos em catequisar esses povos, aumentando o poderio católico e religioso em frente as percas europeias da reforma protestante. Muitos dos índios interioranos em sua maioria tinham o costume antropofágico, dificultando a catequização, forçando os religiosos com a ajuda dos índios gentis a capturar os Curumins, ou seja, crianças com a desculpa de salvar as almas dos mesmos através da religião católica e pela facilidade da aprendizagem da língua e costumes europeus, tendo os jesuítas aprendido o tupi através das crianças como forma de estratégia de uma futura facilidade de comunicação entre nativos e europeus.
No capítulo “O colonizador Português”, Gilberto Freire se aprofunda sobre o estereótipo dos nossos colonizadores e seus contexto histórico, Portugal tinha uma escassez de mulheres facilitando uma posterior miscigenação, e a falta recursos mostrando que o pais Luso não tinha grandes glebas de terras, dificultando a produção em massa de exportação de produtos agrícolas, forçando o português a desbravar os mares e buscar novas alternativas no comercio de especiarias e em grande parte na escravidão. Na época os portugueses valorizavam o comercio ou cultura mercantil em detrimento a aristocracia, surge a sua autonomia aos espanhóis se jogando aos mares para a busca de recursos. A grande fé de Portugal ao catolicismo, sendo bem diferente de outros países europeus que aceitaram o futurismo e calvinismo, sendo a fé algo inabalável do povo português. Se falam que os judeus financiavam o estado português, por não terem terras pois eram grandes comerciantes e se encontraram na época, em Portugal como sua “terra”.
Temos que destacar as experiências de Portugal ao sistema plantation, ou seja o cultivo experimental nas ilhas portuguesas como a Ilha da madeira e os Açores, tornando o açúcar uma grande e valorosa moeda de troca sendo o mesmo artigo de luxo na época. Esse sistema de plantações é levado ao Brasil e obtido grande sucesso pelo clima litorâneo brasileiro e o ciclo de chuvas.
Já no solo brasileiro Freire fala da luxuria e vida de aparência que a burguesia colonial ostentava nas colônias, isso é demostrado pelas grandes casas, produtos de luxo oriundos da Europa como tecido, prataria entre outros, mas a realidade das casas grandes eram o endividamento constante com a coroa, alimentação de subsistência pois a cana de açúcar era plantada ao máximo proveito da terra. Os colonos criticavam muito o Brasil chamando de “inferno na terra’’ pois pragas sempre devastavam as plantações, a má qualidade do solo e as constantes investidas dos índios bravios atormentavam as colônias pois levavam muitas baixas de escravos influenciando na produção.
A vinda do negro como forma de escravos, nos formou a terceira influencia dessa gênese brasileira, vindo da África como forma de escambo que os portugueses faziam com as tribos dominantes, tais escambos ou trocas de produtos produzidos no Brasil como tabaco e cachaça em troca de escravos capturados em guerras, vindos abarrotados em navios negreiros, eram comercializados em praças como animais. Os escravos negros eram mais preparados que os índios pois já tinham contato antecipadoscom povo português, sendo o aborígene negro já estava sedentarizado em contrapartida do índio que tinham pouco conhecimento e preparo com as plantações e pouca imunidade com as doenças europeias.
O capitulo quarto “ O escravo negro na vida sexual e de família brasileira”, é parte do livro em que Freire adentra na construção profunda da casa grande e senzala e suas relações na formação sócio- cultural da família brasileira, desbravando com profundidade a importância do negro na nossa formação cultural, fazendo uma discussão sobre o motivo ao qual o negro foi escravizado, tirando um pouco do conceito em que o negro era uma raça inferior mas sim desfavorável ao seu clima, pois o clima quente pode afetar na inertidade do homem. Freire faz uma comparação da escravidão norte americana com a brasileira, mostrando que no Brasil o negro era bem alimentado com insumos de abundancia como mandioca, milho, feijão e pouca proteína animal, tais alimentos eram plantados em entressafras, já as mulheres negras/ mulatas eram levadas a reconstruir famílias mostrando que havia um abrandamento pela miscigenação.
É interessante notar que o autor tira a culpa do negro da escravidão pois nada deles tem culpa por serem que mais sofreu pelo mesmo, que quando um negro fazia algo como um crime a culpa não seria do mesmo e sim da escravidão imposta a ele. Muito é falada da importância da mulher negra e o valor de seu ventre, ou seja, a importância das negras nas reproduções fomentando a economia dos seus senhores e a correlação das negras mais bonitas e os seus senhores, algo que acontecia com muita frequência no Brasil e muito pouco visto em outros países, essa relação reforça a cultura portuguesa da miscigenação no contexto histórico, notadamente as senhoras esposas dos donos das terras muitas das vezes torturavam ou até mesmo deformavam as negras mais bonitas pois como já dito esse ciúme era acabado quando o senhor perdia o interesse pela negra citada.
A cultura culinária muito falada pelo autor mostra a importância da ama negra na criação da gastronomia usada até os dias atuais, e não podemos deixar de citar a conhecida ama de leite ou mãe de leite que era as escravas que tinham filhos recentes amamentavam as crianças dos seus senhores pela falta de leite da europeia, formando um laço interessante a ser notado, em que geralmente, essas negras mucamas eram tratadas como se fossem da “família”, tendo alguns regalos as diferenciando-as das outras escravas da senzala.
No capítulo final, o quinto é a continuação do quarto mostrando a importância da cultura negra na construção do povo brasileiro, mostrando mais a fundo sobre o senhor das casas grandes e sua naturalidade, sendo o Brasil constituídos de dominantes e dominados. Fala se também sobre o ensino jesuítico e sobre os negros e mestiços terem estudos falando que não era difícil de se encontrar escravos alfabetizados.
A obra se Gilberto Freire traz um panorama sobre o Brasil colonial e sua gênese, nos mostrando como essa cultura inicial e suas características até chegar nos dias atuais. Mostra também a relação entre os senhores donos das casas grandes e os escravos e que o resumo dessa relação é o entendimento entre a casa do senhor e a senzala.

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