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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO CEARÁ 
IMPETRANTE: Advogado, OAB...
PACIENTE: José Percival da Silva
AUTORIDADE COATORA: Juiz de Direito da __ Vara Criminal Conceição do Agreste CE
NOME DO ADVOGADO brasileiro, ESTADO CIVIL, advogado, inscrita sob o n° 00, na OAB de CIDADE-UF, ENDEREÇO PROFISSIONAL, vem, respeitosamente, à presença de V. Exa., com fulcro no art. 5°, inciso LXVIII, da Constituição Federal de 1998, e artigos 647 e 648, ambos do Código de Processo Penal, impetrar a presente
ORDEM DE HABEAS CORPUS COM PEDIDO LIMINAR
em favor de José Percival da Silva , brasileiro, natural de ..., nascido em ..., casado, Presidente da câmara de vereadores do município de Conceição do Agreste/CE, RG, CPF, residente e domiciliado no endereço..., que encontra-se preso preventivamente por ordem do Juiz de Direito da __ Vara Criminal da Comarca Conceição do Agreste CE, que aqui encontra-se como autoridade coatora, conforme as razões de fato e de direito a seguir expostas.
DOS FATOS 
No dia 03 de fevereiro de 2018 o empresário Paulo Matos procurou a Delegacia de Polícia de Conceição do Agreste CE, e relatou para o Delegado de Polícia João Rajão que, ao manifestar interesse em participar das contratações a serem realizadas pela Câmara de Vereadores da cidade, o Vereador João santos, que exerce função de presidente da câmara de vereadores do Município, e outros vereadores, exigiram de Paulo a quantia de R$100.000,00 (cem mil reais) para que sua empresa pudesse participar do procedimento licitório, agendado para o dia seguinte.
Após ouvir os relatos de Paulo, o Delegado, visando prender os envolvidos em Flagrante delito, orientou Paulo a sacar o valor e combinar a entrega da quantia na própria sessão de realização da licitação. Assim, no dia seguinte, no horário e local designado para a realização da concorrência pública, os policiais que aguardavam o ato, realizaram a prisão em flagrante dos vereadores envolvidos, no momento em que os mesmos conferiam o dinheiro entregue por Paulo.
Ocorre que, Zé da Farmácia, Presidente da Câmara de Vereadores do Município de Conceição do Agreste/CE, resolveu, assistir à Sessão da Comissão de Finanças e Contratos da Câmara. Desta forma, mesmo sem ter ciência de nenhum dos fatos narrados, estava presente no Plenário da Câmara no momento da operação policial e acabou também preso em flagrante, acusado de participar do esquema criminoso. 
Apresentados ao Delegado João Rajão, este lavrou o respectivo auto de prisão em flagrante delito (pela prática do delito de corrupção passiva, previsto no artigo 317, do Código Penal) e o encaminhou ao Juiz competente no prazo devido.
Comunicada a Autoridade Judiciária, esta determinou a apresentação dos presos, em audiência de custódia. Os réus foram representados pelo Procurador da Câmara dos Vereadores, que requereu a liberdade deles, com a decretação de medidas cautelares diversas da prisão. Entretanto, o MM. Juiz, acatando o pedido do Ministério Público de conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva, decretou a prisão preventiva de todos, nos termos do art. 310, II, c/c art. 312, c/c art. 313, I, todos do CPP, para garantia da ordem pública, tendo em vista a gravidade e a repercussão do crime.
DO DIREITO 
A prisão em flagrante possui requisitos que, quando não observados pode caracteriza-la como ilegal.
Como narrado nos fatos, o plano foi forjado pelo Delegado, que orientou Paulo a entregar a quantia de R$100.000,00 aos vereadores, tornando o Flagrante na modalidade preparada impossível, como diz a súmula 145, a seguir.
Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação.
Súmula 145, STF
Trata-se, por conseguinte, de crime impossível, de acordo com a inteligência do art. 17, do CP, pois o agente não possui qualquer possibilidade de êxito em sua ação, a qual já nasce viciada.
Por conta de todo o exposto, mister se faz reconhecer que também se trata de uma espécie de flagrante ilegal, devendo ser, assim que constatado, prontamente relaxado, o que não ocorreu no caso em tela, onde o flagrante foi convertido em preventiva. 
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a presença do acusado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - Relaxar a prisão ilegal; ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
Assim, sendo prisão ilegal, deve ocorrer o relaxamento da prisão, soltando o requerente, sem prejuízo para o mesmo. 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
DA LIMINAR 
Os pressupostos para concessão de LIMINAR são claros e presentes. 
O periculum in mora é nítido e incontestável, sendo intrínseco a própria privação de liberdade que o paciente está submetido. Não sendo concedida a liminar requerida, implicará danos irreversíveis ao paciente, já que permaneceria cautelado. 
O fumus boni iuris é evidente, uma vez que a fundamentação da medida de exceção foi precária, não havendo razão para basear a privação do direito constitucional de ir e vir do paciente.
Desse modo, pode-se reparar que o constrangimento ilegal está demonstrado no plano. Impõe-se, dessa forma, o DEFERIMENTO DE LIMINAR, para que o paciente seja posto em liberdade. 
DOS PEDIDOS 
Requer a concessão da MMEDIDA LIMINAR, estando presentes os requisitos periculum in mora e fumus boni iuris.
Seja reconhecidos os motivos acima expostos, com a concessão da ordem de Habeas Corpus 
Diante o exposto, requer-se a procedência do pedido com consequente relaxamento de prisão em flagrante, expedindo-se imediatamente alvará de soltura em favor do requerente, conforme o artigo 310, I do Código Penal.
Por oportuno, requer que seja excluído o nome do Paciente do Banco Nacional de Prisões.
Nestes termos, pede deferimento 
Local [...], Data [...]
Assinatura do advogado 
Número da OAB

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