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MÓDULO 1

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MÓDULO I: 
INTRODUÇÃO 
 
Inicialmente, vamos conversar sobre planejamento financeiro, 
que consiste em um conjunto de estratégias para você conseguir 
organizar suas finanças, bem como de sua família, e assim obter 
controle da sua renda e despesas. A partir desse controle, você 
conseguirá planejar e alcançar objetivos de vida, como a 
realização de uma viagem, conclusão de um curso universitário, 
a compra de um imóvel e até mesmo obter uma aposentadoria 
financeiramente tranquila. Lobianco (2020), analista de valores 
mobiliários da CVM, defende que “você tem duas opções a fazer: 
Ou você tem efetivamente o controle de suas questões 
financeiras, ou essas mesmas questões financeiras vão ter o 
controle de sua vida”. 
É importante que você lembre que para realizar um 
planejamento financeiro eficaz, é preciso ser organizado e 
cuidadoso com o controle dos gastos. Por isso que o primeiro 
passo para realizar um bom planejamento financeiro é elaborar 
um orçamento familiar. Mas, antes de seguirmos com esse tema, 
confira um vídeo do Luis Felipe Lobianco, sobre Planejamento 
Financeiro, através do link: 
 
https://www.youtube.com/watch?v=hzuYSJnCR9g 
 
 
 
 
Você já se pegou 
pensando que poderia 
planejar melhor suas 
finanças? A realidade 
é que muitas pessoas 
pensam sobre isso, e 
às vezes não sabem 
por onde começar. 
 
 
Neste módulo, você irá 
aprender como 
realizar um 
planejamento 
financeiro pessoal 
para conseguir 
poupar recursos e 
investir. 
 
 
 
 
 
 
 
Erros mais comuns durante o planejamento 
financeiro: 
- Não definir o que é necessário e supérfluo 
- Compras por impulso 
- Não saber qual a receita e não anotar as despesas 
- Não pensar nos imprevistos (reserva de emergência) 
- Não poupar para investir 
 
 
1 – A IMPORTÂNCIA DO INVESTIMENTO 
E aí, gostou do vídeo do Luis Felipe Lobianco? Agora que você já aprendeu a 
importância do Planejamento Financeiro, vamos te ensinar como elaborar um 
orçamento pessoal/ familiar. 
 
Mas, o quê é orçamento pessoal/ familiar? É uma ferramenta para você 
conhecer e controlar suas receitas e despesas. No Caderno de Educação 
Financeira - Gestão de Finanças Pessoais, do Banco Central do Brasil, explica 
que “um importante princípio a ser seguido na elaboração do orçamento é que 
as despesas não devem ser superiores às receitas. Mais do que isso, é prudente 
que as receitas superem as despesas, para que você possa formar uma 
poupança, investindo seu superávit financeiro [...]”. Diante disso, fica claro que 
um orçamento bem feito irá proporcionar para você, e sua família, tranquilidade 
e segurança financeira. Abaixo veja algumas vantangens de se elaborar um 
orçamento familiar: 
 
 
Como fazer seu orçamento pessoal ou familiar 
O orçamento familiar, conhecido também como orçamento doméstico ou 
orçamento pessoal, consiste no registro e controle de todas as receitas e 
despesas pessoais e/ou da família. Infelizmente, poucas pessoas conseguem 
realizar esse tipo de orçamento, e acabam não sabendo ao certo quanto de fato 
ganham e/ou gastam. Porém, elaborar um orçamento familiar é bem simples, e 
ao fazer um orçamento, é muito importante ter a ideia de que organização e 
disciplina são essenciais. Dessa forma, você controla e administra seus gastos 
sabendo exatamente para onde o seu dinheiro está indo. Se lembre que quanto 
mais você conseguir se dedicar, mais fácil será administrar as suas finanças. 
 
 
 
Existem várias ferramentas e metodologias para se 
elaborar um orçamento familiar. Atualmente tem 
disponível uma grande variedade de aplicativos que 
podem auxiliar na elaboração do orçamento, além 
disso você pode utilizar também planilhas eletrônicas 
ou até mesmo um caderno de anotação. 
Independente da ferramenta, o importante é que você 
anote exatamente tudo o que você recebe de renda, 
ou seja, todas as suas receitas (salário, aluguel, 
benefícios...), bem como todas as suas despesas. 
Existem dois tipos de despesas, as fixas e variáveis, 
você precisa registrar ambas. Todo gasto é 
importante! 
Além de diversas ferramentas, há também muitos métodos para se elaborar um 
orçamento pessoal/ familiar, você pode, por exemplo, realizar um orçamento 
anual ou mensal. Neste curso vamos explicar o método que é proposto no 
Caderno de Educação Financeira do BACEN, e que consiste em quatro etapas, 
sendo elas: planejamento, registro, agrupamento e avaliação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Despesa Fixa: seu valor é fixo, ou 
seja, você não consegue reduzir 
o valor da despesa. Exemplo: 
valor pago de aluguel, 
mensalidade escolar... 
PLANEJAMENTO: Verificar e registrar as receitas e as despesas do 
período (mensal ou anual). Como base, é possível usar como referência 
o seu histórico financeiro passado. 
Despesa Variável: vária 
conforme consumo, pode ser 
despesa pontual ou mensal. 
Exemplo: conta de energia 
elétrica, viagem... 
 
REGISTRO: Anote todas as suas despesas, faça isso diariamente para 
evitar esquecimentos. Uma dica é guardar as notas fiscais e os recibos 
de pagamento. Um pouco mais à frente terão algumas dicas de 
ferramentas para realizar registro do seu orçamento. 
AGRUPAMENTO: Para obter melhor organização, quando for realizar 
anotações/registros de suas despesas, agrupe elas por tipo. Exemplo: 
gastos com alimentação, educação, lazer. Você pode criar grupos de 
acordo com suas despesas. 
AVALIAÇÃO: Nesta etapa você precisa avaliar o comportamento de 
suas finanças ao longo do tempo, para efetuar mudanças necessárias. 
 
 
Observações importantes sobre cada etapa: 
 
PLANEJAMENTO 
A elaboração do orçamento é parte fundamental do plano financeiro 
pessoal/familiar. Durante a etapa de planejamento, você deverá organizar todas 
as despesas, inclusive as periódicas e/ou sazonais, como despesas com 
material escolar e impostos. Além disso, é muito importante você não esquecer 
de destinar um percentual de sua renda para poupar e investir. 
 
REGISTRO 
Como já mencionado anteriormente, existem diversas ferramentas que podem 
auxiliar você na elaboração do seu orçamento pessoal/familiar. Aqui no curso 
vamos apresentar duas dicas de ferramentas. A primeira são exemplos de 
alguns aplicativos de celular que você pode efetuar download e registrar suas 
receitas e despesas. A segunda, é o site Investidor, no qual é possível baixar 
uma planilha de orçamento familiar, além do guia de como fazer seu orçamento. 
 
 
 
Aplicativos de orçamento 
 
 
Planilha de orçamento familiar e Guia CVM de Planejamento Financeiro: 
https://www.investidor.gov.br/guiafinanceiro 
 
 
 
AGRUPAMENTO 
Você saberia responder qual o é o tipo de despesa que você destina a maior 
parte da sua renda? Alimentação, saúde, educação ou outro? O agrupamento é 
importante para que você consiga mensurar qual parcela da sua renda é 
destinada para cada tipo de despesas, assim quando você precisar realizar 
cortes no seu orçamento, este agrupamento irá auxiliar na identificação das 
maiores despesas do seu orçamento. 
 
 
AVALIAÇÃO 
Na etapa AVALIÇÃO você deve verificar se seu orçamento foi superavitário 
(positivo) ou deficitário (negativo). 
 
Se sua RECEITA for maior que sua DESPESA, seu orçamento é superavitário. 
Se sua RECEITA for igual a sua DESPESA, seu orçamento é neutro. 
Se sua RECEITA for menor que sua DESPESA, seu orçamento é deficitário. 
 
Nessa etapa é preciso também fazer algumas perguntas que o auxiliarão no 
planejamento e alcance dos seus objetivos, que são: 
 O balanço do meu orçamento foi superavitário, neutro ou deficitário? 
 Quais gastos é possível reduzir? 
 É possível elevar a renda? 
 A poupança que tenho feito é compatível com o objetivo que eu tracei? 
 
 
Já realizei meu orçamento pessoal/ familiar, agora qual plano de ação 
preciso definir para alcançar meus objetivos? 
 
 
Se o seu caso for deficitário ou neutro, ou seja, se no final do mês, as 
receitasnão são suficientes para pagar todas as despesas, levando a um 
endividamento, não adianta pensar em investir. É importante saber que não 
existem taxas de remuneração de investimentos igual ou maiores que as taxas 
sobre as contas atrasadas. O plano inicial é: 
 
 
a) Negocie suas dívidas; 
b) equilibre seu orçamento; 
c) depois comece a investir. 
 
Para muitos, poupar é tão difícil quanto começar uma dieta, parar de fumar ou 
até mesmo praticar exercícios frequentemente. O mais interessante é que essa 
dificuldade muitas vezes independe do salário recebido, ou seja, os gastos 
aumentam na mesma proporção em que as pessoas recebem aumentos 
salariais. 
Assim como não há dietas milagrosas que não envolvam sacrifícios, não existe 
uma regra para se começar a poupar que não leve a um “aperto de cinto”. 
Analise com cuidado seu orçamento, de forma a identificar áreas onde possa 
cortar gastos, não se esqueça de que é preciso força de vontade para abrir mão 
de alguns deles. Assim como na dieta, começar a poupar exige uma mudança 
de atitude, é preciso perseverança. Mas, pense no resultado. E lembre-se que 
poupar é o primeiro passo para uma estratégia de investimento bem sucedida. 
 
Se o seu caso for superavitário, ou seja, no final do mês, as receitas são 
suficientes para pagar todas as despesas, levando à formação de poupança, é 
possível iniciar o planejamento dos seus investimentos. 
Com as contas equilibradas, naturalmente será possível a formação de uma 
poupança. O investidor precisa avaliar o tipo de investimento no qual deseja 
aplicar, considerando sua finalidade, seu prazo de retorno, recursos disponíveis, 
nível de risco e custo de oportunidade. Hoje em dia é possível realizar 
investimentos pela internet, com toda comodidade e segurança, abrindo uma 
conta na corretora de sua escolha será possível investir em títulos públicos, 
privados, ações, fundos de investimentos e muitos outros. 
O importante é lembrar que, seja para buscar a tranquilidade financeira, 
realização pessoal ou para a realização de sonhos, o ato de investir deve ser 
visto como parte de uma rotina familiar. 
 
 
 
 
2 – ATIVOS FINANCEIROS 
Agora que você já aprendeu a realizar um orçamento pessoal/familiar, 
passaremos a estudar sobre investimentos. 
 
O que é investir? 
Investir é empregar o dinheiro poupado em aplicações que rendam juros ou 
outra forma de remuneração ou correção. Vale ressaltar que o investimento é 
tão importante quanto a poupança, pois todo o esforço de cortar gastos e poupar 
pode ser desperdiçado quando mal investido. 
As pessoas estão acostumadas a pesquisar e a comparar preços de bens e 
serviços, isso nem sempre acontece quando o objetivo é escolher serviços 
financeiros. Quando se trata de finanças, tendemos a confiar na opinião de 
amigos e familiares e não buscamos conselhos de profissionais especializados. 
Quando se tem muitas alternativas, a tendência é simplificar o processo 
decisório, apoiando-se em opiniões e dicas nem sempre técnicas, daí muitas das 
vezes termos resultados negativos. 
 
Opções de investimento 
Há várias maneiras de investir. Você pode investir em ações, títulos públicos (via 
tesouro direto), fundos de investimento, previdência privada, imóveis ou até 
mesmo abrir seu próprio negócio. 
O principal objetivo é colocar seu dinheiro para trabalhar para você e obter um 
rendimento extra. Mesmo parecendo uma ideia simples, esse é um importante 
conceito a ser entendido. 
Ativo financeiro é tudo que pode gerar rendimento e ser negociado no mercado 
financeiro, é um instrumento que canaliza a poupança até o investimento. 
Podemos atribuir aos ativos financeiros como sendo o veículo de transferência 
dos poupadores (superavitários) para os que necessitam de recursos 
(deficitários). No Módulo II você entenderá melhor sobre transferência de 
 
 
recursos entre poupadores e tomadores de recursos. Mas, por enquanto, 
conheça os diferentes tipos de ativos financeiros que existem no mercado: 
Ativos de Renda Fixa 
São ativos nos quais o rendimento possui taxa de retorno fixa, podendo ser 
prefixado ou pós-fixado. Na modalidade pré-fixado a taxa de rendimento é 
conhecida no momento da aplicação, enquanto no pós-fixado apenas se 
conhece o indexador que vai fazer remunerar o investimento. Alguns exemplos 
de ativos de renda fixa: títulos públicos (LFT, LTN, NTN-B, NTN-F, DPGE), 
títulos privados (CDB, LCI, LCA, debêntures), fundos de investimentos. 
 
Ativos de Renda Variável 
Diferente dos ativos de renda fixa, o rendimento do investimento na renda 
variável não é conhecido no início da alocação, pois não possui rentabilidade 
definida. É um investimento de maior risco e devido à volatilidade do mercado o 
investidor pode ter perdas do valor investido. Alguns exemplos de ativos de 
renda variável: ações, fundos de investimento em ações, fundos de investimento 
imobiliário negociado em Bolsa. 
 
3 - RISCOS ENVOLVIDOS 
Um fator importante a ser observado no momento que se iniciará um 
investimento são os riscos envolvidos. Acredite, não há investimento sem risco! 
Até mesmo no segmento de Imóveis, o preço está sujeito a altas e baixas e, 
dependendo do momento de sua venda, podemos não encontrar alguém 
disposto a pagar o valor que queremos. Além disso, em caso de emergência, 
pode ser necessário vender por um valor mais baixo que o considere justo. 
Entre os riscos existentes em aplicações, podemos destacar dois de mais fácil 
entendimento: 
Risco de Mercado – Esse risco é associado à possibilidade de desvalorização 
ou de valorização de um ativo. Conhecido no mercado financeiro e de capitais 
como “volatilidade”. Alterações na política econômica podem causar oscilações 
no preço dos ativos. 
 
 
Exemplo: quando algumas empresas anunciam que fecharão o ano com prejuízo 
devido a uma recessão no país, aumenta o número de acionistas dispostos a 
vender suas ações. Assim como em qualquer outro mercado, se há mais 
pessoas querendo vender do que comprar, o preço cai, esse efeito poderá ser 
estendido a ações de outras empresas. 
Risco de Liquidez – O risco de liquidez surge da dificuldade em se conseguir 
encontrar compradores potenciais para um determinado ativo no momento e no 
preço desejado. Ocorre quando um ativo está com baixo volume de negócios e 
apresenta grandes diferenças entre o preço que o comprador está disposto a 
pagar (oferta de compra) e aquele pelo qual o vendedor está disposto a vender 
(oferta de venda). 
Exemplo: Algumas ações negociadas na Bolsa de Valores apresentam baixo 
volume de negócios e, quando um investidor precisa vender uma grande 
quantidade destas ações, acaba causando uma queda no seu preço. Mas isso 
necessariamente não significa que essas ações serão menos valorizadas, você 
pode obter um excelente ganho com um investimento de baixa liquidez, mas 
deve estar consciente desse risco. Neste caso, você deve estar ciente de que 
pode levar algum tempo para vender sua ação ao preço que lhe pareça mais 
justo. 
É importante observar que a relação risco x retorno é diretamente proporcional, 
ou seja, quanto maior o retorno, maior o risco envolvido. O que o investidor 
precisa equilibrar é o nível de risco que está disposto a correr, isto é, que nível 
de risco ele pode assumir, conforme suas possibilidades e necessidades. 
Exemplo: Os Riscos geram incertezas e dúvidas, a sua efetivação causa 
prejuízo aos investidores. O investidor aplica os recursos em título emitido por 
uma empresa, na avaliação inicial o risco de crédito é considerado baixo, 
entretanto, o período de resgate do capital é longo, de aproximadamente uns 5 
anos. Nesse período, pode ocorrer algum problema econômico e financeiro com 
o emissor desse título que tende a perder valor e até ser considerado sem 
negociação, ou seja, sem compradores. Nessa situação, teremos uma grande 
 
 
volatilidade do título, o que prejudicará a sualiquidez (recebimento do valor 
aplicado). 
Devido aos níveis de riscos que cada tipo de ativo possui, é importante que você 
saiba identificar qual o seu perfil de investidor, para que possa realizar 
investimentos mais aderentes ao nível de risco que você estar disposto a correr 
para obter rentabilidade dos seus investimentos. 
4 - PERFIL DO INVESTIDOR 
O perfil do investidor está relacionado a vários fatores, entre os quais 
destacamos: 
 Idade; 
 Estado civil; 
 Tempo de retorno (liquidez); 
 Objetivo (planejamento financeiro); 
 Valor (capacidade de poupar); 
 Conhecimento técnico; e 
 Acessibilidade 
Exemplo: O Perfil do investidor está diretamente ligado à sua pré-
disposição de correr ou não riscos. Se o investidor gosta de ganhar muito 
em pouco tempo é sinal que ele aceita o risco mais agressivo, 
diferentemente daquele que quer ganhar o necessário para atingir seus 
objetivos e metas, aceitando o risco moderado; ainda temos àqueles que 
querem ganhar apenas para recompor a perda inflacionária e um pequeno 
juros, sem meta e objetivos estabelecidos, esse é considerado o risco 
Conservador. 
Para descobrir o seu perfil de Investidor, efetue o Teste de Perfil 
do Investidor. 
Você finalizou o Módulo I! Até o Módulo II.

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