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Monografia_2020 digitado

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21
CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER
DANIELLE APARECIDA CANAVÊS DA SILVA – 1985592
ARTE CONTEMPORÂNEA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: ASSEMBLAGEM
PAULÍNIA/SP
2020
DANIELLE APARECIDA CANAVÊS DA SILVA - 1985592
ARTE CONTEMPORÂNEA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: ASSEMBLAGEM
Monografia apresentada à disciplina de Metodologia da Pesquisa e Trabalho de Conclusão de Curso, do curso de Licenciatura em Artes Visuais do Centro Universitário Internacional UNINTER como requisito parcial para obtenção do título de Licenciado em Artes Visuais.
Orientador(a): Prof(a). 
PAULÍNIA/SP
2020
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 1 – GARATUJAS	7
FIGURA 2 – MÃO DE TINTA	9
FIGURA 3 – PINTURA A GUACHE 	10
FIGURA 4 – PINTURA A GUACHE 	12
FIGURA 5 – ATIVIDADE COM MATERIAIS DIVERSOS 	17
FIGURA 6 - ATIVIDADE COM MATERIAIS ALEATÓRIOS 	19
FIGURA 7 - ATIVIDADE COM MATERIAIS ALEATÓRIOS 	20
RESUMO
Este trabalho de conclusão do Curso de Licenciatura em Artes Visuais, tem como finalidade refletir sobre o papel da Arte Contemporânea na Educação Infantil e sua importância enquanto disciplina do currículo escolar e a integração das atividades artísticas promovendo um de caráter mais significativo, questionador e crítico, reformulando o papel do docente e dos alunos enquanto envolvidos neste processo de aprendizado e desenvolvimento. Considerando que a arte como o processo cognitivo de desenho e como o indivíduo constrói sua história a partir de questões que referem a seu cotidiano, seu senso estético e sua capacidade de julgar sobre o que lhe é dado. A arte em suas diversas formas música, a dança, o teatro e a poesia são elementos da cultura de uma sociedade e estão muito presentes na vida das pessoas e a escola deve estar atenta para que a como área de conhecimento. O trabalho artístico possibilita ampliar as formas de expressão e o universo criativo e imaginário das crianças. O desenvolvimento artístico da criança resulta de formas complexas de aprendizagem e, não ocorre automaticamente a medida que a criança cresce, esse desenvolvimento tem que ser trabalhado, instigado e aguçado e desenvolvido na criança.
Palavras-chave: Arte contemporânea. Desenvolvimento do educando. Papel do docente.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	5
2 A ARTE CONTEMPORÂNEA NA EDUCAÇÃO INFANTIL	7
2.1 MÉTODOS PARA INSERIR ARTE CONTEMPORÂNEA	12
3 A ARTE CONTEMPORÂNEA E A CONSTRUÇÃO CONHECIMENTO	14
3.1 MÉTODOS PARA INSERIR ASSEMBLEGE NA EDUCAÇÃO INFANTIL	19
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS	22
 REFERÊNCIAS	23
 
1 INTRODUÇÃO
O ensino da arte contemporânea está associado a tudo que nos rodeia, na cor, nos traços, nas formas em tudo que olhamos tem um significado. No Brasil as manifestações artísticas antecedem a chegada dos portugueses, pode se observar registros históricos e museus. A arte deu início nas paredes de cavernas no período pré-histórico como também, nas tradições indígenas.
O contato com a arte, faz parte da vida da criança desde muito cedo através de símbolos e repertório construído por seus pais e, participando das práticas culturais do seu grupo e vai se desenvolvendo no decorrer da sua vida. Estas imagens servem como base para o desenvolvimento dessa criança, pois possuem sensações, cores, formas, linhas, traços e outros elementos referenciais de sua cultura e meio onde convive.
Ao pensarmos sobre a presença da arte na educação infantil, logo surge em nossa mente práticas simples como oferecer folhas sulfites brancas para desenhar ou como uma imagem impressa para pintar, fornecer massinha colorida para modelagem, tintas de várias cores e texturas e sucatas em geral para desenvolver atividades. Isso é usado muitas vezes como prêmio pelo bom comportamento ou para ocupar o tempo em sala de aula.
É na educação infantil que a criança deve ser estimulada, instigada para adquirir e se apropriar de novos saberes, e é neste momento que o professor tem papel fundamental como mediador, incentivando a relação entre a arte e a criança.
 Os objetivos deste projeto reforçam a importância do conhecimento e análise da influência das artes contemporânea no desenvolvimento da criança e sua relação com o processo ensino-aprendizagem na educação infantil. Propondo ainda a análise das formas eficazes de educação em artes, bem como a relação e influencia destes ensinamentos na vida da criança.
Diante disso o presente trabalho busca mostrar o objetivo central de introduzir as artes contemporânea na educação infantil. Qual o papel da arte na formação da criança de educação infantil nesta fase.
A partir desta indagação estabeleceu-se o objetivo de discutir e analisar o trabalho e as atividades mediadores com a arte realizadas na educação infantil, focando na idade de 03 a 05 anos e estabelecendo relações entre a prática pedagógica docente e sua contribuição para o desenvolvimento psíquica das crianças.
O trabalho em questão justifica–se, devido à difícil tarefa de se conceituar a arte, trata-se um pouco de seu significado, pode-se entender que a arte é importante elemento cultural na vida das pessoas, ou seja, a partir do momento que o educador entender que as crianças vivenciam e produzem cultura, a prática docente tende a ser transformada e entendida como suporte, elo de ligação para os novos saberes.
A criança é um campo fértil para a criatividade e a imaginação e muitas vezes impedimos o seu desenvolvimento estético pois interferimos e tentamos direcionar sua criatividade, expressão artística, limitando a possibilidade de novos saberes. Nós somos naturalmente curiosos, basta deixar a criação acontecer. Mas não podemos deixar de citar o papel do professor que deve ser o mediador, o que dá o primeiro impulso e organizador do processo de criação. 
A criança é um ser com potencialmente criativo e o professor como mediador do conhecimento, o questionamento apresentado neste estudo é como a arte contemporânea, numa perspectiva artística, pode contribuir no processo ensino-aprendizagem e desenvolvimento cognitivo e motor dos alunos na educação infantil. Os objetivos deste projeto reforçam a importância do conhecimento e análise da influência das artes no desenvolvimento da criança e sua relação com o processo ensino-aprendizagem na educação infantil. Propondo ainda a análise das formas eficazes da educação em artes, bem como a relação e influencia destes ensinamentos na vida da criança.
Além disto, há uma demanda educacional atual por profissional aptos a promover e ampliar de práticas educativas de qualidade em artes, além de entender as necessidades dos alunos, funcionários e da instituição como um todo. As instituições de ensino buscam por profissionais docentes que sejam atualizados e que tenham pró-atividade para alcançar padrões de qualidade.
O foco do estudo baseia-se na pesquisa bibliográfica de pensadores e teóricos da educação e artes contemporâneas, que proporcionam importantes contribuições para responder as inquietações relativas ao tema e desvendar a criança e a infância.
2 A ARTE CONTEPORÂNEA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Conforme consta a LDB, arte é uma disciplina obrigatória nas escolas, seja ela pública ou particular, deve constar no currículo desde a educação infantil até ao ensino médio: “O ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais, constituirá componente curricular obrigatório da educação básica.” (LDB atualizada, 2017, p.19). Esta determinação firma a importância das artes na formação da criança. Proporcionar aos alunos o conhecimento dos princípios estéticos ajuda a superar os preconceitos e dificuldades culturais da área, que ainda é pouco valorizada no Brasil.
Figura 1 - Garatujas (o primeiro contato da criança com a arte)
Fonte: <https://projectobrincareaprender.wordpress.com/2015/06/24/o-desenho-infantil-garatuja/> Acesso em: 03/06/2020. 
Antes de ser vista como apenas uma matéria obrigatória, o ensino das artes deve ser considerada uma conquista, pois é a única matéria capaz de relacionar as humanidades e o trabalho criativo, e deve ser contemplado em sua totalidade de forma eficiente e encorajadora,pois auxiliam o aluno a desenvolver habilidades e capacidades cognitivas, motoras, sociais, perceptivas e criativas, proporcionando assim na formação integral da criança, e dando a ela a oportunidade de inventar coisas através da arte.
A criança desenha, possuindo características básicas que correspondem ao seu desenvolvimento geral. Brinca e desenha com naturalidade. Possui fértil capacidade de imaginação, pois tem o dom de fantasiar e de unir o que conhece, de modo a ultrapassar os limites do possível e do impossível, conquistando, assim, uma criatividade aguçada (SANS, 2005, p.61/62).
Um dos papeis fundamentais da arte na Educação Infantil é proporcional à criança um meio de se expressar, pois esta procura por sua individualidade. A criança revela através da arte o seu modo de pensar, agir e interagir com os outros, a sua capacidade imensa de buscar, de explorar, de criar e aprender. A criança após o seu nascimento, depara-se com um repertório de símbolos e significados construídos por seus pais e, participando das práticas culturais do seu grupo. O mundo simbólico será conhecido e ressignificado a partir do acesso aos jeitos de pensar e fazer. A arte tem um papel importante no processo de educação da criança pois ela irá incorporar os sentidos, os valores, expressão, movimento, linguagem e conhecimento de mundo, em seu aprendizado.
Quando se trabalha com a primeira infância, arte não é algo que ocorra isoladamente, ela engloba: controle corporal, coordenação, equilíbrio, motricidade, sentir ver, ouvir pensar, falar e ter segurança. E ter confiança para que a criança possa se movimentar e experimentar. E que ela retorne ao adulto, tenha contato e crie junto. O importante é ter um adulto por perto, coparticipando e não controlando (HOLM, 2007, p.12).
A arte é manifestada de várias formas pela pintura, escultura, colagem, dança, música, teatro etc., em todas as formas, sejam elas dinâmicas ou estáticas, a arte sempre expressa ideias e sentimentos. De acordo com Parsons, 1992 “[...] a expressão artística é uma construção social e histórica, um produto coletivo, embora deva ser aprendido individualmente”.
A importância da arte na infância encontra-se presente desde as propostas para as primeiras atividades proposta pelo professor, o manuseio do papel, em atividades como cortar, dobrar, desenhar, pintar e a modelagem permite que a criança se expresse artisticamente. O desenvolvimento artístico da criança resulta de formas complexas de aprendizagem e, não ocorre automaticamente a medida que a criança cresce.
Seria ótimo que todas as crianças crescessem podendo utilizar em diferentes níveis a linguagem visual, desenvolvendo-se ao mesmo tempo como leitor de imagens e nunca deixando de desenvolver a sua forma pessoal de expressão. Mas isso acontece muito pouco, pois, assim que a criança adquire a linguagem escrita, o desenho e as formas ficam esquecidas e colocados em último plano, já que a escola passa a considerar essa linguagem como algo supérfluo, muitas vezes não fazendo um trabalho sério nessa área, levando muitos a acreditar que a arte na Educação é algo fútil e relacionado a puro entretenimento (SOUZA e BORGES, 2002. p. 40).
A arte contemporânea já nos leva a uma associação ao novo, a arte, a criatividade, ao impacto que o expectador irá nos passar, tem como objetivo a expandir seus pensamentos e sua imaginação. Quando se trabalha na primeira infância o objetivo é criar um futuro expectador que questiona, interage e se transforma com a arte. 
Quando o educador apresenta os artistas e seus trabalhos e instigam seus alunos a reproduzir ou a criar, ele está trabalhando a criatividade e a transformação do indivíduo, não só se divertindo ou passando tempo. Devemos apresentar as crianças os materiais de seu cotidiano e incentivá-lo a trabalhar sua memória afetiva e visual para seu processo de criação. Segundo Cunha (2020, p. 26) “[...] a ideia sobre criatividade como um “dom” individual, construída na arte clássica e expandida socialmente, ainda persiste nas escolas, em especial da Educação Infantil[...]”.
Figura 2 – Mão de tinta (contato com as cores e texturas)
Fonte: <https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2016/05/03/lei-inclui-artes-visuais-danca-musica-e-teatro-no-curriculo-da-educacao-basica> Acesso em: 03/06/2020.
Pensar na criança como um ser inocente e sem critérios estéticos é seguramente ignorar e menosprezar sua capacidade. Devemos enxerga-la como construtora do seu próprio universo, onde suas atitudes e observações são parte deste mundo próprio onde o educador e apenas coadjuvante. O professor deve estimular, encorajar e apreciar o resultado do esforço da criança, deve mostrar a criança novas maneiras de usar materiais, experimentar os materiais à sua maneira e em seu próprio ritmo, bem como dará oportunidade de adquirir novas experiências e habilidades necessárias para manipular materiais e instrumentos de arte. De acordo com Cunha (2010, p. 25) “[...] lembramos que, mesmo a arte tendo abolido as fronteiras das linguagens, é necessário que as crianças percebam, experienciem e explorem situações de aprendizagem com diversas linguagens [...]”.
Figura 3 – Pintura a guache (combinação de cores e padrões)
Fonte: <https://www.historiadasartes.com/sala-dos-professores/planejamento-de-artes-visuais-para-criancas-de-5-a-6-anos/> Acesso em: 03/06/2020.
Mesmo conhecendo toda a importância do ensino das artes, na sala de aula ainda predomina o ensino do desenho geométrico, com temas aleatórios e banais ou impressões para colorir. Muitas vezes a arte é vista como uma atividade e não como uma disciplina então nem se atribui nota para a produção e evolução sensível do aluno. O educador deve apresentar os materiais de arte mas nunca estabelecer o sulfite, a tela, argila, massa de modelar como suporte/base, o professor não deve exigir que o aluno pinte dentro do desenho, não pode ultrapassar o sulfite e outros padrões estabelecidos muitas vezes sem perceber, delimitando a criatividade do aluno. Ele deve instigar o aluno a buscar novos materiais, novas formas de criar a arte mas isso precisa ser trabalhado, aguçado, instigado, porque nos dias de hoje, as crianças estão acostumados com o pronto, feito. 
Podemos percorrer junto às crianças os mesmos caminhos investigativos dos artistas com argila, papelão, arame, tecido, gelo, areia, bolinhas de gude, alicate, espátula de silicone, gravetos, espuma, entre tantos outros materiais contemplados nos planejamentos, investigando seu funcionamento em diferentes situações (CUNHA, 2020, p. 33).
As crianças de hoje não são estimuladas a fazerem trabalhos manuais, a trabalhar a criatividade, crescem com a tecnologia com o prático, pronto, sem esforço e trabalho, é necessário estimulá-las para fazer composições em diferentes superfícies, com diferentes materiais, pois conforme Cunha “[...] qualquer material é material”, ele deve ser apresentado fora das listas tradicionais como exigidas nas escolas, que muitas vezes há pouco interesse e criatividade por parte dos alunos.
Assim como os artistas contemporâneos romperam com a rigidez das linguagens e materiais, é importante que a escola se atualize e busque outros modos de pensar e planejar as propostas pedagógicas em arte na Educação Infantil (CUNHA, 2020, p. 28).
 Quando a atividade proposta é conduzida, falta espaço para a criatividade do aluno, por isto deve-se dar liberdade e estímulo neste momento, que pode ter grande significado a criança, já que é no fazer artístico que ela pode se expressar. Se por um lado o estímulo da criatividade e individualidade deve ser valorizado, por outro lado é preciso perceber que o fazer artístico acontece de forma gradual, é um processo que se multiplica com as experiências vividas, conhecimentos adquiridos pelo indivíduo e convivência em espaços sociais como a escola.
2.1 Métodos para inserir arte contemporânea na Educação Infantil
Trabalhar com arte na educação infantil é abrir um mundo com todo corpo, pois as crianças se expressam do jeito dela como corpo, com a expressividade, elas dançam, pintam, cantam de todas as formas. As crianças são naturalmente mais sensíveis, agem sobre o mundo com afeto, cognição, motricidade, e constroem para si um repertório perceptivo de formas, cores, texturas, sabores, gestos e sons, atribuindo a este mundo, sentidos e organizações diferentes.
Figura 4 – Pintura a guache com os dedos
Fonte: https://novaescola.org.br/conteudo/12590/qual-o-papel-da-arte-na-educacao-infantil Acesso em: 03/06/2020.
Segundo Ostento (2010), o educador é a pessoa mais capacitada para mediar a criança no mundo figurativo da cultura da arte. E nessa jornada e troca de experiência, que a criança vai aprendendo a entender o seu eu poético. Quando o educador acompanha a criança e se compromete em recuperar o seu eu- criador/produtivo, o educador aumenta a possibilidade de compreende-las, de aceitar suas exigências, excessos e apoia suas buscas e se torna companheiro privilegiado de suas novas e infinitas aventuras poéticas.
A arte do passado que ainda se faz presente na Educação Infantil, das folhas brancas retangulares, da seleção e utilização dos materiais e instrumentos tradicionais, das indicações temáticas, da necessidade de as crianças narrarem algo, da territorialização rígida das linguagens gerando ausência de experiências híbridas, entre outros aspectos, estão desarticuladas do contexto de produção artísticas contemporânea (CUNHA, 2020, p. 35).
Na fase da educação infantil as atividades artísticas contribuem com ricas oportunidades para seu desenvolvimento, quando o professor lhe apresenta diversos tipos de materiais para manipulação, a arte espontânea que surge em brincadeiras ou a partir de uma proposta mais direcionada.
A arte contemporânea pode ser uma das principais referências em propostas pedagógicas na Educação Infantil, tendo em vista sua concepção interrogativa, crítica, lúdica, convite para que os expectadores participem das obras em pensamentos ou em ações (CUNHA, 2020, p. 36).
O professor de educação infantil busca proporcionar atividades artísticas criando símbolos que expressem sentimentos e pensamentos, por tanto, para que isso aconteça é necessário planejar, orientando e avaliando as atividades artísticas, ou seja, o professor deve ser um observador atento e sensível, buscando sempre novas técnicas e recursos para explorar a arte na sala de aula, contribuindo assim para o desenvolvimento do seu aluno.
A manifestação artística da criança tem que ser direcionada, conduzida e construída com orientação didática, não podemos deixar que as tendências vigentes nas escolas “perpetue” que é livre-expressão onde normalmente o sulfite (tela em branco) é oferecido a criança para se manifestar ou ao contrário o trabalho/atividade conduzida.
[...] sabe-se que, sem as veredas que foram abertas, por meio da coragem que os educadores modernistas tiveram ao enfrentar a educação tradicional, não teriam sido concebidas as propostas contemporâneas. Os arte-educadores modernistas acreditavam que, por meio da educação artística, seria alcançado um futuro melhor. A criatividade era muito valorizada no período. Sem isso, não seria possível compreendermos o respeito que se deve ter com a criança em termos de sua arte (CUNHA, 2020, p. 43).
Toda atividade seja a arte ou ensino pedagógico tem que ser trabalhado em equipe, para atingir um único objetivo: formação do aluno, quando a equipe tem uma ação investigativa e reflexiva, com bases teóricas se responsabilizando pela educação dos alunos, fazendo deliberação, ampliando seus conhecimentos e tendo a consciência do seu importante papel para a formação do aluno, essa equipe não terá dificuldades em resolver problemas, pois todos estão integrados.
3. A ARTE CONTEMPORÂNEA E A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
No final dos anos 80 se instala no Brasil e em muitos outros países a supõe alcançar que a aprendizagem da arte é com a arte, que a criança produz a arte baseado na produção social e histórica. 
Os educadores, começam a apresentar as crianças museus, instituições culturais e a interagir com obras originais, para que o aluno tenha base e conhecimento quanto a arte, reproduzindo, fazendo leituras e releituras das obras estudadas. 
Os alunos iam museus com cadernos nos quais faziam registros sobre as obras observadas. Portanto, a arte era um objeto a ser aprendido para dele obter-se alimento para os momentos de criação pessoal. O fazer, a leitura da imagem e a reflexão sobre arte passam a ser os eixos de aprendizagem significativa desde a Educação Infantil, as crianças são convidadas a fazer e a falar, a ver imagens e a inventar histórias sobre elas individualmente ou lado a lado com seus pares (CUNHA, 2020, p. 44).
Em 2010 surge uma nova linha/metodologia didática, foi implantado a metodologia “eles nas obras”, ou seja, a criança passa a expectador para ser o artista, ele passa a fazer de conta que é o artista, conforme Cunha (2020, p. 45) “[...] Nessa trilha das inovações, a simulação ocupou [...]”.
O professor não pode apenas observar o desenvolvimento artístico da criança, ele tem que dar elementos que contribuam para produzir uma coisa, ele tem que considerar a relação entre ensino e aprendizagem para poder planejar a interação com os alunos que muitas vezes nasce da interação com os trabalhos de outras crianças, a informação dos materiais utilizados, o que pode e não pode fazer o material, como ela pode ser manipulado, conforme Cunha (2020, p. 47) “[...] A persistência é o caminho da criação, é o avesso da dependência, é a abertura à liberdade, que é a condição necessária a ação artística”.
Quando vamos trabalhar a arte contemporânea na educação infantil no primeiro momento, temos que conhecer o planejamento e o cronograma das aulas na unidade escolar, conhecer a metodologia aplicada pelos professores, para juntos contribuirmos com o processo de formação inicial para que eles sejam formadores do processo de aprendizagem. A criança nesta fase está aberta ao novo, que será construído através sua vivência experimental, pelo afeto, pelo contato e pelo diálogo.
Hoje a infância com a vivência tecnológica, de fácil acesso as informações e com poder decisões que antigamente não lhe era permitido, tem participado de temas adultos, muito precocemente, fazendo com que seu imaginário infantil seja roubado/perdido.
Muitas vezes o docente precisa de um incentivo, um estímulo, uma formação inicial e continuada, pois ele fica preso e restrito ao que aprendeu na sua formação acadêmica, deixando de rever as possibilidades do novo da troca entre professores. Quando em uma reunião HTPC (Hora de trabalho pedagógico coletivo) é lançado/abordado uma nova a atividade/projeto sempre uma há uma resistência por parte de alguns docentes, pois o novo gera certo desconforto para aquele que está acostumado a fazer sempre a mesma coisa, quando se apresenta o novo haverá discussões, reflexão, planejamento e trabalho para colocar em prática.
A consequência educativa dessa posição é que o desafio postulado consiste em ajudar crianças, jovens, educadores e diferentes tipos de visualizadores a irem além do propósito de ensinar a ver e facilitando-lhes experiências artísticas. Em um mundo dominado por dispositivos da visão e tecnologias do olhar, a finalidade educativa proposta é facilitar experiências críticas. Porque, no final das contas, se não podemos compreender e intervir no mundo, é porque não temos a capacidade de repensá-lo e oferecer alternativas (HERNÁNDEZ, 2009, p. 208).
 
É necessário apresentar a arte contemporânea para que eles reflitam entorno social e cultural, o papel em sala de aula, para que possa transformar o sistema educativo atual em arte e educação. Quando se fala em expressar podemos fazer de diversas forma escrita, falada ou a arte em si. A parte escrita carrega a parte da vivência e acontecimentos de naturezas distintas, a parte falada muitas vezes a várias interpretações, já a arte consegue transmitir uma aprendizagem com mais facilidade pois na arte existe as experiências visuais, sonoras,olfativas e táteis que junto com a vivência visual e afetiva desenvolveram uma melhor percepção sobre a arte, uma partilha de saberes, um diálogo e troca de informações oriundas do imaginário coletivo, conforme Hernández (2009, pág. 23-24) [....]há necessidade de alfabetização visual crítica “que permita aos aprendizes analisar, interpretar, avaliar e criar a partir da relação entre os saberes que circulam pelos ‘textos’ orais, auditivos, visuais, escritos, corporais [...].
Os educadores devem apresentar a arte para as crianças de uma forma natural, leve, com entusiasmo, com explicações simples e objetivas, a arte tem que fazer parte do seu cotidiano do seu dia a dia, a criança deveria ir a museus e exposições da mesma forma que frequenta parques, shoppings e etc.
[...] não se separa quem aprende e quem ensina (com suas inquietudes, temores e desejos) do processo de ensinar e aprender a compreender o mundo, as situações emergentes e as relações dos sujeitos com ele mesmos e com os outros. Com isso, pretende-se favorecer uma concepção do sujeito que é capaz de apaixonar-se por aprender de forma crítica se tiver a oportunidade fazê-lo (HERNÁNDEZ, 2009, p. 93).
A arte é baseada em experiência, vivência e troca de ideias, processo expressivo que aliado ao conhecimento artístico resultam em uma aprendizagem transformadora, que quando apresentado um desafio proposto, eles têm como encontrar um caminho para a dificuldade e ou facilidade apresentada, fazendo assim um auto avaliação sobre o trabalho proposto.
As possibilidade e limitações infantis de criar formas estão também relacionadas à diversidade de materiais aptos a sofrerem transformações através da curiosidade delas. Quando se disponibilizam diferentes materiais, a ampliação de ideias, invenções e criações das crianças ganham destaque, de modo que elas necessitam elaborar maneiras de lidar com este desafio, originando desenhos, modelagens, colagens e pinturas com marcas pessoais e diferenciados dos comumente realizados (CUNHA, 2012, p. 24).
Se ampliar o universo de conhecimento da criança levando-a para museus, exposições, apresentamos vídeo, livro, clipe e fotografia e estimulando a realizar a realizar as atividades propostas, o repertório visual delas é ampliado, por elas entrarem em contato com diferentes linguagens, analisando os seus comportamentos com o outro de uma maneira mais crítica, quando se apresenta a arte contemporânea ela irá contribuir indivíduos mais críticos e com múltiplas linguagens, vejo as crianças como “atores individuais e coletivos empenhados em agir nos seus mundos da vida” (FERREIRA, 2010, p. 155). A arte contemporânea sua autoria não é individual e sim coletiva, pois o observador também compõe a obra.
O que nos passa, nos acontece, nos toca quando é a arte que provoca a experiência? Nosso corpo perceptivo e poroso a acolhe e a hospeda dentro de nós, ou rejeita o que parece estranho ou aparentemente sem sentido? Por sua própria natureza, a arte incita a aventuras interpretativas, mas nem sempre os olhos estão convocados para uma viagem estética. Nem sempre nos damos conta dos complexos fluxos e relações que podem ser estabelecidos entre a nossa fruição e a produção artística. Relações que podem ser, a princípio, superficiais nas constatações de “gosto” ou “não gosto”, ou que podem nos levar a um extenso e inquieto trabalho de construção de sentidos (MARTINS, 2003, p. 6).
O educador antes de passar a proposta que será trabalhada deverá estudar (encantar-se) com o autor e sua obra, essa obra deve levar os alunos a pensar, questionar, instigar, mas tem que estar preparado para reações das crianças (elas podem se encantar ou rejeitar a proposta), calcular o tempo de criação, apresentar materiais diferentes, evitando o uso de materiais convencionais, no processo de criação é muito importante fazer registros com fotos, gravações e áudios e depois apresentar para as crianças. As crianças são sensíveis e perceptivas quando o educador não tem certeza da proposta apresentada, elas automaticamente rejeitaram fazer parte do trabalho, quando a criança é apresentada a arte contemporânea sua sensibilidade e seu afeto é transmitido na criação que ela realiza, pois sua sensibilidade é aguçada, segundo Duarte Jr. (2000, pág. 145) [...] a sensibilidade do indivíduo, constitui assim, o ponto de partida (e talvez, até de chegada) para nossas ações educacionais [...].
Figura 5 – Atividade com materiais diversos
 Fonte: https://novaescola.org.br/conteudo/8881/vamos-inovar-e-desenhar-no-espaco> Acesso em: 03/06/2020.
Os educadores devem sair do convencional e deixar a criança produzir sua criação por si só, o que vemos ainda hoje a preocupação de realizar atividades para aprimorar a coordenação motora fina dos alunos, a preocupação em pintar de uma forma perfeita, sem trocar as direções dos traços, a destreza do aluno em utilizar os lápis e seguir a padrão das cores, muitas vezes esses desenhos já vem impressos (prontos), para apenas colorir e mesmo quando tem a possibilidade de produzir, muitas vezes o professor interfere no traçado, na organização, eles não deixam as crianças ser um ser ativo, com a interpretações, pensamentos e singulares. A escola precisa proporcionar espaço, material, atividade para que as crianças manifestem sua sensibilidade, sua experiência e sua visão de mundo.
Os desenhos infantis são formas privilegiadas de expressão a atitude investigativa do professor, que os contempla a partir de olhares das crianças pode contribuir para ações políticas que as respeitem em termos de seu mundo vivido, imaginado e construído, analisando suas concepções sobre os fenômenos sociais”. (GOBBI, 2009, pág.51)
O desenho faz com que a criança manifeste sua singularidade, cultura, seu modo de pensar, sentir e imaginar o mundo a sua volta. Enquanto ela está desenhando ela está fantasiando, imaginando, dialogando, planejando, relembrando e narrando a sua história. Conforme Gobbi (2010) “Muitas vezes, as ricas manifestações que as crianças utilizam para se expressar são enfraquecidas no cotidiano infantil”. 
O professor tem que ter um olhar atento, buscar novos materiais (mesmo quando a escola não te material, enxergar possibilidade no que ele consegue enxergar isso pode ser terra, gravetos, folhas, descartáveis e etc), mostrar para a criança que o desenho não precisa ser feito com materiais apropriados (lápis, giz de cera, canetinha, guache), os materiais podem ser diversos, produzidos, criados.
[...] ao fazer uso de diversos materiais, a criança percebe que desenhar tem magia, que envolve imaginação. Nesse sentido, uma criança que está utilizando como espaço o piso áspero do pátio da escola e como suporte uma folha A3 tem a possibilidade de explorar inúmeros materiais separadamente como a tinta guache, tinta nanquim, canetinhas, lápis de cor, giz de cera, giz de quadro, giz pastel, carvão, entre outros. Cada um dos materiais testados em seu fazer artístico imprimirá uma experiência diferente e única que ampliará seu repertório artístico e transformará suas futuras produções [...] (IAVELBERG, 2013, p.36).
O professor tem que quebrar o paradigma do desenho perfeito, temos que valorizar suas criações explorando sua confiança, sua marca e descoberta, temos que apresentar para as crianças diferentes representações para que seu conhecimento seja amplo e não limitado, conforme Iavelberg (2013, p. 16) [...] prender a criança à representação do real é colocá-la aquém de suas possibilidades em duplo sentido por desconsiderar seus modos de desenhar e por afastar seus desenhos da arte como é concebido na contemporânea[...].
Figura 6 – Atividade materiais aleatórios
Fonte: https://educacao.estadao.com.br/blogs/blog-dos-colegios-santa-maria/releituras-das-obras-de-beatriz-milhazes/ Acesso em: 03/06/2020.
O desenho da criança é a sua interpretação, seu pensamento e sua alma, ela representa o que vê e o que sente sobre o mundo a sua volta. O desenho é uma importante linguagem de comunicação humana e a escola por sua vez tema responsabilidade de desenvolver todas as linguagens.
3.1 MÉTODOS PARA INSERIR ASSEMBLAGE NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Assemblage origina-se do termo francês assembler que significa reunir, juntar, acumular. Ela foi incorporada às artes 1953, pelo pintor francês Jean Dubuffet para a exposição The Art of Assemblage, no Museu de Arte Moderna de Nova York em 1961.
A Assemblage é uma arte estranha de primeiro momento pois é utilizado todo material em uma única obra, seja por processo de colagem, solda ou outros, os materiais utilizados podem ser papeis, tecidos, madeiras, arames colados a uma tela/base, que pode ultrapassar as limitações da superfície, rompendo assim o limite de pintura e uma junção de pintura com escultura.
Na unidade escolar o professor pode trabalhar com a assemblage, pois é um método bem aceito pelos alunos, pois abre espaço para criatividade, experimentação, o estudo desta arte e a apreciação da estética da obra criada/produzida. Para os alunos a assemblage é explorar materiais diversas, é o contato com o material fora do convencional, com a arte além do desenho e a escultura fora do convencional, mas para que isso seja realizado precisamos apresentar a metodologia assemblage e seus artistas, para que após seja produzido a assemblege para os alunos, pois o saber tem que ser construído para permanecer vivo na mente dos alunos.
Para se compreender como as artes, contribuem para a construção do conhecimento humano em suas diversas formas, é necessário como se dá construção do conhecimento.
Conforme escreve Piaget (1980), o conhecimento configura-se como uma construção contínua de mediação entre o sujeito e o objeto, ou seja, entre o meio físico e o social. Nessa ação, o indivíduo constrói novas estruturas mentais, estabelecendo condições e capacidades próprias de conhecer. 
Baseado na teoria de Piaget, o indivíduo é um sujeito ativo, em processo de construção do conhecimento, só irá aprender significativamente se houver uma interação com o objeto.
O indivíduo é sujeito do processo de construção do seu conhecimento e esse processo só é possível mediante a sua ação. Todo trabalho artístico carrega a marca do seu criador, ou seja, dentro da obra traz em si a ação do sujeito que criou o seu sentimento, sua interação com o meio e com o próprio objeto criado.
O ato criar é um processo que sempre trará algo da pessoa que está criando, seja uma pintura, uma música, uma dança, interpretação e etc., mesmo que esse indivíduo tentar copiar ou fazer igual uma outra nunca será igual, sempre apresentará algo novo com sua característica.
Figura 7 – Materiais de assemblagem
Fonte: https://www.sul21.com.br/postsrascunho/2014/04/criancas-brincam-e-aprendem-arte-contemporanea-no-espaco-azul-anil/ Acesso em: 03/06/2020.
Incluir a arte no processo da criança é um recurso eficiente para que a criança desenvolva suas capacidades criativas. Entretanto, embora os percursores da educação de crianças tenham propagado, há muito tempo, ideias inovadoras de educação que incentivam a criatividade e a espontaneidade, e muitas propostas de inserção da arte na educação tenham sido apresentadas, tais questões têm sido discutidas há pouco tempo no Brasil.
Quando se trabalha com a primeira infância, arte não é algo que ocorra isoladamente. Ela engloba: controle corporal, coordenação, equilíbrio, motricidade, sentir, ver, ouvir, pensar, falar e ter segurança. E ter confiança para que a criança possa se movimentar e experimentar. E que ela retorne ao adulto, tenha contato e crie junto. O importante é ter um adulto por perto, coparticipando e não controlando (HOLM, 2007, P. 12).
A transmissão de conhecimento ou informações a criança permite que esse indivíduo forme sua capacidade como ser humano. Pois o seu desenvolvimento não ocorre de maneira uniforme, ele depende das vivências culturais a que são expostas desde o seu nascimento. Podemos dizer que a Arte é a linguagem de vida e por meio dela nós compreendemos e transformamos o mundo que vivemos.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A construção deste trabalho evidenciou que o tema abordado não pode ser visto como mero “passatempo” em sala de aula, já que a arte contribui muito para uma maior aprendizagem, mesmo tendo a influência da família, cultura, religião e vivência da criança. A formação que cada pessoa recebe do seu meio social, familiar e religioso é o que determina como vai ser o seu olhar para a arte e seu trabalho no processo educativo.
A criança na educação infantil explora os sentidos em tudo que faz. Através da realização de atividades artísticas ela desenvolve sentimento, auto estima, raciocínio-lógico e etc. A arte pode ir além de uma atividade prática e precisa ser compreendida como um processo que envolve sentimentos e emoções.
O docente em sua atuação profissional, seja em qualquer campo de atividade, aplicará no seu dia a dia de trabalho os ensinamentos e experiências que carrega desde a mais tenra idade, então é preciso se instrumentalizar para oferecer o ensino-aprendizagem utilizando como ferramenta a arte.
Conclui-se, desta forma, que o professor pode construir junto com seus alunos, um olhar diferenciado de possibilidades de conhecimentos, de vida e de sonhos, um olhar onde as crianças podem viver a sua infância, com autonomia e criatividade, de forma ativa e responsável.
REFERÊNCIAS
HOLM, A. M. Baby - Art: os primeiros passos com a arte. São Paulo: Museu de Arte Moderna de São Paulo, 2007.
KNELLER, G. Arte e Ciência da Criatividade. Editora Ibrasa, 1978.
SANS, Paulo de T. C. Fundamentos para o ensino de Artes Plásticas. Campinas: Alínea, 2005.
CUNHA, Susana R. V. Arte Contemporânea e Educação Infantil. 2. ed. Porto Alegre: Editora Mediação, 2020. 
_______. Questionamentos de uma professora de arte sobre o ensino de arte na contemporaneidade. Santa Maria: Editora USFM, 2012. 
GOBBI, Marcia A. Desenho infantil e oralidade: instrumentos para pesquisas com crianças pequenas. 3. ed. Campinas, 2009.
IAVELBERG, Rosa. Desenho na educação infantil. São Paulo: Melhoramentos, 2013.
HERNÁNDEZ, Fernando. Catadores da cultura visual: proposta para uma nova narrativa educacional. Porto Alegre: Editora Mediação, 2009.

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