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IDENTIFICAÇÃO PREVENTIVA DE RISCOS EM PROCEDIMENTOS
NO ÂMBITO DA SECRETARIA DA FAZENDA DO ESTADO DE GOIÁS
Cláudia Gonzaga de Siqueira
Leandro do Nascimento Rodrigues
SUMÁRIO: Resumo, Introdução; 1 Revisão Literária 1.1 Corrupção 1.2 Compliance 1.3 Governança 2 Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos 2.1 Conceitos Básicos 2.2 Normas e Legislação Aplicada 2.2.1 Decreto nº 9.705/2013 2.2.2 Decreto nº 9.060/2017 2.2.3 Instrução Normativa nº 46/2017- CGE 3 Estudo de Caso; Considerações Finais; Referências, Anexos
Resumo: Esse artigo tem por objetivo analisar as implicações da Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos no âmbito da Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás e em que medida a avalição de risco de corrupção contribui para o aumento da eficiência de seus processos. A metodologia da Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos busca fortalecer a ação preventiva e o compromisso dos agentes públicos com a integridade das instituições em que trabalham, reconhecendo vulnerabilidades de desvios de recursos e possível influência nos diferentes processos de trabalho com o intuito de prevenir práticas de corrupção nos processos decisórios da administração pública. Ao aplicar a metodologia, os dirigentes aprofundam seus conhecimentos sobre as rotinas das instituições. Com isso, podem, por exemplo, identificar e avaliar a adequação da estrutura, procedimentos e mecanismos de controle. Dessa forma, a importância dessa pesquisa relaciona-se à verificação do aumento da eficiência nos procedimentos da Secretaria, do combate à corrupção e do tema governança no contexto do setor público. Uma característica fundamental para o sucesso de uma avaliação de risco de corrupção é a adesão da alta direção e outros encarregados de governança, por exemplo, superintendentes executivos e gerentes, em relação às funções e responsabilidades dos mais diversos interessados na avaliação de riscos de corrupção. Sem esse apoio, as avaliações de risco podem perder o ímpeto, evitar ou inadequadamente lidar com determinados problemas ou ter sua qualidade afetada por outros servidores que “escolhem” não participar.
Palavras-chave: Corrupção. Governança Pública. Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos. Mapeamento de Processos.
INTRODUÇÃO
O presente artigo refere-se a análise da Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos (Mapeamento de Risco de Corrupção) como ferramenta de gestão para dar maior efetividade a política pública de transparência e prevenção da corrupção.
Tem como objetivo responder a seguinte problemática: Em que medida a implementação da avaliação de risco de corrupção contribui para o aumento da eficiência dos processos organizacionais na Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás?
O caráter qualitativo é marca metodológica deste trabalho apoiando-se em técnicas de coletas de dados, também quantitativas. O estudo foi desenvolvido a partir da pesquisa bibliográfica e do estudo de caso.
Os principais tópicos são: a Identificação Preventiva de Risco em Procedimentos, o Plano de Melhorias e a apresentação dos resultados do trabalho executado.
Com o presente artigo, pretendemos demonstrar que a Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos é uma ferramenta capaz de contribuir para o aumento da eficiência dos processos organizacionais na Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás.
Para tanto, é necessário que o Mapeamento seja compreendido pelos gestores públicos não apenas para avaliação e monitoramento da Controladoria Geral do Estado de Goiás, mas também para o desenho de arranjos institucionais mais adequados a uma política de governança.
1 Revisão Literária
O novo modelo de gestão pública preconiza a governança, a eficiência, a eficácia e a efetividade da ação governamental, através do controle das ações administrativas voltadas para resultados.
Diante disso, surgem diversas metodologias aplicadas como compliance, accountability, governança e mapeamento de processos com atuação preventiva a partir do conhecimento do processo, descrição e fluxogramação dos passos decisórios e na identificação de vulnerabilidades, assegurando assim, meios de combate e prevenção de riscos de corrupção 
No Brasil, o projeto desenvolvido pela Transparência Brasil em parceria com a Controladoria-Geral da União desenvolveu o Mapeamento de Riscos de Corrupção, uma ferramenta de prevenção às práticas que caracterizem corrupção nos processos decisórios da administração pública. 
“O Mapeamento de Risco de Corrupção consiste em ferramenta de gestão que permite aos agentes públicos mapear os processos organizacionais das instituições que integram, de forma a identificar fragilidades que possibilitem a ocorrência de atos de corrupção. A partir disso, implementam-se mecanismos preventivos que minimizem as vulnerabilidades e evitem a prática de corrupção” Metodologia de Mapeamento de Risco de Corrupção, CGU,2011, pg.5.
Nesse contexto o Estado de Goiás publicou o Decreto nº 7.905 de 11.06.2013 que deu origem ao Decreto nº 9.060, de 08.09.2017, o qual dispõe sobre o mapeamento de riscos de corrupção nos processos organizacionais no âmbito do Poder Executivo Estadual, atribuindo à Controladoria-Geral do Estado de Goiás a implementação dessa atividade.
1.1 . corrupção
A corrupção não é um fenômeno novo, igualmente, é um mal característico da sociedade cuja origem encontra-se no modelo de colonização do Brasil, onde há a ausência de distinção entre público e privado (patrimonialismo) e o favorecimento de indivíduos com base em laços de amizade e familiares (clientelismo).
“Desde a colônia, temos um Estado que nasce por concessão, no qual a instituição pública é usada em benefício próprio. A corrupção persiste no Brasil devido a essa estrutura de colonização” – Denise Moura, historiadora.
Somente a partir de 1930 inicia uma mudança desse entendimento, quando a corrupção passou a ser associada a indivíduos, contudo, mesmo com a mudança de percepção a corrupção continuou encontrando terreno para se manter presente na esfera pública, principalmente devido à impunidade.
Segundo Denise Moura, a impunidade e a corrupção fazem parte da cultura brasileira, contudo, estão ocorrendo avanços nos últimos anos.
“A sociedade avançou muito no sentido de punir, mas não dá para varrer em poucos anos uma cultura. Não devemos esperar que a corrupção, no caso brasileiro, será suprimida da noite para o dia. Para mudar uma mentalidade são necessários séculos” – Denise Moura, historiadora.
Atualmente a intolerância da sociedade a comportamentos eticamente reprováveis condena não apenas atos que envolvam a esfera estatal e federal, mas busca prevenir e reprimir condutas que maculem o elemento ético.
Pensar em mecanismos de contenção do poder, de delimitação de atuação e de garantia dos interesses institucionais é também pensar em inibir a corrupção.
A corrupção corrói o ambiente e onera os cofres públicos. Seu combate concentra-se, cada vez mais, no campo das medidas preventivas, em lugar daquelas de caráter repressivo. 
Segundo o americano Robert Klitgaard, um dos maiores especialista no estudo de Corrupção no mundo, “a corrupção se manifesta de diversas formas, indo desde pequenas fraudes até atingir altas transações ilícitas, mas é no aparato do Estado que produz os efeitos mais lesivos à coletividade, como: 1) perda de eficiência na oferta de bens e serviços pelo desperdício e má distribuição dos recursos, 2) distribuição não equitativa de bens e oportunidades que favorece ricos e privilegiados contra os mais pobres e desprotegidos, 3) vícios na política de incentivos, já que o pagamento de taxas de urgência (gorjetas) e de gratificações estimulam agentes públicos a extorquirem dinheiro dos cidadãos sem lhes prestar um bom serviço ou mesmo serviço nenhum, 4) instabilidade política, quando o comportamento corrupto, por habitual, leva o governo a descrédito público ou promove alienação do povo.” (KLITGAARD, Robert. A corrupção sobre controle. Trad. Octavio Alves Velho. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994.)
O país está mergulhadoem sua maior crise institucional, existem provas de bilhões em desvios de dinheiro público. Roubos, fraudes, falcatruas, principalmente na classe política, levam a população a desacreditar no país e o principal combustível deste processo é a impunidade. Pensando no combate a corrupção, os órgãos de controle, tanto da esfera federal quanto da estadual, vem estudando e implementando medidas para combater esses desvios. Entre as ações de prevenção adotadas, destaca-se a criação do método de mapeamento e avaliação das áreas de maior risco de corrupção e a implementação de medidas que reduzam, cada vez mais, possíveis focos capazes de fragilizar as instituições públicas.
No Brasil, a política pública de transparência e prevenção à corrupção iniciou-se no ano de 2006 com a criação da Secretaria de Prevenção da Corrupção e Informações Estratégicas (SPCI) através do Decreto nº5.683, de 24 de janeiro de 2006. Seguindo a recomendação de organismos internacionais, a Controladoria-Geral da União (CGU) teve alterada sua estrutura para desenvolver mecanismos de prevenção à corrupção, promoção da transparência, da conduta ética e da produção de informações estratégicas.
Com a reforma administrativa de 2013, a SPCI passa a denominar-se Secretaria de Transparência e Prevenção da Corrupção (STPC), com novas atribuições, dentre elas o fomento ao desenvolvimento de estudos e pesquisas voltadas às atribuições da CGU, consolidando seu papel de unidade de inovação, apoiando a produção normativa e a implementação da Lei de Acesso à Informação e da Lei de Conflito de Interesses da Lei da Empresa Limpa.
Com a publicação da Lei Nº13.341, de 30 de junho de 2016, é criado o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União, que absorve as atribuições da extinta controladoria, ao seguir como órgão central do Sistema de Controle Interno e do Sistema de Correição.
No combate efetivo à corrupção no Brasil, normas rígidas foram elaboradas e implementas, como também órgãos federais foram criados, segundo a Composição do Sistema de Integridade no Brasil, abaixo:
2001 - Criação da CGU (Medida Provisória nº2.143-31, de 02/04/ 2001)
2003 - Criação do Conselho de Transparência Pública e Combate à Corrupção, vinculado à CGU (Decreto nº 4.923, de 18/12/ 2003).
2005 - Criação do Portal da Transparência (Decreto nº 5.482, de 30 /06/2005).
2006 - Criação, no âmbito da CGU, da Secretaria de Prevenção da Corrupção e Informações Estratégicas (SPCI).
2007 - Instituição do Sistema de Gestão da Ética no Poder Executivo pela Casa Civil (Decreto nº 6.029, de 1º/02/2007).
2010 - Criação da Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar nº 135/2010)
2011 - Criação da Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011)
2012 - Criação do Serviço de Repressão a Desvios de Recursos Públicos (SRDP), vinculado à DICOR.
2013 - Aprovação do Projeto de Lei que torna a corrupção crime hediondo (PL 5.900/2013)
2014 - Entra em vigor a Lei Anticorrupção nº12.846/ e a Instituição da Política Nacional de Participação Social e do Sistema Nacional de Participação Social (Decreto nº 8.243, de 23/05/2014).
Os dados acima foram elaborados a partir de consultas à legislação disponível em páginas oficiais na internet.
No que diz respeito a Secretaria da Fazenda do Governo de Goiás, por determinação do Senhor Governador do Estado, Marconi Perillo, e sob a batuta da Controladoria Geral do Estado, medidas de prevenção à corrupção e a transparência vem paulatinamente sendo implementadas na rotina do órgão. As normas federais e estaduais de combate a corrupção vêm sendo cumpridas à risca, principalmente a de Mapeamento de Riscos, de Classificação de documentos e a de transparência.
Há também um projeto em trâmite dentro da Secretaria, que visa a criação de uma unidade de Auditoria e Controle (Controle Interno) que terá atividades relacionadas à defesa do patrimônio público e ao incremento da transparência da gestão, por meio de ações de auditoria pública, correição, prevenção e combate à corrupção e ouvidoria. 
1.2 COMPLIANCE
O termo “Compliance”, vem do verbo (em inglês) “to comply”, ou seja, “agir de acordo com uma ordem, um conjunto de regras ou um pedido” (Cambridge English Dictionary).
Também se tem traduzido o termo “Compliance”, principalmente na mídia, relacionando-o com as leis e normas anticorrupção. No momento em que o Brasil se depara com inúmeros escândalos de corrupção, temas relacionados ao compliance ganham evidência.
Compliance, nada mais é do que a implantação de mecanismos de conformidade, ética, regras de prevenção de ilícitos para a melhoria da governança.e gestão de riscos de corrupção. Como o cenário atual clama pela ética e transparência dos atos, nada mais necessário do que aplicar essa política à Administração Pública.
Nas empresas, relaciona-se com os termos de conformidade ou integridade corporativa, que abrange todos os conjuntos de regras que cada empresa deve observar e cumprir, e que podem variar conforme as atividades desenvolvidas. Isso inclui não apenas os assuntos ligados aos sistemas anticorrupção, como também ao cumprimento de obrigações trabalhistas, ambientais, concorrenciais, fiscais, regulatórias.
Estar em “Compliance” significa atender às leis e aos normativos dos órgãos reguladores e também aos regulamentos internos. As principais atribuições das áreas de “Compliance” são essencialmente os chamados “Pilares do Programa de Compliance”, quais sejam: identificação (identificar os riscos enfrentados pela organização e orientar a organização sobre eles), prevenção (desenvolver e implementar mecanismos de controle para proteger a organização dos riscos identificados), monitoramento e detecção (monitorar e reportar sobre a efetividade dos controles na administração da exposição a tais riscos), resolução de problemas (resolver dificuldades e ocorrências de não conformidade caso e conforme ocorram e orientar as áreas de negócios da organização sobre as regras/normas e controle).
Nesse contexto, e no âmbito da Secretaria da Fazenda, ao elaborar o Plano de Melhorias, como parte das ações do Mapeamento de Risco contra a corrupção, estaremos fixando um prazo para que as medidas de melhorias sejam implementadas e à medida que são executadas, são lançadas no Sistema de Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos como Melhorias Implementadas, resultando, portanto, em importante e eficaz ferramenta de compliance.
1.3 GOVERNANÇA
No cenário brasileiro, encontramos esforços recentes no sentido de orientar e formalizar estruturas de governança na busca da disseminação do conceito de governança como instrumento de reflexão e desenvolvimento de práticas de gestão viáveis, efetivas e adequadas às realidades complexas da administração pública.
As transformações econômicas e sociais, os avanços tecnológicos aliados às crescentes demandas por mais transparência e melhores serviços públicos levaram os governos a repensar suas estratégias e suas formas de articulação.
O conceito original de boa governança é “a maneira pela qual o poder é exercido na gestão dos recursos econômicos e sociais de um país para o desenvolvimento” (Banco Mundial, 1986,p.1).
A governança está associada à percepção da complexificação dos problemas e suas possibilidades de solução, como também, ao desempenho e responsabilização do setor público. Por meio dela surgem ações de planejamento, desenho de estratégias, avaliação dos resultados e redesenho das políticas públicas, na medida em que se preocupa em compreender os problemas da administração pública e coloca na agenda governamental a necessidade de melhoria dos padrões de gestão.
Tem como alicerce os princípios da transparência (o qual diz respeito à divulgação de informações), prestação de contas (accountability), que segundo Ludicibus, Marion e Pereira, 2003, p.10, significa “responsabilidade do gestor profissional de prestar contas”, integridade e compliance, isto é, o mesmo que “estar em conformidade” e está associada aos princípios da indisponibilidade do interesse público, moralidade, eficiência, impessoalidade,entre outros que permeiam a administração pública.
Estes princípios podem ser implementados trazendo benefícios tanto para a produtividade quanto para a imagem do setor público. Um sistema de governança eficaz pode incentivar o uso eficiente dos recursos, intensificando a responsabilidade do agente público pela utilização destes.
Uma das características mais importantes da governança é sua ênfase na prevenção e não na repressão de condutas desviantes, sendo a Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos, importante ferramenta pois não se faz uma boa governança pública sem ética, transparência, comprometimento com os resultados, alinhada aos interesses da sociedade, acompanhamento das ações e correções conforme os resultados obtidos.
Os arranjos de governança nascem para adequar diferentes soluções a problemas incertos e complexos tendo como foco a estratégia de governança, ou seja, a habilidade do gestor governamental implementar as prioridades estabelecidas. Oferecem ferramentas analíticas capazes de instigar reflexões dos agentes públicos sobre as mudanças necessárias ao bom desempenho da máquina pública, visando à qualificação dos serviços prestados e ações e programas de governo efetivos.
O sucesso de iniciativas nesse sentido depende, de auto avaliação e comprometimento das instâncias decisórias e do contínuo aprimoramento desses mecanismos. Necessário, ainda, que a Administração abandone a postura reativa, caracterizada pelo agir após a ocorrência do dano, e de fato implemente as vias preventivas de combate às condutas corruptas.
2 IDENTIFICAÇÃO PREVENTIVA DE RISCOS EM PROCEDIMENTOS (MAPEAMENTO DE RISCO DE CORRUPÇÃO) 
2.1- Conceitos Básicos
Ao contrário de uma auditoria ou fiscalização, a Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos é uma atividade de prevenção. É direcionada aos processos de trabalho, aos passos decisórios que são etapas que envolvem decisões e podem apresentar ou não distintas possibilidades de resultados.
Como ferramenta de gestão permite aos agentes públicos mapearem os processos de trabalho de forma a identificar fragilidades que possibilitem a ocorrência de desvios de conduta e procedimentais e, assim, adotar as medidas cabíveis para minimizar ou erradicar essas fragilidades.
A implementação e o gerenciamento da Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos envolvem as etapas de estruturação do Colegiado Setorial; capacitação da equipe técnica; inserção/lançamento no Sistema de Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos – SIPRI - das informações obtidas com o mapeamento dos processos de trabalho; validação; detalhamento dos passos decisórios; preenchimento do questionário do Indicador de Riscos; elaboração do plano de melhoria; melhorias implementadas e conformidade.
2.2 - NORMAS E LEGISLAÇÃO APLICADA
2.2.1 Decreto nº 7.905/2013: 
Dispõe sobre a aplicação de mapeamento de riscos de corrupção nos processos organizacionais e de serviços no âmbito do Poder Executivo Estadual, sob a coordenação técnica da Controladoria Geral do Estado.
Art. 1º É adotada a aplicação continuada de mapeamento de riscos de corrupção nos processos organizacionais e de serviços no âmbito do Poder Executivo Estadual. 
Art. 2º Compete à Controladoria Geral do Estado a coordenação técnica da implantação de mapeamento de riscos de corrupção conforme determinada por este Decreto. Parágrafo único. A Controladoria Geral do Estado poderá empreender visitas técnicas e auditorias operacionais nos órgãos e nas entidades do Poder Executivo especificamente para acompanhar a implantação de mapeamento de riscos de corrupção. 
Art. 3º Sujeitam-se ao disposto neste Decreto os órgãos da administração direta, as autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista, controlados direta ou indiretamente pelo Estado de Goiás. 
O Estado de Goiás, atento aos casos de malversação dos recursos públicos, ao uso indevido da máquina administrativa e aos escândalos de corrupção no mundo político, publicou o decreto supracitado e atribuiu à Controladoria-Geral do Estado de Goiás a implementação do Mapeamento de Risco de Corrupção nos órgãos do Poder Executivo do Estado de Goiás.
Atenta a esse contexto, a Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás, constituiu sua equipe técnica no final de 2013.
“A principal característica do mapeamento é a atuação preventiva, a partir do conhecimento, descrição e desenho dos passos decisórios existentes em cada processo, tendo como atribuições mapear os processos de trabalho e identificar fragilidades que possibilitem a ocorrência de desvio de condutas e procedimentais, como também, a malversação de recursos públicos e uso indevido da máquina administrativa”. Manual Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos
2.2.2 - Decreto nº 9.060/2017: 
Institui a Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos - IPR - no âmbito do Poder Executivo do Estado de Goiás, define sua metodologia e dá outras providências.
Art. 1º É adotada a aplicação continuada de Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos - IPR - nos processos de trabalho dos órgãos da administração direta, das autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista, controladas direta ou indiretamente pelo Estado de Goiás no âmbito do Poder Executivo.
Art. 2º Compete à Controladoria-Geral do Estado – CGE - a implementação da Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos – IPR - no âmbito do Poder Executivo.
Parágrafo único. Para a implementação da Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos - IPR -, a Controladoria-Geral do Estado poderá:
I – firmar parceria com a Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento com vistas a aproveitar as ações desenvolvidas por esta no que se refere ao mapeamento dos processos de trabalho dos órgãos/entidades descritos no art. 1º deste Decreto;
II – empreender visitas técnicas aos órgãos e às entidades do Poder Executivo especificamente para acompanhar a implementação da IPR;
III – promover, na Superintendência da Escola de Governo da Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento, capacitações dos servidores/empregados incumbidos de realizar a Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos - IPR;
IV – encaminhar, semestralmente, relatório analítico e sintético ao Chefe do Poder Executivo, com informações sobre o andamento da aplicação da IPR nos processos de trabalho dos órgãos e das entidades do Poder Executivo;
V – promover anualmente reuniões junto aos órgãos/entidades que já tenham mapeado todos os processos de trabalho com vistas a retornar às atividades de mapeamento, no caso de verificação de novos processos de trabalho ou de alteração do fluxograma daqueles mapeados anteriormente.
Art. 3° Compete aos órgãos e às entidades do Poder Executivo:
I – adotar método de gestão que permita aos agentes públicos mapear e avaliar os processos de trabalho, de forma a identificar fragilidades que possibilitem a ocorrência de desvios de conduta e/ou procedimento;
II – estruturar um Colegiado Setorial para gerenciar as atividades destinadas à Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos – IPR -, formado por dirigentes do órgão ou da entidade e servidores responsáveis pela aplicação da metodologia em cada um de seus processos;
III – mapear, no mínimo, 5 (cinco) processos de trabalho a cada semestre;
IV – promover o lançamento das informações obtidas pela Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos - IPR - no Sistema de Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos - SIPRI - desenvolvido pela Controladoria-Geral do Estado;
V – lançar no Sistema de Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos – SIPRI -, no semestre corrente, os Planos de Melhoria decorrentes das recomendações registradas nesse sistema, relativas aos processos concluídos no semestre anterior, conforme quantitativo fixado no inciso III deste artigo;
VI – implementar medidas preventivas que reduzam as vulnerabilidades e os riscos capazes de fragilizar seus processos e lançá-las no Sistema de Identificação Preventiva de Riscos emProcedimentos – SIPRI;
VII – publicar em sua página de Acesso à Informação, ao final de cada semestre, o ranking da Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos - IPR - dos órgãos/entidades, elaborado pela Controladoria-Geral do Estado.
PENALIDADES
Art. 16. O descumprimento injustificado deste Decreto ensejará o registro da ocorrência no Relatório de Prestação de Contas Anual do órgão/entidade como descumprimento de norma regulamentar.
§ 1º O órgão/entidade terá o prazo de até 5 (cinco) dias úteis contados a partir do encerramento do semestre, para apresentar eventual justificativa à Superintendência Central de Transparência Pública da Controladoria-Geral do Estado.
§ 2º A Superintendência Central de Transparência Pública da Controladoria-Geral do Estado terá 10 (dez) dias úteis para analisar e manifestar-se acerca da justificativa.
§ 3º No caso de indeferimento da justificativa, caberá, no prazo de 5 (cinco) dias úteis contados a partir da ciência do indeferimento, recurso ao titular da Controladoria-Geral do Estado, que terá 15 (quinze) dias úteis para analisar e manifestar-se conclusivamente acerca da justificativa.
Acompanhando as tendências de aprofundamento das ações preventivas ao combate à corrupção o presente Decreto, institui a Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos, que consiste em eficaz ferramenta de gestão capaz de mapear os processos de trabalho de forma a identificar as vulnerabilidades que possibilitem ocorrências de desvios de conduta e/ou procedimentais.
A implementação da Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos é realizada através das seguintes etapas: estruturação do Colegiado Setorial, capacitação da equipe técnica, cadastro e edição de unidades administrativas, cadastro e edição de processos de trabalho, preenchimento das informações no ambiente do processo, validação, detalhamento dos passos decisórios, preenchimento do questionário do Indicador de Riscos, Elaboração do Plano de Melhorias e Lançamento das Melhorias Implementadas..
O atual Colegiado Setorial da Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás é formado por dirigentes e servidores responsáveis pelo gerenciamento e mapeamento, através da Portaria Nº 039/2018 e integrado pelos seguintes servidores: Presidente: Superintendente Executivo; Membros: Chefe da Corregedoria Fiscal e Superintendente Executivo da Receita Estadual e Equipe Técnica (Carlos Alberto Cabral, César Augusto de Jesus Júnior e Cláudia Gonzaga de Siqueira).
A capacitação da equipe técnica foi realizada, na Superintendência da Escola de Governo da Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento mediante aulas presenciais, pelos servidores da Superintendência Central de Transparência Pública da Controladoria-Geral do Estado 
“Compete a equipe técnica a divulgação dos conceitos e ações referentes à Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos, a preparação do ambiente interno, a implantação das atividades; identificação dos processos junto as Unidades e a definição dos processos prioritários; o lançamento das informações obtidas no Sistema de Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos; a elaboração de plano de melhoria decorrente das recomendações registradas no Sistema de Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos relativas aos processos concluídos; e o lançamento no Sistema das melhorias implementadas ; desenhar os processos; analisar a situação dos processos; elaborar e propor normas que possam erradicar os pontos passíveis de corrupção e validação junto a Controladoria Geral do Estado” Manual Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos
A equipe técnica identifica os processos de trabalho para o semestre no Sistema de Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos através do relatório de Ranking de Processos. Este procedimento é ditado pela Controladoria-Geral do Estado de Goiás e tem como critério a pontuação.
Nos processos prioritários (pontuação vinte) são analisados os recursos financeiros (RF), a atribuição de direitos (AD), transferência de recursos (TR); o cumprimento de obrigações e/ou aplicação de penalidades (COAP) e avaliação dos recursos (AR).
A prioridade dos processos mapeados é definida pela “Avaliação Final para Seleção – AFS-”, calculada automaticamente pelo Sistema de Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos, a partir da seguinte fórmula:
AFS = (Critério RF + Critério AD + Critério TR + Critério COAP) x Critério AR
Onde:	
Critério RF – Critério Recursos Financeiros.
Critério AD – Critério Atribuição de Direitos.
Critério TR - Critério Transferência de Recursos.
Critério COAP - Critério Cumprimento de Obrigações e/ou Aplicação de Penalidades.
Critério AR - Critério Avaliação dos Recursos.
Manual de Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos, CGE,2017, pg.12.
O resultado da Avaliação Final para Seleção pode variar de zero a vinte, sendo que os processos de pontuação 20 os prioritários àqueles de menor valor.
Após o mapeamento dos cinco processos prioritários é feita a validação dos mesmos. Ela ocorre através de reunião entre a equipe técnica, os envolvidos nos processos (servidores dos setores mapeados), o Colegiado e a Controladoria Geral do Estado de Goiás. 
Nessa etapa é apresentada a descrição dos processos e seus fluxogramas, realizados ajustes ou elaboradas novas descrições e desenhos dos processos 
São lançadas as informações acerca do Plano de Melhorias, das melhorias implementadas e da conformidade no Sistema de Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos, gerando assim o Resultado do Mapeamento.
“Nesta etapa são apresentados os Indicadores de Risco (IR) de cada passo decisório, com fundamento nas respostas obtidas com a realização do questionário composto por quinze questões, estruturadas em três grupos; a0 informações de apoio ao passo decisório; b)nos mecanismos decisórios; c)no gerenciamento de resultados”(Manual Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos)..
O valor do Indicador de Riscos (IR) de cada passo decisório é calculado automaticamente pelo Sistema de Identificação Preventiva de Riscos, a partir da seguinte fórmula:
IRC = 1 - { qs / ( 15 - qx ) } 
Onde: qs – quantidade de respostas Sim. 
qx – quantidade de respostas Não se aplica. O valor do Indicador de Riscos de cada passo decisório pode variar entre zero e um. Quanto mais próximo do número um, maior o risco. 
Calcula automaticamente a concentração dos riscos dos passos decisórios (CR) encontrados em cada um dos três grupos de perguntas, utilizando a fórmula apresentada a seguir: 
CR = ( qng / qnp ) * 100
Onde: qng – quantidade de respostas. Não obtidas em cada grupo de perguntas;
qnp – quantidade de respostas Não obtidas no processo. 
Manual de Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos, CGE,2017, pg.28.
Com fundamento nas informações de apoio ao passo decisório, são apresentados os Indicadores de Riscos (IR) de cada passo decisório.
São analisados os seguintes fatores: especificação em legislação ou normas internas, atualização conforme legislação, padronização e disponibilização aos tomadores da decisão, consistência das informações, disponibilidade das informações na hora da tomada de decisão, experiência, orientação e treinamento dos tomadores da decisão, controle/supervisão da decisão, tratameto igualitário dos interessados/beneficiários da decisão,controle da interação entre o tomador da decisão e os beneficiários, tempo de conclusão dos passos decisórios em processos semelhantes, registro do histórico das decisões, alternativas de resultados do passo decisório previstas em legislação, histórico dos benficiários nos resultados da decisão, tempo para realização do passo decisório de acordo com tempo estabelecido e se há controle do passo decisório.
Após essa análise será elaborado o Plano de Melhoria.
“A elaboração do Plano de Melhoria consiste em apontar as soluções para os pontos fracos com o intuito de mitigar ou sanar os riscos apontados, a descrição das possíveis soluções, os responsáveis pela concretização das soluções e o prazo paraa implementação das melhorias”(Manual Identificação Preventiva de Risco em Procedimentos) 
Elaborado o plano de melhoria fixa-se um prazo para que as melhorias sejam implementadas. A partir deste a Controladoria-Geral do Estado de Goiás acompanha a efetivação das soluções propostas, dentro dos respectivos prazos. Na medida em que os planos de melhoria são executados e o valor do Indicador de Riscos final é reduzido a 0 (zero), a Controladoria-Geral do Estado de Goiás os certifica, concluindo a atividade de identificação preventiva de riscos .
2.2.3 - Instrução Normativa nº 46/2017- CGE:
Define a metodologia da Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos e dá outras providências.
Esta Instrução Normativa explica a composição do Questionário do Indicador de Riscos, como também, ressalta que antes de findar a validação da Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos os interlocutores da Controladoria-Geral do Estado de Goiás deverão questionar a existênciade riscos de conduta ou procedimentos no processo e as soluções para diminuir ou acabar com os mesmos.
3 Estudo de Caso (Plano de Melhorias e Melhorias Implementadas).
Foram propostos 69 (sessenta e nove) Planos de Melhoria no período de 2015 ao primeiro semestre de 2018, resultando em 84 (oitenta e quatro) Melhorias Implementadas. Destas, 66 (sessenta e seis) encontram-se pendentes e apenas dezoito foram executadas, ou seja, tiveram a implementação de ações voltadas à mitigação das vulnerabilidades encontradas pelo sistema da Controladoria-Geral do Estado de Goiás.
No primeiro semestre de 2018 foram mapeados os seguintes processos: Gestão da Descentralização de Créditos Orçamentários ao Órgãos Executores; Gestão de Liquidação da Folha de Pagamento dos Servidores; Gestão de Restituição do Indébito Tributário; Gestão de Reversão da Receita e Gestão do Pregão. Destes, três apresentaram vulnerabilidades e pontos de riscos de corrupção. Sendo eles: Gestão do Pregão (dois pontos de risco), Gestão de Liquidação da Folha de Pagamento dos Servidores (doze pontos de risco) e Gestão da Descentralização de Créditos Orçamentários aos Órgãos Executores (cinco pontos de risco). 
Identificados os pontos de risco de corrupção e determinadas as causas, serão tomadas medidas de correção e prevenção através da Elaboração do Plano de Melhorias, onde serão levantadas as questões de risco e sugeridas as possíveis soluções, concluindo a próxima etapa que é a de Melhorias Implementadas.
Os Planos de Melhoria para os Processos do segundo semestre de 2017 (Gestão do Fundo Rotativo, Gestão de Análise de Processo de Aquisição e Gestão de Adiantamento e Prestação de Contas), foram: capacitação técnica, controle e supervisão das decisões tomadas, indicadores de avalição quanto ao tempo e/ou resultado do processo, sistema de gerenciamento de dados, controle sobre a interação entre decisores e interessados, indicadores de avaliação quanto ao tempo e/ou resultado do processo. O prazo para implementação dos mesmos é dezembro do corrente ano.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir da análise da Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos na Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás, verificou-se que a mesma tem apresentado poucos resultados efetivos.
Dos 69 (sessenta e nove) processos mapeados apenas 24 (vinte e quatro) foram concluídos, 60 (sessenta) Planos de Melhoria foram propostos, resultando em 84 (oitenta e quatro) Melhorias Implementadas, destas 66 (sessenta e seis) encontram-se pendentes e apenas 18 (dezoito) foram executadas.
Os pontos críticos encontrados e classificados como fraquezas do mapeamento são: equipe técnica reduzida e a não participação efetiva da Administração Superior. Essa vulnerabilidade tem como penalidade indireta o apontamento no Relatório de Prestação de Contas Anual a ser analisado pelo Tribunal de Contas do Estado e, posteriormente, pelo Governador.
O monitoramento contínuo do Mapeamento de Risco de Corrupção é efetuado simultaneamente pela Controladoria Geral do Estado de Goiás e a Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás, sendo que a cada seis meses há o cumprimento da meta estipulada pela Controladoria.
A vantagem deste monitoramento é que está devidamente parametrizado com a legislação vigente e bem utilizada essa ferramenta de gestão permite não só a identificação de pontos vulneráveis de corrupção, mas também, a indicação de soluções capazes de evitar as mesmas e/ou reduzir riscos de corrupção.
Dessa forma, é necessário o comprometimento da alta administração e a mudança da cultura organizacional, a fim de obter resultados mais efetivos.
REFERÊNCIAS
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CONTROLADORIA GERAL DO ESTADO – CGE – Governo de Goiás. Manual para implantação e gerenciamento do mapeamento de riscos de corrupção. Disponível em: http: www.cge.goias.gov.br.
CONTROLADORIA GERAL DA UNIÃO - CGU –. Manual de Gestão por Processos. Disponível em: http: www.transparência.org.br.
CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO, Transparência Brasil. Metodologia de Mapeamento de Riscos de Corrupção. Disponível em:http://www.cgu.gov.br
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KLITGAARD, Robert. A corrupção sobre controle. Trad. Octavio Alves Velho. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994.)
ANEXOS
DECRETO Nº 7.905, DE 11 DE JUNHO DE 2013.
 
Dispõe sobre a aplicação de mapeamento de riscos de corrupção nos processos organizacionais e de serviços no âmbito do Poder Executivo Estadual, sob a coordenação técnica da Controladoria-Geral do Estado, e dá outras providências.
O GOVERNADOR DO ESTADO DE GOIÁS, no uso de suas atribuições constitucionais e legais e tendo em vista o que consta do Processo no 201300013002230,
DECRETA:
Art. 1º É adotada a aplicaçãocontinuada de mapeamento de riscos de corrupção nos processos organizacionais e de serviços no âmbito do Poder Executivo Estadual.
Parágrafo único. O mapeamento de riscos de corrupção consiste em ferramenta de gestão que permite aos agentes públicos mapear os processos organizacionais e de serviços no âmbito dos órgãos e das entidades que dirigem, de forma a identificar fragilidades que possibilitem a ocorrência de atos de corrupção.
Art. 2º Compete à Controladoria-Geral do Estado a coordenação técnica da implantação de mapeamento de riscos de corrupção conforme determinada por este Decreto.
Parágrafo único. A Controladoria-Geral do Estado poderá empreender visitas técnicas e auditoriais operacionais nos órgãos e nas entidades do Poder Executivo especificamente para acompanhar a implantação de mapeamento de riscos de corrupção.
Art. 3º Sujeitam-se ao disposto neste Decreto os órgãos da administração direta, as autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista, controlados direta ou indiretamente pelo Estado de Goiás.
Parágrafo único. Os Conselhos de Administração, no âmbito das empresas estatais, deverão determinar a aplicação deste Decreto nas respectivas entidades.
Art. 4º Os órgãos e as entidades do Poder Executivo Estadual, no prazo de 30 (trinta) dias a contar da data de publicação deste Decreto, deverão indicar formalmente à Controladoria-Geral do Estado o respectivo representante diretamente responsável pela implantação de procedimento de mapeamento de risco de corrupção em seus processos, bem como por sua interlocução para tal fim com o órgão coordenador técnico.
§ 1º Os representantes indicados na forma do disposto no caput deste artigo deverão encaminhar relatórios trimestrais de acompanhamento da implementação de mapeamento de riscos de corrupção à Controladoria-Geral do Estado de Goiás.
§ 2º A Controladoria-Geral do Estado encaminhará, semestralmente, relatório analítico ao Chefe do Poder Executivo, com informações sobre o andamento da aplicação de mapeamento de riscos de corrupção nos processos dos órgãos e das entidades do Poder Executivo.
Art. 5º Visando à eficácia da adoção de mapeamento de riscos de corrupção em seus processos, os órgãos e as entidades do Poder Executivo deverão:
I – adotar método de gestão que permita aos agentes públicos mapear e avaliar os processos organizacionais de forma a identificar fragilidades que possibilitem a ocorrência de riscos de corrupção;
II – implementar medidas preventivas que reduzam as vulnerabilidades e os riscos capazes de fragilizar seus processos;
III – estruturar um colegiado setorial para gerenciar o mapeamento de riscos de corrupção, formado por dirigentes do órgão ou da entidade e servidores responsáveis pela aplicação da metodologia em cada um de seus processos.
Art. 6º A Controladoria-Geral do Estado poderá expedir regras complementares necessárias à implantação de mapeamento de riscos de corrupção pelos órgãos e pelas entidades do Poder Executivo, competindo-lhe adotar as medidas necessárias à capacitação dos respectivos representantes e demais servidores indicados.
Art. 7º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁS, em Goiânia, 11 de junho de 2013, 125o da República.
MARCONI FERREIRA PERILLO JÚNIOR
(D.O. de 14-06-2013)
DECRETO Nº 9.060, DE 28 DE SETEMBRO DE 2017.
Institui a Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos - IPR - no âmbito do Poder Executivo do Estado de Goiás, define sua metodologia e dá outras providências.
 
O GOVERNADOR DO ESTADO DE GOIÁS, no uso de suas atribuições constitucionais e legais e tendo em vista o que consta do Processo nº 201711867000048, 
DECRETA: 
TÍTULO I
DA IDENTIFICAÇÃO PREVENTIVA DE RISCOS EM PROCEDIMENTOS – IPR
CAPÍTULO ÚNICO
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º É adotada a aplicação continuada de Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos - IPR - nos processos de trabalho dos órgãos da administração direta, das autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista, controladas direta ou indiretamente pelo Estado de Goiás no âmbito do Poder Executivo.
Parágrafo único. Os Conselhos de Administração, no âmbito das empresas estatais, deverão determinar a aplicação deste Decreto nas respectivas entidades.
Art. 2º Compete à Controladoria-Geral do Estado – CGE - a implementação da Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos – IPR - no âmbito do Poder Executivo.
Parágrafo único. Para a implementação da Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos - IPR -, a Controladoria-Geral do Estado poderá:
I – firmar parceria com a Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento com vistas a aproveitar as ações desenvolvidas por esta no que se refere ao mapeamento dos processos de trabalho dos órgãos/entidades descritos no art. 1º deste Decreto;
II – empreender visitas técnicas aos órgãos e às entidades do Poder Executivo especificamente para acompanhar a implementação da IPR;
III – promover, na Superintendência da Escola de Governo da Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento, capacitações dos servidores/empregados incumbidos de realizar a Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos - IPR;
IV – encaminhar, semestralmente, relatório analítico e sintético ao Chefe do Poder Executivo, com informações sobre o andamento da aplicação da IPR nos processos de trabalho dos órgãos e das entidades do Poder Executivo;
V – promover anualmente reuniões junto aos órgãos/entidades que já tenham mapeado todos os processos de trabalho com vistas a retornar às atividades de mapeamento, no caso de verificação de novos processos de trabalho ou de alteração do fluxograma daqueles mapeados anteriormente.
Art. 3° Compete aos órgãos e às entidades do Poder Executivo:
I – adotar método de gestão que permita aos agentes públicos mapear e avaliar os processos de trabalho, de forma a identificar fragilidades que possibilitem a ocorrência de desvios de conduta e/ou procedimento;
II – estruturar um Colegiado Setorial para gerenciar as atividades destinadas à Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos – IPR -, formado por dirigentes do órgão ou da entidade e servidores responsáveis pela aplicação da metodologia em cada um de seus processos;
III – mapear, no mínimo, 5 (cinco) processos de trabalho a cada semestre;
IV – promover o lançamento das informações obtidas pela Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos - IPR - no Sistema de Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos - SIPRI - desenvolvido pela Controladoria-Geral do Estado;
V – lançar no Sistema de Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos – SIPRI -, no semestre corrente, os Planos de Melhoria decorrentes das recomendações registradas nesse sistema, relativas aos processos concluídos no semestre anterior, conforme quantitativo fixado no inciso III deste artigo;
VI – implementar medidas preventivas que reduzam as vulnerabilidades e os riscos capazes de fragilizar seus processos e lançá-las no Sistema de Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos – SIPRI;
VII – publicar em sua página de Acesso à Informação, ao final de cada semestre, o ranking da Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos - IPR - dos órgãos/entidades, elaborado pela Controladoria-Geral do Estado.
TÍTULO II
DA METODOLOGIA
CAPÍTULO I
DOS CONCEITOS
Art. 4º Para os fins da Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos – IPR -, definem-se os seguintes conceitos:
I – identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos – IPR: ferramenta de gestão que permite aos agentes públicos mapearem os processos de trabalho no âmbito dos órgãos e das entidades que dirigem, de forma a identificar fragilidades que possibilitem a ocorrência de desvios de conduta e/ou procedimento;
II – agente público: todo aquele que, por força de lei, contrato ou qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão ou entidadedo Poder Executivo, fundação pública, entidade paraestatal, empresa pública, sociedade de economia mista ou a qualquer setor no qual prevaleça o interesse do Estado de Goiás;
III – processo de trabalho: conjunto de atividades que transformam insumos em serviços ou produtos, não se confundindo com processos administrativos (processos físicos, autuados nos protocolos setoriais e/ou equivalentes);
IV – insumos: elementos que iniciam um processo de trabalho, tais como: ofícios, processos administrativos, requerimentos etc;
V – passo decisório: decisão tomada por um agente público no processo de trabalho, ou seja, etapa inserida no processo de trabalho, que envolve decisão e pode apresentar distintas possibilidades de resultados;
VI – desvios de conduta e/ou procedimento: ações que contrariam as condutas e/ou procedimentos esperados no contexto em que se inserem e/ou fixados na legislação vigente;
VII - Sistema de Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos – SIPRI: sistema informatizado de gestão de informações, desenvolvido e mantido pela Controladoria-Geral do Estado, habilitado para o recebimento das informações obtidas em virtude da realização da Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos – IPR;
VIII – Indicador de Riscos (IR): fórmula matemática utilizada para aferir o risco de cada passo decisório, quando da realização do “Questionário do Indicador de Riscos”, cujo valor pode variar entre 0 (zero) e 1(um), sendo que, quanto mais próximo de 1(um), maior o risco, representada da seguinte forma:
IR = 1 - { qs / ( 15 - qx ) }
Onde:
qs – quantidade de respostas Sim.
qx – quantidade de respostas Não se aplica.
IX – plano de melhoria: instrumento de gestão constituído por possíveis soluções (ações/metas), responsáveis e prazos de execução a serem estabelecidos a partir dos resultados obtidos das informações lançadas no SIPRI, cuja aprovação se dará pelo Colegiado Setorial do órgão/entidade, mediante assinatura de seus componentes;
X – interlocutor da CGE: servidor em efetivo exercício na Controladoria-Geral do Estado e responsável pela coordenação das atividades de Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos – IPR - no órgão/entidade;
XI – equipe técnica: conjunto de agentes públicos do órgão/entidade listado na Portaria de estruturação do Colegiado Setorial previsto no art. 3º, inciso II, responsável por colher as informações no órgão/entidade de exercício, lançá-las no SIPRI, prestar as orientações junto aos agentes públicos responsáveis pelos processos de trabalho (donos do processo) e realizar as demais funções necessárias para a identificação preventiva de riscos, conduta e/ou procedimentais em sua pasta;
XII – donos do processo: agentes públicos responsáveis pelos processos de trabalho, no âmbito de suas competências.
CAPÍTULO II
DA IMPLEMENTAÇÃO E GERENCIAMENTO DA IPR
SEÇÃO I
Disposições Gerais
Art. 5º A implementação e o gerenciamento da Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos - IPR - serão realizados por meio das seguintes fases:
I – estruturação do Colegiado Setorial;
II – capacitação da equipe técnica;
III – inserção/lançamento no Sistema de Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos – SIPRI - das informações obtidas com o mapeamento dos processos de trabalho;
IV – validação;
V – detalhamento dos passos decisórios;
VI – preenchimento do questionário do Indicador de Riscos;
VII – elaboração do plano de melhoria;
VIII – melhorias implementadas;
IX – conformidade.
 
SEÇÃO II
Estruturação do Colegiado Setorial
Art. 6º O Colegiado Setorial, responsável pela aplicação da metodologia, será estruturado por meio da edição de Portaria e/ou equivalente subscrita pelo titular do órgão/entidade, conforme modelo constante no Anexo Único deste Decreto e constituído por dirigentes e equipe técnica.
SEÇÃO III
Capacitação da equipe técnica
Art. 7º A capacitação da equipe técnica consiste na realização, na Superintendência da Escola de Governo da Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento, de aulas presenciais aos servidores/empregados incumbidos de realizar a Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos – IPR - e será promovida pelos servidores da Superintendência Central de Transparência Pública da Controladoria-Geral do Estado.
SEÇÃO IV
Inserção/lançamento no SIPRI das informações obtidas com o mapeamento dos processos de trabalho
Art. 8º A inserção/lançamento no Sistema de Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos – SIPRI - das informações obtidas com o mapeamento dos processos de trabalho dar-se-á mediante:
I – cadastramento / modificação / exclusão de unidades administrativas: a equipe técnica do órgão/entidade deverá verificar regularmente se as unidades administrativas que compõem seu órgão/entidade estão devidamente cadastradas no SIPRI, incluindo ou excluindo-as, conforme alterações legais e/ou organograma definido;
II - identificação, cadastro e edição de processos: a equipe técnica do órgão/entidade deverá identificar seus processos de trabalho, lançando-os no SIPRI;
III – ambiente do processo: a equipe técnica do órgão/entidade deverá:
a) inserir no SIPRI os insumos do processo de trabalho;
b) descrever o processo de trabalho, anexando o fluxograma elaborado pela equipe técnica do órgão/entidade;
c) inserir os resultados finais do processo mapeado;
d) levantar os principais instrumentos legais utilizados, bem como informar a necessidade de normas e legislações para apoiar a decisão;
e) inserir as informações pertinentes às medidas de desempenho e as vinculações entre processos.
§ 1º O objetivo da ação constante do inciso II deste artigo é identificar os processos que terão prioridade no mapeamento, sendo, para tanto, analisados os seguintes critérios:
I – recursos financeiros (RF): consistem na presença direta, indireta ou a possibilidade de recursos financeiros envolvendo pagamentos, recebimentos, entregas de valores, produtos ou serviços no processo de trabalho mapeado;
II – atribuição de direitos (AD): é a possibilidade de atribuição, no processo mapeado, de direitos ou benefícios ao público interno ou externo à instituição;
III – transferência de recursos (TR): é a possibilidade, no processo mapeado, de transferência de recursos financeiros entre órgãos/entidades da administração pública ou entre a administração pública e entes privados;
IV – cumprimento de obrigações e/ou aplicação de penalidades (COAP): consiste na exigência do cumprimento de obrigações e/ou aplicação de penalidades no processo mapeado;
V – avaliação dos recursos (AR): consiste em informar o montante financeiro anual que envolve o processo mapeado, competindo à equipe técnica do órgão/entidade selecionar uma das seguintes opções: “até R$ 80.000,00”, quando envolver valores anuais de 0 (zero) a R$ 80.000,00; “entre R$ 80.000,01 e R$ 650.000,00”, quando envolver valores anuais acima de R$ 80.000,00 e até R$ 650.000,00 ou “acima de R$ 650.000,00”, quando envolver valores anuais além de R$ 650.000,00.
§ 2º Da análise de cada um dos critérios elencados nos incisos I a IV, o agente público deverá selecionar no SIPRI as opções “Sim” ou “Não”, sendo que, para resposta “Sim”, o SIPRI conferirá a pontuação 1(um) e, para resposta “Não”, pontuar-se-á 0 (zero).
§ 3º Da análise do critério elencado no inciso V, o SIPRI conferirá a seguinte pontuação: para a opção “até R$ 80.000,00”, o valor atribuído será 1 (um); para a opção “entre R$ 80.000,01 e R$ 650.000,00”, o valor atribuído será 3 (três); e, em se tratando da opção “acima R$ 650.000,00”, o valor atribuído será 5 (cinco).
§ 4º A prioridade de que trata o § 1º deste artigo se dará pela “Avaliação Final para Seleção – AFS-”, calculada automaticamente pelo SIPRI, a partir da seguinte fórmula:
AFS = (Critério RF + Critério AD + Critério TR + Critério COAP) x Critério AR
Onde:
Critério RF – Critério Recursos Financeiros.
Critério AD – Critério Atribuição de Direitos.
Critério TR - Critério Transferência de Recursos.
Critério COAP - Critério Cumprimento de Obrigações e/ou Aplicação de Penalidades.
Critério AR- Critério Avaliação dos Recursos.
§ 5º O resultado da Avaliação Final para Seleção – AFS poderá variar entre zero e vinte, sendo que os processos cuja pontuação se encontre mais próximo do número vinte deverão ser analisados prioritariamente em relação àqueles de menor valor.
§ 6º Na ação constante do inciso III do caput deste artigo, competirá, ainda, à equipe técnica do órgão:
I – classificar a origem do insumo como “exógena” (se gerado fora da instituição) ou “endógena” (se gerado dentro da instituição);
II – classificar os instrumentos legais como “aplicáveis” (se atualizados e compreendendo todos os aspectos trabalhados); “aplicáveis com ressalvas” (se compreendem parcialmente os aspectos trabalhados); ou “não- aplicáveis” (quando não compreendem todos os aspectos trabalhados).
SEÇÃO V
Validação
Art. 9º A validação será a etapa na qual se realiza uma reunião presencial com o(s) interlocutor(es) da CGE, os servidores responsáveis pelo mapeamento e aqueles envolvidos no processo (chamados donos do processo), cujo objetivo é verificar a coerência entre a descrição do processo de trabalho e seu fluxograma.
SEÇÃO VI
Detalhamento dos passos decisórios
Art. 10. Os passos decisórios, identificados no mapeamento, deverão ser pormenorizados por meio de descrição, identificação de seu responsável (cargo e/ou função) e levantamento das informações acerca de suas alternativas de resultados.
SEÇÃO VII
Preenchimento do questionário do Indicador de Riscos
Art. 11. O responsável pelo processo de trabalho (dono do processo), juntamente com a equipe técnica do órgão/entidade, deverá responder no SIPRI às perguntas do “Questionário do Indicador de Riscos”, as quais serão detalhadas pela Controladoria-Geral do Estado.
SEÇÃO VIII
Elaboração do Plano de Melhoria
Art. 12. A elaboração do Plano de Melhoria consiste no lançamento, por parte do responsável pelo processo de trabalho (dono do processo), juntamente com a equipe técnica do órgão/entidade, no SIPRI das informações relativas:
I – às possíveis soluções para os problemas levantados pelo referido sistema;
II – aos responsáveis por suas implementações;
III – ao prazo de execução de todos os apontamentos do processo de trabalho.
Parágrafo único. Sem prejuízo da ação de que trata o caput deste artigo, o Plano de Melhoria deverá ser impresso, assinado pelo colegiado setorial, escaneado e, ao final, a equipe técnica do órgão/entidade deverá realizar o upload do referido plano no SIPRI.
SEÇÃO IX
Melhorias implementadas
Art. 13. Os donos do processo, juntamente com a equipe técnica do órgão/entidade, deverão lançar no SIPRI as melhorias constantes do Plano de Melhoria e foram, de fato, implementadas, lançando, ainda, os elementos probatórios que fundamentem tal informação.
SEÇÃO X
Conformidade
Art. 14. A conformidade será a etapa na qual o(s) interlocutor(es) da Controladoria-Geral do Estado, em conjunto com o agente público responsável pelo processo mapeado e a equipe técnica do órgão/entidade, verificará(ão) a sintonia entre a fragilidade do processo de trabalho mapeado, seu plano de melhoria e a melhoria implementada.
Parágrafo único. A ata da reunião destinada à aferição da conformidade deverá ser lançada pela equipe da CGE no SIPRI.
SEÇÃO XI
Encerramento provisório da Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos
Art. 15. A Superintendência Central de Transparência Pública da Controladoria-Geral do Estado promoverá uma reunião de encerramento provisório da Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos naqueles órgãos/entidades em que todos os processos de trabalho tenham sido mapeados.
§ 1º Na ata da reunião de que trata o caput deste artigo será consignada a obrigação do órgão/entidade de informar anualmente à Superintendência Central de Transparência Pública da Controladoria-Geral do Estado o surgimento de novos processos de trabalho e/ou alteração nos fluxogramas daqueles que por ventura já tenham sido mapeados, para reinício das atividades.
§ 2º A reunião a que se refere o caput deste artigo contará, necessariamente, com a presença do Colegiado Setorial do órgão/entidade responsável pelo mapeamento, o(s) interlocutor(es) da CGE, o gerente da CGE responsável pela Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos e seu Superintendente.
TITULO III
DAS PENALIDADES
Art. 16. O descumprimento injustificado deste Decreto ensejará o registro da ocorrência no Relatório de Prestação de Contas Anual do órgão/entidade como descumprimento de norma regulamentar.
§ 1º O órgão/entidade terá o prazo de até 5 (cinco) dias úteis contados a partir do encerramento do semestre, para apresentar eventual justificativa à Superintendência Central de Transparência Pública da Controladoria-Geral do Estado.
§ 2º A Superintendência Central de Transparência Pública da Controladoria-Geral do Estado terá 10 (dez) dias úteis para analisar e manifestar-se acerca da justificativa.
§ 3º No caso de indeferimento da justificativa, caberá, no prazo de 5 (cinco) dias úteis contados a partir da ciência do indeferimento, recurso ao titular da Controladoria-Geral do Estado, que terá 15 (quinze) dias úteis para analisar e manifestar-se conclusivamente acerca da justificativa.
TITULO IV
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 17. A responsabilidade pela veracidade/autenticidade do conteúdo das informações a serem lançadas no SIPRI, bem como pela execução dos planos de melhoria resultantes da identificação preventiva de riscos de desvios de conduta e/ou procedimentais é do responsável pelo processo de trabalho (dono do processo) para com a equipe técnica do órgão/entidade, sendo desta última a competência pelo lançamento no SIPRI.
Art. 18. A Controladoria-Geral do Estado poderá expedir regras complementares necessárias à implementação da Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos pelos órgãos e pelas entidades do Poder Executivo, competindo-lhe adotar as medidas necessárias à capacitação das equipes técnicas dos referidos órgãos/entidades.
Art. 19. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 20. Fica revogado o Decreto nº. 7.905, de 11 de junho de 2013.
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁS, em Goiânia, 28 de setembro de 2017, 129º da República.
MARCONI FERREIRA PERILLO JÚNIOR
(D.O. de 02-10-2017)
Anexo Único
Modelo de Portaria
Portaria nº /20__ .
 O SECRETÁRIO (ou PRESIDENTE) DE(A) ___________________________, no uso de suas atribuições legais e considerando o disposto no Art. 6º do Decreto nº ________, de ___ de ______ de 20__, que institui a Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos - IPR - no âmbito do Poder Executivo do Estado de Goiás, define sua metodologia e dá outras providências, R E S O L V E constituir Colegiado Setorial para aplicação da metodologia de Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos – IPR-, integrado pelos servidores: _________________________________(Presidente), ________________________ _______________________(Membros) e ____________________________(Equipe Técnica), com as seguintes atribuições:
1 - divulgação dos conceitos/ações referentes à Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos – IPR- e preparação do ambiente interno da instituição, para garantir a implantação das atividades decorrentes;
2 - promoção da aplicação da Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos;
3 - lançamento, por meio de sua equipe técnica, das informações obtidas com a Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos no Sistema de Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos – SIPRI;
4 - elaboração de plano de melhoria decorrente das recomendações registradas no Sistema de Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos – SIPRI-, relativas aos processos concluídos; e
5 - lançamento no SIPRI das melhorias implementadas pela Administração Pública.
Publique-se e Cumpra-se.
GABINETE ..............., em Goiânia, aos dias do mês de de 20____ .
_________________________________
NOME
CARGO
Este texto não substitui o publicado no D.O. de 02-10-2017.26

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