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1 Economia 2 Índice 1. A Economia e o Problema Económico .................................................................................. 5 a) A Economia no contexto das ciências sociais .................................................................... 5 b) O objeto de estudo da Economia ...................................................................................... 6 i. O problema económico e a necessidade de efetuar escolhas ...................................... 6 ii. O custo de oportunidade .............................................................................................. 7 2. Agentes Económicos e Atividades Económicas..................................................................... 8 a) Os agentes económicos - Famílias, Estado, Empresas, Resto do Mundo ......................... 8 i. Funções ......................................................................................................................... 8 ii. Atividades económicas (produção, repartição e utilização dos rendimentos) ................. 9 ii. Complementaridade das atividades económicas ....................................................... 10 b) A produção de bens e serviços ........................................................................................ 11 i. Necessidades ............................................................................................................... 11 ii. Bens ............................................................................................................................. 12 iii. Setores de atividade económica ................................................................................. 13 iv. Fatores de produção: trabalho; capital – técnico (fixo e circulante), humano e natural; recursos naturais (renováveis e não renováveis). ................................................. 14 c) Comércio e distribuição .................................................................................................. 16 i. Circuitos de distribuição: noção e tipos (ultracurto, curto e longo) ........................... 16 ii. Tipos de comércio: independente, associado e integrado (sucursais, franchising, grandes superfícies e grandes superfícies especializadas) ................................................. 17 d) Consumo ......................................................................................................................... 18 i. Noção .......................................................................................................................... 18 ii. Tipos (final/intermédio; essencial/supérfluo) ............................................................. 18 iii. Relatividade dos padrões de consumo – fatores explicativos: económicos e extraeconómicos. ................................................................................................................ 18 3. Mercados de bens e serviços e de fatores produtivos ........................................................ 20 a) O mercado ....................................................................................................................... 20 i. Noção .......................................................................................................................... 20 ii. Tipos de mercado ........................................................................................................ 20 b) O mercado de bens e serviços e o seu funcionamento .................................................. 20 i. Procura ........................................................................................................................ 20 ii. Oferta .......................................................................................................................... 21 iii. O equilíbrio de mercado .............................................................................................. 22 iv. Tipos de estrutura de mercado: .................................................................................. 23 • Concorrência perfeita.................................................................................................. 23 3 • Concorrência imperfeita ............................................................................................. 23 ➢ Monopólio (um só produtor e/ou vendedor e muitos consumidores): ..................... 23 v. O mercado de trabalho: .................................................................................................. 24 i. Procura e oferta de trabalho ............................................................................................ 24 ii. Equilíbrio do mercado de trabalho .................................................................................. 24 iii. Desemprego ................................................................................................................... 24 4. Moeda e Financiamento da Atividade Económica .............................................................. 25 a) Moeda ............................................................................................................................. 25 i. Tipos de Moeda ........................................................................................................... 25 ii. Funções da moeda ...................................................................................................... 25 iii. Formas de pagamento ................................................................................................ 25 b) Preços e Inflação ............................................................................................................. 25 i. Fatores que influenciam a formação dos preços ........................................................ 25 iii. Inflação e suas formas de cálculo ................................................................................ 26 iv. Consequências da inflação no valor da moeda e no poder de compra ...................... 26 c) Poupança e investimento ................................................................................................ 27 i. Destinos da poupança ................................................................................................. 27 ii. Tipos e função do investimento .................................................................................. 27 d) Formas de financiamento da atividade económica ........................................................ 28 5. O Estado e a Atividade Económica ...................................................................................... 29 a) Noção, organização e funções do Estado........................................................................ 29 i. Noção de Estado.......................................................................................................... 29 ii. Organização do Estado ................................................................................................ 29 iii. Funções do Estado ...................................................................................................... 29 b) A intervenção do Estado na atividade económica .......................................................... 30 i. Planeamento ............................................................................................................... 30 ii. Orçamento do Estado ................................................................................................. 31 c) Políticas económicas e sociais do Estado ........................................................................ 31 iii. Objetivos e Instrumentos ............................................................................................ 32 6. A Interdependência das Economias Atuais ......................................................................... 36 a) Balançade Pagamentos .................................................................................................. 36 i. Noção .......................................................................................................................... 36 b) Integração Económica ..................................................................................................... 40 i. Noção .......................................................................................................................... 40 ii. Formas de integração económica ............................................................................... 40 iii. Fases da União Económica e Monetária ..................................................................... 42 4 iv. Critérios para a criação da moeda única ..................................................................... 42 v. Principais Instituições Europeias ................................................................................. 43 7. Crescimento, Desenvolvimento e Flutuações da Atividade Económica ........................... 46 a) Crescimento económico .................................................................................................. 46 i. Noção .......................................................................................................................... 46 ii. O PIB como indicador .................................................................................................. 46 b) Desenvolvimento ............................................................................................................ 46 iii. Noção .......................................................................................................................... 46 iv. Tipos de indicadores.................................................................................................... 46 i. Desenvolvimento humano e sustentável ........................................................................ 47 i. Noção e importância ................................................................................................... 47 ii. Limites ao crescimento económico ............................................................................. 47 8. A Economia Portuguesa na Atualidade ............................................................................. 49 a) Estrutura da população ................................................................................................... 49 i. Movimentos migratórios ............................................................................................. 49 ii. População ativa (emprego e desemprego) ................................................................. 50 b) Estrutura da produção .................................................................................................... 50 i. Evolução do valor do produto ..................................................................................... 50 ii. Estrutura setorial da produção ................................................................................... 51 c) Estrutura da despesa nacional ........................................................................................ 51 i. Consumo ..................................................................................................................... 51 ii. Investimento ............................................................................................................... 51 d) Relações económicas com o exterior .............................................................................. 51 i. Grau de abertura das economias ................................................................................ 51 ii. Balança comercial e a competitividade das economias .............................................. 52 e) Nível de vida e justiça social ............................................................................................ 52 i. Poder de compra ......................................................................................................... 52 ii. Estrutura do consumo ................................................................................................. 52 iii. Inflação ........................................................................................................................ 52 Esquemas .................................................................................................................................... 53 Exercícios .................................................................................................................................... 54 5 1. A Economia e o Problema Económico a) A Economia no contexto das ciências sociais Economia é a ciência social ou humana, porque o ser humano, como vive em sociedade, tem necessidade de se relacionar com os outros indivíduos, com a Natureza e com algumas instituições, e isso cria fenómenos Sociais como: • Desemprego; • salários baixos; • aumento do nível de preços; • etc. E estes fenómenos criam um impacto muito grande na vida das pessoas. Então existe as ciências sociais que se dedicam ao estudo dos fenómenos sociais, procurando compreender e encontrar respostas para os problemas, por analisar a realidade social. Exemplo: Economia… fenómenos sociais abordados sob uma perspetiva económica diz respeito á Economia. Economia é ciência das decisões e das escolhas, porque a ciência económica está relacionada com a escassez dos bens que a Natureza disponibiliza para satisfazer as necessidades que crescem a todo o momento, ou seja, é necessário o aproveitamento ótimo dos recursos. A economia estuda as formas de comportamento humano resultantes da relação entre as necessidades Humanas e os recursos disponíveis para satisfazê-las. Lionel Robbins 1932 diz: “a ciência que estuda as formas de comportamento humano resultantes da relação existente entre as ilimitadas (não tem fim) necessidades a satisfazer e os recursos que, embora escassos, se prestam a usos alternativos.” Para que uma disciplina possa ser considerada uma ciência, dever-se-ão verificar quatro condições: - ter um campo de estudo específico, isto é, ter um objeto de estudo; - ter uma terminologia própria, isto é, possuir um corpo de conceitos próprios; - utilizar o método cientifico na pesquisa; - ter uma teoria própria A economia é uma ciência social ou humanas. A economia é a ciência das decisões e das escolhas. 6 b) O objeto de estudo da Economia O objeto de estudo da Economia é a resolução do problema económico, fazer escolhas. Abordar a realidade económica através de estudos dos fenómenos económicos, com recursos a técnicas e instrumentos de análise científica. Tentar encontrar soluções para: • Produção; • Consumo; • Distribuição; • Poupança; • Repartição da riqueza; • Satisfação das necessidades da população; • Maximização do seu bem-estar; i. O problema económico e a necessidade de efetuar escolhas O problema fundamental da economia é: a multiplicidade das nossas necessidades, que são ilimitadas, versus, a escassez dos recursos capazes de satisfazer as necessidades. Este problema origina a escassez, que resulta na adequação dos recursos escassos às necessidades ilimitadas (múltiplas), ou seja, consiste em fazer uma ótima gestão dos recursos de forma a maximizar o bem-estar da população. Isso implica que não se pode satisfazer todas as necessidades que sentimos, ou seja, somos forçados a fazer escolhas. A aplicação de recursos escassos envolve, no entanto, vários tipos de decisões a tomar: • O que produzir; • Em que quantidades produzir; • Quando produzir; • Quais os meios utilizados para produzir; • Para quem produzir. O processo de escolha é preciso colocar as necessidades identificadas hierarquicamente,estabelecer prioridades, e fazer escolhas, decidir quais serão as necessidades que se vão satisfazer primeiro e quais deverão ser abandonadas, é preciso sacrificar algo. Temos de ter em mente que essas opções tomadas devem permitir: utilizar os recursos da forma mais eficiente e satisfazer o maior número possível de necessidades. 7 ii. O custo de oportunidade O custo de oportunidade representa o sacrifício da melhor alternativa deixada por satisfazer, resultante de uma escolha em que se dá prioridade a outra necessidade. De cada vez que se decide empregar um bem na satisfação de uma necessidade, está-se a renunciar à oportunidade de o utilizar na satisfação da outra. “Face à escassez de recursos, a opção mais vantajosa do consumidor por um bem impõe um sacrifício relativamente à satisfação de outras necessidades a que renunciou” esta frase reflete a definição de custo de oportunidade. ✓ Por exemplo: Assistir um programa na televisão, quando decides assistir, perdes a oportunidade de dedicares a outra atividade: estar com a família, ler um livro ou ir á praia. Enquanto o custo de um bem ou serviço frequentemente é pensado em termos monetários porque são expressos em dinheiro, o custo de oportunidade de uma decisão é baseado naquilo que se deve abrir mão como resultado de uma decisão, a outra melhor alternativa. O processo de escolha tem por base o princípio da racionalidade económica, no qual se presume que cada individuo escolhe em cada momento aquela que considera ser a melhor opção disponível, ou seja, aquela que permite a máxima satisfação com o mínimo esforço, consiste na gestão eficaz dos recursos de modo a obter-se o máximo benefício. A opção ideal, por um lado, deve proporcionar um aumento do nível de vida dos indivíduos através da implementação de uma eficiente utilização dos recursos disponíveis, por outro lado, também deve procurar satisfazer o maior número de necessidades individuais e coletivas, garantindo, assim, a libertação de recursos que permitam continuar a produzir mais bens capazes de satisfazer as necessidades das gerações futuras. 8 2. Agentes Económicos e Atividades Económicas a) Os agentes económicos - Famílias, Estado, Empresas, Resto do Mundo i. Funções Agente económico é todo o interveniente na atividade económica, desempenhando, pelo menos, uma função com autonomia de decisões. Agentes económicos Principais funções Famílias Consumir Empresas não financeiras Produzir bens e serviços não financeiros Empresas financeiras Prestar serviços financeiros Estado Garantir a satisfação das necessidades coletivas e redistribuir o rendimento Resto do mundo Trocar bens, serviços capitais • Funções: - Famílias: • Consumo: utilização de bens e serviços na satisfação de necessidades • Poupança: parte do rendimento que não é utilizada no consumo - Empresas: • Repartição dos rendimentos: distribuição das mais-valias geradas durante o processo produtivo pelos diversos intervenientes nessa atividade, conforme a sua participação no processo • Produção: processo através do qual se obtém os bens e serviços • Distribuição: conjunto das operações que permitem encaminhar um produto da fase final da fabricação para a fase do consumidor ou do utilizador - Estado: • Satisfação das necessidades coletivas da população (produção de B&S) • Redistribuição dos rendimentos: ação que consiste em tornar possuidor de um rendimento um determinado número de indivíduos que pela sua actividade ou qualificação não o teria recebido espontaneamente (minimizar as desigualdades económicas e sociais) - Resto do mundo: • Conjunto dos agentes económicos não residentes que estabelecem relações económicas com residentes. 9 Os agentes económicos estabelecem entre si relações de interdependência, essas relações de interdependência tornam-se evidentes quando se elaboram circuitos económicos. O circuito económico representa graficamente de forma simplificada a atividade económica e coloca em evidência a interdependência e a complementaridade das relações entre os agentes. As operações que se efetuam entre os agentes económicos são representadas através de fluxos: reais e monetários. ii. Atividades económicas (produção, repartição e utilização dos rendimentos) A atividade económica é um conjunto de operações/funções que visam a produção de bens e serviços capazes de satisfazer as nossas necessidades. A atividade económica engloba: • a produção; • a distribuição; • a repartição a utilização de Rendimentos dos rendimentos (inclui o consumo de bens e serviços e a poupança). Estas funções são levadas a cabo pela sociedade que, dependendo da forma como se organiza, terá de encontrar respostas para questões fundamentais que a Economia procura solucionar: • Que produzir e em quantidades? dada a escassez de recursos de produção, a sociedade terá de escolher, quais bens que devem ser produzidos e as respetivas quantidades a serem fabricadas; A escolha dos bens a produzir deve ter em consideração o seu custo de oportunidade, isto é, deve-se refletir sobre o que se sacrifica quando se decide utilizar determinado bem na satisfação de uma dada necessidade. • Onde produzir? A concorrência entre os diferentes produtores acaba decidindo como serão produzidos os bens e serviços. Os produtores escolherão, entre os métodos mais eficientes, aquele que tiver o menor custo de produção possível; • Como produzir? É necessário decidir quais serão os meios humanos, técnicos e logísticos a utilizar. • Para quem produzir? Consiste em saber a quem se destina aquilo que é produzido num país. • Quando produzir? Saber a altura mais apropriada para produzir tal bem. • Quem dirige a economia? O modo como as sociedades resolvem os problemas econômicos fundamentais depende da forma da organização econômica do país, ou seja, do sistema econômico de cada nação. 10 ii. Complementaridade das atividades económicas 11 b) A produção de bens e serviços i. Necessidades Necessidade é um estado de carência ou desejo que ocorre na ausência de um bem ou serviço de que sentimos falta. O ser humano tem múltiplas necessidades, isto é, passa por estados de carência que representam mal-estar e que ele precisa de resolver. Dar resposta às constantes solicitações e problemas que vamos encontrando é, afinal, satisfazer necessidades um dos objetivos prioritários da Economia. As necessidades humanas são múltiplas e variam no tempo e no espaço. Características das necessidades: ➢ Multiplicidade (desejo de ter sempre mais): diz respeito ao facto de o indivíduo sentir necessidades ilimitadas (múltiplas). ➢ Saciabilidade (intensidade diminui com a satisfação das necessidades): significa que a intensidade de uma necessidade vai diminuindo à medida que a vamos satisfazendo, acabando por desaparecer. ➢ Substituibilidade (que se substituem uns aos outros): significa que as mesmas necessidades podem ser satisfeitas por bens alternativos. ➢ Hierarquizáveis (ordenadas por intensidade): a escassez de recursos obriga-nos a estabelecer prioridades e hierarquizar as necessidades. As necessidades relacionadas com a sobrevivência dos indivíduos terão de ser satisfeitas prioritariamente em relação a outras necessidades que não se condirem tão essenciais. Classificação das necessidades: ➢ Custos o Económicas: são necessidades que exigem algum dispêndio de dinheiro ou trabalho. o Não económicas: a respiração é um exemplo de uma necessidade não económica, pois o ar que respiramos é gratuito. ➢ Natureza ou importância o Primárias (indispensáveis): alimentação ou saúde. o Secundárias (necessário, mas não indispensáveis): formação ou transporte. o Terciárias (supérfluas): bens de luxo. 12 ➢ Abrangênciaou modo como são satisfeitas o Individuais: necessidades que vão ao encontro dos gostos ou interesses particulares o Coletivas: são necessidades que resultam da vida em sociedade e que são sentidas em conjunto por todos os indivíduos, como é o caso da necessidade de segurança ou saúde. ii. Bens Bens são os meios, diretos ou indiretos, através dos quais os indivíduos podem satisfazer as suas necessidades humanas. Há dois tipos de bens: ➢ Bens Livres: bens pelo qual não é necessário qualquer dispêndio de moeda para o utilizar, existem em quantidade ilimitada. Ex: ar, sol ➢ Bens económicos: bem pelo qual é necessário o dispêndio de moeda para a sua utilização e são bens escassos. Os bens económicos podem ser classificados quanto. ➢ À sua natureza: o Bens materiais (bem): são objetos físicos e assumem forma material. o Bem imateriais (serviços): bens que se limitam os seus atos (Transporte). ➢ À função que desempenham: o Bens de produção: quando os bens permitem a produção de outros bens. • Bens de equipamento: máquinas, … • Matérias-primas: água, laranjas… • Matérias Subsidiárias: energia elétrica, … o Bens de consumo: quando os bens satisfazem de imediato as necessidades dos consumidores (vestuário, alimentação) Necessidades Bens Satisfação das necessidades 13 ➢ A duração: o Bens duradores: quando o uso dos bens se prolonga para um período considerável, perdura após mais de uma utilização, ex. carro. o Bens não duradores: quando uso dos bens implica de sua destruição imediata (comida, bebida) ➢ A relação com os outros bens: o Bens substituíveis/sucedâneos: bens que se podem substituir entre si por terem propriedades ou características semelhantes. o Bens complementares: bens em que o consumo de um implica o consumo de outro para a finalidade com que são utilizados. iii. Setores de atividade económica ➢ Sectores o Setor primário: inclui as atividades relacionadas com a extração de produtos do mar, do solo e do subsolo, ou seja, a pesca, a agricultura, a pecuária, a silvicultura e a indústria extrativa. o Setor secundário: abrange as indústrias transformadoras, isto é, as atividades que transformam as matérias-primas fornecidas pelo setor primário em produtos utilizáveis. Inclui, também, a construção e produção e distribuição de gás, a silvicultura e a indústria extrativa. o Setor terciário: corresponde aos serviços. Este é um setor residual onde se incluem todas as atividades que não cabem nos outros dois setores. (comércio, bancos, seguros, transportes, comunicação social, educação, defesa, turismo, justiça, …). A classificação da atividade económica permite: - ter uma perspetiva da importância de cada setor de atividade na economia. - verificar o contributo de cada setor de atividade para a realização do produto. - analisar a evolução quantitativa e qualitativa da economia, verificando os ramos de atividade que são mais dinâmicos. - realizar comparações com outros países no sentido de situar a economia em análise no contexto económico internacional. 14 iv. Fatores de produção: trabalho; capital – técnico (fixo e circulante), humano e natural; recursos naturais (renováveis e não renováveis). Fatores de produção são os elementos indispensáveis à produção dos bens e serviços. ➢ Fatores de produção são: o Trabalho: é a capacidade do ser humano para trabalhar, corresponde todo o esforço humano, físico e intelectual, é o que lhe permite, produzir os bens e serviços de que precisa para satisfazer as suas necessidades. - População ativa: é a população residente num país com idade superior à escolaridade obrigatória e com capacidade para o exercício de uma atividade remunerada. • População empregada: parte da população ativa que, tendo capacidade para o exercício de uma profissão, está a exercê-la. • População desempregada: parte da população ativa que embora tenha capacidade para o exercício de uma profissão remunerada, temporariamente ou por razões alheias à sua vontade, não está a exercê-la. • Indivíduos a cumprir serviço militar (obrigatório). Taxa de actividade: % da população residente num país com capacidade para o exercício de uma actividade remunerada. Fornece informações importantes sobre o trabalho e a atividade económica. Só que é necessário ter em conta que parte dessa população está desempregada. Depende de inúmeros fatores, tais como: valores de natalidade, nível de escolaridade, idade de reforma, tradições e convenções sociais relativamente ao trabalho,… Taxa de desemprego: é a situação de inatividade forçada de mão-de-obra, isto é, abrange os indivíduos que gostariam de encontrar emprego e que não conseguem arranjar nenhum. 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙 = 𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 𝑛𝑜 𝑝𝑎í𝑠 𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑝𝑎í𝑠 × 100 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒𝑔𝑜 = 𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑎 𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 × 100 15 o Capital: é constituído por tudo o que participa no processo produtivo, com exceção dos fatores recursos naturais e trabalho (a junção do trabalho e recursos humanos) - Capital fixo: parte do capital técnico constituído por bens duradouros (utilizados em mais do que um processo produtivo), ou seja, transferem parte do seu valor para o produto (Ex.: Edifícios, máquinas, ferramentas, ...). - Capital circulante: parte do capital técnico constituído por bens não duradouros (utilizados somente num processo produtivo), ou seja, transferem todo o seu valor para o produto (Ex.: matérias-primas – transformadas, matérias-subsidiárias – destruídas). o Recursos naturais: são bens que a Natureza oferece ao ser humano e que este utiliza para satisfação das suas necessidades. Existem dois tipos de recursos naturais: - Recursos renováveis: quando um recurso é suscetível de ser renovado num período relativamente curto, ex: madeira - Recursos Não Renováveis: se a exploração de um recurso provoca inevitavelmente a sua destruição, ex: petróleo 16 c) Comércio e distribuição i. Circuitos de distribuição: noção e tipos (ultracurto, curto e longo) Distribuição: são etapas percorridas pelos bens ou serviços, através de diversos agentes económicos com diferentes funções, desde o seu lugar de produção até serem colocados à disposição do consumidor. Transporte Embalagem Conservação Armazenagem Comércio Circuitos de distribuição: percurso efetuado pelo bem desde a produção até ao consumo. Armazenista ou grossista: comerciante que compra os bens aos produtores em grandes quantidades, fraciona-os e armazena-os, vendendo-os depois aos retalhistas. Retalhista: comerciante que, em geral, compra os bens aos armazenistas, vendendo-os posteriormente aos consumidores. Produção Distribuição Consumo 17 ii. Tipos de comércio: independente, associado e integrado (sucursais, franchising, grandes superfícies e grandes superfícies especializadas) Tipos ou formas de comércio: ➢ Comércio independente. • Empresas familiares. • Empresas de pequena dimensão. • Um ponto de venda. • Um número reduzido de trabalhadores ou mesmo nenhum. • Empresas exploradas apenas pelo proprietário. ➢ Comércio associado: • Compreender um conjunto de empresas que a associam. • As empresas associadas mantêm a sua independência jurídica. • Estas empresas podem associar uma ou mais atividade. ➢ Comércio integrado • Reuni as funções de grosseiro e retalhista. • estabelecimento incluído numa cadeia de lojas. - Sucursais ou filiais: lojas pertencentes ao mesmo proprietário, com a mesma designação; - Franchising: modalidadeque resulta de um acordo celebrado entre duas empresas independentes, o franchisador e o franchisado, em que o primeiro, normalmente uma empresa multinacional que criou a marca e a desenvolveu, cede ao segundo o direito de utilizar essa mesma marca em troca do pagamento de uma percentagem sobre o volume de negócios ou outra qualquer contrapartida (Coco Nut). - Grandes superfícies generalistas: são lojas de grande dimensão, oferecendo uma grande variedade e diversidade de bens, sobretudo alimentares e de higiene (continente). - Grandes superfícies especializadas: são lojas de grande dimensão, tal como as anteriores, mas dirigidas para uma mesma gama de produtos, bastante especializada (IKEA). 18 d) Consumo i. Noção Consumo: ato de utilização de um bem ou serviço com vista à satisfação de necessidades (considera-se que este tem lugar (acontece) na altura da aquisição do bem). O consumo é um ato económico, pois é através dele que satisfazemos as necessidades. E também é um ato social, pois constitui um indicador do nível bem-estar de uma população. ii. Tipos (final/intermédio; essencial/supérfluo) Tipos de consumo: • Final: quando a utilização de um bem permite a satisfação direta e imediata da necessidade. • Intermédio/Produtivo: quando se utiliza um bem na produção de outro bem. • Individual: quando o uso de um bem ou um serviço por uma pessoa impede que outras a utilizam. • Coletiva: quando o consumo de um bem ou serviço é efetuado para satisfazer uma necessidade coletiva. • Essencial: consumo de bens e serviços indispensáveis à sobrevivência do indivíduo. • Supérfluo: quando o consumo efetuado corresponde à satisfação de uma necessidade terciária. iii. Relatividade dos padrões de consumo – fatores explicativos: económicos e extraeconómicos. ➢ Fatores económicos que influenciam o consumo o Rendimento O nível do rendimento reflete-se de duas maneiras sobre o consumo: se aumenta (R) aumenta (C) Se diminui (R) diminui (C) Lei de Engel: A medida que o rendimento das famílias aumenta, o peso das despesas em alimentação vai baixando, aumentando por sua vez o peso das despesas destinadas à cultura, lazer e distrações. o Preço A quantidade consumida de um bem (Ex. Bem A) também depende do preço: • Do próprio bem (se aumentar o preço do bem A diminui o consumo do bem A ou se diminuir o preço do bem A aumenta o consumo do bem A). Efeito-rendimento: é a variação nas quantidades consumidas dos bens em virtude da variação dos preços, que influência o rendimento real dos consumidores. 19 Efeito-substituição: é o aumento do consumo de um bem em virtude do aumento do preço de um outro bem substituível. Se aumentar o PB aumenta CA Se diminuir PB diminui CA o Inovação tecnológica A inovação tecnológica ao lançar no mercado novos produtos/serviços faz surgir novas necessidades, as novas necessidades traduzem-se em novos consumos. Permite a melhoria dos produtos existentes, incorporando neles novas características técnicas, produtos melhorados passam a ser consumidos em substituição dos até aí existentes. ➢ Fatores extraeconómicos que influenciam o consumo o Estrutura etária Faixas etárias diferentes possuem hábitos de consumo diferentes. o Modos de vida O clima, as tradições, o grupo social a que os indivíduos pertencem, condicionam os hábitos de consumo. o Moda Influencia a renovação constante do consumo de alguns produtos Suscita novas necessidades, começando nas classes sociais superiores As classes sociais mais baixas procuram imitar o comportamento das classes superiores Assiste-se à difusão dos produtos pelas classes mais baixas, devido à redução dos preços, publicidade, etc …, ou seja, assiste-se à igualização dos consumos entre as diferentes classes sociais Homogeneidade (uniformização) do consumo o Publicidade Dá a conhecer os produtos, mas também cria nos indivíduos a necessidade e o desejo de adquirir certos bens, ex: bens publicitários: TV, rádio, jornal, … Consumismo é o conjunto de comportamentos e atitudes suscetíveis de induzir ao consumo indiscriminado, perigoso e impulsivo. 20 3. Mercados de bens e serviços e de fatores produtivos a) O mercado i. Noção Mercado: Mercado é qualquer situação em que os vendedores e os compradores ajustam o preço e a quantidade do bem a transacionar. ii. Tipos de mercado Mercado primário: são colocados para transação os novos títulos mobiliários, isto é, aqueles que ainda não foram cotados em bolsa. Mercado secundário: também designado como bolsa de valores. Neste mercado são transacionados os títulos que já passaram pelo mercado primário, ou seja, aqueles que já estão a ser cotados em bolsa. b) O mercado de bens e serviços e o seu funcionamento i. Procura Procura: A procura de um bem é a quantidade desse bem que os compradores estão dispostos a adquirir a cada preço. A quantidade procurada designa as unidades dos bens e dos serviços que os compradores desejam adquirir num determinado momento. A quantidade procurada depende de vários fatores: o Rendimento: bem normal (↗r ↗Q) bem inferior (↗r ↘Q) o Preço de outros bens: bens Substituíveis (↗Ps ↗Q) bens Complementares (↘Pc ↗Q) o Preferências do consumidor: Publicidade Moda A curva da procura traduz a relação existente entre nos preços e as quantidades procuradas de um bem, serviço ou capital. 21 Tem uma inclinação negativa, demonstrando que os consumidores estão dispostos a comprar mais a um preço mais baixo, à medida que o produto se torna relativamente mais barato e maior quantidade o comprador compra. A curva da procura desloca-se para a direita quando: o Preço de um produto substituto aumenta o O preço de um produto complementar diminui o Aumento do rendimento o Aumento da população ii. Oferta A quantidade oferecida de um bem corresponde ao número de unidades que os vendedores, em determinado momento, estão dispostos a colocar no mercado. A quantidade oferecida depende de vários fatores: o Custo dos fatores de produção o Tecnologia o Preço dos outros bens (substitutos, complementares) o Preço do bem A lei da procura diz-nos que a quantidade procurada de um bem aumenta quando o preço do bem diminui. 22 Curva da oferta representa a relação existente entre a quantidade oferecida e o preço do próprio bem, mantendo constante todos os outros fatores. iii. O equilíbrio de mercado Ao preço de equilíbrio (E), toda a procura é satisfeita, não ficando nenhuma unidade oferecida por vender, o mercado encontra-se em equilíbrio. Quando, para um determinado nível de preços, a quantidade procurada pelos compradores é diferente da quantidade oferecida pelos vendedores, diz-se que há um excesso, podendo este ser de dois tipos: • Excesso de procura • Excesso de oferta A lei da oferta diz-nos que, quando o preço do bem aumenta, a quantidade oferecida aumenta. 23 iv. Tipos de estrutura de mercado: • Concorrência perfeita Concorrência perfeita é onde existe muitos compradores e vendedores, logo nenhum individualmente tem influencia sobre o preço ➢ Características: o Transferências: todos os intervenientes no mercado dispõem de total informação sobre processos, custos, margens de comercialização, etc. o Atomicidade: muitos vendedores e compradores, nenhum deles temcapacidade para influenciar, significativamente, nem o preço nem as quantidades oferecidas do bem. o Livre acesso ao mercado: não existem barreiras que impeçam a entrada ou saída do mercado. o Homogeneidade: todos os produtores e/ou vendedores produzem ou prestam um serviço exatamente com as mesmas características. o Mobilidade: facilidade em mudar de atividade ou de produto. • Concorrência imperfeita Concorrência imperfeita caracteriza-se pela grande possibilidade de os vendedores influenciarem a procura e os preços por meios de diferenciação dos produtos, propaganda, maior valor agregado, marca, etc. Ou seja, nesse tipo de estrutura de mercado existe pelo menos uma empresa ou consumidor com poder suficiente para influenciar o preço do mercado. ➢ Monopólio (um só produtor e/ou vendedor e muitos consumidores): Barreiras dos tipos de monopólio: o A dimensão do mercado consumidor, que não comporta mais do que uma empresa produtora. Este tipo de monopólio é designado por monopólio natural. o A intervenção do Estado, este pode, por via legislativa, impedir a entrada de novos concorrentes no mercado. Este tipo de monopólio é designado por monopólio legal. o Necessidade de elevados investimentos iniciais. A produção de bens resulta de processos de investigação complexas e por vezes longos tipo de monopólio é designado por monopólio tecnológico. o Poder de mercado no monopolista: é uma expressão utilizada para representar a capacidade de o monopolista estipular o preço de venda do bem ou da prestação de serviço. Este poder é quase absoluto. ➢ Oligopólio Poucas empresas produtoras e/ou vendedores do bem e muitos compradores de um bem diferenciado ou homogéneo ➢ Concorrência monopolística 24 Muitas empresas vendedoras e muitos consumidores à procura do bem. Bens diferenciados. Cada empresa produz um bem que apresenta ligeiras diferenças dos restantes. v. O mercado de trabalho: i. Procura e oferta de trabalho ii. Equilíbrio do mercado de trabalho iii. Desemprego 25 4. Moeda e Financiamento da Atividade Económica a) Moeda A moeda é um bem de aceitação generalizada que expressa o valor dos bens e serviços, funcionando como um intermediário das trocas. i. Tipos de Moeda ➢ Moeda mercadoria: uma das mercadorias serve como moeda. ➢ Moeda metálica: utilização do ouro e da prata. ➢ Moeda papel: é representativa e convertível em ouro ou prata. ➢ Papel moeda é inconvertível, de curso forçado e fiduciária. ➢ Moeda escritural ou bancária: é constituída pela movimentação dos depósitos bancários (depósito à ordem). ii. Funções da moeda o Unidade de conta ou medida de valor: a moeda expressa o valor dos bens e serviços o Meio de pagamento: a moeda é aceite por todos, permitindo adquirir os bens e serviços. o Reserva de valor: é possível guardar moeda com vista adquirir bens e serviços no futuro. iii. Formas de pagamento b) Preços e Inflação i. Fatores que influenciam a formação dos preços Preço de um bem: quantidade de unidades monetárias necessárias à sua aquisição. A formação de preço de um bem é o processo no qual intervém um conjunto de fatores simultaneamente, dos quais se destacam: o Os custos de produção envolvidos na produção do bem, quer sejam os custos fixos quer os custos variáveis; o O custo de fator trabalho, que consequentemente se reflete nos custos de produção do bem; o O preço dos outros bens que possam ser substituíveis; o A imagem de marca do bem, pois a empresa poderá pretender afirmar-se no mercado através de uma estratégica de preços mais elevados, de forma a criar uma imagem de prestígio. 26 o A intervenção do Estado, nomeadamente através da aplicação de impostos indiretos, fazendo aumentar o preço do bem ou através da concessão de subsídios, o que provoca uma redução do seu preço. o O número de compradores e de vendedores existentes. Se uma empresa opera sozinha no mercado, naturalmente terá maior possibilidade de fixar o preço do que aquela que opera num mercado em que existem muitos mais, podendo o comprador escolher aquela que oferece um preço mais baixo. iii. Inflação e suas formas de cálculo Inflação é a subida generalizada e sustentada do nível médio do preço dos bens e dos serviços. Tipos de inflação ➢ Moderada: quando os preços sabem lentamente, apresentado taxas anuais de um só dígito (inferior a 10%) ➢ Galopante: quando os preços começam a subir de forma mais acelerada, a taxa de dois ou três dígitos. Uma taxa de 11% e de 300% ➢ Hiperinflação: quando os preços sobem descontroladamente, atingido valores muitos elevados, da ordem dos quatros ou mais dígitos. Taxa de inflação = Variação percentual dos preços verificada entre dois momentos do tempo. Z% - Os preços subiram, em média, entre o ano x e o ano y, Z%. iv. Consequências da inflação no valor da moeda e no poder de compra o Valor da moeda. Se os preços sobem, isso significa que um consumidor, com o mesmo número de unidades monetárias, vai passar a poder comprar menos B&S, porque o seu preço subiu. Logo, a moeda perdeu valor. Diz-se, então, que a inflação leva à desvalorização ou depreciação da moeda (é necessária mais moeda para comprara os mesmos B&S); o Poder de compra. Com o seu rendimento mensal, as famílias possuem um determinado poder aquisitivo, isto é, um determinado poder de compra que vai diminuindo à medida que os preços vão subindo. Essa deterioração do poder de compra não é, contudo, uniformemente sentida. Ela é mais gravosa para as pessoas com rendimentos fixos e para aqueles que têm rendimentos mais baixos pelo facto dos seus rendimentos não acompanharem os preços. Em processos inflacionistas, a subida dos salários dificilmente acompanha a subida dos preços. 27 c) Poupança e investimento i. Destinos da poupança Poupança: parte do rendimento que, por não ser imediatamente afeta à aquisição de bens de consumo, é guardada para utilização futura. ➢ Destinos de poupança o Entesouramento: trata-se de guardar a moeda não utilizada em casa para fazer face a eventuais futuras despesas. Esta forma de lidar com as poupanças comporta riscos relacionados com a falta de segurança das habitações, possibilidade de assaltos. o Colocação financeira: consiste na colocação das poupanças em depósitos à ordem ou a prazo nas instituições bancárias. o Investimento ou formação de capital: consiste na aquisição de bens de produção ou capital que vão servir para gerar um novo rendimento. ii. Tipos e função do investimento Investimento: conjunto das despesas em bens de produção ou capital efetuadas por uma empresa ou, em termos genéricos, pelo conjunto da economia. Importância do investimento: é o investimento, que não existe sem poupança, que permite a continuidade do processo produtivo. ➢ Tipos de investimento o Material: investimento efetuado em bens materiais tais como máquinas, edifícios. o Imateriais: investimento efetuado em bens imateriais. o Financeiros: investimento que resulta da compra de títulos. ➢ Funções do investimento o Substituição: constituído pelas despesas efetuadas em bens de produção que têm como objetivo substituir o material danificado ou obsoleto; o Inovação/produtividade: quando aplicado na compra de novas tecnologias, por forma a melhorar e modernizar o processo produtivo; o De capacidade: quando as aquisições se destinam a aumentar a capacidade produtiva da empresa. Nota: Um investimento pode ser simultaneamente de inovação e de aumento da capacidade produtiva, por exemplo. 28 d) Formas de financiamento da atividade económica ➢ Formas de financiamento o Autofinanciamento / Financiamento interno: A empresa recorre às suas poupanças para realizar o investimento, ou seja, a empresa temcapacidade de financiamento. o Financiamento externo Quando as poupanças da empresa não são suficientes para o desejado investimento e as empresas recorrem a financiamentos externos, ou seja, a empresa tem necessidade de financiamento. • Indireto: a empresa recorre às instituições de crédito, obtendo o financiamento resultante dos depósitos das famílias nessas instituições. Ex: banco. • Diretos: as empresas captam diretamente as poupanças, através da colocação de títulos no mercado (mercado de títulos). Ex: ações. 29 5. O Estado e a Atividade Económica a) Noção, organização e funções do Estado i. Noção de Estado Estado é uma coletividade organizada em termos políticos, sociais e jurídicos, dirigida por um governo, que possui soberania reconhecida tanto interna como externamente e que ocupa um território definido, onde a lei máxima é uma constituição escrita. ii. Organização do Estado ➢ Elementos constituintes do Estado: o Povo: Conjunto de pessoas ligadas por laços de nacionalidade; o Território: Espaço geográfico que inclui o solo, o subsolo, o espaço aéreo e o espaço marítimo; o Órgãos de soberania: Poder político inerente ao Estado. ➢ Órgãos de soberania: o O Presidente da República. o A Assembleia da República. o O Governo. o Os Tribunais. iii. Funções do Estado ➢ Funções jurídicas do Estado o Funções legislativa: Elaboração das leis que regulam a vida da comunidade; o Funções executivas ou administrativa: Cumprir e fazer cumprir as leis; o Funções judicial ou jurisdicional: Intervenção em matéria de resolução de conflitos. 30 ➢ Funções não jurídicas do Estado o Funções políticas: incluem-se aquelas que pretendem satisfazer os interesses da comunidade como um todo, tais como, a justiça, a defesa, a segurança, a educação, entre outros. o Funções sociais: reduzir as desigualdades sociais, adotando medidas adequadas, como a atribuição de um subsídio aqueles que são vítimas do desemprego, a fixação de um salário mínimo, entre outras. o Funções económicas: preocupa-se com o desenvolvimento económico, que se concretiza, por exemplo, com o incentivo à investigação científica, com o desenvolvimento da educação pública, da saúde pública e das infraestruturas, como o saneamento básico e a construção de vias de comunicação, que possibilitem a circulação de pessoas e bens. b) A intervenção do Estado na atividade económica ➢ O Estado deve garantir: o Eficiência: utilização dos recursos devera procurar a máxima satisfação com o mínimo de custo. o Equidade: repartição mais equilibrada da riqueza o Estabilidade: diminuir a amplitude das flutuações da atividade económica, evitando as crises. O estado deve assumir-se como agente dinamizador, regulador, planificador e fiscalizador. Objetivo do Estado: Satisfazer as necessidades de toda a coletividade, garantindo a vida em sociedade. i. Planeamento A função de planeamento inclui as atividades que determinam os objetos para o futuro e os meios adequados para os atingir. O resultado da função de planeamento é um plano, um documento escrito que específica o rumo de ação a tomar. O plano apresenta as grandes orientações económicas e sociais para o futuro. É realizado pelo Estado, em concentração com os parceiros sociais. 31 ➢ O planeamento o Imperativo (obrigatório) - setor público. o Indicativo (mera orientação) - setor privado. ➢ O Estado pode recorrer: o à intervenção direta: satisfazendo necessidades da coletividade através da produção de bens e serviços para tal. o a políticas económicas: política orçamental, política monetária, empresas públicas, regulamentações. ii. Orçamento do Estado Orçamento do Estado é a previsão das despesas a realizar pelo Estado e dos processos de as cobrir, incorporando a autorização concedida à Administração Financeira para cobrir receitas e realizar despesas e limitando os poderes financeiros da Administração em cada período anual. ➢ Funções do Orçamento: o Funções económicas: - racionalidade económica - eficácia, como quadro de elaboração de políticas financeiras o Funções políticas - garantia dos direitos fundamentais - garantia de equilíbrio e separação dos poderes o Funções jurídicas - limitação jurídicas da Administração, diversa e mais forte que a do Direito Administrativo. c) Políticas económicas e sociais do Estado A política económica designa um conjunto de decisões tomadas pelos poderes público a fim de atingir, graças à utilização de diversos instrumentos, certos objetivos respeitantes à situação económica. ➢ Existe a política 32 o Fiscal: É um programa relativo à aquisição de bens e serviços e despesas com transferências e ao montante e tipologia das taxas de impostos. o Orçamental: Consiste num conjunto de decisões sobre as receitas e despesas públicas com o intuito de alcançar objetivos específicos (controlo da inflação, redistribuição dos rendimentos, combate ao desemprego, entre outras). o Monetária: Visa o controlo da oferta de moeda, das taxas de juro e das condições de crédito. o Preços: Visa combater a inflação e originar uma maior justiça social através do controlo dos bens essenciais. o Combate ao desemprego: varia conforme as causas do desemprego. o Redistribuição de rendimento: visa atenuar as desigualdades sociais. o Sectoriais (agrícola e industrial): pretendem atuar sobre as estruturas produtivas de um sector, com o objetivo de obter o seu desenvolvimento a longo prazo. o Ambiente: Exigem políticas especificas que podem ser passadas à prática através de duas formas: iii. Objetivos e Instrumentos ➢ A política fiscal: Objetivos: o Obter verbas: Satisfação das necessidades financeiras do Estado e outras entidades públicas; o Redistribuição dos rendimentos: Correção da desigual repartição dos rendimentos primários (através de impostos progressivos); o Controlar diferentes variáveis económicas: Regulação económica capaz de influenciar o consumo e de incentivar a poupança; o Influenciar a organização empresarial: Orientação da forma de organização das empresas. Instrumento: o Impostos. ➢ A política orçamental: Objetivos: o satisfação de necessidades sociais (educação, saúde, segurança, etc.). 33 o eficiência na utilização dos recursos (ou seja, o preço dos bens e serviços vendidos no mercado deve ser encontrado pela avaliação social dos respetivos benefícios). o correção na distribuição do rendimento (redistribuir de forma a diminuir ou eliminar desigualdades entre os indivíduos). o crescimento económico (o crescimento económico permite um aumento do nível de vida dos indivíduos e das comunidades). Instrumentos: o Manipulação das receitas: Através dos impostos diretos (que atuam diretamente na repartição dos rendimentos gerando o seu nivelamento) e dos impostos indiretos (que recaem sobre os B&S transacionados estimulando ou retraindo o seu consumo, produção e oferta); o Manipulação das despesas: Traduz-se, normalmente, num impacto positivo, através do aumento dos salários públicos ou contratação de mais, aumento das ➢ A política monetária: Objetivos: o Garantir a estabilidade dos preços; o Assegurar o crescimento económico e o emprego; o Atuar sobre o crescimento da massa monetária em circulação (liquidez). Instrumentos: o Enquadramento do crédito: Limitando ou expandindo o volume de crédito a conceder quer ao consumo quer à produção ou utilizar a taxa de juro; o Operações de mercado aberto: Compra ou venda de títulos da dívida pública, diminuindo ou aumentando a quantidade de moeda em circulação; o Reservas obrigatórias: Reduzir a reserva monetária aumentando a massa monetáriaem circulação. ➢ A política de preços Objetivos: o Combate à inflação; o Maior justiça social, através do controlo de bens considerados essenciais. 34 Instrumentos: o Atribuição de subsídios aos produtos; o Congelamento dos preços; o Fixação de preços máximos; o Lançamento de impostos indiretos. ➢ A política de combate ao desemprego Objetivos: o empregabilidade dos indivíduos o adequação ao emprego e espírito empresarial o flexibilidade e adaptabilidade face às mutações tecnológicas o igualdade de tratamento entre homens e mulheres e para com os deficientes. Instrumentos: o Aumento da escolaridade e sua adaptação às necessidades reais da economia; o Formação profissional contínua; o Incentivos às empresas; o Fomento de obras públicas; o Diminuição da idade da reforma. ➢ A política de redistribuição de rendimento: Objetivos: o Promoção da equidade social: Atuando na repartição dos rendimentos de forma a diminuir as desigualdades verificadas e assegurando um nível de bem-estar adequado às famílias de menores rendimentos. Instrumentos: • Carga fiscal: Aplicando impostos progressivos cuja recolha será utilizada na disponibilização de serviços às famílias mais carenciadas; • Fixação do salário mínimo: Assegurando uma remuneração mínima do factor trabalho, protegendo os trabalhadores menos qualificados ou desempregados; • Fixação de preços: Controlando os preços dos bens de grande consumo com o objetivo de proteger as camadas de rendimentos menos elevados; • Sistema de Segurança Social: Recolhendo fundos que serão transferidos para as famílias sob a forma de subsídios como o de desemprego, o de doença, o de invalidez, o abono de família ou as pensões de reforma. 35 ➢ As políticas sectoriais têm como principais objetivos: o Política agrícola: visa aumentar a produtividade da agricultura, mas, acima de tudo, visa o apoio aos preços e aos rendimentos dos agricultores. o Política industrial: visa agir sobre o sector secundário da economia, para melhorar a competitividade. ➢ As políticas do ambiente têm como principais objetivos: o incentivando a redução ou extinção do foco poluidor. 36 6. A Interdependência das Economias Atuais a) Balança de Pagamentos i. Noção Balança de Pagamentos sistema de contas onde se registam os fluxos monetários verificados durante um determinado período (normalmente 1 ano), entre um país e o resto do mundo. → A BP é um documento importante porque a sua análise permite retirar algumas conclusões sobre a saúde da economia nacional nas suas relações com o resto do mundo. Fluxos: • Entrada (Crédito) • Saída (Débito) Saldo = Crédito – Débito Componentes da Balança de Pagamentos ➢ Balança Corrente: Proporciona informações sobre o estado da economia do país perante o resto do mundo. o Balança de Mercadorias: registam-se os fluxos relativos às transações das mercadorias entre o nosso país e o Resto do Mundo. Saldo da Balança de Mercadorias: • > 0 → Situação favorável SUPERAVIT, importações < exportações • < 0 → Situação desfavorável DÉFICIT, importações > exportações • = 0 → Situação nula EQUILÍBRIO, importações = exportações o Balança de Serviços: são registados os fluxos financeiros relacionados com a prestação de serviços entre países. Em Portugal, a balança de serviços apresenta normalmente um saldo positivo por influência da atividade turística. 37 Divisas são moedas que, tendo aceitação internacional, são utilizadas como meio de pagamento nas transações internacionais, ou seja, no comércio internacional. Taxa de câmbio é o montante de moeda estrangeira que pode ser comprado com uma unidade de moeda do país. Valorização da moeda ocorre quando a taxa de câmbio da moeda de um país aumenta em valor relativamente às de outros países. Desvalorização ocorre quando a taxa de câmbio da moeda de um país diminui em valor relativamente às de outros países. o Balança de Rendimentos: registado os movimentos de capitais relacionados com os pagamentos e recebimentos de juros resultantes de empréstimos concedidos e obtidos, e de lucros resultantes de capitais investidos. Nesta balança registam-se os fluxos de: • Rendimentos do trabalho. • Rendimentos do investimento (Juros e dividendos). o Balança de Transferências Correntes: registam-se os fluxos sem retorno. Nesta balança registam-se os fluxos de: • Os subsídios comunitários recebidos. • As doações obtidas e concedidas. • As remessas dos emigrantes e dos imigrantes. • As pensões e as reformas dos migrantes que regressam definitivamente ao seu país. • Algumas das transferências correntes com a UE. Saldo da Balança Corrente: Saldo Balança de mercadorias + Saldo Balança de serviços + Saldo Balança de rendimentos + Saldo Balança de Transferências Correntes 38 Saldo da balança corrente: • < 0 - necessidade de financiamento, a atividade corrente não é suficiente para gerar receitas para cobrirem os encargos face ao exterior dessa atividade. • > 0 - capacidade de financiamento, atividade corrente é suficiente para gerar receitas que cobrem os encargos face ao exterior dessa atividade. Estas transferências podem ser: • Públicas: Quando envolvem o estado português (Fundos correntes com a UE, …) • Privadas: Quando não envolvem o estado português (Remessas dos emigrantes/imigrantes, donativos às famílias, …) → Em Portugal, esta balança tem registado saldos positivos devido às remessas dos emigrantes. ➢ Balança de Capital: as transferências de capital e a aquisição/ cedência de ativos não produzidos não financeiros. 39 ➢ Balança Financeira: são transações que envolvem a mudança de titularidade entre residente e não residentes de ativos e passivos financeiros e outras variações nos ativos e passivos financeiros de economia, como a criação ou a extinção de ativos ou passivos financeiros sobre e/ou do Resto do Mundo. A balança financeira comporta 5 tipos de operações: o Investimento direto: o crédito representa a compra ou a criação de uma nova empresa por um investidor não residente e a débito a aquisição ou a criação de empresas localizadas fora do espaço geográfico por residentes. o Investimento de carteira: Compra de produtos financeiros na Bolsa de Valores em Lisboa. o Derivados financeiros: Compra de derivados na Bolsa de Derivados no Porto. o Outro investimento: Regista os empréstimos e os depósitos. o Ativos de reservas: Regista a crédito os ativos das autoridades monetárias considerados reserva e expressos em moedas de países de fora da Zona Euro. ➢ Erros e Omissões 40 b) Integração Económica i. Noção Integração económica: Supressão de todas as barreiras e redução das disparidades existentes entre os diferentes países para, no futuro, formarem um único mercado alargado. ➢ Vantagens da integração económica: o Maior eficiência na afetação dos recursos de cada economia; o Maior possibilidade de alcançar o pleno emprego dos fatores de produção; o Maior possibilidade de garantir o crescimento económico; o Aumento da produção devido à divisão do trabalho e à especialização efetuada; o Obtenção de economias de escala devido ao alargamento da dimensão dos mercados. ➢ Desvantagens da integração económica: o Perda de receitas fiscais; o Perda de alguma autonomia. ii. Formas de integração económica ➢ Integração económica o Formal: Quando é definida formalmente através do estabelecimento de acordos entre dois ou mais países. o Informal: Quando dois ou mais países estreitam relações comerciais entre si, sem que tenha sido estabelecido um verdadeiro compromisso entre as partes. ➢ Formas/Fases/Etapasde integração económica: a) Sistema de Preferências Aduaneiras; Informal b) Zona de Comércio Livre; c) União Aduaneira; d) Mercado Comum; Formal e) União Económica; f) União Económica e Monetária; g) Integração Económica Total ou União Política. 41 a) Sistema de preferências aduaneiras: Forma mais simples de integração económica. b) Zona de comércio livre: Supressão das barreiras pautais e comerciais á circulação de mercadorias entre os países-membros; c) União aduaneira Diferem das Zonas de Comércio Livre ao fixarem, em conjunto, uma pauta aduaneira exterior comum. d) Mercado comum Difere da União Aduaneira por haver livre circulação, não só de mercadorias como também de pessoas, capitas e serviços. e) União económica Difere do Mercado Comum pois exige também a harmonização das políticas económicas e sociais de forma a fazer desaparecer as diferenças existentes entre os vários países-membros, implementando-se assim um conjunto de políticas económicas e sociais comuns. f) União económica e monetária Difere da União Económica por se introduzir uma moeda única para o espaço económico. g) Integração económica total ou união política Difere da União Económica e Monetária pois procede-se à harmonização total das políticas económica, monetária, fiscal, cambial, ambiental, etc. Estas políticas, coordenadas por instituições supranacionais, passam a substituir as políticas nacionais. 42 iii. Fases da União Económica e Monetária Criada porque era necessário derrubar com a existência de diferentes moedas dos países- membros o que consistia um obstáculo ao desenvolvimento do Mercado Único Europeu visto que este só é único com uma moeda única. → Embora a criação da UEM constituísse um objetivo traçado no Ato Único (1986), era necessário provocar a convergência das políticas económicas dos Estados-membros e a adoção de uma política monetária única. ➢ Estabelece-se então a construção da UEM em 3 fases. o 1ª fase: o Livre circulação de capitais; o Harmonização do desempenho económico dos vários Estados-membros; o Aumento das verbas dos fundos estruturais destinadas a corrigir os desequilíbrios regionais; o 2ª fase: o Criação do Instituto Monetário Europeu (IME); o Processo de independência dos Bancos Centrais nacionais; o Definição dos países aptos a passar à 3ª fase da UEM; o 3ª fase: o Fixação, irrevogável, das taxas de conversão das moedas nacionais relativamente à moeda única (o euro); o Entrada em circulação do euro sob a forma de moeda física (janeiro de 2002). iv. Critérios para a criação da moeda única ➢ Critérios de convergência nominal: o Estabilidade de preços: A taxa de inflação não pode exceder em mais de 1,5 pontos percentuais a taxa de inflação média dos três Estados-membros com melhores resultados; o Situação das finanças públicas: O défice não pode exceder 3% do Produto Interno Bruto (PIB) e a dívida pública não pode ser superior a 60% do PIB; o Observância das margens de flutuação normais pelo Sistema Monetário Europeu (SME), pelo menos durante dois anos, sem grandes tensões; o Durabilidade da convergência: A média da taxa de juro a longo prazo não pode exceder em mais de 2 pontos percentuais a média da taxa de juro a longo prazo dos três Estados-membros com melhores resultados. 43 v. Principais Instituições Europeias ➢ Conselho europeu: o Composto pelos Chefes de Estado e dos Governos da UE e pelo Presidente da Comissão Europeia; o Funções essencialmente legislativas: É o órgão orientador, impulsionador e coordenador das políticas da UE, isto é, define as orientações e prioridades políticas da UE; ➢ Conselho da União Europeia: o Anteriormente designado como Conselho de Ministros; o Composto pelos ministros de cada Estado-membro responsáveis pelas matérias inscritas na ordem de trabalhos (agricultura, educação, …); o Funções essencialmente legislativas: É o órgão que representa os interesses de todos os Estados membros e é o principal responsável pela PESC e pela Justiça e Assuntos Internos; Assegura a coordenação das políticas económicas gerais dos Estados-membros; ➢ Parlamento Europeu: o Funções legislativas, mas essencialmente consultivas: Examinar as propostas da Comissão; Participar nas ações legislativas através do processo de codecisão; Investir, controlar e poder demitir a Comissão; Aprovar e controlar a execução do Orçamento; Nomear o Provedor da Justiça; o Composto por 786 deputados; ➢ Comissão Europeia: o É a guardiã dos tratados; o Funções essencialmente executivas: Redigir as propostas de novas legislações que apresenta ao Parlamento e ao Conselho da UE; Garantir a aplicação (cumprimento) dos Tratados da legislação e das políticas comunitárias; 44 Controlar a aplicação dos fundos comunitários; Elaborar e gerir o Orçamento comunitário; Assegura a representação externa da UE, exceto no que respeita à Política Externa e de Segurança Comum; o É composto por 27 comissários, 1 por cada Estado-membro; ➢ Tribunal de Justiça: o Funções essencialmente fiscalizadoras: Garante a aplicação harmoniosa da legislação comunitária nos vários Estados- membros; Resolve diferendos sobre a interpretação dos Tratados e da legislação; o Composto por 27 juízes independentes, 1 de cada Estado-membro; ➢ Tribunal de Contas: o Funções essencialmente fiscalizadoras: Verifica se os fundos comunitários estão a ser usados de forma legal e nos fins previstos; Fiscaliza o controlo da execução do Orçamento; o Composto por 27 membros, 1 de cada Estado-membro. ➢ Comité Económico e Social: o Funções essencialmente consultivas: Representa os interesses dos grupos económicos e sociais; É um órgão consultivo que emite pareceres sobre novas iniciativas da UE sobre questões da vida económica e social, não sendo estes pareceres vinculativos; o Composto por representantes dos empregadores, dos trabalhadores e das atividades específicas; ➢ Comité das Regiões: o Funções essencialmente consultivas: É um órgão consultivo e pode ser consultado sobre diversas matérias de interesse regional e local pelo Parlamento ou pela Comissão; Pode emitir pareceres não vinculativos; 45 ➢ Banco Central Europeu (BCE): o Função: Gere a política monetária europeia; o Objetivo: Garantir a estabilidade dos preços, de forma a garantir a estabilidade e o crescimento da economia; ➢ Banco Europeu de Investimentos (BEI): o Funções: Concede empréstimos em condições favoráveis para projetos de investimento de interesse europeu, especialmente às regiões mais pobres, que contribuam para a criação de emprego e fomentem o crescimento; Apoia financeiramente o alargamento; Financia programas de auxílio ao 3º Mundo 46 7. Crescimento, Desenvolvimento e Flutuações da Atividade Económica a) Crescimento económico i. Noção ➢ Crescimento económico: o Traduz o aumento continuado da produção de bens e serviços de uma economia num determinado período. o É a riqueza material de um país. o É um conceito quantitativo. o Baseia-se maioritariamente em indicadores económicos. o Sobrevaloriza-se o volume de meios de bem-estar disponibilizados às populações. o Ignoram-se as desigualdades na distribuição do rendimento. o Tem como único cenário o mercado ou o preço de referência. ii. O PIB como indicador PIB (Produto Interno Bruto) é igual à soma de todos os bens e serviços produtivos num país, por qualquer empresa, seja nacional ou não. b) Desenvolvimento iii. Noção Desenvolvimento representa a capacidade de a sociedade satisfazer as necessidades da sua população, permitindo-lhealcançar um nível de bem-estar adequado. iv. Tipos de indicadores ➢ Tipos de indicadores: o Simples: - Económicos (PIB per capita, taxa de desemprego, consumo de energia por habitantes). - Demográficos (taxa de natalidade, esperança média de vida à nascença, taxa de crescimento anual da população). - Políticos (reconhecimento dos direitos humanos, grau de participação na vida política, grau de participação das mulheres no governo). 47 - Socioculturais (taxa de analfabetismo, consumo de jornais por habitantes, número de habitantes com acesso à internet). o Composto: - IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é composto por um número limitado de indicadores simples e não expressa as desigualdades existentes entre grupos sociais, entre géneros ou etnias. - IDG (Índice de Desigualdade de Género). i. Desenvolvimento humano e sustentável i. Noção e importância O Desenvolvimento Humano Sustentável visa criar um ambiente que permita às pessoas usufruírem uma vida longa, saudável e criativa, na qual elas desfrutem da oportunidade de obter as coisas que mais valorizam: maior acesso ao conhecimento, melhor nutrição e melhores serviços de saúde, uma subsistência garantida, segurança em relação a crimes e violência física, horas satisfatórias de lazer, liberdade política e cultural, e um sentimento de participação nas atividades da comunidade. Abrange meios e fins; justiça social e desenvolvimento econômico; bens materiais e bem-estar humano; investimento pessoal e empoderamento das pessoas; atendimento das necessidades básicas e estabelecimento de redes de segurança; sustentabilidade ambiental para as gerações atuais e as futuras; e a garantia dos direitos humanos- civis, políticos, sociais, econômicos e ambientais. ii. Limites ao crescimento económico ➢ Há três conceitos que evidenciam os limites do crescimento: 1) O “limite da futilidade”: ocorre quando a utilidade marginal de produção cai para zero. Mesmo sem o custo de produção, há um limite para o quanto podemos consumir e ainda se divertir. Há um limite para quantos produtos podemos desfrutar em um determinado período, assim como um limite para os nossos estômagos e a capacidade sensorial do nosso sistema nervoso. 2) O “limite da catástrofe ecológica”: representado por um aumento acentuado da curva de custo marginal. O principal candidato para o limite de catástrofe no momento é uma mudança 48 climática descontrolada induzida por gases de efeito estufa emitidos na busca do crescimento econômico. 3) O “limite econômico”: definido pelo custo marginal igual ao benefício marginal e consequente maximização do benefício líquido. O limite econômico é o primeiro limite encontrado. Ele certamente ocorre antes do limite da futilidade, e provavelmente antes do limite da catástrofe, embora seu ponto exato seja incerto. 49 8. A Economia Portuguesa na Atualidade a) Estrutura da população i. Movimentos migratórios Os fluxos migratórios, internos ou internacionais, são, hoje como no passado, uma das principais forças de transformação social em todo o mundo capazes de acentuar, acelerar ou desacelerar diversos processos de ordem económica, jurídica, política, social ou cultural Em Portugal é possível afirmar que as migrações, ajudaram a construir o país tal como o conhecemos hoje. Na verdade, é virtualmente impossível pensar Portugal sem abordar a emigração e a imigração e a forma como, em conjunto, modelaram a sociedade portuguesa ao longo do último século. Se até 2009 os fluxos migratórios tiveram uma tendência crescente, em 2010 e em 2011 a tendência reverte-se. No entanto, o balanço dos fluxos migratórios do último decénio mostra- se positivo, já que a sociedade portuguesa assistiu a um aumento considerável da diversidade étnica/racial, religiosa, económica e cultural, tal como vários estudos apontam. Ao longo da primeira década do século XXI, aos fluxos migratórios tradicionais, dominados pelos imigrantes das ex-colónias portuguesas em África e do Brasil que ainda se mantêm ativos, somaram-se outros fluxos que vieram diversificar de forma significativa a sua composição. o Fluxos imigratórios internacionais Estima-se que durante o ano de 2014 tenham entrado em Portugal, para aqui residir por um período igual ou superior a 1 ano (imigrantes permanentes), 19 516 pessoas (17 554, em 2013), das quais 45% eram do sexo masculino e 55% do sexo feminino. Do total de imigrantes permanentes 10 218 eram de nacionalidade portuguesa (cerca de 52%) e 9 298 de nacionalidade estrangeira. Destas, 3 384 eram nacionais de outro país da União Europeia (UE28) e 5 914 de um país terceiro. o Fluxos emigratórios internacionais Portugal é um dos principais países de emigração do mundo, estima-se que em 2014 tenham saído de Portugal, para residir no estrangeiro por um período igual ou superior a 1 ano (emigrantes permanentes), um total de 49 572 pessoas (53 786 em 2013), das quais 65% eram do sexo masculino e 35% do sexo feminino. 50 Consequências: ▪ Diminuição da população; ▪ Diminuição da taxa de natalidade devido à escassez da população jovem e adulta; ▪ Envelhecimento da população; ▪ Diminuição da população ativa. ii. População ativa (emprego e desemprego) A população ativa em Portugal Continental cresceu 0,8% entre 2016 e 2017, o primeiro aumento desde 2008. Em termos sectoriais, a população empregada na indústria, construção, energia e água (25,3% do total) cresceu mais (4,2%) do que a população empregada nos serviços (68,5% do total, com um crescimento de 3,8%), enquanto o emprego na agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca que representava 6,2% do emprego, registou um decréscimo de 5,4% face a 2016. b) Estrutura da produção i. Evolução do valor do produto PIB – corresponde ao conjunto de todos os bens e serviços produzidos dentro das fronteiras de uma região ou país. 51 ii. Estrutura setorial da produção A estrutura setorial da produção é a composição interna de todos os setores de produção num sistema económico e é calculada pela soma dos valores criados pelos produtos locais de todos os ramos de atividade económica. o Setor primário o Setor secundário o Setor terciário c) Estrutura da despesa nacional Despesa nacional representa os gastos efetuados por todas as unidades institucionais residentes no país. Consumo privado + consumo publico + investimento + exportações – importações + saldo dos rendimentos do trabalho da propriedade e da empresa com o resto do mundo i. Consumo Consumo nacional é uma das componentes da despesa interna utilizada para cálculo do PIB e designa as despesas correntes do Estado, tais como as despesas da educação, saúde, justiça… ii. Investimento Investimento nacional é a aplicação de capital em meios de produção, visando o aumento da capacidade produtiva (instalações, máquinas, transporte, infraestruturas), ou seja, em bens de capital. d) Relações económicas com o exterior i. Grau de abertura das economias O grau de abertura ao exterior indica a importância do comércio externo face à economia de um país. Calcula-se este indicador determinando a percentagem do valor das exportações e das importações no total do PIB, refletindo, assim, o peso do comércio externo relativamente ao valor da produção realizada pelo país. Grau de abertura ao exterior: (Exportações + Importações) / PIB X 100. 52 ii. Balança comercial e a competitividade das economias A balança comercial serve para quantificar a diferença entre o volume de exportações e importações de um país. e) Nível de vida e justiça social i. Poder de compra O poder de compra é determinado pela relação existente entre o rendimento de que dispõe e o preço dos
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