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DIREITOS DA NACIONALIDADE

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DIREITOS DA NACIONALIDADE
Conceito
A nacionalidade pode ser definida como o vínculo jurídico-político que liga um indivíduo a determinado Estado, fazendo com que este indivíduo passe a integrar o povo daquele Estado e, por conseqüência, desfrute de direitos e submeta-se a obrigações.[1]
Espécies
A doutrina distinguiu a nacionalidade em duas espécies: a) originária; e b) adquirida.
Originária
É aquela que independe da vontade do indivíduo, é imposta unilateralmente pelo Estado no momento do nascimento. Há dois critérios estabelecidos: ius sanguinis (o que interessa para a aquisição da nacionalidade é o sangue, a filiação, a ascendência, pouco importando o local de nascimento), e o ius solis (também conhecido como critério da territorialidade. Aqui, o que importa é o local do nascimento e não a descendência).
Adquirida
É aquela que se adquire por vontade própria, depois do nascimento, normalmente pela naturalização.
Quem é o brasileiro Nato?
Como regra o Brasil adotou o critério do ius solis, porém, a regra não é absoluta, contemplando as seguintes exceções:
a) ius solis - qualquer pessoa que nascer no território brasileiro, salvo se os pais estrangeiros estiverem no Brasil a serviço de seu país. (Art. 12 – I, a).
b) ius sanguinis + serviço do Brasil – filhos de pais brasileiros nascidos no estrangeiro em serviço da República Federativa do Brasil (Art. 12, I, b).
c) ius sanguinis + registro – filhos de pais brasileiros nascidos no estrangeiro sem estar a serviço da República Federativa do Brasil, desde que tenham seus registros em repartições brasileiras competentes. (Art. 12, I, c).
d) ius sanguinis + opção confirmativa - filhos de pais brasileiros nascidos no estrangeiro sem estar a serviço da República Federativa do Brasil e que venham a residir no Brasil e optem, após a maioridade, pela nacionalidade brasileira (Art. 12, I, c).
Brasileiro Naturalizado
Como forma de aquisição da nacionalidade secundária a nossa CF/88 prevê o processo de naturalização que depende da vontade do interessado e da autorização estatal (ato discricionário).
a) originários de países de Língua Portuguesa – residência por 1 ano ininterrupto e idoneidade moral.
b) estrangeiros de qualquer nacionalidade – residência por mais de 15 anos ininterruptos e sem condenação penal.
Nota: O Brasil mantém com Portugal o Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta, celebrado em Porto Seguro em 22.04.2000 (Decreto m.o 3.927/2001). Neste caso, como os portugueses são originários de país de língua portuguesa, de acordo com a regra acima podem naturalizar-se brasileiros desde que tenham residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral. Na hipótese de português com residência permanente no Brasil que não se naturalize brasileiro, por força do Tratado retromencionado e havendo reciprocidade em favor de brasileiro em Portugal, será atribuído ao português com residência permanente no Brasil, os mesmos direitos inerentes aos brasileiros, salvo nos casos de empressa vedação constitucional.
Tratamento
A CF/88 preconiza em seu artigo 5º, caput, o princípio da igualdade, não podendo haver distinção de nenhuma natureza. Não obstante, o artigo 12, § 2º reza: A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo os casos previstos nesta Constituição (rol taxativo de previsões).
Art. 5º, LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei.
Art. 12, § 3º - São privativos de brasileiros natos os cargos:
I – de Presidente e Vice-Presidente da República;
II – de Presidente da Câmara dos Deputados;
III – de Presidente do Senado Federal;
IV – de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V – da carreira diplomática;
VI – de oficial das Forças Armadas;
VII – de Ministro de Estado de Defesa.
Art. 12, § 4º, I – Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I – tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional.
Art. 89, VII – O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, e dele participam:
[...]
VII – seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.
Art. 222 – A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País.
Perda na Nacionalidade
As causas de perda da nacionalidade estão previstas no artigo 12, parágrafo 4o, I e II da CF/88, a saber:
- cancelamento da naturalização por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional.
- aquisição de outra nacionalidade
DIREITOS SOCIAIS
Conceito
São direitos fundamentais do homem, caracterizando-se como verdadeiras liberdades positivas, de observância obrigatória em um Estado Social de Direito, tendo por finalidade a melhoria de condições de vida aos hipossuficientes, visando à concretização da igualdade social”.  
Art. 6o - São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte ², o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
Educação (artigos 205/214)
A educação é um direito de todos e dever do Estado e da família, devendo ser promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Os serviços de educação configuram serviço público, podendo ser desenvolvido pelo setor privado.
Objetivos constitucionais da educação:
•    Erradicação do analfabetismo.
•    Universalização do atendimento escolar.
•    Melhoria da qualidade de ensino.
•    Formação para o trabalho.
•    Promoção humanística, científica e tecnológica do país.
 Organização dos Sistemas de Ensino:
•    União organizará o sistema federal de ensino e dos Territórios (instituições de ensino públicas federais)
•    Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil (ensino fundamental obrigatório e gratuito).
•    Estados e Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental e médio.
Saúde
A saúde é um direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação, sendo de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou por meio de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.
Sistema Único de Saúde (SUS) – O art. 198 da CF estabelece que as ações e os serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado, com atribuições, controle e fiscalização dos serviços de saúde.
Alimentação
Decorrente do direito humano à alimentação adequada. Deve o Poder Público adotar as políticas e ações que se façam necessárias para promover e garantir a segurança alimentar e nutricional da população.
Trabalhadores
O legislador constituinte definiu o trabalhador subordinado como sendo o empregado, ou seja, aquele que tiver algum vínculo empregatício, no entanto, a CF será aplicada aos demais trabalhadores nela expressamente indicados.
As normas relativas aos direitos sociais previstos constitucionalmente são normas de ordem pública, e, portanto, invioláveis pela vontade das partes contraentes da relação trabalhista.
Rol dos direitos sociais – No art. 7º da CF foram definidosalguns direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social. Trata-se de rol exemplificativo, de forma que os direitos previstos não esgotam os direitos fundamentais que se encontram no corpo da CF/88.
Dentre eles destacam-se: proteção contra despedida arbitrária ou sem justa causa; FGTS; irredutibilidade de salário; salário mínimo; 13º salário; remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; jornada de trabalho; horas extras; repouso semanal remunerado; férias anuais remuneradas com mais 1/3; licença maternidade, aviso prévio, inclusive direito de greve. 
Direito à Moradia
De acordo com o artigo 23, IX da CF: “É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: IX – promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico.
Decorre do princípio da dignidade humana (art. 1º, III), compreendendo os artigos 5º, X, direito à intimidade e à privacidade e de ser a casa asilo inviolável (art. 5º, XI). 
Lazer
Artigo 217, parágrafo terceiro da CF: “O Poder Público incentivará o lazer, como forma de promoção social”.
O lazer se apresenta como prestação estatal que interfere nas condições de trabalho e qualidade de vida, em estreita correlação com o direito ao meio ambiente equilibrado (art. 225). 
 
Segurança
No artigo 6º o conceito de segurança aparece como Segurança Pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, sendo exercido para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio. Os órgãos da Segurança Pública estão previstos no artigo 144 da CF (Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária Federal, Polícias Civis, Polícias Militares e Corpos de Bombeiros militares).
Previdência Social
Refere-se aos direitos relativos à Seguridade Social financiados pelo INSS. Organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, atendendo aos seguintes preceitos:
•    Cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada.
•    Proteção à maternidade, especialmente à gestante.
•    Proteção ao Trabalhador em situação de desemprego involuntário.
•    Salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda.
•    Pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes.
Proteção à Maternidade e à Infância
Conquistas de origem previdenciária e assistencial. Licença Maternidade de 120 dias e 180 dias no caso do Programa Empresa Cidadã (incentivo fiscal). Licença Paternidade de 5 dias, prorrogável por mais 15 dias para servidores públicos e/ou empregados de empresas privadas que aderiram ao Programa Empresa Cidadã. Estatuto da Criança e do Adolescente. Também se aplica no caso de adoção.
Assistência social
A assistência social será prestada a quem dela necessitar (art. 203 da CF), independentemente de contribuição à Seguridade Social. LOAS – Lei Orgânica da Assistência Social é aplicada aos casos concretos com assistência normalmente de 1 salário mínimo de Prestação de Benefício Continuado (PBC). O BPC é um benefício mensal no valor de um salário mínimo concedido ao idoso, com 65 anos ou mais, e à pessoa portadora de deficiência, com qualquer idade, que comprovem não possuir meios para se manter ou cuja família não tenha recursos para mantê-los.
BPC-LOAS, é um benefício da assistência social que faz parte do do Sistema Único da Assistência Social – SUAS, esse benefício é pago pelo Governo Federal, no entanto. quem realiza toda a sua operacionalização é o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS.
Transporte
Recém aprovada a PEC 90/2015 o transporte foi considerado um direito social. O argumento é de que o transporte público deve ser incluído como garantia fundamental dos cidadãos, pois é necessário para o acesso a bens e serviços essenciais.
Mínimo Existencial e a Reserva do Possível
Os direitos sociais imprimem um comportamento positivo por parte do Estado, significando um norte para a implementação das políticas públicas. Em sendo assim, dentro da reserva do possível, ao menos o núcleo essencial de cada direito deve ser observado pelo legislador e/ou administrador.
Podemos observar que o Poder Judiciário tem demonstrado por meio de suas decisões certa intervenção nas políticas públicas no sentido de evitar a inércia estatal injustificável ou abusividade governamental, conforme podemos observar a seguir:
“EMENTA: Arguição de descumprimento de preceito fundamental. A questão da legitimidade constitucional do controle e da intervenção do Poder Judiciário em tema de implementação de políticas públicas, quando configurada hipótese de abusividade governamental. Dimensão política da jurisdição constitucional atribuída ao Supremo Tribunal Federal. Inoponibilidade do arbítrio estatal à efetivação dos direitos sociais, econômicos e culturais. Caráter relativo da liberdade de conformação do legislador. Considerações em torno da cláusula da ‘reserva do possível’. Necessidade de preservação, em favor dos indivíduos, da integridade e da intangibilidade do núcleo consubstanciador do ‘mínimo existencial’.”. (Lenza, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado, 2016, pág. 1318).
DIREITOS POLÍTICOS
Conceito 
São instrumentos por meio dos quais a CF garante o exercício da soberania popular (poder de cada membro da sociedade estatal de escolher os seus representantes no governo por meio do sufrágio universal e do voto direto, secreto e igualitário), atribuindo poderes aos cidadãos para interferirem na condução da coisa pública, seja direta ou indiretamente.[1]
Previsão constitucional
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela União indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
II – a cidadania;
Parágrafo único: Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Art. 14 A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I – plebiscito;
II – referendo;
III - iniciativa popular.
Estado Democrático de Direito
I – Democracia direta (o povo exerce por si o poder);
II – Democracia representativa (o povo, soberano, elege seus representantes);
III – Democracia semidireta ou participativa (híbrida, representativa, com peculiaridades da democracia direta).
Democracia semidireta ou participativa
A democracia semidireta ou participativa é aquela marcadamente representativa com veios da democracia direta, sendo caracterizada pela presença:
a) do Plebiscito: Convocado pelo Congresso Nacional (competência exclusiva), com anterioridade ao ato legislativo ou administrativo, cabendo ao povo, pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetido.
Referência: Art. 2º do ADCT: No dia 7 de setembro de 1993 o eleitorado definirá, a través de plebiscito, a forma (república ou monarquia constitucional) e o sistema de governo (parlamentarismo ou presidencialismo) que devem vigorar no País.  
b) do Referendo: Autorizado pelo Congresso Nacional (competência exclusiva), com posterioridade ao ato legislativo ou administrativo, cumprindo ao povo a respectiva ratificação ou rejeição.
Exemplo: Estatuto do Desarmamento (Lei n. 10.826/2003)
Pergunta: “O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?”
c) da Iniciativa popular: Em âmbito federal, na apresentação de projeto de lei (um só assunto) à Câmara dos Deputados, subscrito por no mínimo 1% do eleitorado nacional, distribuído por, pelo menos, cinco Estados, com não menos de 0,3% dos eleitores de cada um deles.
Exemplo: Lei 8930/94 (Lei Glória Perez). Após o assassinato da filha, a novelista Glória Perez iniciou uma campanha para coletar 1,3 milhão de assinaturas com o objetivo de alterar o Código Penal, de forma a incluir o homicídio qualificado no rol dos crimes hediondos. As assinaturas foram entregues à Câmara do Rio de Janeiro doismeses antes da morte da atriz completar um ano.
A iniciativa foi o primeiro passo para que a Lei nº 8.072/1990 fosse alterada, o que aconteceu em setembro de 1994. A coleta de assinaturas foi a primeira iniciativa popular de projeto de lei a se tornar lei efetiva na história do Brasil.
Direito Político positivo
Também conhecido como direito de sufrágio se caracteriza pela capacidade eleitoral ativa e pela capacidade eleitoral passiva.
a) capacidade eleitoral ativa – direito de votar, capacidade de ser eleitor. O exercício do sufrágio ativo se dá pelo voto, que pressupõe: alistamento eleitoral (título), nacionalidade brasileira, idade mínima de 16 anos e não ser conscrito. O voto poderá ser obrigatório ou facultativo.
a1) obrigatório – maiores de 18 e menores de 70 anos.
a2) facultativo – maiores de 16 e menores de 18 anos de idade; analfabetos e maiores de 70 anos de idade.
Cláusula pétrea – Art. 60, §4º, II - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: II – o voto direto, secreto, universal e periódico.
b) capacidade eleitoral passiva – possibilidade de eleger-se, concorrendo a um mandato eletivo, mediante o preenchimento das condições de elegibilidade: nacionalidade brasileira, pleno exercício dos direitos políticos, alistamento eleitoral, domicílio eleitoral na circunscrição, filiação partidária e idade mínima de acordo com o cargo ao qual se candidata, sendo:
a) 35 anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) 30 anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) 21 anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) 18 anos para Vereador. (Art. 14, §3º CF).  
 
Direito Político negativo
São formulações constitucionais/legais restritivas e impeditivas das atividades político-partidárias, privando o cidadão do exercício de seus direitos políticos, impedindo-o de eleger um candidato ou de ser eleito.
a) Inelegibilidades – impossibilidade de eleger-se. Pode ser absoluta (inalistável e o analfabeto) ou relativa (em razão da função, concorrência a outros cargos, de parentesco e militares).
O artigo 14, § 9º determina que: Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para o exercício do mandato, considerada a vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. Lembrando que, a lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data da sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até 1 (um) ano da data de sua vigência (art.16 CF/88). 
Nota: Uma das hipóteses de inelegibilidade relativa decorrente de lei complementar é a Lei da Ficha Lima (LC 135/2010). Pela Lei torna-se inelegível aquele que for condenado, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, por corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por doação, captação ou gastos ilícitos de recursos de campanha ou por conduta vedada aos agentes públicos em campanhas eleitorais que impliquem cassação do registro ou do diploma.
 
Perda dos Direitos Políticos
A perda dos direitos políticos poderá dar-se:
a) pelo cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado.
b) pela recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VII.
c) perda da nacionalidade brasileira em virtude de outra.
 
Suspensão dos Direitos Políticos
A suspensão poderá dar-se:
a) incapacidade civil absoluta.
b) condenação criminal transitada em julgado.
c) improbidade administrativa.
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
Conceito 
São garantias constitucionais, isto é, medidas utilizadas para tornar efetivo o exercício dos direitos e garantias constitucionais.  Temos cinco institutos: Ação Popular, Habeas Corpus, Habeas Data, Mandado de Injunção e Mandado de Segurança.
Habeas Corpus 
Conceito 
Ação constitucional gratuita de caráter penal, cuja finalidade é de prevenir ou sanar a ocorrência de violência ou coação na liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. (art. 5º, LXVIII).
De acordo com o artigo 5º, XV da CF/88 “é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens.
Sujeito ativo
Qualquer pessoa física, homem, mulher, maior, menor, capaz, incapaz, nacional, estrangeiro, não exigindo sequer que tenha capacidade postulatória, em nome próprio ou de terceiro (impetrante/paciente).
Sujeito passivo
Contra ato de qualquer agente, no exercício de função pública.  Assim, sempre que alguém atuar em nome do Estado e, nesta qualidade, constranger ilegalmente a liberdade de outrem cabe HC.  A CF não exclui o ato de particular.
Espécies
Preventivo: ocorre nos casos de ameaça à liberdade de locomoção. Neste caso a liberdade está ameaçada podendo se obter um salvo-conduto. 
Liberatório ou Repressivo: neste caso a liberdade de locomoção foi cerceada e a violação poder cessar mediante a expedição de um alvará de soltura.
Mandado de Segurança 
Conceito
Tem por finalidade proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público (art. 5º, LXIX).
Direito Líquido e Certo
É aquele resultante de fato certo, ou seja, capaz de ser comprovado de plano, por documentação inequívoca, mediante prova pré-constituída, sem a necessidade de dilação probatória.
Sujeito ativo 
Titular do direito líquido e certo. Pode ser pessoa física ou jurídica.
Sujeito passivo
É a autoridade coatora responsável pela ilegalidade ou abuiso de poder, que pratica ou ordena a execução do ato impugnado e que detenha competência para corrigir a ilegalidade do mesmo.
Prazo para impetração
120 dias contados da data da ciência do ato impugnado.
Espécies 
Preventivo: casos em que há ameaça concreta de violação de um direito líquido e certo.
Repressivo: casos em que a violação e/ou ilegalidade já fou cometida.
Hipóteses de não cabimento 
Não se concederá mandado de segurança quando se tratar:
I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução;
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;
III - de decisão judicial transitada em julgado. 
Mandado de Injunção
Conceito
Tem por finalidade viabilizar o exercício de um direito constitucionalmente previsto e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania, que dependem de regulamentação por estarem previstos em norma constitucional de eficácia jurídica limitada. (art. 5º, LXXI).
Sujeito ativo 
Qualquer pessoa, física ou jurídica.
Sujeito passivo 
Órgão ou poder incumbido de elaborar a norma regulamentadora (Ex: Congresso Nacional).
Efeitos da decisão 
Posição concretista direta geral:  decisão de efeito erga omnes até o advento de norma integrativa;
Posição concretista direta individual:  decisão implementando o direito válida somente para o autor;
Posição concretista direta coletiva: decisão válida para um grupo, classe ou categoria de pessoas;
Posição concretista intermediária: É concedido prazo ao órgão omisso para elaborar a norma regulamentadora. Na inércia, o direito é implementado a todos (geral), para um grupo, classe ou categria de pessoas (coletiva) ou apenas ao impetrante (individual).
Posição não concretista: A decisão apenas constitui em mora o poder, órgão ou autoridade omissos na elaboração da norma regulamentadora, reconhecendo-se formalmente a inércia.
Habeas Data
Conceito 
É um remédio constitucional, que tem por finalidade proteger a esfera íntima dos indivíduos, possibilitando-lhes a obtenção e retificação de dados e informações constantes de entidades governamentais ou de caráter público. (art. 5º, LXXII).
Objeto 
Asseguraro direito de acesso e conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante e o direito à retificação desses dados.
Sujeito ativo 
Qualquer pessoa física ou jurídica.
Sujeito passivo 
Será aquele de acordo com a natureza jurídica do banco de dados.   
Sigilo: art. 5º, XXXIII - dispõe que o direito de receber dos órgãos públicos informações não inclui aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
Requisitos 
É necessária a prova da recusa na prestação e/ou retificação das informações.
Ação Popular
Conceito
É o meio constitucional posto à disposição de qualquer cidadão para obter a invalidação de atos ou contratos administrativos ilegais e lesivos ao patrimônio federal, estadual ou municipal, ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. (art. 5º LXIII). 
Requisito 
Lesividade (ilegalidade) – ao patrimônio público (direta ou indiretamente), à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
Sujeito ativo 
Cidadão (brasileiro nato ou naturalizado em pleno gozo dos direitos políticos). Há a necessidade da juntada de cópia do título de eleitor e/ou certidão negativa expedida pela Justiça Eleitoral. Excluem-se os estrangeiros, os apátridas, as pessoas jurídicas e os brasileiros que tiverem com os direitos políticos suspensos ou perdidos.
Sujeito passivo 
Podemos incluir no pólo passivo o agente praticante do ato, entidade lesada, eventuais beneficiários do ato.
Espécies:
Preventiva: visa evitar a prática dos atos lesivos e/ou ilegais.
Repressiva: visa o ressarcimento de danos, a anulação do ato, a recomposição do patrimônio, indenização etc.     
Proteção Internacional dos Direitos Humanos
Introdução
A proteção dos direitos humanos no campo internacional se divide em dois grandes planos: o global e o regional. O plano global considera os tratados aprovados no âmbito das Nações Unidas e de suas instituições. O plano regional é exercido por organizações internacionais de limitação geográfica, como União Europeia, União Africana e a Organização dos Estados Americanos em que se inclui o Brasil.   
Plano Global
ONU – Organização das Nações Unidas
A ONU foi criada ao final da 2ª Guerra Mundial (1945) com os objetivos de promover a paz e o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião. 
Em 1948 foi editada a Declaração Universal dos Direitos do Homem (Resolução n. 217-A de 10 de dezembro de 1948) da Assembleia Geral da ONU. A Declaração enuncia uma recomendação e não uma norma positiva, uma vez que não é um Tratado Internacional. No entanto, seu caráter vinculante é incontroverso, na doutrina nacional e internacional, inclusive em julgados do STF.
Órgãos Institucionais do Plano Global 
1. Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos 
É o principal órgão de defesa dos direitos humanos. Criado em 1993, tem sede em Genebra sendo chefiado pelo Alto Comissário das Nações Unidas. Este órgão tem função preventiva e repressiva com os Estados.
2. Conselho de Direitos Humanos
Criado em 2006 em substituição à antiga Comissão de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas. Órgão colegiado composto por representantes de 47 Estados, eleitos pelos membros da Assembleia Geral da ONU para mandato de 3 anos, reelegível para um período subsequente, com sede em Genebra.
Tem por objetivo promover negociações de tratados de direitos humanos, assim como o respeito aos direitos humanos por meio do acompanhamento do cumprimento dos compromissos internacionais celebrados pelos entes estatais. Por intermédio do sistema de “relatores especiais” que atuam junto aos diversos países em visitas in loco são emitidos relatórios encaminhados ao Conselho que poderá formular recomendações à Assembleia Geral.
3. Comitê de Direitos Humanos
É um “órgão de tratado”. Criado especificamente para monitorar a aplicação das normas de um tratado firmado perante a ONU. Neste caso, o tratado que lhe incumbe fiscalizar é o Pacto dos Direitos Civis e Políticos.
4. Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais
Também considerado um “órgão de tratado”. Criado com o objetivo de acompanhar os termos do Pacto dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais.
Plano Regional
Sistema Interamericano de Proteção aos Direitos Humanos
O Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Humanos é formado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos e pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, que são órgãos especializados da Organização dos Estados Americanos (OEA), com atribuições fixadas na Convenção Americana de Direitos Humanos.
Convenção Americana sobre os Direitos do Homem (Pacto de San José da Costa Rica)
A Convenção foi ratificada por 25 Estados. O Pacto reconhece e assegura um catálogo de direitos civis e políticos muito semelhante ao previsto pelo Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos da ONU.
Comissão Interamericana de Direitos Humanos
A Comissão é um órgão autônomo da OEA com o fito de promover a observância, a defesa e a promoção dos Direitos Humanos, assim como, servir de órgão consultivo da OEA sobre a matéria. Composta de 7 membros, com mandato de 4 anos, renovável por mais 4, eleitos pela Assembleia Geral da OEA. Está sediada em Washington. Não tem poder jurisdicional. Recebe as denúncias de violações de direitos humanos que lhe são apresentadas pelas vítimas, pessoas ou organizações não governamentais. Neste particular a função da Comissão é muito semelhante à atuação do Ministério Público. A Comissão, ao processar tais denúncias tem o poder de fazer recomendações aos Estados, e ao final, decidir se apresenta ou não o caso à Corte Interamericana. 
São funções da Comissão:
a) formular recomendações aos Estados sobre o cumprimento dos Direitos Humanos;
b) preparar estudos ou relatórios sobre Direitos Humanos;
c) solicitar informações aos Estados sobre o cumprimento de direitos e garantias.
d) resolver consultas dos Estados sobre Direitos Humanos;
e) apresentar um relatório anual à Assemblei da OEA.
f) receber petições individuais por qualquer pessoa ou de outros Estados-partes (para o recebimento de petição é necessário o esgotamento dos recursos na jurisdição interna com o máximo de seis meses após notificação da decisão e/ou haja demora injustificada na apreciação dos recursos).
Processo: quando admitida a petição, a Comissão solicita ao Estado envolvido informações sobre o problema, fixando prazo para envio. Com o recebimento das informações a Comissão pode arquivas a petição ou poderá dar início ao exame do caso, gerando um relatório final com suas recomendações. O estado envolvido pode aceitar e implementar as recomendações como pode submeter o caso à apreciação da Corte Interamericana.
Corte Interamericana
 
A Corte tem função jurisdicional (arts. 52 a 73 do Pacto de San José da Costa Rica). Trata-se de Tribunal composto por 7 juízes oriundos dos Estados-membros da OEA. A Corte tem competência jurisdicional e consultiva. O Brasil reconheceu a competência obrigatória da Corte para fatos ocorridos após 10.12.1998 sob reserva de reciprocidade. Reconhecendo violação à Convenção, a Corte poderá adotar medidas que se façam necessárias a restauração do direito, podendo inclusive condenar o Estado ao pagamento de compensação à vítima.
Estatuto de Roma e o Tribunal Penal Internacional (TPI)
O TPI foi criado pelo Estatuto de Roma em julho de 1998 e posto em vigor em julho de 2002.
Trata-se de uma Corte Internacional, independente, permanente, destinada a julgar crimes mais graves. Não faz parte da ONU e funciona com doações dos Estados-membros. É Corte subsidiária, dando preferência à jurisdição ao sistema nacional.
O Brasil se submete ao TPI, tendo ratificado o Estatuto em junho.2002, com previsão constitucional a partir de 2004.
Jurisdição do TPI  
Material: O TPI tem jurisdição sobre 4 crimes: genocídio, crimes contra a humanidade, crimes de guerra e crime de agressão.
Pessoal: vigora o princípioda responsabilidade criminal individual, só sendo possível julgar pessoas físicas.
Temporal: O TPI pode julgar apenas os atos cometidos após sua entrada em vigor e/ou caso o Estado-membro tenha aderido posteriormente ao Estatuto de Roma, a competência se restringe aos atos cometidos após a entrada em vigor do Estatuto no referido Estado.
Territorial: A nacionalidade do réu é irrelevante, basta que o crime tenha ocorrido no território de um Estado-membro ou que tenha aceito sua jurisdição.  São considerados como territórios os navios e aeronaves matriculados nos Estados.   
Previsão Constitucional
Artigo 5º, parágrafo 4 da CF: O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão

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