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Professor: Thiago Pereira 
Turma: PMPR 2020 
Data: HISTÓRIA 13/05/2020 
 
MUDE SUA VIDA! 
1 
 
HISTÓRIA DO PARANÁ 
Hoje é dia de estudar História do Paraná. É uma área 
de estudos específica no caso dessa prova e os assuntos 
vieram esparsos ao longo do Edital. Sendo assim, 
vamos estuda-los de forma conjunta, mas também 
relacionando aos períodos da História do Brasil e aos 
seus contextos. 
Os itens do edital PMPR 2020 referentes à História 
do Paraná, são os seguintes: 
1.2 Paraná: movimentos de ocupação do território; 
2.1 Paraná: dinâmica do tropeirismo; 
2.3 Emancipação política do Paraná; 
2.4 O ciclo da Erva Mate; 
3.2 A Guerra do Contestado. 
Agora meus alunos e minhas alunas, é manter o foco 
em dia, ir pra cima dessa prova e quebrar a banca! 
1. O COMEÇO DE TUDO 
O Estado do Paraná, da forma como conhecemos 
hoje, passou por um processo de construção, 
primeiramente ligado ao contexto das Grandes 
Navegações – séculos XV e XVI – o qual determinou a 
partir da chegada do Espanhóis na América (1492) a 
divisão do mundo entre portugueses e espanhóis. Para 
isso acontecer, foi traçada uma linha imaginária no 
sentido norte-sul, tendo como ponto de demarcação 
100 léguas a partir das Ilhas do Cabo Verde. Essa 
primeira divisão ficou conhecida como Bula Inter 
Coetera (1493). Os portugueses, percebendo que não 
teriam contato com as terras recém descobertas por 
Colombo, trataram de propor uma nova divisão, a qual 
foi realizada no ano seguinte. Ao invés de 100 léguas, 
seria tomado 370 léguas a partir do Cabo Verde, o que 
pode praticamente dividir o continente americano 
quase ao meio, entre Portugal e Espanha. Essa divisão 
ficou conhecida como Tratado de Tordesilhas (1494). 
O referido Tratado nunca foi respeitado. 
Continuaram as divergências, pois para a Espanha uma 
légua tinha 5572 metros e para Portugal 6600 metros. 
O documento também não definiu qual das ilhas do 
Cabo Verde seria o ponto de referência. Pelo Tratado 
de Tordesilhas quase todo o Estado do Paraná seria da 
Espanha. Apenas pequena parte do litoral seria de 
Portugal. 
Em 1750, Espanha e Portugal assinaram o Tratado 
de Madri, que anulou o Tratado de Tordesilhas e 
consagrou, como critério para posse das novas terras, 
o princípio do Direito Romano do Uti possidetis 
(ocupação efetiva e prolongada). Esse novo tratado 
acabou criando alguns problemas, principalmente com 
relação aos nativos aldeados, determinando o 
banimento dos índios cristãos dos Sete Povos das 
Missões. 
Mais tarde, em 1761, a Espanha impôs a Portugal o 
Tratado de El Pardo, que desconhecendo o Tratado de 
Madri estabeleceu o retorno do território das Missões 
Orientais à Espanha. 
Em 1777 a Espanha levou Portugal a assinar o 
Tratado de Santo Ildefonso, onde Portugal perdeu a 
colônia de Sacramento. Suas cláusulas foram ditadas 
pela Espanha. 
Para tentar resolver a questão definitivamente e de 
uma vez por todas, em 1801 os dois países assinaram 
o Tratado de Badajós, o qual ratificou o Tratado de 
Madri, dando posse definitiva da Província de São 
Pedro do Rio Grande aos Portugueses, junto com os 
Sete Povos das Missões e a Colônia de Sacramento ficou 
para os Espanhóis. 
Dessa forma, no processo de formação do Estado do 
Paraná, nossa história inicialmente deu-se sobretudo 
dentro do domínio espanhol. 
1.1 O PARANÁ ESPANHOL 
Levando em consideração o Tratado de Tordesilhas, 
uma pequena parte do que hoje é o Paraná ficou 
pertencendo aos portugueses, mal chegando ao início 
da Serra do Mar, menos ainda do que hoje é Curitiba. A 
maior parte do território foi ocupada pelos espanhóis 
que desenvolveram inicialmente expedições de 
reconhecimento e junto com elas a formação de 
cidades, e também a formação das reduções jesuíticas. 
A presença colonizadora espanhola em território 
hoje paranaense teve início na segunda metade do 
século XVI, quando o governador do Paraguai, Irala, 
resolveu fundar vilas na região do Guairá, as quais 
tinham por objetivo: 
 Subordinar os indígenas ali encontrados, 
pertencentes sobretudo à grande família tupi-
guarani. Estima-se um número de 200 mil, 
aproximadamente; 
 Deter as contínuas incursões portuguesas, 
preadoras de nativos, para oeste da linha de 
Tordesilhas; 
 Conseguir no futuro um porto marítimo para 
Asunción, no Atlântico, aparecendo a baía de 
Paranaguá como o local mais indicado para 
tanto. 
Um dos primeiros exploradores espanhóis foi 
Aleixo Garcia, que entre 1521 e 1525 a mando da Coroa 
Espanhola, percorreu a região Oeste, próximo às Sete 
Quedas das Missões, atravessando o Rio Paraná, 
rumando para a Cordilheira dos Andes. Alguns anos 
mais tarde, em 1542, o conquistador espanhol Pedro 
Alvarez Nuñes Cabeza de Vaca, percorrendo o Caminho 
de Peabiru, chegou às Cataratas do Iguaçu, sendo o 
primeiro a fazer um relato descritivo sobre essa 
maravilha da natureza. Tomou simbolicamente posse 
do rio Paraná, em nome do rei da Espanha. 
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Turma: PMPR 2020 
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Diante dos objetivos espanhóis, o adelantado 
(governador) de Asunción mandou em 1554 oitenta 
homens preparados em armas, os quais fundaram 
Ontiveros, a primeira vila espanhola, à margem 
esquerda do Rio Paraná. Logo em seguida, foi fundada 
Ciudad Real del Guairá, também à margem esquerda do 
Rio Paraná, próximo ao Rio Piquiri. Em 1576, próximo 
ao Rio Ivaí, foi fundada a Vila Rica do Espírito Santo. 
Esta denominação deve-se ao fato de os espanhóis 
terem encontrado na região grande número de cristais 
de rochas (ágatas), que julgavam ser pedras preciosas 
de imenso valor. Vila Rica tornou-se um importante 
centro escravista de índios. Desta maneira, formava-se 
então a Província Real del Guairá, território limitado ao 
norte pelo Rio Tietê, ao sul pelo Rio Iguaçu, à oeste pelo 
Rio Paraná e à leste pela Linha de Tordesilhas. No 
século XVII a província era um grande território, com 
suas cidades e as reduções jesuíticas. 
As autoridades espanholas encarregavam 
indivíduos de conquistarem as terras ocupadas pelos 
índios. Estes conquistadores eram chamados de 
adelantados, como foram por exemplo, Francisco 
Pizarro, Pedro Alvarez Nuñes Cabeza de Vaca, e muitos 
outros. De acordo com as determinações da coroa 
espanhola, a população indígena deveria ser 
catequizada, defendida contra os inimigos e treinada 
em uma atividade de trabalho. Em troca, os índios 
pagariam taxas ou prestariam serviços. Esse sistema 
chamava-se encomiendas, o qual não durou muito 
tempo, devido à ganância dos espanhóis, passando o 
índio à condição de escravo. 
Esse sistema também foi desenvolvido aqui no 
Paraná, na Ciudad Real e Vila Rica. Devido à resistência 
dos nativos em relação à aplicação desse sistema, o 
governador do Paraguai, Hernando Arias Saavedra, 
sugeriu ao governo espanhol que confiasse a 
pacificação e a conversão do indígena da região aos 
padres da Companhia de Jesus, o que foi aceito 
prontamente. 
Para ter eficiência nesse processo, os jesuítas 
experimentaram um novo sistema, o das reduções. Ele 
consiste em atrair o maior número possível de 
indígenas para uma povoação. Ali teriam uma moradia 
e ali produziria. O religioso também faria dali sua casa, 
não precisando deslocar-se frequentemente para 
outras regiões. Os jesuítas não foram bem aceitos na 
região, isso porque, acostumados com a exploração dos 
nativos, os espanhóis que faziam uso da encomienda 
não acharam boa a presença de padres defensores dos 
índios. Estes últimos, fugiam de suas encomiendas para 
as reduções, desfalcando a mão de obra nas lavouras e 
no cultivo da erva-mate. Vila Rica e Guairá entraram 
numa fase de decadência, até sua destruição final, pelos 
bandeirantes paulistas. 
Com a descoberta do ouro no litoral paranaense, 
esta região passou a ser visitada também por 
bandeirantes portugueses, cujo foco passou a ser as 
reduções jesuíticas. Merece destaque a atuação de 
Antônio Raposo Tavares em 1632 e o domínio doúltimo reduto que poderia oferecer resistência militar, 
a Vila Rica do Espírito Santo. Ademais, mesmo fazendo 
parte do território espanhol, como não existia mais o 
Tratado de Tordesilhas, esse território passou a 
receber acentuadamente a partir dos séculos XVIII e 
XIX a presença de portugueses, porém o processo de 
consolidação da ocupação brasileira só ocorreu 
definitivamente no século XX. 
Os primeiros núcleos indígenas fundados pelos 
jesuítas, foram os de Nossa Senhora de Loreto e Santo 
Inácio Mini, ambos localizados na margem esquerda do 
Paranapanema, sendo o de Loreto fundado em 1610, 
na foz do rio Pirapó. Nesta região, encontraram os 
jesuítas aproximadamente 200 famílias, já batizadas 
anteriormente por padres da companhia. Esta foi a 
primeira redução jesuítica entre os guaranis. O núcleo 
pioneiro prosperou rapidamente e tornou-se a capital 
das reduções, onde passou a residir o padre superior 
da província do Guairá. A coragem, a fé e um 
dinamismo invulgar dos padres rapidamente 
semearam, no vasto território das reduções, grande 
número destes aldeamentos, os quais chegaram à soma 
de treze, situados nas margens dos principais rios, 
como o Piquiri, Ivaí, Paranapanema, Tibagi e Iguaçu. 
Como consequência da atividade das bandeiras 
paulistas na região do Guairá, destacam-se: 
 O fracasso da primeira tentativa de 
colonização do Paraná, realizada pelos 
espanhóis e jesuítas. Hoje, os únicos 
vestígios desta atividade são algumas 
diminutas ruínas das reduções; 
 A incorporação do território que 
compreendiam as reduções ao Brasil, 
pelos tratados de limites de Madrid e Santo 
Ildefonso; 
 A volta ao abandono de toda uma vasta 
região, que já estava em adiantado 
processo de incorporação à civilização. 
2. A OCUPAÇÃO DO ESTADO 
Com a implementação do sistema administrativo de 
Capitanias Hereditárias pelo rei d. João III, o litoral sul 
ficou dividido em quatro capitanias, doadas a Martim 
Afonso de Souza e seu irmão Pero Lopes de Souza. Os 
dois quinhões que couberam a Martim Afonso 
iniciavam-se na altura de Macaé (RJ), indo até cerca de 
um terço da ilha de São Sebastião, abrangendo o cabo 
São Tomé, baía da Guanabara, Angra dos reis e o 
território onde mais tarde seria fundada a vila de São 
Paulo. 
A segunda parte iniciava-se na barra de São Vicente 
e terminava na barra da baía de Paranaguá. Ambos 
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esses quinhões foram chamados de Capitania de São 
Vicente. 
As duas partes que ficaram com Pero Lopes 
abrangiam 2/3 da ilha de São Sebastião até encontrar 
a linha imaginária e delimitadora de Tordesilhas, na 
altura do que hoje é Laguna em Santa Catarina. Este 
quinhão do sul era a mais austral do território 
português. Inicialmente esse quinhão também era 
chamado de Santana, mais tarde mudando para 
Capitania de Santo Amaro. Na parte mais ao norte da 
capitania de Pero Lopes estavam as vilas de Santos e 
São Vicente, e, na mais ao sul a vila de Paranaguá. 
Ambos não demonstraram interesse na ocupação 
do litoral paranaense e após a morte desses donatários 
surgiu uma disputa entre seus herdeiros. 
A ocupação do Paraná pelos portugueses deu-se a 
partir do litoral, em direção à região Oeste. Esse 
processo, o qual consiste na ocupação em três 
diferentes momentos ou frentes, é conhecido como “Os 
três Paranás”, caracterizando-se da seguinte maneira. 
 Paraná Tradicional: iniciou-se no século 
XVII, com a descoberta do primeiro ouro 
(Iguape, Paranaguá e Curitiba); vai até 
Guarapuava, passando pelo sul do Estado; 
 Norte do Paraná: não foi por causa do café 
paulista, mas sim pelos tropeiros de MG: 
• Mais velha do que se imagina; 
• Agricultura de subsistência 
Frente Sulista: iniciou-se a partir de 1950, 
migrantes do RS fixaram-se no Oeste e Sudoeste. Erva-
Mate e Madeira; Agricultura. 
3. O PARANÁ TRADICIONAL 
A ocupação do Paraná pelos portugueses, centrada 
em Paranaguá e Curitiba, teve como atrativo, o ouro, 
juntamente com a caça ao índio. Desde 1578 já existiam 
garimpeiros nas planícies do rio Nhundiaquara. A 
primeira sesmaria foi concedida a um caçador de 
índios, Diogo de Unhate em 1614. Foi este o primeiro 
proprietário de terras, do lado português, em território 
paranaense. 
3.1 O SURGIMENTO DE PARANAGUÁ 
Esta região já era frequentada desde 1554 por 
elementos vindos de São Vicente, Santos e de outros 
lugares. Estes elementos também mantinham um 
relativo comércio com os índios. Trocavam 
ferramentas, por algodão. Não foram, entretanto, estes 
preadores ou comerciantes que iniciaram o 
povoamento do litoral. 
Um dos herdeiros dos irmãos Souza, o Marquês de 
Cascais, criou em 1660 a Capitania de Paranaguá e 
nomeou Gabriel de Lara, Capitão-Mor e seu local-
tenente e sesmeiro, o qual era a figura de muito valor, 
pois em 1646 havia levantado Pelourinho e em 1648 
instituiu a Vila de Paranaguá. Ele foi confirmado no 
cargo pelo Governador do Rio de Janeiro, Salvador 
Correia de Sá e Benevides. Gabriel de Lara continuou 
no cargo até a sua morte em 1682, sendo a principal 
figura na história de Paranaguá e do Paraná, pois ele 
contribuiu também para a criação do Pelourinho em 
Curitiba em 1668. 
Isso acabou contribuindo para a ocupação de outros 
locais, como São Francisco do Sul em Santa Catarina. 
Devido às dificuldades para se explorar o metal e 
também pela pouquíssima quantidade, não apenas os 
mineradores, mas outros tipos como bandeirantes e 
jesuítas acabaram direcionando-se também para o 
primeiro planalto. Com a descoberta de ouro em Minas 
Gerais, houve uma mudança significativa não só no 
litoral paranaense como no Brasil todo. Devido a esse 
fato a população de Paranaguá dedicou-se sobretudo à 
lavoura e o de Curitiba à pecuária. Os moradores de 
Paranaguá e do litoral passaram, principalmente, a 
produção de mandioca. Paranaguá tornou-se o maior 
empório de farinha do sul do Brasil, abastecendo 
Santos, Rio de Janeiro, Colônia de Sacramento e até a 
Bahia. 
Outros núcleos povoadores, no século XVIII, 
também se tornaram cidades como Antonina e 
Morretes. 
3.2 A ORIGEM DE ANTONINA 
Tal qual Paranaguá, os primeiros desbravadores da 
região de Antonina, situada próxima de Paranaguá, 
foram faiscadores de ouro. Em meados do século XVII, 
foram concedidas três sesmarias em Antonina. Porém, 
o povoamento somente veio a ocorrer a 12 de 
setembro de 1714. Em 6 de novembro de 1797, o 
iniciante núcleo foi elevado à categoria de Vila, 
recebendo a denominação de Antonina, em 
homenagem ao príncipe d. Antônio, primogênito do 
então príncipe regente d. João e de sua esposa dona 
Carlota Joaquina. 
3.3 A ORIGEM DE MORRETES 
Morretes também teve sua origem semelhante à de 
Antonina. A região era percorrida por aventureiros e 
faiscadores de ouro. Também está relacionada às 
preocupações do ouvidor Rafael Pires Pardinho, o qual 
percorrendo a vila de Paranaguá em 1721, percebeu a 
necessidade de se povoar a região próxima ao rio 
Cubatão, não somente Morretes, mas também, Porto de 
Cima, Porto do Padre Veiga e Guaratuba. Em 1733 a 
Câmara de Paranaguá procedeu a demarcação do 
território. A nova comunidade prosperava lentamente. 
Em 5 de junho de 1769, erigiu-se uma capela sob a 
invocação de Nossa Senhora do Porto e Menino Deus 
dos Três Morretes. A partir daí o porte de Morretes 
começou a ter um maior desenvolvimento, com o 
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aumento do comércio, não sendo mais necessário 
deslocar-se, para muitos viajantes, até Paranaguá. Em 
1841, Morretes foi elevado a município, 
desmembrando-se de Antonina. 
3.4 O SURGIMENTO DE CURITIBA 
Existia em meados do século XVII no primeiro 
planalto uma série de núcleos garimpeiros, 
provisoriamente instalados, com sua população 
habitando choças cobertas com folhas de palmeira. 
Esta população vasculhava os cascalhosdos riachos à 
procura de pequenas pepitas de ouro. Nessa região 
também habitavam os índios tinguis, pertencentes à 
grande nação tupi-guarani. 
Os faiscadores de ouro, vindos do litoral, foram 
organizados e mantidos em ordem por Eleodoro Ébano 
Pereira, administrador das minas de ouro nos distritos 
do sul, na época, a única autoridade que representava 
o governo geral do Rio de Janeiro. 
De acordo com relatos mais tradicionais, Soares do 
Valle, importante membro de uma família paulista, 
desentendeu-se com o governador da Capitania e teve 
que fugir, devido à perseguição que lhe moveu o citado 
governador. Embrenhou-se pelos sertões 
desconhecidos, vindo sair nos Campos Gerais do 
Paraná, chegando à campina de Curitiba. Escreveu ao 
sogro para que viesse e trouxesse sua família. 
Estabeleceram-se na pequena povoação chamada de 
Vilinha, às margens do riacho Atuba. 
Como se trata de uma região muito úmida, seus 
moradores resolveram mudar a sede da dita vila. Para 
que tivessem sempre boa amizade com os nativos, os 
povoadores convidaram o cacique de uma tribo tingui, 
que habitava a região, para indicar-lhes o melhor local. 
O cacique aceitou o convite e, após muito procuraram 
um bom lugar, fincou uma vara no chão dizendo: “Coré-
etuba”, o que significa “muito pinhão aqui”. Dali surgiu 
o nome da futura capital dos paranaenses. 
Isso explica porque as relações entre brancos 
portugueses e os nativos na região foram boas. Após a 
fundação da vila, não existiu conflitos entre os 
faiscadores de ouro e os índios, diferente do que 
aconteceu em São Paulo, por exemplo! 
Com o decorrer do tempo outras famílias uniram-se 
a este núcleo populacional, e a essas famílias 
agregaram-se muitas outras, mais modestas, que 
forneciam mão de obra para a lavoura e a pecuária, 
junto com alguns escravos e índios. 
Em 1668, reuniram-se os moradores dessa vila para 
sua regularização. A lei portuguesa exigia um mínimo 
de 30 famílias para que uma localidade tivesse 
autoridades e Câmara Municipal. Esses 30 homens 
casados, tinham que ser proprietários de terras, sendo 
conhecidos assim como homens bons. Os outros, que 
não tinham bens, não eram considerados maus, mas 
por serem pobres não eram contados como aptos a 
votarem para a eleição das autoridades. Esses homens 
pobres, sem direitos políticos, eram chamados então 
de pés rachados. 
Foi solicitado que o capitão-mor de Paranaguá, 
Gabriel de Lara, erigisse o pelourinho ali, pelos homens 
bons. Este, não podendo negar o pedido, deferiu-o, 
porém como não desejasse dividir sua autoridade com 
uma Câmara Municipal de outro território, não elegeu 
nenhuma autoridade em Curitiba. Para que a ordem 
fosse mantida, indicou como seu representante Mateus 
Leme, a quem entregou o título de Capitão Povoador. 
Assim sendo, a situação de Curitiba ficou no mínimo 
estranha: tinha pelourinho, mas não elegeu 
autoridades. Mateus Leme exerceu sua autoridade de 
forma praticamente absoluta. Foi a primeira 
autoridade local, mas não para sempre. Já em avançada 
idade e diante de vários crimes de toda natureza se 
avolumando, e com a população já em número maior 
(90 fogões), Mateus Leme teve que oportunizar para a 
população eleições, pois o clamor era grande por parte 
destes últimos. Ao requerimento feito pelo povo, em 
1693, o ancião patriarca deu o seguinte despacho: 
Junte-se o povo. Referireis o que ao que pedem. 
Juntou-se o povo no dia 29 de março de 1693 na 
pequena capela de Nossa Senhora da Luz e Bom Jesus 
dos Pinhais, para eleger suas autoridades. Assim, 25 
anos depois do surgimento do Pelourinho, organizou-
se politicamente a vila de Curitiba. Mateus Leme 
solicitou ao Capitão-mor de Paranaguá, Francisco da 
Silva Magalhães, a legalização do ato, o qual concordou 
com a vontade e com as necessidades dos curitibanos. 
Foram escolhidos os componentes da Câmara 
Municipal, os juízes, o procurador da Câmara e o 
escrivão. 
3.5 OCUPAÇÃO DOS CAMPOS GERAIS 
A ocupação dos Campos Gerais, ou 2º planalto 
paranaense, deve-se à expansão paulista, atividade 
também conhecida como bandeirantismo. Os paulistas, 
pertencentes às famílias mais importantes, vão ocupa-
los com atividade econômica a partir das primeiras 
décadas do século XVIII. Nessa época, os Campos 
Gerais não passavam de um sertão bruto. Sua ocupação 
não seguiu o modelo tradicional de trazer família, 
escravos, padres, etc. Nesse território, não foi levada 
uma sociedade inteira. A ocupação desses campos foi 
encarada como um negócio para ser explorado e dar 
lucro. 
Para se obter uma propriedade, o interessado 
mandava um preposto seu, acompanhado de dois 
escravos. Escolhiam uma paragem, de seu agrado, e ali 
soltava algumas cabeças de gado bovino e cavalar. 
Alguns anos mais tarde, alegando posse, o proprietário 
requeria a concessão da sesmaria. Cada propriedade 
tinha entre 4 a 8 mil alqueires. 
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Ocorre que esses proprietários não moravam ali. 
Grande parte obteve a terra para garantir uma renda 
futura. Discorreu dessa situação uma disputa entre 
paulistas e curitibanos. Esses últimos teriam se 
queixado ao governo português, que a região nada 
lucrava dessas fazendas, pois seus proprietários 
moravam em outras cidades. 
Além das sesmarias, também se constituíram 
pequenas propriedades ou minifúndios, ocupadas por 
posseiros. Essa ocupação acabou criando problemas 
futuros e em decorrência disso, questões que serão 
resolvidas no século XX – como por exemplo, na Guerra 
do Contestado. 
A população de Curitiba era pobre e os 
proprietários das fazendas eram considerados ricos. 
Essas divergências manifestaram-se por ocasião da 
abertura da estrada de tropas que ligaria o Rio Grande 
do Sul com São Paulo. Alguns proprietários dos 
Campos Gerais eram contrários à abertura desse 
caminho, pois faria os preços de reses caírem em São 
Paulo e Minas Gerais, enquanto que para Curitiba a 
abertura desse caminho seria vantajosa, pois abriria as 
possibilidades de ampliação do seu comércio. 
Essa dependência do Campos Gerais em relação a 
São Paulo, ocorreu na região central e norte dos 
mesmos. Na parte sul (Lapa e Palmeira), tal fato não 
ocorreu, em decorrência da abertura da estrada São 
Paulo-Rio Grande, sendo bem maior a presença 
curitibana. 
A ocupação dos Campos Gerais deve também à 
pecuária, porém não desenvolvida na região, mas sim 
o gado que saía do sul do Brasil com destino à Sorocaba 
em São Paulo, no século XVIII, durante o processo de 
exploração do ouro. O tropeirismo consistia 
basicamente no fornecimento de gado de corte, gado 
de leite e gado muar para a região das minas. O 
transporte era feito em tropas de animais, guiadas 
pelos tropeiros pelo Caminho de Viamão. Devido à 
enorme distância, os tropeiros se viam obrigados a 
descansar a tropa em paragens ou também conhecidas 
invernadas. Com isso, núcleos urbanos acabaram 
surgindo com a necessidade de engordar o gado no 
Paraná para que tivesse bons preços em Sorocaba. 
Desses núcleos urbanos acabaram surgindo cidades 
como Castro e Ponta Grossa. No início do século XIX 
esta sociedade que nasceu paulista transformou-se em 
paranaense e recebeu forte influência rio-grandense. 
Nessa época, já estava integrada social, política e 
economicamente aos núcleos que formariam o Paraná. 
Apesar dessa integração, as populações não 
latifundiárias dos Campos Gerais eram pobres. 
As casas de Castro eram de pau a pique. Na Lapa, as 
primeiras casas de alvenaria surgiram em 1824. Mas 
em 1844, algumas casas de Palmeira, Ponta Grossa e 
Castro já eram de pedra e cal. 
Após a independência do Brasil e após a separação 
política do Paraná em 1853, os fazendeiros dos 
Campos Gerais tornaram-se a elite econômica e política 
do Paraná. Apesar da presidência da província ser de 
nomeação do governo imperial, o poder político 
regional era exercido de forma oligárquica, pela elite 
campeira. 
A regiãoenfrentou um processo de decadência, em 
relação ao contexto, que a partir de 1880, impôs várias 
dificuldades, como por exemplo, a perda dos mercados 
de São Paulo e Rio de Janeiro para outros centros 
criatórios no país; a queda da produção de gado; a 
decadência do mercado de muares, com o surgimento 
das ferrovias; o desenvolvimento e modernização da 
indústria da erva-mate; a ausência dos fazendeiros na 
indústria madeireira; e a introdução de imigrantes 
europeus que aceleraram a desagregação da 
tradicional sociedade campeira. 
No início do século XX a região passou a receber 
imigrantes europeus, dentre eles holandeses, alemães, 
poloneses e ucranianos, o que proporcionou um tipo de 
desenvolvimento industrial. Também é importante 
lembrar que a evolução tecnológica no campo, com o 
aparecimento de adubos sintéticos, proporcionou a 
transformação dos antigos campos de criatório em 
terras propícias para a agricultura. Isso tudo se soma 
ao surgimento de indústrias modernas, sobretudo as 
ligadas à transformação de produtos agrícolas. 
No processo de modernização dos Campos Gerais, 
Ponta Grossa tornou-se o principal centro urbano e 
econômico da região e atualmente é uma das principais 
regiões urbanas do Paraná. 
A ocupação dos campos de Guarapuava, parte inicial 
do 3º planalto, deve-se à três fatores. O primeiro fator 
está relacionado à criação da Colônia de Sacramento. 
Devido à necessidade de estabelecer contato com a 
região platina, por conta do declínio do comércio 
açucareiro, Portugal criou em 1680 a Colônia de 
Sacramento, dentro do território que originalmente, 
devido ao Tratado de Tordesilhas, pertencia à Espanha. 
Isso acabou contribuindo para o desenvolvimento da 
região, incluindo Santa Catarina, Paraná e o Rio Grande 
do Sul. A leva de pessoas para a região despertou 
interesses e conflitos. 
O segundo fator, ligado ao primeiro, está 
relacionado ao reconhecimento espanhol pelo Tratado 
de Madri (1750) das terras a oeste de Tordesilhas 
pertencerem a Portugal, terras estas que ficaram 
abandonadas desde a destruição das reduções 
jesuíticas pelos bandeirantes. De 1768 a 1774, Afonso 
Botelho de Sampaio e Souza, sobrinho de Morgado de 
Mateus, governador da Capitania de São Paulo, foi o 
responsável por estabelecer uma sequência de 
bandeiras com o objetivo de reanimar e desenvolver 
vilas (Lapa e Castro) e descobrir e reconhecer os 
campos de Guarapuava. 
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Das expedições empreendidas, merecem destaque: 
• Em 1768, do capitão Estevão Ribeiro 
Baião, que partiu ao interior com o 
objetivo de chegar até o rio Paraná, 
descobrindo às margens do rio Ivaí, 
campos que foram denominados Campos 
do Mourão; 
• Em 1769, de Antônio da Silva Peixoto, que 
desceu por todo o Iguaçu, chegando ao rio 
Paraná, onde foi preso pelos espanhóis; 
• Em 1771, de Francisco Martins Lustosa, o 
qual foi nomeado para chefiar uma 
expedição aos campos de Guarapuava. 
Abriu caminho até a Serra da Esperança, 
chegando aos campos em 1771. Fez uma 
roça na Serra da Esperança, esperando a 
chegada de Afonso Botelho. 
Afonso Botelho ainda pretendia estabelecer o 
domínio dos campos de Guarapuava, só que desta vez 
enviou Cândido Xavier, o qual chegou a ocupar os 
campos recém descobertos. No entanto, Xavier não 
recebeu os reforços militares solicitados e abandonou 
o lugar. Para d. Luís, governador da Capitania, não 
existia perigo algum e devido ao abandono de Cândido 
Xavier, ameaçou-lhe de prisão perpétua. 
Em decorrência da reação violenta do governador, 
o próprio Afonso Botelho revolveu efetivar a conquista 
de Guarapuava. Da mesma forma que d. Luís, Botelho 
também não acreditava que os indígenas fossem um 
obstáculo a qualquer expedição e por isso não foi 
devidamente preparado, presenciando uma 
emboscada feita pelos nativos. Deu tempo de fugir para 
se reorganizar. 
Toda essa expedição foi inútil, porque mais parecia 
uma excursão do que uma expedição. Seu lado bom foi 
que foi possível constatar a ausência de postos 
avançados dos espanhóis neste território inóspito. 
O terceiro fator vincula-se à chegada da família real 
ao Brasil e à ordenação de d. João para criar sesmarias 
para garantir o território diante da possibilidade de 
invasão de argentinos. O príncipe d. João, desejando 
ocupar definitivamente os campos de Guarapuava, 
dirigiu-se ao governador de São Paulo legalizando a 
caça e a escravização dos nativos. 
4. O NORTE DO PARANÁ 
A ocupação da região norte do Paraná está ligada à 
diferentes contextos. Ao contrário do que comumente 
se aceita, o início da colonização do norte não foi obra 
exclusiva da expansão da economia do café. O chamado 
norte pioneiro é mais antigo do que se possa conceber 
de primeira, porém, seu início se deu após o processo 
de colonização do Paraná Tradicional. O início da sua 
colonização data da década de 1840. 
4.1 O NORTE PIONEIRO 
As denominações dadas à região situada entre os 
rios Paranapanema, Itararé e Tibagi, compreendendo 
as cidades de Curiúva e Venceslau Braz, foram várias. 
Ela já foi chamada de região do Valuto pelos sertanejos 
paulistas, que também usaram o termo Panema 
derivado do nome do Rio Paranapanema. O usual, foi 
por algum tempo a expressão Norte Velho, mas 
mostrou-se pouco ética. Assim, estabeleceu-se Norte 
Pioneiro, o que não desmente o fato da ocupação do 
Norte como um todo ter se iniciado a partir dessa 
região. 
O interesse pela região foi despertado desde o 
século XVIII, quando a preocupação em consolidar as 
fronteiras brasileiras com o Uruguai, Argentina e 
Paraguai estavam na ordem das prioridades do 
Império brasileiro. Daí várias expedições fizeram 
incursões ao Brasil Meridional, e havendo diamantes 
no rio Tibagi, devido aos seus panelões de cascalho, era 
comum as expedições seguirem seu curso, ainda que 
fosse mais lógico, optarem pelos rios Negro e Iguaçu 
para ir do Paraná a Santa Catarina, ou rios Tietê e 
Paranapanema para chegar a São Paulo. 
A partir de 1840, a necessidade de aproximar a 
Província do Mato Grosso com o Litoral, mostrava-se 
crescente, principalmente diante da possibilidade de 
um conflito armado com o Paraguai. Neste momento, 
surgiu um personagem muito ligado ao Governo 
Imperial, e cujos interesses latifundiários no Paraná 
sempre ficaram muito evidentes chegando a ser 
apelidado de “papa terras”. Tratou-se do Barão de 
Antonina. O senhor João da Silva Machado, Barão de 
Antonina, na busca dos Campos do Paiquerê, contratou 
os serviços do sertanista Joaquim Francisco Lopes e do 
agrimensor e ex-marinheiro inglês João Henrique 
Elliot. Em 1846, estes haviam apontado um caminho 
terrestre-fluvial para o Mato Grosso. Essa empreitada 
necessitava de apoio governamental em decorrência 
da grande distância da civilização, da falta de picadas 
na região e do seu despovoamento. Por isso a 
necessidade da fundação de uma colônia agro-militar 
na região. 
Outro problema era a mão de obra. Para resolvê-lo, 
foi usado o sistema de aldeamento de índios às 
margens dos rios Tibagi e Paranapanema, 
possibilitando não só a mão de obra necessária, bem 
como guias seguros para navegação de tais águas e 
proteção contra possíveis ataques de tribos hostis. 
Dessa forma, em 1850, o Barão de Antonina deu início 
aos trabalhos preliminares de instalação da colônia. 
Em 2 de janeiro de 1851, pelo Decreto Imperial n° 751, 
foi autorizada a criação da Colônia Nossa Senhora da 
Conceição do Jataí, sendo fundada em 8 de dezembro 
de 1854 pelo sertanista Lopes. O nome Jataí, foi 
retirado de uma árvore frutífera com mesmo nome, 
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muito comum no vale dos Rios Ivaí e Tibagi, e era 
também o nome dado a um pequeno afluente do Rio 
Tibagi. Esta colônia tinha por diretor o major Thomas 
José Muniz. Como não havia índios naregião, foram 
trazidos índios Caiuás do Mato Grosso para o Tibagi. 
Assim, à margem esquerda do Tibagi, em frente à 
Colônia Militar do Jataí, foi erguido o aldeamento de 
São Pedro de Alcântara. O diretor do aldeamento era o 
italiano Domingos Antônio Luciani, nascido em 
Castelnovo e por isso chamado de Frei Timoteo de 
Castelnovo. 
Apesar de despovoada a região pertencia aos índios 
Kaingang, estes índios também eram chamados de 
Coroados por cortarem seus cabelos à moda dos frades 
franciscanos. Eram famosos por sua hostilidade e por 
sua inimizade com os Caiuás, e não tardaram a 
aparecer, o que deixou em pânico as populações que 
habitavam a Colônia. Entretanto, cansados de lutar 
com outras tribos e de passar fome, o que eles queriam 
era também aldearem-se, o que acabou sendo feito na 
Fazenda São Jerônimo, de propriedade do Barão de 
Antonina que ficava à 60 km de Jataí. Além da 
impossibilidade de retirar a força, os índios da fazenda, 
o Barão teria sido aconselhado a aceitar o aldeamento 
pelo fato de que a localização da mesma, em plena 
Serra dos Agudos, dava-lhe uma topografia acidentada, 
o que só fazia desvalorizá-la. Com a presença dos 
índios do aldeamento, haveria disponibilidade de mão 
de obra, o que poderia valorizar muito mais 
rapidamente outras propriedades do Barão próximas à 
região. Ressaltando-se que na época, terras de maior 
valor, eram os campos limpos e planos, prontos para 
uso agrícola ou pastoreio, justifica-se o ato de doação 
do Barão não ter nada de filantrópico. 
Entre os primeiros colonizadores dessa região 
haviam muitos mineiros. Os fazendeiros de Minas 
Gerais, donos de terras decadentes (cansadas), 
lançaram-se também ao tropeirismo. Buscavam gado 
no Rio Grande do Sul para revendê-lo no sudeste. De 
retorno, ao passarem pelo registro do Itararé, 
ampliavam sua presença mais para o norte, a fim de 
conhecer as terras vizinhas. Foram os primeiros a 
entrar no que se chamou de norte velho. Muitos 
gostaram e venderam suas terras para povoar a região 
entre o Itararé e o rio das Cinzas. 
Outro fator que os levaram a migrar foram as 
perseguições políticas após a Revolução Liberal de 
1842, pois tanto o levante paulista iniciado em 
Sorocaba e liderado por Feijó como o mineiro iniciado 
em Barbacena e liderado por Teófilo Otoni, foram 
sufocados pelo Barão de Caxias. Os líderes presos 
foram anistiados em 1844, ano em que os liberais 
voltaram ao poder. Essas pessoas dirigiam-se para o 
Valuto, nome que os sertanejos paulistanos davam a 
terras despovoadas da margem esquerda do 
Paranapanema. Quando chegavam à região ocupavam 
uma “água”. Este era o nome dado à terra posseada 
onde buscavam a cabeceira de um riacho, pois 
instalando-se na cabeceira eram donos da água, isto é, 
do terreno que margeava o riacho. A cidade de 
Jacarezinho está relacionada a esse contexto de 
ocupação de “águas” 
No passo dos Barbosa, onde hoje está a localidade 
de Santa Ana do Itararé, o governo criou uma estação 
arrecadadora para evitar o contrabando de 
mercadorias do Paraná para São Paulo. Próximo a 
confluência do Rio Itararé e Paranapanema, fixou-se 
uma mulher com sua família. Era Maria Ferreira, 
descendente de índios mineiros. Sua moradia na 
margem paranaense, ficou conhecida como Porto 
Maria Ferreira. 
Não havia nenhuma organização quanto a forma de 
colonização até 1866. Depois de 20 anos de existência 
da Colônia do Jataí, apenas 36 lotes haviam sido 
demarcados. A emancipação da Colônia do Jataí, 
deixou-a abandonada à própria sorte. Contrabando de 
produtos via Mato Grosso, corrupção e marasmo 
econômico, passaram a caracterizar a Freguesia, 
mesmo porque, isolada como estava da civilização, era 
difícil progredir. Em 1904, teve início a primeira 
penetração vinda de Ourinhos quando os fazendeiros 
de café fundaram Cambará, continuando a avançar em 
direção ao vale do Tibagi. A produção de café era 
escoada pela Sorocabana. Observa-se neste momento, 
a presença dos japoneses na região, que antecedeu o 
início da colonização e que se intensificou a partir de 
1912. A primeira cidade que os recebeu foi Ribeirão 
Claro. 
Durante a Primeira Guerra Mundial as antigas zonas 
cafeeiras do Estado de São Paulo, enfrentavam uma 
séria crise econômica, ocasionada pela queda dos 
preços do produto e o consequente prejuízo nas 
colheitas, possibilitando que com o empobrecimento 
dos grandes fazendeiros, os colonos se 
transformassem em pequenos e médios proprietários, 
enriquecendo-se, porque o período favorecia ao 
aumento dos preços dos cereais. Isto também pode ser 
notado com relação aos colonos japoneses que se 
beneficiaram da crise do café, pois ao ficarem vários 
anos sem receber salários, ao acertarem suas contas, 
adquiriram recursos suficientes para adquirir suas 
próprias fazendas no Norte Pioneiro. 
Além disso, seu desenvolvimento inicial também 
está ligado à produção de algodão, fumo, arroz, feijão e 
milho, que mesmo com dificuldade, ainda no século 
XIX, foi importante para o desenvolvimento econômico 
da região, a qual enfrentou várias dificuldades. A partir 
do século XX a suinocultura também foi desenvolvida. 
O destino do porco era Jaguariaíva, Itararé e até 
Itapeva. O negócio era tão atraente que a firma paulista 
de Francisco Matarazo, instalou-se na região com um 
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grande frigorífico em Jaguariaíva, em 1924, e não foi o 
único. 
4.2 O NORTE NOVO 
A região denominada “Norte Novo” limita-se ao 
Norte com o Rio Paranapanema, ao Sul com a cidade de 
Manoel Ribas, a Leste com o Rio Tibagi e a Oeste com o 
Rio Ivaí, compreendendo as cidades-polo de Londrina, 
Maringá, Apucarana e Ivaiporã. A denominação de 
“Novo” para essa parte da região vincula-se de certo 
modo à forma de sua colonização que foi diferente do 
chamado “Norte Pioneiro”. Boa parte desta região 
(compreendendo as cidades de Londrina, Maringá e 
Apucarana) foram colonizadas por uma companhia 
inglesa, portanto iniciativa privada. 
A região, que era povoada por índios coroados e 
caboclos, despertou interesse de empresas de 
colonização com a Companhia Marcondes de 
Colonização, Indústria e Comércio. Esta Companhia 
pertencia ao sertanista José Soares Marcondes. Como 
Marcondes não entendia do gerenciamento da 
Companhia, a presidência da empresa foi confiada a 
Custódio Coelho. Entretanto, este administrador não 
foi fiel à empresa, tirando proveito pessoal e desviando 
valores para viagens ao exterior à procura de crédito 
aos colonos. Suas despesas pessoais eram grandes e os 
empréstimos no exterior (Inglaterra) enormes, e com 
isso, descapitalizou a empresa de tal forma que, 
quando o dono e seus herdeiros perceberam quão 
grave era a situação, não havia mais como evitar a 
falência da Companhia, e nem tão pouco evitar a perda 
da concessão de 500 mil alqueires concedidos pelo 
governo estadual para projeto de colonização. O 
Governador, Afonso Camargo, ao considerar que o 
prazo para a colonização havia expirado, retirou-as da 
Companhia Marcondes e transferiu-as para uma 
companhia inglesa. 
Os ingleses em sua expansão imperialista, sempre 
buscaram a aplicação de seus capitais com retorno 
garantido. A primeira tentativa de colonização inglesa 
foi feita pela empresa Paraná and Mato Grosso Railway 
Survey (1873-1874). Esta companhia teria sido 
dirigida por um engenheiro chamado Mr. Lloyd, e teria 
fracassado por falta de organização, infraestrutura e 
uso de propaganda enganosa. Esse imperialismo 
traduzia-se no Brasil principalmente por dívida 
externa, que em 1924, era de 102.623.294 libras, sendo 
que haviam também débitos interno a serem saldados. 
Os pagamentos de juros e amortizações estavam em 
atraso ainda. 
A crise financeira que acometeu os países europeus 
após a Primeira Guerra, atingiu também a Inglaterra, 
impedindo-a de realizar altos investimentos no 
exterior. Porém, no Brasil era diferente, pois, devedor 
aos bancosingleses, dava margem a parcerias em 
projetos de colonização. Portanto, o principal objetivo 
da “visita” dos ingleses ao Brasil em 1923, num evento 
conhecido como “Missão Montagu”, foi solucionar a 
questão da dívida externa brasileira. A Missão Montagu 
foi organizada por bancos credores ingleses, o que vem 
confirmar seu objetivo. Não houve nenhum “convite” 
por parte do então Presidente da República, Arthur 
Bernardes. Nenhum dos representantes da missão 
possuía ligações diretas com a coroa inglesa. É bem 
verdade que pertenciam a aristocracia e eram pessoas 
renomadas e condecoradas por serviços prestados ao 
seu governo, e de certa forma isso dava à Missão um 
certo “ar de oficialidade” que ajudava a esconder sua 
verdadeira identidade: eram todos emissários dos 
banqueiros que sentiam seus créditos ameaçados. 
Os resultados da missão Montagu foram 
animadores para os visitantes pois, voltando a 
Inglaterra, os visitantes resolveram fundar a Brazil 
Plantations Syndicate Ltd.. Em 1924 o advogado João 
Sampaio instalou e colocou em funcionamento esta 
firma inglesa em São Paulo. No ano seguinte a 
companhia comprou três fazendas em São Paulo com o 
objetivo de produzir algodão, e também uma indústria. 
Este projeto, no entanto, não teve sucesso, o que fez 
com que houvessem mudanças nos planos. Foi então 
que o advogado João Sampaio persuadiu Arthur 
Thomas, representante da companhia inglesa no 
Brasil, a tentar comprar, terrenos de títulos duvidosos 
no Norte do Paraná, pertencentes à Companhia 
Marcondes de Colonização, Indústria e Comércio. 
Como essa companhia estava em dificuldades 
financeiras, colocou sua concessão de terras como 
garantia de empréstimos. As perspectivas de negócios 
foram então ampliadas, e o contato com o governo do 
Estado deu aos ingleses a possibilidade de adquirirem 
terras devolutas para serem colonizadas. 
Outro fator que atraiu a atenção dos ingleses foi a 
existência nessas terras de um ramal ferroviário. 
Visualizando a possibilidade de muitos outros 
empreendimentos, do que apenas o plantio do algodão, 
a Brazil Plantation Syndicate Ltd. Foi desativada, 
fundando-se a Paraná Plantation Ltd. No Brasil criou-
se a sua subsidiária, a Companhia de Terras Norte do 
Paraná – CTNP, que foi organizada por Arthur Thomas, 
auxiliado por João Sampaio e seu sócio Antônio de 
Moraes Barros. A quem defenda que o uso do termo 
Paraná se associa a ideia de uma preocupação com um 
projeto futuro de colonização e povoamento. Em 1925 
a CTNP adquiriu 350 mil alqueires de terras do Estado 
do Paraná e continuou comprando mais terras, até 
completar 544.017 alqueires. 
A forma como a CTNP organizou a colonização de 
suas terras é denominada Colonização-Dirigida, ou 
seja, realizada por empresas ou pelo poder público, 
cujo planejamento atende a vinda de colonos e onde as 
terras são divididas e organizados eficientes meios de 
comunicação e transporte, pois seu objetivo é a venda 
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das terras e o povoamento. As glebas compradas pela 
CTNP, foram pagas até três vezes: primeiro ao Estado, 
depois aos que possuíam títulos de posse verdadeiros 
ou duvidosos, e por fim aos posseiros. Isso deu 
credibilidade aos títulos de propriedade ofertados pela 
companhia. As glebas compradas foram divididas em 
pequenas propriedades com cerca de 30 hectares mas, 
existiam propriedades menores com até 5 a 10 
hectares. Foram separados também lotes urbanos 
(para dinamizar a atividade comercial) e lotes rurais. 
O objetivo do grupo estrangeiro no norte do Paraná 
foi obter o máximo de lucro. O norte quase foi usado 
pelos ingleses para se livrarem de uma população 
curda do norte do Iraque, os quais atrapalhavam seus 
planos de explorar o petróleo. Encontraram resistência 
intelectual paranaense e brasileira e desistiram. Com 
isso, paulistas, mineiros, nordestinos e estrangeiros 
foram beneficiados com a aquisição de mais de 12 mil 
km² das melhores terras do Brasil (terra roxa). A 
expansão do norte foi fruto da produção do café que, 
após ocupar o norte propriamente dito – Jacarezinho, 
Cornélio Procópio, Londrina, Apucarana, Maringá, 
Cianorte, Umuarama, Paranavaí, etc. – atravessou o rio 
Piquiri e adentrou na região oeste. Desse modo, pode-
se dizer que a colonização do Norte Novo envolveu a 
CTNP, o Governo do Estado, os pioneiros e os 
migrantes/imigrantes. Em um quarto de século, 
surgiram na região 110 núcleos urbanos. Desse, 62 
criados pela Companhia e os outros 48, por grupos 
organizados ou não. Como exemplo, pode-se 
mencionar a cidade de Londrina, sede do escritório da 
CTNP desde a chegada da primeira caravana da 
Companhia. No local chamado Patrimônio Três Bocas, 
que foi considerado o Marco Zero. Ela foi transformada 
em município só bem mais tarde, em 1934, sendo a 
primeira cidade fundada pela Companhia, e seu nome, 
uma homenagem ao capitalismo inglês. 
A propaganda de venda das terras foi feita tanto no 
Brasil quanto no exterior, a atraiu brasileiros de São 
Paulo, Minas Gerais e do Nordeste. Atraiu, também, 
imigrantes estrangeiros que já se encontravam no 
Brasil e fora dele. Era mais compensadora a venda para 
os europeus que fugiam das convulsões políticas e 
sociais originadas pela consolidação da URSS, pela 
ascensão do nazismo e fascismo e também camponeses 
expropriados pelo processo de desenvolvimento do 
capitalismo europeu. Exemplo disso foi a compra de 
terras paranaenses pertencentes à Companhia por 
judeus-alemães, que tentavam fugir às perseguições 
nazistas. 
A Segunda Guerra Mundial fez com que os ingleses 
revissem suas perspectivas econômicas e financeiras e 
além disso, a baixa venda de terras no período entre 
1930 e 1943 contribuiu para a colocação da empresa à 
venda. A nacionalização da CTNP fez com que ela 
passasse a se chamar Companhia melhoramentos 
Norte do Paraná. Para a Companhia Melhoramentos, 
ainda havia muita terra para vender, pois a CTNP, até 
1943 teria vendido somente 30% dos lotes. Desse 
modo, a empresa, agora nacional, deu prosseguimento 
ao projeto de colonização iniciado anteriormente pela 
companhia inglesa. 
4.3 O NORTE NOVÍSSIMO 
Trata-se da ocupação e colonização da região 
Noroeste do Paraná. Corresponde à Região do Vale do 
Rio Ivaí e compreende cidades como Paranavaí, 
Umuarama, Cianorte e Campo Mourão. De início essa 
parte do território, mais a Oeste, pertencia aos 
espanhóis (Tordesilhas), sendo que uma parte deste 
território fez parte da Província Real del Guairá. 
Durante o século XVII e XVIII, após os vários ataques 
dos bandeirantes, a região foi dominada para ser logo 
em seguida, abandonada. Ainda no século XVIII o 
governador de São Paulo, d. Luiz Antônio de Souza 
Botelho e Mourão, enviou o capitão-mor Afonso 
Botelho de Sampaio e Souza, para reconhecer a região. 
Como homenagem deste capitão, ao governador, a 
região ficou conhecida como Campos do Mourão. 
A partir de 1880, começou efetivamente o 
povoamento da região com expedições de Guarapuava, 
formada por criadores de gado. Foram eles os 
primeiros a se fixarem na região em 1903. A presença 
destas pessoas e o desenvolvimento econômico da 
região, criaram mecanismos de comunicação com o 
resto do Estado, questão precariamente resolvida com 
a abertura em 1906, de um picadão entre Campo 
Mourão e Pitanga, cidade da qual era distrito, e a 
construção da Estrada Boiadeira que ligava a região ao 
Mato Grosso. Essa deficiência de comunicação, deveu-
se a falta de infraestrutura que ocorreu na região até a 
década de 1960. 
A região ao que parece, ficou oficialmente 
esquecida, ressurgindo o interesse somente com a 
Marcha para o Oeste. Era a ideia de desbravar e 
colonizar as terras devolutas do Estado. O governo 
brasileiro, para agilizar esse processo, contratava 
obras, pagando às empreiteiras com terras. Como o 
pagamento era adiantado, empresas estrangeiras 
beneficiaram-se disso, adquirindo terrasno Estado do 
Paraná. O que foi o caso da Companhia Brasileira de 
Viação e Comércio S/A (BRAVIACO). A construção da 
Estrada de Ferro Central do Paraná, também foi 
iniciada mediante o pagamento com terras próximas à 
Umuarama, onde acabou originando as cidades de 
Pérola, Xambrê, Altônia e outras. A BRAVIACO também 
possuía uma gleba de 100 mil alqueires, chamada 
Pirapó. Situava-se entre os rios Paranapanema e Ivaí, 
vizinha das terras da Companhia de Terras Norte do 
Paraná. 
Apesar de oficialmente devolutas, as terras à 
Noroeste do Estado estavam ocupadas não só por 
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indígenas, como por grileiros, que de acordo com o 
depoimento de Joaquim da Rocha Medeiros, tentaram, 
em grupo armado, tomar posse de diversos pontos da 
margem do Rio Paranapanema. Não somente desta 
forma, mas as próprias companhias colonizadoras 
acabaram se confrontando pela posse de terras nesta 
região. 
5. FRENTE SULISTA 
Essa frente de ocupação abrange as regiões 
Sudoeste e Oeste. 
A terceira área do histórico-cultural originou-se em 
meados dos anos 1950. Uma nova frente pioneira 
adentrou em território paranaense, advinda do Rio 
Grande do Sul e Santa Catarina, estimulada pelos 
problemas com a mão de obra agrícola. 
Nessa região as principais populações eram 
oriundas de Guarapuava e dos Estados do Rio Grande 
do Sul e de Santa Catarina. Numericamente, a frente 
sulista foi de menor intensidade do que a nortista. Os 
migrantes oriundos desta frente de colonização 
fundaram e se estabeleceram em importantes núcleos 
no sudoeste e oeste do estado: Francisco Beltrão, Dois 
Vizinhos, Medianeira, Santa Helena, Toledo, Marechal 
Cândido Rondon, Cascavel, etc. 
5.1 O OESTE PARANAENSE 
Entende-se por oeste paranaense o território 
compreendido entre os rios Guarani, Iguaçu, Paraná e 
Piquiri. Durante a época imperial, a região ficou 
praticamente esquecida. A fronteira brasileira com a 
Espanha era o rio Paraná. Nenhuma estrada ou picada 
foi aberta durante o período imperial até as margens 
do rio Paraná. Por terra era inviável chegar até essa 
região. 
No século XIX, o Brasil assinou tratados de 
navegabilidade com a Argentina e o Paraguai. Esses 
países permitiram ao Brasil a navegabilidade dos rios 
Paraná e Paraguai, a fim de que os brasileiros 
pudessem chegar na isolada província de Mato Grosso. 
A Argentina obteve a permissão de navegar o rio 
Paraná. Desta forma, a região oeste do Paraná ficou 
mais exposta à penetração argentina, via fluvial do que 
à ligação terrestre com os grandes centros brasileiros. 
Atraídos pela erva-mate da região oeste, os 
argentinos de missiones chegaram na região por volta 
de 1881. Esse produto saía do Paraná como 
contrabando, pois não havia órgão instalado para fazer 
a devida cobrança de impostos. 
Como a foz do Iguaçu no rio Paraná era uma região 
estratégica, o governo imperial resolver instalar em 
1888 uma colônia militar no local. O incumbido da 
missão foi o capitão Belarmino Augusto de Mendonça 
Lobo, oriundo de Guarapuava. 
A expedição chegou a Foz do Iguaçu em 22 de 
novembro de 1889. A população encontrada na região 
estava composta por 324 habitantes. Em 1905, a 
população da Colônia Militar de Foz do Iguaçu já era de 
mil habitantes. 
Os colonos que ganharam lotes de terras nos 
domínios da colônia tinham por obrigação principal 
produzir agricultura de subsistência. Mas isso não 
estava ocorrendo. Os que saíram da colônia passaram 
a explorar a erva-mate e a cortar madeiras. 
Nas primeiras décadas do século XX, a erva-mate 
era o principal produto de sustentação da economia de 
uma obrage. No interior da propriedade organizavam-
se os ranchos. No rancho eram construídas casas 
rústicas onde residiam os mensus. Desse local, partiam 
estradas de penetração, onde em suas margens 
existiam os ranchitos. Colhia-se erva-mate ao redor dos 
ranchitos, numa distância de até dois quilômetros. A 
erva era colhida nas minas, que eram locais de maior 
concentração de pés nativos de erva-mate. 
Dos ranchos a erva-mate era transportada por 
caminhões até o porto, onde navios argentinos 
levavam para ser industrializada e comercializada na 
nação platina. 
Na década de 1930, as exportações de erva-mate 
entraram em decadência. A Argentina havia plantado 
milhares de ervais e começa a abastecer-se a si mesmo. 
Alguns obrageros do oeste paranaense apelaram 
para a exploração da madeira como substitutivo 
econômico. As madeiras de lei passaram a ser cortadas 
nos sertões do oeste com maior frequência e 
transportadas até as barrancas do rio Paraná através 
do sistema de alçapremas. Para o transporte fluvial, 
após centenas das toras estarem empilhadas, era uma 
montada uma jangada chamada de maromba, a qual 
poderia conter até duas mil toras, amarradas umas nas 
outras. 
Em 1928, a região oeste estava quase isolada da 
Capital do Estado. Essa situação começou a mudar a 
partir de 1946, quando alguns empresários do Rio 
Grande do Sul, liderados por Alberto Dalcanale e Willy 
Barth, compraram de Jorge Schmmelpfeng a Fazenda 
Britânia, com mais de 250 mil hectares e organizaram 
a Industrial Madeireira Colonizadora do Rio Paraná 
(MARIPA), com sede em Porto Alegre e escritório em 
Toledo. 
No período de 1946 a 1949 a MARIPA só extraia 
madeira principalmente o cedro, com mão de obra 
paraguaia, que era exportada para o cone sul. Entre 
1950 e 1970 foi o auge da colonização. Foram vendidos 
cerca de 10 mil lotes, com tamanhos entre 10 e 25 
hectares. Na região predominada a pequena 
propriedade. A ocupação foi rápida. Chegavam 
diariamente 50, 100 e até 200 pessoas, principalmente 
do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. 
 
 
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5.2 OCUPAÇÃO DO SUDOESTE 
A região sudoeste desde 1891 era quase um único 
município, Clevelândia. Possuía muito pinheiro, erva-
mate e outras madeiras de lei. Sendo uma região muito 
fértil e rica, foi muito disputada, causando conflitos 
jurídicos, políticos e sociais. Essa região serviu de palco 
para importantes disputas territoriais, envolvendo ela 
mesma, como foi o que aconteceu na Questão de 
Palmas; Paraná e Santa Catarina disputaram a posse de 
um território que abrangeria a região sudeste. Depois 
da Guerra do Contestado, os dois Estados assinaram o 
acordo de fronteira no dia 20 de outubro de 1916. 
Afonso Camargo assinou pelo Paraná e Felipe Schmidt 
firmou por Santa Catarina. O Referido acordo foi 
confirmado pelo então presidente da República, 
Venceslau Braz, sendo que a maior parte das terras em 
litígio passou para Santa Catarina. 
A companhia de Estradas de Ferro São Paulo – Rio 
Grande (CEFSPRG) era uma subsidiária da 
multinacional Brazil Railway Company. O governo do 
Paraná assinou contratos com a CEFSPRG para a 
construção de estradas de ferro e para isso transferiu 
terras para esta companhia. Em 1913, Carlos 
Cavalcanti de Albuquerque, presidente do Paraná, 
titulou parte da gleba Chopim com a área de 715.080 
m². Mais tarde, em 1920, o presidente do Paraná 
Caetano Munhoz da Rocha, titulou para a mesma 
companhia estrangeira e gleba Missões, com mais de 4 
milhões de m². Juntos, os dois territórios 
representavam quase todo o atual Sudoeste do Paraná. 
Após a Revolução de 1930, o General Mário 
Tourinho assumiu o governo do Estado como 
interventor, e uma de suas primeiras medidas foi 
estudar as concessões de terras feitas à CEFSPRG, 
constatando irregularidades, inclusive o não 
cumprimento do contrato por parte da referida 
companhia. A saída foi anular as concessões através de 
decretos. Missões e Chopim não pertenceriam mais à 
CEFSPRG. Com essa medida o território do Sudoeste do 
Paraná voltou ao domínio do poder público. 
A ocupação efetiva da Região Sudoeste passa por 
três momentos significativos. O primeiro foi a criação 
da ColôniaAgrícola Nacional General Osório (CANGO). 
Determinado por Getúlio Vargas, o decreto n° 12.417 
de 1943 criava a Colônia Agrícola. Como a propriedade 
da terra na região estava sendo questionada na justiça 
(CEFSPRG X Estado do Paraná), e por essa razão os 
primeiros habitantes não podiam receber a escritura 
da terra, sendo quase todos posseiros. Muitos deles 
vieram do Noroeste do Rio Grande do Sul, sendo eles 
descendentes de europeus. 
A CANGO realizou um eficiente trabalho de 
povoamento e colonização, construindo obras de 
infraestrutura, dinamizando a vida social e cultural da 
comunidade, dando início para o grande progresso que 
o Sudoeste possui hoje. Mas ainda teriam outros órgãos 
importantes, presentes em outras etapas da 
colonização. 
A Clevelândia Industrial Territorial Ltda. (CITLA) 
apareceu na região em 1950 como proprietária de 
cerca de 500 mil há de terra, apresentando título 
fornecido pelo Governo Federal. Isso foi possível 
devido ao episódio conhecido como “A maior 
bandalheira da República”. Esse título conseguido de 
forma ilegal foi conseguido através de uma negociata 
em que a CITLA recebeu como forma de pagamento de 
uma dívida relacionada à ação entre a CEFSPRG e José 
Rupp, o qual ganhou a decisão judicial, mas não 
recebeu o valor da indenização, cedendo o seu crédito 
para a CITLA. Esta era de posse do governador na 
época Moisés Lupion, recebeu as glebas de Missões e 
Chopim. 
Como a legalidade do referido título dado a CITLA 
foi questionada pelo TCU e pelo Congresso, o governo 
pediu a anulação do mesmo. Em 1952, a CITLA entrou 
na justiça par garantir seus direitos e mais uma vez a 
região ficou “sub júdici”. Apesar da terra estar nessa 
condição, a CITLA continuou atuando na região e a 
partir de 1956 a situação se agravou, com a entrada de 
duas outras companhias – a Comercial e a Apucarana – 
as quais passaram a forçar os posseiros a compra das 
terras. 
Durante o governo de João Goulart foi criado o 
Grupo Executivo para as Terras do Sudoeste do Paraná 
(GETSOP), com finalidade de programar e executar os 
trabalhos necessários para a efetivação da 
desapropriação. O GETSOP mediu, demarcou e dividiu 
em lotes 350 glebas, 8 patrimônios e 30 povoados, 
somando mais de 545 mil ha. Isso fez com que 
Francisco Beltrão e Dois Vizinhos recebessem a maior 
quantidade de títulos. 
O GETSOP ajudou de todas as formas o Sudoeste do 
Paraná, construindo escolas, oferecendo subsídios em 
dinheiro vivo e promovendo uma verdadeira reforma 
agrária. Os mais de 50% de posseiros do Paraná que 
viviam no Sudoeste, passaram a ser detentores de suas 
propriedades. Essa mudança na posição jurídica dos 
lavradores em relação à terra, acarretou mudanças em 
todo o processo produtivo. Aumentaram os créditos, a 
quantidade de tratores e o tamanho das propriedades. 
6. EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DO 
PARANÁ 
Com a expansão da pecuária nos Campos Gerais, 
com os trabalhos dos tropeiros curitibanos no 
comércio de gado, assim como com o crescimento da 
produção e da comercialização da erva-mate, criou-se 
uma infraestrutura que permitia sonhar com a 
autonomia política da Comarca de Curitiba. Uma das 
primeiras manifestações foi a de Pedro Joaquim de 
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Castro Correa e Sá, em 1800, pois o mesmo pretendia 
ser o capitão-mor da nova Província. 
A mudança do governo Português para o Brasil em 
1808, facilitou a mobilização dos que desejavam 
transformar a Comarca em Província. Em 1811 a 
Câmara de Paranaguá formulou uma representação ao 
Príncipe Regente d. João, onde explicaram-lhe as 
vantagens que adviriam com a criação de uma nova 
capitania com sede em Paranaguá. 
A Câmara de Paranaguá apoiou Correa e Sá, 
inclusive concedendo-lhe uma procuração a qual 
autorizava-o a agir, no Rio de Janeiro, em nome da 
Câmara. Isso resultou, em 1812, na criação da 5ª 
Comarca, ou Comarca de Paranaguá e Curitiba. 
Outro movimento que também foi importante no 
processo de emancipação foi a Conjura Separatista em 
Paranaguá em 1821. As autoridades da comarca 
realizaram então várias reuniões secretas. 
Deliberaram procurar o comandante da guarda do 
Regimento das Milícias, o Capitão Bento Viana, para 
solicitarem seu imprescindível apoio, expondo-lhe 
seus argumentos em prol da emancipação da comarca, 
os quais podem ser resumidos: 
1- A ignorância e o despotismo dos 
comandantes militares da comarca, que não 
procuram o bem do povo; 
2- A falta de justiça, devido à dificuldade que 
havia em impetrar recursos, perante as 
autoridades de São Paulo; 
3- O fornecimento, pela comarca, de grande 
número de praças de guerra às milícias 
portuguesas, sobretudo para as entradas que 
desbravavam nossos sertões do Iguaçu, 
ficando muitas famílias na miséria; 
4- A falta de moeda na comarca, devido às 
grandes somas que eram remetidas, como 
impostos, para São Paulo; 
5- O abandono em que se encontrava a comarca 
pela administração de São Paulo, surda que 
era aos apelos e queixas populares. 
Acabaram convidando-o para dar o brado de 
separação, por ocasião das solenidades de juramento, 
quando todos o apoiariam e conseguiriam desta forma 
o desmembramento de São Paulo. Terminada a 
solenidade de juramento, quando as autoridades e 
povo juraram publicamente fidelidade às bases da 
Constituição do Reino de Portugal e Algarves, o 
comandante da Guarda do Regimento de Milícias, 
Capitão Bento Viana, em nome do movimento, 
defendeu em seu discurso a emancipação. Ele ficou 
falando sozinho. As autoridades da comarca haviam 
procurado ele, pedindo o seu apoio, mas diante do seu 
discurso, faltou a elas coragem para se imporem e 
defenderem coletivamente. O movimento não passou 
de uma conjura. 
Apesar do desfecho nada favorável do movimento 
de 1821, o ideal emancipacionista não havia 
desaparecido. 
As câmaras de vereadores de Paranaguá, Morretes, 
Antonina, Vila do Príncipe (Lapa), Curitiba e Santo 
Antônio do Iapó (Castro), solicitavam com frequência a 
autonomia, já agora ao governo imperial brasileiro. A 
Secretaria de Negócios do Império procurava as mais 
variadas informações sobre a situação em que se 
encontrava a Comarca de Curitiba. 
Já no período imperial, dois fatos foram 
importantes para o processo de emancipação do 
Paraná. A partir do momento em que as forças 
econômicas ligas à pecuária e às atividades ervateiras 
abraçaram a causa e devido aos acontecimentos 
relacionados à Revolução Farroupilha (1835-1845) e à 
Revolução Liberal de 1842. Se a 5ª Comarca se unisse 
a essas revoluções uniria o Sul ao Centro e colocaria em 
perigo o poder do Império e a unidade nacional. As 
autoridades fizeram uma barganha, trocaram a 
promessa de emancipação política pela neutralidade 
da 5ª Comarca. 
Nesta fase, dois nomes foram extremamente 
importantes, se interessando pela autonomia: são eles 
Francisco de Paula e Silva Gomes e Manuel Francisco 
Correia Júnior. 
A atuação do tropeiro Paula Gomes foi no mínimo 
digna. Muito bem relacionado nos meios comerciais e 
políticos do RS, SP e do RJ, em suas andanças, 
empenhava-se a fundo na propaganda pela 
emancipação, distribuindo folhetos sobre a causa. 
Chegou quase a gastar toda a sua fortuna e quando ela, 
a emancipação aconteceu, continuou com sua vida de 
tropeiro, tentando dessa maneira recuperar a fortuna 
gasta na causa vitoriosa. 
Correia Júnior foi coronel da Guarda Nacional. Por 
conta da revolução liberal de 1842, armou e manteve 
às próprias custas, um batalhão legalista. No Rio de 
Janeiro, sempre procurou conseguir adeptos, na Corte 
e entre os políticos, para a causa da 5ª Comarca. Devido 
a ameaça da Revolução Farroupilha se alastrar e 
chegar até Paranaguá e Curitiba, as forças militares de 
Correia Júnior seriam estrategicamente importantes, 
por isso em troca do apoio ao governo imperial, foi 
prometida pelo próprio presidente de São Paulo, o 
Barão de Monte Alegre, o qual ao final da RevoluçãoFarroupilha, cumpriu sua promessa, solicitando ao 
Ministro do Império a elevação da comarca de Curitiba 
à categoria de província. Quase dez anos após essa 
“batalha” na luta pela emancipação, a vitória final 
enfim aconteceu. 
O governo imperial solicitou todas as informações 
necessárias às câmaras municipais da comarca, e em 
1843 o projeto começou a ser discutido no legislativo. 
A luta parlamentar, discussão e aprovação do projeto 
ainda levaria uma década. A maioria dos deputados 
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paulistas procurava entravar ou retirar o projeto a 
qualquer custo. Seu principal temor era que São Paulo 
não pudesse subsistir sem a contribuição da comarca 
de Curitiba. Depois de inúmeros argumentos pró e 
contra, o governo imperial manifestou-se 
favoravelmente à nova província, por ser esta limítrofe 
da República do Paraguai e da Argentina. Os deputados 
paulistas, desesperados, apresentaram um outro 
projeto, que criava a província de Sapucaí, a qual seria 
desmembrada de Minas Gerais. O projeto da província 
de Sapucaí e a mudança da política na Câmara, onde 
voltou a predominar a corrente liberal, fez com que o 
projeto da 5ª Comarca fosse relegado a segundo plano. 
Apesar das dificuldades legislativas, Correia Junior 
e Paula Gomes continuam sem esmorecimento a 
propaganda pela emancipação, sobretudo na imprensa 
do Rio de Janeiro e de São Paulo. 
Somente em 1850 o assunto voltou a ser debatido 
no Congresso, agora no Senado. Fora apresentado 
nesta Câmara um projeto que criava a província de 
Amazonas. Voltou, então, a ser debatido o problema da 
emancipação da comarca de Curitiba. 
Os mais dinâmicos batalhadores e defensores da 
causa curitibana foram Cruz Machado e o senador 
Carneiro de Leão, os quais lutavam contra os inúmeros 
entraves colocados pelos representantes paulistas. Em 
1850 foi aprovado o projeto que criava a província do 
Amazonas, ficando o Paraná ainda em discussão, 
enfrentando inúmeros entraves. 
Finalmente, a 2 de agosto de 1853 foi o projeto 
aprovado, tornando-se o Paraná a mais jovem 
província do império. A instalação solene foi realizada 
em 19 de dezembro do mesmo ano, ocasião em que o 
primeiro presidente, Zacarias de Goes e Vasconcelos 
foi empossado. 
7. EVOLUÇÃO DA PROVÍNCIA DO 
PARANÁ 
O período provincial do Paraná teve uma duração 
de 36 anos, de 1853 até 1889, quando o Brasil se 
tornou uma república. Neste período, teve o Paraná 41 
presidentes de província, o que significa em média, 
aproximadamente, oito meses e meio para cada gestão 
presidencial. Este fato é uma demonstração cabal da 
instabilidade dos governos provinciais, bem como de 
sua ineficiência administrativa. O presidente que mais 
governou foi Adolfo Lamenha Lins, que permaneceu na 
chefia pouco mais de dois anos e dois meses. Um tempo 
tão exíguo não é suficiente para qualquer ação 
administrativa tratada com eficiência. Os presidentes 
de província eram escolhidos entre os elementos 
pertencentes ao partido político dominante no cenário 
nacional e nomeados pelo imperador. 
Com a conquista da emancipação política do Paraná 
e a posse do primeiro presidente, teve início o trabalho 
mais importante, qual seria, estruturar o novo poder 
político administrativo de acordo com a legislação em 
vigor. 
A partir da criação da Província, o Paraná passou a 
ter, além do presidente nomeado pelo Imperador, o 
direito de eleger um Senador, um Deputado para a 
Assembleia Geral e uma Assembleia Provincial com 20 
membros. O Presidente na prática era um delegado do 
Imperador, no qual seu principal trabalho era garantir 
a vitória eleitoral dos candidatos do governo. 
Quando houve a emancipação, o Paraná possuía a 
seguinte estrutura, reunindo ao todo pouco mais de 62 
mil habitantes em: 
• Duas cidades: Paranaguá e Curitiba; 
• Sete vilas: Antonina, Guaratuba, Morretes, 
São José dos Pinhais, Lapa, Castro e 
Guarapuava. 
• Seis freguesias: Campo Largo, Palmeiras, 
Rio Negro, Ponta Grossa, Jaguariaíva e 
Tibagi. 
Para a escolha dos seus representantes ao Poder 
Legislativo, de acordo com a lei em vigor, eram poucos 
os eleitores, apenas 135. Além disso, a eleição era 
indireta, e os cidadão ativos escolhem em assembleia 
paroquial os eleitores da Província os quais elegem os 
parlamentares. 
O Paraná foi grandemente beneficiado por ter como 
seu primeiro presidente o baiano Zacarias Goes de 
Vasconcelos, homem de grande visão política e 
administrativa, que soube orientar os primeiros passos 
da jovem província de maneira dinâmica e eficiente. 
Entusiasticamente recebido em Paranaguá e 
Curitiba, tomou já no dia seguinte ao de sua posse 
importante decisão ao encarregar pessoas 
competentes de realizarem um estudo minucioso das 
condições e possibilidades das estradas que ligavam 
Curitiba ao litoral. Nessa época, no Paraná, não havia 
estradas próprias para o trânsito de carros de boi, por 
falta de condições técnicas. Este fato dificultava 
sobremaneira a colonização, o escoamento de safras 
agrícolas e o comércio da região. O transporte existente 
era feito exclusivamente por tropas de muares. 
Zacarias compreendeu desde o início a urgência e a 
necessidade de ligar Curitiba ao litoral, qual seja, de 
uma rodovia que ligasse o planalto com um porto de 
embarque. O presidente Zacarias chegou a afirmar que 
não via razão para a criação da província se o planalto 
e o litoral não se comunicassem por rodovia de 
primeira qualidade. 
Outro importante acontecimento no início do seu 
governo foi a confirmação da cidade de Curitiba como 
capital, apesar das pretensões que tinham a essa 
regalia as cidades de Paranaguá e Guarapuava. Esta 
decisão foi aprovada pela Assembleia Legislativa. 
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As relações do Presidente Zacarias com a 
Assembleia Provincial foram harmoniosas e 
independentes, o que muito contribuiu para a 
organização da nova Província. Isso é tão verdade que 
no encerramento dos trabalhos da primeira 
legislatura, o presidente da casa, deputado Joaquim 
Jose Pinto Bandeira, no seu discurso, elogiou esse bom 
relacionamento, solicitando ao governo Imperial sua 
permanência. 
Não foi tarefa fácil criar todos os serviços públicos, 
prover as necessidades da justiça, da instrução 
popular, da polícia, da viação, da catequese, enfim fazer 
reinar a ordem no meio daquele caos que sobrevivia 
quase inalterado desde o Regime Colonial. 
Além disso, no governo do primeiro presidente 
também foi feito: 
A divisão da província em três Comarcas: 
• Curitiba, Paranaguá e Castro; 
• A criação de uma Companhia Policial, a fim 
de proporcionar aos cidadãos maior 
segurança individual; 
• O início da construção da estrada da 
Graciosa; 
• A organização de várias escolas primárias 
e a criação das cadeiras de francês inglês. 
7.1 A INSTALAÇÃO DA CAPITAL 
O primeiro problema a ser enfrentado e resolvido 
pela Assembleia Provincial diz respeito a primeira 
capital da Província. Três cidades disputava o páreo: 
Guarapuava, Paranaguá e Curitiba. Na prática a disputa 
era entre o litoral e o planalto. Além de estarem 
separadas pela serra do mar, elas também tinham 
posições políticas diferentes. 
Influenciado pelos liberais dos Campos Gerais, 
Zacarias inclinou-se em apoio à Curitiba, escolhida 
como capital da província em 1854. Os argumentos do 
próprio presidente da província sobre Curitiba eram 
realmente favoráveis: 
• Ficava mais no centro da província, em 
posição avantajada com relação a 
Paranaguá, sendo que esta última só se 
comunicava com as vilas do litoral; 
• Era Curitiba o município mais populoso, 
possuindo grande parte dos eleitores; 
• A localização de Curitiba tornava mais fácil 
a distribuição da justiça, bem como 
facilitava a administração da província; 
• Guarapuava estava muito afastada, 
localizadaem território pouco explorado e 
próxima dos países estrangeiros vizinhos. 
 
 
 
7.2 O PARANÁ NO PERÍODO REPUBLICANO 
Durante o período republicano, o Estado 
acompanhou o desenrolar do que acontecia no 
restante do Brasil, ou seja, influenciado pela política 
central. 
Na Primeira República (1889-1930), predominou a 
atuação de Vicente Machado e Xavier da Silva. Neste 
período marcado por disputas um fato chama a 
atenção: a criação da Universidade do Paraná em 1912. 
No período getulista (1930-1945), o governo do 
Paraná teve a figura polêmica de Manoel Ribas por 13 
anos. Devido a seu modo prático de governar, tornou-
se rapidamente popular, apesar de ser por vezes 
ríspido e grosseiro. Foi no seu governo que se 
solidificou a Companhia de Terras do Norte do Paraná. 
A maior aceleração da colonização do norte trouxe 
rapidamente a supremacia econômica do Estado para 
o café, que encontrou ali seu habitat perfeito. 
Em 1943, Getúlio resolveu criar novos territórios 
federais, nas regiões de fronteira, alegando 
oficialmente a necessidade de fortalecer as mesmas e 
acelerar o progresso nos territórios limítrofes, para 
maior segurança nacional. Foram criados os territórios 
federais do Amapá, Rio Branco, Guaporé, Fernando de 
Noronha, Ponta-Porã e Iguaçu, este último em 
território do Paraná e Santa Catarina. 
Com o fim do Estado novo, o Paraná teve os 
governos eleitos de Moisés Lupion, Bento Munhoz, e 
novamente Moisés Lupion, tendo como característica 
fundamental a preocupação com o setor agrícola e o 
transporte ferroviário 
No período que marcou a passagem da democracia 
para a ditadura, Ney Braga e Paulo Pimentel foram os 
governadores, tendo como importantes preocupações 
a industrialização do Paraná e a construção de 
rodovias. 
De 1974 a 1982, foi a vez dos governadores Ney 
Braga e Jaime Canet Junior, nomeados e que marcaram 
o auge do poder da ditadura militar, no período do 
“Milagre Brasileiro”. 
De 1982 a 1994 os governos eleitos de José Richa, 
Álvaro Dias e Roberto Requião, marcam a conquista e 
a volta da democracia no Paraná. 
Em seguida vieram os 8 anos do governo Lerner, 
que marcou a consolidação da democracia. 
No desenvolvimento econômico do Paraná, além da 
extração de ouro, da criação de gado e do tropeirismo, 
teve importância a cultura da erva mate, bem como 
outros produtos. 
8. ERVA-MATE 
Pode-se dizer que para se conhecer a história do 
Paraná, principalmente do Paraná Tradicional, é 
necessário se conhecer a produção, embalagem, 
transporte, e comercialização da erva-mate. Durante 
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mais de cem anos – de 1820 a 1930 – a erva-mate foi 
absoluta na economia e em toda a vida paranaense. Era 
a principal riqueza produzida. Toda a vida econômica, 
social, política e cultura, girava em torno da erva-mate. 
Conhecendo o processo cultural da erva-mate, 
conhece-se a História do Paraná daquele período. Foi o 
ciclo mais autônomo, mais prolongado e estável da 
história do Estado. Ao contrário do ciclo do ouro, do 
gado, da madeira ou do café, a economia ervateira não 
esteve sob o controle de outros Estados, permitindo 
que o Paraná criasse em torno dela sua própria elite 
dirigente, com influência sobre as diretrizes 
governamentais que melhor convinham a seus 
interesses, embora pudesse ser vítima de seus 
próprios erros. 
O mate estimulou o desenvolvimento de uma nova 
classe social: a burguesia. O mate foi tão importante 
que a própria Província do Paraná, foi criada em 1853, 
em seu nome e sobre a sua influência. A Erva do 
Paraguai, como também é chamada a “Ilex 
paraguaiensis”, foi o mais original complexo cultural na 
região de Curitiba e dos Campos Gerais. Trata-se de um 
arbusto que chega até 12 metros de altura, cujas folhas 
constituem sua parte mais importante. É uma riqueza 
espontânea que se renova em cada safra. Quanto mais 
cedo se colhe, mas abundante ela se torna. Pode ser 
podada de 2 em 2 anos ou de 3 em 3 anos, dependendo 
do solo e tecnologia aplicada. 
O conquistador dos Campos Gerais já a encontrou 
formada quando ali se estabeleceu. Existem muitas 
tradições sobre a erva-mate. Os incas já a usavam no 
Peru há mais de mil anos. Diz a lenda que o pai Zume 
(o são Thomaz dos cristãos) quando andou pela 
América, ensinou os guaranis e os caingangues do 
Paraná ao uso da “congonha” – a que alimenta. Na sua 
elaboração participaram povos diversos, desde os 
ameríndios até os espanhóis. 
Os ervais se estendiam pelo planalto paranaense até 
o Rio Paraná, principalmente de Guaíra para baixo, 
penetrando no Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Rio 
Grande do Sul. Ela se dá bem em região de clima 
temperado e de altitude acima de 400 metros, não 
sofrendo com as geadas. Desde 1720 d. João V 
autorizou a exportação do mate paranaense para as 
cidades do Prata. A sua comercialização só se 
desenvolveu a partir de 1820 com o estabelecimento 
dos engenhos de soque. 
Sobre a sua importância social, a cultura do mate se 
rareia hoje no Paraná. Foi geral ao tempo em que se 
formou Curitiba. O chimarrão era a bebida preferida. 
Era tomado pela manhã, no desjejum, antes e depois 
das refeições, como aperiente e digestivo, no ardor das 
soalheiras, para dessedentar, nas horas de descanso, 
para reconfortar, nas reuniões, como expressão de 
cordialidade social. Não havia casa onde não houvesse 
os instrumentos necessários à sua preparação: a cuia e 
a bomba. O médico alemão Robert Ave-Lallemant, que 
esteve na Província do Paraná em 1858, chamou-a de 
“civilização do mate”. Escreveu ele: 
“Mate, mate e mais mate. Essa é a senha do planalto. 
A senha nas terras baixas, na floresta e no campo. 
Distritos inteiros, aliás, províncias onde a gente 
desperta com mate, madraceira o dia com o mate e com 
o mate adormece. As mulheres entrar em trabalho de 
parto e passam o tempo de resguardo sorvendo o mate 
e o último olhar do moribundo cai lentamente sobre o 
mate” 
Sobre o seu valor econômico, já vimos que no 
período de 1820 a 1930, a vida paranaense girou em 
torno do mate. O processo de produção do mate tem 
várias fases: o corte, o sapeco, a secagem, a moagem, a 
embalagem, o transporte e a comercialização. Todo o 
processo se inicia pelo corte ou poda das erveiras, que 
é feito a facão, foice ou espada, preferencialmente nos 
meses de junho e julho. Em seguida os ramos cortados 
são submetidos a ação direta do fogo, nos “sapecos”. 
Sob a ação rápida das labaredas, as folhas perdem certa 
umidade, sem contudo, ficar escura. O bom aspecto e o 
sabor da erva dependem muito da rapidez e 
uniformidade do “sapeco”. Essa operação ainda é feita 
no mato. 
Após isso, a erva é levada para o “carijó” ou 
“barbaquas”, onde recebe uma segunda secagem. A 
fabricação termina com a moagem, trituração dos 
ramos em canchas apropriadas. A erva-mate assim 
“cancheada” já é um produto primário e constitui 
também, a matéria-prima para os engenhos de 
beneficiamento nacionais e estrangeiros. No processo 
produtivo do mate toma parte toda a família, sendo que 
a poda e o transporte cabe aos homens e o trabalho 
mais miúdo às mulheres e até às crianças. Convém 
esclarecer que a produção da erva-mate do Paraná é 
baseada principalmente na pequena propriedade. Os 
fazedores de ervais e plantadores de cidades, os nossos 
caboclos destemidos jamais praticaram a escravidão. 
Ao contrário, foram escravizados pelos ervais que 
formaram. Seus ganhos eram tão limitados que não 
permitiam introduzir melhoramento na propriedade e 
na produção do mate, vivendo, os produtores, em 
péssimas condições econômicas. Os moageiros e 
exportadores é que dominavam por completo a 
economia ervateira, explorando os produtores. 
Durante os mais de 100 anos em que a erva-mate 
dominou a economia paranaense, merece destaque o 
processo dinâmico ocorrido na indústria de 
embalagem. Inicialmente a erva era embalada em 
surrões, feitos de couro. Aproveitava-se

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