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1 APOSTILA DE FUNDAMENTOS DE CONTABILIDADE Profs. Lourival Vieira e Paulo Masys São Paulo, 2011 2 SUMÁRIO Introdução 3 1 – Origem da Contabilidade 4 2 – Conceitos de Contabilidade 5 3 – Legislação Contábil 9 4 – Patrimônio 11 5 – Balanço Patrimonial 12 6 - Equação Fundamental do Patrimônio 13 7 – Contas Contábeis 13 Exercícios de conceitos de Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido 14 8 – Formação do Patrimônio 17 Exercícios sobre variações patrimoniais e Balanço Patrimonial 18 9 – Atos e Fatos Administrativos 24 10 – Plano de Contas 24 11- Escrituração Contábil, Método das Partidas Dobradas e Exercícios 29 12 – Origem e Aplicação de Recursos 31 13 - Balancete de Verificação 34 14 - Demonstração do Resultado do Exercício - DRE 34 15 - Apuração de Resultados e exercícios 35 16 - Regime de Apuração Contábil: Caixa x Competência - Conceitos e exercícios 37 17 – Provisão, Análise e Ajustes Contábeis 38 18 - Operações com Mercadorias(Estoques): Conceitos e exercícios 41 19 - Nova estrutura das Demonstrações Contábeis – Lei 11638/07 45 20 - Incidência de Impostos sobre Compras e Vendas 48 21 – Recuperação e Apuração de Impostos Depreciação, Amortização e Exaustão 50 22 – Principais documentos utilizados pela contabilidade 56 23 - Exercícios diversos e Folha de Pagamento 57 24 - Bibliografia 77 3 INTRODUÇÃO Com a crescente globalização e a alta competitividade na economia, muito se fala em adaptação às freqüentes transformações do mercado. É preciso agilidade na tomada de decisões, com o auxílio de informações contábeis, suficientes, precisas e tempestivas. Números passados permitem que projetemos resultados e é em função desses resultados que a sociedade investe seus recursos. Nesse sentido, trataremos a Contabilidade como um instrumento de gestão e controle, que tem por fim mensurar os resultados de uma organização. As análises desses resultados tornam-se relevantes em função da globalização e da alta competitividade da economia. Verificaremos, ainda, como números passados permitem que projetemos resultados e é em função desses resultados que a sociedade investe seus recursos. Hoje, as empresas, qualquer que seja o seu tamanho, devem competir numa perspectiva global, dispor das tecnologias de informação mais modernas e o conhecimento das melhores práticas de gestão empresarial, além de saber aplicá-las de forma eficaz e rentável. Esta combinação entre tecnologia e ferramentas de gestão se torna fator decisivo para a lucratividade e longevidade das empresas. Para a tomada de decisões em uma empresa é necessário ter à disposição: uma estrutura contábil/econômica/financeira, eficiente, uma visão estratégica integrada de negócios, conhecimentos e informações atualizadas. A Contabilidade é imprescindível em todas as empresas, pois é a linguagem com a qual o mundo dos negócios se comunica. A Contabilidade tem por fim mensurar os resultados de uma entidade. Com estes números, podemos perceber se a condução da empresa tem sido boa, razoável ou ruim. Números passados permitem que se projetem resultados. E é em função desses resultados que a sociedade investe seus recursos. Os números passados, também, tornam possível ao governo legislar e cobrar impostos, assim como permitem que os funcionários possam discutir a participação deles no lucro da companhia. Em resumo, a Contabilidade é um instrumento de gestão e controle, representando um sustentáculo da democracia. 4 1 – ORIGEM DA CONTABILIDADE A Contabilidade não surgiu por força de lei de natureza fiscal ou societária, surgiu com base em princípios filosóficos ou com base em regras pré-estabelecidas. Ela surgiu como método que ordenava valores, mostrava a evolução do patrimônio, media resultados e por final mantinha o próprio escriturador (dono/criador) e usuário informado daquilo de que ele necessitava. O surgimento e a evolução da contabilidade confundem-se com o próprio desenvolvimento da humanidade. Nesse contexto os estudos sobre as civilizações da Antiguidade nos mostram que o homem primitivo já “cuidava de sua riqueza”, através, por exemplo, da contagem e do controle de seu rebanho. Porém, alguns estudiosos fazem remontar os primeiros sinais objetivos da existência das contas e os primeiros exemplos completos de contabilidade rudimentar, a aproximadamente 4000 a.C. na civilização sumério-babilonense. A contabilidade aprimorou-se de acordo com as necessidades de cada período histórico. O aparecimento da escrita, o surgimento da moeda, o descobrimento da América, a invenção da máquina a vapor, que deu impulso à revolução industrial, são marcos da nossa história que fizeram desencadear o desenvolvimento da ciência contábil. O desenvolvimento da contabilidade em toda a sua história esteve intimamente ligado ao desenvolvimento econômico e às transformações sociopolíticas e socioculturais experimentais em cada época. O homem foi sentindo a necessidade de aperfeiçoar seu instrumento de avaliação da situação patrimonial ao mesmo tempo em que as atividades econômicas foram-se tornando mais complexas. Podemos delimitar a evolução da contabilidade em duas grandes escolas: a italiana e a norte-americana. ESCOLA ITALIANA: após o surgimento do método das partidas dobradas (século XIV), e sua divulgação em 1494, através da obra de Luca Pacioli, a chamada “escola italiana” teve impulso e se espalhou pela Europa. A escrituração contábil ganhou relevância, fazendo com que os registros patrimoniais e os métodos da avaliação se desenvolvessem enormemente. ESCOLA AMERICANA: diversas organizações norte-americanas ligadas à pesquisa e desenvolvimento de normas e procedimentos de contabilidade, como a American Accounting Association (AAA) e o Financial Accounting Standards Board (FASB), muito contribuíram para o amadurecimento da ciência contábil. A escola norte-americana, além de aperfeiçoar as técnicas de registro advindas da escola italiana, também aprimorou as técnicas de auditoria desenvolvidas pelos ingleses. A CONTABILIDADE NO BRASIL: No Brasil, a contabilidade é baseada na legislação, e por volta de 1754, ainda como colônia de Portugal, iniciou-se a formação profissional na área contábil, quando foi autorizada a criação do curso “Aula de Comércio”, supervisionado pela junta de comércio de Lisboa. Ao longo do tempo a contabilidade foi se aperfeiçoando e se aprimorando cada vez mais, até chegar à Lei 6.404/76 das sociedades por ações, que permanece até os dias de hoje, e também à Lei 11.638/07 que converge o Brasil para as normas internacionais de contabilidade. 2 – CONCEITO DE CONTABILIDADE A Contabilidade é uma ciência que permite, através de suas técnicas, manter um controle permanente do Patrimônio da empresa, ou seja, estuda o Patrimônio sob o ponto de vista econômico e financeiro (Ribeiro, 2003). A Contabilidade é uma ciência social aplicada, ou instrumento básico para: registrar, controlar e analisar as situações patrimoniais, financeiras e econômicas de pessoas físicas, entidades não lucrativas e empresas em geral, inclusive as de direito público (Estados, Municípios, União, Autarquias, etc.) (Equipe de Professores da FEA/USP, 1998, p.21). A Contabilidade é a linguagem dos negócios. Mede os resultados das empresas, avalia o desempenho dos negócios, dando diretrizes para tomada de decisões (Marion, 2007). Portanto, podemos afirmar que a Contabilidade é uma ciência social, que estuda o patrimônio de uma entidade, registrando as variações por ele sofridas, apurando resultados e prestando informações aos usuários da informação contábil. 5 A contabilidade é também um sistema de informação, que tem seu campo de ação basicamente apoiado em um tripé: registro, controlee informação. A contabilidade é uma ciência social que tem por objetivo estudar o sistema da riqueza administrativa a fim de observar o complexo de obrigações, bens materiais e direitos que constituem o patrimônio da empresa. No Brasil é regida pelos seus princípios fundamentais de contabilidade. Conjunto sistematizado de preceitos e normas próprias que estuda e controla o patrimônio das entidades, fornecendo informações sobre sua composição e suas variações, bem como sobre os resultados econômicos decorrentes da gestão da riqueza patrimonial, permitindo ao seu usuário a análise e a tomada de decisões. Existe diferença entre dados e informações. Dados são elementos potencialmente úteis em sua forma bruta, sem valor imediato por si só, não transmitindo idéia clara de determinado fato ou situação. Informações é o resultado de dados ou conjunto de dados adequadamente processados de forma que o usuário final as compreenda e possa utilizá-las para tomar decisões. Por exemplo, a quantidade produzida no mês de abril é um dado, que quando comparado com a quantidade produzida do mês de março, outro dado, produz a informação de que ocorreu um aumento ou uma redução da produção. Estas informações são indispensáveis para orientação administrativa, permitindo maior eficiência na gestão econômica da entidade e no controle do patrimônio. Resumidamente a Contabilidade tem por finalidade controlar o patrimônio, apurar o resultado e prestar informações aos seus usuários. 2.1 – Objetivo da Contabilidade O objetivo da contabilidade é o de informar, permitir, a cada grupo de usuários, internos e externos a avaliação da situação econômica e financeira da empresa. Ex: fornecedores, clientes, governos, bancos (externos), e diretores, funcionários (internos). A Contabilidade estuda e controle do Patrimônio, registrando todas as ocorrências nele verificadas, com a finalidade de fornecer dados à administração ou a terceiros (fornecedores, bancos, autoridades fiscais) sobre a situação econômico-financeira de determinada entidade, seja ela com ou sem finalidade lucrativa. 2.2 – Objeto da Contabilidade O objeto da contabilidade é o Patrimônio das empresas. 2.3 – Finalidade da Contabilidade A principal finalidade da contabilidade é fornecer informações sobre o Patrimônio de ordem econômica e financeira que facilitem as tomadas de decisões por parte dos administradores ou proprietários como também por parte daqueles que pretendem investir na empresa. Apresenta também outras duas finalidades importantes: controle (através de relatórios, balancetes, inventários, livro diário, etc.) e planejamento (decisão do futuro). 2.4 – Aplicação da Contabilidade O campo de aplicação da contabilidade abrange todas as entidades econômico-administrativas, até mesmo as pessoas de direito publico, como a União, os Estados, os Municípios, as autarquias etc., e também pessoas físicas. É o das entidades econômico-administrativas, sendo assim chamadas aquelas que, para atingir seu objetivo, seja ele econômico ou social, utilizam bens patrimoniais e necessitam de um órgão administrativo, que pratica os atos de natureza econômica necessários a seus fins. A contabilidade inicia-se com a ocorrência de fatos que provocam modificações no Patrimônio da empresa. Ex: compras, vendas, pagamentos, recebimentos, etc. 6 Modernamente, a Contabilidade é tida como um poderoso instrumento que o administrador do patrimônio dispõe para a tomada de decisões. 2.5 – Técnicas Contábeis Escrituração – é o registro dos fatos que ocorrem no patrimônio, feito em ordem cronológica e evidenciando a sua expressão monetária. A escrituração tem duas funções: - Função histórica – registra os fatos administrativos cronologicamente, evidenciando a história do patrimônio da empresa. - Função estática – registra os fatos administrativos pelos seus respectivos valores, fornecendo a qualquer momento uma visão estática do patrimônio da empresa. Demonstrações Contábeis – os fatos que ocorrem no patrimônio são reunidos em demonstrações sintéticas que recebem a denominação genérica de Demonstrações Contábeis. Quando as demonstrações contábeis visam a exposição dos componentes patrimoniais, recebem o nome de Balanço Patrimonial. Quando visam a demonstrar o resultado econômico de um período administrativo recebem o nome de Demonstração do Resultado do Exercício. Auditoria – é o exame de todos os documentos, livros e registros, obedecendo a normas especiais de procedimento, com o objetivo de verificar se as demonstrações contábeis representam adequadamente a posição econômico-financeira do patrimônio e os resultados obtidos do período administrativo. Análise de Balanços – técnica especializada que permite decompor, comparar e interpretar as demonstrações contábeis, oferecendo aos interessados dados analíticos e interpretação sobre os componentes do patrimônio e sobre os resultados da atividade econômica desenvolvida pela entidade. Podemos conceituar Contabilidade como a ciência que estuda e controla o patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a interpretação dos fatos nele ocorridos, com o fim de oferecer informações sobre sua composição e suas variações, bem como sobre os resultados econômicos decorrentes da gestão do patrimônio. 2.6 – Grupos Interessados na Informação Contábil: 2.6.1 – Sócios, Acionistas e Proprietários em Geral. Essas pessoas, interessadas primariamente na rentabilidade e segurança de seus investimentos, que por motivos diversos se mantêm ausentes das empresas, necessitam de Figura 1.1 – Apresentação de um Sistema Contábil Sistema Contábil CAPTAR REGISTRAR ACUMULAR RESUMIR INTERPRETAR Informação de apoio a tomada de decisão 7 informações resumidas, claras e precisas, para administrar o retorno de seus investimentos a médio e longo prazo. Essas pessoas normalmente se mantém afastadas das operações das empresas e por isto necessitam de informações resumidas que dêem respostas claras, em relação, por exemplo, à rentabilidade e segurança de seus investimentos. 2.6.2 – Administradores, Diretores e Executivos. O interesse desse grupo atinge um grau de importância bem maior que os demais. É através das informações contábeis que eles partirão para tomada de decisões. Tais decisões visam principalmente o futuro, mais para se preparar para agir no futuro é necessário conhecer detalhes do que ocorreu no passado, como também o que esta ocorrendo no presente. A contabilidade fornece todos os subsídios necessários para que este grupo possa gerenciar a empresa. Cabe ao administrador usar as informações contábeis inteligentemente, como ferramentas de trabalho que possa permitir tomar decisões visando o futuro com maior segurança e também conhecer a situação atual. Desta forma, a orientação e acompanhamento do contador são fundamentais. 2.6.3 – Município, Estado, União, Mercado e Empregados: O Governo interessa-se também pela contabilidade, porque é através dela que exerce o poder de tributar e arrecadar impostos, taxas e contribuições, principalmente o imposto de renda que é taxado a partir dos balanços, após ajuste do lucro liquido do exercício. E também para fazer uma análise setorial da economia. O mercado analisa as demonstrações financeiras para acompanhar a evolução das cotações das ações, principalmente a bolsa de valores para as empresas do capital aberto. Os empregados, quando há participações nos resultados (lucros). 2.6.4 – Bancos, Fornecedores, Capitalistas Emprestadores de Dinheiro. É através de análises específicas em relatórios econômico-financeiro que quem empresta o dinheiro poderá decidir sobre a conveniência ou não de se conceder o empréstimo. Se a empresa estiver com dificuldades financeiras, e não tiver perspectivas de saneamento, a tendência é de que elas aumentem.Para as instituições financeiras, fornecedores, as perguntas são basicamente as mesmas dos sócios e acionistas. Exemplo: Terei o retorno esperado? Qual a solidez da empresa? 2.6.5 – Pessoas Físicas. A contabilidade não deixa de desempenhar seu papel de ordem e controle das finanças também nos casos dos patrimônios individuais. Freqüentemente, as pessoas se esquecem de alguns conhecimentos de contabilidade que muito as ajudariam no controle, ordem e equilíbrio de seus orçamentos domésticos. 2.7 – Papel da Contabilidade 2.7.1 - Instrumento Legal Como vimos no tópico anterior, são varias as entidades e pessoas interessadas na contabilidade da empresa. Os seus princípios, regras, normas e critérios são geralmente uniformes de sorte de permitir apurar resultados mensuráveis e comparáveis no presente e no futuro. Sendo as empresas organismos sociais, parte de seus resultados irão contribuir na manutenção e bem estar da sociedade, sob a forma de tributos e empregos diretos e indiretos, 8 razão porque desde a constituição da empresa há Leis definindo e regulamentando todas as transações que vierem ocorrer ao longo de sua existência. 2.7.2 – Instrumento Gerencial A contabilidade é, objetivamente, um sistema de informações e avaliação, destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza, econômico-financeira, física e de produtividade em um determinado momento. Este sistema é compreendido por um conjunto articulado de dados técnicos de acumulação, ajustes e de relatórios, com a finalidade de avaliar a situação financeira e econômica da empresa em momento estático, bem como fazer inferências sobre suas tendências futuras. A contabilidade não é utilizada visando unicamente a atender exigências fiscais, mas, auxiliar as pessoas (físicas e jurídicas) a tomarem decisões. 2.7.3 – Instrumento Informativo A contabilidade registra todas as operações ou movimentações possíveis de se medir monetariamente. Resume os dados, registrados ou contabilizados, em forma de relatórios ou demonstrações, disponibilizando-as aos interessados em conhecer a situação econômico- financeira da empresa. Através dessas informações os interessados recordam fatos realizados, analisam resultados e tomam decisões gerenciais visando o planejamento de suas atividades. 2.8 – Contabilidade financeira x contabilidade gerencial Para finalizarmos este primeiro módulo em que discutimos o surgimento da contabilidade e seus principais conceitos, basta diferenciarmos a contabilidade financeira da gerencial. Contabilidade financeira: é o processo de elaboração de demonstrativos financeiros para propósitos externos, como acionistas, credores e autoridade governamentais. Ela é condicionada a imposições legais e requisitos fiscais e voltada para o passado. Contabilidade gerencial: é o processo de identificação, mensuração, acumulação, análise, preparação, interpretação e comunicação de informações financeiras usadas pela administração para planejar, avaliar e controlar dentro de uma empresa e assegurar uso apropriado e responsável de seus recursos. ITEM FINANCEIRA GERENCIAL Clientela Externa Interna Propósito Reportar o desempenho passado Informar decisões tomadas pelos gerentes Data Histórica, atrasada. Reflete uma realidade passada Atual, orientada para o futuro Restrições Regulamentada: leis fiscais e princípios fundamentais de contabilidade Desregulamentada: satisfazer necessidades estratégicas e operacionais Tipo de informação Somente para mensuração financeira Mensuração física e operacional dos processos, tecnologia e competidores Natureza da informação Objetiva, auditável, confiável, consistente e precisa Mais subjetiva e sujeita a juízo de valor, válida, relevante e acurada Escopo Muito agregada; reporta toda a empresa. Está presa à obediência de toda a Desagregada; informa as decisões e ações locais. Não está presa à obediência de 9 legislação legislação, assim pode produzir relatórios setoriais e com conteúdo mais informacional 3 – LEIS QUE REGEM A CONTABILIDADE 3.1 - Lei das Sociedades Por Ações nº. 6.404 DE 1976 e 11.638/07 A Lei 6404, de 15/12/1976 dispõe sobre as sociedades por ações, mais comumente chamada da Lei das S.As, e também da Lei 11.638 de 28/12/2007 e MP 449 de 03/12/2008, onde o Brasil com estas alterações e atualizações na legislação está convergindo para as normas internacionais de contabilidade a partir de 2010, em que as empresas deverão elaborar as demonstrações financeiras e contábeis consolidadas de acordo com o IFRS (Internacional Financial Reporting Standard), que é um conjunto de pronunciamentos de contabilidade internacional e que já é adotado em mais de 100 países em todo o mundo. No Brasil, a lei das sociedades por ações é que normaliza todos os procedimentos societários de montagem das demonstrações financeiras e rege toda a administração das empresas de capital aberto. 3.2 – CFC – Conselho Federal de Contabilidade O CFC define as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) no artigo 1º da Resolução CFC nº. 711/91: "Art. 1º As Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) constituem um corpo de doutrina contábil que estabelece regras de conduta profissional e procedimentos técnicos a serem observados quando da realização dos trabalhos previstos na Resolução CFC nº. 560/83, de 28.10.1983”. 3.3 – PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA CONTABILIDADE Princípios, Postulados e Convenções Contábeis Os princípios representam à essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência de Contabilidade, constituem as regras centrais da estrutura contábil; As convenções são as delimitações das regras centrais dos princípios e postulados; Os postulados dizem respeito à abrangência da atuação da entidade, são as premissas básicas acerca do ambiente econômico, político e social. Representam, portanto, a larga estrada a seguir rumo a uma cidade. As convenções (restrições) seriam como sinais ou placas indicando com mais especificidade o caminho a seguir, os desvios, as estradas, as saídas, etc. Os princípios ou conceitos fundamentais da Contabilidade foram identificados e hierarquizados como segue - Postulados ambientais - Postulado da entidade contábil; Postulado da continuidade das entidades. - Princípios propriamente ditos - Princípio do custo como base de valor; Princípio do denominador comum monetário; Princípio da realização da receita; Princípio do confronto das despesas com as receitas e com os períodos contábeis. - Convenções – Convenção da objetividade; Convenção da materialidade; Convenção do conservadorismo; Convenção da consistência. 10 O texto abaixo apresenta alguns trechos e citações do trabalho elaborado pelo Prof. Sérgio de Iudícibus denominado “Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade”, publicado em 1986 pelo Instituto Brasileiro de Contadores (IBRACON), tendo sido aprovado e referendado pela Comissão de Valores Mobiliários através da deliberação CVM nº. 29. POSTULADOS AMBIENTAIS – “enunciam, solenemente, condições sociais, econômicas e institucionais dentro das quais a Contabilidade atua; escapam ao restrito domínio da Contabilidade, para inserir-se no mais amplo feudo da Sociologia Comercial e do Direito, bem como da Economia e outras ciências. Predispõem a Contabilidade, no que segue, a assumir esta ou aquela postura, embora o condicionamento não seja tão restrito quanto se possa imaginar”. Postulado da Entidade Contábil – “A Contabilidade é mantida para as Entidades; os sócios ou quotistas destas não se confundem, para efeito contábil, com aquelas...” Postulado da Continuidade das Entidades – “Para a Contabilidade, a Entidade é um organismo vivo que irá viver (operar) por um longo período de tempo (indeterminado) até que surjam fortes evidências em contrário....” PRINCÍPIOS – “Se os Postulados Ambientais retratam condicionamentos dentro dos quais a Contabilidadeprecisa atuar, os Princípios são as grandes linhas filosóficas de resposta contábil aos desafios de informação contábil, operando num cenário complexo, ao nível dos Postulados. Os Princípios são o núcleo central da doutrina contábil.” Princípio do Custo como Base de Valor – “ ... o custo de aquisição de um ativo ou dos insumos necessários para fabricá-lo e colocá-lo em condições de gerar benefícios para a Entidade representa a base de valor para a Contabilidade expresso em termos de moeda de poder aquisitivo constante...” Princípio do Denominador Comum Monetário – “As demonstrações contábeis, sem prejuízo dos registros detalhados de natureza qualitativa e física, serão expressos em termos de moeda nacional de poder aquisitivo da data do ultimo Balanço Patrimonial...” Princípio da Realização da Receita – “A receita é considerada realizada e, portanto, passível de registro pela Contabilidade, quando produtos ou serviços produzidos ou prestados pela Entidade são transferidos para outra Entidade ou pessoa física com a anuência destas e mediante pagamento ou compromisso de pagamento especificado perante a Entidade produtora...” Princípio do Confronto das Despesas com Receitas e com os Períodos Contábeis – “Toda despesa diretamente delineável com as receitas reconhecidas em determinado período, com as mesmas deverá ser confrontada”; os consumos ou sacrifícios de ativos (atuais ou futuros), realizados em determinado período e que não puderam ser associados à receita do período nem às dos períodos futuros, deverão ser descarregados como despesa do período em que ocorrerem...” Regime de Competência – “É importante esclarecer que os princípios da realização da receita e de confrontação das despesas são, em conjunto, também conhecidos por Regime de Competência.” CONVENÇÕES (RESTRIÇÕES AOS PRINCÍPIOS) – “As restrições aos Princípios (também conhecidas como Convenções ou Qualificações), como vimos, representam o complemento dos Postulados e Princípios, no sentido de delimitar-lhes conceitos, atribuições e direções a seguir e de sedimentar toda a experiência e bom senso da profissão no trato de problemas contábeis. Se os Princípios norteiam a direção a seguir e, às vezes, os vários caminhos paralelos que podem ser empreendidos, as restrições, à luz de cada situação, nos darão as instruções para a escolha do percurso definitivo. As Convenções são também enunciadas. Entretanto, tais enunciações serão apenas indicativas e terão menor peso do que no caso dos Princípios.” Convenção da Objetividade – “Para procedimentos igualmente relevantes, resultantes da aplicação dos Princípios, preferir-se-ão, em ordem decrescente: a) os que puderem ser comprovados por documentos e critérios objetivos: b) os que puderem se corroborados por 11 consenso de pessoas qualificadas da profissão, reunidas em comitês de pesquisa ou em entidades que têm autoridades sobre princípios contábeis...”.” Convenção da Materialidade – “O contador deverá, sempre, avaliar a influência e materialidade da informação evidenciada ou negada para o usuário à luz da relação custo- benefício, levando em conta aspectos internos do sistema contábil...” Convenção do Conservadorismo – “Entre conjuntos alternativos de avaliação para o patrimônio, igualmente válidos, segundo os Princípios Fundamentais, a Contabilidade escolherá o que apresentar o menor valor atual para o ativo e o maior para as obrigações...” Convenção da Consistência – “A Contabilidade de uma entidade deverá ser mantida de forma tal que os usuários das demonstrações contábeis tenham a possibilidade de delinear a tendência da mesma com o menor grau de dificuldade possível...” Exemplos da aplicação dos Princípios Fundamentais da Contabilidade Os exemplos abaixo foram extraídos do livro Manual de Contabilidade Introdutória de Divane Alves da Silva Nagatsuka e Egberto Lucena Teles, Editora Pioneira Thomson Learning. Princípio da Entidade O Sr. Manoel da Silva, sócio da empresa Comércio de Alimentos Bom Apetite Ltda., reside no mesmo edifício onde está localizada a sede da empresa. No andar térreo está instalada a empresa e no andar superior, a residência do Sr. Manoel. Existe um único contrato de locação do imóvel e o valor mensal do aluguel é de $ 1.200 (hum mil e duzentos). Pergunta-se: podemos considerar a despesa total do aluguel como encargo da empresa? Resposta: Não. De acordo com os Princípios Fundamentais da Contabilidade – Entidade, essa despesa deverá ser atribuída parte para a empresa (pessoa jurídica) e parte para o proprietário (pessoa física). A parcela de cada uma das partes deverá ser determinada pelo contador da empresa. É de comum uso atribuir um percentual em relação ao espaço utilizado pelo proprietário e pela empresa. Levando em consideração que a área do imóvel é de 150 m2 e, ainda, que 60 m2 são utilizados como moradia do proprietário, poderíamos estabelecer o seguinte: 60% � para a empresa, equivalente a $ 720 40% � para o proprietário, equivalente a $ 480 Princípio da Continuidade A empresa Comércio de Alimentos Bom Apetite Ltda. resolve contrair um empréstimo bancário de longo prazo para aquisição de um veículo que será utilizado para entrega de alimentos aos seus clientes. Considerando a continuidade da empresa, o empréstimo será realizado, pois existe a expectativa de geração de resultados futuros que serão capazes de honrar as parcelas do financiamento. Princípio da Oportunidade A empresa Comércio de Alimentos Bom Apetite Ltda., ao registrar todas as operações ocorridas no mês de maio, depara com a falta do recebimento do comprovante referente ao consumo de energia elétrica. Sabemos que ele ocorreu, só não temos o documento neste momento: portanto, com base no Princípio da Oportunidade, vamos registrar essa despesa, tendo em vista o valor do período antecedente (abril). Em posse do documento no mês de junho, faremos o ajuste do valor. Portanto, estaremos considerando no mês de maio a mutação do patrimônio da entidade por um valor aproximado, mas não deixaremos de registrar tal fato. Princípio do Registro pelo Valor Original 12 A empresa Comércio de Alimentos Bom Apetite Ltda. adquiriu um imóvel em 19X0, mais precisamente um terreno, no valor de $ 50.000 (cinqüenta mil), onde pretende construir um novo prédio com o intuito de expandir suas operações. A empresa recebe a informação, em 19X1, que, nas proximidades desse terreno, será construído um Shopping Center. Portanto, o terreno valoriza- se no mercado em $ 40.000 (quarenta mil), passando a valer $ 90.000 (noventa mil). Pergunta-se: podemos ajustar o valor do terreno em nossa Contabilidade? Resposta: não. De acordo com o Princípio do Registro pelo Valor Original, não podemos alterar o valor desse bem que faz parte do patrimônio da empresa. A Contabilidade manterá o valor do imóvel em $ 50.000 (cinqüenta mil), embora o valor de mercado seja de $ 90.000 (noventa mil). Apesar de a regra geral ser a do Registro pelo Valor Original (ou Custo Histórico como Base de Valor), existem duas exceções no caso brasileiro, quais sejam: a. Quando o valor de mercado do bem é menor que o custo histórico: O valor do bem pode ser reajustado para o valor de mercado, desde que exista a certeza de que não conseguirá reverter essa perda de valor no futuro. A Contabilidade pode antecipar prejuízos. b. Quando o valor de mercado do bem é maior que o custo histórico: A priori, a Contabilidade não pode antecipar lucros futuros. Porém, no caso brasileiro, existe um instrumento chamado tecnicamente de Reavaliação, utilizado somente para bens tangíveis operacionais, que funciona da seguinte forma: a empresa contrata três peritos ou empresa especializada, com vistas à emissão de um laudo de avaliação, o qual atestará o novo valor do bem e a sua vida útil (tempo de utilização do bem) remanescente. De posse do laudo, a empresa contratante poderá mudar o valor do bem. Princípio da Atualização MonetáriaA aplicação do Princípio da Atualização Monetária ficou prejudicada desde a publicação da Lei nº. 9.249/95, que afirma: “Art. 4º - Fica revogada a correção monetária das demonstrações financeiras de que tratam a Lei nº. 7.799, de 10 de julho de 1989, e o art. 1º da Lei nº. 8.200, de 28 de junho de 1991.” “Parágrafo único. Fica vedada a utilização de qualquer sistema de correção monetária de demonstrações financeiras, inclusive para fins societários.” Princípio da Competência A empresa Comércio de Alimentos Bom Apetite Ltda. emitiu uma Nota Fiscal de venda e entregou as mercadorias no dia 15 de junho de 19X0, porém essa venda foi a prazo, com vencimento para 30 dias, ou seja, 15 de julho de 19X0. Em consonância ao Princípio da Competência, vamos registrar esse fato (venda), geração de receita, no mês de junho, independentemente do recebimento ser em outro período (julho). Ao mesmo tempo, devemos confrontar com essa receita (venda) todas as despesas que foram necessárias para a consecução da mesma. Princípio da Prudência Um determinado empregado da empresa Comércio de Alimentos Bom Apetite Ltda. entra na justiça trabalhista com um processo pedindo $ 150.000 referente a verbas que ele afirma não ter recebido (adicional noturno, férias, adicional de insalubridade e outros). O contador da empresa Bom Apetite procura o advogado e lhe solicita uma opinião sobre o processo. O advogado da empresa informa ao contador que existe a probabilidade de 50% de o empregado ganhar a causa e 50% de ele não receber nada. Em vista disso, o contador, levando em consideração o Princípio da Prudência, resolve provisionar o valor de $ 150.000 como uma contingência trabalhista (exigibilidade). 3.3.2 – DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E CONTÁBEIS Conceito: São os dados coletados pela contabilidade, apresentados periodicamente aos interessados de maneira resumida, ordenada e de acordo com a legislação. 13 Dentre os relatórios contábeis, os mais importantes são as Demonstrações Financeiras (terminologia da Lei das Sociedades Anônimas) ou Demonstrações Contábeis (terminologia preferida pelos contadores), e podem ser classificadas em dois grupos: - Demonstrações gerenciais para uso interno - Demonstrações contábeis para divulgação externa As demonstrações gerenciais para uso interno englobam um grande número de demonstrativos que visam orientar o processo decisório ou refletem os planos da empresa. Geralmente estes dados são representados por valores monetários, mas também podem estar expressos em quantidades físicas relacionadas a valores monetários. As demonstrações contábeis para divulgação externa são reguladas pela legislação comercial e fiscal, seguindo também normas específicas, como as da Comissão de Valores Mobiliários, do Banco Central do Brasil, etc. As demonstrações contábeis para divulgação externa, elaboradas em conformidade com a Lei das Sociedades Anônimas são as seguintes: - Balanço Patrimonial (BP) - Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) - Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPAC) - Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) - Notas Explicativas às Demonstrações Financeiras - Parecer da Auditoria Independente A lei das Sociedades por Ações (S/A) estabelece que ao fim de cada período de 12 meses a diretoria da empresa elaborar com base na contabilidade as demonstrações financeiras. 3.4 – IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil O IBRACON - Instituto dos Auditores Independentes do Brasil tem a função de discutir, desenvolver e aprimorar as questões éticas e técnicas da profissão de auditor e de contador e, ao mesmo tempo, atuar como porta-voz dessas categorias diante de organismos públicos e privados e da sociedade em geral. Dessa forma, contribuímos para a criação e a manutenção de um mercado sadio, regido pela ética profissional. Também é função do IBRACON atuar no conjunto das entidades de ensino colaborando para o aprimoramento da formação profissional, por meio da divulgação das atribuições, do campo de atuação e da importância do trabalho do auditor independente em nossa sociedade. 3.5 – CVM – Comissão de Valores Mobiliários A CVM é um órgão regulador das sociedades anônimas, emite deliberações, que devem ser seguidas pelas S/As. De acordo com a lei que a criou, a Comissão de Valores Mobiliários exercerá, entre outras, as seguintes funções: • Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e de balcão; • Proteger os titulares de valores mobiliários contra emissões irregulares e atos ilegais de administradores e acionistas controladores de companhias ou de administradores de carteira de valores mobiliários; • Evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar condições artificiais de demanda, oferta ou preço de valores mobiliários negociados no mercado; 4 – O QUE É PATRIMÔNIO? Patrimônio é o conjunto de bens que pode pertencer a uma pessoa física ou jurídica. Considerando o Patrimônio de uma empresa, ele pode se apresentar de três formas diferentes: 14 - Os bens da empresa, que estão em seu poder. - Os bens da empresa, em poder de terceiros, ou seja, os seus direitos. - Os bens de terceiros, em poder da empresa, ou seja, as suas obrigações. Podemos definir o Patrimônio como “o conjunto de bens, direitos e obrigações, avaliáveis em moeda e pertencente a uma pessoa física ou jurídica”. Bens: qualquer coisa que possa satisfazer uma necessidade do homem e que seja suscetível de avaliação econômica (preço). Os bens se classificam em: Tangíveis: que têm existência física. Ex. automóvel, dinheiro, casa, etc. Intangíveis: são os chamados bens abstratos ou imateriais, não têm existência física. Ex. marcas e patentes, direitos autorais, etc. Direitos: são bens sobre os quais exercemos domínio, mas que estão sob posse de terceiros. Aparecem no patrimônio como valores a receber. Os direitos formam os recebíveis da empresas e são identificados pela expressão “a receber” (títulos a receber, notas promissórias a receber, etc.). Ex. clientes ou duplicatas a receber, títulos a receber, etc. Obrigações: são bens que se encontram sob nossa posse, mas o domínio sobre eles é exercido por terceiros. As obrigações formam as dívidas da empresa e são identificadas pela expressão “a pagar” ou “a recolher” (salários a pagar, duplicatas a pagar, empréstimos a pagar, imposto a pagar, etc.). Aparecem no patrimônio como valores a pagar. Ex. duplicatas a pagar, títulos a pagar, etc. Representação gráfica do Patrimônio: ATIVO PASSIVO Obrigações Bens e Direitos Patrimônio Líquido 5 – BALANÇO PATRIMONIAL É o mais importante relatório gerado pela contabilidade. Através dele pode-se identificar a saúde financeira e econômica da empresa, em qualquer data, representando, portanto uma posição estática. O balanço é composto de 3 partes essenciais: ativo, passivo e patrimônio líquido. Cada uma destas partes apresenta diversas contas, classificadas em grupos, que são dispostos em ordem decrescente de grau de liquidez. Portanto, o Balanço Patrimonial é uma fotografia em determinado momento em que aparecem os valores do Ativo (todos os bens e direitos da empresa), Passivo (todas as dívidas e compromissos a pagar da empresa) e Patrimônio Líquido (total de recursos pertencentes aos proprietários da empresa). Divide-se em duas colunas, a do lado esquerdo é denominado Ativo, a do lado direito Passivo. A denominação é mera convenção. É a representação quantitativa do patrimônio de uma empresa ou entidade. 15 Conceito de curto e de longo prazos O Ativo Circulante considera como curto prazo os bens ou direitos realizáveis até o final do exercício seguinte ou ciclo operacional, dos dois o maior. O Passivo Circulante considera como curto prazo as obrigações exigíveis até o final do exercício social seguinte ou ciclo operacional, dos dois o maior. O exercíciosocial é o intervalo de um ano em que a empresa deverá apurar o resultado do exercício para fins legais. O exercício social poderá ou não coincidir com o ano civil, sendo este o período compreendido entre 01 de janeiro a 31 de dezembro de cada ano. Fica a critério da empresa definir o intervalo de seu exercício social. Entende-se por ciclo operacional o período em que a empresa, por exemplo, um comércio, compra a mercadoria para estoque, vende a mercadoria e recebe do cliente. Esse intervalo de tempo é o que chamamos de ciclo operacional. Ativo: é o conjunto de bens e direitos de propriedades da empresa, são itens positivos do patrimônio, trazem benefícios, proporcionam ganho para a empresa. O Ativo é composto por todos os bens e direitos de propriedade e controle da empresa, avaliáveis em dinheiro e que representam benefícios presentes ou futuros para a empresa, ou seja, no ativo são relacionadas todas as aplicações de recursos efetuadas pela empresa. Os itens do Ativo são discriminados no lado esquerdo do Balanço e são representados por: bens (máquinas, terrenos, estoques, dinheiro, ferramentas, veículos, instalações, etc.) e direitos (contas a receber, duplicatas a receber, títulos a receber, ações, títulos de crédito, etc.) Os bens e direitos no Ativo podem ser distribuídos em - Circulantes – todas as contas que se encontram em constante circulação (giro), sendo que sua conversão em dinheiro será, no máximo, em um ano. - Não Circulante – subdividido em Realizável a Longo Prazo, Investimento, Imobilizado e Intangível. - Realizável a Longo Prazo – bens e direitos que se transformarão em dinheiro após o período de 360 dias, a contar da data de apresentação do Balanço Patrimonial. - Investimento – Inversões financeiras de caráter permanente que geram rendimentos e não são necessárias à manutenção da atividade fundamental da empresa. - Imobilizado – bens corpóreos que se destinam à produção e à manutenção da atividade operacional e básica da empresa. De maneira geral, três características básicas identificam o ativo imobilizado: são bens e direitos de natureza relativamente permanente; aplicações de recursos utilizados nas operações do negócio; bens e direitos não destinados a venda (embora possam ser vendidos). Curto Prazo Longo Prazo X 1 X 2 31.12.X 1 31.12.X 0 Curto Prazo Ciclo Operacional Longo Prazo X3 16 - Intangível – bens incorpóreos destinados à manutenção da atividade operacional e básica da empresa. Para que um item seja considerado um ativo é necessário que preencha quatro requisitos simultaneamente: constituir bem ou direito para empresa; ser de propriedade, posse ou controle de longo prazo da empresa; ser mensurável monetariamente; trazer benefícios presentes ou futuros. Passivo: significa as obrigações exigíveis da empresa, ou seja, as dívidas que serão cobradas ou reclamadas a partir do seu vencimento. O Passivo refere-se a toda a obrigação (dívida) que a empresa tem com terceiros; contas a pagar; fornecedores de matérias primas (a prazo), impostos a pagar, financiamentos, empréstimos, etc. O Passivo identifica as exigibilidades e obrigações da empresa, cujos valores encontram-se investidos nos Ativos. Os itens do Passivo são discriminados no lado direito do Balanço e são classificados em Circulante e Não Circulante - Circulantes – todas as obrigações exigíveis que serão liquidadas (pagas) no próximo ano ou dentro dos próximos 360 dias, após o levantamento patrimonial realizado. - Não Circulante – obrigações exigíveis que serão pagas após 360 dias a contar da apresentação do levantamento patrimonial apresentado no momento do fechamento do exercício. Patrimônio Líquido: representa o total das obrigações dos proprietários da empresa, essa quantia inicial concedida pelos proprietários denomina-se capital, que pode ser aumentado a qualquer momento. O Patrimônio Líquido representa a diferença entre o total do Ativo e do Passivo em um determinado momento. O Patrimônio Líquido aparece vinculado ao Passivo, para que haja uma igualdade entre este e o Ativo, a qual é chamada de equação patrimonial ou equilíbrio patrimonial. O Patrimônio Líquido identifica os recursos próprios da empresa e é composto dos seguintes itens: Capital Social, Reservas de Capital, Reservas de Reavaliação, Reservas de Lucros e Lucros ou Prejuízos Acumulados. O termo Capital em contabilidade de maneira geral significa recursos. Capital Próprio denota recursos dos proprietários. Capital de Terceiros, significa recursos de terceiros. Capital nominal – é o investimento inicial feito pelos proprietários, que só será alterado quando os proprietários realizarem investimentos adicionais (aumento de capital) ou desinvestimento (diminuições de capital); Capital próprio – corresponde ao conceito de patrimônio líquido, abrange o capital inicial e suas variações (lucros e reservas); Capital de terceiros – corresponde aos investimentos feitos na empresa com recursos provenientes de terceiros (obrigações com terceiros); Capital à disposição da empresa – é a soma do capital de terceiros e capital próprio. Passivo + Patrimônio Líquido: indica a origem dos capitais ou recursos. Ativo: Indica a forma de aplicação desses capitais ou recursos. Modelo de um Balanço Patrimonial: 17 BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO $ PASSIVO $ Bens Mercadorias 70 Móveis e Utensílios 100 Máquinas 30 200 Direitos Contas a Receber 100 Aluguéis Antecipados 50 Dupl. Títulos a Receber 150 300 Total 500 Obrigações Fornecedores 50 Contas a Pagar 30 Aluguéis a Pagar 70 150 Patrimônio Líquido Capital Social 300 Lucros Acumulados 50 350 ____________________________ Total 500 6- EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DO PATRIMÔNIO Os bens e direitos compõem o Ativo e as obrigações a pagar constituem o Passivo de uma empresa. A diferença entre o Ativo e o Passivo configura situação líquida, denominada Patrimônio Líquido, que representa os direitos dos proprietários. Portanto temos a seguinte equação patrimonial: Ativo – Passivo = Patrimônio Líquido . Como na maioria das entidades o Ativo (Bens e Direitos) suplanta o Passivo (Obrigações), a representação mais comum do seu Balanço assume a forma: Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido . Caso o Passivo supere o Ativo, a equação será: Ativo + Patrimônio Líquido = Passivo . Quando o Passivo for maior do que o Ativo, temos um passivo a descoberto. Quando o Ativo for igual ao Passivo, temos a inexistência do Patrimônio Líquido. No quadro abaixo, temos a representação gráfica do Patrimônio. 18 Aplicações Fontes de recursos de recursos ATIVO PASSIVO Obrigações Recursos de da Terceiros Bens e Empresa Direitos PATRIMONIO LÍQUIDO da Empresa Direitos Recursos dos Próprios Proprietários Aspectos Dinâmico e Estático do Patrimônio No desenvolvimento das operações de uma empresa, cada vez que ela efetua uma transação, seja de compra, seja de venda, ou qualquer outra operação, os elementos que compõem a Patrimônio dessa empresa sofrem alterações. Durante um período, denominado de Exercício Financeiro, essas operações vão acontecendo, fazendo com que a estrutura do Patrimônio se modifique a cada operação realizada.À essa sucessão de operações do dia a dia da empresa que continuamente modifica a estrutura patrimonial, é dado o nome de aspecto dinâmico do Patrimônio. No último dia de cada Exercício Financeiro, é estancado esse aspecto de movimento do Patrimônio para a verificação do que existe até aquele dia. É levantado então um Balanço que representa o aspecto estático do Patrimônio, ou seja, a representação do que existe de bens, direitos e obrigações e o resultado de Exercício que está sendo encerrado, que pode ser de dois tipos: - Quando a receita for maior que a despesa, o resultado final do exercício será um lucro. - Quando a despesa for maior que a receita, o resultado final do exercício será um prejuízo. 7 – CONTAS CONTÁBEIS Na linguagem cotidiana, o que representa a palavra conta? Pode ser uma operação aritmética de soma ou subtração; uma conta de água, de energia elétrica; uma conta-corrente bancária; uma conta que temos para pagar na padaria, na loja; ou simplesmente, não é da sua conta!!! Na Contabilidade, conta é o nome técnico dado aos componentes patrimoniais (Bens, Direitos, Obrigações e Patrimônio Líquido) e aos elementos de Resultado (Despesas e Receitas). As operações de uma empresa ocasionam aumentos e diminuições no Ativo, no Passivo e no Patrimônio Líquido; sendo que esses aumentos e diminuições são registrados em contas específicas. Utilizam-se contas separadas para representar cada tipo de elemento do Ativo, do Passivo e do Patrimônio Líquido. Cada uma dessas contas será distinguida das demais pela sua denominação. Portanto, conta é o título que qualifica um componente do patrimônio ou uma variação patrimonial. As contas registram os débitos e os créditos da mesma natureza, são identificadas por um título que qualifica um componente do patrimônio, permitindo, portanto o agrupamento dos registros contábeis de mesma natureza. Sua função é acumular de forma ordenada, os débitos e créditos da mesma natureza, de maneira que seu saldo represente, no momento considerado, a situação do elemento patrimonial ou da variação patrimonial a que se refere. 19 É por meio das contas que a Contabilidade consegue desempenhar o seu pape de registro e controle de todos os acontecimentos ocorridos na gestão do Patrimônio. Dividem-se em: Contas Patrimoniais (Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido) e Contas de Resultado (Receitas e Despesas) As Contas Patrimoniais representam os Bens, os Direitos, as Obrigações e o Patrimônio Líquido. Dividem-se em Ativas e Passivas e são elas que representam o Patrimônio da Empresa num dado momento, mediante o Balanço Patrimonial. As Contas de Resultado dividem-se em Contas de Despesas e Contas de Receitas. As contas de resultados são encerradas no final do período. Não fazem parte do Balanço Patrimonial, mas é por meio delas que sabemos se a empresa apresentou lucro ou prejuízo em suas atividades. Despesas: consumo de bens e serviços que direta ou indiretamente, deverá produzir uma receita, ou seja, são gastos necessários ao desenvolvimento das operações da Entidade. As Despesas decorrem do consumo de Bens e da utilização de Serviços. Exemplos: água e esgoto, aluguéis passivos, café e lanches, despesas bancárias. A despesa poderá diminuir o Ativo ou aumentar o Passivo. Ex. despesa com aluguéis, despesa com salários, despesa com juros, etc. Receitas: entrada de elementos para o Ativo, sob forma de dinheiro ou direitos a receber, proveniente das operações da Entidade. As Receitas decorrem da venda de bens e da prestação de serviços. Exemplos: aluguéis ativos, descontos obtidos, juros ativos, receita de vendas, receita de serviços, receita com juros, etc. Resultado: é a diferença obtida entre receitas e despesas em um determinado período. Toda receita aumenta o Patrimônio Líquido e toda despesa ocasiona diminuições, logo: Se as receitas superarem as despesas do período, o resultado será positivo (lucro), aumentando o Patrimônio Líquido. Se as despesas superarem as receitas do período, o resultado será negativo (prejuízo), diminuindo o Patrimônio Líquido. Exemplos de contas que representam o Ativo: Elementos a Representar Conta (Nome Técnico) Terrenos, edifícios, prédios, sobrados, casas, enfim, o solo e o que sobre ele está construído. Imóveis Automóveis, caminhões, utilitários, motocicletas, bicicletas, etc. de uso da empresa. Veículos Prateleiras, balcões, vitrinas e similares utilizados na empresa. instalações Dinheiro em poder da empresa. Caixa Escrivaninhas, mesas, cadeiras, máquinas de calcular etc. de uso da empresa. Móveis e utensílios Maquinário e equipamentos para confecção do produto. Máquinas e equipamentos 20 Exemplos de contas que representam o Passivo: Elementos a Representar Conta (Nome Técnico) Obrigações a pagar decorrentes de compras de mercadorias a prazo. Duplicatas a pagar Valores a pagar de correntes de compras de imóveis ou veículos, tendo como garantia um título ou boleto bancário. Títulos a pagar Impostos devidos aos poderes públicos. (governos). Impostos a recolher Salários devidos aos serviços prestados pelos funcionários. Salários a pagar Investimentos iniciais do proprietário ou proprietários aplicados na empresa. Capital Social Lucros obtidos em função dos resultados das atividades operacionais da empresa. (Receitas menos custos e despesas) Lucros acumulados Exercícios de fixação sobre contas contábeis e Balanço Patrimonial: 7.1 – Relacionar os elementos com os nomes técnicos: 01 - terrenos, casas, edifícios etc. 02 - Valores a receber provenientes de vendas a prazo 03 - Valores depositados em estabelecimentos bancários 04 - Bens adquiridos pela empresa para comercialização e revenda 05 – Mesas, cadeiras, máquinas de escrever, armários, etc. 06 - Valores a pagar provenientes de compras a prazo 07 - Salários dos funcionários da empresa 08 - Valores a pagar, referente a empréstimos bancários 09 - Automóveis, caminhões de uso da empresa 10 - Prateleiras, balcões, vitrinas etc. ( ) - Móveis e utensílios ( ) - Ordenados a pagar ( ) - Bancos conta movimento ( ) - Imóveis ( ) - Veículos ( ) - Duplicatas a receber ( ) - Mercadorias, estoque ( ) - Duplicatas a pagar ( ) - Instalações ( ) - Títulos a Pagar 21 7.2 – Determinar os bens, diretos e obrigações abaixo com seus nomes técnicos: ( ) - Edifícios ( ) - Cadeiras ( ) - Estoques de materiais ( ) - Valores a receber ( vendas de mercadorias a prazo ) ( ) - Investimentos dos sócios ( ) - Valores a pagar ref. compra de veículos ( ) - Prédio da Administração da empresa ( ) - Valores depositados em bancos ( ) - Automóveis ( ) - Prateleiras ( ) - Dinheiro em poder da empresa ( ) - Caminhões e motos de uso da empresa ( ) - Apartamento de propriedade da empresa ( ) - Prédio onde esta localizada a fábrica 01 - Imóveis 02 - Veículos 03 - Instalações 04 - Móveis e utensílios 05 - Mercadorias 06 - Caixa 07 - Duplicatas a receber 08 - Bcos conta movimento 09 - Títulos a receber 10 - Duplicatas a pagar 11 - Títulos a pagar 12 - Impostos a pagar 13 – Capital Social 22 7.3 – Classifique as seguintes contas como: Ativo, Passivo ou Patrimônio Líquido. Contas Ativo Passivo Patrimônio Líquido Impostos a Recolher (a pagar) Lucros ou Prejuízos Acumulados Duplicatas a Receber / Clientes Capital Social Veículos Duplicatas a pagar ou Fornecedores Bancos conta Movimento (c/c) Máquinas e EquipamentosCaixa 7.4 – Classifique os valores das contas em Ativo e Passivo. Elementos patrimoniais Valor Ativo Passivo Mercadorias para revenda 10.000 Salários a pagar 3.000 Moveis e Utensílios 3.700 IPI a recolher (ou a pagar) 1.500 Empréstimo a pagar 2.000 Duplicatas a Receber 25.000 Contas a pagar 300 Caixa e Bancos 500 Fornecedores 7.000 Capital Social 25.400 TOTAIS 78.400 7.5 – As contas alugueis a receber, salários a pagar e duplicatas a receber, são respectivamente: a) conta de ativo, conta de passivo e conta de ativo. b) conta de passivo, conta de ativo e conta de passivo. c) todas são contas de passivo. d) todas são contas de ativo. 8 - FORMAÇÃO DO PATRIMÔNIO Para se constituir uma empresa é preciso que se tenha, inicialmente, um Capital. Quando a empresa está sendo constituída, a palavra Capital é usada para representar o conjunto de elementos que o proprietário da empresa possui para iniciar suas atividades. Por exemplo: 23 Ana vai abrir uma loja de roupas. Ela possui para esse fim R$ 60.000 em dinheiro. Logo, esses R$ 60.000 em dinheiro constituem o seu Capital Inicial. O Capital Inicial pode ser composto por dinheiro, móveis, veículos, imóveis, etc. Suponhamos que uma pessoa deseje iniciar suas atividades (abrir uma loja) e possua R$ 5.000 em dinheiro e um caminhão no valor de R$ 60.000. Neste caso, seu Capital Inicial é R$ 65.000, sendo: � Em dinheiro........................................ R$ 5.000 � Em veículos....................................... R$ 60.000 Total do Capital.................................... R$ 65.000 Este Capital é conhecido também por Capital, Capital Inicial ou Capital Nominal. CONFIGURAÇÕES DO ESTADO PATRIMONIAL Vamos considerar algumas operações de uma empresa, preparando um balanço após cada operação. 1ª operação – Subscrição e integralização do Capital Social, em dinheiro, pelos acionistas no valor de R$ 4.000,00. A empresa recebeu um Ativo (Caixa), e no lado do Passivo a conta de Capital, representativa do investimento realizado pelos acionistas. ATIVO PASSIVO Caixa 4.000 Patrimônio Líquido Capital 4.000 Total 4.000 Total 4.000 2ª operação – Aquisição de um edifício de 2 pavimentos, mediante pagamento à vista, pelo valor de R$ 1.200,00. Com essa operação a empresa adquiriu um novo Ativo (Imóveis), mas viu seu dinheiro (Caixa) ser diminuído do mesmo valor. ATIVO PASSIVO Caixa 2.800 Imóveis 1.200 Patrimônio Líquido Capital 4.000 Total 4.000 Total 4.000 3ª operação – Compra de materiais para iniciar a atividade mercantil, com pagamento à prazo, pelo valor de R$ 2.000,00. Por essa operação a empresa adquiriu um novo Ativo (Materiais) e assumiu um Passivo, uma obrigação de Pagar (Contas a Pagar). ATIVO PASSIVO Caixa 2.800 Contas a Pagar 2.000 Imóveis 1.200 Materiais 2.000 Patrimônio Líquido Capital 4.000 Total 6.000 Total 6.000 24 4ª operação – Compra de veículo para efetuar entregas aos clientes, com pagamento à vista, pelo valor de R$ 200,00. Efetuada esta operação, a empresa adquiriu um novo Ativo (Veículos) e seu dinheiro (Caixa) diminui no mesmo valor. ATIVO PASSIVO Caixa 2.600 Contas a Pagar 2.000 Imóveis 1.200 Materiais 2.000 Veículos 200 Patrimônio Líquido Capital 4.000 Total 6.000 Total 6.000 5ª operação – Venda de parte do edifício, pelo valor de R$ 600,00. A empresa não recebeu nenhum dinheiro nesta data, porém o comprador emitiu uma Nota Promissória. A Nota Promissória emitida pelo comprador representa um novo Ativo para a empresa (Títulos a Receber). A venda de parte do edifício ocasionou uma redução no Ativo Imóveis. ATIVO PASSIVO Caixa 2.600 Contas a Pagar 2.000 Imóveis 600 Materiais 2.000 Veículos 200 Títulos a Receber 600 Patrimônio Líquido Capital 4.000 Total 6.000 Total 6.000 6ª operação – Pagamento de Obrigação. Pagamento de parte dos materiais adquiridos anteriormente, pelo valor de R$ 1.300,00. Esta operação diminuiu o Passivo (Contas a Pagar) e também a disponibilidade de dinheiro em Caixa (Ativo). ATIVO PASSIVO Caixa 1.300 Contas a Pagar 700 Imóveis 600 Materiais 2.000 Veículos 200 Títulos a Receber 600 Patrimônio Líquido Capital 4.000 Total 4.700 Total 4.700 7ª operação – Recebimentos de Direitos. Recebimento de parte da Nota Promissória referente à venda do imóvel, no valor de R$ 400,00. Este fato contribuiu para aumentar o dinheiro em Caixa (Ativo) e diminuir os Títulos a Receber (Ativo). 25 ATIVO PASSIVO Caixa 1.700 Contas a Pagar 700 Imóveis 600 Materiais 2.000 Veículos 200 Títulos a Receber 200 Patrimônio Líquido Capital 4.000 Total 4.700 Total 4.700 O procedimento adotado acima, de preparar um balanço após a realização de cada operação da empresa, visa demonstrar a contínua igualdade da Equação Patrimonial (A = P + PL), e demonstrar os efeitos de alguns eventos sobre os elementos do patrimônio. Na prática, há dificuldade de se preparar um balanço após cada operação, e as pessoas interessadas nos balanços, tais como os administradores, acionistas, entidades governamentais, etc. contentam-se com os balanços periódicos que são elaborados com os dados fornecidos pelos registros das operações. Exercícios sobre a formação do Patrimônio e Balanço Patrimonial: Variações Patrimoniais 8.1 – Exercício resolvido: 1) Formação de um patrimônio que inicia suas atividades com R$ 200.000 em dinheiro. Representação do patrimônio BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Bens Caixa 200.000 Patrimônio Liquido Capital social 200.000 Total 200.000 Total 200.000 2) Compra de mesas e cadeiras, a vista, para uso da empresa, no valor de R$ 50.000 Representação do patrimônio BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Bens Caixa 150.000 Móveis e utensílios 50.000 Patrimônio Liquido Capital social 200.000 Total 200.000 Total 200.000 3) Depósito de R$ 30.000 no banco MERCOSUL S/A: 26 Representação do patrimônio BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Bens Caixa 120.000 Bancos conta movimento 30.000 Móveis e utensílios 50.000 Patrimônio Liquido Capital social 200.000 Total 200.000 Total 200.000 8.2 – Represente, através do Balanço Patrimonial, a situação do Patrimônio da firma individual de Vera Lúcia Ribeiro, após cada fato ocorrido. a) Vera Lúcia Ribeiro inicia suas atividades comerciais com um Capital de R$ 80.000 em dinheiro: BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Total Total b) Compras à vista (em dinheiro): Um automóvel – R$ 25.000. Mercadorias – R$ 20.000. Móveis e utensílios – R$ 3.000 BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Total Total c) Compra de mercadorias a prazo, mediante Duplicatas, no valor de R$ 30.000: BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Total Total d) Compra a prazo de uma casa no valor de R$ 100.000, mediante financiamento bancário: BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Total Total27 e) Vendas de mercadorias à vista no valor de R$ 10.000. Vendas de mercadorias à prazo,mediante aceite de duplicatas no valor de R$ 80.000. BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Total Total f) Pagamento de uma Duplicata, em dinheiro, no valor de R$ 10.000: BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Total Total g) Recebimento de uma Duplicata, em dinheiro, no valor de R$ 2.000 BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Total Total 8.3 – Represente graficamente, após cada fato ocorrido, a Situação Patrimonial da empresa, considerando-a em evolução, isto é, cada gráfico apresentado deve ser igual ao gráfico anterior, modificado pelas operações subseqüentes. a) Investimento inicial de R$ 300, sendo R$ 200 em dinheiro e R$ 100 em prateleiras. BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Total Total b) compras efetuadas: Mercadorias, em dinheiro, no valor de R$ 50; Veículos, a prazo, mediante financiamento bancário, no valor de R$ 130. BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Total Total 28 c) Venda de mercadorias, à vista, por R$ 20. BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Total Total d) Vendas de mercadorias, a prazo, mediante aceite de Duplicatas, no valor de R$ 20. BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Total Total e) Pagamento, em dinheiro, de uma Duplicata no valor de R$ 30. BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Total Total 8.4 – Identifique as operações que deram origem às Situações Patrimoniais a seguir representadas. Considere o Patrimônio em evolução, isto é, compare o gráfico do item em análise sempre com o gráfico anterior e responda quais foram os fatos que provocaram tais modificações. a) BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Caixa 24.000 Capital 24.000 Total 24.000 Total 24.000 29 b) BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Caixa 24.000 Móveis 6.000 Duplicatas a pagar 6.000 Capital 24.000 Total 30.000 Total 30.000 c) BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Caixa 10.000 Móveis 6.000 Veículos 14.000 Duplicatas a pagar 6.000 Capital 24.000 Total 30.000 Total 30.000 d) BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Caixa 4.000 Móveis 6.000 Veículos 14.000 Capital 24.000 Total 24.000 Total 24.000 8.5 – Veja a seguir esta representação gráfica do Patrimônio: analise e responda as questões: BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Caixa 1.100 Estoque de mercadorias 1.400 Duplicatas a receber 700 Duplicatas a pagar 1.000 Promissórias a pagar 500 Capital 1.000 Lucros Acumulados 700 Total 3.200 Total 3.200 a) Qual é o valor do Capital Nominal? b) Qual é o valor dos recursos totais à disposição da empresa? c) O Capital Próprio é de R$ d) O Capital de Terceiros é de R$ 30 8.6 – Considere os dados abaixo, referentes ao Balanço Patrimonial de uma empresa ao final de um determinado ano e responda as questões A e B. Móveis e utensílios R$ 550 Caixa R$ 100 Contas a pagar R$ 150 Contas a receber R$ 300 Estoques R$ 250 Fornecedores a pagar R$ 300 Salários a pagar R$ 250 A) Qual é o valor do Patrimônio Liquido? a) R$ 500 b) R$ 350 c) R$ 200 d) R$ 1.000 B) Qual é o valor do Capital de Terceiros? a) R$ 500 b) R$ 550 c) R$ 450 d) R$ 700 9 – ATOS E FATOS ADMINISTRATIVOS O Patrimônio das empresas está em constante movimento em função dos acontecimentos que ocorrem diariamente. O patrimônio de uma entidade sofre freqüentes variações em seus elementos constitutivos, em virtude principalmente da atividade operacional. Esses acontecimentos podem ser divididos em dois grupos: atos administrativos e fatos administrativos. Atos administrativos são os acontecimentos que ocorrem na empresa e que não provocam alterações no Patrimônio. Por exemplo, admissão de empregados, assinaturas de contratos de compras, de vendas e de seguros diversos, fiança em favor de terceiros etc. Fatos administrativos são os acontecimentos que provocam variações nos valores patrimoniais, podendo ou não alterar o Patrimônio Líquido. Por modificarem o Patrimônio, devem ser contabilizados. Os fatos administrativos podem ser classificados em três grupos: fatos permutativos, fatos modificativos e fatos mistos. Fatos permutativos são aqueles que permutam os elementos componentes do Ativo e/ou do Passivo, sem modificar o valor do Patrimônio Líquido. Pode ocorrer troca entre os elementos do Ativo, entre os elementos do Passivo e entre ambos ao mesmo tempo. Exemplo: Recebimento de venda a prazo (haverá um aumento de caixa e uma diminuição de contas a receber) – Compra de móveis e utensílios á prazo (aumento de Ativo e de Passivo) – Pagamento de dívida com terceiro (diminuição de Ativo e de Passivo). Exemplos: compra de veículo à vista; aquisição de materiais a prazo; pagamento de uma dívida. Fatos modificativos são aqueles que acarretam alterações, para mais ou para menos, no Patrimônio Líquido. Envolvem as Contas Patrimoniais e as Contas de Resultado. Exemplo: 31 pagamento de conta de água ou venda de mercadorias, receita recebida por um serviço prestado; pagamento de despesa de transporte. Fatos mistos envolvem, ao mesmo tempo, um fato permutativo e um fato modificativo, causando alterações no Ativo ou no Passivo e no Patrimônio Líquido. Exemplo: venda de um bem do Ativo com lucro, pagamento de uma dívida com desconto; venda de um b em com prejuízo; pagamento de uma dívida com juros de mora. 10 – PLANO DE CONTAS O Plano de Contas é um elenco de todas as contas previstas pelo Setor Contábil da empresa como necessárias aos seus registros contábeis. Cada empresa deve elaborar o seu Plano de Contas sempre obedecendo aos seus interesses e, principalmente, á legislação pertinente (atualmente a Lei das Sociedades por Ações, Lei 6.404 de 15 de dezembro de 1976) O Plano de Contas é a estrutura sobre a qual se constrói e elabora a escrituração, com a finalidade de mantê-la ordenada de forma a obter, de maneiraclara e objetiva, os dois instrumentos informativos mais importantes da contabilidade: O Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício. Em outras palavras, o plano de contas deve ser planejado com a mesma estrutura do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício. O Plano de Contas deve ser tão detalhado quanto seja o interesse da empresa em informações detalhadas; inexistem regras que estabeleçam o número máximo ou o número mínimo de contas que deve conter um plano de contas. É preciso que se saiba, todavia, que o plano de contas deve ser suficientemente elástico a fim de permitir a inclusão de novas contas, sempre que elas se fizerem necessárias. O grau de detalhamento do plano de contas varia segundo o interesse do contador e da empresa levando em consideração, sempre, a necessidade de registrar todas as ocorrências na vida de uma empresa. Técnica de elaboração do Plano de Contas O Plano de contas deve possuir contas em número suficiente para registrar todos os valores positivos, todos os valores negativos, todos os ingressos e todas as despesas de forma detalhada a fim de não ocorrerem confusões. Cada empresa deve ter um Plano de Contas apropriado. Um Plano de Contas deve conter somente as contas que serão movimentadas (no presente ou no futuro). Na preparação do Plano de Contas deve-se iniciar do grupo maior para os grupos menores – do geral para o particular. Assim, podemos dizer que o nosso plano de contas pode se dividir em quatro grandes grupos; a) CONTAS PATRIMONIAIS: 1. ATIVO 2. PASSIVO e PATRIMONIO LÍQUIDO b) CONTAS DE RESULTADO: 3. RECEITAS 4. DESPESAS Ou, visando à elaboração das demonstrações contábeis, em apenas três: 1. ATIVO 2. PASSIVO e PATRIMÔNIO LIQUIDO 32 3. CONTAS DE RESULTADO. As contas de primeiro grau representam os agrupamentos principais: 1. ATIVO: Agrupando todas as contas que representam bens ou direitos da empresa; 2. PASSIVO: Agrupando todas as contas que representam as obrigações da empresa e o capital próprio (Patrimônio líquido); 3. CONTAS DE RESULTADO: Agrupando as contas de resultado. Seu saldo representa uma receita, um ingresso, um lucro, quando credor, ou uma despesa, um gasto, uma perda, quando devedor. As contas de segundo grau são aquelas que representam o agrupamento de contas em que se divide o ativo, o passivo e as contas de resultado, com o mesmo ordenamento em que é feita a apresentação das demonstrações contábeis; assim, teremos dentro do ativo, os seguintes grandes grupos: 1 – ATIVO 1.1 – ATIVO CIRCULANTE - Este grupo agrega as contas que representam os valores disponíveis em caixa, em bancos, os valores a receber até a data do próximo balanço, os estoques e as despesas pagas antecipadamente e que influenciarão os resultados do exercício seguinte. Este grupo pode ser dividido em outros subgrupos de acordo com as necessidades e conveniências. 1.2 – ATIVO REALIZAVEL A LONGO PRAZO - Este grupo agrega as contas que representam os valores a receber (os direitos) que só venham a vencer após o balanço seguinte. 1.3 – ATIVO PERMANENTE – Neste grupo agregam-se as contas representativas dos bens adquiridos com caráter permanente, adquiridos com a intenção de usá-los, sem a intenção de revendê-los. Este grupo se divide em três outros grupos distintos: 1.3.01 – INVESTIMENTOS - Agrupa as contas que representam as aplicações de recursos financeiros em outras empresas ou em bens que não mantenham relação com a atividade objeto da empresa; 1.3.02 – IMOBILIZAÇÕES – Aqui se agrupam as contas que representam as aplicações de recursos financeiros que visam à manutenção da atividade objeto da empresa e a s respectivas contas de regularização. 1.3.03 – DIFERIDO - Este é o grupo que agrega as contas que representam as despesas que influenciarão o resultado de vários exercícios futuros, tais como despesas pré-operacionais e benfeitorias em imóveis de terceiros. 2 – PASSIVO 2.1 – PASSIVO CIRCULANTE - Reúne as contas representativas das obrigações da empresa, vencíveis no decurso do exercício seguinte (antes do próximo balanço); 2.2 – PASSIVO EXIGIVEL A LONGO PRAZO - Agrupa as contas que representam as obrigações que tiverem seu vencimento após o decurso do exercício seguinte (após o próximo balanço) 2.3 – RESULTADO DE EXERCICIOS FUTUROS - Neste grupo são reunidas as contas que representam as receitas e despesas relativas a obras cujo ciclo operacional seja superior a um ano. Ex.: a construção de um edifício; etc. Este grupo não será utilizado em nosso exercício. 2.4 – PATRIMÔNIO LIQUIDO – Este grupo de contas representa o patrimônio líquido da empresa, formado pelo seu capital social, suas reservas e lucros ou prejuízos acumulados. 3 – RESULTADO DO PERIODO Este é o grupo que agrega as contas de toda natureza que representem ingressos, receitas ou lucros de um lado e, de outro, as contas que representam custos, despesas ou perdas. 33 3.1 – RECEITA BRUTA - Reúne as contas que representam a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços, ou apenas de serviços; 3.2 – ABATIMENTOS DA RECEITA BRUTA - Reúne as contas que representam as vendas anuladas, os descontos incondicionais e os impostos incidentes sobre as vendas, dos quais o comerciante é mero repassador (ICMS, PIS e COFINS). 3.3 – CUSTO DAS VENDAS – Neste grupo se reúnem as contas utilizadas na apuração do Custo das mercadorias vendidas: Mercadorias estoque (EI); Compras à vista; Compras a prazo; Fretes sobre compras e Devolução de compras. 3.4 – DESPESAS OPERACIONAIS – Todas as despesas necessárias à atividade geral da empresa, tendo em vista o fim a que ela se propõe. Este grupo, geralmente, é dividido em subgrupos de acordo com o interesse da empresa. (Despesas com vendas, Despesas administrativas, Despesas Financeira, etc.). 3.5 – RECEITAS NAO OPERACIONAIS – São as receitas que não mantém vinculação com a atividade objeto da empresa. A receita apurada na venda de um bem do ativo imobilizado é um exemplo de receita não operacional. 3.6 – DESPESAS NÃO OPERACIONAIS – Despesas que não mantém vinculação com a atividade a que a empresa se propôs. A baixa, pelo valor contábil, de bem do ativo permanente alienado. A lei das S/As (Lei 6.404/76) estabelece que as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez. Apresentamos, a seguir, um “modelo” de um Plano de Contas: A – CONTAS PATRIMONIAIS 1 – ATIVO 2 – PASSIVO 10 ATIVO CIRCULANTE 20 PASSIVO CIRCULANTE 10.1 Caixa 20.1 Fornecedores 10.2 Bancos Conta Movimento 20.2 Duplicatas a Pagar 10.3 Aplicações Financeiras 20.3 Contas a Pagar 10.4 Clientes 20.4 COFINS a Recolher 10.5 Duplicatas a Receber 20.5 PIS a Recolher 10.6 Promissórias a Receber 20.6 ICMS a Recolher 10.7 Ações de Outras Empresas 20.7 FGTS a Recolher 10.8 Estoque de Mercadorias 20.8 INSS a Recolher 10.11 Estoque de Material de Expediente 20.9 Salários a Pagar 10.12 Juros Passivos a Vencer 20.10 Dividendos a Pagar 10.13 Prêmios de Seguros a Vencer 20.11 Impostos e taxas a Recolher 20.12 Provisão para a Contribuição Social 20.13 Provisão para o Imposto de Renda 11 ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 21 PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 11.1 Duplicatas a Receber 21.1 Duplicatas a Pagar 11.2 Promissórias a Receber 21.2 Promissórias a Pagar 34 12 ATIVO PERMANENTE 22 RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS 12.1 Participações em Outras Empresas 22.1 Aluguéis Ativos a Vencer 12.2 Imóveis 22.2 Outras Receitas a Vencer 12.3 Computadores 22.3 (-) Custos ou Perdas Correspondentes 12.4 Instalações 12.5 Móveis e Utensílios 23 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 12.6 Veículos 23.1 Capital 12.10 Marcas e Patentes 23.2 Reservas de Lucros 12.11
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