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357204983-Guia-Pratico-Do-Karate-Kyokushinkai (2)

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1 
 
O KARATÊ KYOKUSHINKAI 
 
 
O Karate Kyokushinkai é uma Arte Marcial que põe à prova o caráter, a 
personalidade, a alma é o organismo de quem o praticam; gerando uma luta interna no 
praticante, levando-o à desafiar e vencer a si mesmo. O Kyokushinkai além de prover 
seus adeptos extrema força em golpes poderosos, traz em sua essência um lado mais 
interessante e provavelmente mais verdadeiro que é o lado espiritual. O Karate 
Kyokushinkai é a arte de lutar sem armas e sua prática faz com que o praticante possa 
defender-se de mais de um adversário. Sua nomenclatura: KARA (Vazio); TE (Mão); esta 
Arte Marcial é um meio de luta sem armas. Nela utilizamos os pés, as mãos, os joelhos, 
os cotovelos, ou punhos e a própria cabeça; transformando-os numa verdadeira 
máquina de combate sabiamente dirigida. Cada golpe vigoroso tem seu endereço num 
ponto vital. Para isto basta lembrar que sua origem nasceu da vontade de unir saúde 
física e mental, assim como a necessidade de defender-se, já que as armas lhes eram 
negadas. Com golpes vigorosos e devastadores, sobrepujavam adversários muitas vezes 
armados, causando não menos que rupturas, contusões, etc. Consolida-se como um 
método de Defesa Pessoal, método de ataque e um excelente método de 
condicionamento físico. 
Tendo como base um trabalho rigoroso de concentração e orientação 
espiritual, é certo que uma grande força física e poder mental são obtidos, e desta forma 
rápidos resultados são conquistados em curto espaço de tempo. Salientamos que o 
praticante não adote o caminho diverso do seu aprendizado, utilizando os seus 
conhecimentos somente à defesa própria e de outros. 
A filosofia do Karate Kyokushinkai evidencia-se: Respeito, Dedicação, 
Humildade, Responsabilidade, Harmonia, Sabedoria, Justiça e Confiança. O estilo 
Kyokushinkai é uma escola de adestramento por excelência, um guia seguro para o 
fortalecimento do caráter e um conjunto de preceitos físicos e exigentes que 
acompanharão o praticante pelo resto de sua vida. 
Uma das virtudes que o praticante deve ter é a CORAGEM. Dizia o Grande 
Mestre (Sosai) Masutatsu Oyama: “Perder dinheiro é perder pouco, perder Confiança é 
perder muito, mas perder a Coragem é perder tudo; porque perderá a si próprio.” 
Portanto mantenha sempre a Coragem como o bem mais precioso da vida. Recomenda 
ainda o Grande Mestre Masutatsu Oyama: "Que dinheiro não é tudo nem o mais 
importante na vida; ele deve vir naturalmente a você como consequência de seu 
trabalho honrado". Desses sábios ensinamentos, realmente há muito que aprender. Na 
verdade perder Confiança é grave, porque não a recuperará com dinheiro, nem 
conseguirá recuperá-la facilmente. Por isso é necessário preservar cuidadosamente a 
2 
 
Confiança. No entanto, a Coragem é virtude capital. Sem Coragem, perderemos as mais 
esplêndidas chances da vida, o Covarde erra o alvo e por fim perderá a si mesmo. 
É importante aos alunos iniciantes saber que para desenvolver-se, leva-se 
tempo; que desenvolvimento técnico e força, não são adquiridos de um dia para outro. 
Normalmente leva-se de três a seis meses para sentir esse desenvolvimento; em cada 
êxito conquistado, novo objetivo se instalará. Humildade e Abnegação são fatores 
essenciais à boa continuidade. Uma das formas do espírito do Karate Kyokushinkai é a 
força interior denominada, perseverança.Resultado dos treinamentos feitos com os 
sentimentos voltados totalmente ao Karate Kyokushinkai. O praticante que treinou 
arduamente, fortalecerá seu interior transpondo com garra momentos de dificuldade 
ao longo de sua existência. 
O Grande Mestre Masutatsu Oyama afirmava: “KARATE NI SENTI NASHI”, 
cujo significado é o seguinte: O OBJETIVO DO KARATE É RETER O ESPÍRITO AGRESSIVO. 
O espírito do Karate é uma poderosa essência que penetra em todas as coisas, mas que 
permanece naqueles que conseguem esvaziar-se para recebê-lo. 
KARA - O vazio, o Universo, o Céu, a Neutralidade ou a Luz; TE – Mão é uma 
insubstância que se materializa na prática da Arte; DO - nessa transição havendo um 
caminho. 
KARATE-DO - A busca espiritual através do caminho da Arte das Mãos 
Vazias. 
A vivência do Karate está intimamente ligada à busca infinita do interior do 
homem - O TAN REN. Durante séculos, há mais de 1.200 anos, o processo através do 
qual emergiu e se expandiu a Arte e depois o esporte Karate. 
O Karate Kyokushinkai segue a linha do BUDÔ, que visa buscar a eficiência 
máxima em termos de qualidade técnica através do qual o detentor de menor 
compleição física, e, portanto em aparente desvantagem pode vencer um adversário de 
maior compleição física. É a verdadeira essência da Arte Marcial traduzida em termos 
práticos, compensar a desvantagem física, aperfeiçoando às habilidade técnicas e o 
domínio da parte espiritual. Um praticante de Karate Kyokushinkai pequeno, rápido e 
preciso é muito mais eficaz e temível que um homem robusto e forte. 
O Karate Kyokushinkai segue além do BUDÔ, a linha do BUSHIDO (Caminho 
do Guerreiro) cujo mesmo, era um conjunto de normas que dirigiam a vida dos samurais. 
Esse Código resumia-se em um ideal de Coragem (Força Interior) e da servidão (a própria 
razão da vida). 
A International Kyokushinkai Association – IKA, foi fundada em 2012 para 
seguir a verdade, o legado e disciplina de Masutatsu Oyama, protegendo as técnicas de 
Kyokushinkai, as regras e regulamentos - sem divergir dos princípios originais do Sosai e 
das suas ideias. A sede (Honbu) IKA (INTERNATIONAL KYOKUSHINKAI ASSOCIATION) é 
3 
 
no Nordeste do Brasil sobre comando do Kancho Carllos Costa, Fundador e Presidente. 
Hoje com a denominação de modalidade desportiva Karate Kyokushinkai e Kickboxing 
Kyokushinkai. 
A IKA - International Kyokushinkai Association - Karate Kyokushinkai 
trabalha democraticamente, onde em reuniões há a participação de atletas, de 
professores e de dirigentes para melhor resolução dos problemas. Há uma exposição de 
assuntos e os melhores meios para solucioná-los, isto faz com que os filiados tenham 
poder de voto e de participação ante as diretrizes que envolvem o Karate Kyokushinkai. 
 
 
O QUE QUER DIZER O NOME KYOKUSHINKAI? 
 
O nome KYOKU em japonês quer dizer: aprofundar, SHIN em japonês quer 
dizer: verdade e KAIKAN quer dizer: União ou de forma unida. Então KYOKUSHIN 
KAIKAN, quer dizer: A União, ou escola, que se aprofunda na verdade, ou então: A União 
que vai de encontro à essência da verdade. Na realidade a União só direciona o 
praticante para o verdadeiro caminho da verdade, ou seja, através de seus métodos de 
treinamentos o aluno começa a descobrir a real potencialidade da sua técnica, do seu 
físico e do lado espiritual. 
No Kyokushinkai todo o treinamento é penoso por ser real, vigoroso, rígido 
e disciplinador. No Kyokushinkai não existe caminho curto, o praticante para ter uma 
noção do Karate, treina 1.000 dias, ou seja, três anos ininterruptamente. Estes 1.000 
dias é o tempo que leva da graduação de Faixa Branca à Faixa Marrom. A partir do 
momento em que você conseguir ser um Faixa Preta é que você começará a aprofundar-
se no Kyokushinkai. Estará habilitado à ministrar aulas e com isso aprimorar sua técnica. 
Quando você chegar aos 10.000 dias inicia-se o entendimento sobre a essência real do 
Karate Kyokushinkai, ou seja, após 30 anos de árduo treinamento é que descobrimos as 
novas fronteiras do Kyokushinkai. 
Existem várias fases dentro do Kyokushinkai. Quando iniciamos na Arte, não 
detemos o saber, somos chamados de Kohai. À medida que vamos treinando e 
aprendendo o Kyokushinkai, buscamos conquistar novas graduações. Após a conquista 
na graduação de Faixa Marrom, começamos a auxiliar o Sensei nas aulas, ministrando 
alguns exercícios ou técnicas. Nesta fase somos chamados de SEMPAI (Alunos 
Veteranos). Com o aprimoramento da técnica e conhecimento do Karate Kyokuhinkai, 
sentimos à necessidade de mudar radicalmente nosso treinamento,passado a dedicar 
horas extras no aprendizado, pois nosso objetivo é a Faixa Preta. Parece um obstáculo 
intransponível. Dedicamos nosso coração e nossa alma ao privilégio de nos tornarmos 
um Faixa Preta. Nesta fase nos chamam de Shidoin, pois somos Instrutores, ou seja, nós 
somente repetimos aquilo que nos foi passado. Com o passar do tempo, e pelas 
4 
 
experiências acumuladas resolvemos tornarmos libertos do Sensei responsável e 
decidimos mudar de graduação. Agora a dedicação passa a ser maior. Passamos por uma 
nova avaliação e conseguimos a Faixa Preta 2º Dan. Com o 2º Dan somos chamados de 
Sensei (Professor) e podemos abrir mais uma filial da União Kyokushinkai. Você será 
responsável pela formação de seus alunos. Qualquer atitude indevida do seu aluno, você 
será advertido. Caberá a responsabilidade de comandar uma filial do Karate 
Kyokushinkai e será um exemplo aos seus alunos. Passará todas as experiências vividas 
no difícil caminho do Karate Kyokushinkai. Com o passar dos anos, conquistamos graus 
maiores e conseguimos o 3º Dan. Nesta altura da vida, já se passaram aproximadamente 
15 anos de árduos treinamentos em prol do desenvolvimento da União Karate 
Kyokushinkai. Contudo o espírito do Kyokushinkai, não nos faz esmorecer, nos conduz à 
lutar com garra e coragem. Neste intuito, tentamos ajudar a União Kyokushinkai ao 
máximo, tanto tecnicamente, espiritualmente e agora, sobretudo na parte 
Organizacional da Entidade. Nesta fase descobrimos, o quanto é complexo as diretrizes 
do pensamento Kyokushinkai. Definir estratégias eficazes para difundir a arte nos meios 
técnicos, físicos, espirituais e organizacionais. Assim sendo, direcionamos nosso 
potencial em ajudar na parte Organizacional. Mudamos de graduação obtendo o 4º Dan. 
Com a conquista do 4º Dan somos chamados de Shihan, e dependendo da União 
Mundial poderemos ser convidados a difundir o Karate Kyokushinkai em outros Países. 
Assim sendo começamos a difundir a arte no seu contexto global, ou seja, dar 
oportunidades de Países que ainda não conhecem o Kyokushinkai de conhecê-lo em 
toda à sua essência. Você sendo Branch Chief está em suas mãos toda à desenvoltura 
do Kyokushinkai em seu País. Será o representante máximo dentro da Hierarquia 
Mundial Kyokushnkai. Caberá a você tomar as melhores posições para o 
engrandecimento do Karate Kyokushinkai. Viajará pelo mundo, representando o seu 
País em Torneios Mundiais e reuniões de Branch Chief mundiais. Poderá participar das 
reuniões mundiais dos líderes, para opinar sobre as melhores estratégias para a difusão 
e expansão do Karate Kyokushinkai. Nisto já se passaram 30 anos de dedicação e verá 
que realmente o Kyokushinkai faz parte de sua vida cotidiana e o quanto você fez pelo 
Kyokushinkai e ele por você. Isto é Kyokushinkai, isto é Budô Karate. 
 
 
5 
 
HISTÓRICO DO SOSAI MASUTATSU OYAMA E DE SEU ESTILO 
DE KARATE KYOKUSHINKAI 
 
Logo após a Segunda Guerra Mundial, ainda durante a ocupação do Japão 
pelos aliados, os espectadores de um Torneio de Karate levado a público pelos 
japoneses no “Sanno Hotel” de Tóquio presenciaram uma cena que nunca mais 
esqueceriam. Terminado o último combate, dois homens passaram a discutir em pleno 
tablado: um japonês magro e alto, que estava lívido de furor, e um coreano rijo e 
troncudo, que não demonstrava maiores preocupações. De repente, o japonês saca um 
punhal oculto por trás de seu cinturão e rasga vivamente o ar em direção ao coreano. 
Num milésimo de segundo o braço do atacante é interceptado e um poderosíssimo soco 
reverso esmaga-lhe o rosto. Ouvisse um ruído de ossos quebrados e o agressor está no 
chão, agora salpicado por pequenas poças vermelhas. O homem estava morto, 
esfacelado por um único golpe! Esse episódio constituiu-se no ponto decisivo da carreira 
marcial de um jovem, então com 24 anos, que mais tarde adotaria o nome de Masutatsu 
(Mas) Oyama e que se tornaria mundialmente famoso. Masutatsu Oyama seguiu 
meteórica e tumultuada carreira nas artes de combate. Criança ainda aprendia Cabei 
(uma combinação coreana de Jujitsu e Kempo) na escola que frequentava dos 9 aos 13 
anos passou a praticar diariamente tanto o Chabee quanto o Boxe Shaolim na 
propriedade de seu pai, sob a orientação de um fazendeiro do norte da Coréia. 
Em 1937, por ocasião da guerra entre o Japão e a China começou a estudar 
Karate Shotokan, persistindo nesse estilo por dois anos. Não satisfeito, matriculou-se na 
Takushuko University para aperfeiçoar seu Karate, treinando por mais dois anos no 
distrito de Meijiro, Tóquio, onde Gichin Funakoshi ensinava. 
No auge do conflito entre Japão / Estados Unidos e Grã Bretanha, aos 18 
anos Oyama entrava para o Exercito Imperial e juntava-se a Butokukai – Organização 
Governamental que compreendia todas as principais artes marciais. Tornou-se então 
um membro da Kokai, especializando-se em táticas de espionagem e guerrilha. Oyama 
veio a ser aluno de Cho Yung Ju e de Tenshichiro Ozawa, com quem se submeteu a um 
“treinamento mental”. Foi quando decidiu levar uma vida solitária nas montanhas, 
praticando Karate 7 horas por dia, aperfeiçoando suas técnicas e culminando na criação 
de um estilo que veio a chamar formalmente de Kyokushinkai, em 1961. A partir de 1952 
e durante 10 anos, Masutatsu Oyama excursionou por quase todo o mundo, 
demonstrando seu estilo e propagando sua arte. 
Em 1963, com o quartel general Kyokushinkai estabelecido em Ikebukuro 
(Japão), Oyama avaliava em 20 mil membros o número de seus seguidores em Tóquio e 
em 50 mil por todo o Japão. Sua rede internacional expandira-se por 43 países (em 180 
ramificações) e sua obra contava ainda com a publicação de 12 livros (dos quais seis no 
idioma japonês), sendo o mais famoso deles “What is Karate?” com 170 mil exemplares 
vendidos até 1960. Possuidor de descomunal força física, Oyama ficou famoso pelas 
6 
 
suas técnicas de quebramento: partia mais de 30 telhas, além de tijolos e pedras com 
uma única pancada descendente e matava touros também com um só golpe. Masutatsu 
Oyama esteve no Brasil por 03 vezes, visitando academia e como convidado em Torneios 
Sul-americanos. Infelizmente e para pesar de todos os praticantes de artes marciais um 
mês depois de diagnosticado um câncer pulmonar Masutatsu Oyama veio a falecer no 
dia 26 de abril de 1994 aos 70 anos de idade. 
 
MASUTATSU OYAMA O ÚLTIMO DOS GIGANTES 
 
Oyama nasceu na Coréia em 27 de Julho de 1923 e recebeu o nome de Hyung 
Yee. “Só mais tarde, quando decide dedicar sua vida ao Karate que adota o nome 
japonês de “Masutatsu Oyama”, que significa” elevação da alta montanha”. Na sua terra 
natal, o jovem Hyung Yee descobre bem cedo as artes marciais locais, notadamente o 
Tae-Kyon e o Tae-Kwon-Pup. Estas duas disciplinas seriam depois combinadas para dar 
nascimento ao Tae-kwondo. Ainda em seu País, Oyama estuda também diferentes 
formas de Kenpo Chinês e Japonês. Nessa época, o principal modelo humano de Oyama 
“Otto Von Bismarck”, o unificador da Alemanha:” Sempre tive o desejo de ser o 
Bisrnarck do Oriente, saí de casa aos 13 anos e fui para Tóquio”. 
Em Tóquio, Oyama pratica de início o Judô no Kodokan – Centro Mundial 
dessa arte. Em 1938 matricula-se na escola de Karate Shotokan, dirigida por Gichin 
Funakoshi e seu filho Yoshitaka: “Pratiquei o Karate Shotokan... mas já duvidava de sua 
abordagem linear. E não gostava da ideia de controlar minhas técnicas. Era rígido demais 
para mim, então parti...”. 
Oyama deixa o Dojo Shotokan em 1940, depois de ter trabalhado cerca de 
um ano e meio. Partiu depois que Yoshitaka, filho do fundador, é derrotado por um 
expert do Goju-Ryu. De qualquer forma, a maioria dos experts japoneses mais 
conhecidos, em um momento ou outro, haviam passado pelo Shotokan e Oyama não 
seria exceção. Deixando Funakoshi, Oyama torna-se discípulo de So Neishu. Este, de 
origem coreana (seu nome anterior era Cho Hyung Ju), tinhapôr mestre Gogen 
Yamaguchi, fundador da ramificação japonesa do Goju-Ryu, e era membro da 
organização Nichiren-Shô-Shu. É por seu intermédio que Oyama estudaria o Zen:“No 
Karate, o que conta sempre mais que as técnicas ou a força é o elemento espiritual que 
permite ao indivíduo mover-se e agir em plena liberdade. Para se alcançar a boa atitude 
de espírito, a meditação Zen é muito importante. Quando dizemos que essa meditação 
implica em um estado de impassividade e na ausência total de pensamento, queremos 
dizer que através dessa meditação podemos vencer a emoção e o pensamento, e dar a 
nossas capacidades um curso mais livre que nunca. O homem que quer seguir o caminho 
do Karate não pode negligenciar o Zen e o aperfeiçoamento espiritual". 
7 
 
Sob os conselhos de So Neishu, Oyama estuda durante algum tempo sob a 
direção do próprio Yamaguchi. Em 1947, vence o All Japan Karate Championship que 
teve lugar em Kyoto, no Karuyama Gimmasium. 
 
UM EXÍLIO VOLUNTÁRIO 
 
Em 1948, depois de ter passado alguns meses na prisão, Oyama se impõe 
um exílio voluntário de 18 meses, no monte Kiyosumi, distrito de Chiba: “Quando estava 
na prisão, depois da Segunda Guerra Mundial, ciente de não estar qualificado para 
ensinar ou para trabalhar e incerto quanto ao futuro, decidi me dedicar exclusivamente 
ao Karate”... Ao ser posto em liberdade dirigi-me imediatamente para as florestas 
retiradas do monte Kiyosumi, onde treinei sozinho por um ano e meio. Penso que todos 
que se dedicam a uma causa devem passar por um período de isolamento desse gênero. 
Meu treinamento cotidiano começava bem cedo, com uma sessão de purificação 
espiritual efetuada sob as águas geladas de uma cascata. Depois do que eu voltava, 
correndo, à minha humilde moradia para dar prosseguimento ao meu treino. Utilizava 
tudo que a natureza colocava à minha disposição para desenvolver minhas condições 
físicas e minha força Tomava cuidado em não negligenciar nenhuma parte do corpo, 
nenhum aspecto do treinamento. A manhã era assim dedicada ao fortalecimento de 
minhas qualidades musculares e funções respiratórias. Corria pelas montanhas, mudava 
de lugar, subia em pedras e troncos de árvores, mergulhava nas torrentes geladas. Esse 
treino matinal terminava com nova sessão de meditação. 
A tarde era dedicada à prática do Karate. Eu havia instalado makiwaras nos 
troncos das árvores e eu os golpeava durante várias horas, com os punhos e com os pés. 
Exercitava-me também no quebramento até que o estado de minhas mãos me 
impedisse de continuar. 
Durante todo o tempo de meu retiro nessas montanhas, nem um dia se 
passava sem que me entregasse ao penoso e violento treinamento, fizesse que tempo 
fizesse. Quando a escuridão caía sobre as montanhas, eu podia medir a absoluta 
profundeza de minha solidão... Cercado pelas trevas e pelo silêncio acendia uma vela 
em minha pobre cabana e pendurava na parede uma folha de papel branco sobre a qual 
eu havia traçado dois círculos: o da direita (Sei) simbolizava a ação e o da esquerda (Do), 
simbolizava a inatividade. Observando esses dois círculos, entrava em profunda 
meditação. “Esse prolongado retiro, longe de toda civilização permitiu-me aumentar de 
maneira considerável o nível de Karate, mas, sobretudo atingir um estado mental 
peculiar que não tinha mais nada em comum com o de antes...”. 
Na medida em que Oyama toma consciência de suas prodigiosas faculdades, 
um projeto começa a germinar em seu espírito: o de realizar uma façanha fora do 
comum, que provasse a superioridade do seu Karate sobre todas as outras formas de 
8 
 
combate a mãos nuas. Decide finalmente repetir os feitos de certos praticantes de 
Kempo de Okinawa: Abater Touros. 
 
DUELOS COM TOUROS 
 
Antes de enfrentar os primeiros touros, Oyama vai a diferentes matadouros 
da prefeitura de Chiba, a fim de testar seu poder de golpe. Depois de várias tentativas 
cuidadosas, ele consegue abater seu primeiro touro. A técnica consistia em desferir um 
golpe de punho direto (tsuki) sobre a fronte do animal, entre os olhos, no ponto em que 
os profissionais exercem a pressão com a ajuda de uma marreta e de um martelo. Em 
1950, Oyama enfrenta seu primeiro touro em uma arena. A besta dobra sob o efeito do 
primeiro tsuki Mas Oyama não consegue acabar com ela. Tenta um golpe circular com a 
mão (Shuto Mawashi Uchi) e quebra os chifres do animal. Depois disso, no Japão e nos 
Estados Unidos, enfrentaria 52 touros, partindo os chifres de 49 e matando os 3 outros. 
Um desses confrontos foi filmado pela Shochiku Motion Picture (Produtora de Filmes). 
 
ESTADOS UNIDOS E SUDESTE ASIÁTICO 
 
Em 1952, Oyama é convidado pela U.S.A. Professional Wrestling Association, 
de Chicago (Estados Unidos). Faz-se acompanhar do judoca Hindu Kokichi, faixa preta 6º 
Dan e de um lutador havaiano apelidado “The Great Togo". 
“O Wrestling Hall de Chicago era um imenso ginásio que podia receber mais 
de 15.000 pessoas”. Naquela noite, estava lotado. Great Togo me apresentou ao 
público. Ele falava inglês e eu não entendi uma palavra do que ele disse. Eu devia fazer 
uma demonstração de meus talentos de Karateca, antes da luta-combate que deveria 
se constituir no acontecimento principal da noite. Eu havia previsto quebrar de início 
uma única tábua de madeira de uma polegada de espessura, depois duas, três... Até 
quebrar cinco tábuas empilhadas umas sobre as outras. Mas quando me apresentaram 
as tábuas surpreendi-me com o tamanho delas: tratava-se na verdade de duas tábuas 
de madeiras de 5 polegadas de espessura cada! Compreendi então que a barreira da 
linguagem poderia me custar caro... A primeira tábua quebrou no ato sob o efeito de 
meu primeiro golpe e Endo me perguntou se eu queria continuar. Ele segurou a segunda 
tábua com ambas às mãos e recuou um passo para firmar sua posição. Era a primeira 
vez que eu tentava quebrar uma madeira tão espessa, mantida verticalmente... Após 
breve instante de concentração quebrei essa segunda tábua com um único tsuki. Devia 
efetuar a quebra seguinte em tijolos. Mas ignorava-me que os tijolos americanos eram 
bem mais duros que os tijolos japoneses, além disso, não havia nenhum suporte rígido 
sobre o qual dispô-los e o chão era coberto por espesso e macio tapete. Golpeei a 
primeira vez em Shuto, sem sucesso. Fiz nova tentativa, de resultado idêntico... Decidi 
então tomar mais tempo para me concentrar e estranha calma começou a me invadir. 
9 
 
A cólera e a impaciência deixaram aos poucos meu espírito, enquanto nova força me 
penetrava... Consegui! Fui ovacionado como jamais o fora antes. 
Voltando ao vestiário, encontrei um homem que me esperava... Ele 
examinou minha mão direita com atenção e disse: “Queria que as mãos de meu filho 
fossem tão fortes como esta”. “Esse homem era Jack Dempsey, um dos maiores 
pugilistas de todos os tempos”. 
“Após essa demonstração, na turnê que empreendem pelos Estados Unidos, 
Endo e Oyama tomam respectivamente os nomes de “Ko Togo” (Pequeno Togo) e “ Mas 
Togo”. Entre 1952 e 1954, Oyama efetuaria mais de 200 demonstrações e aceitaria 
vitoriosamente numerosos desafios contra lutadores e pugilistas: “Na verdade, eu não 
tinha vontade de partir nessa turnê”. Desgostava-me aceitar dinheiro em demonstração 
de Budô, mas era preciso viver e me ofereciam 100 dólares por semana, todas as 
despesas pagas. Para o período pós-guerra, no Japão, era uma fortuna... Ah! Eu era 
muito forte nesse tempo. Teria podido ser campeão de atletismo, mas tudo que me 
interessava era o Karate”. 
Em 1954, após uma estadia nas Ilhas do Havaí, Oyama retorna ao Japão onde 
funda em Tóquio, o primeiro "Oyama Dojo”. Durante o ano de 1956, faz uma estadia em 
Okinawa antes de empreender longa viagem pelo Sudeste Asiático. E nessa condição 
que enfrentaria um Campeão de Boxe Tailandês apelidado Black Cobra. 
“Um dos objetivos de minha viagem pelo Sudeste Asiático era testar a 
eficiênciado Thai Boxing como método de autodefesa”... Black Cobra era um lutador 
perfeitamente confiante de suas capacidades em enfrentar um Karateca. Eu não tinha 
dúvidas de que ele era rápido e poderoso! Suas técnicas de pernas eram notáveis e 
perigosamente eficientes. Varias vezes ele tentou me atingir na cabeça com chutes 
circulares. Ele tinha também excelente disparo de golpe e não hesitava em saltar sobre 
mim cada vez que via urna oportunidade... Possuía um sentido espantoso de equilíbrio 
e ainda que tivesse falhado em suas tentativas de chutes, não perdeu por um instante 
sequer a posição, o que é raro nesse tipo de técnica. 
Durante os primeiros minutos do combate, eu lhe dei a impressão de 
suportar mais ou menos seus ataques... Eu precisava encontrar a abertura e o momento 
favorável... Finalmente consegui encaixar um ataque no queixo, de mão em faca. 
Encadeei imediatamente um chute no corpo. Ambos caímos... Mas eu fui o único a 
levantar! Apesar de tudo, eu não ficara inteiramente satisfeito com minha vitória. 
“Precisava melhorar minha capacidade de encadear técnicas de braços e pernas...”. 
 
 
10 
 
A ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL KYOKUSHINKAIKAN KARATE 
 
Em 1957, Oyama funda a International Karate Organization Kyokushinkaikan 
(Associação da Extrema Verdade), em margem a outras organizações japonesas de 
Karate. Oyama detestava o "Business-Karate" e os permanentes desentendimentos da 
Japan Karate Association: “Na época do primeiro campeonato mundial, decidi manter 
as competições no Ginásio destinado a Artes Marciais (Budo-kan) em Tóquio, porque de 
todos os imóveis disponíveis era o único capaz de acomodar mais de 10 mil espectadores 
que sabíamos viriam assistir as competições (em outra ocasião usamos um Ginásio 
Municipal com capacidade para 1.300 pessoas. O recinto lotou e cerca de 5 mil pessoas 
viram-se impedidas de entrar, na porta, por falta de espaço). Entretanto, notificaram-
nos que o Ginásio Budo-kan não nos iria ser alugado. Corri para saber o motivo e ouvi 
de um jovem empregado, que nosso pedido havia sido recusado por acharem que o 
Karate Kyokushinkaikan não era um Karate legítimo. Perguntei então que justificativa 
havia para isso e o serviçal me disse que era o numero de adeptos de uma escola de 
Karate que determinava sua legitimidade. Acrescentou que considerava determinada 
escola verdadeiramente legítima e ficou muito embaraçado quando lhe fiz notar que o 
maior número de público que aquela escola era capaz de reunir em Torneios e 
Campeonatos era cerca de 3 mil pessoas, enquanto o Karate Kyokushinkaikan atraia 
mais de 10 mil pessoas. Percebendo que o número de publico não ia justificar a recusa 
do Budo-kan, o interlocutor me disse que não podia nos alugar a sala porque durante 
nossos Torneios derramava-se sangue. Mas sangue era também derramado nas 
competições de Boxe que o Budo-kan nunca havia hesitado em permitir nas suas 
dependências. Mais tarde, verifiquei que um poderoso dirigente de outra associação de 
Karate estava por trás desse incidente. Alguns anos antes, haviam nos oferecido uma 
grande ajuda financeira se nossa organização se filiasse a tal associação, mas eu 
recusara...”. 
 
PRIMEIRA PUBLICACÃO - PRIMEIROS ENCONTROS 
 
Em 1958, Oyama publica seu primeiro livro: “What is Karate?". O sucesso 
fulgurante dessa obra o levará a publicar mais tarde “This is Karate"(1965) e "Karate, 
The World of the Ultimate"(1984). Também em 1958, Edward Bobby Lowe cria a 
ramificação havaiana da Kyokushin-kai e no ano seguinte organiza em Honolulu o 
primeiro torneio oficial de Karate Kyokushin, o First Hawai Karate Tournament. Nessa 
ocasião, Oyama efetua pessoalmente uma demonstração de kata e quebramento. Em 
1960, o segundo torneio havaiano já conta com a participação de 16 países. Em 1962, é 
organizado no Madison Square Garden de Nova York o primeiro North America Open 
Karate Tournament, vencido por Gary Alexander. Em 1964, a organização 
Kyokushinkaikan ocupa espaço na crônica internacional ao aceitar um desafio lançado 
por lutadores tailandeses. A escola de Oyama delega 3 de seus representantes para ir a 
11 
 
Bangkok. No mesmo ano é criada a Internacional Karate Organization Kyokushinkaikan 
– IKO. 
E somente em 1969 que se organiza em Tóquio o primeiro All Japan Open 
Karate Tournament. Esse torneio e vencido por Yamazaki Terutomo, enquanto Soeno 
Yoshiji (futuro fundador do Shidokan) se classifica em segundo lugar e Hasegawa 
Kazuyuki em terceiro. No ano seguinte, Hasegawa é o primeiro, Yamazaki o segundo e 
Soeno o terceiro. Depois, os vencedores desse torneio serão: Sato Katsuaki (1971), 
Miura Miyuki (1972), Royama Hatsuo (1973), Sato Katsuaki (1974), Sato Katsuaki (1975), 
Sato Toshikazu (1976), Azuma Takashi (1977), Ninomiya Joko (1978), Nakamura Makoto 
(1979), Sanpei Keiji (1980), Sanpei Keiji (1981), Sanpei Keiji (1982), Onishi Yasuto (1983), 
Kurosawa (1984), Matsui Akiyoshi (1985), Matsui Akiyoshi (1986), Yasuhiko Kuwajima 
(1988), Yamaki Kenji (1989), Akira Matsuda (1990), Yoshihiro Tamura (1992), Kazumi 
Hajime (1993), Yamaki Kenji (1994), Kazumi Hajime (1996), etc. 
Em 1972, Oyama ocupa novamente a crônica internacional. Nesse ano, uma 
equipe japonesa (independente da IKO e da Kyokushinkaikan) participa de maneira 
desastrosa de uma competição organizada em Paris. Oyama insiste no caráter duvidoso 
desse confronto, denuncia as regras de "não contato" em vigor nessa competição e 
lembra a total ausência de representatividade da equipe japonesa presente na França. 
Em 1975, a I.K.O. - realiza em Tóquio seu primeiro World Open Karate 
Tournament, vencido por Sato Katsuaki. 
A organização Kyokushinkaikan esta presente em mais de 130 países. Todos 
os anos, em cada um desses países, realiza-se as competições regionais e nacionais que 
preparam os competidores para o torneio mundial de Tóquio, a cada 04 (quatro) anos. 
"O Karate tornou-se esporte Olímpicos. Com certeza, para o Karate 
esportivo é muito bom. O problema estar em administrar. Há tantos estilos diferentes. 
A única Modalidade aceita é o Karate de não contato. Mas tudo isso não é Budô e para 
o verdadeiro budoka não tem nenhuma importância...”. 
 
A PROVA DOS CEM COMBATES (HYAKUNIN KUMITE) 
 
Depois de suas estadas em Okinawa e nas ilhas do Havaí, Oyama decide 
reviver, no Karate Kyokushinkaikan, uma prova antiga, praticada desde muito tempo nas 
escolas de Kendo e Judo: a prova dos cem combates. Existe a história de que Oyama, na 
época de seus melhores dias, efetuou a prova dos cem kumite durante três dias 
seguidos, ou seja, fez cem combates por dia durante 3 dias. Nessa ocasião seu dojô já 
era famoso pelo valor de seus lutadores e o próprio Oyama teria saído seriamente ferido 
de uma das provas, tendo, entretanto vencido todas elas. 
 
 
12 
 
OS ALUNOS DE OYAMA 
 
Oyama teve considerável número de alunos que, por razões diversas, 
separaram-se da corrente Kyokushinkaikan para fundar suas próprias organizações. 
Entre eles: Ashihara Hideyuki (fundador do New International Karate Ashihara-Kaikan), 
Azuma Takashi (fundador do Karate-Dô Daido-Juku), Kurosaki Kenji (pioneiro do Kick 
Boxing japonês), Ninomiya Joko (fundador do Karate Enshin-kai), Oyama Shigeru 
(fundador do World Oyama Karate Organization), Sato Katsuaki (Campeão do 1º 
Campeonato Mundial Kyokushinkai em 1975 e fundador do Karate Sato-Juku), 
Nakamura Tadashi (um dos raros homens a ter efetuado a prova dos cem combates, 
fundador do World Karate Seido-Juku), Soeno Yoshiji (fundador do World Karate 
Association - The Shidokan), Kazuyoshi Ishii (fundador do World Seidokaikan Karate 
Organization e criador do evento de maior popularidade no Japão - K1). Na Europa, 
Steve Arneil (Inglaterra, o primeiro estrangeiro a conseguir êxito na prova dos cem 
combates - fundador da International Kyokushin Karate Federation), Jhon Bluming 
(pioneiro do Kyokushinkai na Holanda e o primeiro 6º Dan estrangeiroconcedido por 
Oyama - fundador do Kyokushin Budokai), Jan Kallenbach (atualmente responsável pelo 
Taikiken na Holanda) e Alain Setrouk (pioneiro do Kyokushinkai na França, fundador do 
Kyokushin-Boxing). No Brasil assim como no resto do mundo tivemos alguns alunos 
diretos de Masutatsu Oyama, que fundaram suas próprias organizações: Eisho Nakaza 
(fundador do estilo Nakaza Juku), e outros que foram discípulos de Seiji Isobe (Branch 
Chief of Brazil): Eduardo Hatakeyama (fundador do estilo Kyoei Kan), Ademir da Costa 
(fundador da Organização Internacional de Karate de Combate Seiwakai) e Carllos Costa 
(fundador da International Kyokushinkai Association – IKA). 
 
 
DISSIDÊNCIAS MUNDIAIS DO KYOKUSHYNKAY 
OS ALUNOS DE MASUTASU OYAMA 
 
Masutatsu Oyama teve certo número de alunos que, por razões diversas, 
separaram-se da corrente Kyokushinkaikan para fundar suas próprias organizações. 
Entre eles: Ashihara Hideyuki (fundador do New International Karate Ashihara-Kaikan), 
Azuma Takashi (fundador do Karate-Dô Daido-Juku), Kurosaki Kenji (pioneiro do Kick 
Boxing japonês), Ninomiya Joko (fundador do Karate Enshin-kai), Oyama Shigeru 
(fundador do World Oyama Karate Organization), Sato Katsuaki (Campeão do 1º 
Campeonato Mundial Kyokushinkai em 1975 e fundador do Karate Sato-Juku), 
Nakamura Tadashi (um dos raros homens a ter efetuado a prova dos cem combates, 
fundador do World Karate Seido-Juku), Soeno Yoshiji (fundador do World Karate 
Association - The Shidokan), Kazuyoshi Ishii (fundador do World Seidokaikan Karate 
Organization e criador do evento de maior popularidade no Japão atualmente - K 1). Na 
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Europa, Steve Arneil (Inglaterra, o primeiro estrangeiro a conseguir êxito na prova dos 
cem combates - fundador da International Kyokushin Karate Federation), Jhon Bluming 
(pioneiro do Kyokushinkai na Holanda e o primeiro 6º Dan estrangeiro concedido por 
Oyama - fundador do Kyokushin Budokai), Jan Kallenbach (atualmente responsável pelo 
Taikiken na Holanda) e Alain Setrouk (pioneiro do Kyokushinkai na França, fundador do 
Kyokushin-Boxing). No Brasil assim como no resto do mundo tivemos alguns alunos 
diretos de Masutatsu Oyama, que fundaram suas próprias organizações: Eisho Nakaza 
(fundador do estilo Nakaza Juku), e outros que foram discípulos de Seiji Isobe (Branch 
Chief of Brazil): Carllos Costa fundador da Internacional Kyokushinkai Association – IKA 
- (Karate Kyokushinkai), Eduardo Hatakeyama (fundador do estilo Kyoei Kan), Ademir 
da Costa (fundador da Organização Internacional de Karate de Combate Seiwakai), e 
muitos outros. 
No Japão após a morte de Sosai Oyama, grupos dividiram-se e fundaram as 
suas próprias organizações. O Campeão mundial Yamaki Kenji fundou o estilo Yamaki 
Ryu de Karate, Akira Kurosawa (Campeão Japonês) fundou seu próprio dojô de Karate e 
Kickboxing, Hajime Kazumi (Campeão Japonês) fundou o Kazumi Dojô - onde ministra 
aulas de Karate e Kickboxing, Nicolas Petas fundou o Samurai Spirit Gym – onde ministra 
aulas de Karate e Kickboxing, Katsuo Royama fundou o Kyokushinkan Karate, Shichinohe 
e Daigo Isshi fundaram a Union Kyokushin Karate, Kancho Yoshikazu Matsushima funda 
a International Karate Organization Kyokushinkaikan – IKO-Matsushima, Midori Kenji 
fundou a Shinkyokushin Karate, Yukio Nishida fundou o Seibukai Karate, Kobayashi 
Makoto funda o Garyu Karate, enfim haverá ainda muitos dissidentes do original 
KYOKUSHINKAI KARATE! 
Atualmente no Japão existem diversas ramificações que usam a logomarca 
e símbolo Kyokushinkai. Na justiça Japonesa tramitam ações para verificar qual grupo 
tem direito ao uso da logomarca, levantando muitas discussões sobre o assunto. Mas 
não somente no Japão como no resto do mundo há tramites na justiça, pois cada grupo 
briga entre si pelo uso das logomarcas. Isso tende a quebrar a tradição do Kyokushin e 
os próprios grupos de Kyokushinkai tendem a abrir espaço para outros atletas de outras 
organizações participarem de torneios, pois se reduziu o número de filiados. Enfim o 
Kyokushinkai ainda abre fronteiras, dando oportunidade de todos conhecerem e 
praticarem este estilo de Karate. O Kyokushinkai nunca será o mesmo, como nos moldes 
do Mestre Masutatsu Oyama, um Karate Forte, dinâmico, competitivo, pois antes 
tínhamos um único campeão mundial, o hoje temos vários campeões de diferentes 
ramificações. 
Mas enfim o Kyokushinkai sempre será o Kyokushinkai, em qualquer 
organização e em qualquer País, pois o alicerce desta arte marcial está dentro do 
coração daqueles que treinaram e aprenderam a essência transmitida diretamente do 
Mestre Masutatsu Oyama. E essa essência é repassada aos filiados das organizações, 
14 
 
assim perpetuando os ideais do Mestre Masutatsu Oyama em todo praticante desta 
magnífica arte marcial. 
 
DIFERENÇAS ENTRE OS DISCIDENTES 
 
Era comum no Kyokushinkai, quando um Shihan conceituado saía da 
Organização (International Karate Organization Kyokushinkaikan), fazer mudanças no 
estilo para diferenciar. Podemos ver isto mais acentuado nos diferentes estilos que se 
criaram a partir da saída do estilo Kyokushinkai. Cada um repassou aquilo que havia 
aprendido e por isso podemos ver os mesmos “Katas” com diferentes formas de 
executá-los, mudando poucos detalhes. 
Cada grupo divide-se entre antes e após a morte de Sosai Masutatsu Oyama. 
Em todos os grupos há profundas modificações técnicas, e hoje podemos notar que cada 
grupo, mudou radicalmente o método implantado por Sosai Masutatsu Oyama. 
Ao redor do mundo, em todas as organizações de países membros, houve 
modificações por parte dos filiados, como estratégia de marketing para propagação do 
nome Kyokushinkai. Há variações entre professores e entre Países. Alguns incorporaram 
outros elementos substanciais àarte criada pelo Sosai Masutatsu Oyama; ou seja, 
professores de outros estilos de Karate / outras artes marciais, treinaram o 
Kyokushinkai, mas quando abriram seu próprio dojô, incorporaram alguns treinamentos 
e técnicas para aperfeiçoar o Kyokushinkai à sua maneira. 
O Kyokushinkai é uma grande arte marcial, voltada à luta em pé (trocação – 
golpes traumáticos). Sua disciplina e seu treinamento, sem sombra de dúvidas é o 
melhor de todos. 
 
O CAMINHO CERTEIRO 
 
Karate-Dô significa: Kara (vazio), Te (mão), Do (caminho), ou seja, caminho 
das mãos vazias. A este verdadeiro caminho a qual visamos buscar, encontram-
se inúmeros obstáculos a serem transpostos pelo indivíduo. 
O Do (caminho) a qual buscamos é CONHECER E DOMINAR A SI MESMO 
(EGO). 
O passo para chegar a este caminho está cheio de empecilhos ora por falta 
de confiança em si, ou pelo meio exterior ser mais forte (quando o Medo vem à tona), 
outras por negligência a nós mesmos e aos hábitos da sociedade. Um desses empecilhos 
podemos citar : pessimismo, medo, sexo, drogas, alcoolismo, tabagismo, exibicionismo 
e muitos outros que corrompem o ser humano. Uns dos fatores que o ajudam a 
15 
 
encontrar: Meditação, positivismo, hábitos salutares para si (não vulgares), confiança, 
respeito à natureza e aos seus semelhantes, humildade, sabedoria, etc. 
O Karate-Dô visa encaminhar o indivíduo à direção certeira, mas muitos o 
ignoram pensando que são fúteis. Os movimentos de golpes do Karate-Dô nos ajudam 
a compreender os nossos movimentos, ao nosso corpo e a nós mesmos. A cada 
movimentação perfeita de golpes significa que a nossa mente está conseguindo dominar 
o nosso corpo para que haja o equilíbrio físico e mental. Devemos lembrar sempre que 
a Mente deve dominar corpo e não o corpo ( ou meios exteriores ) dominar a Mente. 
Deus nos deu o Dom da Sabedoria, usar ou não a este Dom depende 
exclusivamente de nós. 
Os seres Humanos possuem o Dom da Sabedoria, à medida que treinamos o 
Karate-Dô, nos questionamos, a saber, para que serve determinado movimento, porque 
é assim e não do outro jeito. Devemos sempre analisar os nossos atos e questioná-loa 
estar certo ou errado, e qual a sua finalidade e ou praticidade. Às vezes executamos 
determinados golpes ou movimento sem ao menos ter a noção mínima do seu objetivo. 
O Karate-Dô é tão complexo, que somente indivíduos de extrema força de 
vontade e capacitado é capaz entendê-lo em toda à sua essência, podendo levar anos 
para a busca dessa essência. O Karate-Dô não é somente socos e pontapés, luta 
(combate) como a maioria conhece. A prática "externa" faz com que conheçamos a 
"interna" e a "interna" explica o porque da "externa". Muitos dizem Mestres de Artes 
Marciais, por serem bons de Luta, mas isso não quer dizer que seja um verdadeiro 
Mestre Marcial. Nós sempre questionamos o lado externo ao invés do interno. Para ser 
Mestre ou um professor qualificado é necessário ser completo tanto em plano físico 
como mental. 
A luta (combate) faz parte do Karate-Dô, aonde iremos por em prática os 
golpes e o nosso preparo físico. É também na luta que ganhamos confiança e 
conseguimos dominar o Medo (um fator essencial para o desenvolvimento). 
Na época dos lendários samurais, este era considerado de alto nível quando 
superava a si próprio, libertando-se do MEDO DA MORTE, porque, somente assim, 
poderia empenhar-se num combate exatamente por não temer perdê-la ( a vida ). 
A Filosofia ZEN, no Karate Kyokushinkai ensina ao praticante o sentido da 
modéstia, da ideia de justiça e de igualdade, portanto o espírito do BUDÔ, 
conseqüentemente o Karate é sinônimo de modéstia. 
No Karate não existe antecipação, jamais se poderá alcançar uma técnica 
perfeita sem antes estar embuído nesta ideia. 
Para ser digno de um Mestre é necessário ter altos conhecimentos técnicos, 
físicos e mentais. 
16 
 
Se ignorarmos a parte técnica, estaremos anulados a parte física e 
conseqüentemente a mental. Pois somente um indivíduo de altas qualidades mentais 
consegue executar um movimento com extrema técnica. Isto quer dizer que sua Mente 
opera o seu corpo com perfeição. 
Se ignorarmos a parte física, estaremos anulando a parte técnica e a Mental, 
pois não teremos condicionamento físico adequado para executá-las e ao mesmo tempo 
permanecer em determinadas posições ou repetir grandes quantidades de golpes, ou 
mesmo manter a posição para a Meditação. 
Se ignorarmos a parte Mental, estaremos eliminando a parte técnica e física 
e o mais importante do Karate-Dô. Pois aí estaremos executando movimentos “Vazios”, 
sem alma. Não teremos uma mentalidade forte e em pouco tempo desistiremos da 
prática do Karate-Dô. Pois espírito do Karate-Dô leva a desafiar a si mesmo. Mas sem ele 
até poderemos desafiar, mas não conseguiremos vencer. 
A prática do ZEN visa dar ao praticante de Karate-Dô e de outras artes um 
sentido de Honra, de autoconfiança, de Lealdade e Obediência. 
O antigo Samurai aliava a sua técnica de luta a seriedade de um filósofo e a 
insensibilidade de um homem impassível, cheio de confiança. 
O samurai preconizava uma vida de rusticidade, cavalheirismo, desprezo 
pela Dor ou sentimento, respeito pelos Mestres, bondade pelo inferior e auxílio 
generoso às mulheres, às crianças e aos velhos. 
“POR MAIS QUE NA BATALHA SE VENÇA UM OU MAIS INIMIGOS, A 
VITÓRIA SOBRE SI MESMO É A MAIOR DE TODAS AS VITÓRIAS”. 
 
 
DIFERENTES CAMINHOS 
 
O Karate é um complexo e emaranhado sistema, que nós temos para 
desvendar e conhecer a real verdade sobre o mesmo. Muitos o ignoram, e ao invés de 
tomar o caminho certo, percorrem o caminho errado. O Karate é um todo e não uma 
parte, por isso deve ser praticada em todas as suas fases (Kihon, Idogeiko, Kata, Kumite, 
Sambon Kumite, Meditação, etc.). Cada parte tem um significado, que contribui para a 
formação do caráter do aluno praticante. Porém, muitos despresam estas partes 
treinando apenas o que considera útil. Treina basicamente o Kumite, visando apenas a 
luta especificamente. Mas se seguirmos este único caminho estaremos nos 
desvirtuando da imagem real do Karate kyokushinkai. Sem fundamentos filosóficos a 
luta passa a ser a agressão brutal entre dois indivíduos. Para aqueles que não 
compreendem o Kumite, a sua formação passa a ser de simples emprego de 
17 
 
conhecimentos de técnicas; fase onde externamoso nosso desconhecimento dos ideais 
do Sosai Mas Oyama e ignorância em relação ao combate real. 
O Kumite visa à prática das técnicas apreendidas, o raciocínio rápido, 
condicionamento físico, concentração física- espiritual, agilidade, coordenação, e a 
perda do Medo, ou seja, a autosuperação diante do adversário. Mas, para um aluno mal 
informado onde julga o Kumite simplesmente como forma de lutar e derrotar o 
adversário, dominando o Medo, o indivíduo se torna arrogante e exibicionista, longe de 
ser um homem civilizado, culto e humilde. 
O Kumite é importante, mas para o desenvolvimento deste é necessário um 
aspecto filosófico e psicológico para que tal erro não desvirtue a imagem do verdadeiro 
Karateca, pois o VERDADEIRO KARATECA LUTA PARA SE APERFEIÇOAR, NÃO SE 
APERFEIÇOA PARA LUTAR. 
 
GARRA 
 
Ao participar dos treinamentos de Karate, seu pensamento (espírito) deve 
estar voltado para ele. Nunca devemos treinar com o espírito voltado para outras coisas, 
se assim o fizer o seu treinamento estará caminhando para outro sentido. 
Executar movimentos somente por fazer, não se incorporando a ele, estará 
fazendo movimentos “VAZIOS” ou sem compreensão para a finalidade. Movimentos 
“VAZIOS” são inerentes à prática do Karate. Se quiser fazer movimentos, procure uma 
Academia de Ginástica ou Similar. Movimentos “VAZIOS” nos mostra o quanto o 
indivíduo não compreende o verdadeiro sentido do Karate, na busca de um estado 
perfeito e harmonioso. Aos movimentos devemos incorporar; força, velocidade, 
impacto, espírito, Kiai, movimento do quadril, etc, O Kiai, além de liberar energia, alivia 
o Stress do dia a dia, trabalha a musculatura abdominal interna e faz com que você se 
concentre no treino, não desviando seu pensamento. 
Se você treinar os movimentos sem força e velocidade, acostumará e 
sempre treinará assim. Não desenvolvendo os seus limites, pois mesmo antes de atingi-
los irá interrompê-los. 
Se treinar com Força e Velocidade, comumente acostumará a treinar forte, 
sendo assim desenvolverá e ultrapassará o seu limite e em momentos difíceis este 
treinamento lhe será válido, pois o demonstrará em forma de GARRA e PERSEVERANÇA. 
Pois se ultrapassou o seu limite, perceberá suas potencialidades de 
concentração de energia no corpo e nos momentos mais árduos da sua vida, saberá 
sobressair vitoriosamente. 
* Definição de Garra - Forte interesse, disposição e persistência na execução 
de qualquer ato, entusiasmo, vigor, vibração. 
18 
 
O DESAPEGO 
 
Desapegar é liberta-se da dependência psicológica e emocional que atos, 
fatos e objetos presentes em nossa vida diária. É preciso que entendamos que 
desapegar não é sinônimo de desistir ou abandonar. Não há mérito nenhum em 
desistirmos de alguma coisa em função das dificuldades e decepções que temos ao lidar 
com elas. O valor está em nos libertarmos de valores é hábitos que não tenham mais 
significados construtivos para nossas existências. E nem sempre é fácil nos 
desapegarmos de coisas que antes nos davam prazer e satisfações, para substituí-las por 
outras que sejam mais construtivas e harmoniosas para nosso desenvolvimento pessoal; 
e para a realização das metas a que nos propusemos como nossa meta de vida. 
Livrarmo-nos de ambições e apegos inúteis é um ato de liberdade que nos dá a 
oportunidade de maiores realizações dentro das atividades que sejam construtivas para 
nosso autoaperfeiçoamento. Desistência não significa desapego. 
A pessoa que desiste, o faz por não conseguir entender satisfatoriamente a 
uma necessidade, ou por ter problemas e dificuldades em lidar com elas. A pessoa que 
desistiu não se desapegou. No íntimo ainda mantém o desejo de realizar certas coisas, 
masnão encontra dentro de si a determinação e disciplina necessárias para concretizá-
las. Limita-se a submeter as suas inclinações e aos acontecimentos a seu redor que a 
arrastem a uma vida infeliz e sem objetivos. Esse tipo de pessoa sofre por sua 
incapacidade de fazer o que deve ser feito e por seu esmorecimento no cumprimento 
que é o seu dever. Se não criar em si mesmo a autodisciplina e o censo do dever, acabará 
por perder o respeito por si mesmo e passará a se desprezar, enveredando para o 
terreno do vício e da preguiça terminando por destruir a sua própria vida. 
 
JUSTIFICAÇÕES DA VIDA 
 
À medida que vamos passando por diversas experiências durante a vida, 
adquirimos alguns conhecimentos e alguma experiência. Porém devido às nossas 
angústias e desejos, raramente vemos o que sabemos com os olhos honestos. Diante 
das decisões que nosso modo de vida impõe muitas vezes, estamos conscientes do que 
temos a fazer, mas, decidimos fazer o oposto; se o oposto nos parece mais fácil. E depois 
de termos cumprido nossas obrigações ou de não termos feito o que era preciso, 
pedimos desculpas ou, o que é pior, nos justificamos! Nossa mente é nossa inimiga e 
nos apresenta opiniões e julgamentos para justificar o fato de agirmos 
inadequadamente. Praticamente não existe vício ou falhas de personalidade que não 
possam ser vastamente justificados por uma mente doentia e egocêntrica. Algumas 
vezes, quando nos dispomos a fazer um esforço real no sentido de nosso 
autoaperfeiçoamento, acabamos por aumentar nossas inseguranças. Porém, 
19 
 
compreendendo que não estamos agindo de forma correta. Algumas pessoas chegam 
ao ponto de se criticarem ao extremo, retornando ao ponto de partida e negando a se 
enfrenta. . Desse estado de coisas resultam duas posições antagônicas: a primeira é o 
fato de ainda ignorarmos certas coisas e a outra é o fato de conhecermos certas coisas, 
mas temos incapacidade de admiti-las como fazendo parte da realidade que vivemos. 
Mesmo quando estamos vendo com clareza uma determinada situação, temos a 
tendência de interpretá-la em nosso próprio benefício e acabamos por tentar enganar 
a nós mesmos. Quando iniciamos algum esforço sistemático no sentido de modificarmos 
algum padrão de comportamento que sabemos estar em conflito com as nossas 
necessidades evolutivas. Muitas vezes somos tentados a esquecer de o que sabemos e 
a ficarmos acomodados, voltando a mente para outros assuntos. A principal causa para 
esse modo de agir incoerente é o MEDO. O medo é a falta resultante de força interior. 
Esse medo toma conta de nossa mente de modo sutil, interferindo em nossa capacidade 
de avaliar as coisas com clareza. O medo é uma das mais poderosas armas do EGO para 
se proteger. Ocorrendo sentimentos de Medo ou fraqueza, desistimos de enfrentar 
nossas próprias realidades e a nós mesmos. Dessa forma mascaramos nossos 
verdadeiros sentimentos e pensamentos, de maneira a perder a autenticidade de nosso 
modo de pensar, agir, de olhar, de sentir, de falar, nada nos é autêntico. Essa hipocrisia 
mórbida acaba por nos envolver de tal forma que passamos a esconder completamente 
o que sentimos por nós mesmos e pelos outros, evitando a conscientização do fato de 
que estamos distantes da verdadeira compreensão. 
Se alguém tiver a ousadia de sugerir que nossos EGOS estão assumindo o 
controle e que estamos desperdiçando nossas vidas, certamente encontraríamos 
inúmeras justificativas e desculpas para a defesa de nossas atitudes. Mas, se num gesto 
de amadurecimento, através da prática da Yoga, da Meditação ou de qualquer outro 
método efetivo para o despertar da consciência passamos a nos observar com atenção 
e sinceridade . 
A percepção deste estado de coisas embora salutar, nem sempre nos leva a 
ações modificadoras. Tal fato ocorre porque nos sentimos esmagados pelas possíveis 
transformações que antevemos sobre nossas vidas se realmente tivermos a coragem de 
lançar fora às máscaras e assumir nossa posição real diante da vida. Tememos tanto a 
mudança que achamos mais fácil enfileirar e negar constantemente a necessidade de 
mudança - do que mudar. 
 
O CAMINHO VEM A NÓS 
 
Certamente você já ouviu um dístico popular que diz assim: “Quando 
Maomé não vai à montanha, a montanha vem a Maomé”. Quando começar a ocorrer 
em seu interior à mudança fundamental que os místicos costumam denominar de Senda 
20 
 
espiritual, você perceberá a dificuldade de retornar ao seu modo de vida anterior, 
mesmo que o deseje. Se você ainda não atingiu os primeiros efeitos dessa nova mudança 
fundamental não a perceberá. À medida que os atinja, ocorrerá uma mudança no 
caminho espiritual. Perceberá então que a mudança fundamental é aqui e agora - seja 
o que for que você esteja fazendo. Se não nos capacitamos a promover a revolução 
interior necessária para a mudança fundamental, não teremos alimentado essa 
perspectiva em nosso íntimo - o caminho não virá a nós. Mesmo que você não se esforce 
para perceber que o sorvedouro do desejo e do apego lhe é destrutivo, suas próprias 
frustrações, mágoas e desapontamentos conduzirão a uma determinada moderação e 
ajudarão a um novo ângulo no posicionamento diante da vida. 
 
PRIMEIROS OBSTÁCULOS 
 
Todos que se dedicam as mudanças fundamentais esbarram no início desta 
busca nos obstáculos que a seus olhos parecem grandes proporções. À medida que a 
transformação interior atinja estágios mais elevados, você perceberá que estes 
obstáculos eram gerados por sua própria mente para tentar forçar sua desistência que 
a ela (Mente) não interessa na sua evolução espiritual. Você não deve desistir, não 
importam quais sejam os esforços de autoaperfeiçoamento a que tenha que se dedicar 
e não importam as proporções dos obstáculos que tenha que enfrentar. Se você desistir 
de enfrentar esses obstáculos agora, terá que enfrentá-los mais tarde - não poderá fugir 
deles, não poderá esquivar-se, não poderá justificar-se por não tê-los enfrentado. 
VIVA AGORA! 
 
Agora você mesmo tem tudo para agarrar sua vida com as próprias mãos e 
fazer dela o que quiser. A decisão será sempre sua - se hesitar em dar o primeiro passo 
ou, se caminhar aleatoriamente para frente e para trás com indecisão, estará apenas 
desperdiçando seu próprio tempo. 
Lembre-se: O TEMPO NÃO PASSAO QUE PASSA É A SUA VIDA. Você precisa 
agora mesmo encarar sua vida com honestidade. As pessoas estão sempre tentando 
proteger seus EGOS (autoimagem) e esse é o hábito mais fácil de ser descuidado. O ideal 
seria que houvesse uma maneira de realizarmos a transformação interior sem que 
houvesse a possibilidade de ferirmos o EGO, sem análise, sem raciocínio (outra vez a 
mente), sem mastigações mentais e sem que sentíssemos o impulso autodestrutivo de 
preservar. 
Lamentavelmente não é possível realizar a transformação fundamental sem 
que removamos as nódoas e as manchas que nos impedem de ter uma percepção 
límpida e real. Se você tiver um recipiente de água turva, notará que a menos que 
21 
 
remova a sujeira que existe dentro dela, não importa que quantidade de água limpa 
lance sobre a turva, essa continuará turva. 
 
OLHAR DE COMPAIXÃO 
 
As pessoas que convivem com alguns dos grandes místicos indianos (Rama 
Maharishi, Ramakrishna, Yogananda, etc...) notaram que todos eles tinham em comum 
um olhar de compaixão, porque percebem mais do que ninguém como as pessoas à sua 
volta estão desesperadas e exaustas pelo constante apego e pelas angustiantes 
tentativas de agarrar todas as coisas que a vida lhes oferece. 
 
O URSO E O APEGO 
 
Certamente você já ouviu dizer que os ursos destroem suas vítimas menores 
a patadas e dentadas. E seus adversários maiores agarrando-os, fincando-lhes as unhas 
nas costas e esmagando-os contra seu próprio corpo. Certa vez li a história de um 
lenhador do Canadá que foi surpreendido em seu acampamento por um imenso urso 
pardo e não tendo nenhuma arma,arremessou a chaleira de água quente que pretendia 
preparar o seu café. O interessante desta história; e que ao sentir a queimadura com 
água quente o urso que estava acostumado a agarrar suas vítimas, ao invés de 
arremessá-la longe se agarrou desesperadamente. Quanto mais lhe ardiam as 
queimaduras, mais ele agarrava à chaleira. As pessoas são exatamente assim! Sabemos 
que os apegos nos magoam e acabam por nos destruir, mas, cada vez mais nos 
agarramos aos nossos egos. A maioria das pessoas não possui determinação em suas 
próprias vidas, não sabendo muito bem o que esperam dela e tendo apenas mesquinhas 
ambições pessoais, ânsia de satisfazer os próprios desejos, desespero em viver uma vida 
confortável, ânsia de ser feliz a qualquer custo - tudo isso temperado com muita 
excitação e sensualidade. 
 
SOMOS CONSUMIDOS POR NOSSOS DESEJOS DA MESMA FORMA QUE A 
MARIPOSA É CONSUMIDA PELA CHAMA QUE A ATRAI. 
 
Você não percebe que suas ansiedades e apegos são incapazes de lhe 
proporcionar uma satisfação permanente, apenas lhe causam mais dor e dependência. 
É um círculo vicioso: o apego gera a DOR e a DOR faz com que nos agarremos aos nossos 
apegos (porque temos a ilusão de que eles nos darão consolo). 
 
22 
 
O CACHORRO DESDENTADO 
 
No Tibete viveu o famoso monge Milarepa, possuidor de grandes poderes e 
grande sabedoria. Tão grandes foram seus feitos, que até em línguas ocidentais 
podemos encontrar muitas obras a seu respeito. Certa vez Milarepa foi visitado por um 
viajante que, espantado com seus grandes conhecimentos espiritual e pelo seu poder 
de levitação, interrogou-o sobre qual o principal obstáculo que impedia o homem de 
atingir a transformação fundamental. Laconicamente Milarepa atirou um osso a um 
cachorro desdentado que estava ali próximo e foi embora. O visitante não entendeu o 
gesto de Milarepa, porque não observou com atenção a reação do cachorro desdentado. 
O cachorro começou a roer o osso, mais como não tinha dentes, suas gengivas se feriram 
e sangraram. Sentindo o gosto do seu próprio sangue, começou a achar o osso suculento 
e saboroso, e passou a roer ainda mais vorazmente. Assim são as pessoas, se apegam 
desesperadamente às coisas que agradam ao EGO e não percebem que isso as destrói. 
Mesmo sendo conhecedoras de atividades mais saudáveis que os apegos, continuam a 
se mover nesse círculo vicioso e a deixar-se dominar pelo EGO. 
 
 
23 
 
CONHECIMENTO VEM DO SEU INSTRUTOR, SABEDORIA VEM 
DO SEU INTERIOR. 
 
Procure memorizar esse adágio, porque ele o lembrará de algumas grandes 
verdades. 
Em primeiro lugar ele ensina que nenhum homem pode levá-lo mais perto 
da verdade. Mesmo que você conheça alguém incrível, uma pessoa correta, sábia, 
honesta e bem intencionada, ela não poderá levá-lo mais próximo da verdade. Ninguém 
ensina nada a ninguém. Nunca existe aquele que ensina, existe aquele que aprende. 
Procure recordar-se do seu tempo de escola; seu professor estava dando aula numa 
classe de trinta alunos. Embora tivesse ensinando uma determinada matéria, mais da 
metade dos alunos certamente não estaria prestando atenção, a outra metade 
simplesmente não conseguiria concentrar-se no que estava sendo ensinado ou não 
estaria se esforçando para entender. O restante estaria interessado em aprender e 
prestava bastante atenção ao que estava sendo ensinado. Mesmo entre esses, 
existiriam alguns que não conseguiam entender por mais dedicados que fossem e se 
esforçassem em aprender. Isso tudo acontece porque o ato de aprender depende 
exclusivamente de nós e não daqueles que tentam ensinar-nos. A capacidade de 
aprender depende exclusivamente de nós mesmos e de mais ninguém. Evidentemente, 
se unirmos uma autêntica vontade de aprender a um ensino didaticamente correto, 
ministrado por um professor competente, seremos capazes de aprender muito mais do 
que tentássemos apenas pelos próprios esforços. Mesmo o melhor professor e a melhor 
didática, não conseguem transmitir ensinamentos a quem não se disponha a aprender. 
Um conhecimento poderá ser transmitido de muitas formas desde que 
estejamos dispostos a aceitá-las. Porém, só alcançamos a sabedoria a partir de nossa 
vivência pessoal. Essa é a razão dos conselhos serem inúteis. 
Os conselhos são inúteis, porque não substituem a vivência pessoal. O que 
aprendemos pela experiência, nunca se esquece. Já o conhecimento que se adquire a 
partir dos outros, dispersam-se como areias ao vento. Dentro de você está a Suprema 
Sabedoria. Cabe a nós mesmos a tarefa de descobri-la e torná-la manifesta em nossos 
atos. Ninguém poderá substituí-lo nesta tarefa mesmo que o faça desesperadamente. 
 
A LENDA DOS DEVAS 
 
Na Índia uma antiga lenda narra a seguinte história: 
No princípio dos tempos de Brahma (o Deus criador da Trindade Hindu) 
reunir seus devas, entidades semidivinas, e propôs-lhes o seguinte problema: disse 
Brahma: - O homem está se tornando cada vez mais inteligente e é de se temer que 
algum dia atinja tal estado de desenvolvimento Mental que seja capaz de desvendar a 
24 
 
grande verdade do Universo; para que isto não aconteça quero que escolham um lugar 
seguro em que possamos ocultá-lo, para que ele jamais o encontre. Um dos devas 
sugeriu que a verdade suprema fosse enterrada bem no fundo da Terra, mas Brahma 
não aceitou a ideia, alegando que o homem desenvolveria uma tecnologia que seria 
capaz de atingir qualquer ponto na Terra. Outro deva aconselhou que a verdade 
suprema fosse oculta nas profundezas do oceano. Mas Brahma lhe disse que o homem 
evoluiria tanto que faria embarcações capazes de devastar os mais profundos mares. O 
terceiro deva fez ver que o ideal seria esconder a Suprema Verdade na lua, pois assim 
estaria bem longe do alcance do homem, mas mais uma vez Brahma respondeu que o 
conhecimento técnico do homem seria tal que fabricaria naves espaciais capazes de 
atingir facilmente o satélite da lua. Outro deva considerou então, já que o homem seria 
tão capaz mentalmente que geraria máquinas poderosas capazes de levá-los até a lua. 
Então o único recurso seria esconder a Verdade Suprema entre as estrelas nos confins 
do Universo. Mas Brama concluiu que a evolução do homem lhe permitiria ir até os 
confins do Universo e que só haveria um lugar suficientemente seguro para esconder do 
próprio homem. E escondeu dentro do próprio homem. 
 
SEU PRÓPRIO CENTRO 
 
Sem dúvida Brama teve grande Sabedoria em esconder a Sabedoria 
Suprema dentro do próprio homem; não porque seja difícil encontrá-la, simplesmente 
porque o homem a procuraria em todos os lugares exceto dentro de si mesmo. Tudo 
que há de fundamental dentro da Espiritualidade e da Sabedoria está dentro do nosso 
coração. Não precisamos perguntar a ninguém sobre o que é certo ou errado, sabemos 
a resposta para essa e a outras perguntas se nos voltarmos para nosso interior. Quando 
concentramos nossa atenção no centro de nós mesmos, encontramos nosso Mestre. A 
esse centro espiritual, as diferentes culturas chamam de muitos nomes, mas adotamos 
o termo “EU” para simbolizar a natureza real do nosso ser. Em contrapartida, quando 
nos referimos ao estado de percepção ilusória que faz com que nos vejamos como uma 
personalidade separada do todo que nos cerca a denominamos “EGO”. 
 
 
 
25 
 
OS OBJETIVOS DO HOMEM 
 
Conta-se que em certa época viveu um homem que tinha grandes objetivos 
na cabeça, mas que não via a oportunidade para colocá-los em ação. 
Quando era garoto esse homem pensava: 
 Vou fazer uma grande obra que deixará marcada minha passagem por este 
mundo, mas agora tenho que trabalhar para ajudar meus pais e não tenho tempo, 
quando entrar no ginásio realizará. 
Então ele entrou no Ginásio, mas os estudos se complicaram e ele pensou: 
- Agora não tenho tempo porque tenho muitas matérias para estudar, mas 
quando entrar para a faculdade o mundo verá o que sou capaz. 
Os anos se passaram e ele entrouna Faculdade, mas as atividades 
acadêmicas, as dependências em certas matérias, o convívio com os colegas fizeram-no 
pensar: 
- Bom, ainda não deu, mas assim que me formar tomarei todas as 
providências necessárias para a realização de meus objetivos. 
Ele se formou, mas se viu envolvido no torvelinho da vida, casou-se e teve 
que arranjar um bom emprego. Pensou: 
- Logo que consiga comprar minha casa já terei disponível para a grande 
tarefa a que me propus. 
Mal acabou de comprara casa, surgiram os filhos e os problemas típicos da 
vida familiar, contas a pagar, aumento do custo de vida, salários que não acompanham 
a proporcionalidade da inflação, etc... 
E ele pensou: 
- Não tem jeito mesmo, vou ter que por de lado meus objetivos até que as 
crianças cresçam, enquanto isso estará adquirindo experiências e mais tarde poderei 
realizá-los plenamente. 
Depois que as crianças se tornaram adultos vieram noras, genros, os netos, 
aumentando às atividades em família e o tempo disponível se tornou ainda mais exíguo. 
 E o homem mais uma vez pensou: 
- É, parece que ainda não é desta vez, mas quando me aposentar terei tempo 
disponível para fazer tudo o que desejar. 
Mal se aposentou, aquele homem morreu. 
 
26 
 
CONCEITOS BÁSICOS 
 
O KIAI 
 
 
O Kiai geralmente definido como um estranho poder adquirido por algumas 
pessoas envolvidas por forças místicas inexplicáveis. Contam - se histórias de homens 
que pode paralisar ou parar um adversário com Kiai apenas. Mas vamos considerar aqui 
o aspecto do uso do Kiai. 
Na verdade, o Kiai é o uso consciente de uma técnica que todos nós, uma 
vez ou outra, já usamos inconscientemente. Por exemplo: sempre que você contrai os 
músculos do abdome para levantar um peso e então emite um grunhido no momento 
de maior esforço, está praticando uma forma rudimentar do Kiai. 
Treinando o Kiai, você estará aprendendo a usar de modo mais eficiente seu 
potencial de energia. O Kiai pode ser utilizado na defesa pessoal e no Karate esporte e 
pode ajudá-lo a desempenhar melhor e com menor esforço suas atividades normais. 
Aqui está a explicação simplificada sobre o Kiai. Primeiramente há uma 
“preparação para a ação”, que é física e mental, e então uma “concentração de poder” 
que ocorre também no plano físico e mental. As duas fases do Kiai são o retesamento e 
o impulso. A fase do retesamento consiste da contração dos músculos abdominais e 
inspiração profunda. Assim como o cérebro é o quartel general das atividades mentais, o 
abdome é o quartel general das atividades físicas. A contração dos músculos abdominais prepara 
o corpo para um surto de energia. A inspiração profunda enriquece a corrente sanguínea do 
oxigênio indispensável para o organismo que vai desprender essa energia adicional. 
Fisiologicamente, os efeitos de “preparação” para a ação excitam as glândulas que estimulam o 
coração e preparam todo o sistema nervoso para um serviço especial. 
A segunda fase é o impulso. Nesta fase, a ação essencial é levada a termo (a 
ação de levantar, atirar, empurrar, ou desferir um soco ou um pontapé) enquanto o ar 
é expirado bruscamente. A explicação pode ser acompanhada por um grito, 
silenciosamente (somente o som natural da expiração é ouvido) ou por um som 
modificado como ‘o’ familiar das canções de trabalho. A expulsão controlada e brusca 
do ar confere maior força à ação. O som produzido tem dois efeitos psicológicos. Assusta 
e desconcerta o adversário e aumenta a sua vantagem. 
Você pode demonstrar a si mesmo os efeitos de cada parte do processo do 
Kiai. Fique de pé, imóvel, e de repente dê um grito. Você sentirá uma concentração 
involuntária dos seus músculos abdominais e uma onda de energia atravessando o 
corpo. Aplique o mesmo princípio, conscientemente, ao desferir um soco ou um 
pontapé. Primeiro tente o soco ou o pontapé sem o Kiai e repita a mesma ação 
27 
 
empregando o retesamento e o impulso (as duas fases do Kiai). Você imediatamente 
verá a diferença do seu poder de se concentrar e desferir os golpes com e sem o uso do 
Kiai. 
Numa conversa informal, grite subitamente. O seu grito vai pelo menos 
assustar, e pode até levar ao pânico alguém que não está preparado para o barulho. O 
medo de ruído alto e súbito é um dos instintos naturais do homem. Um grito inesperado 
pode momentaneamente desgovernar por completo o conjunto de reações físicas e 
mentais normais. 
Tremores, fraqueza dos músculos. Aceleração das batidas do coração 
(Taquicardia Precoce) e suores frios pode ocorrer. Estas são reações de Medo e se capaz 
de induzi-las, mesmo que por um instante, confundirá o adversário e reduzirá sua 
eficiência. Além disso, você sente coragem quando se comporta de maneira audaz. O 
grito é um sinal exterior de determinação que reforça a autoconfiança. 
As brigas de rua normalmente são iniciadas por brigões que não esperam 
resistência por parte das vítimas. O grito que acompanha o nosso programa de defesa 
será extremamente útil. Não somente você irá defender - se (o que já é uma surpresa) 
como também, o fará de uma maneira ousada e totalmente inesperada. Nos torneios (e 
batalhas) toda sorte de gritos, berros e barulhos têm sido usados para desorientar o 
adversário e despertar o espírito de luta. 
Qualquer som pode ser usado como Kiai. Muitas vezes o som KI é usado 
durante a preparação de um golpe e o som AI durante a execução. Entretanto muitos 
lutadores de Karate e de outras Artes Marciais usam outros sons: zat, iaá, Tchua, yó, ou 
qualquer outro som que lhe agrade. 
Você pode praticar tanto o Kiai sonoro como o Kiai mudo. O Kiai sonoro deve 
acompanhar todos os movimentos importantes durante os treinamentos. 
O Kiai sonoro é excelente para praticar golpes com o pé e pode ser usado 
em competições. O Kiai mudo, ou um HUH modificado, deve ser usado no trabalho e 
para praticar golfe, tênis e outros esportes, com excelentes resultados. 
Com o treinamento, é possível concentrar a energia onde ela é necessária, 
ao invés de espalhá-la pelo corpo. Isto envolve uma interação física e mental que 
canaliza a energia para regiões definidas do corpo. Você a princípio não será capaz de 
conseguir isso, mas com o passar do tempo, sua capacidade de concentração aumentará 
cada vez mais. 
Todos nós dispomos de enormes reservas de energia. O medo e a emoção 
às vezes liberam essas energias (reservas). Uma mão é capaz de levantar um peso 
imenso que está esmagado seu filho - algo que seria impossível em condições normais. 
Um homem permanece acordado durante um período impossível de tempo para 
escapar da morte em uma situação de perigo. No sobressalto e choque em um desastre, 
28 
 
as pessoas sofrem graves ferimentos dos quais só compreendem depois que se 
acalmam. Esses são exemplos extremos, mas todos nós somos mais capazes do que 
pensamos. O Kiai e o controle da respiração são técnicas de treinamento que ajudam o 
estudante a utilizar sua energia de reserva. 
 
 
 
O SIGNIFICADO DO OSU 
 
Osu significa paciência, respeito, admiração, humildade e apreciação. Para 
desenvolver um corpo e espírito forte é necessário submeter-se a um rigoroso 
treinamento do Karate Kyokushinkai. É necessário esforçar-se até seu limite, não 
esmorecer. Ao alcançar este ponto, você precisa lutar contra si próprio e manter a 
mente forte e o corpo sadio para vencer. Para isso precisa ser perseverante, mas acima 
de tudo precisa aprender a ser paciente. Isto é OSU. Quando você entra no dojô e diz 
"Osu”. Isso significa que você respeita o Dojô (Local de treinamento) e o tempo que você 
permanecerá treinando ali. Este sentimento de respeito é OSU! Durante o treinamento 
você se esforça ao máximo para adquirir conhecimento e condicionamento. Quando 
você termina, você se vira para seu Sensei e colegas e diz "Osu" mais uma vez. Você faz 
isso com apreciação. 
No Karate Kyokushinkai, praticamente não existe outra palavra a não ser 
OSU, pois se você querseguir os verdadeiros caminhos do Karate Kyokushinkai, tem que 
abdicar de muitas outras coisas. Uma das inúmeras disciplinas que você irá aprender é 
a humildade, pois terá que sempre respeitar os seus superiores hierárquicos e tudo e a 
todos devem responder OSU. Caso comece a resmungar ou mesmo a querer responder 
os seus superiores, ou até mesmo, questiona-los, então não está sendo coeso consigo 
mesmo e não está apto a tornar-se parte integrante da família Karate Kyokushinkai. 
OSU é tudo dentro do Karate Kyokushinkai, é a sua porta de entrada, a sua 
filosofia de vida, a sua glória, o seu respeito, enfim é a sua vida em prol do 
desenvolvimento do Karate Kyokushinkai. 
A Palavra OSU caracteriza corretamente a essência do que o Karate 
Kyokushinkai tem a oferecer. A pessoa que é verdadeiramente capaz de manifestar o 
espírito do OSU em cada palavra, pensamento, ação, pode ser considerada como sábia 
e corajosa. O próprio treino, inicialmente, deve ser abordado no espírito do OSU. Nosso 
cotidiano deveria ser completamente devotado ao espírito do OSU. Não existiriam 
dúvidas, medos, nem preocupações na alma. 
29 
 
Quando sofremos dores durante o treinamento, isso não deveria ser um 
sinal de fraqueza, mas ser encarado como uma oportunidade de amadurecer através da 
perseverança. 
É preciso uma determinação especial. Mesmo para quem não tem talento, 
mas tem determinação e perseverança, o espírito torna-se receptivo e o instrutor estará 
sempre ao seu lado. 
Não há lugar para o egoísmo no espírito de perseverança. Quando sentimos 
dores, na maioria das vezes, é o ego que fica ferido, não o corpo. A resistência do corpo 
é verdadeiramente espantosa. Histórias de resistências sobre-humanas em tempo de 
necessidades são numerosas. Mas nós, se permitirmos que o ego fique ferido, o corpo 
ficará fragilizado e inerte. 
Ultrapassadas as fraquezas do seu espírito, o oponente à nossa frente, 
torna-se insignificante. 
 
OSU NO SEISHIN – O ESPÍRITO DA PERSEVERANÇA 
 
Uma das filosofias mais importantes do Karate Kyokushinkai é a persistência. 
Se um homem pode persistir durante três anos, um praticante de Kyokushinkai 
facilmente aguentará dez anos. 
Karate Kyokushinkai é uma arte que tem muito a oferecer. De acordo com 
os objetivos, os resultados serão obtidos em curto ou longo prazo. O praticante percebe 
que ultrapassar o que julgava ser seu limite, com as longas séries de repetições das 
técnicas, obtém um espírito especial. Isto o ensina a encarar às exigências do dia-a-dia 
com uma atitude madura e paciente. Golpes e adversidades não atingem facilmente o 
Budoka. Conhecendo seu potencial máximo, atingirá o espírito de perseverança e 
obstinação. O primeiro indício deste espírito ocorre ao novo praticante, quando ele 
decide libertar-se durante o treino e ultrapassar desafios em pequenas coisas,como: só 
mais uma flexão, só mais um salto, só mais um chute, antes de desistir. 
Um praticante desafia o Kata e esforça-se para compreender o espírito que 
o engloba. Um praticante enfrenta o seu oponente em Kumite (combate) e aprende que 
as pequenas lesões, são preocupações menores, em face de aceitar o desafio de si 
próprio. Em outras Artes Marciais, o Kumite de contato, não existe. Não podemos reagir 
com confiança numa situação real para qual não fomos treinados. Pode ser educativo 
quando se dá um soco em alguém como se pensássemos ser o golpe final. Porém, o 
oponente se mantém em pé. Não poderemos lidar com êxito e maturidade numa 
confrontação real, sem o teste do verdadeiro kumite de contato. 
Esta força de caráter desenvolve-se em treino árduo e é conhecido como 
OSU NO SEISHIN. A palavra OSU vem de OISHI SHINOBU, o que quer dizer "PERSEVERAR 
30 
 
ENQUANTO SE É EMPURRADO”. Isto implica disposição, de nos empurrar até o limite da 
resistência, de perseverar sob qualquer pressão. No seu mais profundo, a palavra torna-
se ambígua, um apelo muito pessoal à alma de parar e lutar; e assim ultrapassar as 
fragilidades da condição humana, que são comuns a todos nós. 
 
O ESPÍRITO DO "OSU" E JURAMENTO DO DOJO 
 
Os espíritos do OSU e do DOJO KUN (Juramento da Academia) se 
complementam. Ao manifestar suas qualidades, o praticante desperto às qualidades do 
outro naturalmente. Quem vive no espírito do OSU não é incomodado por futilidades, 
mantendo-se calmo em meio a uma infinidade de problemas; estar sempre em alerta; 
sua vida é baseada na procura da "Verdade". O espírito do OSU e o espírito da 
autoabnegação são sinônimos, ele respeita naturalmente aos outros, sendo cortês e 
atencioso. Ele é humilde, busca sabedoria e força, e percebe que todo o resto, resume-
se em desperdício de esforços. Não se pode apreciar a profundeza e o significado do 
Dojo Kun sem compreender o espírito do OSU. 
 
S I M B O L O G I A 
 
 
O Kanji estilizado que é postado no Dogi (Vestimenta / Uniforme de Karate 
Kyokushinkai), símbolo este que representa o nome Kyokushinkai, escrita de forma 
estilizada, ou seja, a pessoa quando escreveu este ideograma, direcionou toda a sua 
energia e forma peculiar de escrever. Como se executasse uma assinatura. Nela, está 
contido o seu nome completo em um ideograma que só você consegue interpretar e 
reconhecer. Portanto, este símbolo criado pelo Grão Mestre Masutatsu Oyama é o 
nome do estilo, escrito de uma forma estilizada, que deverá ser postados no lado 
esquerdo do blusão do Dogi, sobrepondo o coração. Ou seja, em primeiro lugar deve 
prevalecer o Karate Kyokushinkai, dedicando de corpo e alma no aprimoramento 
técnico, físico e mental. Assim como fez Sosai Masutatsu Oyama, dedicou sua vida em 
prol do Budô Karate, não esmorecendo esforços para dinamizar e difundir as 
verdadeiras essências da arte marcial japonesa, e criando um clima de samurai 
moderno. 
A IKA (Internacional Kyokushinkai Association)– Karate Kyokushinkai no 
Brasil nas cores, azul, preta e vermelha, adota o símbolo que contém a mesmas 
essências das palavras Kyokushinkai. Este símbolo foi o primeiro criado pelo Mestre 
Masutatsu Oyama, que foi modificando-se até atingir a estrutura atual. Poderá verificar 
nos livros escritos pelo Sosai Masutatsu Oyama: What Is Karate, This is Karate, Advanced 
Karate, o referente símbolo adotado pela IKA- Karate Kyokushinkai no Mundo. 
31 
 
 
 
 
 
 
TERMINOLOGIAS DO KARATE KYOKUSHINKAI 
 
 
* Início e Fim de Aula 
Shizen ni rei — cumprimente o templo (dojo) 
Sensei ni rei — cumprimente o professor 
Seiza — ajoelhar 
Mokusso — meditar 
Mokusso yame — fim da meditação 
Tate — em pé 
Shomen ni rei — cumprimente a frente 
Oyama sosai — Oyama criador 
Domo arigato gozaimashta — muito obrigado 
 
*Aquecimento e alongamento, Idogeiko e Kata 
Hantai — ao contrário 
Mawate — virar 
Naware — retornar 
Mate — esperar 
Suate — sentar 
Yoi — atenção 
 
*Kumite 
Kumite no kamae — posição de luta 
Kamaete — em guarda 
32 
 
Hajime — começar 
Yame — parar 
Zokoo — continuar 
 
*Diversas 
Kohai — aluno iniciante (faixa branca) 
Dangai — aluno intermediário (faixa colorida) 
Senpai — veterano graduado (faixa marrom e preta sem dan) 
Shidoin — faixa preta 1 dan ( instrutor ) 
Sensei — faixa preta 2 e 3 dan ( professor ) 
Shihan — faixa preta 4 e 5 dan ( mestre ) 
Shihan daí — faixa preta 6 e 7 dan 
Kancho — chefe de estilo (geralmente acima de 8 dan ) 
Kihon — técnicas de golpes 
Kata — luta imaginaria 
Kumite — luta 
Ido geiko — combinações variadas 
Tameshiwari — quebramento 
Rei — cumprimento 
Zuki — soco 
Geri — chute 
Uke — defesa 
Uchi — ataque 
Dachi — base 
Kiai rite — todos com kiai 
Kiai — grito de força espiritual 
Yon dyu go do — 45 graus 
Kyu dyu do — 90 graus 
Age — de baixo pra cima 
Oroshi – de cima pra baixo 
Nogare — respiração profunda 
Otagai — adversário 
Aka — vermelho 
Shiro — branco 
Ohayo — bom dia 
Konnitywa — boa tarde 
Konbawa — boa noite 
Ashi waza — técnicas de perna 
Te waza — técnicas de mão 
Keiko — mãos em bico de galo 
Uchi — de dentro pra

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