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1 de 70 www.estrategiaconcursos.com.br QuestOes do CESPE •••••••••••.•••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••.•••••••••••.•••.••••••••••••.•••.•••••••••••••••.••••••••••••• 41 Resumo da Materia ................•..................................................................•................................ 40 Consideracoes Fina is •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••.••••.••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 39 Domicilio da Pessoa Jurfdica ........................................................................•...............•....•.•...•... 39 Responsbilidade das Pessoas Juridicas 38 Protecao dos Direitos da Personalidade 37 Desconsideracao "inversa" da Pessoa Juridica 36 Desconsideracao da Pessoa Juridica 34 Fundacees ••.••••.••••••...••.•••.••••••••••...•.••..•.•••••..••.••.•••••••••••••..•.....••••••••...••..••..•.••••••....•••....••.••••.•• 26 Associacces 21 Processo de Extin~ao da Pessoa Juridica 20 Comeco e Fim [extincao] da Existencia Legal da Pessoa Juridica 17 Sociedades de Fato . 16 Grupos Despersonalizados 15 Classificacao da Pessoa Juridica 9 Capacidade e Representacao da Pessoa Juridica 9 Constitulcao da Pessoa Juridica . 5 Pessoas Juridicas (CC arts. 40 a 69) 3 Cronograma das Aulas .. . 3 Apresentacao da Aula 02..................................................................... . 2 SU MARIO AULA 02 Pessoas Juridicas. DIREITO CIVIL -TRF ta REGIAO (AJAJ E OJAF} Teoria e Questoes Aula 02 - Prof" Aline Baptista Santiago 2 de 70 www.estrategiaconcursos.com.br Grupos de rateio e pirataria sao clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente atraves do site Estrategia Concursos ;-) OBSERVA~AO IMPORTANTE: este curso e protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislac;ao sobre direitos autorais e da outras providencias. Vamos cornecar os trabalhos! Nesta aula, falaremos ainda sobre o domidlio civil, agora no que diz respeito a pessoa jurfdica. Ola amigos! Prontos para mais uma aula de direito civil? Esperamos que a sua resposta para esta pergunta seja positiva ©. Esta aula, assim como a nossa aula anterior, nao tern um conteudo teorico muito extenso. Mas tenha cuidado! Os assuntos: Pessoa Natural e Pessoa Jurfdica normalmente sao cobrados em provas e as questoes que envolvem estes itens, de certa forma, nao apresentam grandes dificuldades, sendo muitas vezes questoes "repetidas" ou, entao, literais ao texto da lei, portanto, procure assimilar bem estes conteudos para garantir acertos na hora da prova. Apresentacac da Aula 02 AULA02 PESSOAS JURIDICAS. DIREITO CIVIL -TRF ta REGIAO (AJAJ E OJAF} Teoria e Questoes Aula 02 - Prof" Aline Baptista Santiago 3 de 70 www.estrategiaconcursos.com.br Em nossa aula passada, estudamos as pessoas naturais, a respeito do seu corneco e do seu fim, da capacidade e da personalidade. Estas pessoas (pessoas naturais) sao dotadas de capacidade jurfdica, po rem, para a realizacao de determinados empreendimentos uma s6 pessoa se torna fraca e, sozinha, dificilmente alcanc;aria seus objetivos. Com isto, surge a necessidade de se agrupar as pessoas para que, entao, juntas tenham mais force de realizacao. Da necessidade de conjuqacao de esforcos, para a realizacao de determinados fins, temos a atribuicao de capacidade jurfdica a entes abstratos, formados ora pelo 1conjunto de pessoas, ora por 2conjugac;ao patrimonial. As pessoas jurfdicas sao entidades as quais a lei confere personalidade. Uma vez tendo personalidade jurfdica, estas pessoas podem ser sujeitos de direitos e obriqacoes. E importante observarmos que a personalidade da pessoa juridica nao se confunde, em regra, com a personalidade de cada um dos seus membros. Desta forma, uma de suas principais caracterfsticas e a atuacao na vida jurfdica com personalidade distinta da de seus membros. Esta separacao de personalidades leva tarnbern a separacao dos patrimonies - respeitando o Pessoas Juridicas (CC arts. 40 a 69). AULA02 PESSOAS lURIDICAS 0 ai: -> "a- -OU u Art. 40 ao 69 Art. 75 ao 78 Pessoas jurfdicas. Aula 02 Domidlio Civil. Artigos da Lei Topicos abordados no edital Aul as 13/09/2017 Pessoas jurfdicas. Constituicao. Extinc;ao. Domidlio. Sociedades de fato, grupos despersonalizados, associac;6es. Sociedades, fundac;6es. Desconsideracao da personalidade jurfdica. Responsabilidade. Aula 02 Data Topicos abordados no edital Aul as Cronograma das Aulas DIREITO CIVIL - TRF 1a REGIAO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questoes Aula 02 - ProP Aline Baptista Santiago 4 de 70 www.estrategiaconcursos.com.br 1 Voce vera que, em algumas sltuacces. o patrimdnio dos s6cios podera ser atingido. Isto sera explicado ainda nesta aula. Sao duas as Teorias da Ficc;ao: •A Teoria da Ficc;ao Legal - criada por Savigny, que considera a pessoa jurfdica uma criac;ao artificial da lei, ou seja, uma ficcao jurfdica, uma abstracao diversa da realidade. Deste modo, os adeptos desta teoria dizem que os direitos sao prerrogativas concedidas apenas ao homem nas relacoes com seus semelhantes. Pois somente o homem tern existencia real e psfquica para expressar a sua vontade para deliberar e o seu poder de ac;ao. Assim, quando se atribuem direitos a pessoas de outra natureza, isso se trata de simples criacao da mente humana, constituindo-se uma ficc;ao jurfdica. A capacidade das pessoas jurfdicas, sendo criacao ficta do legislador, e limitada na medida de seus interesses; As Teorias Afirmativistas estso divididas entre 1Teorias da Fic~ao e 2Teorias da Realidade. Para a Teoria Neqativista s6 existem no Direito os seres humanos, carecendo as denominadas pessoas juridicas de qualquer atributo de personalidade. Por isso chama-se negativista, porque nega existencia a pessoa jurfdica. Os que a defendem sustentam que a denorninacao pessoa jurfdica mascara um patrirnonio coletivo ou uma propriedade coletiva. Existem diversas teorias que tentam explicar a natureza jurfdica da pessoa jurfdica. Dentre essas teorias existem as que negam a existencia da pessoa jurfdica - 1Teorias Negativistas, e as que afirmam sua existencia - 2Teorias Afirmativistas. "Mas de onde vem a natureza juridica destas pessoas?" principio da Autonomia Patrimonial. Assim, em regra, nao podem, por exemplo, ser penhorados os bens dos s6cios por dfvidas da sociedade1. As pessoas jurfdicas que surqirao poderao ter os mais variados fins, sem agora nurnera-las taxativamente, podemos citar, desde o pr6prio conceito de Estado, passando pelas fundacoes, pelas sociedades, associacoes de bairro e associacoes esportivas. ? rfT DIREITO CIVIL - TRF 1a REGIAO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questoes Aula 02 - ProP Aline Baptista Santiago 5 de 70 www.estrategiaconcursos.com.br Nao basta simplesmente que as pessoas se agrupem para formar uma pessoa jurfdica. Ha um requisito muito importante, qual seja, a vontade das pessoas sobre a crieceo de uma pessoa jurfdica e para um determinado fim. E esta vlnculacao de vontades, vinculacao jurfdica entre as pessoas que da unidade orqanica ao ente criado, com isto, este ente se torna uma pessoa com caracterfsticas pr6prias, uma pessoa juridica, desvinculada da vontade e da Constituicao da Pessoa Juridica Passada a rapida conceituacao acima, retornamos agora a ideia trabalhada anteriormente de que todo o ordenamento jurfdico e destinado a regular a vida dos indivfduos. 0 direito tern po finalidade o homem como sujeito de direitos. Deste modo, criam-se institutes jurfdicos em prol do indivfduo, criam-se tambern pessoas jurfdicas como forma de se atribuir maior forca ao ser humano, para que, assim, este possa realiza determinadas tarefas que seriam impraticaveis se estivesse sozinho. Mas entenda que da mesma forma que o Direito atribui direitos eletarnbem lrnpoe obrlqacoes as pessoas jurfdicas. Existirao, para cada tipo de pessoa jurfdica, condicoes, objetivas e subjetivas, determinadas em lei. Portanto, o conceito de pessoa jurfdica e uma objetivacao do ordenamento jurfdico. Encara-se a pessoa jurfdica como uma realidade tecnica, como uma criacao do direito, porque assim esta estabelecido em lei. A teoria da realidade tecnica e a adotada pelo c6digo civil de 2002. ~TOMENOTAJ Sao tres as Teorias da Realidade: •A primeira e a Teoria da Realidade Objetiva ou Organica - a pessoa jurfdica e considerada por esta teoria como sendo uma realidade sociol6gica, que nasce atraves de irnposicao das forces sociais; •A segunda e a Teoria da Realidade Juridica ou Institucionalista - e parecida com a teoria objetiva pela importancia dada aos eventos sociol6gicos. Deste modo, considera a pessoa jurfdica como uma orqanizacao social destinada a um service ou offcio e, por isso, personificada; •A terceira ea Teoria da Realidade Tecnica - que diz que a personificacso de grupos sociais e um expediente de ordem tecnica, E um atributo deferido pelo Estado a certas entidades que o merecem e que observaram os requisites por ele estabelecidos. Teoria e Questoes Aula 02 - ProP Aline Baptista Santiago •A Teoria da Ficc;ao Doutrinaria - que vem a ser uma variacao da teoria explicada acima, defende que a pessoa jurfdica nao tern existencia real, mas apenas intelectual, sendo uma ficceo criada pela doutrina. DIREITO CIVIL - TRF 1a REGIAO (AJAJ E OJAF) 6 de 70 www.estrategiaconcursos.com.br 2 Os institutos da decadencia e da prescricao serao abordados detalhadamente em outra aula. Mas voce ja pode "ir memorizando" alguns prazos. © Art. 46. O reaistro declarara: I - a denomineciio, os fins, a sede, o tempo de dureceo e o fundo social, quando houver; II - o nome e a individualiza<;ao dos fundadores ou instituidores, e dos diretores; Voces se recordam, quando estudamos pessoas naturais, que a partir do momenta em que uma pessoa nasce com vida ela adquire personalidade? Pois bem, para a pessoa jurfdica este momenta de aquisicao da personalidade se da quando ha uma conjuncao de vontades em torno da criacao deste ente abstrato. A partir deste momenta este adquire personalidade pr6pria, independente da personalidade de seus s6cios. Contudo, entenda que nao basta a simples vontade dos indivfduos para a constituicao da pessoa jurfdica. Certos requisitos sao impastos por lei, estes requisites serao mais severos ou menos severos de acordo com a modalidade de ente a ser criado. Preenchendo estes requisites, a pessoa juridica sera considerada regular e estara apta a utilizar-se de todas as suas prerrogativas em sua vida jurfdica. Acreditamos que voce ja pode perceber que se regula a pessoa jurfdica de modo muito parecido com a pessoa natural. Havera o momenta do "nascimento", registro, aquisicao de personalidade, capacidade, deterrninacao do domicflio, "morte" - podendo inclusive, existir uma requlacao quanta a sucessao, Alern do explicado ate aqui (mas pensando especificamente em questoes de provas), saiba que para as pessoas juridicas de direito privado (assunto que abordaremos mais a frente) temos o seguinte: Art. 45. Comeca a existencia legal das pessoas jurfdicas de direito privado com a inscricao do ato constitutivo no respectivo reaistro, precedida, auando necessario, de autoriza~ao ou eproveceo do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as elterecoes por que passar o ato constitutivo. Pereqreto unico. Decai2 em tres anos o direito de anular a constituidio das pessoas jurfdicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publica~ao de sua inscriceo no registro. Atraves desta unidade de vontades de criar um ente abstrato surge a personificacao. ~.~ ~ATENTOI personalidade daquelas pessoas que a criaram e com autonomia perante seus membros. DIREITO CIVIL - TRF 1a REGIAO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questoes Aula 02 - ProP Aline Baptista Santiago 7 de 70 www.estrategiaconcursos.com.br A 1vontade humana criadora ou o direcionamento da vontade de varies pessoas em torno de uma finalidade comum e de um novo organismo e fundamental. No infcio existe apenas uma pluralidade de membros que, por sua vontade, forrnarao uma unidade, a pessoa jurfdica que futuramente passers a existir como um ente autonorno. Superada esta primeira fase de manifestacao da vontade a pessoa jurfdica ja existe em um estado latente, mas para que exista de fato sere preciso observar um segundo requisito: 2a observancia das determinacoes legais. Deve se respeitar e cumprir, em especial, o que a lei determinar a respeito de sua criacao. E a lei que ditara qual o caminho a seguir para que aquela vontade se materialize num corpo coletivo. Por fim, a pessoa jurfdica, que resultou de uma vontade, que foi criada de acordo com a lei, deve tarnbern obedecer a um terceiro requisito: 3ter um fim licito. Nao se pode admitir que uma pessoa jurfdica, criada de acordo com a lei, venha a atentar contra esta, atraves de atos ilfcitos. A sua finalidade e seus atos precisam estar em conformidade com a lei, em prol de toda a sociedade, de acordo com os bons costumes e com o direito, ou seja, a sua finalidade precisa ser lfcita. Para a constituicao da pessoa jurfdica existem tres requisitos basicos: 1a vontade humana criadora, 2a obediencia as condicoes leqais para sua formacao e 3a finalidade lfcita. Nao esquec;a esta lnforrnacae! A existencia legal da pessoa jurfdica de direito privado comec;a com o registro do ato constitutivo. Nao e quando as pessoas celebram o contrato e nao e quando elaboram o estatuto. Ela comec;a quando ocorre o registro. ~~ ~ATENTOI Desta forma os estatutos e os atos constitutivos das pessoas jurfdicas de direito privado sao registrados no Cart6rio de Registro Civil das pessoas jurfdicas. Este registro elem de servir de prova, possui natureza constitutiva, por ser o atributivo de personalidade e da capacidade da pessoa jurfdica. III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente; IV - se o ato constitutivo e retormevel no tocante a edministreceo, e de que modo; V - se os membros respondem, ou niio, subsidiariamente, pelas obriaecoes sociais; VI - as condicoes de extincso da pessoa jurfdica e o destino do seu petrtmonio, nesse caso. DIREITO CIVIL - TRF 1a REGIAO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questoes Aula 02 - ProP Aline Baptista Santiago 8 de 70 www.estrategiaconcursos.com.br a) a denorninacao, os fins, a sede, o tempo de duracao e o fundo social, quando houver. b) o nome e a individualizacao dos fund adores ou instituidores, e dos diretores. c) as disposicces para liquidacao da pessoa jurfdica. d) se o ato constitutivo e reformavel no tocante a adrninistracao, e de que modo. comentartor Art. 46. O registro declerere: I - a denomineceo, os fins, a sede, o tempo de dureciio e o fundo social, quando houver; II - o nome e a individueiizedio dos fundadores ou instituidores, e dos diretores; III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente; IV - se o ato constitutivo e retormevel no tocante a edministreceo, e de que modo; V - se os membros respondem, ou niio, subsidiariamente, pelas obriqecoes sociais; VI - as condicoes de extin<;ao da pessoa jurfdica e o destino do seu petrimonio, nesse caso. f~] CONSULPLAN 2015/ Tl-MG/Titular de Servic;os de Notas e de Registro. Corneca a existencia legal das pessoas jurfdicas de direito privado com a inscricao do ato constitutivo no respectivo registro. 0 registro declarara, EXCETO: b) com a inscricao do ato constitutivo no respectivo registro. c) com a aprovacao da lei autorizativa da sua constituicao. d) com a concessao do alvara pelo Poder Publico. comentarto: Art. 45. comece a existencia legal das pessoas juridicas de direito privado com a inscri~ao do ato constitutivono respectivo registro, precedida, quando necesserio, de eutorizeceo ou eprovedio do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as elterecoes por que passar o ato constitutivo. Paragrafo unico. Decai em tres anos o direito de anular a constituiceo das pessoas jurfdicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicecso de sua inscriciio no registro. Gabarito letra B. Teoria e Questoes Aula 02 - ProP Aline Baptista Santiago Veja como esse assunto foi cobrado em prova: f~] FAURGS 2015/TJ-RS/Outorga de Deleqacao de Servic;os Notoriais e Registrais - Provimento. A existencia legal das pessoas jurfdicas de direito privado comec;a a) com a aprovacao do estatuto social. DIREITO CIVIL - TRF 1a REGIAO (AJAJ E OJAF) 9 de 70 www.estrategiaconcursos.com.br 3 Nao ha de se confundir esta representacao da pessoa jurfdica, com aquela representacao dos incapazes. Enquanto no caso dos incapazes a representacao ira ocorrer porque existe a incapacidade de fato ou de exercfcio, no caso da pessoa jurfdica a representacao existe apenas para que esta possa agir e praticar atos da vida civil. Varnes a ela! Preste muita atenc;ao nesta classlflcacac! Apesar de nao ser muito extensa, ela apresenta alguns detalhes e subdivis6es, sendo amplamente cobrada em provas. ~ AOE \f)'ATENTO! Este item, apesar de nao estar expresso no edital, tarnbern cornpoe o assunto pessoas jurfdicas (tacitamente e precise estuda-lo ©). Classlflcacao da Pessoa Juridica Quando estudamos a capacidade da pessoa natural, vimos que ela e decorrente da personalidade atribufda a pessoa. Com a pessoa juridica ocorre o mesmo, porern, se para a pessoa natural esta capacidade sera plena para a pessoa jurfdica ela vai ser limitada a finalidade para a qual a pessoa foi criada. Os poderes atribufdos a pessoa jurfdica estao estipulados nos 1atos constitutivos, em seu 2ordenamento interno e, tarnbern, na 3lei, uma vez que seus estatutos nao podem contrariar normas cogentes. Assim, depois de registrada a pessoa juridica o Direito reconhece a atividade no mundo jurfdico. Neste memento de reconhecimento, a pessoa jurfdica recebe: denorninacao, domidlio e nacionalidade (todos decorrentes da personalidade). Sob o aspecto da representacao, para o exerdcio do direito, a pessoa jurfdica nao pode agir senao atraves do homem. Ha, portanto, uma vontade humana que opera na pessoa jurfdica, condicionada a suas finalidades3. Na realidade, nem sempre a vontade do diretor ou administrador que se manifesta pela pessoa jurfdica coincide com a sua pr6pria vontade. Ele e apenas um instrumento ou 6rgao da pessoa jurfdica entendendo-se assim, que ha duas vontades que nao se confundem. Por exemplo, o diretor ou presidente pode manifestar a vontade da pessoa jurfdica em assembleia geral, mas esta vontade nao necessariamente precisara coincidir com a sua pr6pria vontade. Capacidade e Representacao da Pessoa Juridica Gabarito letra C. DIREITO CIVIL - TRF 1a REGIAO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questoes Aula 02 - ProP Aline Baptista Santiago 10 de 70 www.estrategiaconcursos.com.br Art. 40. As pessoasjuridicas sao de direito publico, interno ou externo, e de direito privado. III. A terceira classiflcacao ( e, talvez, a mais im12ortante 12ensando em ... 12rovas) e quanto a fun~ao e capacidade ~ sendo divididas em duas especies, conforme expresso no CC, as pessoas juridicas de 1direito publico e as pessoas jurfdicas de 2direito privado. As pessoas jurfdicas de direito publico - sao aquelas previstas em lei e que podem ser de Direito Publico Exerno ou Interno. As pessoas jurfdicas de direito privado - sao institufdas por iniciativa de particulares e dividem-se em: fundac;6es particulares, associac;6es, sociedades simples e ernpresarias, organizac;6es religiosas, partidos politicos e, ainda, incluidas pela lei 12.441 de 2011, as empresas individuais de responsabilidade limitada. Observacao: As associecoes e as sociedades tarnbern tern um patrirnonio, que representa um meio para a consecucao dos fins perseguidos pelos s6cios, mas, nas fundacoes, juntamente com o objetivo a que esta se destina, o patrimonio e o elemento principal. ... II. Quanto a estrutura interna ~ estas pod em ser divididas em -corporacao e 2fundac;ao. A corporacao (universitas personarum) e um conjunto de pessoas que, apenas coletivamente, goza de certos direitos e os exerce por meio de uma vontade (mica. Exemplos: as associac;6es e as sociedades. A fundacao (universitas bonorum) e o patrimonio personalizado destinado a um fim que lhe de unidade. Sao as fundac;6es (publicas e privadas). ... I. Quanto a nacionalidade ~ estas podem ser 1nacionais e 2estrangeiras . A nacionalidade da pessoa jurfdica deve ser vista sob o prisma da sua constituicao. A nacional e a que foi organizada conforme a lei brasileira e tern no pals a sede de sua adrninistracao. A estranqeira, qualquer que seja o seu objeto, nao podera, sem autorizacao do Peder Executive, funcionar no pals, ainda que por estabelecimentos subordinados, podendo, todavia, ressalvados os cases previstos em lei, ser acionista de sociedade anonirna brasileira. Se autorizada a funcionar no Brasil: sujeitar-se-a as leis e aos tribunais brasileiros, quanta aos atos aqui praticados; devera ter representante no Brasil; e podera nacionalizar-se, transferindo sua sede para o Brasil. DIREITO CIVIL - TRF 1a REGIAO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questoes Aula 02 - ProP Aline Baptista Santiago 11 de 70 www.estrategiaconcursos.com.br 4 A classificacao dos territ6rios nao e pacifica. Alguns civilistas os colocam como fazendo parte da adrninlstracao direta, ja para o direito administrativo estes sao colocados como da adrninistracao indireta. De todo modo, destacamos que conforme a constltulcao Federal, art.18, §2, os territ6rios federais integram a Uniac, ou seja, territ6rios nao sao considerados entes da federacao. As pessoas jurfdicas de direito privado estao preistas no art. 41 do CC: Art. 44. Sao pessoas jurfd cas de direito privado: I - as essociecoes: II - as sociedades; III - as tundecbes. IV - as oraentzecoes religiosas; V - os partidos polf ti cos. VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. Estao elencados no art. 41: Art. 41. Sao pessoas jurfdicas de direito publico interno: I - a Uniiio; II - os Estados, o Distrito Federal e os Territ6rio ; III - OS Municf pios; IV - as autarquias, inclusive as associa~oes publicas; V - as demais entidades de cereter publico criadas por lei. Direito publico interno, que podem ser da adrninistracao direta (Uniao, Estados, Territ6rios 4 , Distrito Federal e Munidpios) ou podem ser da adrninistracao indireta - descentralizados, criados por lei, com personalidade jurfdica pr6pria para o exerdcio de atividades de interesse publico, tais como as Autarquias, as Associacoes Publicas, as Fundacoes Publicas, as Aqericias executivas e reguladoras. Direito publico externo, regulamentadas pelo direito internacional e abrangendo: as nacoes estrangeiras, a Santa Se, as Unifies Aduaneiras, os Organismos Internacionais. Neste sentido, temos artigo 42 do CC: Art. 42. Sao pessoas jurfdicas de direito publico externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem reqidas pelo direito internacional publico. em Teoria e Questoes Aula 02 - ProP Aline Baptista Santiago Veja que as pessoas jurfdicas de direito publico sao subdivididas direito publico interno ou externo. DIREITO CIVIL - TRF 1a REGIAO (AJAJ E OJAF) 12 de 70 www.estrategiaconcursos.com.br Sao pessoas jurfdicas de Direito Veja como esse assunto foi cobrado em prov a: f~] IF-RS 2015/IF-RS/Professor-Direito. Pub Ii co: Ha determinadas entidades com muitas das caracterfsticas das pessoas jurfdicas que vimos ate agora, mas que, no entanto, nao chegam a ganhar personalidade, sao grupos despersonalizados. Faltam requisites imprescindfveis a personificacao, sao os grupos com personiflcacaoanornala, alguns autores utilizam tarnbern o termo personalidade judiciaria. Ternes come exemplos destas entidades: a famflia; a massa falida; o esp61io; o condomfnio; a heranca jacente ou vacante. Em geral, estes grupos, embora nae possuam personalidade, possuem uma capacidade processual e tarnbern legitimidade ativa e passiva para demandar e ser demandado em acoes judiciais. "Voces podem explicar coma fica a situa~ao, por exemplo, de condominios e de sociedades irregu/ares? Em que c/assifica~ao estas entidades se enquadram ?" Preste aten~ao! la foi cobrado em provas: 5 NAPROVAI Os partidos politicos sao pessoas jurfdicas de direito privado. >,, Os sindicatos embora nao mencionados expressamente no art. 44, possuem natureza de assoclacao civil, estando, pois, dentro das pessoas jurfdicas de direito privado. >,, Cuidado para nao confundir um profissional autenomo com empresa individual. Empresa individual esta normatizada no art. 980-A do CC, que diz: "A empresa individual de responsabilidade limitada sere constitufda por uma (mica pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que nao sere inferior a 100 (cem) vezes o maior selerio-minimo vigente no Pals". (Artigo inclufdo pela Lei no 12.441, de 2011). Assim, de acordo com o Enunciado 468 da V lornada de Direito Civil: "A empresa individual de responsabilidade limitada s6 podere ser constitufda por pessoa natural". Ja o profissional autonomo e pessoa ffsica que presta services de forma eventual sem relaceo de emprego. Enquadra-se tarnbern como profissional autonorno, o profissional liberal, que e aquela pessoa que exerce, por conta pr6pria, atividade economica, de natureza urbana, com fins lucrativos ou nao. >,, Outro detalhe importante e o que diz respeito as funda~oes, estas, embora genericamente estejam listadas entre as pessoas jurfdicas de direito privado, se tiverem atuacao que, de certa forma, se assemelhem as Autarquias, terse personalidade juridica de direito publico (em prova, estara escrito unicamente Fundacoes Publicas). DIREITO CIVIL - TRF 1a REGIAO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questoes Aula 02 - ProP Aline Baptista Santiago 13 de 70 www.estrategiaconcursos.com.br I - a Uniao; II - os Estados, o Distrito Federal e os Territ6rios; III - OS Municf pios; IV - as autarquias, inclusive as associa~oes ptiblices; V - as demais entidades de cereter publico criadas por lei. Marialva - PR/ Advogado. Sao f~] FAUEL 2015/Camara Municipal de pessoas juridicas de direito publico interno: a) Associacoes publicas. b) Sociedades. c) Partidos politicos. d) Orqanizacoes religiosas. cornentartoi Art. 41. Sao pessoas juridicas de direito publico interno: Art. 44. Sao pessoas Jurfdicas de direito privado: I - as essociecoes; II - as sociedades; III - as iundecoes. IV - as oraenizecoes religiosas; V - os partidos politicos. VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. Gabarito letra A. a) as autarquias. b) as sociedades. c) as fundacoes. d) os partidos politicos e) as associacoes. comentarto: Art. 41. Sao pessoasjuridicas de direito publico interno: I - a Uniao; II - os Estados, o Distrito Federal e os Territ6rios; III - OS Municfpios; IV - as autarquias, inclusive as essociecbes publices; V - as demais entidades de cereter publico criadas por lei. DIREITO CIVIL -TRF ta REGIAO (AJAJ E OJAF} Teoria e Questoes Aula 02 - Prof" Aline Baptista Santiago 14 de 70 www.estrategiaconcursos.com.br Art. 44. Sao pessoas jurfdicas de direito privado: I - as essociecoes: II - as sociedades; III - as tundecoes. IV - as oraenizecoes religiosas; Art. 41. Sao pessoas juridicas de direito ptsblico interno: I - a Uniao; II - os Estados, o Distrito Federal e os Territ6rios; III - OS Municf pios; IV - as autarquias, inclusive as associa~oes publica«; V - as demais entidades de cereter publico criadas por lei. (~] CAIP-IMES 2016/CRAISA de Santo Andre - SP/ Advogado. Sao pessoas jurfdicas de direito publico interno: a) as associacces; as sociedades; as fundacoes: as orqanizacoes religiosas; os partidos polfticos e as empresas individuais de responsabilidade limitada. b) a Uniao: os Estados; o Distrito Federal; os Municfpios; as autarquias; as fundacoes e os partidos politicos. c) a Uniao: os Estados; o Distrito Federal e os Territories; os Municfpios; as autarquias, inclusive as associacoes pub icas e as demais entidades de carater publico criadas por lei. d) a Unifio: os Estados; o Distrito Federal; os Municfpios; as fundacoes: os partidos polfticos; as autarquias, inclusive as associacoes publicas. comentarlo: Art. 40. As pessoas jurfdicas sao de direito publico, interno ou externo, e de direito privado. Art. 44. Sao pessoas Jurfdicas de direito privado: I - as essociecoes; II - as sociedades; III - as tundecbes. IV - as organiza<;oes religiosas; V - os partidos polf ti cos. VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. Gabarito letra A. DIREITO CIVIL - TRF 1a REGIAO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questoes Aula 02 - ProP Aline Baptista Santiago 15 de 70 www.estrategiaconcursos.com.br 5 Expressao juridica para denominar a pessoa que faleceu. Tambem se destaca a familia como uma entidade nao personificada, pois, apesar de seus laces de sangue, cada membro preserva sua individualidade e e responsavel por suas obrigac;6es. o condominjo - sabre o condorninio ha controversies na doutrina. Quando se tratar de condorni nio que e a propriedade com um ou conjunta sobre alguma coisa, este nao possui personalidade jurldlca. O problema esta nos condorni nios de edificios. Portanto tenha uma atencao extra se isto aparecer em prova. Como regra considere-os despersonalizados. Sera representado pelo sindico. O esp61io - e o conjunto de direitos e obrigac;6es do de cujus5. Sera representado em juizo, ate que se nomeie um inventariante, par um administrador provis6rio. A heranca jacente ou vacante - heranca jacente e o name que se da a heranca quando uma pessoa morre sem deixar testamento e nao se conhece nenhum herdeiro. Os bens da heranca jacente sao declarados vacantes quando nao se apresentar nenhum herdeiro ou, se aparecer algum, este renunciar a heranca. Este acervo de bens sera representado par um curador. Iii A massa falida name que e dado ao conjunto de bens ap6s a sentence declarat6ria de falencia, Sera representado par administrador judicial, de acordo com art. 75 do nova CPC (C6digo de Processo Civil). Os grupos despersonalizados que mais aparecem em questoes de concurso sao: Grupos Despersonalizados V - os partidos politicos. VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. Gabarito letra C. DIREITO CIVIL -TRF ta REGIAO (AJAJ E OJAF} Teoria e Questoes Aula 02 - Prof" Aline Baptista Santiago 16 de 70 www.estrategiaconcursos.com.br As sociedades sem personalidade juridica - sao aquelas que existem e funcionam, mas nao possuem existencia legal justamente porque nao fizeram seu registro no 6rgao competente ou entao porque lhes falta autorizacao legal para funcionamento. Serao representadas pela pessoa a quern couber a administracao de seus bens. As sociedades irregulares ou de fato sac aquelas que nao cumpriram alguns requisitos para sua regular formacao, como por exemplo, uma empresa que deixa de registrar seu ato constitutivo na Junta Comercial. Estas empresas possuem legitimidade para cobrar em jufzo seus creditos, nao podendo o devedor Sociedades de Fato (~] FCC 2014 I TRT - 24a REGIAO (MS) / Juiz do Trabalho Substituto. Assinale a alternativa em que nenhum ente mencionado possui personalidade jurfdica a) a orqanizacao religiosa, a famflia e o partido po ftico. b) a fundacao, o esp6lio e a famflia. c) a famflia, o esp61io e a sociedade em conta de participacao. d) o esp6lio, a associacao e o condomfnio. e) a sociedade em nome coletivo, a empresa individual de responsabilidade limitada ea firma individual. comentartoi A familia ~ nao possui personalidade juridica. O esp61io ~ nao possui personalidade juridica. Sera representado por um i nventa ria nte. A sociedade em conta de partlcipacao ~ nao possui personalidade jurfdica. O socio ostensivo e a pessoa jurfdica, nao a sociedade. Gabarito letra C. Veja como esse assunto foi cobrado em prova: f~] FCC 2009 / Tl-PA / Auxiliar Judlclarlo, Considerando que a ideia de personalidade exprime a aptidao qenerica para adquirir direitos e contrair obriqacces, diante do Direito Positivo, e correto afirmar que os 6rgaos publicos, o esp6lio, a massa falida e a heranca jacente sao dotados de personalidade. comentarto: Os 6rgaos publicos, o esp6lio, a massa falida e a heranca jacente sao entes despersonal izados. Gabarito errado. DIREITO CIVIL - TRF 1a REGIAO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questoes Aula 02 - ProP Aline Baptista Santiago 17 de 70 www.estrategiaconcursos.com.br Ap6s a existencia do ato escrito e da autorizacao passa-se a segunda fase: o registro. 0 ato de constituicao das pessoas jurfdicas de direito privado e o seu registro estao normatizados nos artigos 45 e 46 do CC: Art. 45. Comeca a existencia legal das pessoas jurfdicas de direito privado com a inscricao do ato constitutivo no respectivo reqistro. precedida, quando necesserio, de eutorizeciio ou eprovedio do Poder Executivo, averbando-se no registo todas as elterecoes por que passar o ato constitutivo. Pereqreto unico. Decai em tres anos o direito de anular a constituicso das pessoas jurfdicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publica~ao de sua inscriceo no registro. Na primeira fase, ha a constituicao da pessoa jurfdica por um ato unilateral entre pessoas vivas ou por testamento (se a pessoa faleceu e deixou estipulado a sua criacao como ato de ultirna vontade). Nesta fase temos um elemento material que se exterioriza nos atos de reuniao dos s6cios, nas condicoes dos estatutos, etc. Ha, tarnbern, um elemento formal que e a transcricao do que foi acertado por escrito. Este ato podera ser publico ou particular. As fundacoes sao excecao, pois para elas o instrumento publico ou o testamento sao essenciais. A pessoa jurfdica tern sua origem, em regra, com um 1ato jurfdico ou 2em decorrencia de normas. Existe diferenca, porern, entre a origem das pessoas jurfdicas de direito publico e das de direito privado. As pessoas juridicas de direito publico se nao sao criadas em razfio de fatos hist6ricos ( criacao do pr6prio Estado, por exemplo ), o sao por normas, sejam estas: constitucionais; legais; ou, ate mesmo, por meio de tratados internacionais (no caso das pessoas jurfdicas de direito publico externo ). Ja as pessoas juridicas de direito privado obedecem a um processo que pode se dar de tres formas: o 1sistema da livre associacao (a ernissao de vontade dos instituidores e suficiente para a criacao do ente personificado); o 2sistema do reconhecimento (ha necessidade de um decreto de reconhecimento); e o 3sistema das disposicoes normativas (neste sistema da- se liberdade de criaceo humana, sem necessidade de ato estatal que a reconheca, mas exige-se que a criac;ao dessa pessoa obedeca a condicoes predeterminadas). Em nosso direito, sao duas as fases para a concretizacao da pessoa juridica: o 1ato constitutive e a formalidade do 2registro. Comec;o e Fim ( extincao) da Existencia Legal da Pessoa Juridica Teoria e Questoes Aula 02 - ProP Aline Baptista Santiago alegar a irregularidade de sua constituicao para se negar ao pagamento da dfvida. Mas nao podem ser sujeitos de direitos, e os bens particulares dos s6cios respondem igualmente com os bens da empresa por dfvidas contrafdas em nome desta. DIREITO CIVIL - TRF 1a REGIAO (AJAJ E OJAF) 18 de 70 www.estrategiaconcursos.com.br Enquanto para a pessoa natural o fim da existencia ocorre com a morte (real ou presumida), para a pessoa jurfdica pode ocorrer por causas diversas. Basicamente, o fim da existencia legal da pessoa juridica, pode ocorrer: + De forma convencional - ou seja, quando seus membros decidirem pelo seu fim, de acordo com o quorum previsto nos estatutos da empresa ou na lei. + De forma legal - em razao de motivos determinados em lei, mais precisamente no art. 1.034 do CC: Art. 1. 034 A sociedade pode ser dissolvida judicialmente, a requerimento de qualquer dos s6cios, quando: I - anulada a sua constituiceo; II - exaurido o fim social, ou verificada a sua inexequibilidade. + De forma administrativa quando a pessoa jurfdica, para seu funcionamento, precisa de autorizecao do poder publico e pratica atos nocivos ou contrarios aos seus fins. f~] FCC 2013/ AL-PB/Procurador. Quanto as pessoas jurfdicas, e correto afirmar: Decai em tres anos o direito de anular a constituicao das pessoas jurfdicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicacao de sua inscricao no registro. Gabarito correto. Veja como esse assunto foi cobrado em prova: f~] FCC 2008 /TCE-AL/ Auditor. A existencia legal das pessoas jurfdicas de direito privado corneca com a inscricao do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necesserio, de autorizacao ou aprovacao do Poder Executivo. Gabarito correto. Art. 46. O registro decterere: I - a denominecso, os fins, a sede, o tempo de dureceo e o fundo social, quando houver; II - o nome ea lndividuellzeceo dos fundadores ou instituidores, e dos diretores; III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente; IV - se o ato constitutivo e retormevel no tocante a edministrecso, e de que modo; V - se os membros respondem, ou niio, subsidiariamente, pelas obriqecoes sociais; VI - as condicoes de extin<;ao da pessoa Jurfdica e o destino do seu petrimonio, nesse caso. DIREITO CIVIL - TRF 1a REGIAO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questoes Aula 02 - ProP Aline Baptista Santiago 19 de 70 www.estrategiaconcursos.com.br Veja como esse assunto foi cobrado em prova: f~] FCC 2013/SEFAZ-SP / Agente Fiscal de Rendas. No tocante as pessoas naturais e jurfdicas: a) A existencia legal das pessoas jurfdicas de direito privado corneca com o infcio efetivo de suas atividades civis ou empresariais. b) As autarquias, Uniao, Estados e Municfpios, bem como os partidos polfticos, sao pessoas jurfdicas de direito publico interno. c) As associacces, as fundacoes, as orqanizacces religiosas, os partidos polfticos e as empresas individuais de responsabilidade limitada sao pessoas jurfdicas de direito privado. d) A personalidade civil da pessoa natural corneca do nascimento com vida, evento a partir do qual serao protegidos tarnbern os direitos do nascituro. e) Somente as pessoas naturais possuem atributos da personalidade e, assim, apenas elas podem sofrer danos morais. comentarlo: Art. 44. Sao pessoas juridicas de direito privado: I - as essociecoes; II - as sociedades; III - as tundecoes. IV - as oraenizecoes religiosas; No entanto, a extincao legal tern este nome porque os motives que levam a sua extincao advem da lei (exemplo art. 1.034). Mas entenda que a extincao nao e autornetica, para que ela acontec;a tarnbern serao necessaries algumas medidas judiciais. A extincao pela forma administrativa acontecera quando for necessaria uma autorizacao da adrninistracao publics para o funcionamento da Pessoa Jurfdica. Neste caso, quando a PJ pratica atos nocivos ou contraries aos seus fins, o mesmo poder administrativo que concedeu esta autorlzacao podera retire- la ou, entao, negar a sua renovacao. As formas de extincso se relacionam, e como vimos acima sao a convencional, a legal, a administrativa e a judicial. ~"'"' ~ATENTOI Teoria e Questoes Aula 02 - ProP Aline Baptista Santiago ~ De forma Judicial - que decorre dos casos de dissolucao previstos em lei ou no estatuto, principalmente quando a sociedade se desviar dos fins para os quais foi constitufda.DIREITO CIVIL - TRF 1a REGIAO (AJAJ E OJAF) 20 de 70 www.estrategiaconcursos.com.br Art. 51. Nos casos de dissotucso da pessoa Jurfdica ou cassada a eutortzecso para seu funcionamento, ela subsistira para os fins de liquidacao, ate que esta se conclua. § 1 o, Far-se-a, no registro onde a pessoa Jurfdica estiver inscrita, a averba~ao de sua dissolu~ao. § 20. As disposicoes para a liquidaqao das sociedades aplicam-se, no que couber, as demais pessoas jurfdicas de direito privado. Ap6s o encerramento das atividades da pessoa jurfdica, o seu processo de extlncao se realizara atraves da 1dissoluc;ao e da 2liquidac;ao. Este processo se mostra necessario para que se de destinacao aos bens da empresa, se pague todas as dfvidas e para que se face a partilha do que restar entre os s6cios. A llquldacao da pessoa juridica, segundo o art. 51 do CC, ocorrera nos casos de dissolucao ou de cassecao de autorizacao para funcionamento. Processo de Extin~ao da Pessoa Juridica f~] FCC 2013 / TRT - 12a Regiao (SC} / Analista Judlciarlo. No tocante as pessoas juridicas: a) corneca a existencia legal das pessoas juridicas de direito privado com o infcio efetivo de suas atividades ao publico. b) de direito publico interno sao civilmente responseveis por atos dos seus agentes que, nessa qualidade, causem danos a terceiros, ressalvado direito regressive contra os causadores do dano, se houver por parte destes culpa ou dolo. c) a criaceo, a orqanizaceo, a estruturacao interna e o funcionamento das instituicoes religiosas e condicional, por ser laico o Estado brasileiro, que devera autorizar ou nao seu reconhecimento e registro. d) os partidos polfticos sao pessoas jurfdicas de direito publico interno. e) as autarquias e as associacoes publicas sao pessoas jurfdicas de direito privado. comentartoi De acordo com o art. 43 do CC. Art. 43. As pessoas jurfdicas de direito publico interno sao civilmente responseveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. Gabarito letra B. V - os partidos politicos. VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. Gabarito letra C. DIREITO CIVIL - TRF 1a REGIAO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questoes Aula 02 - ProP Aline Baptista Santiago 21 de 70 www.estrategiaconcursos.com.br As associacoes se prestam aos mais variados fins, desde que nao econdmicos. e preenchem, assim, as mais variadas finalidades na sociedade. Qualquer atividade Hcita g de fins nao economlcos pode ser buscada por uma associacao. No c6digo civil de 2002, as associacoes estao compreendidas entre os artigos 53 a 61. 0 artigo 53 nos de uma primeira ideia sobre as associacoes: Art. 53. Constituem-se as essociecoes pela uniao de pessoas que se organizem para fins nao economicos, Pereqreto unico. Nao ha, entre os associados, direitos e obriga(;oes recf procos. Assoclacees Entao vamos ao seu estudo mais detalhado! Continuando a analise do C6digo Civil, ha duas pessoas jurfdicas, para as quais o nosso o c6digo reservou alguns itens espedficos, sao elas: 1as assoclacoes g 2as fundacoes. Desta forma, podemos perceber que o cancelamento da inscricao da pessoa jurfdica no registro nao acontece no momenta em que ela e dissolvida. O cancelamento da sua lnscricao acontece somente depois de encerrada a sua regular llquldacao. Veja como esse assunto foi cobrado em prova: f~] INSTITUTO AOCP 2015/EBSERH/ Advogado {HDT-UFT}. Nos casos de dissolucao da pessoa jurfdica ou cassada a autorizacao para seu funcionamento, ela sere prontamente extinta e cancelada sua inscricao. comentarto: Art. 51. Nos casos de aissotuciio da pessoa Jurfdica ou cassada a eutorizecso para seu funcionamento, ela subsistira para os fins de liquida~ao, ate que esta se conclua. Gabarito errado. § 30_ Encerrada a liquida~ao, promover-se-a o cancelamento da inscridio da pessoa Jurfdica. DIREITO CIVIL - TRF 1a REGIAO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questoes Aula 02 - ProP Aline Baptista Santiago 22 de 70 www.estrategiaconcursos.com.br 6 Nelson Nery Junior, C6digo Civil Comentado, Revista dos Tribunais, sa ed., paq. 271. Outras disposicoes podem ser acrescentadas, mas estas, que estao no texto da lei, sao essenciais. Os estatutos sao a lei orqanica da pessoa jurfdica, a norma de obediencia obrigat6ria para os fundadores da associacao e, tarnbern, para todos aqueles que no futuro venham a ela se associar. A vontade dos novos membros se manifesta atraves da adesao a associacao e consequentemente aos seus regulamentos. eAlgumas observacdes: • Nada impede que a associacao tenha varies sedes, sendo uma principal e outras subsidiarias: • A adrnissao de novos s6cios deve atender aos interesses da associacao, o estatuto pode determinar que sejam preenchidos certos requisitos para que alquern tenha a qualidade de socio; • A demissao nao se confunde com a exclusao, porque esta tern carater de penalidade e s6 pode ser aplicada se for dado direito a ampla defesa ao associado envolvido (art. 57), ja a demissao decorre da iniciativa do pr6prio interessado, por oportunidade ou conveniencia sua; No artigo 54 do CC estao enumerados os requisitos obrigat6rios que devem constar nos estatutos de toda e qualquer associacao: Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das essociecoes contere: I - a denominecso, os fins ea sede da essocieciio; II - os requisitos para a edmissiio, demissiio e exctuseo dos associados; III - os direitos e deveres dos associados; IV - as fontes de recursos para sua menutencso; V - o modo de constituiciio e de funcionamento dos 6rgaos deliberativos; VI - as condicoes para a eltereciio das disposicoes estetuteries e para a dissolucso. VII - a forma de gestao administrativa e de eprovecso das respectivas contas. 8uma observacao que devemos fazer ea seguinte: A associacso ate pode obter lucro, no entanto, este lucro devera ser reinvestido na pr6pria entidade. A associacao nao pode ter o lucro como finalidade essencial e nem distribuf-lo entre seus associados. Nao ha, entre os associados, direitos e obriqacces recfprocos. Uma vez que as associacoes nao se formam por contrato e sim pela uniao de pessoas sem direitos e obrigac;oes reciprocos6. DIREITO CIVIL - TRF 1a REGIAO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questoes Aula 02 - ProP Aline Baptista Santiago 23 de 70 www.estrategiaconcursos.com.br Nenhuma decisao de exclusao de associado pode prescindir de procedimento que permita ao socio produzir sua defesa e suas provas, ainda que Temos aqui a figura dos associados com e sem em quotas ou frac;ao ideal do patrimonio da entidade (chamados respectivamente de s6cios patrimoniais e de s6cios meramente contributivos). Na verdade, o que este artigo quer proteger e o interesse da associacao, pois cabe a pr6pria entidade definir quern podera ingressar como associado. O simples fato de transferir uma quota ou a "qualidade" de associado para outra pessoa pode nao ser o suficiente para esta pessoa passar a ser s6cia. e precise analisar a permissao estatutaria. A ideia fundamental e no sentido de permitir que a associacao face um jufzo de oportunidade e conveniencia para a adrnissao de novos associados. Uma vez admitido o associado, a sua exclusao somente sera possfvel por justa causa, obedecido o estatuto. E o que diz o artigo 57 do CC: Art. 57. A exclusao do associado so e admissivel havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento que assegure o direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto. Seguindo com a nossa conversa! No art. 56 encontramos o seguinte: Art. 56. A qualidade de associado e intransmissivel, ~ o estatuto nao dispuser O contrerio. Pereqreto unico: Se o associado for titular de quota ou frac;ao ideal do petrimonio da essociecso, a trensterencie daquela nao importers, de per si, na ettibuicso da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvodisposiciio diversa do estatuto. Este artigo pode dar margem para algumas confusoes. A dificuldade estaria no sentido de se saber, no caso concrete, se e valida a atribuicao de vantagens especiais a s6cios, o que contraria a finalidade primeira do dispositivo que e a igualdade de direitos. 0 melhor e interpretar que toda associacao deve garantir os direitos mfnimos aos associados e que as vantagens sao excepcionais a algumas categorias, gue por sua natureza sejam diferenciadas. O artigo 55 do CC nos diz: Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, MAS o estatuto podera instituir categorias com vantagens especiais. Teoria e Questoes Aula 02 - ProP Aline Baptista Santiago • E importante que o estatuto estabelec;a a providencia de fundos, se este vai ser proveniente de contribuicoes dos pr6prios s6cios ou de terceiros, ou se, entao, a associacao vai exercer alguma atividade que lhe fornec;a meios financeiros, entretanto sem que com isso descaracterize sua finalidade. DIREITO CIVIL - TRF 1a REGIAO (AJAJ E OJAF) 24 de 70 www.estrategiaconcursos.com.br 7 0 "Poder Executivo" da pessoa juridica e exercido por um diretor ou uma diretoria, podendo ser criados outros 6rgaos auxiliares, dependendo do tamanho da entidade. A resposta a sua pergunta esta no art. 61, o seu estudo deve ser literal ao texto do CC (assim e cobrado em prova): Art. 61. Dissolvida a associa~ao, o remanescente do seu patrimonio liquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou treciies ideais referidas no pereareto unico do art. 56, sera destinado a entidade de fins nao econbmicos: designada no "Voces falaram em dissolufao da pessoa juridica. Mas o que econtecere com o petrimbnio de uma associafao quando esta for disso/vida ?" De acordo com a norma legal do artigo 59 do CC - que e uma norma de ordem publica, ou seja, e preceito imperative, que nao admite disposicao em contrario pela vontade privada, cornpetira somente a assembleia geral a 1destituic;ao dos administradores e a 2alterac;ao do estatuto. No mesmo sentido o artigo 60 do CC determina: A convocecso dos 6rgaos deliberativos far se-a na forma do estatuto, garantindo a 1/5 (um quinto) dos associados o direito de promove-le. Art. 59. Compete privativamente a assembleia geral: I - destituir os administradores; II - alterar o estatuto. Pereqreto tinico: Para as deliberecbes a que se referem os incisos I e II deste artigo e exigido deliberecso da assembleia especialmente convocada para este fim, cujo quorum sere o estabelecido no estatuto, bem como os criterios de elei,ao dos administradores. O estatuto ou a lei estabelecerao os limites ao exercfcio dos direitos sociars. A assembleia geral e 6rgao necessario da associacao, exerce papel de "poder legislative" na instituicao 7. 0 artigo 59 do CC elenca as materias privativas da assembleia. Art. 58. Nenhum associado podere ser impedido de exercer direito ou fun,ao que /he tenha sido legitimamente conferido, a niio ser nos casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto. Teoria e Questoes Aula 02 - ProP Aline Baptista Santiago o estatuto permita e ainda que decidida em assembleia geral, convocada para tal fim. Tarnbern neste sentido temos o artigo 58 do CC: DIREITO CIVIL - TRF 1a REGIAO (AJAJ E OJAF) 25 de 70 www.estrategiaconcursos.com.br Gabarito letra E. Veja como esse assunto foi cobrado em prova: f~] FCC 2013/TJ-PE/Titular de Servic;os de Notas e de Registros. Em relacao as associacoes, e correto afirmar: a) A exclusao do associado depende unicamente das disposicfies estatutarias, podendo ocorrer por ato imotivado dos 6rgaos deliberativos, se assim dispuser o estatuto. b) Os associados devem ter iguais direitos e, em consequencia, e vedado que se estabelec;am no estatuto categorias com vantagens especiais. c) Como regra, a qualidade de associado e transmissfvel livremente d) Entre os associados, sao estabelecidos direitos e obriqacfies redprocos. e) Compete privativamente a assembleia geral, especialmente convocada para esses fins, destituir os administradores e alterar o estatuto associative. comentarlo: Art. 59. Compete privativamente a essembtet« geral: I - destituir os administradores II - alterar o estatuto. Pereqreto iinico. Para as detiberecoes a que se referem os incisos I e II deste artigo e exigido detiberedio da essembteie especialmente convocada para esse fim, cujo quorum sera o estabelecido no estatuto, bem como os criterios de eleiqao dos administradores. ~ Para finalizarmos o assunto associacao, observe este enunciado do STJ: Jornada III STJ 142 - "Os partidos politicos os sindicatos e as associacoes reliqiosas possuem natureza associativa, eplicsndo-se-lhes o CC". estatuto, ou, omisso este, por deliberedio dos associados, a institui~iio municipal, estadual ou federal, de fins identicos ou semelhantes. § 1 o Por cieusule do estatuto ou, no seu silencio, por deliberedio dos associados, podem estes, antes da destineciio do remanescente referida neste artigo, receber em restituiceo, atualizado o respectivo valor, as contribuicoes que tiverem prestado ao petrimonio da essocieceo. § 20. Niio existindo no Municfpio, no Estado, no Distrito Federal ou no Territ6rio, em que a essocieceo tiver sede, instituiqao nas condiciies indicadas neste artigo, o que remanescer do seu petrimiinio se devolvere a Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da Uniiio. DIREITO CIVIL - TRF 1a REGIAO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questoes Aula 02 - ProP Aline Baptista Santiago 26 de 70 www.estrategiaconcursos.com.br Antes de iniciarmos nosso estudo sobre as fundacoes, temos que noticia-lo sobre uma importante alteracao ocorrida dia 29/07/2015, onde a Lel nv 13.151 alterou varies dispositivos do CC/2002 sobre as fundacoes privadas. Fundac;oes b) A exclusao dos associados, nas hip6teses em que o estatuto permitir, independe de procedimento que assegure o direito de defesa. c) As associacoes podem ser publicas, sendo classificadas como pessoa juridica de direito publico interno. d) Em razeo de sua natureza, nao se admite a existencia de categorias de associados com vantagens especiais. e) Em caso de dissolucao da associacao, nao se admite a restituicao das contribuicoes que os associados prestaram a associacao, devendo o patrirnonio integral ser revertido para instituicao de fins identicos ou semelhantes. comentartoi A alternativa "a" esta errada. Art. 53. Constituem-se as aesociecoe« pela uniao de pessoas que se organizem para fins nao economicos, A alternativa "b" esta errada. Art. 57. A exctuseo do associado s6 e admissfvel havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto. A alternativa "c" esta correta. Art. 41. Sao pessoas jurfdicas de direito publico interno: IV - as autarquias, inclusive as associa~oes pub/icas; A alternativa "d" esta errada. Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto podera instituir categorias com vantagens especiais. A alternativa "e" esta errada. Art. 61. Dissolvida a essociecso, o remanescente do seu petrirnonio /fquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou trecoes ideais referidas no pereqreto untco do art. 56, sere destinado a entidade de fins nao economicos designada no estatuto, ou, omisso este, por detibereciio dos associados, a lnstitutciio municipal, estadual ou federal, de fins identicos ou semelhantes. Gabarito letra C. alternativa Assinale a f~] VUNESP 2014/DESENVOLVESP/Advogado. correta acerca das associacoes. a) Em sua essencia, assim como nas sociedades, as associacoes tern por finalidade a obtencao de lucro, a ser distribuido entre os associados. DIREITO CIVIL - TRF 1a REGIAO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questoes Aula 02 - ProP Aline Baptista Santiago 27 de 70 www.estrategiaconcursos.com.br Trata-se, como se depreende do artigo, de um conjunto de bens, que recebe personalidade para a realizacaode um fim determinado. 0 patrirnonio se Art. 62. Para criar uma funda~ao, o seu instituidor tere, por escritura publica ou testamento, dota~ao especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de edministre-le. Paragrafo unico. A funda~ao somente podera constituir-se para fins de: I - essistencie social; II - cultura, defesa e conservecso do petrimonio hist6rico e artfstico; III - educeciio; IV - seude; V - seguran<;a alimentar e nutricional; VI - defesa, preserveciio e conserveciio do meio ambiente e promociia do desenvolvimento sustentevel; VII - pesquisa cientffica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernizeceo de sistemas de gestao, produdio e divulga<;ao de intormecoes e conhecimentos tecnicos e cientfficos; VIII - promocso da etice, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; IX - atividades religiosas; Lei n° 13.151. de 2015 fin9 religieses, merais, culturais eu cle assisteACia. 9emente potlere eon9titt1ir 9e para Paragrafe uAiee. A f1:u,ele~ie Art. 62. Para criar uma fundacao. o seu instituidor fara, por escritura publica OU testamento, dotac;ao especial de hens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de adrninistra-la. Lei no 10.406, de 2002 As fundacces tern sua razao de ser no patrimonio destinado a determinada finalidade. A Lei no 13.151, de 2015 alterou a redacao do artigo 62 do CC, da seguinte forma: Entao va mos la! Vimos que, nas associacoes, o que importa sao as pessoas, a reuniao de pessoas, a coletividade. Ja nas fundacoes, ha de infcio um patrimonio despersonalizado, destinado a um fim. DIREITO CIVIL - TRF 1a REGIAO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questoes Aula 02 - ProP Aline Baptista Santiago Deste modo, vamos fazer um quadro comparative entre como era o artigo ou incise, e como ficou. Mas, desde je alertamos que a citada lei ja esta em vigor, pois, de acordo com seu art. 70, ela entra em vigor na data de sua publicacao. 28 de 70 www.estrategiaconcursos.com.br Para que se aperfeic;oe a personalidade juridica da fundacao, ou seja, para que se possa dizer que esta existe como pessoa jurfdica, e necessario o preenchimento dos seguintes requisitos: instituicao, por meio de escritura publica ou testamento, de dotacao especial de bens livres de onus, da qual conste a finalidade espedfica da fundacao, que somente podera constituir-se para fins de assistencia social; cultura, defesa e conservacao do patrimonio hist6rico e artfstico; educacao; saude; seguranc;a alimentar e nutricional; defesa, preservacao e conservacao do meio ambiente e prornocao do desenvolvimento sustentavel: pesquisa cientffica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, rnodernizaceo de sistemas de qestao, producao e divulqacao de inforrnacoes e conhecimentos tecnicos e cientfficos; prornocao da etica, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; atividades religiosas; estatutos que a reqerao: aprovacao dos estatutos pelo 6rgao do Ministerio Publico e o reqistro da escritura de instituicao. 'el Observe que agora a finalidade da fundacao, ou seja, seu campo de atuacao ficou maior e mais determinado. Temos, no paraqrafo unico do art. 62, um campo de atuacao maior do que tfnhamos na antiga redacao, o que referee os entendimentos da doutrina, tribunais e enunciados, de que a fundacao poderia atuar em outros campos alern dos descritos no antigo § unico do art. 62. , Atenc;iio! Tenha em mente que esta ea redacao atual do art. 62 do CC. A Lei no 13.151 ja esta em vigor. A construcao da fundacao e voltada para a realizacso de fins socialmente relevantes, uteis e nobres. Afasta-se assim taxativamente no paraqrafo unico a possibilidade de instrufrem-se fundacoes com fins ociosos e futeis. A fundacao somente podera constituir-se para fins de assistencia social; cultura, defesa e conservacao do patrlmonio hist6rico e artistico; educacao) saude) seguranc;a alimentar e nutricional; defesa, preservacao e conservacao do meio ambiente e promocao do desenvolvimento sustentaveh pesquisa cientifica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernlzacao de sistemas de gestao, producao e divulgac;ao de lnforrnacoes e conhecimentos tecnicos e cientificos; promocao da etica, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; e das atividades religiosas. Teoria e Questoes Aula 02 - ProP Aline Baptista Santiago personaliza quando obtern sua existencia legal, deste modo, uma fundacao nao e qualquer conjunto de bens. A dotacao se fara por escritura publlca ou testamento. DIREITO CIVIL - TRF 1a REGIAO (AJAJ E OJAF) 29 de 70 www.estrategiaconcursos.com.br 8 Diniz. Direito Fundacional. 9 Estes bens tern que ser livres, pois qualquer onus sobre eles colocaria em risco a existencia da entidade. Entao, se caso os hens forem insuficientes para a constituicao da fundacao, eles serao destinados a outra fundacao que tenha a mesma ou semelhante finalidade da que nao pode ser criada, mas isso so acontecera se o instituidor nao tiver disposto de forma diferente no estatuto. A tarefa de elaborar o estatuto - que e a lei interna da fundacao - cabe ao instituidor ou, entao, o instituidor devera designar quern elabore o estatuto. Depois de ultrapassada esta fase, o estatuto sere apresentado ao Ministerio Vimos que a constituicao da fundacao e feita com dotacao de hens, mas o que ocorre quando esta dotacao nao for suficiente? Esta situacao esta expressa no art. 63 do CC: Art. 63. Quando insuficientes para constituir a funda~iio, os bens a ela destinados serao, se de outro modo niio dispuser o instituidor, incorporados em outra funda<;ao que se proponha a fim igual ou semelhante. Aten~ao! 0 instituidor da fundacao pode ser tanto pessoa natural quanto pessoa juridica. ~-- ~ATENTOI Modalidades de formacao da fundacao: ~Direta - neste modo, a pr6pria pessoa instituidora projeta e regulamenta a fundacao. ~Fiduciaria - neste modo, o instituidor entrega a tarefa de orqaniza-la a outra pessoa. Teoria e Questoes Aula 02 - ProP Aline Baptista Santiago A criacao da fundacao se da pelo denominado neg6cio jurfdico fundacional e o registro a personifica, fazendo com que tenha capacidade, patrirnonio, sede e adrninlstracso". No primeiro requisito (lnstltulcao) para a criacao de uma fundacao, existem dois mementos bem definidos: um e a 1vontade de sua constituicao, que neste caso se exterioriza no ato de fundacao propriamente dito; e o outro e o ato de 2dotac;ao de um patrlmonlo, que lhe dare vida. Neste ato de dotacao, estao compreendidos: a reserva de bens livres9, a indicacao dos fins e a maneira pela qual o acervo sera administrado. DIREITO CIVIL - TRF 1a REGIAO (AJAJ E OJAF) 30 de 70 www.estrategiaconcursos.com.br 10 Esta fiscalizacao sera feita por meio da Promotoria de Justice das Fundacoes, nas cidades em que houver este cargo na divisao administrativa da institulcao. Nas cidades menores esta tarefa cabera ao Promotor Publico, Veja como esse ass unto foi cobrado em prova: f~] CESPE 2007 /CGU/Procurador Federal. De acordo com o STF, cabe ao Ministerio Publico do Distrito Federal e Territories velar pelas fundacoes publicas e de direito privado em funcionamento no OF, sem prejufzo da atribu ic;ao, ao Ministerio Publico Federal, da veladura das fundacoes federais de direito publico que funcionem, ou nae, no OF ou nos eventuais territories. Desse modo, mesmo antes da alteracao da Lei n.013.151/2015, por force de decisao do STF, a atribuicao para fiscalizar as fundacoes privadas localizadas no OF ja era do MPDFT. § 1 o. Se funcionarem no Distrito Federal ou em Territ6rio, cebere o encargo ao Ministerio Publico do Distrito Federal e Terrltorios, A Lei n.v 13.151/2015 alterou o ~ do art. 66 do CC com o objetivo de deixar isso expresso no texto do C6digo. O caput do art. 66 fala em Ministerio Publico do Estado. E se a fundacao estiver situada no Distrito Federal,quern ire fiscaliza-Ia? Quern vela pelas fundacoes localizadas no OF? 0 Ministerio Publico do Distrito Federal e Territories (MPDFT). Art. 66. Velara pelas fundac;6es o Ministerio Publico do Estado onde situadas. Art. 66 veiere pelas tundecoes o Ministerio Publico do Estado onde situadas. § 1 o Se funcionarem no Distrito Federal ou em Territ6rio, cebere o encargo ao Ministerio Ptiblico do Distrito Federal e Territ6rios §20 Se estenderem a atividade por mais de um Estado, cabera o encargo, em cada um de/es, ao respectivo Ministerio Pubtico. 6' Importante! De acordo caput do art. 66 do CC, as fundacoes depois de criada, serao fiscalizadas pelo Ministerio Publico do Estado onde situadas. Teoria e Questoes Aula 02 - ProP Aline Baptista Santiago Publico 10 - 6rgao fiscalizador das fundacoes, que exarninara se foram observadas as bases da fundacao e se os bens sao suficientes para atender as suas finalidades. Neste sentido temos o artigo 66 do CC: DIREITO CIVIL - TRF 1a REGIAO (AJAJ E OJAF) 31 de 70 www.estrategiaconcursos.com.br Nesta mesma perspectiva, de ac;ao do Ministerio Publico, temos o paraqrafo unico, do artigo 65 do CC: Art. 65. Aqueles a quern o instituidor cometer a aplicaqao do pettimonio, em tendo ciencie do encargo, tormuleriio logo, de acordo com as suas bases (art.62), o estatuto da fundaqao projetada, submetendo-o, em seguida, a eprovecso da autoridade competente, com recurso ao juiz. ~Em se tratando de fundacoes federais de direito publico esta atribuicao de velar cabe, sim, ao Ministerio Publico Federal, independentemente de funcionar ou nao no DF ou nos eventuais Territ6rios. ~Nos Estados, esta cornpetencia e do Ministerio Publico do Estado em que se situa a fundacao. ~ ~Compete, entao, ao Ministerio Publico do Distrito Federal velar pelas fundac;oes no DF. f~] CESPE 2007 /CGU/Procurador Federal. Se uma fundacao estender suas atividades por mais de um estado, independentemente de ser federal ou estadual, sua veladura cabera ao Ministerio Publico Federal. Gabarito errado. Se as atividades da fundacao se estenderem por mais de um Estado, cabera o encargo, em cada um deles, ao respective Ministerio Publico (§ 2° do art. 66). Ex: Fundacao "A" atua em SP, MG e DF. 0 MPSP ira fiscalizar as atividades dessa fundacao em SP, o MPRJ no MG e o MPDFT no DF. E se a fundacao abranger mais de um Estado/DF? Se ela funcionar em dois, tres, quatro Estados/DF, quern fiscaliza? A Lei no 13.151/2015 corrige a falha do C6digo Civil e se adequa ao que foi decidido pelo STF, deixando claro que se a fundacao privada funcionar no Distrito Federal ou em Territ6rio cabera o encargo ao MPDFT. Gabarito correto. DIREITO CIVIL - TRF 1a REGIAO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questoes Aula 02 - ProP Aline Baptista Santiago 32 de 70 www.estrategiaconcursos.com.br Deste modo o art. 67 ficou da seguinte forma: Art. 67. Para que se possa al erar o estatuto da fundaqao e mister que a reforma: I - seja deliberada por dois tercos dos competentes para gerir e representar a tundecso; II - nao contrarie ou desvirtue o fim desta; III - seja aprovada pelo 6rgao do Ministerio Publico no prazo meximo de 45 ( quarenta e cinco) dias, findo o qua/ ou no caso de o Ministerio Piiblico a denegar, podere o juiz supri- la, a requerimento do interessado. t ATEN«;AO! Co locamos cs dispositivos, o a ntigo e o nova da Lei no 13.151, como forma de comparacao, mas o que esta valendo e a redacao nova. Fique atento. ; ) III seja ap.'Yf!lt11Jtlt1 pelo e~§atJ tie Ministerie P,il,/iee, e, ease este a tlenet1t1e, setlel'B e it1iz st1sfli Is, a requeriRWRto do iRteressado. eE, aqui, temos a ultlma alteracao. Agora temos um prazo rnaxirno para que o MP analise a proposta de rnudanca do estatuto. Observe como ficou a nova redacao do incise III do art. 67 do CC: Art. 67. III - seja aprovada pelo 6rgao do Ministerio Publico no prazo meximo de 45 (quarenta e cinco) dias, findo o qua/ ou no caso de o Mtnisterio Publico a denegar, podere o juiz supri-le, a requerimento do interessado. Sobre altera,;oes no estatuto temos o artigo 67 do CC: Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da tundeciio e mister que a reforma: I - seja deliberada por 2/3 (dois tercos) dos componentes para gerir e representar a tundedio; II - nao contrarie ou desvirtue o fim desta; Como vimos, se o instituidor nao fizer o estatuto e a pessoa por ele designada tarnbern nao fizer, cabera ao Ministerio Publico esta tarefa. Qualquer alteracao do estatuto tarnbern deve ser submetida a apreciacao do Ministerio Publico. Pereqreto unico. Se o estatuto nao for elaborado no prazo assinado pelo instituidor, ou, niio havendo prazo, em 180 (cento e oitenta) dias, a incumbencie cabera ao Ministerio Publico. DIREITO CIVIL -TRF ta REGIAO (AJAJ E OJAF} Teoria e Questoes Aula 02 - Prof" Aline Baptista Santiago 33 de 70 www.estrategiaconcursos.com.br 11 Sem esta autorizacao a venda sera nula. "CC art. 69. Tornando-se illcite, impossfvel ou inuti! a finalidade a que visa a funda<;ao, ou vencido o prazo de sua existencie, o 6rgao do Ministerio Publico, ou qualquer interessado, /he promovere a extin~ao, incorporando-se o seu petrimonio, salvo disoosiceo em contrsrio no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra tundecso, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhente." Sobre o tema extincao da fundacao temos o artigo 69 do CC e o artigo 765 do NCPC: Portanto, a promessa do instituidor, que se materializa na dotacao de bens ou direitos, possui carater irrevoqavel e irretratavel. Se uma pessoa prometer e nao cumprir, podera o juiz atraves de mandado judicial executar a promessa. Outra peculiaridade esta no artigo 64 do CC: Art. 64. Constitufda a fundaqao por neq6cio Jurfdico entre vivos, o instituidor e obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se nao o fizer, serso registrados, em nome de/a, por mandado judicial. Existem certas peculiaridades no que diz respeito as fundacoes: ~A primeira e quanto aos seus bens, estes nao podem ser vendidos. Normalmente, tais hens sao lnallenaveis, porque e sua existencia que assegura a vida das fundacoes, nao podendo, desta forma, serem desviados de sua destinacao original. E claro que, dependendo da situacao, comprovada a necessidade da venda, esta pode ser autorizada pelo juiz competente11, com a audiencia do Ministerio Publico. 0 produto da venda deve ser aplicado na fundacao ou em outros bens destinados a sua rnanutencao: ~Na fundacao, o elemento pessoa natural pode nao ser multiple, uma vez que basta uma so pessoa para sua criacao: ~o patrlrnonlo e o elemento fundamental das fundacoes: ~Os fins tarnbern sao irnutaveis, porque sao fixados pelo instituidor; ~Nas fundacces os administradores nao sao s6cios, podem ser denominados como membros contribuintes, fundadores, benerneritos, efetivos, etc. Art. 68. Quando a altera~ao nao houver sido aprovada por vota~ao unanime, os administradores da fundaqao, ao submeterem o estatuto ao 6rgao do Ministerio Publico, reauereriio que se de ciencie a minoria vencida para impuqne-!e, se quiser, em 1 O ( dez) dias. Teoria e Questoes Aula 02 - ProP Aline Baptista Santiago Caso a alteracao nao tenha sido aprovada por unanimidade, a minoria vencida podera requerer a impugnacao no prazo de 10 dias, isso conforme o artigo 68 do CC: DIREITO CIVIL - TRF 1a REGIAO (AJAJ E OJAF) 34 de 70 www.estrategiaconcursos.com.br 12 Silvio de Salvo Venosa, Direito Civil I, 11 ed. Portanto, a teoria da desconsideracao (ou disregard of the legal entity), como assinala Venosa12, " ••. euiorize o juiz, quando ha desvio de finalidade, a nao considerer os efeitos de persontticecso, para que sejam atingidos bens particulares dos socio« ou ate mesmo de outras pessoas juridicas, mantidos inc6/umes, pe/os fraudadores, justamente para propicier ou facilitar a fraude". Nao se trata de considerar sistematicamente nula a pessoajurfdica, mas, em casos especificos e determinados, apenas desconsidera-la temporariamente. O assunto esta regulado pelo artigo 50 do CC: Art. 50. Em caso de abuso da personalidade juridica, caracterizado pelo 1desvio de finalidade, 2J:! pela 2confusao patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministerio Publico quando /he couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relecoes de obriqeciies sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou s6cios da pessoa jurfdica. Quando estudamos a natureza jurfdica das pessoas jurfdicas, as classificamos como realidade tecnica. A pessoa jurfdica decorre da tecnica do direito, e uma criacao jurfdica para a realizacao de certos objetivos. Neste sentido temos que as pessoas jurfdicas possuem existencia distinta em relacao a seus membros. Existem, porern, determinados casos onde esta distincao entre a pessoa jurfdica e a pessoa natural nao pode ser mantida. Cases estes em que a personalidade da pessoa juridica foi utilizada para fugir das suas finalidades, para lesar terceiros. Quando isto acontece, a personalidade jurfdica deve ser desconsiderada, decidindo o julgador como se o ato ou neg6cio houvesse sido praticado pela pessoa natural. Desconsiderac;ao da Pessoa Juridica Passemos agora a outro assunto muito importante, a chamada desconsideracao da pessoa jurfdica ! I - se tornar ilfcito o seu objeto; II - for impossfvel a sua menutencso; III - se veneer o prazo de sua existencie". "NCPC art. 765. Qualquer interessado ou 6rgao do Ministerio Publico promovere a extin~ao da funda~ao quando DIREITO CIVIL - TRF 1a REGIAO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questoes Aula 02 - ProP Aline Baptista Santiago 35 de 70 www.estrategiaconcursos.com.br 13 Desvio de finalidade - o ato intencional dos s6cios em fraudar terceiros com o uso abusivo da personalidade jurfdica. 14 confusao Patrimonial - subentendida como a inexistencia, no campo dos fatos, de separacao patrimonial entre o patrim&nio da pessoa juridica e de seus s6cios, ou, ainda, dos haveres de diversas pessoas jurfdicas. A teoria menor por vezes e adotada pela jurisprudencia, principalmente no que diz respeito as relacoes de consumo (art.28 e paraqrafos da Lei ~ E veja dois enunciados relacionados ao assunto: Jornada I STJ 7: "s6 se aplica a desconsidereceo da personalidade juridice quando houver a pretice de ato irregular, e limitadamente, aos administradores ou s6cios que nela hajam incorrido". Jornada III STJ 146: "Nas relaqoes civis, interpretam-se restritivamente os peremetros de desconsiderecso da personalidade jurfdica previstas no CC 50 (desvio de finalidade ou contusiio patrimonial)" (Este Enunciado nao prejudica o Jornada I STJ 7). A disregard of legal entity originariamente foi feita para atingir casos de fraude e de ma-fe. Existem, no entanto duas teorias sobre a desconslderacao: A Teoria maior, em princfpio, exige dois requisites: o abuso e o prejufzo. Ea teoria adotada pelo C6digo Civil. Apenas observando que no caso de confusao patrimonial, esta sere o pressuposto necessario g suficiente. • Teoria menor, que exige como requisite apenas o prejufzo ao credor. "Sempre sera necesserio o uso fraudulento da pessoa juridica?" Como assinala Galhardo Jr., "para que se desconsidere a pessoa jutidice, e necesserio que o dano causado seja decorrente do uso fraudulento ou abusivo da autonomia patrimonial. Quando a fraude e o abuso de direito podem ser combatidos sem a necessidade de afastar-se a personalidade distinta da pessoa jurfdica ( como quando e eplicevel o regramento dos vicios dos atos jurfdicos), a teoria da desconsldereciio e inocue (. . .)". ? rt casos: > Desvio de flnalidade-> > confusac patrimonial14. Teoria e Questoes Aula 02 - ProP Aline Baptista Santiago O abuso da personalidade juridica conforme expresso no CC ocorre em dois DIREITO CIVIL - TRF 1a REGIAO (AJAJ E OJAF) 36 de 70 www.estrategiaconcursos.com.br A cornprovacao da insolvencia (que e quando a PJ nao pode cumprir com suas obriqacoes) nao e necessaria. Alern disso, segundo a doutrina, a aplicacao da teoria da desconsideracao conforme ja falamos nao importa dissolucao ou anulacao da sociedade. Importa apenas a sua desconsideracao. Sobre o assunto ha inclusive o seguinte Enunciado da Jornada IV STJ 281: "A ap/icaqao de teoria de desconsideredio, descrita no CC 50, prescinde de demonsireceo de insolvencie de pessoa juridice". "Professores! Antes de encerrar o assunto, eu Ii a/go sabre a necessidade de insolvenci« e a desconsidereciio da personalidade juridica, o que e isto?" + Jornada IV STJ 283: "E cabfvel a desconsidereceo de personalidade jurfdica denominada 'inverse' para elcencer bens de socio que se valeu de pessoa jurfdica para ocultar ou desvier bens pessoais, com prejuizo a terceiros". Existe uma situacao que ocorre o seguinte: 0 socio, com objetivo prejudicar a terceiro, oculta ou desvia seus bens pessoais para a pessoa jurfdica. Estes "hens da pessoa juridica" (na rea idade sao bens ocultos do socio) poderao ser atingidos em uma desconsideracao. Desconsideracao "inversa" da Pessoa Juridica Veja como esse assunto foi cobrado em prova: f~] FCC 2011 / DPE-RS / Defensor Publico. Pessoas jurfdicas de direito privado, seu processo de personificacao e desconsideracao de sua personalidade jurfdica. E cabfvel a desconsideracao da personalidade jurfdica "inversa", visando a alcancar bens de socio que se valeu da pessoa jurfd ca para ocultar ou desviar bens pessoais, com prejufzo a terceiros. Gabarito correto. Voce precisa estar muito atento(a) em uma questao que aborde o tema. De todo mode, respondendo a pergunta, entenda que nem sempre sera neceasaria a comprovacac da inten~ao de fraudar. 8.078/1990). Maso assunto e polernico. Tarnbern e apontada pela doutrina uma problernatica nas relacoes trabalhistas, pois, segundo ela, a teoria da desconsideracao tern sido utilizada de forma indiscriminada. DIREITO CIVIL - TRF 1a REGIAO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questoes Aula 02 - ProP Aline Baptista Santiago 37 de 70 www.estrategiaconcursos.com.br Porern, atente que o dano moral sere objetivo, relative a atributos sujeitos a valoracao extrapatrimonial da sociedade, como o born nome, por exemplo. Isso porque a pessoa jurfdica nao tern direito a reparacao do dano moral subjetivo, uma vez que nao possui capacidade afetiva. Ea honra subjetiva esta relacionada aos sentimentos de autoestima. 8observe que a aplicacao da protecao aos direitos da personalidade nao e feita indistintamente para todos os casos. Quanta a este assunto temos o seguinte enunciado do STJ: STJ 227: "a pessoa jurfdica pode sofrer dano moral" f~] FCC 2006/PGE-RR /Procurador do Estado. Aplica-se as pessoas jurfdicas, no que couber, a protecao dos direitos da personalidade. Gabarito correto. f~] FCC 2015 / TRE-PB / Analista Judlciarlo. Nao se aplica, em qualquer hip6tese, a protecao dos direitos da personalidade tratando-se de incompatibilidade legal de institutes. Gabarito errado. Veja como esse assunto foi cobrado em prova: f~] FCC 2015/TJ-PE/Juiz Substituto. Segundo a leqislacao civil vigente, aplica-se as pessoas jurfdicas, no que couber, a protecao dos direitos da personalidade. Gabarito correto. Art. 52. Aplica-se as pessoas jurfdicas, no que couber, a protedio dos direitos da personalidade. As pessoas jurfdicas sao abrangidas pela protecao dos direitos da personalidade. Protecao dos Direitos da Personalidade DIREITO CIVIL - TRF 1a REGIAO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questoes Aula 02 - ProP Aline Baptista Santiago 38 de 70 www.estrategiaconcursos.com.br Na responsabilidade civil objetiva, as pessoas jurfdicas de direito publico interno tern a obriqecao de reparar tao somente pela existencia do fato danoso e do nexo causal (que e a chamada Teoria do Risco), nao existe a necessidade de culpa. E assegurado a estas pessoas, no entanto, o direito de
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