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Thiago Lopes -
Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães 
 Aula 1 
 
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Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
 
Aula 1 – Princípios orçamentários 
AFO p/ TCE-RJ 
Prof. Sérgio Machado 
Prof. Marcel Guimarães 
Thiago Lopes -
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 Aula 1 
 
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Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
Sumário 
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS ............................................................................................................... 6 
PRINCÍPIO DA UNIDADE (OU TOTALIDADE) ................................................................................................................. 9 
PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE (OU GLOBALIZAÇÃO) ................................................................................................ 11 
PRINCÍPIO DA EXCLUSIVIDADE ................................................................................................................................ 15 
PRINCÍPIO DO ORÇAMENTO BRUTO ......................................................................................................................... 18 
PRINCÍPIO DA ANUALIDADE (OU PERIODICIDADE) ...................................................................................................... 21 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE .................................................................................................................................... 23 
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE (OU TRANSPARÊNCIA) ..................................................................................................... 26 
PRINCÍPIO DA NÃO VINCULAÇÃO (NÃO AFETAÇÃO) DA RECEITA DE IMPOSTOS .............................................................. 29 
Exceções ao princípio da não vinculação da receita de impostos ....................................................................... 32 
DRU – Desvinculação de Receitas da União .................................................................................................... 36 
PRINCÍPIO DA ESPECIFICAÇÃO (ESPECIALIZAÇÃO OU DISCRIMINAÇÃO) ........................................................................... 39 
OUTROS PRINCÍPIOS ............................................................................................................................................. 43 
Princípio da Uniformidade (Consistência) ........................................................................................................ 43 
Princípio da Programação .............................................................................................................................. 43 
Princípio do Equilíbrio ..................................................................................................................................... 43 
Princípio da Proibição do Estorno .................................................................................................................... 44 
Princípio da Clareza ....................................................................................................................................... 45 
Princípio da Utilidade ..................................................................................................................................... 45 
Princípio da exatidão ..................................................................................................................................... 45 
QUESTÕES COMENTADAS – CESPE ...................................................................................................... 48 
LISTA DE QUESTÕES – CESPE ................................................................................................................ 74 
GABARITO – CESPE ............................................................................................................................... 82 
RESUMO DIRECIONADO ........................................................................................................................ 83 
 
 
Thiago Lopes -
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 Aula 1 
 
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Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
Olá! 😄 
É com enorme felicidade que eu lhe recebo aqui! Se você está aqui, é porque você confiou no meu 
trabalho e porque está buscando o melhor para você mesmo! 😍 
Parabéns pela sua decisão e muito obrigado pela confiança! Sou muito grato por ter você aqui. De 
verdade! 🙏 
Agora sim eu posso dizer: você está na direção certa! 🦅 
Mas olhe lá! Isso não significa que você não terá que se esforçar. Quando você quer chegar a algum lugar 
na sua cidade, você coloca o endereço no aplicativo e ele lhe diz a rota que você deve fazer. Você entra na rota, 
entra na rua do seu destino. Parabéns: você está na direção certa. Mas ainda não chegou lá! Ainda tem que 
seguir em frente até lá! 
É nessa posição que você se encontra agora. Na direção certa, mas ainda tem que chegar lá! 
Só que você não está sozinho(a). Eu estou no seu time! Meu objetivo é o mesmo que o seu. Você num 
quer ser aprovado(a)? Pois é! Eu também quero muito que você seja aprovado(a)! 😃 
E, assim como você, eu também me esforcei e me esforço muito. Investi horas de estudo, de análise e de 
preparação de aulas para lhe entregar o melhor material possível. Sempre que escrevo, eu penso em você. Você 
mesmo que está lendo esse material. 😄 Sempre que me deparo com uma dúvida, eu me pergunto: “o que será 
melhor para o aluno? Como ele vai entender e memorizar o conteúdo de maneira mais fácil?”. Todo o material 
foi feito, pensando em você! Por isso, eu quero agradecer novamente a você que confiou no meu trabalho e 
que comprou esse curso honestamente. Muito obrigado! 🙏 
Conte comigo no fórum de dúvidas e nas redes sociais! 
Bom, vamos começar? 😏 
 
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 Aula 1 
 
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Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
Dica de um concursado para um concurseiro 
Você não precisa “se matar de estudar”, entretanto é fundamental que tenha uma rotina de estudos 
sustentável e saudável, a qual você consiga sustentar por um bom período de tempo. 
A pior coisa que pode acontecer com você é ficar saturado, enfadado, desmotivado, de saco cheio de 
estudar... 
Portanto, busque uma rotina equilibrada. Priorize os seus estudos, mas não se esqueça da sua saúde, da 
sua vida social, dos seus queridos, de fazer as coisas que você gosta... Isso vai fazer toda a diferença na sua 
preparação! 
Atenção! Não estamos dizendo para você relaxar e estudar menos! Estamos dizendo para você não ficar 
paranoico com os estudos! Estamos dizendo para você levar uma vida equilibrada, com prioridade para os seus 
estudos. Afinal... 
Passa quem estuda melhor, não necessariamente quem estuda mais! 
 
Mentalidade dos campeões 🏆 
“O sucesso é uma decisão, não um dom” – Ben Bergeron 
 
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 Professor Sergio Machado (https://www.youtube.com/channel/UCvAk1WvzhXG6kV6CvRyN1aA) 
 ProfSergioMachado (https://www.facebook.com/profsergiomachado) 
 ProfSergioMachado (https://www.instagram.com/profsergiomachado) 
 
 
 
 
 
 Prof.MarcelGuimaraes (https://www.instagram.com/prof.marcelguimaraes) 
 www.marcelguimaraes.com.br 
 
@profsergiomachado 
@prof.marcelguimaraes 
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TCE-RJ 
O assunto desta aula é tranquilo de se aprender e fundamental para o nosso avanço na disciplina. 
Portanto, você está diante de um assunto com excelente custo-benefício, pois, se entender bem esses 
princípios, não só vai conseguir resolvermuitas questões desse assunto, como também vai aprender de forma 
muito mais fácil e natural o conteúdo que veremos adiante. 😃 
Por isso, vamos realmente aprender, e não apenas decorar, ok? Vamos lá! 
P.S.: existe uma infinidade de princípios orçamentários (é sério, alguns até já perderam a sua utilidade 😅). Uns estão 
presentes na legislação e outros são de cunho doutrinário. Nós trataremos aqui dos princípios orçamentários mais 
cobrados em provas de concurso público e o faremos de forma objetiva, colocando as informações que você precisa para 
matar as questões. 
Princípios orçamentários 
“Princípio” significa o início, o fundamento, a essência, a raiz de alguma coisa. Portanto, os princípios 
orçamentários são premissas, bases, linhas norteadoras para a elaboração, execução e controle do 
orçamento. 
“Tranquilo! Mas como assim linhas norteadoras, professor”? 🤔 
É o seguinte: você já utilizou uma bússola? Uma bússola é um instrumento de orientação, que o ajuda a 
seguir na direção correta e, quando você precisa, ela lhe dá um norte. Em qualquer situação em que você esteja, 
a bússola vai orientá-lo, vai apontar o norte. A mesma coisa acontece com os princípios orçamentários: são eles 
que vão guiá-lo, norteá-lo. 
 
Os princípios orçamentários também são bases. Sim: bases! Os engenheiros civis vão me entender agora: 
imagine a fundação de uma casa. Para quem não sabe, embaixo de uma casa há uma forte estrutura, uma 
fundação, que segura a casa no lugar. Essa estrutura é a base, e, se não for bem-feita, a casa cai! Então, 
primeiro você faz a base, para depois erguer a casa propriamente dita. Do mesmo jeito são os princípios 
orçamentários: eles devem ser bem elaborados, e primeiro você tem que os observar, para depois continuar 
construindo o seu orçamento. 
 
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Mas tem uma coisa! Os princípios orçamentários não estão lá só para enfeitar e orientar. Eles devem ser 
observados! 
“Observados quando?” 🤔 
Na elaboração, execução e controle da Lei Orçamentária! Atenção: eu falei que os princípios devem ser 
observados na elaboração, execução e controle da LOA! Não falei em Plano Plurianual (PPA) ou em Lei de 
Diretrizes Orçamentárias (LDO), ok? 😉 
Muito bem! Os princípios devem ser observados. Isso significa que eles são impositivos! No entanto, 
apesar de serem impositivos, eles não têm caráter absoluto. 
“Como assim não tem caráter absoluto?” 🧐 
Quando digo que os princípios não têm caráter absoluto, quero dizer que eles comportam exceções, 
atenuações, relativizações . Eles não são rígidos e não serão obedecidos 100% das vezes. Você verá que, 
muitas vezes, a própria regra do princípio já traz a sua exceção. Por sinal, você também verá que as bancas 
adoram questionar sobre as exceções. 
“E os princípios são válidos para todos os entes, professor? Ou, já que a competência para legislar sobre direito 
financeiro e orçamento é concorrente, cada ente federativo possui os seus próprios princípios orçamentários?” 
Mas que questão bem elaborada! 😅 
Vamos à resposta: os princípios orçamentários são válidos para todos os poderes e para todos os entes! 
Assim, eles proporcionam consistência e estabilidade para o sistema orçamentário. Lembre-se que “no 
âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais” (CF/88, 
art. 24, § 1º). Já imaginou a confusão que ia ser se cada ente tivesse os seus princípios? 😦 Seria como se cada 
país adotasse o seu próprio norte. Em alguns países, o norte seria o leste, ou o oeste ou o sul. Você acha que 
daria certo voar de avião de um país para o outro? 
Vale destacar também que alguns princípios estão na Constituição Federal, ou seja, têm status 
constitucional. Enquanto outros estão previstos somente na legislação infraconstitucional (na Lei 4.320/64, 
por exemplo), no Manual Técnico de Orçamento (MTO), no Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
(MCASP) ou até mesmo na doutrina. 
Claro que a Lei estadual 287/79, a lei que aprova o código de administração financeira e contabilidade 
pública do estado do rio de janeiro e dá outras providências, não ficou de fora dessa festa (essa lei é como se 
fosse a “Lei 4.320/64 do Estado do Rio de Janeiro”). Observe: 
Art. 1º - Este Código estabelece normas e princípios para ordenar, disciplinar e fiscalizar a Administração 
Financeira e a Contabilidade Pública do Estado do Rio de Janeiro. 
Beleza, então resumindo: 
“os princípios orçamentários norteiam a elaboração e a execução do orçamento público e são válidos para todos os 
poderes e todos os níveis de governo”. 
Detalhe: repare nas aspas. Não fui eu quem disse isso. Foi o próprio Cespe! Isso estava numa prova do 
Cespe! 😳 
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Questões para fixar 
CESPE – TRT 1ª – Analista Judiciário - Área Administrativa – 2017 
Os princípios orçamentários norteiam a elaboração e a execução do orçamento público e são válidos para todos os poderes 
e todos os níveis de governo. A respeito desses princípios, julgue o item subsequente. 
Os princípios orçamentários surgiram com a necessidade de se estabelecer regras para a instituição orçamentária, e alguns 
deles foram incorporados à legislação brasileira há mais de cinco décadas. 
Comentários: 
Sim! Os princípios surgiram para orientar, nortear, estabelecer regras gerais para a elaboração e execução do orçamento. 
Como eu disse, alguns princípios estão na CF/88, enquanto outros estão somente na doutrina ou na legislação 
infraconstitucional, como é o caso da Lei 4.320/64. 
Vamos fazer os cálculos. A prova foi aplicada em 2017. 2017 – 1964 = 53. 
Então, à época da aplicação da prova, a Lei 4.320/64 já estava em vigor há 53 anos, que é mais de cinco décadas. Portanto, 
a questão está correta. 
Gabarito: Certo 
CESPE – CGM João Pessoa – Auditor Municipal de Controle Interno – 2018 
Com relação ao orçamento público, julgue o item a seguir. 
Para ser considerada princípio orçamentário, a regra deve estar expressamente prevista na Constituição Federal de 1988. 
Comentários: 
Opa! Para ser princípio orçamentário tem que estar expressamente previsto na CF/88? Nada disso! 
Alguns princípios realmente possuem status constitucional, enquanto outros estão na legislação infraconstitucional ou 
na doutrina, mas nem por isso deixam de ser princípios orçamentários. 
Por exemplo, veja o disposto na Lei 4.320/64: 
Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira 
e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade universalidade e anualidade. 
Viu? Esses princípios não estão na CF/88, mas são princípios! 😃 
Conclusão, ao contrário do que afirma a questão, uma regra não precisa estar na CF/88 para ser considerada um princípio 
orçamentário. 
Gabarito: Errado 
 
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Princípio da Unidade (ou Totalidade) 
Segundo o princípio da unidade, o orçamento deve ser uno! Unidade. Uno. Entendeu? 😊 Você pode usar 
isso para gravar esse princípio! 
Muito bem! 
O orçamento, em cada ente federativo, deve ser um só, um único orçamento. Em outras palavras: deve 
existir apenas um (e não mais que um) orçamento para cada ente da Federação em cada exercício financeiro. 
“Ok! E qual é o objetivo disso, professor? Por que cada ente federativo só pode ter um orçamento em cada 
exercício financeiro?” 
O objetivo é eliminar a existência de orçamentos paralelos. Orçamentos paralelos acontecem quando se 
tem um orçamento ordinário e um ou mais orçamentos especiais,correndo em paralelo com o ordinário. Ou 
seja: é quando se tem uns três orçamentos sendo executados ao mesmo tempo. Normalmente, isso 
acontecia em situações de excepcionalidade (guerras, calamidades, crises econômicas, etc.), as quais 
“justificavam” a existência de orçamentos especiais. 
“E qual é o problema desses orçamentos paralelos?” 
O problema é que o Executivo criava, ele mesmo, um orçamento e ele mesmo o executava. Ou seja: não 
tinha aprovação do Legislativo. Então, além de realizar despesas com as quais o povo não concordava, o 
governo acabava gastando muito mais que o previsto. Além disso, se já é difícil para o Poder Legislativo 
controlar um orçamento, imagine controlar três ou quatro... Em outras palavras: há prejuízo e dificuldade ao 
controle orçamentário. Precisamos dizer que tudo isso é horrível para as finanças públicas? 🙃 
Aqui no Brasil, o princípio da unidade é um dos três princípios expressos no artigo 2º da Lei 4.320/64, olha 
só: 
Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política 
econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade 
universalidade e anualidade. 
Portanto, apesar de sua importância, esse princípio não tem status constitucional, ok? 
Muito bem! Agora veja que intrigante: você lembra que a nossa Lei Orçamentária, também conhecida 
como LOA, é dividida em três partes, três orçamentos? São eles: 
• Orçamento fiscal (OF); 
• Orçamento de investimento (OI); e 
• Orçamento da seguridade social (OSS). 
“Espera aí, professor. Você estava me dizendo que o orçamento é uno. Um único orçamento para cada ente 
da Federação em cada exercício financeiro. Agora eu estou vendo três orçamentos aí. Dividir o orçamento em três 
não contraria o princípio da unidade? Isso não é um caso de orçamentos paralelos?” 
A resposta é: não! A separação da LOA em três orçamentos (ou “suborçamentos”) não atenta contra o 
princípio da unidade. E não é um caso de orçamentos paralelos. 
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 Aula 1 
 
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Administração Financeira e Orçamentária – 
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É aqui que entra o princípio da totalidade. O princípio da totalidade representa uma evolução, uma 
atualização, do princípio da unidade. Segundo o princípio da totalidade, é possível a coexistência de vários 
orçamentos, desde que sejam posteriormente consolidados em um único orçamento. É como se o orçamento 
anual fosse integrado pela totalidade dos “suborçamentos”. Em outras palavras: a LOA pode até ser divida em 
três, mas ela é uma só! Nós não temos três LOAs. Nós só temos uma! 
Por isso, o princípio da totalidade não se preocupa com a unidade documental. “O princípio da unidade 
não significa a existência de um único documento, mas a integração finalística e a harmonização entre os 
diversos orçamentos1”. Portanto, podem existir vários documentos, desde que o orçamento seja um só, 
consolidado. 
Para facilitar, olhe esse gráfico de pizza do nosso orçamento aqui embaixo: 
 
Você percebe que, apesar de ter três sabores, temos uma pizza só? 🍕😄 Com o nosso orçamento, é a 
mesma coisa: de acordo com o princípio da totalidade, o orçamento pode até ser dividido em três orçamentos 
(ou “suborçamentos”), mas ele é um orçamento só! Um único orçamento, posteriormente consolidado. 
Ah! Detalhe: muitas vezes o princípio da unidade e o princípio da totalidade são considerados sinônimos. 
Muitas provas consideram isso e até o Manual Técnico de Orçamento (MTO) considera isso. Portanto, se você 
encontrar uma questão falando do princípio da totalidade e ela perguntar se esse é o princípio da unidade, pode 
dizer que sim! É praticamente a mesma coisa. O que aconteceu foi que “a doutrina tratou de reconceituar o 
princípio de forma que abrangesse as novas situações2”. 
Para finalizar, vou deixar aqui o texto integral do MTO 2018, muito elucidativo e que resume bem o que 
vimos até aqui: 
De acordo com este princípio, o orçamento deve ser uno, ou seja, cada ente governamental deve elaborar 
um único orçamento. Este princípio é mencionado no caput do art. 2º da Lei no 4.320, de 1964, e visa 
evitar múltiplos orçamentos dentro da mesma pessoa política. Dessa forma, todas as receitas previstas 
e despesas fixadas, em cada exercício financeiro, devem integrar um único documento legal dentro de 
cada nível federativo: LOA. 
 
1 TORRES, Ricardo L. Tratado de direito constitucional, financeiro e tributário, 2000. 
2 GIACOMONI, James. Orçamento Público, 16ª edição, editora Atlas, 2012. 
OI
OSS
OF
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 Aula 1 
 
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Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
Questão para fixar 
CESPE – IPHAN – Auxiliar institucional – 2018 
Acerca dos princípios orçamentários, julgue o item seguinte. 
Apesar do princípio da unidade, orçamentos públicos paralelos podem ser adotados pelos entes federativos em 
decorrência de excepcionalidades, como, por exemplo, no caso de calamidades que demandam urgência na aplicação de 
recursos públicos. 
Comentários: 
Orçamentos paralelos podem ser adotados? Nada disso! O princípio da unidade surgiu justamente para evitar múltiplos 
orçamentos dentro da mesma pessoa política. 
Mesmo em situações excepcionais (como guerras e calamidades públicas), o princípio da unidade deve ser respeitado. 
Para situações como essas, lembre-se, é possível fazer abertura de créditos adicionais (nesse caso, créditos adicionais 
extraordinários). 
Gabarito: Errado 
CESPE – TC-DF – Analista de Administração Pública– 2014 
Com relação aos aspectos gerais do orçamento público e a sua implementação no Brasil, julgue o item subsecutivo. 
Considera-se respeitado o princípio da unidade orçamentária ainda que a lei orçamentária anual seja composta por três 
orçamentos diferentes, como ocorre no Brasil. 
Comentários: 
Exatamente! A separação da LOA em três orçamentos (ou “suborçamentos”) não atenta contra o princípio da unidade. E 
não é um caso de orçamentos paralelos. 
Lembre-se do princípio da totalidade, segundo o qual: o orçamento pode até ser dividido em três orçamentos (ou 
“suborçamentos”), mas ele é um orçamento só! Um único orçamento, posteriormente consolidado. A LOA é uma só! 
Gabarito: Certo 
Princípio da Unidade (ou Totalidade): o orçamento deve ser uno. Cada ente federativo, em cada exercício financeiro, 
deverá ter somente um único orçamento. 
 
Princípio da Universalidade (ou Globalização) 
Segundo o princípio da universalidade, a Lei Orçamentária Anual (LOA) de cada ente federado deverá 
conter todas as receitas e as despesas de todos os Poderes, órgãos, entidades, fundos e fundações instituídas 
e mantidas pelo poder público. A palavra-chave aqui é “todas” (por isso que eu as marquei 😏). 
Simplificando: a LOA deve conter tudo, o universo inteiro! Universalidade, entendeu? 😏 
Fique atento! 
Se alguma questão falar em “todas as receitas e despesas”, provavelmente ela está falando do princípio da universalidade 
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Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
Esse princípio também é um dos três que estão lá no artigo 2º da Lei 4.320/64: universalidade, unidade 
e anualidade. Mas ele deixa sua marca mesmo é nos artigos 3º e 4º, observe: 
Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito 
autorizadas em lei. 
Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos do Governo e da 
administração centralizada, ou que, por intermédio deles se devam realizar, observado o disposto no artigo 
2°. 
Esse princípio foi recepcionado e normatizado pela CF/88 em seu artigo 165, § 5º (repare na abrangência 
da lei orçamentária): 
§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá: 
I - o orçamento fiscal referenteaos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração 
direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; 
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria 
do capital social com direito a voto; 
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da 
administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder 
Público. 
Segundo Sebastião Sant’Anna e Silva, o princípio da universalidade proporciona ao legislativo a 
oportunidade de: 
• Conhecer a priori todas as receitas e despesas do governo e dar prévia autorização para a 
respectiva arrecadação e realização (destaque-se que o a LOA não precisa mais autorizar a 
arrecadação. Atualmente ela somente prevê a arrecadação. Se alguém quiser dar dinheiro para o 
governo, você acha que ele iria dificultar o processo, dizendo: “não! Só recebemos se for autorizada?”. 
Claro que não!); 
• Impedir que o Executivo realize qualquer operação de receita ou despesa sem prévia autorização 
parlamentar; 
• Conhecer o exato volume global das despesas projetadas pelo governo, a fim de autorizar a 
cobrança de tributos estritamente necessários para atende-las. 
Mas nem todas as receitas e despesas públicas (consideradas em seu sentido amplo) estarão no 
orçamento. 
“Como assim professor? Você acabou de falar que o orçamento deverá conter todas as receitas e as 
despesas.” 🤨 
Veja o detalhe: eu falei em receitas e despesas em seu sentido amplo. Lembra das receitas e despesas 
extraorçamentárias, a exemplo de depósitos em caução? Pois é, como já diz o nome (extraorçamentárias), 
essas receitas e despesas estão “fora” do orçamento, à margem do orçamento. 
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Administração Financeira e Orçamentária – 
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Por exemplo: se um amigo lhe pedisse para somente guardar R$ 100,00 durante um mês, findo o qual ele voltaria para 
buscá-los, você contaria esse dinheiro no orçamento? Você poderia usar esse dinheiro que não é seu? Claro que não! É 
óbvio que você manteria um controle disso (anotaria os R$ 100,00 em algum lugar), mas não usaria esse dinheiro. 
No orçamento público é do mesmo jeito: o Estado não pode usar dinheiro que não é dele! Nesse caso, o Estado é um mero 
depositário dos recursos! Ele mantém registro disso, mas esses recursos não integram o patrimônio público e, portanto, 
estão à margem do orçamento. 
Agora vou lhe passar o bizú: muitas (mas muitas questões mesmo) tentam confundir o princípio da 
universalidade com o princípio da unidade. Os nomes são parecidos (ambos começam com “uni”), e isso é 
terreno fértil pro examinador. 
“Professor, então como eu faço para não confundir os dois?” 🤔 
Assim: no princípio da unidade (ou totalidade) você vai lembrar desta frase: “o total é uma unidade”. O 
total (a soma das partes) é uma unidade. Lembre-se: mesmo dividido, o orçamento é uno. 
TOTAL = 1 
Já no princípio da universalidade, você vai pensar no universo. Sim, no espaço sideral. O universo contém 
todos os planetas e todas estrelas. E o orçamento deve conter todas as receitas e despesas. O outro nome 
desse princípio até ajuda a gravar: globalização. A Terra é um globo. E a Terra está no universo. 
 
Mas eu quero facilitar ainda mais para você. Para que a diferença entre os dois princípios fique bem clara, 
preste atenção neste exemplo: 
Imagine que você pretenda montar um quebra-cabeça. Primeiro, você reúne todas as peças, porque, se faltar uma ou mais 
peças, não vai dar certo. Então você segue montando. No final, você terá um quebra-cabeça montado, como se fosse 
uma peça só! 
Veja que você trabalhou de acordo com o princípio da universalidade, porque juntou todas as peças. 
E você também pode ver a aplicação do princípio da unidade (ou totalidade), porque, juntando todas as peças, o resultado 
final foi uma peça só! 
 
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E para fechar com chave de ouro, observe o esquema abaixo: 
 
É assim que o princípio da universalidade pode ser retratado: todas as receitas e todas as despesas de 
todos os Poderes, órgãos, entidades, fundos e fundações instituídas e mantidas pelo poder público estarão na 
LOA, que é uma peça só (essa última parte é referente ao princípio da unidade 😉). 
Questões para fixar 
CESPE – STM – Técnico Judiciário – 2018 
Com relação a técnicas e princípios orçamentários, julgue o item seguinte. O princípio orçamentário da unidade estabelece 
que a lei orçamentária anual deve conter todas as receitas e despesas de todos os poderes, órgãos, entidades, fundações 
e fundos instituídos e mantidos pelo poder público. 
Comentários: 
Pegadinha clássica! Esse é o truque mais velho do livro, mas acredite: ainda cai em concurso público. 
É o princípio da universalidade (e não da unidade) que estabelece que a lei orçamentária anual deve conter todas as 
receitas e despesas de todos os poderes, órgãos, entidades, fundações e fundos instituídos e mantidos pelo poder público. 
Gabarito: Errado 
CESPE – CGM João Pessoa – Técnico Municipal de Controle Interno – 2018 
A respeito de orçamento público, julgue o item seguinte. O princípio da unidade orçamentária determina que todas as 
despesas e todas as receitas de todos os poderes, órgãos e fundos estejam compreendidas no orçamento. 
Comentários: 
De novo? Sim! De novo! E caiu em duas provas aplicadas no mesmo ano! 
Muitas questões vão explorar o conhecimento sobre esses dois princípios, por isso é importante que você os entenda 
direitinho e saiba diferencia-los. Lembre-se do exemplo do quebra-cabeças ou dos mnemônicos que oferecemos. 
Unidade: o orçamento deve ser uno. Universalidade: o orçamento deverá conter todas as receitas e despesas. 
A questão está errada. Basta trocar a palavra “unidade” pela palavra “universalidade” para que ela fique correta. 
Gabarito: Errado 
Princípio da Universalidade (ou Globalização): a LOA de cada ente federativo deverá conter todas as receitas e as 
despesas. 
Todas as 
receitas
Todas as 
despesas
LOA
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Princípio da Exclusividade 
De acordo com o princípio da exclusividade, a Lei Orçamentária Anual (LOA) não conterá matéria 
estranha à previsão da receita e à fixação da despesa. Essa é a regra! 
“A regra?” 🤨 
Sim! Em regra, a LOA só poderá conter previsão de receitas e fixação de despesas. As duas exceções 
nós veremos daqui a pouco. 😄 
Perceba o seguinte: não é qualquer coisa que pode estar na LOA. Estar na LOA é uma exclusividade! 😏 
Entendeu o nome agora? Princípio da exclusividade! 
“Está certo, professor. Mas pra que serve esse princípio? Por que que ele existe?” 
Muito bem. O orçamento tem um processo legislativo especial, mais rápido do que o das outras leis. O 
processo legislativo ordinário é um pouco demorado (você já ouviu falar daqueles projetos de lei que são 
“esquecidos” e demoram anos para serem apreciados, não é?). Por isso, os parlamentares gostavam de dar uma 
de espertinho e aproveitavam a celeridade do processo orçamentário para aprovar uma outra matéria 
qualquer, “infiltrada” dentro do orçamento. Eles colocavam dispositivos que não tinham nada a ver com o 
orçamento (ou seja: matéria estranha) dentro da lei do orçamento com o objetivo de aprová-los mais 
rapidamente. 
Está entendendo a jogada? É como se esses dispositivos pegassem carona no processo legislativo 
orçamentário especial, mais célere. 
“Certo. E aí, o que acontecia?” 🤔 
Acontecia que o orçamento vinha junto com dispositivos que não tinham nada a ver com o orçamento. O 
orçamentotem que ser só o orçamento, e pronto. Não pode ser orçamento junto com dispositivos sobre 
educação, sobre armamento, sobre direito penal... desse jeito o orçamento fica uma verdadeira bagunça! 
Esses dispositivos que compunham a LOA e que não guardavam pertinência nenhuma com seu 
conteúdo eram chamados de “caudas orçamentárias”, por isso esses orçamentos eram chamados de 
“orçamentos rabilongos”. 
“Ok. Então por que mesmo surgiu o princípio da exclusividade?” 
Justamente para evitar as “caudas orçamentárias” e os “orçamentos rabilongos”, para que o 
orçamento seja só um orçamento, com a previsão das receitas e a fixação das despesas. 
O orçamento da sua casa também só deve conter receitas e despesas. Ou você, por acaso, também coloca os seus resumos 
de AFO lá dentro? As fotos de família? Aquela receita de bolo? E, a cada novo orçamento, você coloca novas coisas 
aleatórias lá? 😁 
É claro que não! Um orçamento não é lugar para isso. ☺ 
Muito bem. Eu disse antes que, em regra, o orçamento só poderia conter previsão de receitas e fixação 
de despesas e prometemos falar sobre as duas exceções. Chegou a hora! 😏 
Existem duas exceções ao princípio da exclusividade e elas são muito importantes! Por que são 
importantes? Porque despencam em provas! Há muitas questões sobre isso, você vai ver! 
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A primeira exceção é a autorização para abertura de créditos adicionais suplementares. Recorde-se: 
ninguém tem bola de cristal. Mesmo que o planejamento tenha sido excelente, é possível que o cenário mude 
e o plano original tenha de ser descumprido ou alterado. 
Nesse caso, será preciso alterar o orçamento e os mecanismos que utilizamos para isso são os créditos 
adicionais. Lembre-se que nós temos três tipos de créditos adicionais: 
• Suplementares: destinados a reforço de dotação orçamentária; 
• Especiais: destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica; 
• Extraordinários: destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção 
intestina ou calamidade pública. 
Agora preste atenção: a exceção é só para créditos suplementares! Não para todos os créditos 
adicionais. 
Por exemplo: o orçamento separou R$ 1.000.000,00 para um determinado programa de educação, mas o planejamento já 
previu a possibilidade de ter que gastar mais R$ 500.000,00 nesse programa. Portanto, esses R$ 500.000,00 já podem vir 
consignados na Lei Orçamentária Anual (LOA) como créditos adicionais suplementares. 
Fique atento! 
Se alguma questão disser que é a exceção é para créditos adicionais (que compreendem os suplementares, os 
especiais e os extraordinários), ela está errada, porque a exceção é só para créditos suplementares. 
A segunda exceção é para a contratação de operações de crédito, ainda que por Antecipação de 
Receita Orçamentária (ARO). Essa situação é parecida com a anterior: existe a possibilidade de o plano “não 
dar certo” (possibilidade de os recursos reservados não serem suficientes). Sendo assim, o orçamento, já se 
adiantando, pode trazer consigo (no próprio orçamento, na LOA) a autorização para contratação de 
operações de crédito, ainda que seja uma operação de crédito por Antecipação de Receita Orçamentária 
(ARO), que se destina a atender insuficiência de caixa durante o exercício financeiro (LRF, art. 38). 
Uma ARO funciona basicamente assim: 
Imagine que surgiu uma emergência e o governo tem que pagar R$ 100.000,00 daqui a dois dias. O governo tem 
capacidade de pagar isso (até porque ele irá arrecadar R$ 120.000,00 em tributos nos próximos meses), mas ele não tem 
esse dinheiro agora, nesse momento. 
Então o que fazer? Uma solução é fazer uma operação de crédito por Antecipação de Receita Orçamentária (ARO). 
Basicamente o governo chega para um banco e diz: “nos próximos meses eu vou receber R$ 120.000,00 de tributos, só que 
eu preciso é desse dinheiro hoje! Estou com uma insuficiência de caixa. Não tem como você antecipar esse dinheiro para 
mim?”. O banco responde: “claro que sim!”. Pronto! Isso é uma ARO! 😄 
 
Pense conosco: se o planejamento já previu essa possibilidade, não é melhor já deixar autorizado, para “ganhar tempo”? 
Porque se for deixar para autorizar somente quando surgir a necessidade, vai demorar mais. Além de ser um desperdício. 
😩 O planejamento previu essa possibilidade e não fez nada? Se fosse assim, era melhor nem ter gastado tempo, energia 
e recursos com isso. 🙄 
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Enfim, pense nessas duas exceções como se fosse uma otimização de processo. Em vez de o parlamento 
autorizar a abertura de um crédito suplementar ou autorizar a contratação de operação de crédito no meio da 
execução orçamentária (correndo o risco de ter que pausar a prestação de serviços públicos por falta de recursos 
orçamentários), o planejamento orçamentário já se adianta, prevê essas possibilidades e a Constituição 
autoriza que o orçamento já traga consigo, além da previsão de receitas e fixação de despesas, as autorizações 
para abertura de créditos adicionais suplementares e para a contratação de operações de crédito, ainda 
que por Antecipação de Receita Orçamentária (ARO). 
Sim. Eu disse que a Constituição autoriza isso! Esse princípio é tão importante que ele está na CF/88. 
Fique atento 
O princípio da exclusividade tem status constitucional 
Beleza, então vamos deixar que a Constituição resuma para você o que é o princípio da exclusividade: 
Art. 165, § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à 
fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos 
suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos 
termos da lei. 
Resumindo, além da previsão de receitas e fixação de despesas, também poderão estar na LOA: 
• Autorização para abertura de créditos adicionais suplementares (só os suplementares); 
• Autorização para contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita 
orçamentária (ARO). 
Esse é o princípio da exclusividade! 
E, para fechar, um esqueminha, porque sabemos que você gosta disso 😏: 
 
Exclusividade
LOA não conterá 
dispositivo estranho à
previsão de receitas
fixação de despesas
exceções são feitas 
para
autorização para 
abertura de créditos 
suplementares
autorização para 
contratação de 
operações de crédito 
(ainda que por ARO)
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Questões para fixar 
FCC – TRT-15ª – Técnico Judiciário – 2018 
Todo o processo do orçamento público está orientado por princípios sobre os quais é correto afirmar que: 
Pelo princípio da exclusividade, a lei de orçamento anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação 
da despesa, excetuando-se, porém, a autorização para abertura de créditos suplementares e especiais. 
Comentários: 
Opa, opa, opa! O que foi que conversamos sobre a primeira exceção? A exceção é só para créditos suplementares! 
Se a questão disser que é para créditos adicionais (que compreendem os suplementares, os especiais e os extraordinários), 
ela está errada, porque a exceção é só para créditos suplementares. É só para esse tipo de crédito adicional. 
A questão falou que a lei de orçamento poderia conter a autorização para abertura de créditos especiais, por isso ela ficou 
errada! 
Gabarito: Errado 
CESPE – Prefeitura de Salvador – Procurador – 2015 
Conforme o princípio da exclusividade de matéria orçamentária, somente pode constar do orçamento matéria pertinente 
às previsões de receitas e despesas,não se admitindo as chamadas caudas orçamentárias nem a previsão de operações de 
crédito por antecipação de receita. 
Comentários: 
Qual foi a segunda exceção que comentamos? Contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de 
receita. 
A previsão de contratação dessas operações pode sim vir na LOA. Por isso a questão ficou errada! 
Viu como as bancas adoram essas exceções? 
Gabarito: Errado 
Princípio da Exclusividade: a LOA não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa. 
Exceções: autorização para créditos adicionais suplementares e operações de crédito (ainda que por ARO). 
Princípio do Orçamento Bruto 
Vamos começar com um exemplo: 
Imagine que você está indo a um restaurante. Você pede entrada, prato principal, sobremesa, bebidas, um cafezinho, e 
finalmente pede a conta. Por sorte você tem um cupom de desconto de 20% 😅. O garçom então traz para você um 
papelzinho mostrando somente o valor final da sua conta, já deduzido o desconto, da seguinte forma: 
💯 
E aí? O que você acha disso? Você confia nesse valor? Será que o garçom lhe deu o desconto mesmo? Você prefere ver só 
o valor final da sua conta ou prefere ver quanto custou cada item, cada dedução e a soma deles? É claro que a segunda 
opção, não é? Porque assim você pode conferir se o preço de cada item está correto, se foi aplicado o desconto 
corretamente e se algum item foi indevidamente adicionado à sua conta. Desse jeito, tudo fica muito mais transparente! 
Desse jeito, controlar fica muito mais fácil! 
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É exatamente esse o objetivo do princípio do orçamento bruto: transparência! 
Nesse sentido, o princípio do orçamento bruto veda que as despesas ou receitas sejam incluídas no 
orçamento nos seus montantes líquidos! Isto é: as despesas e receitas devem ser registradas pelos seus 
valores brutos! Por isso o nome: princípio do orçamento bruto! 
“Mas como assim ‘montantes líquidos’, professor?” 
Um montante líquido é um valor que contém deduções. Dele já foi deduzido (descontado) algum outro 
valor. Por outro lado, um valor bruto é um valor cheio, sem nenhuma dedução! 
Por exemplo: digamos que um ente tenha uma receita arrecadação de tributos prevista de R$ 100.000,00, só que para 
arrecadar esse valor, ele precisa gastar R$ 20.000,00. Esse ente não pode simplesmente registrar a receita de R$ 
80.000,00, que é um valor líquido. Ele tem que registrar a receita de R$ 100.000,00 e a despesa de R$ 20.000,00, em 
seus valores brutos. 
Agora um exemplo mais concreto: 
A União possui competência tributária para instituir os impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza (IR) e sobre 
produtos industrializados (IPI). No entanto, por força de disposição constitucional, parte do produto da arrecadação desses 
impostos serão entregues ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE) e ao Fundo de Participação 
dos Municípios (FPM). 
Digamos que R$ 1.000.000,00 seja o total arrecadado e que R$ 490.000,00 seja o montante a ser entregue pela União. 
Muito bem. A União não pode simplesmente registrar no seu orçamento: “receitas de IR e IPI, valor R$ 510.000,00”. 
 
A União deve registrar: 
No lado das receitas: receita de IR e IPI, valor R$ 1.000.000,00; e 
No lado das despesas: repasses FPE e FPM, valor R$ 490.000,00. 
 
Assim tudo fica mais transparente e mais fácil de controlar. Se os registros fossem pelos valores líquidos, você poderia 
ser levado a crer que a receita foi só R$ 510.000,00 e que não houve repasse ao FPE e ao FPM. 
 
 
 
 
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“Beleza. E onde esse princípio está previsto?” 🤔 
Na Lei 4.320/64, veja só: 
Art. 6º Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer 
deduções. 
§ 1º As cotas de receitas que uma entidade pública deva transferir a outra incluir-se-ão, como despesa, no 
orçamento da entidade obrigada a transferência e, como receita, no orçamento da que as deva 
receber. 
Resumindo: o orçamento não pode fazer deduções e mostrar só o valor líquido. Tem que mostrar o valor 
total, o valor bruto! 
Observação: no caso de transferências constitucionais ou legais, o ente arrecadador (que irá transferir os recursos) pode 
escolher em tratar a transferência como dedução da receita orçamentária ou como despesa orçamentária. Como as 
transferências constitucionais ou legais constituem valores que não são passíveis de alocação em despesas pelo ente 
público arrecadador, não há desobediência ao princípio do orçamento bruto tratá-las como dedução da receita 
orçamentária! Portanto, apesar da disposição da Lei 4.320/64, vale ressaltar que nem todas as transferências são 
obrigatoriamente tratadas como despesa do ente arrecadador. É isso que diz o item 3.6.1.2 do MCASP 8ª edição). 
Questão para fixar 
FCC – TRT-15ª – Técnico Judiciário – 2018 
Todo o processo do orçamento público está orientado por princípios sobre os quais é correto afirmar que: 
As deduções devem ser consideradas apenas para o balanceamento das transferências intragovernamentais por força do 
princípio do orçamento bruto. 
Comentários: 
Nada disso! As deduções não devem ser consideradas para coisa alguma! 
Vamos colocar aqui, de novo, o artigo 6º da Lei 4.320/64, só para garantir 😄: 
Art. 6º Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções. 
A questão estava querendo dizer o seguinte: se o órgão A tem que transferir R$ 100.000,00 para o órgão B e o órgão B tem 
que transferir R$ 20.000,00 para A, então vamos logo deduzir e considerar que A só tem que transferir R$ 80.000,00 para 
B. Mas, pelo princípio do orçamento bruto, você já sabe que isso não é possível. Nesse exemplo, registra-se R$ 100.000,00 
saindo de A e registra-se R$ 20.000,00 saindo de B. Ok? 😉 
Gabarito: Errado 
Princípio do Orçamento Bruto: todas as receitas e despesas constarão da LOA pelos seus valores totais, vedadas 
quaisquer deduções. Registra-se pelos seus valores brutos, e não pelos seus valores líquidos. 
 
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Princípio da Anualidade (ou Periodicidade) 
Segundo o princípio da anualidade ou periodicidade, o orçamento deve ser elaborado e autorizado para 
um determinado período de tempo, afinal não se faz um orçamento para sempre, ad aeternum. Como se 
planejaria para uma coisa dessas? Você poderia me dizer exatamente qual será sua receita e com o que você 
vai gastar dinheiro daqui a 50 anos? 🧐 Por isso, é necessário que o orçamento se renove! 
“Beleza, professor. Então o orçamento se renova, entendi. E que período de tempo é esse?” 
Chamamos esse período de exercício financeiro! 
Aqui no Brasil, de acordo com o artigo 34 da Lei 4.320/64, o exercício financeiro coincidirá com o ano 
civil, que é o ano normal que nós conhecemos: começando em 1º de janeiro e terminando em 31 de dezembro. 
No entanto, não é assim em todos os países do mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, o exercício 
financeiro começa em 1º de outubro e termina em 30 de setembro. Na Inglaterra e na Alemanha, o exercício 
financeiro vai de 1º de abril a 31 de março. 
É por isso que o princípio da anualidade, em seu sentido histórico, está relacionado ao exercício 
financeiro, e não ao ano civil. 
Fique atento! 
O princípio da anualidade está relacionado ao exercício financeiro, e não ao ano civil. 
O que acontece é que, por força da Lei 4.320/64, o exercício financeiro brasileiro coincide com o ano 
civil. Mas o princípio da anualidade propriamente dito não está relacionado como ano civil. É tanto que, se a 
Lei 4.320/64 fosse alterada e o novo exercício financeiro do Brasil fosse de 1º de outubro a 30 de setembro (igual 
ao dos Estados Unidos), o princípio da anualidade não seria infringido. 
“Por que não seria infringido?” 
Bom. Você notou algo em comum entre todas essas datas? Todos esses períodos são de 12 meses! De 
acordo com o princípio da anualidade (ou periodicidade) o orçamento deve ser elaborado e autorizado para um 
determinado período de tempo, que geralmente é de um ano (12 meses). O princípio não fala que o 
orçamento deve ser elaborado e autorizado para o ano civil. Portanto, não interessa se aqui no Brasil o exercício 
financeiro começasse em outra data (não coincidindo com o ano civil): se o exercício financeiro durasse 12 
meses, o princípio da anualidade continuaria sendo respeitado. 
Fique atento! 
Para o princípio da anualidade o que importa é a duração do exercício financeiro (que geralmente é de 12 meses), e 
não a data de início deste. 
“Beleza. E esse princípio da anualidade ou periodicidade tem exceções, professor?” 
Tem sim! Você está lembrando dos três tipos de créditos adicionais? 
• Suplementares 
• Especiais; e 
• Extraordinários 
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Pois bem. Os créditos suplementares são aqueles da exceção ao princípio da exclusividade (a LOA poderá 
conter autorização para abertura de créditos suplementares). 
Já os especiais e extraordinários são as exceções aqui do princípio da anualidade. Vamos primeiro dar 
uma olhadinha no que diz a nossa querida CF/88: 
Art. 167, § 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem 
autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, 
caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício 
financeiro subsequente. 
Traduzindo: os créditos adicionais especiais e extraordinários autorizados nos últimos quatro meses do 
exercício podem ser reabertos no exercício seguinte pelos seus saldos e viger até o término desse exercício 
financeiro. 
Por exemplo: em outubro de 2018, foi aberto um crédito especial no valor de R$ 100.000,00, mas até o final de 2018 
utilizou-se somente R$ 30.000,00 de sua dotação. Se for preciso, é possível reabrir esses mesmos créditos especiais em 
janeiro de 2019 e usá-los até o final de 2019, mas somente no limite de seus saldos, ou seja, somente R$ 70.000,00. Perceba 
que o crédito acabou vigendo por mais 12 meses e ele não ficou limitado àquele exercício financeiro, contrariando o 
princípio da anualidade, mas essa é exatamente a exceção a esse princípio! Esse crédito especial será incorporado ao 
orçamento do exercício financeiro de 2019. 
Dessa forma, temos três situações possíveis: 
1. Créditos orçamentários iniciais e créditos adicionais suplementares: vigência sempre dentro do 
exercício financeiro; 
2. Créditos especiais e extraordinários cujo ato de autorização tenha sido promulgado até 31 de 
agosto (não nos últimos quatro meses daquele exercício financeiro): vigência sempre dentro do 
exercício financeiro; 
3. Créditos especiais e extraordinários cujo ato de autorização tenha sido promulgado entre 1º de 
setembro e 31 de dezembro (nos últimos quatro meses daquele exercício financeiro): vigência 
poderá ultrapassar aquele exercício financeiro, indo até o final do exercício financeiro 
subsequente. 
Esquematizando: 
 
Vale destacar que esse nosso princípio da anualidade não tem nada a ver com o princípio da anualidade 
tributária, segundo o qual todo ano deveria haver autorização para a arrecadação de tributos. Aqui nós 
estamos tratando de Administração Financeira e Orçamentária, ok? 😄 
setembro-18
janeiro-18 junho-18 dezembro-18 junho-19 dezembro-19
Créditos ordinários
Créditos suplementares
Créditos especiais
Créditos extraordinários
Créditos especiais (últimos quatro meses)
Créditos extraordinários (últimos quatro meses)
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Ah! Esse princípio também é um dos três que estão expressos no artigo 2º da Lei 4.320/64 (unidade, 
universalidade e anualidade). Veja você mesmo: 
Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política 
econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade 
universalidade e anualidade. 
Questão para fixar 
CESPE – TCE-PE – Analista de Controle Externo – 2017 
Em relação às técnicas e aos princípios do orçamento público, julgue o item a seguir. 
Em decorrência do princípio da anualidade orçamentária, os créditos orçamentários, ordinários ou adicionais abertos para 
determinado exercício financeiro possuem vigência restrita ao ano civil, sem qualquer exceção. 
Comentários: 
Sem qualquer exceção? 🤨 
Nada disso! Tem exceções sim! Lembre-se que os créditos adicionais especiais e extraordinários cujo ato de autorização 
for promulgado nos últimos quatro meses de um exercício, poderão ser reabertos, no exercício subsequente, nos limites 
de seus saldos. Nesse caso, eles serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente e, portanto, terão 
vigência até o término deste. Você encontra isso na CF/88, art. 167, § 2º. 
A questão falou que todos os créditos (ordinários ou adicionais) terão vigência restrita ao ano civil, e nós acabamos de ver 
que isso está errado. 
Gabarito: Errado 
Princípio da Anualidade (ou Periodicidade): o orçamento deve ser elaborado e autorizado para um determinado período 
de tempo, geralmente de 12 meses, chamado de exercício financeiro. Exceções: créditos especiais e extraordinários 
autorizados nos últimos quatro meses do exercício poderão ser reabertos, nos limites de seus saldos, e incorporar-se-ão 
ao exercício financeiro subsequente. 
Princípio da Legalidade 
Primeiramente, lembre-se que (CF/88): 
Art. 5º, II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; 
E a Administração Pública não escapa! Cabe a ela fazer ou deixar de fazer somente aquilo que a lei 
expressamente autorizar. Ou seja: a Administração também está subordinada à lei e ao princípio da legalidade. 
Observe (CF/88): 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade 
e eficiência (...) 
Esses são os princípios básicos da Administração Pública, que formam o famoso mnemônico LIMPE: 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 
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E, no âmbito orçamentário, não poderia ser diferente: a Administração Pública também está subordinada 
às prescrições legais, ou seja, também se subordina aos ditames da lei. 
“Por quê?” 🤔 
Porque “todo poder emana do povo” (CF/88, art. 1º, parágrafo único). Porque os recursos são públicos 
(do povo) e os governantes são simplesmente os representantes eleitos (pelo povo) para administrá-los. 
Assim, o governo não pode realizar o que bem entender com o dinheiro público. Esse dinheiro não é dele. 
O dinheiro é da coletividade, de forma que a ninguém é dado o direito de utilizá-lo livremente (alguns autores 
afirmam que esse é princípio da indisponibilidade das receitas públicas). Portanto, o governo somente 
poderá fazer o que o povo autorizar e do jeito que o povo autorizar. 
E como é que o povo dá essa autorização ao governo? 
Por meio de leis! 😃 
Sim! As leis representam a vontade do povo, o interesse público. E o PlanoPlurianual (PPA), a Lei de 
Diretrizes Orçamentárias (LDO), a Lei Orçamentária Anual (LOA) e também os créditos adicionais são leis, que 
serão apreciadas pelo Congresso Nacional, isto é, os representantes do povo. A CF/88 não nos deixa mentir: 
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: 
I - o plano plurianual; 
II - as diretrizes orçamentárias; 
III - os orçamentos anuais. 
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual 
e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do 
regimento comum. 
Então perceba: o orçamento público tem que ser uma lei, pois ele representa o soberano interesse 
público. É a lei orçamentária e as leis de créditos suplementares e especiais que autorizam a aplicação dos 
recursos públicos. Caso a Administração realize despesas públicas sem essa prévia autorização legislativa, 
estamos diante de um caso de execução de despesas não autorizadas (despesas irregulares). 
Por exemplo: imagine que você entrega R$ 10,00 a um amigo, dizendo-lhe: “eu lhe autorizo a comprar uma bola de, no 
máximo, R$ 10,00 para mim”. Então, ele volta com uma pipa. Opa! Você o autorizou a comprar uma bola, não a comprar 
uma pipa. Esses R$ 10,00 são seus, para serem gastos do jeito que você quer, e não do jeito que o seu amigo quer ou do 
jeito que o seu amigo imagina que você queira. Portanto, a aquisição da pipa é uma despesa irregular. 
Agora imagine que ele volta com uma bola de excelente qualidade e lhe informa: “a bola custou R$ 100,00. Entreguei os 
R$ 10,00 que você me deu e você agora está devendo R$ 90,00 à loja”. Que amigo sensacional, hein? 😂 Nesse caso, também 
estamos diante de uma despesa irregular. Você o autorizou a gastar, no máximo, R$ 10,00 e ele gastou mais R$ 90,00 
seus. 
Percebeu que eu grifei o verbo “autorizar”? 😏 
Fizemos isso porque o nosso orçamento funciona do mesmo jeito! O nosso orçamento é autorizativo3! 
Isso significa que a Administração está autorizada (e não obrigada) a realizar aquilo que está no orçamento. É 
 
3 O orçamento público brasileiro é autorizativo, mas possui traços de orçamento impositivo (veremos mais sobre isso 
em momento oportuno). É como se fosse a Vampira, do X-Men: cabelo todo preto, mas com uma só mexa branca (sim, 
somos um pouco nerds!) 😂 
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o contrário do orçamento impositivo, no qual há uma imposição ao gestor público, que deve realizar 
exatamente aquilo que está no orçamento público. 
Continuando o exemplo anterior: seu amigo volta sem a bola e lhe devolve os R$ 10,00, dizendo-lhe: “eu não encontrei 
nenhuma bola de, no máximo, R$ 10,00. Aqui está o seu dinheiro de volta”. Tudo bem. Você não impôs ao seu amigo que 
comprasse a bola. Você não o deu uma ordem, dizendo: “você tem que comprar uma bola”. Você disse: “eu lhe autorizo a 
comprar uma bola”. 
Portanto, o povo autoriza a Administração a gastar os seus recursos, desde que ela obedeça a regras 
impostas pelo dono dos recursos. Está enxergando o princípio da legalidade aí? 😏 
Você emprestaria dinheiro a alguém sem estabelecer regra alguma? Sem data para devolução, sem taxa de 
juros, sem consequências em caso da inadimplência? Claro que não! Você tem que se assegurar de que vai receber 
esse dinheiro de volta! 
A sociedade faz a mesma coisa! É como se ela dissesse para a Administração Pública: “nós estamos 
entregando e confiando a administração dos nossos recursos a você, mas, em retorno, nós queremos saúde, 
educação segurança... e para garantir que nós vamos ter o nosso retorno, você tem que seguir uma série de 
regras, estabelecidas em lei”. 
Fique atento! 
No Brasil, o orçamento público é autorizativo e se materializa em leis! 
Muito bem. Você percebeu que lá em cima eu só mencionei as leis de créditos suplementares e especiais? 
É porque temos uma pequena exceção: os créditos extraordinários! 
Os créditos extraordinários são autorizados e abertos por Medida Provisória (no âmbito federal e nos 
demais entes que possuam Medida Provisória. Nos demais, serão abertos por decreto do Poder Executivo). 
Trata-se de despesas imprevisíveis e urgentes! Não há tempo para aprovação legislativa, por mais célere que 
seja o processo legislativo. 😬 
Por exemplo: em virtude de uma catástrofe natural (uma calamidade pública), o governo precisa alugar equipamentos 
para resgatar vítimas ainda com vida. É preciso agir rápido, em poucas horas! Nesse momento, não dá para discutir essa 
despesa no Congresso Nacional. O tempo está passando... ⏳ Por isso que, nesse caso, a despesa é feita sem autorização 
legislativa prévia. A Administração “poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de 
imediato ao Congresso Nacional” (CF/88, art. 62). 
Então, resumindo: 
Princípio da Legalidade: cabe à Administração Pública fazer ou deixar de fazer somente aquilo que a lei expressamente 
autorizar. PPA, LDO, LOA e créditos suplementares e especiais são leis. Exceção: créditos extraordinários. 
 
 
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Princípio da Publicidade (ou transparência) 
O princípio da publicidade impõe à Administração Pública o dever de dar transparência a seus atos, 
tornando-os públicos, do conhecimento de todos. 
Esse princípio é tão fundamental que ele também está listado no artigo 37 da CF/88 e é considerado como 
um dos princípios básicos da Administração Pública (do famoso mnemônico LIMPE): 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade 
e eficiência (...) 
“Mas professor... o princípio da publicidade também é um princípio orçamentário ou você está dando aula de 
direito administrativo?” 😂 
É claro que é um princípio orçamentário! 😁 Afinal, o orçamento é um ato da administração. O orçamento 
é uma lei! Por sua importância e significação e pelo interesse que desperta, o orçamento público deve merecer 
ampla publicidade4. 
Portanto, de acordo com o princípio da publicidade, o conteúdo orçamentário deve ser divulgado 
(publicado) em veículos oficiais de comunicação para conhecimento do público para que possa ter eficácia 
normativa. 
Simplificando: se alguma regra mudou, ela só vai “valer” depois que for publicada. 
E não vale ser publicada em qualquer lugar. Tem que ser publicada em veículos oficiais de comunicação. 
Se não fosse assim, a União divulgaria alterações orçamentárias por meio de um carro de som, de madrugada, 
só em Brasília. E você nunca iria saber disso. 😕 
Não é assim que funciona, não é mesmo? 
“E para que serve a publicidade, professor?” 
A publicidade é necessária para que os cidadãos e os órgãos competentes possam avaliar e controlar a 
legalidade, a moralidade, a impessoalidade e todos os demais requisitos que devem informar as atividades do 
Estado, incluindo, no nosso caso, as decisões sobre orçamento. 
Fique atento! 
A publicidade é necessária para avaliar e controlar as decisões sobre orçamento. 
E isso é óbvio! Como você vai avaliar e controlar alguma coisa que você não conhece? Não dá! Você, por 
acaso, avalia a comida de um restaurante sem nunca a ter experimentado? 🧐 
A título de curiosidade, se você quiser entender melhor a essência do princípio da publicidade (e do 
princípio da transparência), faça uma leitura rápida dos trechos que selecionamos da obra de ficção “A 
revolução dos bichos”, de George Orwell (publicado em 1945). 
 
4 GIACOMONI, James. Orçamento Público, 16ª edição, editora Atlas, 2012. 
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(...) era possível resumir os princípios do Animalismo em Sete Mandamentos. Esses Sete Mandamentos, que seriam agora 
escritos na parede, constituiriam a lei inalterável pela qual a Granja dos Bichos deveria reger sua vida a partir daquele 
instante, para sempre. 
(...) Os Mandamentos foram escritos na parede alcatroada em grandes letras brancas que podiam ser lidas a muitos metros 
de distância. 
Eis o que dizia o letreiro: 
OS SETE MANDAMENTOS 
(...) 
4. Nenhum animal dormirá em cama. 
5. Nenhum animal beberá álcool. 
(...) 
Foi mais ou menos por essa época que os porcos, de repente, mudaram-se para a casa-grande, onde fixaram residência. 
Novamente os bichos julgaram lembrar-se de que havia uma resolução contra isso, aprovada nos primeiros dias (...). 
Sansão resolveu o assunto com seu “Napoleão tem sempre razão”, porém Quitéria, que tinha a impressão de lembrar-se 
de uma lei específica contra camas, foi até o fundo do celeiro e tentou decifrar os Sete Mandamentos que lá estavam 
escritos. Sentindo-se incapaz de ler mais do que algumas letras separadamente, foi chamar Maricota. 
— Maricota — pediu ela — leia para mim por favor, o Quarto Mandamento. Não diz qualquer coisa a respeito de nunca 
dormir em camas? 
Com alguma dificuldade, Maricota soletrou o mandamento: 
— Diz que “Nenhum animal dormirá em cama com lençóis”. 
Interessante, Quitéria não se recordava dessa menção a lençóis, no Quarto Mandamento. Mas, se estava escrito na 
parede, devia haver. 
(...) 
alguns dias mais tarde, Maricota, lendo os Sete Mandamentos, notou que havia outro mandamento mal recordado pelos 
animais. 
Todos pensavam que o Quinto Mandamento era “Nenhum animal beberá álcool”, mas haviam esquecido duas palavras. 
Na realidade, o Mandamento dizia: “Nenhum animal beberá álcool em excesso.” (grifos nossos). 
Você conseguiu captar o que está acontecendo? Não houve publicação alguma das alterações feitas. As 
regras eram alteradas “na calada da noite”, sem que ninguém percebesse. Assim, as personagens se 
questionavam: “qual é a regra válida? A que está só na minha memória ou a que está escrita?”. E acabavam 
confiando na que estava escrita, pois era mais concreta: “deve ser a que está escrita. Afinal, está bem aqui na 
minha frente, escrito. Eu devo ter me confundido...”. 
É como se o governo somente lhe mostrasse uma folha de papel com o seguinte conteúdo: “crédito 
orçamentário para compra de ambulâncias: R$ 1.000.000,00”. Você não recebe uma cópia, não tirou foto, não 
“bateu print”. Você não tem nenhum registro disso! 
Meses depois você descobre que a Administração gastou R$ 2.000.000,00 e você a questiona: “a dotação 
não era de R$ 1.000.000,00?” A Administração, depois do seu questionamento, altera o valor e lhe mostra uma 
nova folha, na qual consta o valor de R$ 2.000.000,00. Você pergunta se essa alteração foi feita antes ou depois 
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do gasto. Ela diz que foi antes, mas não há nenhum registro disso, não há registro de alteração alguma. Nessa 
situação, só lhe resta aceitar: “se está escrito R$ 2.000.000,00 é porque deve ser isso mesmo”. 
Percebeu o prejuízo que a falta de publicidade faz para o controle? Percebeu a fragilidade desse controle? 
Esse é um dos motivos pelos quais você encontra redações antigas de leis tachadas, seguidas da nova 
redação e do ato normativo que a alterou. Todas as alterações devem ser registradas! Por exemplo: 
Art. 1º Redação antiga. 
Art. 1º Redação nova. (Redação dada pela Lei nº 1.234, de 2018) 
Quer fazer um teste? Digite o número de uma lei no seu browser e a abra o site do Planalto (planalto.gov.br). 
“E o princípio da transparência, professor”? 
Bom, é um princípio intimamente ligado ao princípio da publicidade, por isso optamos por tratá-los no 
mesmo tópico. Segundo esse princípio, as leis orçamentárias devem ser divulgadas de forma clara e precisa, 
possibilitando o controle social (feito pelos cidadãos) da Administração Pública. 
É possível identificar o princípio da transparência orçamentária na CF/88, especialmente no artigo 165, § 
3º, segundo o qual: “o Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, 
relatório resumido da execução orçamentária”. E também na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), 
principalmente no Capítulo IX (da transparência, controle e fiscalização). 
Questão para fixar 
CESPE – FUB – Auxiliar de Administração– 2013 
O princípio da publicidade determina que o conteúdo da lei orçamentária seja divulgado pelos veículos oficiais de 
comunicação e divulgação, para efeito de conhecimento público, eficácia e validade de seu teor. 
Comentários: 
Exatamente! Do jeitinho que a gente comentou! 
Atenção! Não basta ser divulgado em qualquer lugar: tem que ser em veículos oficiais de comunicação e divulgação. E o 
objetivo é que o conteúdo orçamentário seja divulgado justamente para conhecimento público, eficácia e validade de 
seu teor. 
Gabarito: Certo 
 
Princípio da Publicidade (ou Transparência): o conteúdo orçamentário deve ser divulgado (publicado) em veículos oficiais 
de comunicação para conhecimento do público e para a eficácia de sua validade. 
 
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Princípio da Não Vinculação (Não Afetação) da Receita de Impostos 
Esse é um princípio bem interessante! 😃 
No seu sentido histórico, ele afirma que nenhuma parcela da receita geral poderá ser reservada ou 
comprometida para atender a certos e determinados gastos. Ele prescreve que todas as receitas do Estado 
devem ser recolhidas a um fundo único do tesouro, de onde será retirado o numerário necessário para atender 
a quaisquer despesas públicas, indistintamente. 
É como se nós juntássemos tudo dentro do mesmo saco e de lá tirássemos os recursos necessários para 
ir pagando as despesas. O contrário disso seria ter várias contas, sendo que cada uma delas teria uma 
destinação específica. 
“A exigência de que as receitas não sofram vinculações, antes de qualquer coisa, é uma imposição de bom 
senso, pois qualquer administrador prefere dispor de recursos não comprometidos para atender às despesas 
conforme as necessidades5”. 
Por exemplo: digamos que o seu salário é R$ 1.000,00. Você prefere: 
Receber os R$ 1.000,00 na sua conta sem vinculação ou comprometimento algum; ou 
Receber R$ 300,00 em “vale alimentação” (que só podem ser gastos com alimentação), R$ 200,00 em “vale transporte” 
(que só podem ser gastos com transporte) e R$ 500,00 sem vinculação? 
Se você pensar bem, irá concluir que receber os R$ 1.000,00 sem vinculação é mais vantajoso, pois isso lhe garante mais 
liberdade para administrar o seu dinheiro e organizar a sua vida, atingir seus objetivos. 
Imagine que você só gaste R$ 200,00 por mês em vale alimentação. Aqueles R$ 100,00 restantes também só poderão ser 
gastos com alimentação, enquanto você poderia dar qualquer outra finalidade a esse dinheiro: uma viagem, um novo 
celular, um novo par de sapatos, o que você quiser! 😄 É por isso que existe um mercado secundário para vender esse “vale 
alimentação”. 😬 
Perceba que, nesse segundo caso do exemplo, metade do seu orçamento já está comprometido: você é 
obrigado a gastar R$ 500,00 com alimentação e transporte. Não tem jeito! Isso diminui muito a sua margem de 
manobra na utilização dos recursos. No dia que você decidir ir ao trabalho de bicicleta, diminuindo os custos 
com transporte, para poder comprar uma nova televisão, você verá que seus esforços foram em vão, pois os 
recursos continuam lá, “presos”, somente podendo ser gastos com transporte. Então você percebe que está 
“amarrado”, que não consegue e não adianta inovar...😕 
Agora imagine se o orçamento público fosse todo comprometido, “engessado”, de forma que o governo 
não tivesse liberdade para realizar os programas que acredita trazer mais benefícios para a sociedade? Seria 
ruim, não é mesmo? Assim seria bem mais difícil atingir os objetivos. 
Por isso, o princípio da não vinculação da receita de impostos tem como finalidade, portanto, aumentar 
a flexibilidade na alocação dos recursos. 😉 
No entanto, também não seria razoável dar total liberdade ao gestor público, porque existem áreas 
extremamente importantes, nas quais todos concordam que obrigatoriamente deve haver investimentos, a 
 
5 GIACOMONI, James. Orçamento Público, 16ª edição, editora Atlas, 2012 
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exemplo da saúde e da educação. É por isso que temos exceções a esse princípio, e saúde e educação são duas 
delas. 
Beleza. Essa é a essência desse princípio. É o princípio em seu sentido histórico. Mas como ele se faz presente 
no Brasil? 
No Brasil, o princípio da não afetação (ou não vinculação) de receita de impostos dispõe que nenhuma 
receita de impostos poderá ser reservada ou comprometida para atender a gastos específicos e 
determinados, ressalvadas algumas importantes exceções (que veremos daqui a pouco). 
Esse princípio está na CF/88, portanto possui status constitucional, tamanha é a sua importância. Vejamos 
o disposto no artigo 167, IV: 
Art. 167. São vedados: 
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto 
da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações 
e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de 
atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 
37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 
165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; 
Resumindo: o princípio veda a vinculação da receita de impostos a órgão, fundo ou despesa. 
Agora, veja bem: por que eu grifei tanto a palavra “impostos”? 
“Aí tem coisa, não é, professor?” 🤔 
Tem sim! 😄 
É o seguinte: no Brasil, a abrangência do princípio orçamentário da não vinculação de receitas restringe-
se às receitas de impostos. Não abrange a receita de todos os tributos. 
Explicamos: de acordo com a CF/88, existem 5 (cinco) espécies de tributos (essa é a chamada “teoria 
pentapartida”) e os impostos são somente uma das espécies de tributos. Tributo é mais abrangente, é 
gênero. Imposto é uma espécie do gênero tributo. 
 
Vamos dar um exemplo para ficar mais claro: 
Tributos
Impostos
Taxas
Contribuições de 
melhoria
Empréstimos 
compulsórios
Contribuições 
especiais
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Taxa é uma outra espécie de tributo, cuja receita, diferentemente dos impostos, pode ser vinculada para uma despesa 
específica. 
Portanto, a Administração pode usar o dinheiro arrecadado da taxa de coleta de lixo domiciliar para pagar, 
especificamente, os gastos para fazer essa coleta. Mas a Administração não pode reservar o dinheiro arrecadado com o 
IPTU, que é um imposto, para pagar determinadas despesas. Esse dinheiro tem que ficar livre para sua alocação racional, 
no momento oportuno, conforme as prioridades públicas. É proibido vinculá-lo. 
Pode haver vinculação de taxa, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios (pode e deve) e contribuições 
especiais (pode e deve), mas não pode haver vinculação de impostos (só nas exceções é que pode). Entendeu agora por 
que o nome é princípio da não vinculação da receita de impostos? 
Vale lembrar que para os empréstimos compulsórios e contribuições especiais a arrecadação é obrigatoriamente 
vinculada, conforme demonstrado abaixo: 
Empréstimos compulsórios: a aplicação dos recursos provenientes é (obrigatoriamente) vinculada à despesa que 
fundamentou sua instituição (CF/88, art. 148, parágrafo único). 
Contribuições especiais: 
 Contribuições sociais: 
 Contribuições para a seguridade social: vinculadas à seguridade social; 
 Outras contribuições sociais: competência residual da União para instituir novas contribuições sociais 
destinadas ao financiamento da seguridade social, ou seja, arrecadação vinculada; 
 Contribuições sociais gerais: destinadas a outras atuações da União na área social, como o salário 
educação (CF, art. 212, § 5º), ou seja, arrecadação vinculada. 
 Contribuições corporativas: vinculadas para custeio de entidades que fiscalizam as profissões regulamentadas, ou 
seja, arrecadação vinculada, por exemplo: Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA). 
 CIDE (Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico): arrecadação vinculada ao setor que se quer 
incentivar. 
 COSIP (Contribuição para o custeio da Iluminação Pública): arrecadação vinculada ao custeio de iluminação 
pública. 
 “Ok, professor. E por que você enfatizou tanto isso? Virou aula de direito tributário agora?” 🤨 
Enfatizamos isso porque essa é uma pegadinha clássica nas provas de concurso! A questão vai trocar a 
palavra “impostos” por “tributos” e ficará errada! 😅 
Fique atento! 
O princípio veda a vinculação da receita de impostos a órgão, fundo ou despesa. 
 
 
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Exceções ao princípio da não vinculação da receita de impostos 
As exceções ao princípio da não vinculação da receita de impostos são muito importantes, porque 
despencam em provas. Portanto, preste atenção! 
Normalmente, é vedado vincular a receita de impostos a órgão, fundo ou despesa. Essa é a regra. No 
entanto, é possível reservar uma parte da receita de impostos para atender às despesas mencionadas a partir 
de agora. Essas são as exceções. 😉 
A primeira exceção é a repartição constitucional (ou transferências tributárias constitucionais) do 
produto da arrecadação dos impostos, o qual são destinados ao FPE – Fundo de Participação dos Estados e do 
Distrito Federal, FPM – Fundo de Participação dos Municípios, Fundos de Desenvolvimento das Regiões Norte 
(FNO), Nordeste (FNE), Centro-Oeste (FCO) e o Fundo de Compensação pela Exportação de Produtos 
Industrializados. 
Essa repartição está regulamentada nos artigos 157 a 161 da CF/88. Tomemos um exemplo para entender 
melhor: 
Art. 158. Pertencem aos Municípios: 
III - cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de veículos 
automotores licenciados em seus territórios; 
Isso significa que 50% do IPVA arrecadado pelo Estado será transferido (repartido) aos Municípios. Trata-
se, portanto, de uma despesa de transferência do Estado. Portanto, perceba que essa parcela da receita do 
imposto já está reservada, comprometida, vinculada a essa despesa, configurando uma exceção ao princípio 
da não vinculação da receita de impostos. 
A segunda exceção é a destinação de recursos para a Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (MDE). 
Ela está no artigo 212 da CF/88, confira: 
Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a 
proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino. 
Portanto: 
 
 
 
MDE (Ensino)
União 18%
Estados e Municípios 25%
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A terceira exceção é a destinação

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