Buscar

administração-financeirae-orçamentáriapara-analista-ciências-contábeisdo-tcerj--aula-19

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 90 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 90 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 90 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Thiago Lopes -
Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães 
 Aula 14 
 
1 de 90| www.direcaoconcursos.com.br 
Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
 
Aula 14 – LRF parte 4: dívida pública. 
Restos a Pagar. Escrituração e 
consolidação de contas 
AFO p/ TCE-RJ 
Prof. Sérgio Machado 
Prof. Marcel Guimarães 
Thiago Lopes -
Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães 
 Aula 14 
 
2 de 90| www.direcaoconcursos.com.br 
Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
Sumário 
CAPÍTULO VII: DA DÍVIDA E DO ENDIVIDAMENTO ................................................................................... 5 
DEFINIÇÕES BÁSICAS .............................................................................................................................................. 6 
DOS LIMITES DA DÍVIDA PÚBLICA E DAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO ................................................................................ 15 
DA RECONDUÇÃO DA DÍVIDA AOS LIMITES ............................................................................................................... 19 
Prazos (e exceções aos prazos) para redução da dívida .................................................................................... 22 
DAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO ................................................................................................................................ 27 
Da Contratação ............................................................................................................................................. 27 
Das Vedações ................................................................................................................................................ 34 
Das Operações de Crédito por Antecipação de Receita Orçamentária ............................................................... 37 
Das Operações com o Banco Central do Brasil ................................................................................................. 41 
DA GARANTIA E DA CONTRAGARANTIA .................................................................................................................... 42 
Limites para concessão de garantia ................................................................................................................ 44 
DOS RESTOS A PAGAR .......................................................................................................................................... 45 
CAPÍTULO VIII: DA GESTÃO PATRIMONIAL ........................................................................................... 49 
DAS DISPONIBILIDADES DE CAIXA ........................................................................................................................... 49 
DA PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO PÚBLICO ........................................................................................................... 50 
DAS EMPRESAS CONTROLADAS PELO SETOR PÚBLICO ............................................................................................... 51 
QUESTÕES COMENTADAS - CESPE ........................................................................................................ 53 
LISTA DE QUESTÕES - CESPE ................................................................................................................ 75 
GABARITO – CESPE .............................................................................................................................. 80 
RESUMO DIRECIONADO ........................................................................................................................ 81 
 
 
Thiago Lopes -
Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães 
 Aula 14 
 
3 de 90| www.direcaoconcursos.com.br 
Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
Dica de um concursado para um concurseiro 
Não sinta inveja de quem já passou. Admire-os! 
Adote a filosofia da ancestral sabedoria Huna, ensinamentos dos sábios do Havaí: “abençoe aquilo que 
você quer. Quando vir uma pessoa com uma casa bonita, abençoe a pessoa e a casa. Quando vir uma pessoa 
com um belo carro, abençoe a pessoa e o carro. Quando vir uma pessoa com uma bela família, abençoe a pessoa 
e a família. Quando vir uma pessoa com um belo corpo, abençoe a pessoa e o corpo”. 
E agora eu digo: quando vir uma pessoa com um belo cargo público, abençoe a pessoa e o cargo! 😅 
Porque se de algum modo você se ressente do que as pessoas possuem, nunca poderá tê-lo. 
Não sinta inveja de quem já passou. Admire-os! 
Fonte: os segredos da mente milionária, de T. Harv Eker. 
 
Mentalidade dos campeões 🏆 
Campeões não são aqueles que sempre ganham as corridas. Campeões são aqueles que vão lá e tentam! E tentam 
mais forte na próxima vez. E mais forte ainda na próxima. 
“Campeão” é um estado de espírito. Eles são dedicados. Eles competem para serem melhor do que eles mesmos 
tanto quanto (se não mais) eles competem para serem melhor do que os outros. 
Campeões, digo, aprovados não passam em todos os concursos. Mas eles fazem todos os concursos que 
podem. E estudam para ir cada vez melhor. Até que um dia, eles passam! 
A luta mais importante é contra o seu “eu de ontem” e não contra seus concorrentes na hora da prova. 
 
Thiago Lopes -
Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães 
 Aula 14 
 
4 de 90| www.direcaoconcursos.com.br 
Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
 
 
 
 Professor Sergio Machado (https://www.youtube.com/channel/UCvAk1WvzhXG6kV6CvRyN1aA) 
 ProfSergioMachado (https://www.facebook.com/profsergiomachado) 
 ProfSergioMachado (https://www.instagram.com/profsergiomachado) 
 
 
 
 
 
 Prof.MarcelGuimaraes (https://www.instagram.com/prof.marcelguimaraes) 
 www.marcelguimaraes.com.br 
 
@profsergiomachado 
@prof.marcelguimaraes 
Thiago Lopes -
Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães 
 Aula 14 
 
5 de 90| www.direcaoconcursos.com.br 
Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
Capítulo VII: Da Dívida e do Endividamento 
Bom, acho que você sabe o que é uma dívida, não é mesmo? 😅 
Comprou um apartamento ou um carro financiado? Você tem uma dívida. Deixou de pagar a fatura do 
cartão de crédito? Você tem uma dívida. Pegou dinheiro emprestado de um amigo e não devolveu no prazo 
combinado? Você tem uma dívida. 
“Eu sei disso, professor. Mas o que isso tem a ver com a Administração Pública?” 
Ora! Do mesmo jeito que você, às vezes, precisa se endividar para fazer suas coisas, a Administração 
também precisa! Lembra da Atividade Financeira do Estado (AFE)? A obtenção de crédito faz parte dela! 😏 
“Certo. E o que a LRF e a responsabilidade na gestão fiscal têm a ver com isso?” 
Bom, tenho certeza de que você não gostaria de estar endividado, não é mesmo? É sempre aquele aperto: 
boa parte da receita é destinada ao pagamento da dívida e não sobra dinheiro para nada. Além disso, o seu 
nome fica sujo: todo mundo fica sabendo que você é um devedor (“caloteiro” 😂) e ninguém mais quer 
emprestar dinheiro para você. 
Na Administração Pública é igualzinho! 😄 Um ente endividado tem que ficar pagando a dívida. Parte das 
receitas devem ser destinadas ao pagamento da dívida, dinheiro que poderia estar sendo utilizado para 
reformas de hospitais e escolas, contratações de servidores públicos e desenvolvimento de ações sociais. Se a 
dívida continuar crescendo, a situação só vai piorando. Daqui a pouco, ninguém mais vai querer dar crédito 
àquele ente, pois saberá que ele não será capaz de pagar. Os investidores vão fugir daquele lugar, pois sabem 
que é difícil que a economia local se desenvolva quando o governo está profundamente comprometido com 
dívidas. O próximo passo é o aumento dos juros, da inflação, do desemprego... já viu o tamanho do caos, não 
é? 
Pronto! Pois é justamente aqui que entram a LRF e responsabilidade na gestão fiscal. É preciso controlar 
a dívida e o endividamento público. É preciso impor limites e restrições! Afinal, vocêemprestaria dinheiro a 
um amigo comprador compulsivo e que nunca lhe pagou nada? Daria o seu cartão de crédito para ele? E será 
que esse amigo vai lhe pagar algum dia se ele não sofrer nenhuma restrição ou sanção? 🤔 
Acho que não, hein?! 😅 
É por isso que a LRF diz (atenção à parte grifada): 
Art. 1º, § 1o A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que 
se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o 
cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no 
que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas 
consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de 
garantia e inscrição em Restos a Pagar. 
Então, beleza! Agora que você já sabe da importância da responsabilidade na gestão fiscal no que tange 
a dívida e endividamento, vamos conhecer as definições básicas que a LRF nos trouxe sobre o assunto. 😄 
Thiago Lopes -
Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães 
 Aula 14 
 
6 de 90| www.direcaoconcursos.com.br 
Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
Definições Básicas 
Essa parte é a que mais aparece em provas. Se a prova for cobrar o assunto “dívida e endividamento”, na maioria das vezes, 
é isso aqui que ela vai cobrar! 
Portanto, você tem que conhecer essas definições! 
E a boa notícia é que as questões não vão fugir muito da literalidade da norma. Entenda a definição, memorize-a lendo, 
relendo e fazendo exercícios. 
Vamos lá: 
Art. 29. Para os efeitos desta Lei Complementar, são adotadas as seguintes definições: 
I - dívida pública consolidada ou fundada: montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações 
financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da 
realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses; 
Essa é a definição de dívida pública consolidada (ou dívida pública fundada, tanto faz). 😅 E ela abrange o 
seguinte: 
• Contratos (internos e externos); 
• Emissão de títulos da dívida pública (dívida mobiliária). Inclui, na União, a emissão de títulos de 
responsabilidade do BACEN (LRF, art. 29, § 2º); 
“Professor, quer dizer que a dívida mobiliária está dentro da dívida consolidada?” 
Sim! 😄 A dívida consolidada abrange a dívida mobiliária! 😉 
“E, professor, o BACEN pode emitir títulos?” 
Bom, não mais. Mas ele teve dois anos (a partir da data da publicação da LRF) para fazê-lo, olha só: 
Art. 34. O Banco Central do Brasil não emitirá títulos da dívida pública a partir de dois anos após a 
publicação desta Lei Complementar. 
Muitos desses títulos públicos possuem prazos bem longos: 20, 30, 40 anos. Por isso, ainda é possível 
encontrá-los circulando pelo mercado. Eles fazem parte da dívida mobiliária, que é uma das dívidas 
consolidadas. 
• precatórios judiciais emitidos a partir de 5 de maio de 2000 e não pagos durante a execução do 
orçamento em que houverem sido incluídos (LRF, art. 30, § 7º); 
“Por que os precatórios judiciais fazem parte da dívida consolidada, professor?” 
Bom, o Brasil, que é um país muito sério (você sabe disso... 😅), por isso costuma pagar precatórios bem 
rapidinho, não é? Às vezes só demora uns 10, 15 anos... rapidinho! 😁 
Pois bem! Agora imagine que você finalmente vai receber aquele dinheiro dos precatórios. Mas a 
Administração Pública, muito esperta, faz o empenho, mas não paga! Em outras palavras: inscreve em restos 
a pagar! Isso garante a ela mais 5 anos para pagar essa dívida! Olha que beleza! 😄 
“Que sacanagem, viu, professor? Desculpa o palavrão aí...” 😬🙄 
Thiago Lopes -
Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães 
 Aula 14 
 
7 de 90| www.direcaoconcursos.com.br 
Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
É verdade! 😄 
Por isso, para evitar que isso aconteça e controlar essa situação, o legislador resolver incluir esses 
precatórios nos limites da dívida consolidada. Sim: dívida consolidada tem limite (vamos já ver isso!). Olha só 
como isso aparece na LRF: 
Art. 30, § 7º Os precatórios judiciais não pagos durante a execução do orçamento em que houverem sido 
incluídos integram a dívida consolidada, para fins de aplicação dos limites. 
Então perceba: tais precatórios serão computados na dívida consolidada apenas para fins de aplicação 
de limites! ☝ 
• operações de crédito de prazo inferior a doze meses cujas receitas tenham constado do 
orçamento (LRF, art. 29, § 3º). 
Essa aqui é importantíssima! Aparece demais em provas! 
É o seguinte: dívida consolidada é aquela cujo prazo de vencimento é superior a 12 meses. Mas uma 
operação de crédito cujas receitas tenham constado do orçamento, mesmo que o seu prazo seja inferior a 12 
meses, será considerada dívida consolidada. 
“Por que isso, professor?” 🤔 
Primeiro porque a LRF diz isso, observe: 
Art. 29, § 3º Também integram a dívida pública consolidada as operações de crédito de prazo inferior a 
doze meses cujas receitas tenham constado do orçamento. 
A redação da Lei não foi muito feliz, mas o que ela quis dizer foi o seguinte: se a operação de crédito não 
for por Antecipação de Receita Orçamentária (ARO), ela será dívida consolidada. 
“Ainda não entendi, professor.” 🧐 
Operações de crédito por ARO, você deve lembrar, são receitas extraorçamentárias e, por conseguinte, 
não estão no orçamento! Se a operação de crédito constar do orçamento (seja ela de prazo superior ou inferior 
a 12 meses), isso significa que ela é uma receita orçamentária, uma receita de capital! 
Portanto, quando a lei fala que até mesmo as operações de crédito de prazo inferior 12 meses cujas 
receitas tenham constado do orçamento integram a dívida consolidada, ela está excluindo as operações de 
crédito que não constam do orçamento, ou seja, está excluindo as operações de crédito por ARO. 
Resumo da ópera: é operação de crédito e não é ARO? Então faz parte da dívida consolidada, não importa 
se o prazo é superior ou inferior a 12 meses! 
Preste atenção! 
A operação de crédito, exceto a ARO, independentemente do prazo, é dívida consolidada. 
 
Thiago Lopes -
Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães 
 Aula 14 
 
8 de 90| www.direcaoconcursos.com.br 
Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
 
 
Beleza! 😄 
Agora permita-me lhe explicar o seguinte: lá no Passivo (que fica no Balanço Patrimonial) existem dois 
tipos de dívida: 
• Dívida flutuante; e 
• Dívida consolidada. 
A dívida flutuante corresponde aos passivos financeiros exigíveis em prazo inferior a 12 meses, que não 
necessitam de autorização orçamentária para o seu pagamento, porque: 
• já foram autorizados pelo Poder Legislativo e resta apenas o seu pagamento; ou porque 
• se referem a dispêndios extraorçamentários. 
Ela está lá no artigo 92 da Lei 4.320/64: 
Art. 92. A dívida flutuante compreende: 
I - os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida; 
II - os serviços da dívida a pagar; 
III - os depósitos; 
IV - os débitos de tesouraria. 
Dívida consolidada
• Obrigações financeiras de prazo superior a 12 meses
• Contratos (internos e externos)
• Emissão de títulos da dívida pública (dívida mobiliária). Inclui, na União, a emissão 
de títulos de responsabilidade do BACEN (LRF, art. 29, § 2º)
• Precatórios judiciais emitidos a partir de 5 de maio de 2000 e não pagos durante a 
execução do orçamento em que houverem sido incluídos (LRF, art. 30, § 7º)
• Operações de crédito de prazo inferior a 12 meses cujas receitas tenham constado 
do orçamento (LRF, art. 29, § 3º)
2019 2020
Dívida Pública Consolidada (ou Fundada)
Prazo inferior a 12 meses cujas receitas 
tenham constado do orçamento
2021
Prazo superior a 12 meses
Thiago Lopes -
Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães 
 Aula 14 
 
9 de 90| www.direcaoconcursos.com.br 
Administração Financeira e Orçamentária –TCE-RJ 
Na verdade, existe até uma outra espécie de dívida flutuante (no caso da União): o papel-moeda ou 
moeda fiduciária (de acordo com o Decreto 93.872/86, art. 115, § 1º). 
Restos a pagar são despesas que foram empenhadas, mas não foram pagas até o dia 31 de dezembro. 
Serviços da dívida são valores referentes à amortização do principal, juros, correção monetária (se 
houver), e outros encargos oriundos da dívida pública de longo prazo. 
Depósitos são, por exemplo, cauções em dinheiro. São depósitos de caráter devolutivo. A Administração 
está sendo mera depositária desses recursos que não a pertencem (são despesas extraorçamentárias, lembra? 
😏). 
Débitos de tesouraria são as obrigações oriundas de operações de crédito por Antecipação de Receitas 
Orçamentárias – ARO. São empréstimos destinados a atender insuficiência de caixa durante o exercício 
financeiro. Tesouraria é o lugar onde se guarda ou administra o tesouro (o dinheiro). Débito de tesouraria é 
quando esse tesouro foi reduzido ou está faltando. Quando você lembra que as operações de crédito por ARO 
são destinadas a atender insuficiência de caixa, você entende o nome “débitos de tesouraria”. 😉 
Papel-moeda ou moeda fiduciária é uma nota de dinheiro (dinheiro em espécie 💵). 
E por que eu estou falando isso para você? 
Primeiro: porque as questões vão tentar lhe confundir, trocando as dívidas flutuantes e consolidadas. 
Segundo: porque não existem limites para a dívida flutuante (pois elas, normalmente, provêm de receitas 
extraorçamentárias). Não caia nessas pegadinhas! ☝😬 
Preste atenção! 
Não existem limites para a dívida flutuante 
Ok! 😃 
Agora vejamos a outro tipo de dívida pública: dívida mobiliária. 
Quando você ver essa palavra “mobiliária”, pense logo em títulos públicos! 😉 
Dívida consolidada é tudo aquilo que acabamos de ver. Dívida mobiliária são títulos públicos! Simples 
assim! 😄 
“Títulos públicos emitidos por quem, professor?” 🧐 
Pela União, inclusive os do Banco Central do Brasil, pelos Estados e pelos Municípios. 
“E Estados e Municípios podem emitir títulos públicos, professor?” 🤔 
Opa! Podem sim, mas é raro. Para emitir esses títulos públicos, os Estados e Municípios necessitam de 
autorização do Senado Federal. 
“E para que essa divisão entre dívida consolidada e mobiliária?” 🤓 
Ora, a Lei manda apartar a dívida por títulos (mobiliária) da dívida consolidada geral, em virtude da 
necessidade de um maior acompanhamento e controle da dívida oriunda de títulos públicos. 😄 Para que mais 
seria? 😅 
Thiago Lopes -
Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães 
 Aula 14 
 
10 de 90| www.direcaoconcursos.com.br 
Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
Então vejamos como isso aparece na LRF: 
II - dívida pública mobiliária: dívida pública representada por títulos emitidos pela União, inclusive os do 
Banco Central do Brasil, Estados e Municípios; 
Preste atenção! 
A dívida mobiliária é a dívida pública representada por títulos públicos! 
Próxima definição: 
III - operação de crédito: compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito, 
emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes 
da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive 
com o uso de derivativos financeiros; 
Tudo isso aí é considerado operação de crédito! 😄 
As questões normalmente vão puxar uma dessas operações e perguntar se ela é considerada operação de 
crédito ou não. 
Por exemplo: o recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e serviços é considerado 
operação de crédito? 
Resposta: SIM! 😃 
Vale destacar também que: 
Art. 29, § 1o Equipara-se a operação de crédito a assunção, o reconhecimento ou a confissão de dívidas 
pelo ente da Federação, sem prejuízo do cumprimento das exigências dos arts. 15 e 16. 
Assumiu, reconheceu ou confessou uma dívida? É operação de crédito! 😄 
Agora, existem outras operações que são equiparadas a operações de crédito, porém elas estão vedadas! 
Veja só (LRF): 
Art. 37. Equiparam-se a operações de crédito e estão vedados: 
I - captação de recursos a título de antecipação de receita de tributo ou contribuição cujo fato gerador 
ainda não tenha ocorrido, sem prejuízo do disposto no § 7o do art. 150 da Constituição; 
O ente não sabe nem se o fato gerador vai ocorrer e já quer fazer antecipação de receita de tributo ou contribuição? Espera 
aí, né... 😒 
II - recebimento antecipado de valores de empresa em que o Poder Público detenha, direta ou 
indiretamente, a maioria do capital social com direito a voto, salvo lucros e dividendos, na forma da 
legislação; 
Thiago Lopes -
Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães 
 Aula 14 
 
11 de 90| www.direcaoconcursos.com.br 
Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
III - assunção direta de compromisso, confissão de dívida ou operação assemelhada, com fornecedor de 
bens, mercadorias ou serviços, mediante emissão, aceite ou aval de título de crédito, não se aplicando 
esta vedação a empresas estatais dependentes; 
IV - assunção de obrigação, sem autorização orçamentária, com fornecedores para pagamento a 
posteriori de bens e serviços. 
Se tiver autorização orçamentária: beleza! 😄 Mas se não tiver: então essa obrigação com um fornecedor 
para pagamento a posteriori de bens e serviços está vedada! 
Continuando nas nossas definições... 
IV - concessão de garantia: compromisso de adimplência de obrigação financeira ou contratual assumida 
por ente da Federação ou entidade a ele vinculada; 
Garantia é um compromisso de adimplência! Se o devedor não pagar, quem deverá cumprir a obrigação 
é o garantidor. 
Por exemplo: A fez operação de crédito com B, que tem garantia com C. Se B não cumprir a sua obrigação financeira, C 
será chamado a cumpri-la, pois assumiu um “compromisso de adimplência de obrigação financeira ou contratual 
assumida por ente da Federação ou entidade a ele vinculada”. 
 
Mais uma definição: 
V - refinanciamento da dívida mobiliária: emissão de títulos para pagamento do principal acrescido da 
atualização monetária. 
Veja só: esses títulos são para pagamento do principal acrescido da atualização monetária. O dispositivo 
não fala nada sobre juros, porque juros não são passíveis de refinanciamento. Com o advento da LRF não é 
mais possível refinanciar juros da dívida! 
 
 
 
 
A B
C
Operação de crédito
Garantia
Thiago Lopes -
Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães 
 Aula 14 
 
12 de 90| www.direcaoconcursos.com.br 
Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
Portanto: 
 
§ 4o O refinanciamento do principal da dívida mobiliária não excederá, ao término de cada exercício 
financeiro, o montante do final do exercício anterior, somado ao das operações de crédito autorizadas 
no orçamento para este efeito e efetivamente realizadas, acrescido de atualização monetária. 
Isso significa que o refinanciamento do principal da dívida mobiliária deve ser menor do que a soma do: 
montante do final do exercício anterior, mais as operações de crédito autorizadas no orçamento para este 
efeito e efetivamente realizadas, mais atualização monetária. 
Ou seja: 
Refinanciamento do principal da dívida mobiliária < montante do final do exercício anterior + operações de crédito 
autorizadas no orçamento e efetivamente realizadas + atualização monetária. 
Ah! Vale lembrar que mesmo que o ente esteja acima dos limites de despesa com pessoal, poderá 
realizar operações de crédito para refinanciamento da dívida mobiliária (LRF, art. 23, § 3º). 
Certo, agora eu vou simplesmente repetir o artigo 29 para você visualizar melhor e memorizar: 😏 
Art. 29. Para os efeitos desta Lei Complementar, são adotadas as seguintes definições: 
I - dívida pública consolidada ou fundada: montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações 
financeiras do ente da Federação, assumidas em virtudede leis, contratos, convênios ou tratados e da 
realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses; 
II - dívida pública mobiliária: dívida pública representada por títulos emitidos pela União, inclusive os do 
Banco Central do Brasil, Estados e Municípios; 
III - operação de crédito: compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito, 
emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes 
da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive 
com o uso de derivativos financeiros; 
IV - concessão de garantia: compromisso de adimplência de obrigação financeira ou contratual assumida 
por ente da Federação ou entidade a ele vinculada; 
V - refinanciamento da dívida mobiliária: emissão de títulos para pagamento do principal acrescido da 
atualização monetária. 
Atualização 
monetáriaPrincipal
Refinanc. 
da dívida 
mobiliária
Thiago Lopes -
Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães 
 Aula 14 
 
13 de 90| www.direcaoconcursos.com.br 
Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
§ 1o Equipara-se a operação de crédito a assunção, o reconhecimento ou a confissão de dívidas pelo 
ente da Federação, sem prejuízo do cumprimento das exigências dos arts. 15 e 16. 
§ 2o Será incluída na dívida pública consolidada da União a relativa à emissão de títulos de 
responsabilidade do Banco Central do Brasil. 
§ 3o Também integram a dívida pública consolidada as operações de crédito de prazo inferior a doze 
meses cujas receitas tenham constado do orçamento. 
§ 4o O refinanciamento do principal da dívida mobiliária não excederá, ao término de cada exercício 
financeiro, o montante do final do exercício anterior, somado ao das operações de crédito autorizadas 
no orçamento para este efeito e efetivamente realizadas, acrescido de atualização monetária. 
Questões para fixar 
VUNESP – CM Serrana – Procurador Jurídico – 2019 
Não integram a dívida pública consolidada da União as operações de crédito de prazo inferior a doze meses, cujas receitas 
tenham constado do orçamento. 
Comentários: 
Não integram? 😳 Por favor: é justamente o contrário. É operação de crédito e não é ARO? Então é dívida consolidada, 
independentemente do prazo. 
Gabarito: Errado 
CESPE – STM – Analista Judiciário - Área Administrativa – 2018 
Se o prazo para pagamento de determinada operação de crédito for inferior a doze meses e se as respectivas receitas 
constarem do orçamento, a operação será incluída na dívida pública consolidada. 
Comentários: 
Certíssimo! Eu num disse que isso despenca em prova?! 😄 
Mesmo que a operação de crédito tenha prazo inferior a 12 meses, se as suas receitas constarem do orçamento, ela será 
incluída na dívida pública consolidada. 
Dito de outra forma: dívida pública consolidada (ou fundada) é montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações 
financeiras do ente da Federação para amortização em prazo superior a doze meses. Mas, se as receitas dessa dívida 
pública constarem no orçamento, mesmo que o prazo seja inferior a doze meses, essa operação de crédito será 
considerada dívida pública consolidada. 
Gabarito: Certo 
CESPE – STM – Analista Judiciário - Área Administrativa – 2018 
Equipara-se a operação de crédito a assunção, o reconhecimento ou a confissão de dívidas pelo ente da Federação. 
Comentários: 
É isso aí! Do jeitinho que está na LRF: 
Art. 29, § 1o Equipara-se a operação de crédito a assunção, o reconhecimento ou a confissão de dívidas pelo ente da 
Federação, sem prejuízo do cumprimento das exigências dos arts. 15 e 16. 
Gabarito: Certo 
Thiago Lopes -
Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães 
 Aula 14 
 
14 de 90| www.direcaoconcursos.com.br 
Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
CESPE – TRE-PI – Analista Judiciário - Área Administrativa – 2016 
A amortização de dívida flutuante ocorre em prazo superior a doze meses. 
Comentários: 
Nada disso! Olha só o que a gente conversou na parte teórica: a dívida flutuante corresponde aos passivos financeiros 
exigíveis em prazo inferior a 12 meses, que não necessitam de autorização orçamentária para o seu pagamento. A 
amortização da dívida consolidada (ou fundada) é que ocorre em prazo superior a 12 meses. 
Gabarito: Errado 
CESPE – Procurador do Ministério Público junto ao TC-DF – 2013 
Um estado da federação incluiu no seu orçamento de 2011 precatórios judiciais de R$ 10 milhões, dos quais 25% foram 
pagos naquele exercício financeiro. Nessa situação, a parcela não paga integra a chamada dívida flutuante, para fins de 
aferição dos limites de endividamento. 
Comentários: 
Na verdade: 
Art. 30, § 7º Os precatórios judiciais não pagos durante a execução do orçamento em que houverem sido incluídos integram a 
dívida consolidada, para fins de aplicação dos limites. 
Veja que esses precatórios integram a dívida consolidada, e não a dívida flutuante! 
Eu disse que adoram fazer confusão entre as duas, não disse? 😄 
Gabarito: Errado 
VUNESP – Prefeitura SJC – Analista em Gestão Municipal – 2018 
Para efeito da Lei de Responsabilidade Fiscal, é adotada a seguinte definição: 
a) operação de crédito é o compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, emissão e aceite de título, aquisição 
financiada de bens e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros. 
b) dívida pública mobiliária é o montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do ente da Federação 
para amortização em prazo superior a doze meses. 
c) dívida pública consolidada ou fundada é a dívida pública representada por títulos emitidos pela União, inclusive os do 
Banco Central do Brasil, Estados e Municípios. 
d) refinanciamento da dívida consolidada é a emissão de títulos para pagamento do principal acrescido da atualização 
monetária. 
e) concessão de garantia é a admissão, o reconhecimento ou a confissão de dívidas pelo ente da Federação. 
Comentários: 
Clássica questão sobre o assunto, especialmente se ela for de múltipla-escolha. Vamos comentar as alternativas: 
a) Correta. Justamente como diz o artigo 29, inciso III. 
b) Errada. Essa é a dívida pública consolidada. 
c) Errada. Essa é a dívida pública mobiliária. 
d) Errada. Refinanciamento da dívida mobiliária que é a emissão de títulos para pagamento do principal acrescido da 
atualização monetária. 
e) Errada. Esse é o conceito de operação de crédito, observe: 
Thiago Lopes -
Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães 
 Aula 14 
 
15 de 90| www.direcaoconcursos.com.br 
Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
Art. 29, § 1o Equipara-se a operação de crédito a assunção, o reconhecimento ou a confissão de dívidas pelo ente da 
Federação, sem prejuízo do cumprimento das exigências dos arts. 15 e 16. 
Concessão de garantia é compromisso de adimplência de obrigação financeira ou contratual assumida por ente da 
Federação ou entidade a ele vinculada (LRF, art. 29, IV). 
Gabarito: A 
Dos Limites da Dívida Pública e das Operações de Crédito 
Primeira informação importante aqui: os limites da dívida pública são definidos em termos de percentual 
da Receita Corrente Líquida (RCL). 
Olha como isso aparece na LRF: 
Art. 30, § 3º Os limites de que tratam os incisos I e II do caput serão fixados em percentual da receita 
corrente líquida para cada esfera de governo e aplicados igualmente a todos os entes da Federação que a 
integrem, constituindo, para cada um deles, limites máximos. 
“Ah, professor. Eu já sabia disso, porque você já me disse que todos limites da LRF (exceto os Restos a Pagar) 
têm como parâmetro a RCL.” 
Ah! Muito bem! Estou muito orgulhoso! 😍 
Agora a segunda informação importante: os limites da dívida pública não estão na LRF! 😊 
“O QUE?! 😳 Como assim, professor? Estamos estudando a LRF, que fala de forma extenuante sobre dívida 
pública, mas os limites da dívida pública não estãolá?” 🤨 
É isso mesmo! Diferentemente dos limites de despesa total com pessoal (arts. 19 e 20), os limites 
máximos para os montantes da dívida pública consolidada e mobiliária não estão expressos na LRF! 
“Se não estão lá, então onde estão?” 🤔 
Ah! Aí depende... ☺ 
“Lá vem o professor complicar as coisas...” 😒 
Calma! Vou é descomplicar! 😅 
Primeiro vejamos a regra na própria LRF: 
Art. 30. No prazo de noventa dias após a publicação desta Lei Complementar, o Presidente da República 
submeterá ao: 
I - Senado Federal: proposta de limites globais para o montante da dívida consolidada da União, 
Estados e Municípios, cumprindo o que estabelece o inciso VI do art. 52 da Constituição, bem como de 
limites e condições relativos aos incisos VII, VIII e IX do mesmo artigo; 
II - Congresso Nacional: projeto de lei que estabeleça limites para o montante da dívida mobiliária 
federal a que se refere o inciso XIV do art. 48 da Constituição, acompanhado da demonstração de sua 
adequação aos limites fixados para a dívida consolidada da União, atendido o disposto no inciso I do § 1o 
deste artigo. 
Thiago Lopes -
Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães 
 Aula 14 
 
16 de 90| www.direcaoconcursos.com.br 
Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
Então, os limites globais para o montante da dívida consolidada serão definidos por Resolução do 
Senado Federal, com base no artigo 52 da CF/88, observe: 
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: (...) 
VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida 
consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
Repare que é uma competência privativa (deveria estar escrito “exclusiva”, mas tudo bem) do Senado 
Federal, por isso não há sanção do Presidente da República aqui. O Presidente da República (só ele) fará a 
proposta, mas ele não sancionará nada, porque esses limites não são estabelecidos por lei, mas sim por 
Resolução do Senado Federal. 
Ah! Já que estamos aqui, aproveito para dizer que o também compete privativamente ao Senado 
Federal (volte lá e veja o finalzinho do inciso I do artigo 30 da LRF, que coloquei acima): 
CF/88, Art. 52. (...) 
VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo 
Poder Público federal; 
VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito 
externo e interno; 
IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios; 
Agora, os limites para o montante da dívida mobiliária federal são definidos por meio de lei federal, 
cabendo ao Congresso Nacional dispor sobre a matéria. Portanto, aqui há sim a sanção do Presidente da 
República (observação: essa lei ainda não foi editada): 
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para 
o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente 
sobre: (...) 
XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal. 
Pronto! Agora você tem que prestar atenção aos entes e ao tipo de dívida pública (consolidada ou 
mobiliária), porque as questões simplesmente adoram confundir o candidato aqui. 😬 
Mas eu vou lhe dar uma dica que vai fazer você acertar todas as questões sobre o assunto (nunca mais 
você vai se confundir): 😄 
Dica do professor Sérgio 
Falou em dívida consolidada (de qualquer ente), é Resolução do Senado Federal. 
Falou em dívida mobiliária dos Estados e Municípios, é Resolução do Senado Federal. 
Agora: falou em dívida mobiliária federal (da União), é lei que passa pelo Congresso Nacional. 
Thiago Lopes -
Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães 
 Aula 14 
 
17 de 90| www.direcaoconcursos.com.br 
Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
Tranquilo? 😄 
É tudo igual, exceto a dívida mobiliária da União. 😏 
E... 
• Se for para o Senado Federal, não há sanção; 
• Se for para o Congresso Nacional, há sanção. 
Ah! Vale destacar também que embora haja essa divergência sobre haver sanção presidencial, quanto a 
proposta não há nada disso: a proposta é sempre do Presidente da República, porque a LRF diz que ele 
submeterá ao Senado Federal uma proposta de limites globais para o montante da dívida consolidada da 
União, Estados e Municípios e submeterá ao Congresso Nacional projeto de lei que estabeleça limites para o 
montante da dívida mobiliária federal. 😉 
Esses esquemas vão facilitar sua vida: 
 
 
“Beleza, professor. Deu pra entender direitinho. Agora me diz: quais são os limites da dívida pública?” 🧐 
Primeiramente: eles não costumam aparecer em prova, então não precisa quebrar muito a cabeça para 
memorizá-los. O que mais cai em prova sobre esse assunto é isso que acabamos de ver e o que veremos sobre 
a recondução da dívida aos limites. 
 
 
 
 
Dívida pública
Mobiliária
União
Congresso 
Nacional
(sanção 
presidencial)
Estados e 
Municípios Senado Federal
Consolidada União, Estados e Municípios Senado Federal
• Dívida mobiliária federal
Congresso 
Nacional
(sanção presidencial)
• Dívida mobiliária dos Estados e Municípios
• Dívida Consolidada da União, Estados e Municípios
• Operações de crédito externo e interno
• Concessão de garantia (da União)
Senado Federal
Thiago Lopes -
Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães 
 Aula 14 
 
18 de 90| www.direcaoconcursos.com.br 
Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
Então, vamos finalmente conhecer os limites da dívida consolidada (ou fundada): 
Ente 
Limites da dívida consolidada 
(DCL/RCL) 
% 
União 3,5 350% 
Estados e DF 2,0 200% 
Municípios 1,2 120% 
A segunda coluna é igual à terceira. É só multiplicar por 100. 😉 
“Professor, por que você marcou o limite da União em vermelho?” 🤔 
Porque o Brasil é um país muito organizado e eficiente (#sóquenão). Por isso, esse limite ainda não foi 
definido! Ele consta somente de um projeto de Resolução do Senado Federal (projeto 84/2007). 
“Professor, a LRF foi publicada no ano 2000. Esse projeto de Resolução do Senado Federal é de 2007. E você 
está me dizendo que ele não foi aprovado ainda?” 😳 
É exatamente isso que eu estou lhe dizendo! 😅 
Então, por mais incrível que pareça: até hoje, a União não possui limite de endividamento! ☝ 
Já os Estados e Municípios não tiveram a mesma sorte. Logo em 2001 (um ano após a publicação da LRF), 
foi editada a Resolução 40 do Senado Federal que definiu os seus limites de endividamento: 
• Estados = 2,0 
• Municípios = 1,2 
Detalhe é que lei estadual ou municipal poderá fixar limites inferiores a esses definidos na Resolução do Senado Federal. 
Isso vale para os limites da dívida consolidada, da dívida mobiliária, das operações crédito e das concessões de garantia). 
Portanto, por exemplo, lei estadual do Estado de São Paulo pode definir limite de dívida consolidada para esse Estado em 
1,8. É como se o Estado estivesse dizendo: “eu sou muito responsável, não preciso de um limite tão grande assim. Tanto 
que vou diminuir o meu próprio limite”. Agora, a lei estadual não pode é definir um limite maior do que o estabelecido. 
“Certo, mas 2,0 e 1,2 de quê, professor? Como esse limite é calculado?” 🧐 
O cálculo é o seguinte: vamos comparar a Dívida Consolidada Líquida (DCL) com a Receita Corrente 
Líquida (RCL). 
“Mas o que é Dívida Consolidada Líquida, professor?” 
É o montante total das obrigações financeiras do estado deduzidas: 
• as disponibilidades de caixa; 
• as aplicações financeiras; e 
• os demais haveres financeiros. 
Nada melhor do que um exemplo para aprender isso aqui, não é? 😄 
Thiago Lopes -
Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães 
 Aula 14 
 
19 de 90| www.direcaoconcursos.com.br 
AdministraçãoFinanceira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
Considere que um município em que: 
• Receita Corrente Líquida (RCL) = 4.500 
• Dívida Consolidada Bruta = 10.000 
• Disponibilidades de caixa = 700 
• Aplicações financeiras = 300 
Então vamos calcular nossa Dívida Consolidada Líquida (DCL): 10.000 – (700 + 300) = 9.000. 
Ok, agora vamos comparar esse valor com a Receita Corrente Líquida (RCL), dividindo o primeiro pelo 
segundo. Assim: 
𝐷í𝑣𝑖𝑑𝑎	𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒	𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎	(𝐷𝐶𝐿)
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎	𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒	𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎	(𝑅𝐶𝐿)
=
9.000
4.500
= 2	𝑜𝑢	200% 
“Vixe, professor! O exemplo é de um município. O limite da dívida para municípios é de 1,2 ou 120%. 
Extrapolou muito o limite! E agora?” 😳 😬 
Agora chegamos na outra parte interessante sobre esse assunto! 😃 
Da Recondução da Dívida aos Limites 
Lembra o que acontece quando o ente está acima do limite da despesa total com pessoal? 🤔 
O percentual excedente (somente o excedente) terá de ser eliminado nos 2 quadrimestres seguintes 
(afinal, a verificação do cumprimento é feita a cada quadrimestre, vide art. 22, caput, da LRF), sendo pelo 
menos 1/3 desse excedente eliminado logo no 1º quadrimestre! 
Gosto de comparar o prazo para recondução das despesas com pessoal aos limites com uma partida de 
futebol, que possui dois tempos. É como se você tivesse que ganhar o jogo de 3 a 0, sendo que tem que terminar 
o 1º tempo ganhando de, pelo menos, 1 a 0 (um terço). 
 
Pois é... 
Agora, a regra para a recondução da dívida aos limites é parecida, porém diferente. Por isso que as 
questões simplesmente amam confundir os candidatos nesse ponto. Elas vão misturar os prazos e os 
percentuais. Você vai ver... 😬 
Mas não se preocupe! Eu vou lhe ajudar! 😄 
Tempo
D
es
pe
sa
 c
om
 P
es
so
al
Limite Máximo 
(100%)
1º quadr.
Pelo menos 1/3 do excedente 
no 1º quadr.Excedente
2º quadr.
Tem que ganhar de 3 a 0, 
terminando o 1º tempo ganhando, 
pelo menos, de 1 a 0.
Partida de futebol
Thiago Lopes -
Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães 
 Aula 14 
 
20 de 90| www.direcaoconcursos.com.br 
Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
É o seguinte: se na recondução das despesas com pessoal você tinha que pensar numa partida de futebol, 
aqui na recondução da dívida você tem que pensar numa partida de hóquei no gelo! 😅 
Uma partida de hóquei no gelo não possui 2, mas sim 3 períodos. E agora você tem que ganhar o jogo de 
4 a 0 (e não de 3 a 0), sendo que deve terminar o primeiro período ganhando, pelo menos, de 1 a 0 (25%). 
 
Olha aqui o artigo da LRF para você não dizer que estou mentindo: 
Art. 31. Se a dívida consolidada de um ente da Federação ultrapassar o respectivo limite ao final de um 
quadrimestre, deverá ser a ele reconduzida até o término dos três subsequentes, reduzindo o excedente 
em pelo menos 25% (vinte e cinco por cento) no primeiro. 
Veja que aqui o ente também tem que mostrar serviço! 😤 Também tem que mostrar que está tratando o 
assunto com a devida seriedade. Não pode começar desleixado, “fazendo corpo mole”. Só que em vez de 
eliminar o excedente nos 2 quadrimestres seguintes (sendo pelo menos 1/3 desse excedente eliminado logo no 
1º quadrimestre), o ente deverá eliminar o excedente nos 3 quadrimestres seguintes (sendo pelo menos 25% 
desse excedente eliminado logo no 1º quadrimestre). 
 
“Por que aqui na dívida também tem essa história de quadrimestre, professor?” 
Porque para fins de verificação do atendimento do limite, a apuração do montante da dívida consolidada 
também será efetuada ao final de cada quadrimestre (LRF, art. 30, § 4º). Mas fique atento, porque: 
Tempo
M
on
ta
nt
e 
de
 d
ív
id
a 
co
ns
ol
id
ad
a
Limite Máximo 
(100%)
1º quadr.
Pelo menos 25% do 
excedente no 1º quadr.Excedente
2º quadr.
Tem que ganhar de 4 a 0, terminando 
o 1º período ganhando, pelo menos, 
de 1 a 0.
Partida de hóquei no gelo
3º quadr.
Retorno de despesas aos 
limites
Despesas com 
pessoal
2 quadrimestres 
seguintes
pelo menos 1/3 no 
primeiro
Dívida
3 quadrimestres 
subsequentes
pelo menos 25% no 
primeiro
Thiago Lopes -
Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães 
 Aula 14 
 
21 de 90| www.direcaoconcursos.com.br 
Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
Art. 31, § 4o O Ministério da Fazenda divulgará, mensalmente, a relação dos entes que tenham 
ultrapassado os limites das dívidas consolidada e mobiliária. 
Atenção para o responsável por fazer isso e para o prazo: é o Ministério da Fazenda. E é mensalmente. 
Trata-se somente da divulgação da relação dos entes que tenham ultrapassado os limites. 
“Beleza, professor. Mas me diz uma coisa: digamos que um ente tenha extrapolado o seu limite da dívida. E 
agora? Continua tudo normal, como se nada tivesse acontecido, ou ele vai sofrer algumas restrições?” 🤓 
Que excelente pergunta! A resposta é: enquanto perdurar esse excesso, ele vai sofrer restrições! Olha 
só: 
Art. 31, § 1o Enquanto perdurar o excesso, o ente que nele houver incorrido: 
I - estará proibido de realizar operação de crédito interna ou externa, inclusive por antecipação de receita, 
ressalvado o refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária; 
II - obterá resultado primário necessário à recondução da dívida ao limite, promovendo, entre outras 
medidas, limitação de empenho, na forma do art. 9o. 
Duas informações interessantes aqui: 
• O ente está proibido de realizar operação de crédito, mas se essa operação de crédito for para 
refinanciar o principal atualizado da dívida mobiliária, então ela é permitida! 
• O ente tem que obter resultado primário (receitas não financeiras – despesas não financeiras) 
necessário à recondução da dívida ao limite. E para isso, ele promoverá, entre outras medidas, a 
limitação de empenho (que está lá no artigo 9º da LRF). 
Ora mais! O ente está achando que ultrapassar o limite da dívida não é coisa séria? 😤 
“Como é que eu memorizo isso, professor?” 🤔 
Ah, aí só rezando. Reze! Ou melhor: O Re 7 
O Re 7 
Onde: 
• O: Operação de crédito 
• Re: Resultado primário 
“Tá. E o que acontece se o ente não reconduzir a dívida aos limites nesse prazo?” 🤔 
Uh! Nesse caso, além das restrições que ele já vinha sofrendo, ficará também impedido de receber 
transferências voluntárias da União ou do Estado. Vamos ver: 
Art. 31, § 2o Vencido o prazo para retorno da dívida ao limite, e enquanto perdurar o excesso, o ente ficará 
também impedido de receber transferências voluntárias da União ou do Estado. 
Thiago Lopes -
Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães 
 Aula 14 
 
22 de 90| www.direcaoconcursos.com.br 
Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
Lembrando sempre que o bicho que pega na LRF é um cachorrinho fofinho! 😅 O ente ainda pode receber 
transferências voluntárias relativas a ações de educação, saúde e assistência social (assistência social! Não é 
“segurança”). Isso está lá no artigo 25, § 3º: 
Art. 25, § 3º Para fins da aplicação das sanções de suspensão de transferências voluntárias constantes 
desta Lei Complementar, excetuam-se aquelas relativas a ações de educação, saúde e assistência 
social. 
Agora olha esse esquema aqui que você vai entender direitinho essa questão dos prazos: 
 
Vamos relembrar o exemplo que utilizamos no tópico anterior (é bom ter um exemplo numérico para 
fixar): o limite da dívida para municípios é de 1,2 ou 120%, mas o município do nosso exemplo estava com dívida 
de 200%! Isso significa que ele estava com 80% de excesso. Esse excesso deverá ser eliminado nos 3 
quadrimestres subsequentes, sendo 25%, ou seja, =>%
?
= 20%, eliminado logo no primeiro quadrimestre. 
Enquanto o ente não reduzir a dívida de 200% para 120%, isto é, enquanto perdurar o excesso, ela 
sofrerá restrições (O Re 7). 
E se o município não conseguir reduzir a dívida dentro desse prazo, além das restrições que ele já vinha 
sofrendo, ficará também impedido de receber transferências voluntárias da União ou do Estado.Prazos (e exceções aos prazos) para redução da dívida 
Lembra daquelas regras dos prazos para redução das despesas com pessoal? 🤔 
Pois é. As regras para a dívida pública são muito parecidas! Somente alguns detalhes mudam. Vejamos, 
primeiro, as semelhanças: 
Tempo
M
on
ta
nt
e 
de
 d
ív
id
a 
co
ns
ol
id
ad
a
1º quadr. 2º quadr.
Enquanto perdurar o excesso
3º quadr.
Operação de Crédito (inclusive ARO), 
exceto refinanciamento do principal 
atualizado da dívida mobiliária
Obterá Resultado Primário para 
recondução (limitação de empenho)
Vencido o prazo e enquanto perdurar o excesso
Operação de Crédito (inclusive ARO), 
exceto refinanciamento do principal 
atualizado da dívida mobiliária
Obterá Resultado Primário para 
recondução (limitação de empenho)
Impedido de receber transferências 
voluntárias da União ou Estado
Salvo TV’s destinadas a ações nas áreas de:
• Educação
• Saúde
• Assistências Social
!
Thiago Lopes -
Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães 
 Aula 14 
 
23 de 90| www.direcaoconcursos.com.br 
Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
• As restrições aplicam-se imediatamente se o montante da dívida exceder o limite no primeiro 
quadrimestre do último ano do mandato do Chefe do Poder Executivo (LRF, art. 31, § 3º): se já 
estamos no último ano do mandato, não dá para esperar, pois não se pode deixar uma “herança 
maldita” para o sucessor! 😤; 
• Na ocorrência de calamidade pública, estado de defesa ou de sítio, a contagem dos prazos será 
suspensa (LRF, art. 65); 
• No caso de crescimento real baixo ou negativo do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, 
regional ou estadual por período igual ou superior a quatro trimestres, os prazos serão duplicados 
(LRF, art. 66). Lembrando que “entende-se por baixo crescimento a taxa de variação real 
acumulada do Produto Interno Bruto inferior a 1% (um por cento), no período correspondente aos 
quatro últimos trimestres” (LRF, art. 66, § 1º). 
Até aqui tudo igual às regras da recondução das despesas com pessoal ao limite. 😉 
Só que existe uma regra que se aplica somente para o retorno da dívida aos limites estabelecidos. Aqui 
está ela (LRF): 
Art. 66, § 4o Na hipótese de se verificarem mudanças drásticas na condução das políticas monetária e 
cambial, reconhecidas pelo Senado Federal, o prazo referido no caput do art. 31 poderá ser ampliado em 
até quatro quadrimestres. 
“Legal, professor. E aquela história de as restrições não se aplicarem aos Municípios em caso de queda de 
receita real superior a 10%?” 🤓 
Ah! Muito bem! Essa alteração, feita em 2018 (pela LC 164/18), aplica-se somente para as despesas com 
pessoal! Não se aplica para a dívida pública, ok? É tanto que esses parágrafos foram inseridos no artigo 23 da 
LRF, dentro da seção II: das despesas com pessoal. 😏 
Portanto, ficamos assim: 
 
Prazos para 
recondução da 
dívida pública
Imediatamente
Se estivermos no primeiro 
quadrimestre do último ano do 
mandato 
Suspensos
Calamidade pública
Estado de defesa ou de sítio
Duplicados crescimento real baixo ou negativo do (PIB)
Ampliados em 
até 4 
quadrimestres
mudanças drásticas na condução 
das políticas monetária e cambial
Thiago Lopes -
Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães 
 Aula 14 
 
24 de 90| www.direcaoconcursos.com.br 
Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
Agora se liga nesse comparativo: 
 
Último ano de 
mandato 
Calamidade ou 
estado de 
defesa/sítio 
Queda de 
receita real 
superior a 10% 
Mudanças drásticas na 
condução das políticas 
monetária e cambial 
Despesa total 
com pessoal 
Restrições aplicam-
se imediatamente 
Prazo duplicado 
Restrições não 
se aplicam 
- 
Dívida 
consolidada 
Restrições aplicam-
se imediatamente 
Prazo duplicado - 
Prazo ampliado até 4 
quadrimestres 
Questões para fixar 
CESPE – Procurador do Município de João Pessoa – 2018 
Os limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos estados e dos municípios são estipulados por meio 
de 
a) lei de iniciativa do Congresso Nacional. 
b) lei de iniciativa do presidente da República. 
c) decreto do presidente da República. 
d) resolução do Congresso Nacional. 
e) resolução do Senado Federal. 
Comentários: 
Falou em dívida consolidada? Então é resolução do Senado Federal. Simples assim! 😏 
Gabarito: E 
FCC – TCE-CE – Procurador de Contas – 2015 
Os limites globais e condições para o montante da dívida pública mobiliária dos Estados, Distrito Federal e Municípios são 
fixados por Resolução do Senado Federal, em percentual da receita corrente líquida de cada esfera de governo e aplicados 
igualmente a todos os entes da Federação que a integrem, constituindo, para cada um deles, limites máximos. 
Comentários: 
De qual dívida estamos falando? Mobiliária. Então temos que tomar cuidado aqui. ☝ 
Se for dívida mobiliária federal (da União), então estamos diante de uma lei que passará pelo Congresso Nacional e pela 
sanção presidencial. Agora, se for dívida mobiliária dos Estados, Distrito Federal e Municípios, então será o mesmo para a 
dívida consolidada: resolução do Senado Federal. 
“E quanto ao resto da questão, professor?” 
Está igualzinho ao que está na LRF: os limites são mesmo definidos em percentual da Receita Corrente Líquida (RCL), 
serão definidos cada esfera de governo e aplicados igualmente a todos os entes da Federação que a integrem, 
constituindo, para cada um deles, limites máximos (LRF, art. 30, § 3º). 
Gabarito: Certo 
Thiago Lopes -
Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães 
 Aula 14 
 
25 de 90| www.direcaoconcursos.com.br 
Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
CESPE – TCE-PA – Auditor de Controle Externo – 2016 
A União pode realizar operações de crédito por meio da emissão de títulos, mas, nesse caso, deverá observar o limite da 
dívida mobiliária federal definido pelo Senado Federal. 
Comentários: 
Já entendeu que as questões adoram perguntar sobre isso, não é? 😄 
Os limites globais para o montante da dívida consolidada e da dívida mobiliária de todos os entes serão definidos por 
resolução do Senado Federal, exceto os limites para o montante da dívida mobiliária federal, que serão objeto de projeto 
de lei e deverão passar pelo Congresso Nacional e pela sanção presidencial. 
E a questão falou justamente de qual? Da dívida mobiliária federal. Só que ela disse que o limite seria definido pelo Senado 
Federal e isso a tornou errada! 😤 
Gabarito: Errado 
FGV – SEFAZ-RJ - Analista de Controle Interno – 2011 
No tocante à dívida pública, caso ela ultrapasse os limites definidos na LRF, o percentual excedente deverá ser eliminado 
A) nos dois semestres seguintes. 
B) nos dois quadrimestres seguintes. 
C) nos três quadrimestres seguintes. 
D) nos três quadrimestres seguintes, com pelo menos metade no primeiro. 
E) nos dois quadrimestres seguintes, com pelo menos dois terços no primeiro. 
Comentários: 
Estamos falando de despesas com pessoal ou dívida pública? 
Dívida pública! Então aqui é o jogo de hóquei! 🏒 
Uma partida de hóquei no gelo possui 3 períodos. Você tem que ganhar o jogo de 4 a 0, sendo que deve terminar o primeiro 
período ganhando, pelo menos, de 1 a 0 (25%). 
Veja só a regra na LRF: 
Art. 31. Se a dívida consolidada de um ente da Federação ultrapassar o respectivo limite ao final de um quadrimestre, 
deverá ser a ele reconduzida até o término dos três subsequentes, reduzindo o excedente em pelo menos 25% (vinte e cinco 
por cento) no primeiro. 
Perceba como as alternativas D ainda tentou confundir o candidato. Mas a redução deve ser de pelo menos 25% no 
primeiro quadrimestre (e não metade). 
E a alternativa E trouxe a regra para a recondução das despesas com pessoal, com um erro ainda: não é dois terços no 
primeiro quadrimestre. É um terço. 
Gabarito: C 
CESPE – TCU - Procurador do Ministério Público – 2015 
Na hipótese de se verificarem mudanças drásticas na condução das políticas monetária e cambial, reconhecidaspelo 
presidente da República, o prazo de recondução da dívida pública consolidada aos limites de endividamento poderá ser 
ampliado em até quatro quadrimestres, conforme resolução do Senado Federal. 
Comentários: 
Thiago Lopes -
Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães 
 Aula 14 
 
26 de 90| www.direcaoconcursos.com.br 
Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
É. Na hipótese de se verificarem mudanças drásticas na condução das políticas monetária e cambial, o prazo de 
recondução da dívida pública consolidada aos limites de endividamento poderá ser ampliado em até quatro 
quadrimestres. 
Só que quem reconhece essas mudanças drásticas não é o presidente da República (como afirmou a questão), é o Senado 
Federal! ☝ 
Observe: 
Art. 66, § 4o Na hipótese de se verificarem mudanças drásticas na condução das políticas monetária e cambial, reconhecidas 
pelo Senado Federal, o prazo referido no caput do art. 31 poderá ser ampliado em até quatro quadrimestres. 
Gabarito: Errado 
FCC – TCE-CE - Procurador de Contas – 2015 
Em havendo excesso nos limites da dívida pública consolidada ao final de um quadrimestre, deverá ser promovida sua 
recondução aos limites. Durante o período em que perdurar o excesso, o ente não poderá limitar os empenhos para 
despesas que estão previstas no orçamento anual. 
Comentários: 
Não poderá limitar empenhos? É justamente o contrário! Ele tem que obter resultado primário necessário à recondução 
da dívida ao limite, promovendo, entre outras medidas, limitação de empenho, na forma do art. 9º da LRF. Isso está lá no 
artigo 31, § 1º, da LRF. 
Gabarito: Errado 
 
Thiago Lopes -
Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães 
 Aula 14 
 
27 de 90| www.direcaoconcursos.com.br 
Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
Das Operações de Crédito 
Da Contratação 
Vamos começar relembrando o que é uma operação de crédito? 😄 
Operação de crédito é um compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito, 
emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes da 
venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o 
uso de derivativos financeiros (LRF, art. 29, III). 
Além disso, equipara-se a operação de crédito a assunção, o reconhecimento ou a confissão de dívidas 
pelo ente da Federação (LRF, art. 29, § 1º). 
E também... 
Art. 37. Equiparam-se a operações de crédito e estão vedados: 
I - captação de recursos a título de antecipação de receita de tributo ou contribuição cujo fato gerador 
ainda não tenha ocorrido, sem prejuízo do disposto no § 7o do art. 150 da Constituição; 
II - recebimento antecipado de valores de empresa em que o Poder Público detenha, direta ou 
indiretamente, a maioria do capital social com direito a voto, salvo lucros e dividendos, na forma da 
legislação; 
III - assunção direta de compromisso, confissão de dívida ou operação assemelhada, com fornecedor de 
bens, mercadorias ou serviços, mediante emissão, aceite ou aval de título de crédito, não se aplicando 
esta vedação a empresas estatais dependentes; 
IV - assunção de obrigação, sem autorização orçamentária, com fornecedores para pagamento a 
posteriori de bens e serviços. 
“Aff, professor! Tanta coisa. Por que tudo isso é considerado operação de crédito?” 😩 
Porque todas elas possuem a mesma essência: elas geram um passivo que aumenta o endividamento e a 
dívida consolidada ou correspondem a riscos diferidos no tempo que podem gerar cobrança de juros e demais 
encargos financeiros. 😉 
Pois bem... 
A essa altura do campeonato, você já entendeu que contrair dívida é coisa séria. Feita de maneira 
irresponsável, a contratação de operações de crédito pode trazer graves consequências. Logo, isso não é algo 
que se faz sem cautela, sem estudos, e sem autorizações. Não é uma decisão fácil como acordar e decidir ir à 
praia. 😅 
Assim, o ente interessado em realizar uma operação de crédito deve atender algumas condições, seguir 
algumas regras. E elas estão no artigo 32 da LRF. Vamos ver? 😄 
Art. 32. O Ministério da Fazenda verificará o cumprimento dos limites e condições relativos à realização 
de operações de crédito de cada ente da Federação, inclusive das empresas por eles controladas, direta 
ou indiretamente. 
Thiago Lopes -
Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães 
 Aula 14 
 
28 de 90| www.direcaoconcursos.com.br 
Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
Atenção para quem realizará essa verificação: é o Ministério da Fazenda. Não é o Tribunal de Contas, 
não é o Banco Central, não é o Poder Legislativo... é o Ministério da Fazenda! 😉 
§ 1º O ente interessado formalizará seu pleito fundamentando-o em parecer de seus órgãos técnicos e 
jurídicos, demonstrando a relação custo-benefício, o interesse econômico e social da operação e o 
atendimento das seguintes condições: 
I - existência de prévia e expressa autorização para a contratação, no texto da lei orçamentária, em 
créditos adicionais ou lei específica; 
II - inclusão no orçamento ou em créditos adicionais dos recursos provenientes da operação, exceto no 
caso de operações por antecipação de receita; 
III - observância dos limites e condições fixados pelo Senado Federal; 
IV - autorização específica do Senado Federal, quando se tratar de operação de crédito externo; 
V - atendimento do disposto no inciso III do art. 167 da Constituição; (regra de ouro) 
VI - observância das demais restrições estabelecidas nesta Lei Complementar. 
 
Um ente quer fazer uma operação de crédito? Então ele vai ter que pleitear isso! 🧐 
“E como eles fazem esse pleito, professor?” 
Por meio de um parecer de seus órgãos técnicos e jurídicos. Esse parecer terá que demonstrar: 
• a relação custo-benefício; 
• o interesse econômico e social da operação; e 
• o atendimento das condições listadas nos incisos do § 1º do artigo 32 da LRF. 
Condições para 
contratação de 
operação de crédito
prévia e expressa autorização para 
contratação (na LOA, créd. adic. ou lei 
específica)
inclusao no orçamento dos recursos 
provenientes da operação (exceto ARO)
limites e condições (fixados pelo Senado 
Federal)
autorização específica do Senado Federal 
(operação de crédito externo)
regra de ouro 💰
Thiago Lopes -
Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães 
 Aula 14 
 
29 de 90| www.direcaoconcursos.com.br 
Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
Viu como não é moleza? 😅 
E para aumentar ainda mais a segurança dessa operação, a LRF estabeleceu que: 
Art. 33. A instituição financeira que contratar operação de crédito com ente da Federação, exceto quando 
relativa à dívida mobiliária ou à externa, deverá exigir comprovação de que a operação atende às 
condições e limites estabelecidos. 
Já que essa regra não se aplica à dívida mobiliária ou à operação de crédito externa, concluímos que a 
instituição financeira que contratar operação de crédito interna com ente da Federação é que deverá exigir 
essa comprovação. 😉 
Preste atenção! 
A instituição financeira que contratar operação de crédito com ente da Federação relativa à dívida mobiliária ou à 
externa, não precisará exigir comprovação de que a operação atende às condições e limites estabelecidos 
“E se a instituição financeira não exigir essa comprovação, professor? E se as demais regras também não 
forem respeitadas? O que acontece?" 
Olha só o que acontece: 
Art. 33, § 1º A operação realizada com infração do disposto nesta Lei Complementar será considerada nula, 
procedendo-se ao seu cancelamento, mediante a devolução do principal, vedados o pagamento de juros 
e demais encargos financeiros. 
A operação de crédito será considerada nula! Será cancelada! O principal terá que ser devolvido, mas o 
pagamento de juros e demais encargos financeiros é vedado (a pegadinha é aqui! Cuidado!). 😤 
E essa regra vale para todas as operações de crédito, ok? 😏Preste atenção! 
Toda operação de crédito realizada com infração às regras da LRF será considerada nula e 
cancelada 
Vale destacar também que: 
Art. 33, § 2º Se a devolução não for efetuada no exercício de ingresso dos recursos, será consignada reserva 
específica na lei orçamentária para o exercício seguinte. 
Art. 33, § 3º Enquanto não efetuado o cancelamento, a amortização, ou constituída a reserva, aplicam-se 
as sanções previstas nos incisos do § 3o do art. 23. 
Que sanções são essas? 😄 São aquelas nossas velhas conhecidas: 
Art. 23, § 3º Não alcançada a redução no prazo estabelecido, e enquanto perdurar o excesso, o ente não 
poderá: 
Thiago Lopes -
Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães 
 Aula 14 
 
30 de 90| www.direcaoconcursos.com.br 
Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
I - receber transferências voluntárias; 
II - obter garantia, direta ou indireta, de outro ente; 
III - contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária 
e as que visem à redução das despesas com pessoal. 
Lembre-se do mnemônico: 
OGTv 
É como se fosse o Instagram TV (IGTV), mas com a letra “O”: OGTv. 😅 
Onde: 
• O: Operações de crédito; 
• G: Garantia; 
• T: Transferências voluntárias. 
“Professor, mas que coisa complicada! Sempre é assim? Sempre tem que passar por tudo isso?” 😕 
Não! Nem sempre é assim: 😅 
§ 2o As operações relativas à dívida mobiliária federal autorizadas, no texto da lei orçamentária ou de 
créditos adicionais, serão objeto de processo simplificado que atenda às suas especificidades. 
“Tá certo, professor. Agora só mais uma pergunta: quanto tempo leva para verificar o atendimento desses 
limites e condições?” 🤔 
De 90 a 270 dias. 😉 Observe a regra: 
Art. 32, § 6º O prazo de validade da verificação dos limites e das condições de que trata este artigo e da 
análise realizada para a concessão de garantia pela União será de, no mínimo, 90 (noventa) dias e, no 
máximo, 270 (duzentos e setenta) dias, a critério do Ministério da Fazenda. (Incluído pela Lei 
Complementar nº 159, de 2017) 
Percebeu que o dispositivo foi incluído por uma Lei Complementar de 2017? Você sabe que as bancas adoram novidades, 
não é? Então fique de olho! 👁 
Agora, só para completar, quero deixar registrada aqui mais dois parágrafos do artigo 32: 
Art. 32, § 4º Sem prejuízo das atribuições próprias do Senado Federal e do Banco Central do Brasil, o 
Ministério da Fazenda efetuará o registro eletrônico centralizado e atualizado das dívidas públicas 
interna e externa, garantido o acesso público às informações, que incluirão: 
I - encargos e condições de contratação; 
II - saldos atualizados e limites relativos às dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito e 
concessão de garantias. 
Thiago Lopes -
Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães 
 Aula 14 
 
31 de 90| www.direcaoconcursos.com.br 
Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
Atenção para quem é o responsável por fazer esse registro: o Ministério da Fazenda! ☝ 
Lembre-se que a transparência é um dos pilares da LRF (art. 1º, § 1º). 
Art. 32, § 5º Os contratos de operação de crédito externo não conterão cláusula que importe na 
compensação automática de débitos e créditos. 
Regra de ouro 
Vamos rapidamente recordar a regra de ouro? Ela está lá na CF/88, olha só: 
Art. 167. São vedados: (...) 
III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas 
as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo 
Poder Legislativo por maioria absoluta; 
Em resumo: as operações créditos devem ser menores ou iguais às despesas de capital. As operações de 
créditos que excedam o montante das despesas de capital estão vedadas! 🚫 
 
Regra de ouro: OC £ DK 
A mensagem que essa regra passa é que o endividamento só pode ser admitido para a realização de 
investimento ou abatimento da dívida. A ideia é evitar o endividamento para financiar despesas correntes. 
E por que eu estou falando dessa regra de novo? 🤔 
Porque eu quero enfatizar que ela é uma das condições que o ente deve atender se ele quiser realizar uma 
operação de crédito (LRF, art. 32, § 1º, V. Volte lá e confira!). E porque o artigo 32 da LRF também traz algumas 
regrinhas sobre ela. Senão vejamos: 
§ 3o Para fins do disposto no inciso V do § 1o, considerar-se-á, em cada exercício financeiro, o total dos 
recursos de operações de crédito nele ingressados e o das despesas de capital executadas, observado o 
seguinte: 
I - não serão computadas nas despesas de capital as realizadas sob a forma de empréstimo ou 
financiamento a contribuinte, com o intuito de promover incentivo fiscal, tendo por base tributo de 
competência do ente da Federação, se resultar a diminuição, direta ou indireta, do ônus deste; 
II - se o empréstimo ou financiamento a que se refere o inciso I for concedido por instituição financeira 
controlada pelo ente da Federação, o valor da operação será deduzido das despesas de capital; 
Despesas 
de capital
Operações 
de crédito
Despesas 
correntes!
Thiago Lopes -
Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães 
 Aula 14 
 
32 de 90| www.direcaoconcursos.com.br 
Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
Se o ônus do ente vai ser reduzido por conta de empréstimo a contribuindo com o intuito de promover 
incentivo fiscal, então não vamos computar essa despesa nas despesas de capital para calcular a regra de ouro. 
Entendeu? 😏 
Limites para operações de crédito 
Você lembra que, de acordo com o artigo 52, VII, da CF/88, compete privativamente ao Senado Federal 
dispor sobre limites para as operações de crédito, não é mesmo? Você lembra! 😄 
Então aqui estão eles: 
Ente Limite para operações de crédito (%RCL) 
União 60% 
Estados e DF 16% 
Municípios 16% 
O limite da União foi estabelecido pela Resolução 48/2007 do Senado Federal e os limites dos Estados e 
Municípios foram definidos pela Resolução 43/2001 do Senado Federal. Não que você precise memorizar isso: 
eu só queria lhe dar essa informação e reforçar que todos esses limites são estabelecidos por Resolução do 
Senado Federal, como acabamos de ver. 😉 
Questões para fixar 
FCC – TCE-SP - Auditor do Tribunal de Contas – 2008 
Compete privativamente ao Senado Federal dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em 
operações de crédito externo e interno. 
Comentários: 
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: (...) 
VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal; 
Gabarito: Certo 
FCC – TCE-SP - Auditor do Tribunal de Contas – 2008 
A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação de despesa, incluindo-se na 
proibição a autorização para a contração de operações de crédito por antecipação de receita. 
Comentários: 
De acordo com o princípio da exclusividade, a LOA não conterá matéria estranha à previsão da receita e à fixação da 
despesa. Mas essa é a regra e existem exceções: além da previsão de receitas e fixação de despesas, também poderão 
estar na LOA: autorização para abertura de créditos adicionais suplementares (só os suplementares);e autorização para 
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita orçamentária (ARO). 
Portanto, a autorização para contratação de operações de crédito por ARO não está incluída nessa proibição (como 
afirmou a questão). 
Gabarito: Errado 
Thiago Lopes -
Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães 
 Aula 14 
 
33 de 90| www.direcaoconcursos.com.br 
Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
FCC – TRT - 3ª Região (MG) - Analista Judiciário – 2015 
Com relação às normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidadena gestão fiscal constantes na LC 101/2000, 
na contratação das operações de crédito, é condição a ser atendida pelo ente interessado, entre outras, a existência de 
prévia e expressa autorização 
A) do Senado Federal, quando se tratar de operação de crédito interno. 
B) para a execução, no texto da lei orçamentária, em créditos adicionais ou lei específica. 
C) para a contratação, no texto da lei orçamentária, em créditos adicionais ou lei específica. 
D) do Congresso Nacional, quando se tratar de operação de crédito interno. 
E) para execução, no texto do decreto regulamentador, em créditos adicionais a lei específica. 
Comentários: 
Analisemos as alternativas: 
a) Errada. A autorização específica do Senado Federal é para operação de crédito externo (LRF, art. 32, § 1º, IV). 
b) Errada. Não é para a execução. É para a contratação! 
c) Correta. Agora sim! Tudo de acordo com a LRF, art. 32, § 1º, I). 
d) Errada. Novamente: a autorização específica é do Senado Federal e é para operação de crédito externo. 
e) Errada. Novamente: Não é para a execução. É para a contratação! E também não é em decreto regulamentador, é no 
texto da lei orçamentária, em créditos adicionais ou lei específica. 
Gabarito: C 
CESPE – TCE-RN - Inspetor - Engenharia Civil – 2015 
Se determinada instituição financeira contratar operação de crédito com determinado estado da Federação sem exigir 
comprovação de que a operação atende às condições e limites estabelecidos na Lei de Responsabilidade Fiscal, a operação 
será considerada nula. 
Comentários: 
É isso mesmo: 😃 
Art. 33. A instituição financeira que contratar operação de crédito com ente da Federação, exceto quando relativa à dívida 
mobiliária ou à externa, deverá exigir comprovação de que a operação atende às condições e limites estabelecidos. 
E se não exigir? 🤔 
Art. 33, § 1º A operação realizada com infração do disposto nesta Lei Complementar será considerada nula, procedendo-se ao 
seu cancelamento, mediante a devolução do principal, vedados o pagamento de juros e demais encargos financeiros. 
Gabarito: Certo 
VUNESP – Câmara de Tatuí - SP - Procurador Legislativo – 2019 
Os contratos de operação de crédito externo não conterão cláusula que importe na compensação automática de débitos 
e créditos. 
Comentários: 
Olha só! Igualzinho ao que está escrito na LRF: 
Art. 32, § 5º Os contratos de operação de crédito externo não conterão cláusula que importe na compensação automática 
de débitos e créditos. 
Coloquei essa questão aqui para esse dispositivo não passar desapercebido! 😏 
Gabarito: Certo 
Thiago Lopes -
Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães 
 Aula 14 
 
34 de 90| www.direcaoconcursos.com.br 
Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
Das Vedações 
Em seus artigos 34 a 37, a LRF estabelece algumas vedações às operações de crédito. Já vimos os artigos 
34 e 37, portanto comentarei os artigos 35 e 36. 😉 
Art. 35. É vedada a realização de operação de crédito entre um ente da Federação, diretamente ou por 
intermédio de fundo, autarquia, fundação ou empresa estatal dependente, e outro, inclusive suas 
entidades da administração indireta, ainda que sob a forma de novação, refinanciamento ou postergação 
de dívida contraída anteriormente. 
Em regra, a realização de operação de crédito entre um ente da Federação e outro ente é vedada. Não 
importa se foi diretamente ou por intermédio de fundo, autarquia, fundação ou empresa estatal dependente. 
Não importa se foi sob a forma de novação (transformação de uma dívida em outra, com extinção da antiga), 
refinanciamento ou postergação da dívida contraída anteriormente. É vedada! 
Mas, como toda boa regra, existem exceções. Aperte o cinto e leia com atenção agora: 
§ 1º Excetuam-se da vedação a que se refere o caput as operações entre instituição financeira estatal e 
outro ente da Federação, inclusive suas entidades da administração indireta, que não se destinem a: 
I - financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes; 
II - refinanciar dívidas não contraídas junto à própria instituição concedente. 
Confuso? 😅 
Pois é. Que redação maravilhosa! 😂 É a negação da negação: “excetuam-se as que não se destinem 
refinanciar dívida não contraídas junto à própria instituição concedente”. 
Mas eu vou simplificar para você! 😉 
A realização de operação de crédito entre um ente da Federação e outro ente é vedada. Essa é a regra 
geral. Mas se a operação de crédito for entre instituição financeira estatal e outro ente da Federação e ela 
não se destinar a financiar despesas correntes, então ela será permitida. Isto é: se a operação de crédito for 
entre instituição financeira estatal e outro ente da Federação for para financiar despesas de capital, ela é 
permitida! 
Da mesma forma, se a operação de crédito for entre instituição financeira estatal e outro ente da 
Federação e ela não se destinar a refinanciar dívidas não contraídas junto à própria instituição concedente, 
então ela será permitida. Isto é: se a operação de crédito for entre instituição financeira estatal e outro ente 
da Federação e não se destinar a refinanciar dívidas contraídas junto a outras instituições, ela é permitida! 
Dito ainda de outra forma: se a operação de crédito for entre instituição financeira estatal e outro ente da 
Federação e se destinar a refinanciar dívida contraídas junto à própria instituição concedente, ela é permitida! 
Thiago Lopes -
Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães 
 Aula 14 
 
35 de 90| www.direcaoconcursos.com.br 
Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
 
§ 2º O disposto no caput não impede Estados e Municípios de comprar títulos da dívida da União como 
aplicação de suas disponibilidades. 
Ok: regra geral, a realização de operação de crédito entre um ente da Federação e outro ente é vedada. 
Mas isso não impede que os Estados e Municípios comprem títulos da dívida da União como aplicação de suas 
disponibilidades. 😏 
Preste atenção! 
Estados e Municípios podem comprar títulos da dívida da União como aplicação de suas 
disponibilidades ✅ 
Continuando... 
Art. 36. É proibida a operação de crédito entre uma instituição financeira estatal e o ente da Federação 
que a controle, na qualidade de beneficiário do empréstimo. 
Parágrafo único. O disposto no caput não proíbe instituição financeira controlada de adquirir, no mercado, 
títulos da dívida pública para atender investimento de seus clientes, ou títulos da dívida de emissão da 
União para aplicação de recursos próprios. 
Ente A Ente B
Operação de crédito!
Instituição financeira 
estatal
Financiar despesas 
de capital
Refinanciar dívida 
contraída junto à 
própria instituição 
concedente
Ente B
Operação de crédito
Thiago Lopes -
Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães 
 Aula 14 
 
36 de 90| www.direcaoconcursos.com.br 
Administração Financeira e Orçamentária – 
TCE-RJ 
 
Vamos ver alguns exemplos para facilitar? 😉 
A União não pode realizar operação de crédito com o Banco do Brasil ou com a Caixa Econômica Federal, porque essas 
instituições são controladas pela União. Não há exceção para isso! 
Mas, de acordo com o § 1º do artigo 35, o Banco do Brasil ou a Caixa Econômica Federal podem realizar operação de crédito 
com um Estado ou Município, desde que essa operação se destine a financiar despesas de capital ou refinanciar dívida 
contraída junto a estas mesmas instituições financeiras. 
Questões para fixar 
CEPS – UFPA – Contador – 2018 
É permitida a realização de operação de crédito entre instituição financeira estatal e outro ente da Federação, inclusive 
suas entidades da administração indireta, que não se destinem a refinanciar dívidas não contraídas junto à própria 
instituição concedente. 
Comentários: 
É! Se a operação de crédito for entre instituição financeira estatal e outro ente da Federação e se destinar a refinanciar 
dívida contraídas junto à própria instituição concedente, ela é permitida! 
Art. 35. É vedada

Continue navegando