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O violão Carlos Walter - CHORO

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O VIOLÃO 
E AS LINGUAGENS VIOLONÍSTICAS DO CHORO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CARLOS WALTER
O VIOLÃO 
E AS LINGUAGENS VIOLONÍSTICAS DO CHORO 
CARLOS H. WALTER 
2015
 
É vedada a reprodução eletrônica 
ou xerográfica desse livro 
sem a autorização expressa do autor. 
 
 
Registrado na Biblioteca Nacional | ISBN nº 978-85-911-3880-7 
© CARLOS H. WALTER 
 
 
Capa, revisão, projeto gráfico e formatação 
CARLOS WALTER 
 
 
FICHA DE CATALOGAÇÃO 
 
WALTER, Carlos. 
 O violão e as linguagens violonísticas do Choro. Uberaba | Belo 
Horizonte, MG: Carlos H. Walter, 2015: edição do livro publicado em 
2010, revista, ampliada e atualizada em 18/04/2016. 
159p. 
 
A imagem da capa é uma pintura em látex de Giselda Walter. O 
fundo da imagem da orelha corresponde à pintura em látex do Sítio 
São Miguel (Oratórios, Minas Gerais) feita por Giselda e 
fotografada por Cloves Walter. A marca d’água retrata os irmãos 
Carlos e Cloves Walter. A imagem de Álvaro em Mariana (Minas 
Gerais) foi tirada por Paulo (in memoriam) e editada por Cloves 
Walter. O retrato de Aníbal, Álvaro e Márcio Walter com uniforme 
da Sociedade Musical União XV de Novembro foi tirado na década 
de 50 por autor desconhecido. Os titulares das logomarcas e das 
referências citadas (livros, artigos, teses, dissertações, ensaios, 
textos eletrônicos, músicas, vídeos, letras e poemas) foram 
devidamente identificados. 
 
 
Dados para a citação conforme a NBR 6023:2002 da Associação Brasileira de 
Normas Técnicas (ABNT): 
 
WALTER, Carlos. O violão e as linguagens violonísticas do choro. Uberaba | 
Belo Horizonte, MG: Carlos H. Walter, 2015: edição do livro 
publicado em 2010, revista, ampliada e atualizada em 18/04/2016. 
159p. 
 
 
Dedico essas linhas aos meus talentosos pais (o maestro 
Álvaro e a artesã Giselda) com homenagens extensivas ao meu filho 
Pedro, à minha esposa Rosana, aos demais familiares, à obra 
literomusical de meus ascendentes (Augusto e Aníbal), ao clube 
do choro de Belo Horizonte, ao violão e seus asseclas (aqui 
representados pelo professor Sérgio Ramos). 
 
A música e o artesanato da Família Walter 
[Fotos | Acervo familiar] 
 
Meu primeiro violão. 
 
A logomarca violonística e niemeyeriana 
do clube do choro de Belo Horizonte 
[Design | Ericson Silva] 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“O violão é um instrumento fácil de se tocar mal 
e difícil de se tocar bem”. 
 
PAGANINI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
FICHA DE CATALOGAÇÃO ................................................................................... 04 
DEDICATÓRIA .................................................................................................... 05 
EPÍGRAFE ........................................................................................................... 07 
APRESENTAÇÃO .................................................................................................. 17 
1ª PARTE 
VIOLÃO: BREVE HISTÓRICO ................................................................................ 19 
HISTÓRIA DO CHORO: ALGUMAS REFERÊNCIAS .................................................. 26 
LICENÇA POÉTICA I ............................................................................................ 28 
 PROFISSÃO DE FÉ ................................................................................... 28 
 VIOLÃO .................................................................................................. 29 
LUTERARIA, ESTRUTURA E CUIDADOS ESPECIAIS ............................................... 30 
MODELOS ........................................................................................................... 35 
EXTENSÃO .......................................................................................................... 35 
ENCORDOAMENTOS ............................................................................................ 36 
AFINAÇÃO PADRÃO E AFINAÇÕES ALTERNATIVAS.............................................. 37 
OUVIDO, MEMÓRIA, POSTURA E RELAXAMENTO ................................................. 37 
EXERCÍCIOS ISOMÉTRICOS ............................................................................... 39 
ACESSÓRIOS ERGONÔMICOS .............................................................................. 41 
UNHAS ............................................................................................................... 41 
 LIXAMENTO ............................................................................................ 42 
 ACABAMENTO E POLIMENTO ................................................................... 42 
 ALIMENTAÇÃO ........................................................................................ 42 
 MATERIAL SINTÉTICO ............................................................................ 42 
METRÔNOMO | AFINADOR .................................................................................. 43 
MECANISMOS TÉCNICOS DE TOCABILIDADE ...................................................... 44 
 
FÓRMULAS DE ARPEJOS PARA A MÃO DIREITA ........................................ 44 
 ESTUDOS SUGESTIVOS ................................................................. 45 
 OUTRAS PEÇAS ............................................................................. 46 
FÓRMULAS DE DIGITAÇÃO PARA A MÃO ESQUERDA ................................ 47 
A MÚSICA ENQUANTO LINGUAGEM .................................................................... 48 
SISTEMAS DE NOTAÇÃO ..................................................................................... 48 
 PARTITURA ............................................................................................. 49 
 TABLATURA ............................................................................................ 49 
 CIFRA ..................................................................................................... 49 
 BRAILLE .................................................................................................. 50 
ACIDENTES | CÍRCULO DE QUINTAS .................................................................. 50 
CHART READING ................................................................................................. 51 
2ª PARTE 
O VIOLÃO DE 6 CORDAS NO CHORO .................................................................... 53 
ESTRUTURA DO CHORO ....................................................................................... 53 
FORMA .................................................................................................... 54 
 FORMA TÍPICA .............................................................................. 54 
 FORMAS ATÍPICAS ........................................................................ 55 
 ALTERNATIVAS TONAIS FREQÜENTES .......................................... 55 
 TONS COMUNS PARA O TEMA CENTRAL ......................................... 56 
RITMO .................................................................................................... 56 
 CÉLULAS CARACTERÍSTICAS ......................................................... 56 
 VARIAÇÕES RÍTMICAS E DESDOBRAMENTOS ESTÉTICOS .............. 57 
ANACRUSES ............................................................................................ 58 
 1 NOTA .......................................................................................... 58 
 2 NOTAS ....................................................................................... 58 
 
 3 NOTAS ....................................................................................... 58 
FINALIZAÇÕES .......................................................................................59 
 2 NOTAS ....................................................................................... 60 
 3 NOTAS ....................................................................................... 60 
 4 NOTAS ....................................................................................... 60 
 5 NOTAS ....................................................................................... 60 
 FADE OUT ..................................................................................... 60 
HARMONIA: NOÇÕES CONCEITUAIS ................................................................... 61 
TOM E TONALIDADE ............................................................................... 61 
INTERVALOS ENTRE A TÔNICA OU A FUNDAMENTAL E OS OUTROS 
GRAUS DE UM ACORDE OU UMA ESCALA ................................................... 62 
ACORDES ................................................................................................ 63 
TRÍADES ....................................................................................... 63 
TÉTRADES ..................................................................................... 63 
ACORDES COM SEXTA ................................................................... 63 
ACORDES SUSPENSOS ................................................................... 64 
ACORDES COM NOTAS DE TENSÃO ................................................ 64 
INVERSÕES ................................................................................... 64 
 ACORDES HÍBRIDOS...................................................................... 64 
 ACORDES QUARTAIS ..................................................................... 65 
 POLIACORDES ............................................................................... 65 
HARMONIA FUNCIONAL .......................................................................... 65 
LEIS TONAIS ................................................................................ 66 
1ª LEI TONAL ...................................................................... 66 
2ª LEI TONAL ...................................................................... 66 
3ª LEI TONAL ...................................................................... 66 
4ª LEI TONAL ...................................................................... 66 
 
5ª LEI TONAL ...................................................................... 66 
TIPOS DE CADÊNCIA ..................................................................... 67 
 CADÊNCIA AUTÊNTICA PERFEITA ........................................ 67 
 CADÊNCIA AUTÊNTICA IMPERFEITA .................................... 68 
 CADÊNCIA PLAGAL ............................................................... 68 
 MEIA-CADÊNCIA ................................................................. 68 
 CADÊNCIA DECEPTIVA DIATÔNICA ...................................... 68 
 CADÊNCIA DECEPTIVA MODULANTE ..................................... 69 
MARCHA HARMÔNICA MODULANTE ............................................... 69 
ACORDES DIMINUTOS 
(DE APROXIMAÇÃO, DE PASSAGEM, AUXILIARES, NÃO 
PREPARATÓRIOS, PREPARAÇÃO DIMINUTA) ......................... 69 
 TEORIA DAS ÁRVORES HARMÔNICAS ........................................... 70 
HARMONIA MODAL ................................................................................. 71 
 MODOS GREGOS: FÓRMULAS INTERVALARES ................................ 71 
IMPROVISAÇÃO .................................................................................................. 72 
SISTEMA DIATÔNICO DE ESCALAS ......................................................... 73 
ESCALA MAIOR NATURAL .............................................................. 73 
CAMPO HARMÔNICO MAIOR NATURAL ........................................... 73 
ESCALA MENOR NATURAL .............................................................. 73 
CAMPO HARMÔNICO MENOR NATURAL .......................................... 74 
ESCALA MENOR HARMÔNICA ......................................................... 74 
CAMPO HARMÔNICO MENOR HARMÔNICO ..................................... 74 
ESCALA MENOR MELÓDICA ............................................................ 74 
CAMPO HARMÔNICO MENOR MELÓDICO ........................................ 74 
 ESCALA MENOR BACHIANA OU HÍBRIDA ....................................... 74 
 CAMPO HARMÔNICO MENOR BACHIANO OU HÍBRIDO .................... 75 
 
SISTEMA SIMÉTRICO DE ESCALAS ......................................................... 75 
ESCALA DE TONS INTEIROS ......................................................... 75 
ESCALA DIMINUTA ....................................................................... 75 
ESCALA DIMINUTA DOMINANTE ................................................... 75 
OUTRAS ESCALAS ......................................................................... 75 
 ESCALA CROMÁTICA ............................................................ 75 
 ESCALAS ALTERADAS (MAIOR E MENOR) ............................. 76 
 ESCALAS PENTATÔNICAS (MAIOR E MENOR) ...................... 76 
 ESCALAS DE BLUES (MAIOR E MENOR) ................................ 76 
ARRANJO: BREVE COMENTÁRIO .......................................................................... 77 
NOÇÕES E RECURSOS TÉCNICOS ADICIONAIS .................................................... 77 
BAIXARIA (VARIAÇÃO DE BORDÕES) ...................................................... 78 
 ESCALAR, ARPEJADA, MISTA, FLORIDA, ALTERNADA, COM OU 
SEM APOIO, UNHA E/OU POLPA, FRONTAL, LATERAL, PULSANTE ... 78 
 OBRIGATÓRIA ............................................................................... 78 
 PREPARATÓRIA .............................................................................. 79 
BAIXO PEDAL .......................................................................................... 79 
PIZZICATO ............................................................................................. 80 
ARRASTE (GLISSANDO) .......................................................................... 80 
MOVIMENTOS MELÓDICOS ..................................................................... 81 
 MOVIMENTO PARALELO ................................................................ 81 
 MOVIMENTO DIRETO .................................................................... 81 
 MOVIMENTO OBLÍQUO ................................................................. 82 
 MOVIMENTO CONTRÁRIO ............................................................. 82 
CROMATISMO ......................................................................................... 82 
PEDAL TONES .......................................................................................... 83 
EMPRÉSTIMO MODAL .............................................................................. 84 
 
CAMPANELA ............................................................................................ 85 
HARMÔNICOS NATURAIS E ARTIFICIAIS ............................................... 86 
TRINADO ................................................................................................ 87 
EFEITO REDEMOINHO ............................................................................. 88 
ATIPICIDADES RÍTMICAS ....................................................................... 88 
HARMONIZAÇÃO EM BLOCO .................................................................... 89 
TRÊMULO ................................................................................................ 90 
RASGUEO ................................................................................................ 91 
ALZAPÚA ................................................................................................. 91 
ESCALA DE TONS INTEIROS ................................................................... 92 
ABERTURA ..............................................................................................92 
SALTO .................................................................................................... 93 
BEND ...................................................................................................... 93 
TAPPING ................................................................................................. 94 
LIGADOS ................................................................................................. 94 
POLEGAR ESQUERDO ............................................................................... 95 
OUTRAS DIGITAÇÕES ALTERNATIVAS (PESTANA, DEDO EM ALÇA E 
DOUBLE STOPS) ...................................................................................... 95 
SOBREPOSIÇÃO DE OITAVAS .................................................................. 96 
DIGITAÇÃO TRANSPONÍVEL (SEM CORDAS SOLTAS) ............................... 96 
CONTRAPONTO ....................................................................................... 97 
MÚSICA INCIDENTAL ............................................................................. 98 
DOMINANTES ESTENDIDOS ................................................................... 99 
FORMAS ATÍPICAS ................................................................................ 100 
DIÁLOGOS DO CHORO COM OUTRAS LINGUAGENS ............................................ 101 
 
3ª PARTE
RELEASE | FLYER .............................................................................................. 104 
ESCOLHA DO REPERTÓRIO ................................................................................ 104 
PERFORMANCE .................................................................................................. 104 
SET UP .............................................................................................................. 105 
AMPLIFICAÇÃO ................................................................................................. 106 
MICROFONAÇÃO | CAPTAÇÃO ........................................................................... 107 
SOFTWARES ..................................................................................................... 108 
REDES SOCIAIS ................................................................................................ 108 
DISCOGRAFIA................................................................................................... 109 
ACERVO DIGITAL |SITES | OUTRAS REFERÊNCIAS ........................................... 110 
FESTIVAIS | PRÊMIOS...................................................................................... 110 
CLUBES DE CHORO ............................................................................................. 111 
ASSOCIAÇÕES VIOLONÍSTICAS ....................................................................... 112 
INSTITUTOS .................................................................................................... 113 
PROGRAMAS DE INTERCÂMBIO E DIFUSÃO ....................................................... 113 
EDITORAS E GRAVADORAS ESPECIALIZADAS.................................................... 113 
PROJETOS ........................................................................................................ 114 
CENTROS DE FORMAÇÃO ................................................................................... 114 
PROPRIEDADE INTELECTUAL ............................................................................. 115 
TABELAS DE CACHÊS......................................................................................... 116 
EXERCÍCIO PROFISSIONAL ............................................................................... 116 
RODAS DE CHORO ............................................................................................ 117 
OFICINAS DE CHORO: O PROJETO BEM SUCEDIDO DO CLUBE DO CHORO DE 
BELO HORIZONTE E A PROPOSTA PEDAGÓGICA DO AUTOR ............................... 118
LICENÇA POÉTICA II........................................................................................ 119 
 A LA GUITARRA ESPAÑOLA ................................................................... 119 
 
 CORDAS DE AÇO .................................................................................... 120 
 VIOLÕES QUE CHORAM ......................................................................... 120 
 SETE CORDAS ....................................................................................... 121 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 122 
REFERÊNCIAS ................................................................................................... 124 
 TEXTOS CIENTÍFICOS: TESES E DISSERTAÇÕES .................................. 125 
 ARTIGOS | ENSAIOS ............................................................................ 128 
 PROGRAMAS RADIOFÔNICOS ................................................................ 129 
 LIVROS ................................................................................................. 130 
 REVISTAS ESPECIALIZADAS ................................................................. 134 
 DOCUMENTÁRIOS ................................................................................. 134 
 POEMAS | LETRAS ................................................................................. 135 
 ÁUDIOS | POD CASTS | OUTROS ........................................................... 135 
 SITES ESPECIALIZADOS ....................................................................... 137 
OUTROS SITES (INSTITUTOS, ENCICLOPÉDIAS, BIBLIOTECAS, 
DIGITAIS, PROGRAMAS DE INTERCÂMBIO, CLUBES DE CHORO, 
CENTROS DE FORMAÇÃO, ENTRE OUTROS) ........................................... 138 
ANEXOS ........................................................................................................... 142 
EMENTA ................................................................................................ 143 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO .................................................................. 148 
FLYERS DEMONSTRATIVOS ................................................................... 149 
BELOS AIRES, BUENOS HORIZONTES: CHORO BREVE E ATÍPICO (COM 1 
PARTE E CAMPANELAS) .......................................................................... 153 
ÍNDICE REMISSIVO ......................................................................................... 154 
17 
 
�O VIOLÃO E AS LINGUAGENS VIOLONÍSTICAS DO CHORO� 
 
© CARLOS WALTER 
www.carloswalter.com.br 
APRESENTAÇÃO 
O Violão é onipresente! Está em (quase) todos os lugares... Nos 
botecos, picadeiros, quermesses, escolas, rodas de choro, folias de 
reis, salas de concerto e estar... 
Suas estórias contam a história da humanidade. No Brasil – 
por exemplo – seu advento está relacionado à catequização jesuíta de 
indígenas e/ou à imigração fugidia de ciganos perseguidos pela 
inquisição portuguesa. 
Dessa polêmica, subsiste um indiscutível diagnóstico: seu papel 
na formação dos primeiros agrupamentos de Choro da 2ª metade do 
século XIX foi essencial. 
Com isso, não seria temerário afirmar que o Violão contribuiu (e 
vem contribuindo) decisivamente nos processos de estruturação e 
desenvolvimento da música brasileira. 
É o que esse livro buscou enfatizar ao expor os conteúdos da 
oficina de capacitação violonística do autor para o projeto de 
educação musical do Clube do Choro de Belo Horizonte. 
Repleto de temas que reclamam didatismo e maior publicidade 
como estrutura do choro, ergonomia, luteraria, notação, harmonia 
funcional, performance, propriedade intelectual, sonorização e 
tocabilidade, lança mão de uma base sólida de referências reunidas 
para despertar o(a) leitor(a) às linguagens violonísticas do Choro e 
favorecê-lo(a) em seus estudos musicais. 
O autor.18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1ª PARTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
�O VIOLÃO E AS LINGUAGENS VIOLONÍSTICAS DO CHORO� 
 
© CARLOS WALTER 
www.carloswalter.com.br 
VIOLÃO: BREVE HISTÓRICO1 
 
 Há precedentes cordofônicos (de cordas dedilhadas) na 
mitologia greco-romana (Hermes trocou a carapaça de tartaruga 
com tripa de boi pelo gado roubado de Apolo), entre os hititas, 
egípcios e assírios... De certa forma, a história do violão se 
confunde com a história da humanidade. 
 Destacam-se, entre os sécs. XII e XIV, a guiterna (guittern) 
e, entre os sécs. XV e XVI, 3 linhagens de instrumentos com 
origem mozárabe: o alaúde (al ud = a madeira = forma de pêra = 
instrumento nobre), a guitarra (char tar = quatro cordas duplas = 
instrumento popular) e a vihuela (fidícula = latim). 
 No final do séc. XVI Vicente Espinel acrescentou uma 5ª 
corda (espinela = guitarra espinela = guitarra espanhola) e, no fim 
do séc. XVIII, ao substituir as cordas duplas pelas simples, Miguel 
Garcia (ou Pe. Basílio) adicionou uma 6ª corda ao instrumento. 
 No séc. XIX o austríaco Johann Stauffer e o espanhol 
Antonio de Torres Jurado realizaram modificações estruturais e 
revolucionárias no violão. 
 
1 Vide CAMPOS, André et al. História do violão. DEMAC/UFU. Disponível em 
http://www.demac.ufu.br/numut/historiadoviolao/; ZANON, Fábio. A Arte do 
Violão. São Paulo: Rádio Cultura FM, 2003 e segs. Disponível em 
http://aadv.radio.googlepages.com; Idem. Violão Brasileiro. São Paulo: Rádio Cultura 
FM, 2006 e segs. Disponível em http://vcfz.blogspot.com/2006/12/ndice-o-violo-
brasileiro.html; TAUBKIN, Myriam (Org.) et al. Violões do Brasil. São Paulo: M. 
Taybkin, 2004, passim; FERNÁNDEZ, Jerónimo Pena. El arte de un guitarrero 
español. Jaén, España: Soproarga, 1993, passim; SOUZA, Rogério. Choro 100: violão 
– play along choro. Rio de Janeiro: Biscoito Fino, 2008, p. 11-14. 
20 
 
�O VIOLÃO E AS LINGUAGENS VIOLONÍSTICAS DO CHORO� 
 
© CARLOS WALTER 
www.carloswalter.com.br 
 Os jesuítas portugueses que se embrenharam nas matas e 
sertões brasileiros para catequizar os nativos trouxeram a versão 
lusa da vihuela espanhola do séc. XVI. Sua regionalização 
transformou-a na viola caipira. 
 Já os ciganos, expulsos pela inquisição vindos de Portugal, são 
considerados os responsáveis pela introdução da guitarra espanhola 
no Brasil, conforme relato literário de ALENCAR, José de. O 
Guarani. Cotia, SP: Ateliê, 2000, notabilizado por Francisco Araújo. 
 Segundo Henrique Cazes, 
 
“muito antes do surgimento do Choro e da forma 
chorada de tocar, o violão já era um instrumento 
popular que acumulava uma grande participação em 
todo tipo de música feita fora das elites. Estava 
sempre presente no acompanhamento das serenatas, 
dos lundus, das cançonetas, na música dos barbeiros, 
enfim, tudo que se referia às atividades de música 
popular anteriores ao Choro. Com o surgimento da 
chamada música dos chorões, o violão, juntamente 
com o cavaquinho, formou uma base rítmico-
harmônica que recebia os solistas: flauta, clarinete e 
outros; e os contrapontistas, inicialmente 
bombardino, trombone e um outro instrumento hoje 
em desuso, o oficleide.”2 
 
 O abrasileiramento da polca européia na 2ª metade do séc. 
XIX resultou no maxixe e em variações rítmicas tocadas pelos 
xôlos/chôlos (bailes realizados em senzalas ou festas populares), 
choromeleiros (tocadores de charamelas) e/ou grupos, sem 
 
2 Cfr. CAZES, Henrique. Choro: do quintal ao municipal. São Paulo: Editora 34, 1998, 
p. 47. 
21 
 
�O VIOLÃO E AS LINGUAGENS VIOLONÍSTICAS DO CHORO� 
 
© CARLOS WALTER 
www.carloswalter.com.br 
percussão3, formados por 1 flauta, 2 violões e 1 cavaquinho (forma 
derivativa do quarteto de cordas: 1 violoncelo, 2 violinos e 1 viola 
clássica). 
 Henrique Cazes salienta que essa formação 
 
“surgiu naturalmente da busca de um melhor 
equilíbrio acústico entre o volume da flauta e um 
cavaquinho, instrumentos que atuam do médio para o 
agudo, com as freqüências médias e graves do violão” 
[...] 
“foi batizada por Batista Siqueira de ‘quarteto ideal’ 
e esteve presente na base de todo grupo de choro, 
sempre com dois ou três violões”4 – sendo um deles o 
violão de 7 cordas, introduzido por Tute, propagado 
por China, aperfeiçoado e consagrado por Dino 7 
Cordas. 
 
 Os impactantes recitais do paraguaio Agustín Barrios e da 
espanhola Josefina Robledo5 em 19166 e 1917 (respectivamente) 
levaram o estigmatizado violão para a sala de concerto. Trocando 
em miúdos, o violão saiu da cozinha e foi para a sala. Essa mudança 
de paradigma permitiu que o violonista brasileiro Américo 
Jacomino (Canhoto) se apresentasse em 1916 no salão nobre do 
Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. 
 
3 Ibidem, p. 79, “[...] o advento da percussão no gênero foi algo que levou em torno de 
cinqüenta anos para acontecer. Para se ter uma idéia, o livro do Animal (Alexandre 
Gonçalves Pinto) cita apenas um pandeirista, enquanto aparecem dezesseis oficleides, 
dois oboés e duas cítaras. E o pandeirista citado não poderia ser outro senão o 
grande João da Bahiana.” 
4 Cfr. CAZES, Henrique. Choro: do quintal ao municipal. São Paulo: Editora 34, 1998, 
p. 47. 
5 PORTO, Patrícia Pereira. A contribuição de Josefina Robledo para a história do 
violão de concerto no Brasil. In: Seminário de História da Arte. Pelotas: UFPEL, 
2007, p. 01-04. 
6 Agustín Barrios retornou ao Brasil em 1919 e 1928. 
22 
 
�O VIOLÃO E AS LINGUAGENS VIOLONÍSTICAS DO CHORO� 
 
© CARLOS WALTER 
www.carloswalter.com.br 
 Para uma investigação aprofundada sobre o percurso histórico e a 
difusão espacial do instrumento, verifique TAUBKIN, Myriam (Org.) et al. 
Violões do Brasil. São Paulo: M. Taybkin, 2004; TABORDA, Márcia. Violão e 
identidade nacional. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011 e GALILEA, 
Carlos. Violão ibérico. Rio de Janeiro: Trem Mineiro Produções Artísticas, 
2012. 
 Eis uma lista aleatória e interminável de pesquisadores, didatas, 
compositores, instrumentistas (diletantes e profissionais) ligados ou não ao 
Choro que reverenciam (e enalteceram) o Violão7: 
� Ferdinando Carulli, Fernando Sor, Matteo Carcassi, Mauro Giuliani, Angelo 
Zaniol... (Itália). 
� Dionísio Aguado, Antonio Cano, Francisco Tárrega, Josefina Robledo, 
Andrés Segóvia, Emilio Pujol, Miguel Llobet, Sabicas, Paco de Lucia, Manolo 
Sanlúcar, Tomatito, Vicente Amigo, Gerardo Nuñez... (Espanha). 
 
7 O livro TAUBKIN, Myriam (Org.) et al. Violões do Brasil. São Paulo: M. Taybkin, 
2004, p. 169-205, contém uma lista de violonistas brasileiros com os respectivos 
contatos. Confira ainda SANCHEZ, Nilo Sérgio; CARRILHO, Fábio. História viva do 
violão: há 66 anos iniciava a construção do seu acervo violonístico de discos e 
partituras, o maior do mundo na atualidade. In: Violão Pro. São Paulo: M & M, 2007, 
vol. 08, p. 32-34, os sites “Músicos do Brasil: uma enciclopédia instrumental” e 
“Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira” disponíveis em 
http://www.musicosdobrasil.com.br e http://www.diocionariompb.com.br e a obra 
rara PINTO, Alexandre Gonçalves. O Choro: reminiscências dos chorões antigos. Rio 
de Janeiro, 1936, passim. No mais, em setembro de 2007, o autor recebeu a seguinte 
mensagem eletrônica: "Márcia Taborda, com apoio da Fundação Biblioteca Nacional, 
está realizando o Dicionário do Violão Brasileiro. A realização do Dicionário prevê a 
reunião, organização e sistematização de dados fundamentais relacionados à prática 
do violão no Brasil, através da elaboração de verbetes em torno das principais 
personalidades - violonistas, compositores, artesãos e pesquisadores. Para um nome 
ser citado, é preciso preenchere enviar um formulário, disponível no endereço [...].” 
23 
 
�O VIOLÃO E AS LINGUAGENS VIOLONÍSTICAS DO CHORO� 
 
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� Napoleón Coste, Roland Dyens, Mathieu Guillemant, Jo Vurcchio, Véronique 
Lherm (Verioca), Elodie Bouny (franco-venezuelana), Laurent Pouquet... (França). 
� Olivier Lob, Carlos Juan... (Alemanha). 
� Agustín Barrios... (Paraguai). 
� Sagreras, Cacho Tirao, Juan Falú, Luis Salinas... (Argentina). 
� Abel Carlevaro... (Uruguai). 
� Léo Brouwer... (Cuba). 
� Ralph Towner, David Tanenbaum... (EUA). 
� Julian Bream... (Inglaterra). 
� John Willians, Doug de Vries... (Austrália). 
� Radamés Gnattalli (compôs pioneiramente 6 concertos para o 
instrumento), Heitor Villa Lobos [autor dos Choros nº 01, Suíte Popular 
Brasileira com 5 movimentos (mazurka-choro, schottish-choro, valsa-choro, 
gavotta-choro e chorinho), 12 Estudos e 5 Prelúdios para violão], Quincas 
Laranjeira, Antônio Rebello, Satyro Bilhar, Américo Jacomino, João 
Teixeira Guimarães (João Pernambuco), Levino da Conceição, Dilermando 
Reis, Rogério Guimarães, Mozart Bicalho, Aníbal Augusto Sardinha (Garoto), 
Zé Menezes, Laurindo de Almeida, Bola Sete, Waltel Branco, Ronoel Simões, 
Tute, China, Donga, Horondino da Silva (Dino), Jayme Florence (Meira), 
Carlinhos Leite, César Faria, Sílvio Carlos Silva Costa, Paulinho da Viola, 
Isaías Sávio (Uruguai/Brasil), Jodacil Damasceno, Paulinho Nogueira, Baden 
Powell, Sebastião Tapajós, Luiz e Jorge Bonfá, Rosinha de Valença, Heraldo 
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Monte, Guinga, Hélio Delmiro, Egberto Gismonti, Romero Lubambo, Lula 
Galvão, Swami Jr., Marco Bertaglia, Celso e Filó Machado, Luizinho, Zé 
Barbeiro, Sílvio Santisteban, Macumbinha, Carlos Lafelice, Atílio Bernardini, 
Othon Salleiro, Henrique Pinto, Fábio Zanon, Everton e Edelton Gloeden, 
Turíbio Santos, Paulo Porto Alegre, Paulo Pedrassoli, Geraldo Ribeiro, 
Ubiratan Sousa, Francisco Araújo, Ulisses Rocha, Paulo Bellinati, Marco 
Pereira, Raphael e João Rabello, Badi, Sérgio e Odair Assad, Toquinho, 
Geraldo Vespar, Nicanor Teixeira, Cláudio Jorge, Luiz Cláudio Ramos, Zezo 
Ribeiro, Paulo Martelli, Rogério Caetano, Daniel Sá, Nelson Veras, Douglas 
Lora, João Luiz, Maria Haro, Paulo Aragão, Marcos Alves, Carlos Chaves, 
Chrystian Dozza, Paola Picherzky, Sidney Molina, Fábio Ramazzina, Fanuel 
Maciel, André Campos, Alencar, Hamilton Costa, Carlinhos Bombril, Gereba, 
Canhoto da Paraíba, Nonato Luiz, Nenéu Liberalquino, Lalão, Maurício 
Carrilho, Alessandro Penezzi, Yamandu Costa, Diego Figueiredo, Sérgio e 
Toninho Ramos, Cloves Walter, Bozó, Nuca, Vinícius, Henrique Annes, Jonas 
e Joel Cruz, Lúcio Flávio, Jair Campos, André Rocha, Antônio Loureiro, Luís 
Carlos Santos, Victor Biglione, Conrado Paulino (Argentina/Brasil), Lula 
Gama, André Geraissati, Nelson Faria, Rogério Souza, Luiz Otávio Braga, 
Marcus Tardelli, Zé Paulo Becker, Marcello Gonçalves, Márcia Taborda, 
José de Assis Martins, Warner Souto, José Lucena, Rosemiro e Leovegildo 
Leal, José Nunes (Patesko), Pascoal Guimarães, Sebastião Cláudio Lobão, 
José da Cruz Reis, Luiz Otávio Savassi, Zazá de Mariana, Antônio Fofoca, 
Crispim, Laerte, Bosquinho, Teodomiro Goulart, Cecília Barreto, Sebastião 
Idelfonso, Nelson e Alexandre Piló, Eustáquio Grilo, Agostinho Bob, Pedro 
de Caux, Chico Mário, Rivadávia, Celso e Juarez Moreira, Chiquito Braga, 
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Toninho Horta, Nelson Ângelo, Ricardo Silveira, Ricardo Simões, Geraldo 
Vianna, Gilvan de Oliveira, Rogério Leonel, Amauri Angêlo, Fernando Araújo, 
Aliéksey Vianna, Flávio Barbeitas, Guilherme Paoliello, Vergílio Lima, Fábio 
Adour, Alvimar Liberato, Beto, Wilson e Weber Lopes, Caxi Rajão, Tavinho 
Moura, Mozart Secundino, Hélio Pereira, Geraldo Alvarenga, Paulinho Pedra 
Azul, Geraldo Magela, Oscar e Luís Nassif, Emanuel Casara (Madeira), Flávio 
Fontenelle, J. Torres, Du, Nego, Balsamão, Wagner, Trisquei, Humberto 
Junqueira, Tabajara Belo, Thiago Perez (Delegado), Rodrigo Torino, Lucas 
Telles, Gustavo Monteiro, Adir Reis, Agostinho Paolucci, Mateus Fernandes, 
Daniel Rosa, Júlio César, Einstein, Hugo Azeredo, Toninho do Carmo, Rubens 
Miranda, Joãozinho Jamaica, Vaninho Vieira, Marcelo Jiran, Fábio Palhares, 
Pedro Gervason, Marcos Frederico, Adolfo Martins, Fernando de La Rua, 
Flávio Rodrigues, Olegário Bandeira, Tales Bastos, Wilson Borges, Marcus 
Vinícius, Marcelo Taynara, Carlos Valeriano, Helton Silva, Marcelo Issa, 
Balbino, Zé Pretinho, Pedro Saramenha, João Relojoeiro, Márcio e Carlos 
Fontoura, Bernardo Bernardes, Reinaldo e Álvaro Ferreira, Cadinho, 
Faustino, Walmo Vianna, Reginaldo Oliveira, Cid e Paulo Ramos, Ezequiel Piaz, 
Arismar Espírito Santo, Moisés Caciel, Chico Pinheiro, Maurício Marques, 
Marcelo Loureiro, Gabriel Sater, Fabiano e Fernando Borges, Edy e Waldir 
Mendes, Cabral, Baltazar, Renato Sampaio, João Randolfo, João Cunha, 
Branco, Quintão, Arialdo, Marlúcio, Washington e Wellington Silva, Romildo, 
Cristina Paranhos, Antônio, Bruno e Reinaldo De Vito, Reginaldo Martins, 
André Fernandes, Manassés, Ausier Vinícius, Raimundo Reis (Bolão), 
Henrique Cazes, Sérgio Belluco, Waldir Silva, Zito, José Carlos Choairy, 
Paulo André, Daniel Santiago, Dado Prates, Dudu e Ramom Braga, Marcos 
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Flávio, Carlos Felipe Horta, Rubim do Bandolim, Warley Henrique, Lamartine 
do Vale, Jaime Ernest Dias, Álvaro Henrique, Chico Saraiva, Rudy Arnaut, 
Rafael dos Anjos, Cláudio Menandro, Caio Márcio, Fernando Presta, Nilo 
Sérgio Sanchez, Gilson Antunes, Daniel Wolff, Fábio Carrilho, Cristiano 
Pentagna, Renato Candro, Arthur Nestrovski, Gabriel Neder, Karai Guedes, 
Ronaldo Sontag, Edson José Alves, Luís Leite, Leo Eymard, Fabinho 
Gonçalves, Osvaldo Colagrande, Ventura Ramirez, João Camarero, Gian 
Corrêa, Rafael Schimidt, Gilson Verde, João Ferraz... (Brasil). 
HISTÓRIA DO CHORO: ALGUMAS REFERÊNCIAS
 A História do Choro (e do Violão) vem sendo investigada por autores 
de contributivas publicações. Apreciemos algumas: 
BAROUH, Pierre. Saravah. 1969 (Documentário). 
CAZES, Henrique. Os chorões e a roda: ambiência, práticas musicais e repertório nas 
rodas de choro. Rio de Janeiro: UFRJ, 2011 (Dissertação de mestrado). 
_______.Choro: do quintal ao municipal. São Paulo: Editora 34, 1998. 
CLUBE DO CHORO DE BELO HORIZONTE. Choro na Pauta. Belo Horizonte: 2007-
2008 (Informativo). 
CLUBE DO CHORO DE BELO HORIZONTE; CARVALHO, Fernanda et al. Choro: 
original do Brasil. Belo Horizonte: TV Uni-BH, 2010 (Documentário). 
CÔGO, William. Alma carioca: um choro de menino. 2002. Disponível em 
http://www.portacurtas.com.br/Filme.asp?Cod=2495 (Documentário). 
COSTA, Marvile Palis. O Grupo Chorocultura e a I Semana Nacional do Choro em 
Uberaba. Uberlândia, MG: UFU, 2007. 
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GALILEA, Carlos. Violão ibérico. Rio de Janeiro: Trem Mineiro Produções Artísticas, 
2012. 
MEIRA, Daniela; GOMES, Amanda; BIAMONTI, Celso. Simplicidade: Mozart 
Secundino (DVD em construção). 
FONTOURA, Antonio Carlos da et al. Chorinhos e chorões. 1974. Disponível em 
www.portacurtas.com.br/filme_abre_pop.asp?cod=4749&exib=4479# 
(Documentário). 
FREITAS, Marcos Flávio de Aguiar. O Choro em Belo Horizonte: aspectos históricos, 
compositores e obras. Belo Horizonte: UFMG, 2005 (Dissertação de mestrado). 
GRUPO CORTA JACA. Na levada do choro: um almanaque musical. Belo Horizonte: 
Natura Musical/Lei Estadual de Incentivo a Cultura, 2008 (DVD). 
KAURISMAKI, MIKA et al. Brasileirinho, 2005 (DVD). 
PAES, Anna. O choro e sua árvore genealógica. Rio de Janeiro: Músicos do 
Brasil/Petrobrás, s.d. 
Disponível em http://ensaios.musicodobrasil.com.br/annapaes-ochoroarvoregenealogica.htm 
PINTO, Alexandre Gonçalves. O Choro: reminiscências dos chorões antigos. Rio de 
Janeiro, 1936. 
SAMPAIO, Renato. O violão brasileiro de Mozart Bicalho. Belo Horizonte: 
Hematita, 2002. 
TABORDA, Márcia. Violão e identidade nacional. Rio de Janeiro: Civilização 
Brasileira, 2011. 
TAUBKIN, Myriam (Org.) et al. Violões do Brasil. São Paulo: M. Taybkin, 2004 (DVD). 
VIANNA, Geraldo et al. Violões de Minas. Belo Horizonte: Uirapuru, 2007 (DVD). 
 
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LICENÇA POÉTICA I 
 
Inspirados poetas também contaram a história do violão em 
versos. Conheçamos alguns: 
 
 
PROFISSÃO DE FÉ8 
(Agustín Barrios) 
“Tupã, o Espírito Supremo e protetor de minha raça, 
encontrou-me um dia no meio de um bosque florescido. 
E me disse: Toma esta caixa misteriosa e descobre seus segredos. 
E, aprisionando nela todos os pássaros canoros da floresta 
e a alma resignada dos vegetais, abandonou-a em minhas mãos. 
Tomei-a, obedecendo a ordem de Tupã, colocando-a bem junto ao coração, 
abraçado a ela passei muitas luas à borda de uma fonte. 
E, uma noite, Jaci, retratada no líquido cristal, 
Sentindo a tristeza de minha alma índia, 
deu-me seis raios de prata para com eles descobrir 
seus arcanos segredos. 
E o milagre se operou: do fundo da caixa misteriosa, 
brotou a sinfonia maravilhosa 
de todas as vozes virgens da natureza da América.” 
 
 
 
8 Cfr. BARRIOS, Agustín. Profissão de fé. Apud ZANON, Fábio. A Arte do Violão. 
São Paulo: Rádio Cultura FM, 2003 e segs. Disponível em 
http://aadv.radio.googlepages.com 
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VIOLÃO9 
(Sueli Costa/Paulo César Pinheiro) 
“Um dia eu vi numa estrada 
um arvoredo caído, 
não era um tronco qualquer. 
Era madeira de pinho e um artesão esculpia 
o corpo de uma mulher. 
Depois eu vi pela noite 
o artesão nos caminhos 
colhendo raios de lua. 
Fazia cordas de prata 
que, se esticadas, vibravam 
o corpo da mulher nua. 
E o artesão, finalmente, 
nesta mulher de madeira botou o seu coração 
e lhe apertou contra o peito 
e deu-lhe um nome bonito 
e assim nasceu o violão.” 
 
 
 
 
 
9 Cfr. COSTA, Sueli; PINHEIRO, Paulo César. Violão. In: GUEDES, Fátima. Pra bom 
entendedor. Rio de Janeiro: Velas, 1993 (CD). 
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LUTERARIA, ESTRUTURA E CUIDADOS ESPECIAIS10
LUTHIERS
 O nobre trabalho de construção, regulagem e restauração de 
violões é desempenhado pelos luthiers. Eis alguns de uma 
quilométrica lista de notáveis: 
Vergílio Lima, Francisco e Miguel Munhoz, Sugiyama, Antônio 
Tessarin, Saraiva, D’Souza, Mário Machado, Paulo Marcos, 
Gianfranco Fiorini, Altino Onório e José Teodoro dos Prazeres, 
Arivaldo Souza, João Batista, Antônio de Pádua, Jorge Raphael, 
Fernando Cardoso, Lineu Bravo, Roberto Gomes, Sérgio Abreu, 
Cláudio Arone, Renato Oliveira, Mayo Pamplona, Samuel Carvalho, 
Tércio Ribeiro, Ramirez, Thomas Humphrey, Hermanos Conde, 
Walter Vogt, Ignacio Fleta, Paul Fischer, Do Souto, Del Vecchio, Di 
Giorgio, Oscar Testa, entre outros... 
O livro TAUBKIN, Myriam (Org.) et al. Violões do Brasil. São 
Paulo: M. Taybkin, 2004, p. 169-205, contém uma lista de luthiers 
brasileiros com os respectivos contatos. 
10 Vide GOMES, Rubens et al. Manual de Lutheria: curso básico. Manaus: Unicef, 
2004, passim; LIMA, Vergílio. Inovar e sempre. In: Violão Pro. São Paulo: Música & 
Mercado, 2007, vol. 08, p. 42-45; TESSARIN, Antonio. A arte do fazer. In: Violão
Pro. São Paulo: Música & Mercado, 2006, vol. 04, p. 42-44; FERNÁNDEZ, Jerónimo 
Pena. El arte de un guitarrero español. Jaén, España: Soproarga, 1993, passim. 
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PARTES ESTRUTURAIS E MATÉRIAS PRIMAS 
 
Veja abaixo as partes estruturais e algumas das matérias 
primas (nomes comerciais de madeiras, artefatos de plástico, osso, 
metal...) que compõem o instrumento. 
 
BRAÇO, CABEÇA E TRÓCULO 
Composto de cedro, mogno... 
 
PESTANA (CAPO TRASTE) E RASTILHO 
Feito de osso, plástico... 
 
TAMPO E LEQUE HARMÔNICO 
Feitos de pinho (abeto, spruce...), cedro canadense, macacaúba, 
cipreste espanhol... 
 
LATERAIS 
Confeccionadas em jacarandá da Bahia, jacarandá indiano, pau 
ferro, pau rosa... 
 
 FUNDO 
Composto de jacarandá da Bahia, jacarandá indiano... 
 
 
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CAVALETE 
Feito de jacarandá da Bahia... 
 
BOJO 
É a caixa de ressonância constituída pelo tampo, fundo, laterais e 
peças acessórias. 
 
ESCALA OU ESPELHO 
Construída em ébano, jacarandá (da Bahia ou indiano)... 
 
TRASTES 
Constituído por níquel, alpaca, latão... 
 
TARRAXAS 
As tarraxas de afinação (compostas de plásticos, acrílicos e 
metais) substituíram as cravelhas de madeira. Eis algumas marcas 
fabris: Gotoh, Schaller, Condor (com parafusos de ajuste)... 
 
BOCA 
Abertura (campana) de projeção sonora. 
 
 
 
 
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MOSAICO 
Ornamento com desenho caleidoscópico ao redor da boca. 
TENSOR 
Barra de metal ou madeira inserida no braço para ajuste de tensão. 
CRESCENTE X 
O luthier Vergílio Lima aprimorou um inteligente mecanismo de regulagem 
crescente e instantânea da altura das cordas no tampo estruturado em X. Tal 
sistema de ajuste imediato da ação foi inventado pelo austríaco Johann Stauffer 
no Séc. XIX que, antes do espanhol Antonio de Torres Jurado, já construía o bojo 
em forma de oito (infinito) e foi responsável por outras inovações como a escala 
suspensa tratada a seguir, segundo criterioso levantamento do próprio Vergílio. 
ESCALA SUSPENSA 
Com base em escritos sobre luteraria violinística (para violino) e em pesquisas 
realizadas pelo físico norte-americano Michael Kasha e pelo francês Robert 
Bouchet, Francisco e Miguel Munhoz adotaram a escala suspensa com o braço 
preso ao corpo e minuciosas modificações internas para vivificação da zona morta 
(região da caixa de ressonância próxima ao braço), maior equalização das 
freqüências (agudas, médias e graves) e vibração do instrumento como um todo.11 
Vale ressaltar que o norte-americano Thomas Humphrey utilizou outros critérios 
na elaboração da escala elevada. E também registrar que a sua adoção está em 
franca expansão, a exemplo dos modelos desenvolvidos pelos brasileiros Lineu 
Bravo e Antonio de Pádua. 
11 SILVA, Luís Felipe. O engenheiro musical. In: Jornal Revelação. Uberaba: 
Universidade de Uberaba, 2005. Disponível em 
http://www.revelacaoonline.uniube.br/2005/312/musica.html 
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CUIDADOS ESPECIAIS: UMIDADE E TEMPERATURA 
 
A umidade deve oscilar entre 35 e 70%. Para medi-la, utilize 
um higrômetro. Na falta deste, recorra ao informativo de 
meteorologia dos jornais impressos, televisivos ou eletrônicos. 
Quando estiver baixa, utilize um umidificador caseiro 
[algodão umedecido dentro de um bobe capilar ou recipiente de 
filme fotográfico com a tampa peneirada (cheia de furos)]. 
As travessas sob o tampo são rebaixadas para o instrumento 
absorver a dilatação ocasionada pela umidade. 
A temperatura de acondicionamento deve oscilar entre 15º e 
30ºC. Logo, não submeta seu instrumento ao calor intenso. 
 
OBS.: 
� Ao viajar, abaixe a afinação 2 ou mais tons. 
� Depois de tocá-lo, limpe-o com uma flanela seca. 
 
 
 
 
 
 
 
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www.carloswalter.com.brMODELOS 
 
Há espécimes fabris e artesanais para todos os gostos: 
 
Violão de 6 cordas [clássico, cutway, dobro (ressonador ou 
dinâmico), violão requinto (afinado uma quarta justa acima), violão 
folk (dreadnought), jumbo, flat e vazado], violão tenor (ou triolim 
com 4 cordas afinadas em lá, ré, sol, dó, de baixo para cima), violão 
de 7 (com a última corda afinada em dó e excepcionalmente em si e 
lá), 8, 9 (violão Brahms), 10, 12 (craviola) ou mais cordas, 
baixolão... 
 
 
EXTENSÃO 
 
O violão é um instrumento transpositor. Suas notas musicais 
são escritas no pentagrama uma oitava acima. 
O violão de 6 cordas – afinado em mi (1ª), si (2ª), sol (3ª), 
ré (4ª), lá (5ª), mi (6ª) – tem 3 oitavas e 1 quinta justa 
distribuídas ao longo da escala (espelho). 
O sistema adotado pela escala violonística é cromático 
temperado12. Possui, portanto, casas separadas por trastes em 
 
12 Há aproximadamente 40 anos, o mineiro José da Cruz Reis realizou recálculos na 
escala cromática temperada com “redução de ‘nu’décimos de milionésimos”. 
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intervalos de semitom divididos em comas e calculados com 
precisão. 
A coma é um micro intervalo correspondente a 1/9 de 1 tom. 
Em tal sistema, encontramos uma eqüidistância entre os semitons 
de 4 comas e ½. 
No sistema natural (não temperado) existem entre o Dó e o 
Dó# (Dó sustenido) 5 comas, o Dó# e o Ré 4 comas, o Ré e o Réb 
(Ré bemol) 5 comas, o Réb e o Dó 4 comas. Ou seja, uma diferença 
de 1 coma entre o Dó# e o Réb. Pode-se então afirmar que a 
enarmonia se dá especialmente no sistema temperado. 
 
 
ENCORDOAMENTOS13 
 
Há encordoamentos de nylon, titanium, fibra de carbono, lona, 
aço, níquel, entre outros, com diversas tensões (baixa, média, alta 
e extra-pesada). 
Troque uma corda de cada vez, trançando-a um pouco no 
cavalete e bastante na tarraxa. 
Pressione o rastilho cuidadosamente (entre as cordas) para a 
captação piezo se reajustar. 
 
 
 
13 Vide ROCHA, Ulisses. Cordas leves ou pesadas? In: Acústico. São Paulo: HMP, 
2006, vol. 05, p. 44; Idem. Dicas: troca do encordoamento. Disponível em 
http://www.ulissesrocha.com 
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AFINAÇÃO PADRÃO E AFINAÇÕES ALTERNATIVAS 
 
 As 6 cordas do violão são afinadas em mi (1ª), si (2ª), sol 
(3ª), ré (4ª), lá (5ª), mi (6ª). 
Para ampliação da textura, facilitação interpretativa e/ou 
produção de efeitos não alcançados pela afinação tradicional, 
outras afinações são adotadas. Identifiquemos algumas: 
 
Mi | si | sol | ré | lá | ré 
Sons de carrilhões e Interrogando (João Pernambuco) 
Mi | si | sol | ré | sol | ré 
Choro da saudade (Agustín Barrios) 
Ré | si | sol | ré | sol | ré14 
 
 
OUVIDO, MEMÓRIA, POSTURA E RELAXAMENTO15 
 
Segundo Henrique Pinto, a observância dos seguintes fatores 
é indispensável: 
 
 
 
14 Conheça outras a partir de GERAISSATI, André. Estilo de violão. São Paulo: 
MPO, s.d. (VHS). 
15 Vide PINTO, Henrique. Antologia violonística: história, fundamentos de um 
método, notas biográficas, repertório. São Paulo: Ricordi, 2007, p. 11-19. 
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OUVIDO 
Ao discorrer sobre duração, força e qualidade sonoras, o 
autor acima dá destaque à “auto-audição”, ao “controle auditivo 
da extensão da nota” [mediante vibratos16 (longos e curtos) 
produzidos pela mão esquerda17], à expressividade da mão direita, 
à dinâmica em pontos frasais culminantes, à personalidade musical, 
ao estado das unhas e à situação do instrumento durante o “treino 
do ouvido”. 
 
 MEMÓRIA 
A concentração e o “estudo por reflexão” (assimilação dos 
conteúdos da partitura de um choro sem o instrumento ou a partir 
da visualização imaginária do braço, dos dedilhados e digitações) 
beneficiam o desenvolvimento equilibrado dos 3 tipos de memória 
categorizados pelo notável professor: visual, muscular (digital) e 
auditiva que abrangem respectivamente a leitura à primeira vista18 
e a visualização imaginária do todo violonístico, o conjunto de 
movimentos realizados pelas mãos e o estoque de vivências 
musicais do instrumentista. 
 
16 WOLFF, Daniel. O uso do vibrato no violão. In: Revista da Associação Gaúcha do 
Violão. Porto Alegre: Assovio, 1999, v. 1, n.1, passim. Disponível em 
http://www.danielwolff.com.br/arquivos/File/Vibrato_Port.htm 
17 Leia “mão esquerda” se for canhoto não ambidestro. Por conseguinte, leia “mão 
direita” se for canhoto não ambidestro. 
18 Para desenvolver a leitura musical com criteriologia, recomenda-se FARIA, Nelson. 
Exercícios de leitura para guitarristas e violonistas. São Paulo: Irmãos Vitale, 
2014. 
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POSTURA E RELAXAMENTO 
 
Ter “reflexo condicionado” (capacidade de tocar um choro ou 
trecho sem interrupções), equilíbrio mental (paz de espírito, bem 
estar familiar e vital), respiração, postura corporal (coluna reta, 
ombros, mãos, braços e antebraços relaxados...), contração e 
relaxamento muscular conscientes, maximização do rendimento com 
mínimo esforço muscular (“liberdade muscular”), repertório afim e 
sob controle técnico, estudo reflexivo, concentrado e regular em 
curtos períodos de tempo, garantirão resultados frutíferos. 
 
 
EXERCÍCIOS ISOMÉTRICOS19 
 
A isometria está relacionada ao equilíbrio das forças de 
contração e relaxamento dos músculos agonista e antagonista e 
dos tendões flexor e extensor. 
Milton Raskin e Howard Roberts – autores da publicação 
indicada na nota de rodapé abaixo – desenvolveram os seguintes 
exercícios isométricos para violonistas e guitarristas bem 
demonstrados em K, Demma. Exercícios isométricos para 
guitarristas. No Cabo TV, 2009. Pesquise-os! 
 
 
19 Vide RASKIN, Milton; ROBERTS, Howard. Isometric for Guitarists. North 
Hollywood: Playback pub, 1971, passim. 
40 
 
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MÃO ESQUERDA20 
� Fortalecimento dos movimentos da mão esquerda. 
� Fortalecimento e aquecimento dos dedos da mão esquerda. 
� Fortalecimento das juntas da mão esquerda. 
 
MÃO DIREITA21 
� Desenvolvimento dos movimentos de subida e descida da mão 
direita. 
� Resistência, tensão e relaxamento do pulso e antebraço da mão 
direita. 
� Fortalecimento do polegar. 
 
OUTROS 
� Desenvolvimento dos músculos rotatórios do antebraço. 
� Estimulação dos dedos. 
� Fortalecimento das juntas: dedilhado e digitação. 
� Fortalecimento dos pulsos e mãos. 
 
 
 
 
20 Leia “mão direita” se for canhoto não ambidestro. 
21 Leia “mão esquerda” se for canhoto não ambidestro. 
41 
 
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OBS.: 
� O 1º e o 4º exercícios necessitam de 1 pequena bola de borracha. 
� O 7º exercício requer um pequeno bastão cilíndrico. 
 
 
ACESSÓRIOS ERGONÔMICOS 
 
 Para prevenir LER, DORT ou LTC22, luthiers e violonistas 
desenvolvem acessórios ergonômicos constantemente. 
Experimente-os! 
 
Apoios anatômicos (Begut...), plenosom pads e arm rest (Antonio 
Tessarin e Paulo Bellinati), luva (Matepis...), banquinho, powerball 
(dynaflex)... 
 
 
UNHAS 
 
 Quando utilizadas, as unhas requerem cuidados especiais. 
 
 
 
22 Tais siglas possuem os seguintes significados: lesões por esforços repetitivos, 
distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalhoe lesões por traumas 
cumulativos. 
42 
 
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LIXAMENTO 
 
 O tamanho e a forma variam. Ora maior, menor, quadrada, 
arredondada ou com o comprimento da largura da corda seguindo 
(ou não) o formato do dedo. Nessa etapa usa-se a lixa comum. 
 
ACABAMENTO E POLIMENTO 
 
 Nos processos de acabamento e polimento, utiliza-se a lixa 
d’água para pintura automotiva de nº 2500 ou uma lixa de manicure 
tripla face. 
 
ALIMENTAÇÃO 
 
 Recomenda-se uma alimentação saudável, rica em cálcio e 
proteínas. Consulte um médico nutrólogo ou um nutricionista a 
respeito. 
 
MATERIAL SINTÉTICO 
 
 Existem materiais postiços de substituição e bases para 
fortalecimento e restauração das unhas naturais. Consulte um 
médico dermatologista a respeito. 
 
 
43 
 
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OBS.: 
� Sonoridade dinâmica: timbre + intensidade (maior ou menor 
pressão dos dedos e unhas sobre as cordas). Essa combinação 
favorecerá o alcance de uma sonoridade limpa, robusta, equilibrada 
e dinâmica (capaz de emitir sons fortes e pianos [f (forte), mf 
(mezzo forte), p (piano), pp (pianíssimo)...]. 
� O toque pode ser lateral [A (ponto de contato = polpa) -> B 
(ponto de deslizamento = lado esquerdo da unha) -> C (ponto de 
desligamento = próximo ao meio da unha)], frontal [A (ponto de 
contato = polpa) –> B1 B2 (pontos de deslizamento = extremidades 
da unha) –> C (ponto de desligamento = meio da unha)], com apoio (o 
dedo apóia na corda posterior via movimento do tendão flexor) ou 
sem apoio23 (o dedo não apóia na corda posterior = movimento e 
repouso via tendões flexor e extensor). Para tanto, a mão e o pulso 
direito ficarão retos ou quase retos em relação ao antebraço. 
 
 
METRÔNOMO | AFINADOR 
 
Tenha-os sempre por perto (analógicos ou digitais). 
O choro para metrônomo de Baden Powell é pertinente. 
Estude-o! 
 
23 Vide ROCHA, Ulisses. Tocar com ou sem apoio? In: Acústico. São Paulo: HMP, 
2006, vol. 02, p. 46. 
44
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MECANISMOS TÉCNICOS DE TOCABILIDADE
Realize esses exercícios com regularidade (diariamente, se possível) e moderação 
(sem sobrecarga), imprimindo em suas fórmulas cartesianas (mecanicistas) um sentido 
musical. Para tanto, use-as em composições compatíveis com as rítmicas indicadas ao lado. 
FÓRMULAS DE ARPEJOS PARA A MÃO DIREITA24
Leia “mão esquerda” se for canhoto não ambidestro. Sendo canhoto e adepto do 
“violão pelo avesso” (afinado para destros), espelhe-se nos geniais Américo Jacomino e 
Canhoto da Paraíba.
Indo mais além, sugiro a leitura do artigo “O Violão e os Hemisférios” do 
violonista e pesquisador Sebastião Cláudio Lobão, publicado em 2000 no volume 43 da 
revista Violão Intercâmbio. Segundo o autor, no destro, a mão direita (mais forte) – 
comandada pelo hemisfério esquerdo (analítico e racional) – deveria digitar o braço do 
instrumento e a mão esquerda (menos forte) - dirigida pelo hemisfério direito (sensível e 
criativo) – deveria arpejar as cordas. 
P I M
P M I 
P I M I 
P M I M 
P I M A 
P A M I 
P I M A M I 
P A M I M A 
3/4
3/4
4/4
4/4
4/4
4/4
6/8
6/8
24 P, I, M e A significam respectivamente polegar, indicador, médio e anular. As 
frações 3/4, 4/4, 6/8... correspondem aos compassos ternário, quaternário e seis por 
oito. O numerador da fração indica a quantidade de notas e o denominador a 
qualidade, isto é, o tipo de valor. 
45 
 
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P I M I A I M I 
P M I M A M I M 
P I M A M A M A 
P A M I M I M I 
P� P� P� P� 
2/4 ou 4/4 
2/4 ou 4/4 
2/4 ou 4/4 
2/4 ou 4/4 
Alternado 
 
ESTUDOS SUGESTIVOS 
 
Estudos nº 01 a 06 para Violão (Ulisses Rocha)25 
P I A M A I 
P I M A M I M I 
P I M A 
A M I P I M 
P I M P I M P I M 
P I M I ou P I M A 
6/8 
2/4 
4/4 
12/8 
9/8 
4/4 (para velocidade) 
 
Conforme Ulisses Rocha, o aumento gradativo da velocidade 
não decorre tão somente de um fator muscular. Provém 
especialmente de um reflexo cerebral ocasionado por ataques 
rápidos (movimentos) seguidos de breves pausas (repousos) 
tocados em frases curtas.26 
 
25 Vide ROCHA, Ulisses. Estudos para violão nº 01. São Paulo: Árvore da Terra, 1998, p. 16-43. 
26 Vide Idem. O segredo da velocidade. In: Acústico. São Paulo: HMP, 2006, vol. 01, p. 46; Idem. Estudo 
6: estudo trabalha elementos para desenvolver a velocidade. In: Violão pro. São Paulo: M & M, 2008, 
vol. 18, p. 49-50; Verifique também PENEZZI, Alessandro. Desenvolvendo a velocidade: uma ferramenta 
importante a serviço da música. In: Violão Pro. São Paulo: M & M, 2007, vol. 08, p. 46-49. 
46 
 
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Estudo nº 01 (Heitor Villa Lobos)27 
P I P I P M I A M I M I P I P I 4/4 
 
Prelúdio para Alaúde (Johann Sebastian Bach)28 
P I M A M I M I P I P I 3/4 
 
OUTRAS PEÇAS 
 
 Para manutenção e fruição desse aporte técnico favorável à 
interpretação violonística de choros, recomendam-se também 
outras peças: 
La catedral (Agustín Barrios): prelúdio, 
andante religioso, allegro solemne29 
Las abejas (Agustín Barrios)30 
Estudo nº 02 (Heitor Villa Lobos)31 
Estudos nº 07 a 08 (Ulisses Rocha)32 
Étude en mi majeur (Toninho Ramos)33 
Astúrias: leyenda (Isaac Albéniz)34 
2/4 
4/4 e 6/8 
4/4 
4/4 
4/4 e 2/4 
3/4 
3/4 
 
27 Vide VILLA-LOBOS, Heitor. Villa-Lobos collected works for solo guitar: with an introduction by 
Frederick Noad. New York/London/Sydney: Amsco, 1990, passim. 
28 Peça de domínio público disponível em http://www.free-scores.com/PDF_FR/bach-johann-sebastian-
prelude-minor.pdf 
29 Vide PINTO, Henrique. Antologia violonística: história, fundamentos de um método, notas biográficas, 
repertório. São Paulo: Ricordi, 2007, p. 104-116. 
30 Ibidem, p. 101-103. 
31 Vide VILLA-LOBOS, Heitor, Op. cit., passim. 
32 Vide ROCHA, Ulisses. Estudos para violão nº 01. São Paulo: Árvore da Terra, 1998, p. 44-54. 
33 Vide RAMOS, Toninho. O Brasil de Norte a Sul: pour guitare. Paris: Henry Lemoine, 1996, p. 23-24. 
34 Peça de domínio público disponível em http://www.free-scores.com/PDF_FR/albeniz-isaac-asturias-
lehenda-1708.pdf 
47 
 
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Resta então informar que a mão direita recorre a 3 técnicas 
[finger style (acima), de palheta e híbrida35] que dispensam – na 
pós-modernidade – os arcaicos estigmas de estratificação da 
classe violonística em instrumentistas que tocam certo ou errado 
por servirem-se ou não dos dedos. 
 
FÓRMULAS DE DIGITAÇÃO PARA A MÃO ESQUERDA36 
 
Pratique os exercícios abaixo, percorrendo todo o braço do 
violão. 
1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 | 1ª à 6ª corda | Alternando 1ª e 2ª casas 
2 3 2 3 2 3 2 3 2 3 2 3 | 6ª à 1ª corda | Alternando 2ª e 3ª casas 
3 4 3 4 3 4 3 4 3 4 3 4 | 1ª à 6ª corda | Alternando 3ª e 4ª casas 
4 3 4 3 4 3 4 3 4 3 4 3 | 6ª à 1ª corda | Alternando 3ª e 4ª casas 
3 2 3 2 3 2 3 2 3 2 3 2 | 1ª à 6ª corda | Alternando 3ª e 2ª casas 
2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 | 6ª à 1ª corda | Alternando 2ª e 1ª casas 
1 2 3 4 3 2 1 | 1ª à 6ª corda e vice-versa 
1 3 2 4 | 1ª à 6ª corda e vice-versa 
4 2 3 1 | 1ª à 6ª corda e vice-versa 
1 4 2 3 | 1ª à 6ª corda e vice-versa 
4 1 3 2 | 1ª à 6ª corda e vice-versa 
 
35Vide MAIA, Marcos da Silva. Técnica híbrida aplicada ao violão. Campinas: 
UNICAMP, 2007 (Dissertação de mestrado), passim. 
36 Os números 1, 2, 3 e 4 correspondem aos dedos indicador, médio, anular e mindinho 
da mão esquerda (“mãodireita” caso seja canhoto não ambidestro) e devem estar em 
sincronia com as fórmulas aleatórias dos dedos p, i, m e a da mão direita (“mão 
esquerda” caso seja canhoto não ambidestro). 
48 
 
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OBS.: 
� Procure manter o polegar na região central do braço e os demais 
dedos da mão esquerda no centro das casas. 
� Realize os exercícios com e sem ligados. 
 
 
A MÚSICA ENQUANTO LINGUAGEM 
 
 Quando encaramos a música como linguagem, damos um salto 
paradigmático! Convertemos o monólogo recluso de sons num 
diálogo comunicativo e musical. Promovemos a socialização 
discursiva37 de nossas perspectivas e histórias com criatividade e 
cognição. 
 A roda de choro é rotativa (inclusiva e sociável). Seus 
diálogos musicais são reconstrutivos e transitam entre a tradição e 
a contemporaneidade. 
 
 
SISTEMAS DE NOTAÇÃO 
 
Enumeramos a seguir os sistemas usuais de notação: 
 
 
37 WALTER, Carlos. Discurso jurídico na democracia: processualidade 
constitucionalizada. Belo Horizonte: Fórum, 2008, p. 20. 
49 
 
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PARTITURA 
 
Sistema pentagramático de 5 linhas, 4 espaços, linhas e 
espaços suplementares (superiores e inferiores) onde se anotam 
claves, notas, acidentes (# = sustenido e b = bemol), valores, 
pausas, barras de repetição, ligaduras (de prolongamento, frase, 
expressão...), portamentos, bordaduras, pizzicatos, staccatos, 
vibratos, rubatos, indicadores de dinâmica e andamento, pontos de 
aumento e diminuição... 
 
TABLATURA 
 
Sistema com 6 linhas e números arábicos alusivos às cordas e 
casas do violão. 
 
CIFRA 
 
Sistema alfanumérico de representação dos acordes, a saber: 
A (lá), B (si), C (dó), D (ré), E (mi), F (fá), G (sol), m (menor), M 
(maior), 1 (tônica), b2 (segunda menor), 2 (segunda maior), #2 
(segunda aumentada), b3 (terça menor), 3 (terça maior), 4J 
(quarta justa), #4 (quarta aumentada), b5 (quinta diminuta), 5J 
(quinta justa), #5 (quinta aumentada), b6 (sexta menor), 6 (sexta 
maior), bb7 (sétima diminuta), 7b (sétima menor), 7 (sétima 
maior)... 
50 
 
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BRAILLE 
 
Musibraille é um processo de educação musical via método 
Braille desenvolvido para portadores de deficiência visual e 
difundido por Dolores Tomé (flautista e filha do compositor de 
choros João Tomé), entre outros. 
 
 
ACIDENTES | CÍRCULO DE QUINTAS 
 
 Conforme Bohumil Med38, # (sustenido), X (dobrado 
sustenido), b (bemol), bb (dobrado bemol) e (bequadro) são 
acidentes. As notas da armadura com sustenido são fá, dó, sol, ré, 
lá, mi, si e as com bemol si, mi, lá, ré, sol, dó, fá. 
Para descobrir o tom na armadura da clave com sustenidos, 
considere a nota ascendente ou descendente (acima ou abaixo) em 
relação ao último sustenido (modo maior ou menor 
respectivamente) e, na armadura com bemóis, considere o 
penúltimo bemol para o modo maior e conte 3 notas a partir do 
último bemol para o modo menor. 
O círculo das quintas é um sistema cíclico de descrição das 
relações entre as 12 notas de uma escala cromática. 
 
 
38 Cfr. MED, Bohumil. Teoria da música. 4. ed. rev. e ampl. Brasília: Musimed, 1996, 
p. 269. 
51 
 
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CHART READING39 
 
Aprenda a mapear a partitura através dos sinais indicativos 
[sessão, intro, chorus, bridge (turn around), voicing, drop, vamp, 
símile, %, ghost notes (notas fantasmas simbolizadas com X), palm 
muting (staccato), D. C. (Dal Capo = do caput = da cabeça) D. S. 
(Dal Segno = do sinal), Coda (Calda), barras (duplas, de repetição 
ou ritornellos...), casas (endings), convenções rítmicas...] bem 
explicados por BERSANI, Wanderson. Chart reading: mapeando a 
partitura através dos sinais de indicação de roteiro. In: TAFFO, 
Wander et al. IG & T Book. São Paulo: EM&T Editora, 2007, vol. 
01, p. 18-33. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 Mapeando a partitura (tradução livre). Confira também WOLFF, Daniel. Como 
digitar uma obra para violão. In: Violão intercâmbio. São Paulo, 2001, nº 46, passim. 
Disponível em http://www.danielwolff.com.br/arquivos/File/Como_Digitar_Port.htm; 
FARIA, Nelson. Exercícios de leitura para guitarristas e violonistas. São Paulo: 
Irmãos Vitale, 2014, passim. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
52 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2ª PARTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
53 
 
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O VIOLÃO DE 6 CORDAS NO CHORO40 
 
O papel do violão de 6 cordas no Choro é essencial nas 
conduções melódica (como instrumento solista), rítmica (junto ao 
cavaquinho, à percussão etc) e harmônica [ao realizar centro, 
fraseados, inversões e dialogar com os demais instrumentos (tocar 
o baixo contínuo em terças contrastantes com os contrapontos 
especialmente emitidos pelo violão de 7 cordas)], prestando 
destacada contribuição na ampliação de seu acervo composicional 
através dos violonistas-compositores41. 
 
 
ESTRUTURA DO CHORO42 
 
O estudo sistêmico de fatores musicais característicos 
(forma, rítmica, tons, inflexões, anacruses, finalizações típicas e 
 
40 Vide SOUZA, Rogério. Choro 100: violão – play along choro. Rio de Janeiro: 
Biscoito Fino, 2008, passim; PAULINO, Conrado. Choro básico. In: Acústico. São 
Paulo: HMP, 2006, vol. 08, p. 42; MARQUES, Euclides. Os violões no choro. In: Violão 
Pro. São Paulo: Música & Mercado, 2006, vol. 06, p. 42-47; GAMA, Lula. O papel do 
seis-cordas. In: Violão Pro. São Paulo: Música & Mercado, 2006, vol. 05, p. 58-59; 
PETAGNA, Cristiano. Remexendo o violão brasileiro. In: Violão Pro. São Paulo: 
Música & Mercado, 2006, vol. 04, p. 38-44. 
41 Vide HARO, Maria Jesus Fábregas. Nicanor Teixeira: a música de um violonista 
compositor brasileiro. Rio de Janeiro: UFRJ, 1993 (Dissertação de mestrado), 
passim; CARDOSO, Thomas Fontes Saboga. Um violonista-compositor brasileiro: 
Guinga – a presença do idiomatismo em sua obra. Rio de Janeiro: UNIRIO, 2006 
(Dissertação de mestrado), passim. 
42 Vide ALMADA, Carlos. A estrutura do choro. Rio de Janeiro: Da Fonseca, 2006, 
passim; SÈVE, Mário. Vocabulário do choro: estudos e composições. Rio de Janeiro: 
Lumiar, 1999, passim. 
54 
 
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atípicas) lança as bases de uma teoria geral do choro 
encaminhadora de parâmetros (convenções), variantes e diretrizes 
a serem observados por intérpretes e compositores em suas 
criativas incursões. 
Durante a leitura das subscritas noções, procure identificar 
os elementos da estrutura do choro em registros escritos e 
gravados. Depois, dê vazão à sua verve composicional. Invente um 
choro! 
 
FORMA 
 
A forma mais utilizada no Choro corresponde à rondó, 
originária do período medieval Ars Nova e composta de uma parte 
principal (refrão ou tema central) que se repete após a intervenção 
distintiva de outras partes. 
 
FORMA TÍPICA 
 
A forma típica do Choro é constituída por 3 partes de 16 
compassos (cada), assim distribuídas: 
 
A1 A2 (ou A com ritornello) -> B1 B2 (ou B com ritornello) -> 
-> A3 -> C1 C2 (ou C com ritornello) -> A4... 
A1 = 1º motivo (tema = 4 compassos | resposta suspensiva = 4 
55 
 
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compassos); A2 = 2º motivo (tema = 4compassos | resposta 
conclusiva = 4 compassos) e assim sucessivamente em relação às 
demais quadraturas e sessões, conforme Maurício Carrilho citado 
por Lúcia Campos.43 
FORMAS ATÍPICAS44 
 Determinados choros possuem menos ou mais de 3 partes 
(sessões) com menos ou mais de 16 compassos. Verifique os 
exemplos das páginas 100 e 153. 
ALTERNATIVAS TONAIS FREQÜENTES 
 Pode-se depreender do extenso acervo de choros compostos 
desde a 2ª metade do séc. XIX, parâmetros lógicos de graus tonais 
freqüentes nas sessões (partes) da forma típica, conforme 
ALMADA, Carlos. A estrutura do choro. Rio de Janeiro: Da 
Fonseca, 2006, p. 09-10: 
Choros iniciados em modo maior 
I (1ª parte) | V (2ª parte) | IV (3ª parte) = C | G | F 
I (1ª parte) | VIm (2ª parte) | IV (3ª parte) = C | Am | F 
 
43 Vide CARRILHO, Maurício apud CAMPOS, Lúcia Pompeu de Freitas. Tudo isso de 
uma vez só: o choro, o forró e as bandas de pífanos na música de Hermeto Pascoal. 
Belo Horizonte: UFMG, 2006, p. 56-57. 
44 Por exemplo, MOREIRA, Juarez. Choro diferente. In: BH no Choro. Belo 
Horizonte: Belotur/Clube do Choro de Belo Horizonte/Auditório JK, 2008. Cfr. 
ALMADA, Carlos. A estrutura do choro. Rio de Janeiro: Da Fonseca, 2006, p. 09, 
“Obviamente, existem exceções (que, como sempre, confirmam a regra): ver, por 
exemplo, o caso de Lamentos, de Pixinguinha, choro estruturado em duas, em vez das 
três partes convencionais. Além disso, a primeira parte possui 24 compassos (no lugar 
de 16), que são subdivididos irregularmente em frases de 8, 4, 6 e 6 compassos”. 
56 
 
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Choros iniciados em modo menor 
Im (1ª parte) | III (2ª parte) | I (3ª parte) = Am | C | A 
Im (1ª parte) | III (2ª parte) | VI (3ª parte) = Am | C | F 
TONS COMUNS PARA O TEMA CENTRAL 
A escolha dos tons temáticos segue raciocínio idêntico. Contempla 
certos tons com assiduidade, a saber: 
 
 
Afinal, segundo ALMADA, Carlos. A estrutura do choro. Rio de 
Janeiro: Da Fonseca, 2006, p. 10, 
“normalmente adota-se uma tonalidade que seja ‘boa’ para 
os principais instrumentos acompanhantes, violão, 
cavaquinho e bandolim. Em outras palavras, tonalidades 
cujas escalas forneçam o maior número de notas que 
coincidam com as cordas soltas soam mais vibrantes, 
resultando numa sonoridade geral mais cheia, sendo, além 
disso, no que se refere à execução, mais ‘naturais’, o que 
torna a interpretação do conjunto mais solta”. 
RITMO 
 A rítmica do Choro está assentada em células características, 
passíveis de desdobramentos e variações. 
CÉLULAS CARACTERÍSTICAS 
8 semicolcheias = � � � � � � � � | � � � � � � � � |... 
4 semicolcheias e 2 colcheias = � � � � � � | � � � � � � |... 
1 semicolcheia, 1 colcheia, 1 semicolcheia, 1 semicolcheia, 1 colcheia, 1 semicolcheia = 
� � � � � � | � � � � � � |... 
Modos maiores = fá, dó, sol e ré 
Modos menores = ré, lá, mi e sol 
57 
 
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VARIAÇÕES RÍTMICAS45 E DESDOBRAMENTOS ESTÉTICOS 
O diacronismo e a atemporalidade do choro engendraram 
variações rítmicas e desdobramentos estéticos, a saber: 
Polca brasileira, lundu, corta-jaca, maxixe, tango brasileiro, 
schottisch (xótis), mazurka, choro, choro-canção, chorinho (choro 
sapeca), choro sambado (choro-samba), samba-choro, valsa-choro 
(valsa brasileira), choro barroco, choro cantado, entre outros46... 
 O trecho a seguir – extraído da entrevista de Jacob do 
Bandolim ao Museu de Imagem e Som do Rio de Janeiro em 1967 – 
é esclarecedor: 
“O choro, choro mesmo, teve uma grande definição 
foi com Pixinguinha. Pixinguinha deu rítmica ao choro. 
O choro até então era considerado uma coleção de 
músicas para chorar, fazer chorar [...] Eu tenho 
inclusive cadernos de antes de 1900, coleções de 
choro, músicas de choro e não choros. Ali dentro 
tinha Valsas, tinha polcas, tinha quadrilhas, tinha 
schottisch, tudo era considerado músicas de choro.”47 
 
45 Vide BECKER, Zé Paulo. Levadas brasileiras para violão. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2013, 
p. 19-22; PEREIRA, Marco. Ritmos brasileiros. Rio de Janeiro: Garbolights, 2007, p. 19-20, 37-42; 
FARIA, Nelson. The Brazilian guitar book. Petaluma: Sher Music Co, 1995, p. 86-99; BRAGA, Luiz 
Otávio. O violão de 7 cordas. 2. ed. Rio de Janeiro: Lumiar, 2004, p. 14-18; GUIMARÃES, Maria 
Inês. Danses et oiseaux du Brésil. Paris: Gérard Billaudot, 2003, vols. 01-02; CAMPOS, Lúcia 
Pompeu de Freitas. Tudo isso de uma vez só: o choro, o forró e as bandas de pífanos na música de 
Hermeto Pascoal. Belo Horizonte: UFMG, 2006, p. 58-66. 
46 Cfr. FERRAZ, Daniela Silva de Rezende. A voz e o choro: aspectos técnicos vocais e o repertório 
de choro cantado como ferramenta de estudo no canto popular. Rio de Janeiro: UNIRIO, 2010 
(Dissertação de mestrado); JIRAN, Marcelo. Samba chorado. In: ZOCKRATTO, Mauro et al. Pelo 
espaço de um compasso. Belo Horizonte, 2008; a vida e a obra de Ademilde Fonseca; JACQUES, 
Lígia; LEONEL, Rogério. Choro barroco. Belo Horizonte, 2001; Idem. Choro cantado. Belo 
Horizonte, 2010 e o choro francobrasileiro “Reconciliação” de AURÉLIE E VERIOCA. Além des 
nuages. Paris, 2011. 
47 BANDOLIM, Jacob do. Depoimento prestado ao Museu da Imagem e do Som. Rio de 
Janeiro: MIS, 24 fev. 1967. (Informações verbais). Disponível em 
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ANACRUSES48 
 
As anacruses mais comuns compõem-se de: 
 
1 NOTA (1 COLCHEIA OU 1 SEMICOLCHEIA) 
Essa fórmula perfaz 15% dos choros pesquisados por Carlos 
Almada sendo seguida por salto [Brejeiro (Ernesto Nazareth), 
Pedacinhos do céu (Waldir Azevedo)...] ou movimento em grau 
conjunto [Querida por todos (Joaquim Callado), Ele e Eu e Naquele 
tempo (Pixinguinha/Benedito Lacerda)...]. 
 
2 NOTAS (1 COLCHEIA E 1 SEMICOLCHEIA) 
Essa fórmula perfaz 5% dos choros pesquisados por Carlos Almada 
[Proezas de Solon (Pixinguinha), Na Glória (Ary dos Santos e Raul 
de Barros)...]. 
 
3 NOTAS (3 SEMICOLCHEIAS) 
Essa fórmula perfaz 80% dos choros pesquisados por Carlos 
Almada em movimento escalar ascendente ou descendente 
[Descendo a serra (Pixinguinha/Benedito Lacerda), Choro negro 
(Paulinho da Viola/Fernando Costa), Apanhei-te cavaquinho 
 
http://www.jacobdobandolim.com.br/jacob/oucajacob.php#trechos; BARRETO, Almir Côrtes. 
O estilo interpretativo de Jacob do Bandolim. Campinas: UNICAMP, 2006, p. 09. 
48 Vide ALMADA, Carlos. A estrutura do choro. Rio de Janeiro: Da Fonseca, 2006, p. 
61-62. 
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(Ernesto Nazareth)...], cromático [Flor amorosa (Joaquim Calado), 
André de sapato novo (André Victor Corrêa), Benzinho (Jacob do 
Bandolim)...], com bordadura ascendente ou descendente [Tico-
tico no fubá (Zequinha de Abreu), Um a zero (Pixinguinha)...], 
contorno em arpejo (mescla de salto com graus conjuntos; Bem-
te-vi atrevido (Lina Pesce)...] e como antecipação [Brasileirinho 
(Waldir Azevedo), Sonoroso (K-Ximbinho), Dr. Sabe Tudo 
(Dilermando Reis)...]. 
 
Carlos Almada considera as anacruses de 4 ou 5 semicolcheias 
raras. 
 
FINALIZAÇÕES 
 
 Segundo Carlos Almada, 
 
“[...] a finalização que também poderíamos chamar de 
uma brevíssima coda, acontece logo após a chegada 
da tônica, através da progressão harmônica V –> I e 
do movimento melódico que resolve no I grau da 
escala [...] normalmente a tônica segue uma das notas 
pertencentes ao acorde do V grau – os graus 
escalares II, V ou VII –, embora seja também 
bastante típica de choros a conclusão melódica III –> 
I [...]”49

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