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02 - Índices de Liquidez e Solvência

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Prof. Daniel Negreiros 
 Aula 01 
1 de 86|www.direcaoconcursos.com.br 
Análise da Liquidez e da Estrutura de Capital 
Análise da Liquidez, Solvência e 
Estrutura de Capital 
Análise das Demonstrações Contábeis para Agente de 
Fiscalização - Administração - do TCM SP
Prof. Daniel Negreiros 
Prof. Daniel Negreiros 
 Aula 01 
2 de 86|www.direcaoconcursos.com.br 
Análise da Liquidez e da Estrutura de Capital 
Sumário 
ANÁLISE POR INDICADORES ..................................................................................................................... 4 
ANÁLISE POR ÍNDICES OU QUOCIENTES ......................................................................................................................... 4 
ÍNDICES DE LIQUIDEZ ................................................................................................................................ 6 
ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE ......................................................................................................................... 6 
RELAÇÃO ENTRE O ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE E O CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO ................................. 9 
ÍNDICE DE LIQUIDEZ SECA (TESTE ÁCIDO OU ACID TEST) ................................................................................. 10 
ÍNDICE DE LIQUIDEZ GERAL .............................................................................................................................. 12 
ÍNDICE DE LIQUIDEZ IMEDIATA ......................................................................................................................... 14 
ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE DE KANITZ ..................................................................................................... 21 
TERMÔMETRO DE INSOLVÊNCIA DE KANITZ .................................................................................................... 21 
ÍNDICE DE SOLVÊNCIA GERAL .......................................................................................................................... 23 
ÍNDICES DE ESTRUTURA DE CAPITAL ...................................................................................................... 24 
PASSIVOS DE FINANCIAMENTO E PASSIVOS DE FUNCIONAMENTO. ................................................................................... 25 
INDICADORES DE QUANTIDADE DA DÍVIDA ............................................................................................. 27 
PARTICIPAÇÃO DE CAPITAL DE TERCEIROS SOBRE RECURSOS TOTAIS (ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO, DEBT RATIO OU DEPENDÊNCIA 
FINANCEIRA) ..................................................................................................................................................................... 27 
ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO ONEROSO ........................................................................................................................ 28 
PARTICIPAÇÃO DE CAPITAL DE TERCEIROS SOBRE RECURSOS PRÓPRIOS (GRAU DE ENDIVIDAMENTO OU GARANTIA DE CAPITAL DE 
TERCEIROS OU, AINDA, RELAÇÃO ENTRE FONTES DE RECURSOS) ............................................................................................... 30 
PARTICIPAÇÃO DE CAPITAL PRÓPRIO SOBRE RECURSOS DE TERCEIROS (GARANTIA DO CAPITAL PRÓPRIO AO CAPITAL DE TERCEIROS)
 ....................................................................................................................................................................................... 30 
INDICADORES DE QUALIDADE DA DÍVIDA ............................................................................................... 31 
COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO (RELAÇÃO ENTRE DÍVIDAS OU DEBT RATIO) ................................................................. 31 
OUTROS ÍNDICES DE ESTRUTURA DE CAPITAL .........................................................................................35 
IMOBILIZAÇÃO DO CAPITAL PRÓPRIO ........................................................................................................................... 38 
IMOBILIZAÇÃO DOS RECURSOS NÃO CORRENTES (OU IMOBILIZAÇÃO DOS RECURSOS PERMANENTES) .................................... 42 
IMOBILIZAÇÃO DO ATIVO TOTAL ................................................................................................................................. 43 
QUESTÕES DE CONCURSO ...................................................................................................................... 46 
GABARITO ............................................................................................................................................... 54 
QUESTÕES DE CONCURSO - GABARITO COMENTADO ............................................................................. 55 
RESUMO DIRECIONADO .......................................................................................................................... 83 
Prof. Daniel Negreiros 
 Aula 01 
3 de 86|www.direcaoconcursos.com.br 
Análise da Liquidez e da Estrutura de Capital 
Análise das Demonstrações Contábeis de Empresas
Ao final dessa aula você terá estudado: 
✓ Índices de Liquidez e Solvência;
✓ Índices de Estrutura de Capital (Endividamento e Imobilização).
Olá, querido(a) aluno(a)! Estamos aqui em mais um encontro para nos familiarizarmos ainda mais com essa 
matéria tão intrigante: A Análise das Demonstrações Contábeis de Empresas. E dessa vez vamos dar continuidade 
ao estudo dos indicadores advindos do Balanço Patrimonial, os chamados “estáticos”. 
Retomando o que vimos no final da aula passada, vamos reiniciar o estudo dos indicadores, passando pelos 
índices de liquidez e solvência, e terminando pelos indicadores de estrutura de capital. 
Vamos nessa???? 
Prof. Daniel Negreiros 
 Aula 01 
4 de 86|www.direcaoconcursos.com.br 
Análise da Liquidez e da Estrutura de Capital 
Análise Por Indicadores 
Análise Por Índices ou Quocientes 
Índices ou Quocientes são a relação entre contas ou grupo de contas das demonstrações contábeis. A finalidade 
da análise por índices ou quocientes é estabelecer indicadores de situações específicas referentes aos aspectos 
econômico e financeiro de uma empresa. Esses indicadores podem ser classificados da seguinte maneira: 
Indicadores estáticos: relação entre itens patrimoniais (Balanço Patrimonial); 
Indicadores dinâmicos: relação entre itens de resultado (Demonstração do Resultado do Exercício); e 
Indicadores de velocidade: relação entre um item patrimonial (Balanço Patrimonial) e um item de resultado 
(Demonstração do Resultado do Exercício). 
Os índices dividem-se, ainda, em: 
A figura a seguir ilustra o chamado “Tripé da Análise Contábil” 
“Um índice contábil é como uma vela acesa em um quarto escuro” 
(Dante C. Matarazzo) 
Prof. Daniel Negreiros 
 Aula 01 
 
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Análise da Liquidez e da Estrutura de Capital 
A frase acima, do grande professor Dante Carmine Matarazzo, faz uma analogia que retrata de maneira brilhante 
a necessidade de se avaliar a situação financeira ou econômica de uma empresa por meio da utilização de variados 
índices contábeis, e não apenas de um. É evidente que, em certas situações, poucos índices já serão suficientes para 
se tirar uma conclusão a respeito do que se quer diagnosticar, entretanto em outras situações fatalmente 
precisaremos de uma quantidade maior de índices para chegarmos ao objetivo. 
Em suma, a quantidade de quocientes ou índices a serem utilizadas na busca do 
diagnóstico e consequente tomada de decisões depende da profundidade que se deseja da 
análise, sempre tomando cuidado com o que foi falado no início da aula: os índices são um 
meio, não um fim em si mesmo quando se fala de análise! Não nos percamos na busca 
incessante pelos índices, o cenário é o mais importante! 
Na próxima aula, iniciaremos o estudo dos indicadores contábeis, mais precisamente os índices de liquidez e 
solvência, que estabelecem (ou ajudam a estabelecer) um diagnósticoda situação de capacidade de pagamento da 
empresa, ou seja, evidenciar a situação financeira da empresa frente a seus diversos compromissos financeiros. 
 
 
Prof. Daniel Negreiros 
 Aula 01 
 
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Análise da Liquidez e da Estrutura de Capital 
Índices de Liquidez 
Os índices de liquidez podem ser definidos pelo quociente entre duas variáveis contábeis patrimoniais de uma 
empresa, os quais são utilizados para avaliar a sua capacidade de pagamento, seja a curto ou a longo prazo. Silva1 
afirma que, no geral, a liquidez decorre da capacidade de a empresa ser lucrativa, da administração de seu ciclo 
financeiro e das suas decisões estratégicas de investimento e financiamento. 
 
ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE 
𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 (𝐿𝐶) = 
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
=
𝐴𝐶
𝑃𝐶
 
A definição mais didática afirma que o Índice de Liquidez Corrente indica a capacidade de a empresa liquidar seus 
passivos circulantes com recursos advindos dos ativos de curto prazo, e que o ideal é que este índice seja maior que a 
unidade. 
Você verá a seguir algumas considerações a respeito do índice de liquidez corrente que vão te ajudar a 
compreender melhor a real função desse indicador e incitará o desenvolvimento do seu raciocínio analítico, prática 
essencial para o entendimento da matéria. 
 
 
1 SILVA, Edivan M. Manual da Contabilidade Simplificada para Micro e Pequenas Empresas. 5ª ed. São Paulo. Editora IOB, 2011. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Liquidez
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lucro
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Ciclo_financeiro&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Ciclo_financeiro&action=edit&redlink=1
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Análise da Liquidez e da Estrutura de Capital 
1) O índice não revela a qualidade dos itens do Ativo Circulante: 
Basicamente, o Ativo Circulante é composto por: Disponibilidades, Contas a Receber, Estoques e Despesas do 
Exercício Seguinte (Despesas Antecipadas). 
Quanto às disponibilidades, não há o que se questionar, uma 
vez que são equivalentes de caixa, ou seja, significam “grana” que a 
empresa dispõe naquele momento. 
Já com relação às Contas a Receber e aos Estoques, há vários 
questionamentos, dentre os quais se destacam os relacionados ao grau de 
conversibilidade dos itens: 
a) Há apenas uma expectativa (mesmo que alta) de realização dos ativos 
referentes às Contas a Receber, já que, em uma análise rasa, não se conhece a qualidade dos clientes da 
empresa em análise. Sendo assim, e sabendo que a capacidade real de pagamento das dívidas só se 
concretiza com a transformação do Ativo Circulante em dinheiro, não se pode garantir essa capacidade 
apenas mediante o cálculo do Índice de Liquidez Corrente. A constituição das Perdas Estimadas para 
Devedores Duvidosos (antes denominada Provisão para Devedores Duvidosos – PDD) ajuda a mitigar esse 
viés, mas não resolve completamente o problema. Para entender o risco de liquidez das contas a receber, 
devemos compreender os seguintes aspectos2: 
i. Relevância da conta no contexto do ativo da empresa; 
ii. Concentração em torno de alguns e poucos e arriscados clientes; 
iii. Indexador: qual o percentual da carteira atrelado à moeda local e a moedas estrangeiras; 
iv. Montante da PDD em relação ao contas a receber bruto; 
v. Característica da política de crédito: conservadora, agressiva, expansionista etc; 
vi. Análise da carteira de títulos vencidos: proporção em relação à carteira total de recebíveis, tendência, 
prazo médio; 
vii. O prazo médio de recebimento de vendas. 
b) No tocante aos Estoques, existe a incerteza da venda, e assim também há apenas uma expectativa (mesmo 
que alta) de realização desses ativos, o que de certa forma enviesa a análise da capacidade 
por meio da Liquidez Corrente. Além disso, além da possibilidade de o Estoque estar 
superavaliado, há o risco de perecimento, no caso de empresas que comercializam bens 
perecíveis. Para resolver ao menos em parte essa questão, existe o Índice de Liquidez Seca, 
apresentado a seguir. 
As Despesas do Exercício Seguinte (Despesas Antecipadas) representam valores que foram desembolsados 
pela empresa, mas que ainda não se tornaram despesas efetivamente porque não ocorreu o fato gerador e, portanto, 
a empresa adquire um direito de recebimento de um bem ou prestação de um serviço em data futura. Por esse motivo, 
 
2 MÁLAGA, Flávio Kezam. Análise dos demonstrativos financeiros e da performance empresarial: para empresas não financeiras. 2ª ed. São 
Paulo: Saint Paul Editora, 2012. 
 
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Análise da Liquidez e da Estrutura de Capital 
sugere-se que tais Despesas Antecipadas, quando tiverem montante relevante em relação ao Ativo Circulante, sejam 
subtraídas deste para fins de cálculo desse índice, uma vez que são ativos que não serão convertidos em dinheiro; 
todavia, são pouquíssimas as questões de concurso que envolvem essa conta, e provavelmente a banca deixará claro 
para o candidato a necessidade de supressão desse item. 
Raciocínio análogo pode ser feito em relação às Receitas Antecipadas, que figuram no Passivo (Circulante ou 
Não Circulante, a depender do prazo da efetiva realização da receita) e devemos realizar o ajuste do passivo também 
quando esta conta fizer parte do grupo. 
2) O Índice não revela a sincronização entre recebimentos e pagamentos (fator tempo): 
O horizonte temporal para classificação das contas no Ativo e Passivo Circulantes é de 12 meses, ou seja, 
qualquer direito ou obrigação a vencer nos próximos 360 dias são classificáveis nos componentes circulantes do 
Balanço Patrimonial, via de regra. 
A questão é que geralmente os prazos de recebimento das contas a receber, em conjunto com os prazos de 
estocagem de mercadorias, não se combinam com os prazos de pagamento dos fornecedores e demais contas a 
pagar. Por exemplo, existem empresas nas quais os ativos são realizados, em média, após 60, 90 ou 120 dias, ao passo 
que suas contas a pagar vencem em, no máximo, 30 dias. Uma empresa como essa, mesmo que tenha um alto Índice 
de Liquidez Corrente, provavelmente não conseguirá liquidar as suas obrigações em dia caso não recorra a 
empréstimos em instituições financeiras. 
 
O ideal é que a empresa procure ao máximo sincronizar as entradas e saídas de caixa, por meio de manobras 
envolvendo os prazos de recebimento e pagamento, em conjunto com a renovação dos empréstimos bancários. 
Estudaremos isso com mais detalhes quando da abordagem do ciclo operacional e gestão do capital de giro (Aula 4). 
3) Os Estoques estão registrados pelo preço de custo (Custo Histórico): 
Este é um ponto de possível ajuste que não é considerado no cálculo da Liquidez Corrente, uma vez que os 
Estoques estão registrados pelo Custo Histórico, quando na verdade deveriam (para fins desse cálculo) estar 
registrados pelo Valor de Realização (Valor de Venda), o qual geralmente é superior ao custo3. Devido a isso, a Liquidez 
 
3 Importante lembrar que o Critério de Avaliação dos Estoques, de acordo com o Art. 183, II da Lei nº 6.404/76, é pelo custo ou mercado, dos 
dois o menor. Já no Pronunciamento CPC 16 (que disciplina a avaliação dos Estoques), o conceito de Valor Realizável Líquido e/ou Valor Justo é 
usado em “substituição” ao Valor de Mercado. Maiores detalhes em http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos- Emitidos/Pronunciamentos 
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-
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 Aula 01 
 
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Análise da Liquidez e da Estrutura de Capital 
Corrente ficasubdimensionada, já que os valores a serem recebidos pela venda serão maiores do que os registrados 
no balanço. 
4) O Índice não leva em consideração a sazonalidade de certas empresas: 
Em algumas empresas se observa uma grande oscilação nos resultados ao longo do ano, a exemplo do ramo 
agrícola. Como o Índice de Liquidez Corrente é estático, os valores obtidos podem não espelhar a real situação da 
entidade ao longo de todo o exercício social. 
5) Um índice de Liquidez Corrente alto nem sempre significa boa saúde financeira da empresa: 
Em certas situações, um Índice de Liquidez alto pode advir de um excesso de recursos ociosos no Ativo 
Circulante, isto é, a empresa provavelmente não está gerindo seus ativos de maneira eficiente, por incapacidade ou 
até receio de efetuar investimentos. Ainda, a empresa pode estar em uma fase de preparação para um eventual futuro 
investimento. Em resumo, há que se investigar o porquê de o indicador estar alto ou baixo para se chegar a uma 
conclusão a respeito da saúde financeira da empresa. A Análise Vertical/Horizontal pode nos ajudar nessa investigação 
complementar, como dissemos. 
RELAÇÃO ENTRE O ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE E O CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO 
𝐶𝐶𝐿 = 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 − 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 = 𝐴𝐶 − 𝑃𝐶 
O Capital Circulante Líquido (ou Capital de Giro Líquido) 
mede a diferença entre o Capital de Giro4 (Ativo Circulante) e as 
obrigações de curto prazo, ou seja, mede a diferença dos ativos de 
curto prazo em relação aos passivos também de curto prazo. É um 
indicador de liquidez utilizado pelas empresas para refletir a 
capacidade de gerenciar as relações com fornecedores e clientes. 
Assim, podemos dizer que o Capital de Giro é o valor que a 
empresa tem para custear e manter suas despesas operacionais do 
dia a dia5. Dizemos “líquido” pois é o resultado da diferença entre o 
dinheiro que você tem disponível e o dinheiro que você deve. Ele diz 
respeito a uma reserva de recursos de rápida renovação, voltada a suprir as necessidades da gestão financeira do 
negócio ao longo do tempo. Esses recursos concentram-se nas contas a receber, no estoque, no caixa ou na conta 
corrente bancária e influenciam no cálculo do ativo. Ele é diferente do chamado capital fixo ou permanente, que é o 
investimento voltado à compra de imóveis, instalações, máquinas, matérias primas e equipamentos (itens do ativo 
imobilizado), necessários para o início do processo “físico” de funcionamento da empresa. 
Outra forma de encarar o CCL é entendê-lo como a parcela de Recursos Não Correntes (Passivo Não Circulante 
e Patrimônio Líquido) que financiam o Ativo Circulante (chamado também de Capital de Giro). 
 
4 Sempre que falarmos o termo “Capital de Giro”, o sinônimo que deve vir imediatamente na nossa cabeça é “Ativo Circulante” 
5 https://endeavor.org.br/financas/capital-de-giro 
https://endeavor.org.br/gestao-financeira/
https://endeavor.org.br/gestao-financeira/
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 Aula 01 
 
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Análise da Liquidez e da Estrutura de Capital 
 
Percebe-se que esse indicador não é um quociente, como a Liquidez Corrente, mas existe uma relação intima 
entre os dois. Matematicamente, podemos dizer que a Liquidez Corrente será maior do que 1 quando o CCL for 
positivo e, consequentemente, a Liquidez Corrente será menor do que 1 quando o CCL for negativo. 
No primeiro caso, temos uma empresa menos exposta a riscos e, teoricamente, 
menor a possibilidade de insolvência. Consequentemente, no segundo caso, temos uma 
empresa mais exposta a riscos e, via de regra, com maior possibilidade de insolvência. 
Falaremos com maior riqueza de detalhes do chamado “dilema liquidez-
rentabilidade” na aula 3 e do CCL quando do estudo do Capital de Giro (aula 4). 
 
ÍNDICE DE LIQUIDEZ SECA (TESTE ÁCIDO OU ACID TEST) 
𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝑆𝑒𝑐𝑎 (𝐿𝑆) = 
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 − 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
=
𝐴𝐶 − 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠
𝑃𝐶
 
Utilizado em empresas de altos estoques, de difícil realização, como empresas imobiliárias, para se saber a real 
disponibilidade de capital de giro para saldar as obrigações de curto prazo. 
Prof. Daniel Negreiros 
 Aula 01 
 
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Análise da Liquidez e da Estrutura de Capital 
Podemos nos utilizar das mesmas considerações que foram feitas a respeito da Liquidez 
Corrente em relação às peculiaridades da Índice de Liquidez Seca, que ainda pode ser 
considerado um quociente mais conservador para avaliação da situação financeira de uma 
empresa, visto que elimina as fontes de incerteza relativas aos estoques, como o seu 
perecimento ou a dúvida sobre a sua efetiva venda. 
Devemos ter em mente que um excessivo estoque pode comprometer a liquidez da empresa, principalmente 
nas hipóteses em que o Prazo Médio de Rotação dos Estoques6 é alto. Com relação às Despesas Antecipadas, as 
bancas de concursos têm adotado a prática de deduzi-las no cálculo da Liquidez Seca com maior frequência do que 
em relação à Liquidez Corrente. Por esse motivo, alguns autores já apresentam a fórmula da Liquidez Seca com a 
dedução dessa conta de ativo: 
𝑳𝒊𝒒𝒖𝒊𝒅𝒆𝒛 𝑺𝒆𝒄𝒂 (𝑳𝑺) = 
𝑨𝒕𝒊𝒗𝒐 𝑪𝒊𝒓𝒄𝒖𝒍𝒂𝒏𝒕𝒆 − 𝑬𝒔𝒕𝒐𝒒𝒖𝒆𝒔 − 𝑫𝒆𝒔𝒑. 𝑨𝒏𝒕𝒆𝒄𝒊𝒑𝒂𝒅𝒂𝒔
𝑷𝒂𝒔𝒔𝒊𝒗𝒐 𝑪𝒊𝒓𝒄𝒖𝒍𝒂𝒏𝒕𝒆
 
Conforme foi mencionado no início do tópico, é importante compararmos os resultados dos indicadores de uma 
empresa com as suas “semelhantes”, ou seja, com empresas do mesmo ramo de atividade, para termos uma real ideia 
da situação financeira da empresa. 
 
Pensando dessa forma, nem sempre um Índice de Liquidez Seca baixo é um sintoma ruim. Existem ramos de 
atividade que trabalham com esse indicador em níveis bem pequenos, como nos supermercados, onde o investimento 
em estoques é extremamente elevado e o investimento em contas a receber é relativamente baixo. Por isso, para 
todos os itens, e especialmente para a Liquidez Seca, é importante a comparação com os índices-padrão (do mesmo 
ramo). 
 
 
6 Veremos esse conceito com maiores detalhes na Aula 4 
Prof. Daniel Negreiros 
 Aula 01 
 
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Análise da Liquidez e da Estrutura de Capital 
ÍNDICE DE LIQUIDEZ GERAL 
𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝐺𝑒𝑟𝑎𝑙 (𝐿𝐺) = 
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝐴𝑅𝐿𝑃
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑁ã𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
 
Indica a capacidade de a empresa liquidar suas obrigações de curto e longo prazo, utilizando toda a parcela do 
ativo especulativo, ou seja, os componentes não permanentes do ativo (ativo circulante e realizável a longo prazo). 
Novamente o desejável é que esse índice seja superior a 1. 
Esse pode ser considerado um índice mais “pobre” que os outros Índices de Liquidez, uma vez que as divergências 
entre os prazos de pagamento das obrigações do passivo e realização dos itens do ativo são ainda maiores que na 
Liquidez Corrente e na Liquidez 
Seca, ou seja, não há qualquer 
relação de temporalidade entre os 
elementos do numerador e do 
denominador desse quociente. 
Ademais, há que se considerar que 
os itens de curto e também de longo 
prazo do Ativo devem se converter 
em dinheiro para que as dívidas 
sejam efetivamente liquidadas, o 
que é ainda mais difícil do que nos 
outros indicadores de Liquidez. 
Para que se consiga enriquecer 
a análise desse quociente, é necessário analisar uma série histórica de vários anos (alguns autores sugerem no mínimo 
3 anos) e, dessa forma, verificar uma tendência de evolução do poder de pagamento geral da empresa. 
Vamos ver como isso foi cobrado recentemente em prova????? 
Como isso é cobrado em concursos? 
 (CESPE/Sefaz-RS/Auditor-Fiscal da Receita Estadual/2019) A tabela a seguir,com valores em R$ 
mil, corresponde ao balanço patrimonial de determinada companhia em 31/12/2017. 
 
circulante 1.000 circulante 600
caixa 100 salários a pagar 200
estoques 500 fornecedores 300
duplicatas a receber 400 impostos a pagar 45
não circulante 4.000 empréstimos a pagar 50
realizável a longo prazo 500 contas a pagar 5
duplicatas a receber 300 não circulante 800
empréstimos a sócios 200 financiamentos a pagar 800
imobilizado 2.000 patrimônio líquido 3.600
imóveis 1.900 capital social 3.000
móveis e utensílios 100 reservas de capital 200
investimentos 1.000 reservas de lucros 400
imóveis para renda 1.000
intangível 500
marcas e patentes 500
total do ativo 5.000 total do passivo 5.000
ativo passivo
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Análise da Liquidez e da Estrutura de Capital 
Considerando-se esse balanço patrimonial e os índices de liquidez corrente, seca e geral da companhia 
em 31/12/2017, é correto afirmar que essa companhia, relativamente às obrigações de curto prazo 
(OBC) e à capacidade de pagamento de dívidas de curto e longo prazo (CPDCLP), é 
a) incapaz de honrar suas OBC, mas, em um cenário de longo prazo, os indicadores apontam, para 
situação de solvência. 
b) capaz de honrar suas dívidas de curto e longo prazo, sem necessidade da realização financeira 
dos seus estoques. 
c) incapaz de honrar suas OBC, mas sua capacidade de pagamento melhorará se forem 
considerados na análise os realizáveis e exigíveis a longo prazo. 
d) capaz de honrar suas OBC sem depender da realização financeira dos seus estoques e, no que 
diz respeito à CPDCLP, os indicadores apontam para situação de insolvência. 
e) capaz de honrar suas OBC, desde que realize financeiramente os seus estoques e, no que diz 
respeito à CPDCLP, os indicadores apontam para situação de solvência. 
Gabarito: letra E. 
Comentário: 
Questão que versa sobre índices de liquidez. Vamos às alternativas: 
(a) incapaz de honrar suas OBC, mas, em um cenário de longo prazo, os indicadores apontam, para 
situação de solvência. 
Item ERRADO. Sabemos que uma empresa incapaz de honrar suas obrigações de curto prazo (OBC) tem 
seu índice de liquidez corrente menor que a unidade (vimos na aula anterior que isso não é garantia de 
incapacidade, porém é o referencial que devemos levar para a prova). No nosso caso temos que o mencionado 
índice vale 1,66, ou 166,66%, o que significa que a empresa é capaz (pelo menos em uma primeira análise) de 
honrar seus compromissos de curto prazo: 
𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 (𝐿𝐶) = 
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
=
𝐴𝐶
𝑃𝐶
=
1.000
600
= 1,66666 
(b) capaz de honrar suas dívidas de curto e longo prazo, sem necessidade da realização financeira dos 
seus estoques. 
Item ERRADO. Aprendemos na aula anterior que uma empresa capaz de honrar suas dívidas de curto 
prazo, sem necessidade da realização financeira dos seus estoques, possui o índice de liquidez seca (teste ácido) 
superior a um. 
No nosso caso, temos uma liquidez seca de 0,8333 (ou 83,33%), o que significa que ela DEPENDE da venda 
(realização financeira) de pelo menos uma parte dos seus estoques para cumprir seus compromissos de curto 
prazo: 
𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝑆𝑒𝑐𝑎 (𝐿𝑆) = 
𝐴𝐶 − 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠
𝑃𝐶
=
1.000 − 500
600
= 0,833333 
Mas cuidado! A banca afirmou que a empresa era capaz de honrar suas dívidas de curto e longo prazo, 
sem necessidade da realização financeira dos seus estoques. Assim, teríamos que calcular um índice ”novo”, 
uma “liquidez geral sem estoques”, não utilizado na análise porque não faz muito sentido retirar a incerteza dos 
estoques para horizontes de curto e longo prazo. Assim, temos: 
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Liquidez Geral sem estoques = 
𝐴𝐶 + 𝐴𝑅𝐿𝑃 − 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠
𝑃𝐶 + 𝑃ñ𝐶
=
1.000 + 500 − 500
600 + 800
=
1.000
1.400
= 0,714 
Vimos que a empresa somente seria capaz de honrar suas dívidas de curto e longo prazo, caso realizasse 
financeiramente pelo menos uma parte dos seus estoques. 
(c) incapaz de honrar suas OBC, mas sua capacidade de pagamento melhorará se forem considerados 
na análise os realizáveis e exigíveis a longo prazo. 
Item ERRADO. A empresa é capaz de honrar suas OBC (liquidez corrente igual a 1,666, ou 166,66%). Aqui 
eu já marcaria errado no item e passaria para o próximo. Porém, para que o assunto fique realmente 
consolidado na sua cabeça, vamos analisar a capacidade de pagamento considerando os realizáveis e exigíveis 
a longo prazo, ou seja, calculando a liquidez geral: 
Liquidez Geral (LG) = 
𝐴𝐶 + 𝐴𝑅𝐿𝑃
𝑃𝐶 + 𝑃ñ𝐶
=
1.000 + 500
600 + 800
=
1.500
1.400
= 1,07 
 
Sendo assim, percebemos que a capacidade de pagamento PIORA ao considerarmos os realizáveis e 
exigíveis a longo prazo. 
(d) capaz de honrar suas OBC sem depender da realização financeira dos seus estoques e, no que diz 
respeito à CPDCLP, os indicadores apontam para situação de insolvência. 
Item ERRADO. Já vimos que a empresa é INCAPAZ de honrar suas OBC sem depender da realização 
financeira dos seus estoques, já que sua liquidez seca é inferior a um (LS = 0,83333). No que diz respeito à 
CPDCLP, os indicadores apontam para situação de SOLVÊNCIA, já que o índice de liquidez geral é superior a 
um. (LG = 1,07) 
(e) capaz de honrar suas OBC, desde que realize financeiramente os seus estoques e, no que diz 
respeito à CPDCLP, os indicadores apontam para situação de solvência. 
Item CERTO. Vimos aqui que a liquidez seca inferior a um denota uma situação em que a empresa precisa 
realizar financeiramente pelo menos uma parte dos seus estoques para cumprir suas OBC. No que diz respeito 
à CPDCLP, verificamos que os indicadores apontam para situação de SOLVÊNCIA, já que o índice de liquidez 
geral é superior a um. (LG = 1,07). 
 
ÍNDICE DE LIQUIDEZ IMEDIATA 
𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝐼𝑚𝑒𝑑𝑖𝑎𝑡𝑎 (𝐿𝐼) = 
𝐷𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
 
Assim como o Índice de Liquidez Seca, a Liquidez Imediata corrige a Liquidez Corrente para uma das incertezas 
do Ativo Circulante, além dos estoques: a das contas a receber. Como já vimos, esse investimento de curto prazo pode 
não se transformar em caixa, devido, por exemplo, à sua concentração em apenas alguns clientes, que podem ter um 
risco de crédito acentuado. 
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Portanto, o índice considera no numerador apenas os investimentos de curto prazo que não possuem incerteza 
alguma: o caixa, os valores depositados em banco (BCM) e as aplicações financeiras de resgate imediato (os chamados 
“equivalentes de caixa”). 
Indica a capacidade de a empresa liquidar seus Passivos Circulantes imediatamente e está relacionada ao seu 
limite de segurança, que é influenciado pelo tipo de empresa, seu porte e a forma com a qual ela é administrada. O 
razoável é que, na maioria dos casos, esse índice seja bem inferior a 1, ou significaria manutenção desnecessária de 
recursos em caixa, o que é ruim, principalmente em períodos inflacionários. 
Para fins de análise, não é um índice muito consistente, uma vez que o prazo de vencimento das 
obrigações do Passivo Circulante, que podem ser de 1 até 360 dias, não tem relação alguma com as 
disponibilidades. 
 
Vamos ver como tudo isso foi cobrado em prova????? 
Como isso é cobrado em concursos? 
 (CESPE/SEFAZ-RS/Auditor do Estado/2018) Com relação aos indicadores de uma empresa 
adquirente, a compra à vista de estoques junto a fornecedores: 
a) aumenta os índices de liquidez seca e liquidez imediata e mantém os índices de liquidez 
corrente e de liquidez geral nos patamares anteriores à ocorrência da transação. 
b) reduz os índices de liquidez seca e de liquidez imediata e mantémos índices de liquidez 
corrente e de liquidez geral nos patamares anteriores à ocorrência da transação. 
c) aumenta os índices de liquidez corrente e de liquidez geral e mantém os índices de liquidez 
seca e de liquidez imediata nos patamares anteriores à ocorrência da transação. 
d) aumenta os índices de liquidez corrente e de liquidez seca e mantém os índices de liquidez 
geral e de liquidez imediata nos patamares anteriores à ocorrência da transação. 
e) reduz os índices de liquidez seca e de liquidez imediata e aumenta os índices de liquidez geral 
e de liquidez corrente. 
Gabarito: Letra B. 
Comentário: 
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Sabemos que o lançamento contábil para essa transação de compra de estoques à vista é 
D – Estoques 
C – Caixa 
(cuidado com a pegadinha aqui! O enunciado falou em compra “junto a fornecedores”, e o candidato já 
coloca na cabeça que o lançamento envolve uma conta de fornecedores, o que está equivocado!!! A 
compra é à vista e como tal não apresenta a conta fornecedores) 
Vemos que se trata de um fato contábil permutativo, até mesmo dentro do ativo e do passivo circulante, 
ou seja, não altera quantitativamente nenhum dos dois. Assim, podemos concluir que o índice de liquidez 
corrente não se altera, já que é exatamente a razão entre o ativo circulante e o passivo circulante: 
𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 (𝐿𝐶) = 
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
=
𝐴𝐶
𝑃𝐶
 
Sabemos também que a liquidez geral não se altera, pelos mesmos motivos da liquidez corrente, uma vez 
que não há nenhum fato contábil relacionado ao ativo realizável a longo prazo, tampouco relacionado ao 
passivo não circulante, componentes do mencionado indicador: 
𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝐺𝑒𝑟𝑎𝑙 (𝐿𝐺) = 
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝐴𝑅𝐿𝑃
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑁ã𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
 
Já a liquidez seca vai ser diminuída, uma vez que estamos adquirindo estoques, justamente a “incerteza” 
que é expurgada no cálculo desse indicador. Ao aumentar o estoque, diminuímos o numerador da fração que 
denota o citado indicador, também chamado de “teste ácido” ou “acid test”: 
𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝑆𝑒𝑐𝑎 (𝐿𝑆) = 
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 − 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
 
Por fim, a liquidez imediata também irá diminuir, visto que temos menos dinheiro em caixa após a 
operação, o que compromete o numerador da fração que identifica o indicador: 
𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝐼𝑚𝑒𝑑𝑖𝑎𝑡𝑎 (𝐿𝐼) = 
𝐷𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
=
𝐶𝑎𝑖𝑥𝑎 + 𝐸𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝐶𝑎𝑖𝑥𝑎
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
 
 (CESPE/MPU/Analista/2015) Com relação à divulgação e análise das demonstrações contábeis, 
julgue o item. 
A conversão de financiamentos a pagar de curto prazo em capital social proporcionará acréscimo ao 
índice de liquidez corrente da empresa. 
Gabarito: Certo. 
Comentário: 
Quando transformamos financiamentos a pagar de curto prazo em capital social estamos trocando um 
passivo circulante por um item patrimonial (patrimônio líquido), causando, assim, uma diminuição nesse 
passivo de curto prazo e, consequentemente, um aumento no índice de liquidez corrente. 
 (CESPE/TCDF/Auditor de Controle Externo/2014) Considere que a liquidez seca de uma empresa 
tenha decrescido ano a ano em relação à liquidez corrente e que o volume total de investimentos, 
as aplicações circulantes, o consumo de materiais, os prazos médios de fabricação e o volume de 
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venda e de cobrança tenham sido mantidos constantes. Nesse caso, é correto afirmar que o ciclo 
operacional dessa empresa é crescente. 
Gabarito: Certo. 
Comentário: 
Questão que envolve os conceitos relativos aos índices de liquidez e ao ciclo operacional de uma empresa. 
Não entramos ainda em detalhes acerca das questões atinentes ao ciclo operacional de uma empresa, porém 
para resolver essa questão o que precisamos saber, basicamente, é que tal ciclo é o tempo decorrido desde o 
momento em que ela realiza suas compras de mercadorias junto aos fornecedores até o instante em que recebe 
o valor das vendas de seus clientes. Quando se trata de uma empresa que fabrica a mercadoria que vai ser 
revendida (empresas fabris), esse ciclo passa a ser do momento que a empresa adquire a matéria-prima até o 
momento em que ela recebe o valor referente à venda. 
Esse ciclo pode ser dividido em duas partes. O período que vai da compra de mercadorias até a venda aos 
clientes é chamado de prazo médio de renovação de estoques – PMRE, pois, a partir desse ponto, a empresa 
precisará adquirir novas mercadorias para revenda (Para as empresas fabris, existe ainda o PMF, que é o prazo 
médio de fabricação, anterior ao PMRE). A partir de então, teremos o prazo dado aos clientes para o pagamento 
dessas vendas, chamado prazo médio de recebimento de vendas – PMRV. 
 
O enunciado afirma que a liquidez seca diminui em relação à liquidez corrente, ou seja, ao confrontarmos 
os dois indicadores, percebe-se que o aumento do estoque causa essa diminuição da liquidez seca em relação 
à liquidez corrente, certo? 
𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝑆𝑒𝑐𝑎 (𝐿𝑆) = 
𝐴𝐶 − 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠
𝑃𝐶
 
𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 (𝐿𝐶) = 
𝐴𝐶
𝑃𝐶
 
Sendo assim, levando em consideração que o volume total de investimentos (ativo total), as aplicações 
circulantes (Ativo Circulante), o consumo de materiais (matéria-prima para os estoques), os prazos médios de 
fabricação (PMF) e o volume de venda e de cobrança tenham sido mantidos constantes, temos: 
a. Ciclo operacional = PMF+PMRE+PMRV 
b. PMF é constante (dado diretamente no enunciado), PMRV é constante (o fato de o volume de venda 
e de cobrança serem constantes significa que o PMRV não se altera, veremos isso na aula 4 com mais 
detalhes) 
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c. O PMRE é dado pela expressão: 𝑃𝑀𝑅𝐸 =
𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠
𝐶𝑀𝑉
. Como as vendas são constantes, o CMV se 
presume constante. À medida que os estoques aumentam, o PMRE também aumenta, e um aumento 
reiterado dos estoques resulta em um ciclo operacional cada vez maior, ou seja, crescente. 
 (CESPE/Sefaz-RS/Auditor Fiscal da Receita Estadual/2019) Os eventos que provocam aumento no 
capital permanente líquido de uma empresa incluem o(a) 
a) Venda de estoques para recebimento no longo prazo. 
b) Conversão de dívidas de curto prazo em dívidas de longo prazo. 
c) Obtenção de empréstimos com vencimento anterior ao término do exercício social seguinte. 
d) Aumento de capital com incorporação de reserva de lucros. 
e) Aquisição de ativo imobilizado com financiamento de longo prazo. 
Gabarito: letra B. 
Comentário: 
Questão que versa sobre o conceito de Capital Permanente Líquido, que nada mais é do que o Capital 
Circulante Líquido (CCL), também chamado de Capital de Giro Líquido (CGL), visto sob uma segunda acepção 
(que vimos na aula passada), ou seja, mede a diferença entre o Passivo Permanente (recursos não correntes ou 
a soma do passivo não circulante e do patrimônio líquido) e os ativos não circulantes, ou seja, indica a parcela 
dos recursos não correntes que financiam o ativo circulante, como você pode ver no esquema a seguir: 
 
Vamos analisar cada uma das alternativas: 
(a) Venda de estoques para recebimento no longo prazo: 
Item ERRADO. A venda de estoques gera a saída do ativo circulante, em contrapartida do surgimento 
de um direito de longo prazo (ARLP), ou seja, há um aumento no ativo realizável a longo prazo sem 
alteração nos passivos de longo prazo da empresa, diminuindo o CPL. Outra forma de encararé 
pensando como CCL (AC – PC): há uma diminuição no ativo circulante, sem alteração do passivo 
circulante, diminuindo o CCL (ou o CPL). 
(b) Conversão de dívidas de curto prazo em dívidas de longo prazo: 
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Item CERTO. Diferentemente da alternativa anterior, nesse caso há um aumento do passivo de longo 
prazo (PñC), sem alterações nos ativos de longo prazo (ARLP ou os ativos de caráter permanente). 
Sendo assim, há, de fato, um aumento no capital permanente líquido (CPL). 
(c) Obtenção de empréstimos com vencimento anterior ao término do exercício social seguinte: 
Item ERRADO. A obtenção de empréstimos de curto prazo (vencimento anterior ao término do 
exercício social seguinte) gera aumentos iguais no ativo circulante e no passivo circulante, mantendo 
o CCL inalterado. Analisando sob o prisma dos ativos e passivos de longo prazo, eles simplesmente 
não se alteram com essa transação de empréstimo de curto prazo. 
(d) Aumento de capital com incorporação de reserva de lucros: 
Item ERRADO. O aumento de capital com incorporação de reserva de lucros é um fato contábil que 
envolve apenas uma permuta de contas do patrimônio líquido, não alterando o passivo permanente. 
Como tampouco os ativos de longo prazo de alteraram, o CPL se manteve intacto. 
(e) Aquisição de ativo imobilizado com financiamento de longo prazo: 
Item ERRADO. A aquisição de ativo imobilizado com financiamento de longo prazo gera um aumento 
simultâneo e de igual valor nos ativos de caráter permanente e nos passivos também de caráter 
permanente, não alterando, portanto, o CPL. 
 (CESPE/SDS-PE/Perito/Contábeis/2016) O evento que provoca um aumento no valor do capital 
circulante líquido de uma empresa é a: 
a) antecipação de pagamento de dívidas de longo prazo 
b) venda de imóveis a prazo, com o recebimento da primeira parcela previsto para um prazo de 
dois anos a partir da data da transação. 
c) baixa para prejuízo de uma duplicata a receber. 
d) conversão de dívidas de curto prazo em dívidas de longo prazo. 
e) aplicação de recursos mantidos em conta corrente na aquisição de estoques a serem 
negociados no curto prazo. 
 Gabarito: letra D. 
Comentário: 
Questão que versa sobre o conceito de Capital 
Circulante Líquido (CCL), também chamado de Capital de Giro 
Líquido (CGL), que mede a diferença entre o Capital de Giro7 
(Ativo Circulante) e as obrigações de curto prazo, ou seja, mede 
a dos ativos de curto prazo em relação aos passivos também de 
curto prazo. 
 
7 Sempre que falarmos o termo “Capital de Giro”, o sinônimo que deve vir imediatamente na nossa cabeça é “Ativo Circulante” 
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Vamos analisar cada uma das alternativas: 
(a) antecipação de pagamento de dívidas de longo prazo: 
Item ERRADO. Diminui o CCL, já que usamos “caixa” para pagar as dívidas de longo prazo (passivo 
não circulante), diminuindo assim o ativo circulante e mantendo constante o passivo circulante; 
(b) venda de imóveis a prazo, com o recebimento da primeira parcela previsto para um prazo de dois anos 
a partir da data da transação: 
Item ERRADO. Ao realizar essa venda a prazo, a empresa entrega os imóveis (diminui o ativo não 
circulante) e contrai uma obrigação de longo prazo (aumenta o passivo não circulante), não alterando 
o CCL; 
(c) baixa para prejuízo de uma duplicata a receber: 
Item ERRADO. Diminui o CCL, já que o ativo circulante é reduzido pela baixa da duplicata a receber, 
sem alterações no passivo circulante; 
(d) conversão de dívidas de curto prazo em dívidas de longo prazo: 
Item CERTO. De fato, aumenta o CCL, já que o passivo circulante diminui pela saída da dívida de curto 
prazo. Como o ativo circulante se mantém constante, o CCL irá aumentar; 
(e) aplicação de recursos mantidos em conta corrente na aquisição de estoques a serem negociados no 
curto prazo: 
Item ERRADO. Não altera o CCL, uma vez que se trata de um fato permutativo dentro do ativo 
circulante (saída de caixa e entrada de estoques), mantendo-o constante. Como tampouco há 
alteração no passivo circulante, o CCL se mantém constante. 
 
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ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE DE KANITZ 
𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝐾𝑎𝑛𝑖𝑡𝑧 = 
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 − (1 − 𝑋) ∗ 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
 
O Índice de Liquidez de Kanitz foi desenvolvido pelo Professor, consultor e 
conferencista brasileiro Stephen Charles Kanitz (foto). A partir desse índice obtém-se uma 
equação em que os Índices de Liquidez Corrente e Liquidez Seca aparecem como casos 
particulares da fórmula geral. E, com seu uso, pode-se facilmente obter as posições de 
liquidez para as situações intermediárias, tendo por base uma estimativa de quanto se quer 
“retirar” do estoque, por precaução, para que o cálculo se torne um pouco mais conservador. 
 
Em resumo, esse índice tem o mesmo objetivo proposto pelo Índice de Liquidez Seca, com a diferença que, ao 
invés de eliminar todo o estoque, retira-se apenas uma porcentagem considerada adequada por parte do analista8. 
TERMÔMETRO DE INSOLVÊNCIA DE KANITZ 
O Fator de Insolvência de Kanitz (FIK) é dado pela fórmula: 
𝐹𝐼𝐾 = 0,05 × 𝐼1 + 1,65 × 𝐼2 + 3,55 × 𝐼3 − 1,06 × 𝐼4 − 0,33 × 𝐼5 
Onde 
𝐼1 = 𝑅𝑂𝐸 (𝑅𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑜 𝑃𝐿) = 
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞.
𝑃𝐿
 
𝐼2 = 𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝐺𝑒𝑟𝑎𝑙 = 
𝐴𝐶 + 𝐴𝑅𝐿𝑃.
𝑃𝐶 + 𝑃ñ𝐶
 
𝐼3 = 𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝑆𝑒𝑐𝑎 = 
𝐴𝐶 − 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠
𝑃𝐶
 
𝐼4 = 𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 = 
𝐴𝐶
𝑃𝐶
 
 
8 Quando X = 1 obtemos a Liquidez Corrente “Comum” e quando X = 0 obtemos a Liquidez Seca. 
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𝐼5 = 𝐺𝑟𝑎𝑢 𝑑𝑒 𝐸𝑛𝑑𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 
𝑃𝐶 + 𝑃ñ𝐶
𝑃𝐿
 
Calma! Não precisa decorar isso! Esse termômetro caiu apenas uma vez em uma prova do CESPE (TCU 2013), 
por isso resolvi colocar aqui para você, mas aconselho a não perder tempo tentando entender a fórmula, basta saber 
que ele existe e que, quando o resultado dá positivo, é um bom sinal para a empresa, como vou explicar a seguir. 
O instrumento foi desenvolvido pelo já mencionado Professor Stephen Charles Kanitz. É uma espécie de 
termômetro financeiro, e foi originado por meio de uma análise discriminante, criando uma escala com base em 
índices compostos de liquidez elaborando um instrumento para prever o grau de possibilidade de falência de 
empresas. Para tanto, foram analisadas aproximadamente 5.000 (cinco mil) demonstrações contábeis de empresas9. 
Após o estudo, ele escolheu aleatoriamente 21 empresas, que haviam falido entre 1972 e 1974, e analisou os 
balanços referentes aos dois anos anteriores a falência. Utilizou, como grupo de controle, também de forma aleatória, 
21 demonstrações contábeis, referentes aos mesmos anos, de empresas que não faliram. 
Uma empresa que apresenta um fator de insolvência positivo, tem menor possibilidade de vir a falir e essa 
possibilidade diminuirá à medida que o fator positivo for maior. Ao contrário, quanto menor for o fator negativo, 
maiores serão as chances de a empresa encerrar suas atividades. 
No Brasil, o modelo proposto por Kanitz foi um dos precursores (início dos anos 1970). Nos Estados Unidos, 
Edward Altman já explorava essa técnica nos anos 1930. Atualmente, outros pesquisadores brasileiros já 
desenvolveram modelos semelhantes e mais atualizados, como Elizabetsky, Matias e Pereira. Como esses modelosjamais foram objeto de provas de concurso, optei por não apresentar com maiores detalhes neste material. 
 
 
9 Kanitz,1978, apud Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE, 2005. 
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ÍNDICE DE SOLVÊNCIA GERAL 
𝑆𝑜𝑙𝑣ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐺𝑒𝑟𝑎𝑙 (𝑆𝐺) = 
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑁ã𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
 
É também chamado de Cobertura Total. Indica a capacidade de a empresa saldar todas as suas obrigações, de 
curto e longo prazo, utilizando o Ativo Total, ou seja, denota o grau de garantia que a empresa dispõe em Ativos para 
pagamento do total de suas dívidas. 
 
Se este índice for menor que 1, teremos a existência de Passivo a Descoberto (Situação Líquida Negativa), 
pois o Ativo Total será inferior ao Passivo Exigível. 
 
 
 
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Índices de Estrutura de Capital 
 
Indicam a estrutura do patrimônio da empresa. Apresentam a forma com a qual a empresa obtém e aplica seus 
recursos. Em outras palavras, como pode ser cobrado em prova, revelam as características das decisões de 
financiamento da empresa. 
 
Antes de adentrarmos nos quocientes de estrutura de capital de uma empresa, importante entender que o 
endividamento de uma empresa pode ter, basicamente, dois motivos: no primeiro, a empresa se endivida como 
complemento do seu capital próprio com o intuito de realizar investimentos em seu Ativo, para futuro aumento de sua 
rentabilidade; já no segundo, a empresa recorre às instituições financeiras com o objetivo de saldar as dívidas já 
existentes, afundando em uma dependência prejudicial de capitais alheios e caminhando rumo à falência. 
 
Sabendo disso, ao analisar os indicadores de endividamento, devemos levar em consideração esses fatores ao 
estabelecer o diagnóstico da situação financeira de uma empresa. 
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Passivos de Financiamento e Passivos de Funcionamento. 
Passivos de Financiamento, também chamados de Passivos Onerosos, são todas as obrigações que geram 
ônus financeiro para a empresa por conta da utilização de recursos de terceiros (ex.: juros e despesas financeiras em 
geral). São exemplos desse tipo de passivo os empréstimos e financiamentos contratados junto a instituições 
financeiras. 
Passivos de Funcionamento, também conhecidos como Passivos não Onerosos, são todas as obrigações que 
não geram ônus financeiros para a empresa, ou os geram de maneira implícita, como os impostos a pagar, 
fornecedores, salários a pagar e demais contas eminentemente operacionais do passivo. Assim, para fins de provas de 
concursos, admite-se que tais obrigações não produzem despesas financeiras. 
 
Quando formos estudar a análise da Necessidade do Capital de Giro, tais passivos podem assumir nomenclatura 
diferente: Passivo Errático (Financeiro) e Passivo Cíclico (Operacional), respectivamente, como podemos verificar 
na figura a seguir. 
 
 
 
 
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Atenção!! 
A dica para saber se estamos a tratar de um passivo 
oneroso ou não oneroso é: 
 
 
Como isso cai em concursos? 
 (CESPE/TCE-SC/Auditor/2016) Para uma análise do endividamento de uma empresa devem ser 
separados os passivos onerosos, geradores de encargos financeiros, dos passivos de 
funcionamento, que não produzem despesas financeiras. As notas explicativas contêm 
informações relevantes e necessárias para esse tipo de análise. 
Gabarito Preliminar: Certo. 
Gabarito Definitivo: Anulada. 
Comentário: 
 O CESPE acabou anulando essa questão por entender que não há informações suficientes no enunciado 
para o julgamento do item. Eu concordo em partes, porque a grande maioria das questões envolvendo a análise 
do endividamento de uma empresa não exige que o candidato faça a segregação entre passivos onerosos e não 
onerosos, sobretudo para simplificar os cálculos. Todavia, para que a análise seja a mais fiel possível à realidade, 
essa segregação é necessária! E, de fato, as notas explicativas são geralmente a fonte de coleta desse tipo de 
informação, por isso a questão está correta. 
 
 
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Indicadores de Quantidade da Dívida 
 
A nomenclatura utilizada para os próximos indicadores foi retirada da doutrina mais 
utilizada pelas bancas, especialmente o CESPE. No entanto, algumas variações podem ser 
verificadas em algumas provas, motivo pelo qual entendo necessário que você sempre 
entenda o contexto da questão e não se “apegue” a rótulos, nomenclaturas e não decore as 
fórmulas, simplesmente. 
Participação de Capital de Terceiros sobre Recursos Totais (Índice de 
Endividamento, Debt Ratio ou Dependência Financeira) 
Também chamado de Índice de Endividamento Geral, indica a parcela do Ativo que é financiada pelo capital 
de terceiros. Veja que a fórmula é o inverso da fórmula da Solvência Geral. 
Í𝒏𝒅𝒊𝒄𝒆 𝒅𝒆 𝒆𝒏𝒅𝒊𝒗𝒊𝒅𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 =
𝑷𝒂𝒔𝒔𝒊𝒗𝒐 𝑬𝒙𝒊𝒈í𝒗𝒆𝒍
𝑨𝒕𝒊𝒗𝒐 𝑻𝒐𝒕𝒂𝒍
=
𝑷𝑪 + 𝑷ñ𝑪
𝑨𝒕𝒊𝒗𝒐
 
 
Em um primeiro momento, podemos afirmar que quanto menor esse indicador, melhor para a empresa. Essa 
conclusão está correta e é assim que devemos nos pautar para as provas de concurso. Todavia, é imprescindível ter em 
mente que muitas vezes é vantajoso para a empresa aumentar a sua relação de capitais de terceiros, quando o 
incremento do resultado advindo dessa captação de recursos alheios superar o custo desse capital. Quando isso 
acontece, dizemos que a empresa está se beneficiando da Alavancagem Financeira, a qual veremos com maiores 
detalhes nas próximas aulas. 
Como a análise desse índice, em grande parte dos casos, é feita sob o ponto de vista estritamente financeiro, 
quanto maior a relação entre os Capitais de Terceiros e o Ativo Total menor a liberdade de decisões financeiras por 
conta dessa dependência. Além disso, uma empresa que se mantém com um 
endividamento alto por longos períodos acaba perdendo o poder de barganha 
junto às instituições financeiras, que tendem a cobrar taxas de juros cada vez mais 
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altas, o que inviabiliza a captação de novos empréstimos, tornando a Alavancagem Financeira negativa e levando 
muitas vezes as empresas à falência. 
Índice de Endividamento Oneroso 
Esses são indicadores que revelam de maneira mais fiel a dependência que a empresa possui de financiamento 
com terceiros, uma vez que possibilita avaliar as decisões da empresa na captação de fontes do Sistema Financeiro. 
Tais decisões impactam diretamente nos indicadores de rentabilidade da empresa, como veremos ao estudar mais 
detidamente a Alavancagem Financeira. 
Tais indicadores têm a capacidade de ampliar a visão proporcionada pela apuração dos índices de Estrutura de 
Capital. 
O índice de endividamento oneroso indica a parcela do Ativo que é financiada pelo capital de terceiros onerosos 
(passivos de financiamento): 
Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑑𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑜𝑛𝑒𝑟𝑜𝑠𝑜 =
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑂𝑛𝑒𝑟𝑜𝑠𝑜
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙
=
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑑𝑒 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑖𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜
 
Existe, ainda, o chamado “Índice de endividamento oneroso líquido”, no qual se subtraem as disponibilidades 
aplicadas no mercado financeiro: 
Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑑𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑜𝑛𝑒𝑟𝑜𝑠𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 =
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜𝑂𝑛𝑒𝑟𝑜𝑠𝑜 − 𝐷𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠∗
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙
 
Podemos ainda estabelecer uma correlação entre o endividamento de em uma empresa e o seu rating de crédito 
no mercado financeiro. Grosso modo, rating de crédito é uma 
das ferramentas para avaliação de risco de crédito de órgãos 
públicos ou privados. Ele consiste de uma avaliação sobre a 
capacidade e vontade da entidade avaliada de honrar seus 
compromissos financeiros10. 
Vários foram os trabalhos que tentaram identificar a 
magnitude dessa correlação, e sendo bem superficial na 
conclusão, pode-se dizer que para as variáveis relativas ao 
endividamento, é esperado um sinal negativo, ou seja, relação 
negativa entre nível de risco e endividamento, pois quanto 
maior a dívida em relação ao capital próprio, maior o risco de a 
empresa não conseguir honrá-la; logo, menor a escala e menor 
o rating. 
É claro que o rating de uma empresa depende de inúmeras 
outras variáveis, que não são objeto das nossas aulas, porém é 
de extrema importância que você compreenda a relação entre 
dívida, alavancagem financeira, rating, rentabilidade e liquidez 
para que nenhuma questão de concurso te surpreenda. 
 
10 SOARES, G.O.G.; COUTINHO, E.S.; CAMARGOS, M.A.. Determinantes do rating de crédito de companhias brasileiras. Revista Contabilidade 
Vista & Revista, ISSN 0103-734X, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, v. 23, n. 3, p. 109-143, jul/set 2012. 
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Como isso cai em concursos? 
 
 (CESPE/FUB/Contador/2013) Considerando que a tabela acima apresenta informações da 
contabilidade da empresa hipotética Z, que o ativo financeiro e o passivo financeiro de cada ano 
dessa empresa representavam, cada um, 10% do total de valores circulantes, e que os três anos 
dessa tabela são consecutivos, sendo o ano 1 o mais recente e o ano 3 o mais antigo, julgue o item 
subsequente. 
A participação dos capitais de terceiros no financiamento dos investimentos da empresa Z foi 
crescente do ano 3 para o ano 2. 
Gabarito: Errado. 
Comentário: A banca quer que calculemos a participação dos capitais de terceiros no financiamento dos 
investimentos da empresa Z, ou seja, o quanto há de dívidas com terceiros em relação ao investimento total da 
empresa. Isso nada mais é do que o índice de endividamento: 
Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑑𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 =
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐸𝑥𝑖𝑔í𝑣𝑒𝑙
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙
=
𝑃𝐶 + 𝑃ñ𝐶
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜
 
Calculando os índices para os anos 3 e 2, respectivamente, temos: 
𝐼𝐸3 =
𝑃𝐶3 + 𝑃ñ𝐶3
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜3
= 
30 + 15
100
= 0,45 
𝐼𝐸2 =
𝑃𝐶2 + 𝑃ñ𝐶2
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜2
= 
20 + 25
100
= 0,45 
Perceba que o endividamento da empresa se mantém constante do ano 3 para o ano 2, invalidando a 
afirmativa. 
Importante ficar atento a um detalhe: a banca poderia cobrar aqui o índice de 
endividamento oneroso, e aí você teria que utilizar a informação do enunciado dando 
conta de que 10% do passivo circulante é considerado “financeiro” (aqui na 
contabilidade privada o passivo financeiro é sinônimo de passivo oneroso (leve essa 
informação assim para a prova, apesar de não ser em 100% das vezes)). Assim, o passivo 
oneroso circulante seria 10% de $30 no ano 3 e 10% de $20 no ano 2. Somado a isso, o 
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passivo não circulante é quase sempre tratado como oneroso, a não ser que a banca diga o contrário. Isso 
porque é muito raro uma empresa com passivo de funcionamento de longo prazo, uma vez que estes passivos 
estão intimamente ligados à operação. 
Participação de Capital de Terceiros sobre Recursos Próprios (Grau de 
Endividamento ou Garantia de Capital de Terceiros ou, ainda, Relação entre Fontes 
de Recursos11) 
𝐺𝑟𝑎𝑢 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑑𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 =
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐸𝑥𝑖𝑔í𝑣𝑒𝑙
𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
=
𝑃𝐶 + 𝑃ñ𝐶
𝑃𝐿
 
 
 
 
Indica a porcentagem de Capitais Alheios que a empresa possui em relação ao seu Capital Próprio, ou seja, para 
cada R$ 1 de Patrimônio Líquido, quanto a empresa possui em obrigações. Como se vê, da mesma forma que o Índice 
de Endividamento, quanto menor esse índice melhor para a empresa, mas sem prejuízo da análise da relação do 
endividamento com a Alavancagem Financeira. 
Uma variante desse índice consiste em utilizar a fração invertida. 
Participação de Capital Próprio sobre Recursos de Terceiros (Garantia do Capital 
Próprio ao Capital de Terceiros) 
𝐺𝑎𝑟𝑎𝑛𝑡𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑃𝑟ó𝑝𝑟𝑖𝑜 𝑎𝑜 𝑑𝑒 𝑇𝑒𝑟𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜𝑠 =
𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐸𝑥𝑖𝑔í𝑣𝑒𝑙
 
Tem a mesma abordagem do Grau de Endividamento, todavia, neste caso, quanto maior esse índice, melhor 
para a empresa. 
 
 
11 Essa última nomenclatura tem sido bastante abordada nos últimos concursos do CESPE. 
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Indicadores de Qualidade da Dívida 
Essa abordagem de qualidade da dívida leva em consideração a concentração das obrigações no curto e longo 
prazo. Lembro a você que essa forma de classificar a dívida como “boa” ou “ruim” não é uma verdade absoluta, e 
devemos sempre analisar esses indicadores dentro do cenário em que a empresa se encontra. 
Composição do Endividamento (Relação entre Dívidas ou Debt Ratio12) 
 
𝐶𝑜𝑚𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜 𝑑𝑜 𝐸𝑛𝑑𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐸𝑥𝑖𝑔í𝑣𝑒𝑙
=
𝑃𝐶
𝑃𝐶 + 𝑃ñ𝐶
 
Ou 
𝐶𝑜𝑚𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜 𝑑𝑜 𝐸𝑛𝑑𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑛ã𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐸𝑥𝑖𝑔í𝑣𝑒𝑙
=
𝑃ñ𝐶
𝑃𝐶 + 𝑃ñ𝐶
 
 
 
Indica a qualidade da dívida da empresa. Em termos gerais, quanto maior a parcela de longo prazo, melhor, 
pois propicia à empresa um tempo maior para gerar recursos com o intuito de liquidar suas obrigações. 
Uma empresa em início de atividades ou em expansão dos seus negócios deve procurar financiar suas atividades 
com obrigações de longo prazo, para que dê tempo suficiente para que ela chegue à maturidade operacional e não 
tenha problemas para saldar suas dívidas. 
 
12 O CESPE adora os termos em inglês e usualmente cobra assim em prova 
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Além disso, uma maior parcela de dívida de curto prazo gera situações de risco para a empresa, principalmente 
em cenários de instabilidade do mercado, em que provavelmente seria preciso realizar os ativos a qualquer preço para 
saldar as dívidas, se estas fossem predominantemente de curto prazo. 
Note que a soma das duas fórmulas acima apresentadas é necessariamente igual a 1. 
Vale ressaltar que em empresas nas quais o payback13 é muito curto o fato de as dívidas estarem concentradas 
no curto prazo não é, por si só, um indício de que seu endividamento é de baixa qualidade. Todavia, esse é um fato 
que raramente ocorre e não deve ser tratado como regra. 
Por fim, como acontece em todos os indicadores, é de extrema valia analisar a composição do endividamento 
levando em consideração o ramo de atividade da empresa pois cada tipo de empreendimento possui uma estrutura 
considerada ótima, sem regramentos rígidos na sua obtenção. Além disso, a análise de como esse indicador evolui com 
o tempo (Análise Horizontal) e como ele se relaciona com a rentabilidade da empresa muitas vezes traz resultados mais 
consistentes e objetivos do que a sua simples análise estática.13 Esse método determina o tempo necessário para recuperar os recursos investidos em um projeto. Quanto mais amplo for o 
horizonte de tempo considerado, maior será o grau de incerteza nas previsões. Desse modo, propostas de investimento com menor 
prazo de retorno apresentam maior liquidez e, consequentemente, menor risco. 
 
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Como isso cai em concursos? 
 (CESPE/TCE-PB/Auditor de Contas Públicas/2018) Se, em uma empresa, 50% dos ativos totais são 
financiados por recursos de terceiros e 20% dos capitais totais utilizados são capitais de terceiros 
de longo prazo, então, nessa empresa, a porcentagem dos capitais de curto prazo em relação aos 
capitais de terceiros totais é de 
a) 20%. 
b) 80%. 
c) 60%. 
d) 50%. 
e) 30%. 
Gabarito: Letra C. 
Comentário: 
Se você sabe exatamente o que a banca pede, essa questão fica bem fácil, pois vira uma questão de 
aritmética pura. Se ela quer a porcentagem dos capitais de curto prazo em relação aos capitais de terceiros 
totais, ela está te pedindo a composição do endividamento (ou relação entre dívidas), ou seja, o quanto as 
dívidas de curto prazo (passivo circulante) representam no total do passivo exigível da empresa: 
𝐶𝐸 =
𝑃𝐶
𝑃𝐶 + 𝑃ñ𝐶
=
𝑃𝐶
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑒𝑥𝑖𝑔í𝑣𝑒𝑙
 (1) 
O que sabemos? (i) 50% dos ativos totais são financiados por recursos de terceiros, ou seja, 
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑒𝑥𝑖𝑔í𝑣𝑒𝑙 = 0,5 × 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 (2); (ii) 20% dos capitais totais utilizados são capitais de terceiros de longo 
prazo, ou seja, 𝑃ñ𝐶 = 0,2 × 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 (3). Ora, se o 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑒𝑥𝑖𝑔í𝑣𝑒𝑙 = 𝑃𝐶 + 𝑃ñ𝐶 (4), temos: 
0,5 × 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 = 𝑃𝐶 + 0,2 × 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 →→ 𝑃𝐶 = 0,3 × 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 (5) 
Substituindo (5) e (2) na equação (1), obtemos a composição do endividamento: 
𝐶𝐸 =
𝑃𝐶
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑒𝑥𝑖𝑔í𝑣𝑒𝑙
=
0,3 × 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜
0,5 × 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜
=
3
5
= 60% 
Outra forma de resolver essa questão (e várias outras de análise contábil) é atribuindo valores aos 
subgrupos do balanço, de acordo com o enunciado, e construindo o desenho do balanço para melhor 
visualização. 
Assim, construímos nosso balanço com os dados oferecidos pela questão: 
1. 50% dos ativos totais são financiados por recursos de terceiros: 
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2. 20% dos capitais totais utilizados são capitais de terceiros de longo prazo 
Como a banca pede a porcentagem dos capitais de curto prazo em relação aos capitais de terceiros totais, 
temos: 
% 𝑑𝑒 𝑃𝐶 𝑒𝑚 𝑟𝑒𝑙𝑎çã𝑜 𝑎𝑜𝑠 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑖𝑠 𝑑𝑒 3𝑜𝑠 =
𝑃𝐶
𝑃𝐶 + 𝑃ñ𝐶
=
30
50
= 60% 
 
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Outros Índices de Estrutura de Capital 
Para fins didáticos, antes de discorrermos sobre os demais índices de estrutura de capital, importante 
apresentar a maneira com a qual se esquematiza a estrutura de financiamento de uma empresa. Em linhas gerais essa 
estrutura se apresenta como na figura abaixo: 
 
Separando os subgrupos do Ativo e Passivo, a nossa estrutura fica pronta para a análise da relação entre 
financiamentos e investimentos: 
 
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A dica para que você construa o Balanço Patrimonial de forma a evidenciar a relação 
financiamento/investimento, ou seja, “quem está financiando quem”, é 
(Aqui vai uma dica de como “desenhar” seu balanço patrimonial durante a prova. Pode ser valioso para que você visualize 
a situação e acerte a questão!): 
1) Construir primeiramente a parte do Ativo, apresentando os componentes “de cima para baixo”, ou seja, 
começando do ativo com maior liquidez (Circulante) e terminando pelo ativo com menor liquidez 
(Permanente14); 
2) Começar a construir o lado do Passivo “de baixo para cima”, iniciando pelo Patrimônio Líquido e fechando 
com as dívidas de curto prazo (Circulante). 
 
Isso porque a análise da estrutura de financiamento (passivo) se inicia pelos recursos próprios, pois são os 
primeiros a entrarem na empresa, na sua constituição; além disso, em caso de liquidação, serão os últimos 
compromissos a serão saldados, após todas as dívidas exigíveis serem pagas. 
Destarte, as setas pretas indicam “quem financia 
quem” e a interpretação da estrutura segue da seguinte 
forma (começando pela seta de baixo): 
1) Existe Capital Próprio financiando Ativo 
Permanente e ainda sobra uma parcela desse capital 
para financiar uma parte do Ativo Especulativo (AC + 
ARLP). Como o Ativo Realizável a Longo Prazo é um 
recurso que raramente se faz presente nas empresas, 
podemos nos arriscar a dizer que nesse caso há Capital 
Próprio financiando Ativo Circulante (Capital de Giro): 
 
 
14 Nunca é demais lembrar: O termo Ativo Permanente foi extinto como nomenclatura de subgrupo do Balanço Patrimonial, desde o advento 
da Lei 11.638/2007. Todavia, TODAS as vezes que nos reportarmos ao Ativo Permanente, estamos falando dos componentes não especulativos 
do Ativo, ou seja, Investimentos, Imobilizado e Intangível (também chamados de “ativos de caráter permanente”). 
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2) As dívidas de longo prazo (Passivo Não Circulante) financiam também o Capital de Giro (Ativo Circulante), 
também levando em consideração a irrelevância do ARLP: 
 
 
3) As dívidas de curto prazo (Passivo Circulante) financiam também o Capital de Giro (Ativo Circulante). 
 
 
Sabendo construir o Balanço Patrimonial dessa forma, você fica 
muito mais seguro para responder as indagações da banca examinadora, e 
dificilmente errará a questão. Então, meu amigo, não hesite, desenhe!!!!! 
 
 
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Imobilização do Capital Próprio 
 
𝐼𝑚𝑜𝑏𝑖𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜 𝑑𝑜 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑃𝑟ó𝑝𝑟𝑖𝑜 (𝑃𝐿) = 
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑃𝑒𝑟𝑚𝑎𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒
𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
=
𝐴ñ𝐶 − 𝐴𝑅𝐿𝑃
𝑃𝐿
 
Quociente que indica a proporção do Capital Próprio que financia o Ativo Permanente, que é parcela não 
especulativa do Ativo (Ativo não Circulante menos a parcela realizável a longo prazo). 
O ideal é que este índice seja menor que 1, o que indica que todo o Ativo Permanente está sendo financiado por 
capital próprio, o qual ainda financia parte do Ativo Especulativo. A seguir apresentaremos três situações diferentes 
de estrutura de financiamento de uma empresa, demonstrando para todas o Grau de Imobilização do Patrimônio 
Líquido e suas possíveis consequências para a entidade. Aqui consideraremos que a empresa não possui direitos de 
longo prazo (ARLP) para facilitar a análise: 
1ª Situação: Grau de Imobilização do Patrimônio Líquido inferior a 1 
 
Nesse caso todo o Ativo Permanente está sendo financiado por recursos próprios, e ainda sobra uma parcela 
que financia o Ativo Circulante15, chamada de Capital Circulante Próprio (CCP). Ou seja, o CCP pode ser descrito pela 
fórmula: 
𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑃𝑟ó𝑝𝑟𝑖𝑜 (𝐶𝐶𝑃) = 𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 − 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑃𝑒𝑟𝑚𝑎𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒 
 
15 Considerando que não existe o Ativo Realizável a Longo Prazo, ou ele tem valor irrelevante em relação ao Ativo Circulante. 
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𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 (𝐶𝐶𝐿) = 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑃𝑟ó𝑝𝑟𝑖𝑜 (𝐶𝐶𝑃) +𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 3𝑜𝑠(𝐶𝐶𝑇) 
Qual a vantagem de possuir Capital Circulante Próprio? Quem o possui, goza da tranquilidade de boa saúde 
financeira a curto e longo prazo (a menos que a empresa sofra sérios prejuízos); quem não tem vai precisar, a curto 
prazo, consertar a situação com financiamentos e, a longo prazo, não pode ter certeza da manutenção da sua saúde 
financeira16 
2ª Situação: Grau de Imobilização do Patrimônio Líquido um pouco superior a 1 
 
Nesse caso o Ativo Permanente é financiado em parte pelo Capital Próprio e uma parcela pelo Passivo não 
Circulante. Assim, o Capital de Giro fica completamente financiado por recursos de terceiros e, consequentemente, não 
há Capital Circulante Próprio (CCP negativo). Há apenas Capital Circulante de Terceiros. 
 
16 MATARAZZO, 2010. 
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Quando está uma situação como essa, a empresa depende de terceiros para financiar o seu giro operacional 
(comercial ou Ativo Circulante) e ainda depende do capital alheio para suprir o financiamento de parte de seus 
investimentos permanentes. Isso ainda não pode ser considerada uma situação preocupante, mas já não se pode dizer 
que é um excelente indício para a entidade. 
3ª Situação: Grau de Imobilização do Patrimônio Líquido bastante superior a 1, conforme figura abaixo: 
 
 
 
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A primeira conclusão que se chega com essa configuração é que o Capital Circulante Líquido (CCL) é negativo: 
 
Dessa forma, verifica-se que o Ativo Permanente é financiado pelo Capital Próprio, por dívidas de longo prazo 
e, ainda, por dívidas de curto prazo. Assim, a empresa precisa recorrer a instituições financeiras para suprir 
aplicações permanentes!!! 
Essas aplicações permanentes são assim chamadas porque são investimentos feitos simplesmente para ganho 
de capital (investimentos) ou para manutenção das atividades da entidade (Imobilizado e Intangível), não para 
realização em dinheiro, nem no curto nem no longo prazo. Isso significa que existem obrigações que devem ser 
liquidadas no curto prazo por meio de ativos que não serão (ou não seriam) realizados em dinheiro por parte da 
empresa. Isso por si só já é um mau indício e indica risco de insolvência, principalmente se mantido por longos períodos 
de tempo. 
Importante mencionar que a análise do grau de imobilização do patrimônio líquido deve ser feita em conjunto 
com a análise aprofundada do capital de giro (aula 4) para que tenhamos uma real ideia da situação da empresa. 
 
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Imobilização dos Recursos Não Correntes (ou imobilização dos recursos 
permanentes) 
𝐼𝑚𝑜𝑏𝑖𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑅𝑒𝑐𝑢𝑟𝑠𝑜𝑠 𝑛ã𝑜 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 = 
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑃𝑒𝑟𝑚𝑎𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒
𝑅𝑒𝑐𝑢𝑟𝑠𝑜𝑠 𝑛ã𝑜 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠
=
𝐴ñ𝐶 − 𝐴𝑅𝐿𝑃
𝑃𝐿 + 𝑃ñ𝐶
 
Indica a proporção de Recursos não Correntes que financiam o Ativo Permanente. Recursos não Correntes 
(ou passivo permanente (PP)) são aqueles que a empresa não precisa liquidar no curto prazo, ou seja, é a soma do 
Passivo Não Circulante com o Patrimônio Líquido. 
 
É desejável que esse índice também seja menor que 1. Entretanto percebe-se que esse quociente é menos 
“rígido” que o Grau de Imobilização do Patrimônio Líquido, já que “permite” que o Ativo Permanente também seja 
financiado pelas dívidas de Longo Prazo. A justificativa para isso reside no fato de que há uma variabilidade nos prazos 
(vida útil) dos elementos do Ativo Permanente, e se os prazos das dívidas do Passivo Não Circulante forem 
compatíveis com aqueles ou, ao menos, suficientes para a empresa gerar recursos capazes de liquidá-lo, não há a 
necessidade de financiar 100% do Ativo Permanente com capital próprio. 
 
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Como podemos ver na figura acima (e abaixo), o Capital Circulante Líquido (CCL) é a parcela dos Recursos Não 
Correntes que financia o Capital de Giro (Ativo Circulante). Conforme já visto na aula de hoje, o CCL é dividido em 
Capital Circulante Próprio (CCP) e Capital Circulante de Terceiros (CCT). 
 
Quando o Grau de Imobilização do Patrimônio Líquido é menor do que 1, evidencia a existência de Capital 
Circulante Próprio. 
Já quando o Grau de Imobilização dos Recursos Não Correntes é menor do que 1, evidencia a existência de 
Capital Circulante Líquido, ou seja, pode existir tanto o Capital Circulante Próprio quanto o Capital Circulante de 
Terceiros. 
Imobilização do Ativo Total 
𝐼𝑚𝑜𝑏𝑖𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜 𝑑𝑜 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑑𝑜 (𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜) = 
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑃𝑒𝑟𝑚𝑎𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜
=
𝐴ñ𝐶 − 𝐴𝑅𝐿𝑃
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜
 
Indica a participação do Ativo Permanente no investimento total, ou seja, diz apenas se a empresa está muito ou 
pouco “imobilizada”. É apenas um indicador complementar para análise da composição de capital da empresa e pode 
produzir resultados que se assemelham aos outros quocientes de imobilização. 
Como isso cai em concurso? 
 (CESPE/Correios/Contador/2011) Considerando que determinada empresa tenha vendido, à vista, 
um bem de seu ativo imobilizado por R$ 34.500,00, e sabendo que esse bem, quando adquirido, há 
três anos e sete meses, possuía vida útil remanescente de dez anos e foi registrado pelo custo de 
R$ 54.000,00, julgue o item que se segue. 
A transação provocará melhora no grau de imobilização do patrimônio líquido. 
Gabarito: Certo. 
Comentário: 
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Análise da Liquidez e da Estrutura de Capital 
Veja que o bem, adquirido por R$ 54.000,00, sofreu depreciação pelo período em que foi utilizado pela 
empresa, ou seja, 3 anos e 7 meses. Como ele tem vida útil de 10 anos, conclui-se que sua taxa de depreciação 
(supondo-a linear) é de 10% ao ano, ou R$ 5.400,00/ano (R$ 450/mês). Assim, após 3 anos e 7 meses, devido à 
perda em seu valor pela depreciação, o bem passou a valer R$ 34.650,00, pois: 
 
Dessa forma, o bem, ao ser vendido por R$ 34.500,00, gerou uma perda de capital no valor de R$ 150,00. 
Os lançamentos seriam os seguintes17: 
Pela emissão e recebimento da Nota Fiscal de Venda (à vista) 
D – Caixa ou Bancos Conta Movimento 
C - Alienação de bens do Ativo Imobilizado (Outras Receitas) – 34.500,00 
Pela baixa da Depreciação acumulada 
D - Depreciação Acumulada de Veículos (Retificadora do Ativo Imobilizado) 
C - Veículos (Ativo Imobilizado) – 19.350,00 
Pela baixa do veículo depreciado 
D - Custo do Ativo Imobilizado Alienado - (Outras Despesas) 
C - Veículos (Ativo Imobilizado) – 34.650,00 
A perda de capital citada (R$ 150,00) nada mais é do que a diferença entre a Receita e Despesa (R$ 34.500 
– R$ 34.650) resultantes da venda do imobilizado18 
O grau de imobilização do patrimônio líquido é um quociente cujo intuito é revelar qual a porcentagem dos 
recursos próprios que está imobilizada ou que não está em giro. O cálculo da Imobilização do Patrimônio 
Líquido deverá revelar quanto a empresa aplicou no Ativo não circulante – imobilizado - para cada Real de 
Capital Próprio (PL). O índice evidencia, dessa forma, a maior ou menor dependência de recursos de terceiros 
para manutenção dos negócios. 
 
17 Sempre bom revisarmos lançamentos contábeis, não? 
18 É possível fazer esse lançamento computando diretamente a perda de capital no débito: 
D - Caixa 34.500 
D – Perda de capital 150 
C – Veículos 34.650 
Prof. Daniel

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