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História- Ditadura Militar

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1EXPLICAEOFICIAL | .COM.BR 1EXPLICAEOFICIAL | .COM.BR
HISTÓRIA - MÓDULO - 3 - REPÚBLICA - 3.4 - DITADURA MILITAR
ANTECEDENTES
O Regime militar foi o período da política brasileira 
em que militares conduziram o país. Essa época fi cou 
marcada na história do Brasil através da prática de 
vários Atos Institucionais que colocavam em prática a 
censura, a perseguição política, a supressão de direitos 
constitucionais, a falta total de democracia e a repressão 
àqueles que eram contrários ao regime militar.
A Ditadura militar no Brasil teve seu início com o 
golpe militar de 31 de março de 1964, resultando no 
afastamento do Presidente da República, João Goulart, e 
tomando o poder o Marechal Castelo Branco. Este golpe 
de estado, caracterizado por personagens afi nados como 
uma revolução instituiu no país uma ditadura militar, 
que durou até a eleição de Tancredo Neves em 1985. Os 
militares na época justifi caram o golpe, sob a alegação de 
que havia uma ameaça comunista no país.
GOVERNO DE CASTELO BRANCO (1964 – 1967)
Nos primeiros anos após o golpe, que coincidem com o 
mandato presidencial do Marechal Humberto Castello Branco 
(1964-1967), nem as oposições democráticas nem mesmo os 
grupos políticos e segmentos sociais que integravam a aliança 
golpista que depôs Jango (inclusive os próprios militares), tinham 
absoluta clareza dos rumos que a política nacional tomaria.
A expectativa geral era de que a intervenção militar na política 
fosse breve e que, em pouco tempo, o regime democrático seria 
restabelecido. Mas isso não ocorreu. Os militares se sucederam 
no governo e consolidaram sua posição no poder por meio de 
atos institucionais, que foram decretos promulgados para 
sustentar todas as mudanças e medidas políticas colocadas em 
prática durante o período.
Indicado como presidente da República pela junta militar 
golpista, o marechal Humberto Castello Branco era considerado 
um militar de tendência moderada. Em seu governo, porém, 
Castello Branco foi pressionado por militares direitistas radicais 
para realizar uma série de Inquéritos Policiais Militares (IPMs).
Com a queda de Jango, o Presidente da Câmara dos Deputados 
Ranieri Mazzili assumiu a presidência em caráter provisório. 
A cúpula militar, formada por Costa e Silva, Correia de Melo 
e Augusto Rademaker prepara o AI-1 (Ato Institucional nº 1) e 
Castelo Branco é eleito indiretamente pelo Congresso Nacional 
em 11 de Abril de 1964.
AI-1 (Ato Institucional nº 1):
• O Presidente teria amplos poderes para suspender por 
10 anos os direitos políticos de qualquer cidadão e cassar 
mandatos parlamentares.
• Os servidores públicos perderam a estabilidade por 6 meses.
• O Presidente poderia decretar Estado de Sítio por 30 dias 
e apresentar emendas constitucionais que só poderiam ser 
rejeitadas por maioria absoluta do Congresso Nacional.
Com esses poderes em mãos, Castelo iniciou a “operação 
limpeza”, prendendo e cassando mandatos de cerca de 30 mil 
pessoas. Algumas dessas pessoas eram apenas interrogadas, outras 
chegavam a ser torturadas. Interessante é que Castelo Branco 
afi rmou na sua posse que “não tinha vocação para ser ditador”.
Dentro das Forças Armadas existiam dois grupos 
predominantes: os moderados ou “castelistas” e os radicais 
ou “linha dura”. Estes queriam um regime mais violento, mais 
repressor, enquanto os primeiros não queriam fi car muito tempo 
no poder e não pretendiam apelar para a violência descabida. 
Diante da possibilidade dos “duros” tomarem o poder, Castelo 
preferiu prorrogar seu mandato até 1967.
AI-2 (Ato Institucional nº 2):
• Todas as eleições presidenciais seriam indiretas.
• Todos os partidos seriam extintos.
• O Presidente poderia decretar Estado de Sítio por 6 meses.
• As medidas tomadas pelos militares não precisariam de uma 
aprovação judicial.
• O Presidente poderia decretar recesso em todas as esferas 
do Poder Legislativo.
OBS: Uma emenda complementar ao AI-2 estabeleceu 
o bipartidarismo: nasciam a ARENA (Aliança Renovadora 
Nacional) e o MDB (Movimento Democrático Brasileiro).
11 10 28 14 14 01
APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTONB
CAPÍTULO 3.4 DITADURA MILITAR
HISTÓRIA
14 00 52 54 56 24
2 EXPLICAEOFICIAL | .COM.BR2 EXPLICAEOFICIAL | .COM.BR
HISTÓRIA - MÓDULO - 3 - REPÚBLICA - 3.4 - DITADURA MILITAR
Essas medidas tomadas pelos militares provocaram várias 
reações dos civis que haviam apoiado o golpe, como Carlos 
Lacerda e Juscelino Kubitschek. Estes acreditavam que os 
militares não ficariam muito tempo no poder e que em breve o 
país voltaria à normalidade constitucional.
Em 5 de fevereiro de 1966, o governo militar, temendo uma 
derrota nas eleições estaduais para governador, decreta o AI-3
AI-3 (Ato Institucional nº 3):
• Os governadores seriam eleitos indiretamente pelas 
Assembleias Estaduais.
• Estabelecia o voto vinculado de Presidente e vice-presidente, 
bem como nas outras esferas do executivo.
• Os prefeitos das capitais e de cidades de segurança nacional 
seriam nomeados pelos governadores estaduais.
A Frente Ampla:
Carlos Lacerda e Juscelino Kubitschek procuraram o ex-
presidente João Goulart no exílio e lhe propuseram a criação de 
uma Frente Ampla de oposição à Ditadura, pretendendo recorrer 
a organismos internacionais em defesa da restauração da 
ordem democrática no Brasil. Lacerda passou a defender até as 
“reformas de base” que um dia Jango pregou e a UDN condenou.
AI – 4 (Ato Institucional nº 4)
Convoca o Congresso Nacional para discutir e aprovar a nova 
Constituição. 
A Constituição de 1967
A sexta constituição brasileira institucionalizou o regime 
militar, deixando o  Poder Executivo  em posição soberana em 
relação aos outros poderes e transformando-os junto com 
a população brasileira em meros espectadores das medidas 
tomadas pelos militares. Como foi debatida e votada pela 
Assembleia Nacional Constituinte, a Constituição de 1967, muito 
embora tenha sido amplamente elaborada de acordo com os 
interesses de quem estava no poder, pode ser considerada uma 
Carta Constituinte semi-outorgada. Desta forma, os militares 
garantiam a imagem na política internacional de um país de 
certo modo democrático, mas a prática mostraria que o regime 
estabelecido no Brasil se tratava mesmo de uma ditadura.
De suas principais medidas, podemos destacar que a 
Constituição de 1967:
• Concentra no Poder Executivo a maior parte do poder de 
decisão;
• Confere somente ao Executivo o poder de legislar em matéria 
de segurança e orçamento;
• Estabelece eleições indiretas para presidente, com mandato 
de cinco anos;
• Tendência à centralização, embora pregue o federalismo;
• Estabelece a pena de morte para crimes de segurança 
nacional;
• Restringe ao trabalhador o direito de greve;
• Ampliação da justiça Militar;
• Abre espaço para a decretação posterior de leis de censura 
e banimento.
Aspectos Econômicos Do Governo Castelo Branco: PAEG
Logo após o Golpe Militar, que se seguiu em abril de 1964, 
no início do governo Castelo Branco, foi criado um primeiro 
Programa de Ação Econômica do Governo - PAEG, com dois 
objetivos básicos: formular políticas conjunturais de combate 
à inflação, associadas a reformas estruturais, que permitiram 
o equacionamento dos problemas inflacionários causados pela 
política de substituição de importações e das dificuldades que se 
colocavam ao crescimento econômico; o que requeria, agora, 
que fosse dado um segundo passo no processo: a expansão 
da então pequena indústria de base (siderurgia, energia, 
petroquímica) para evitar que o aumento da produção de bens 
industriais de consumo final, ampliada pela política de substituição 
de importações, provocasse um aumento insustentável nas 
importações brasileiras de insumos básicos, que a indústria 
nascente consumia de forma crescente.
Após um período de ajuste inicial recessivo, de março de 
1964 até fins de 1967, marcado pela reorganização do sistema 
financeiro do Brasil, pela recuperação da capacidade fiscal do 
Estado e maior estabilidade monetária, iniciou-seem 1968 um 
período de forte expansão econômica no Brasil.
GOVERNO DE COSTA E SILVA (1967 – 1969)
O governo Arthur da Costa e Silva (Arena), que durou de 
1967 a 1969, se caracterizou pelo avanço do processo de 
institucionalização da ditadura. O que era um regime militar 
difuso transformou-se numa ditadura que eliminou o que restava 
das liberdades públicas e democráticas.
Costa e Silva assumiu a Presidência da República e 
imediatamente foi intensificando a repressão policial-militar 
contra todos os movimentos, grupos e focos de oposição política.
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HISTÓRIA - MÓDULO - 3 - REPÚBLICA - 3.4 - DITADURA MILITAR
Ao longo de seu mandato, o general acenou com a 
possibilidade de retorno à normalidade institucional, ou seja, da 
volta da democracia. Mas o presidente justificou a permanência 
dos militares no poder e a gradual radicalização do regime como 
uma resposta diante do avanço das oposições.
Os movimentos e grupos de oposição, por outro lado, 
responsabilizaram o próprio governo pela situação de 
instabilidade política vivenciada pelo país. Havia três principais 
focos de oposição que incomodaram o governo Costa e Silva:
A Frente Ampla liderada por Carlos Lacerda, Juscelino 
Kubitschek e João Goulart.
Grupos Guerrilheiros de Esquerda
O Movimento Estudantil
A Frente Ampla não obteve êxito e seus líderes foram 
presos, exilados ou cassados. Porém, os vários grupos armados 
e o movimento estudantil deram muitas dores de cabeça ao 
governo militar.
Em 1968, Costa e Silva amplia os poderes do Conselho 
de Segurança Nacional, que passou a decidir sobre política 
econômica, educação, política interna e externa, ideologia, artes, 
ciências, sindicalismo, imprensa, opinião pública, etc.
• Os Grupos E Organizações De Esquerda
O segundo foco de oposição ao regime militar era composto por 
vários grupos e organizações políticas de esquerda. Após o golpe 
militar de 1964, o Partido Comunista Brasileiro (PCB) deu origem 
a vários outros grupos e organizações de esquerda. Esses grupos e 
organizações defendiam um projeto revolucionário socialista para 
o país em substituição ao sistema capitalista vigente.
Enquanto o PCB defendia o caminho pacífico para a 
implantação do socialismo no país (por meio de reformas 
estruturais), os grupos e organizações de esquerda dissidentes 
defendiam o emprego da guerra revolucionária, ou seja, a 
chamada “luta armada”, para derrubar a ditadura militar e em 
seguida implantar o socialismo.
As esquerdas armadas constituíram núcleos guerrilheiros 
urbanos e chegaram a realizar: sequestros, atentados, assaltos a 
bancos. Justificaram a prática como resposta diante da repressão 
policial-militar desencadeada pelo estado militarizado. 
Existiram cerca de 30 grupos guerrilheiros no Brasil, dentre os 
quais destacamos (com seus respectivos líderes):
- MNR – Leonel Brizola
- AP – José Serra e Herbert de Souza
- POLOP – Emir Sader
- MR8 – Franklin Martins e Fernando Gabeira
- PCBR – Jacob Gorender
- ALN – Carlos Marighela, José Dirceu e Frei Beto
- VPR – Carlos Lamarca
OBS: Você já ouviu falar sobre filmes como “O que 
é isso, companheiro? ” e “Batismo de Sangue”? Procure 
assistir, eles são muito bons e retratam a luta armada e a 
repressão nos anos de chumbo da Ditadura.
• O Movimento Estudantil
Um dos maiores focos de oposição atuante no período do 
governo Costa e Silva provinha do meio universitário. Na década 
de 1960, a progressiva expansão do sistema de ensino superior 
público ocasionou o aumento das vagas nas universidades e 
consequente crescimento do número de estudantes universitários.
Organizados, os estudantes universitários brasileiros 
constituíram um importante movimento estudantil que 
influenciou o cenário da política nacional. As lideranças 
estudantis eram adeptas das ideologias de esquerda. Por conta 
disso, depois do golpe militar de 1964 o governo desarticulou e 
colocou na ilegalidade a mais importante entidade estudantil, a 
União Nacional dos Estudantes (UNE).
Em março deste mesmo ano, o estudante Edson Luís foi morto 
no Rio de Janeiro pela Polícia do Exército, o que resultou em 
protestos, como a Passeata dos 100 mil. 
A Passeata dos 100 mil
No dia 26 de junho de 1968, cerca de cem mil pessoas 
ocuparam as ruas do centro do Rio de Janeiro e realizaram o 
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HISTÓRIA - MÓDULO - 3 - REPÚBLICA - 3.4 - DITADURA MILITAR
mais importante protesto contra a ditadura militar até então. A 
manifestação, iniciada a partir de um ato político na Cinelândia, 
pretendia cobrar uma postura do governo frente aos problemas 
estudantis e, ao mesmo tempo, refletia o descontentamento 
crescente com o governo; dela participaram também intelectuais, 
artistas, padres e grande número de mães.
A Operação Lisístrata
Márcio Moreira Alves, o deputado rebelde
Os trabalhos legislativos corriam em Brasília, mornos e 
monótonos no fim daquela tarde de 3 de setembro de 1968, 
quando o deputado Marcio Moreira Alves, falando no ‘’pinga-
fogo’’, pronunciou um discurso que bem poderia ter ficado 
inédito, porque proferido para um plenário vazio e que constaria 
de um registro sem o menor destaque ou importância no Diário 
do Congresso. Dizia ele mais ou menos o seguinte:
Com a proximidade do 7 de setembro, a ditadura certamente 
vai determinar que os colégios participem do desfile militar. Apelo 
para que os pais não permitam aos seus filhos marcharem ao lado 
dos carrascos que os agridem e os fuzilam nas ruas. E proponho às 
moças que não dancem com os cadetes no baile da Independência.
Por coincidência, justamente naquela semana estava 
sendo encenada, em São Paulo, a comédia grega Lisístrata, de 
Aristófanes, com a história das atenienses que fecharam as 
portas de suas casas para os maridos derrotados na volta de uma 
batalha. Interpretou-se o discurso como uma insinuação para 
que as brasileiras se fechassem (sic) aos oficiais, seus maridos, 
numa interpretação absurdamente sexual.
Os militares da linha ‘’dura’’ estavam precisando de um 
pretexto e aquele era simplesmente ótimo. O discurso foi 
reproduzido em milhares de cópias mimeografadas e distribuídas 
em todos os quartéis e guarnições.
Os militares exigiram a cassação do Deputado Márcio 
Moreira, mas o Congresso Nacional não obedeceu, o que levou 
Costa e Silva a decretar o AI-5
AI – 5 (Ato Institucional nº 5)
O Ato Institucional nº 5, de 13 de dezembro de 1968, marcou 
o início do período mais duro da ditadura militar (1964-1985). 
Editado pelo então presidente Arthur da Costa e Silva, ele deu 
ao regime uma série de poderes para reprimir seus opositores: 
fechar o Congresso Nacional e outros legislativos (medida 
regulamentada pelo Ato Complementar nº 38), cassar mandatos 
eletivos, suspender por dez anos os direitos políticos de qualquer 
cidadão, intervir em Estados e municípios, decretar confisco de 
bens por enriquecimento ilícito e suspender o direito de habeas 
corpus para crimes políticos. O ministro da Justiça, Gama e Silva, 
anunciou as novas medidas em pronunciamento na TV à noite. 
Os primeiros efeitos do AI-5 foram percebidos naquela mesma 
noite. O Congresso é fechado. O presidente Juscelino Kubitschek, 
ao sair do Teatro Municipal do Rio –onde tinha sido paraninfo 
de uma turma de formandos de engenharia– foi levado para 
um quartel em Niterói, onde permaneceu preso num pequeno 
quarto por vários dias, sem roupa para trocar e nada para ler. O 
governador Carlos Lacerda foi preso no dia seguinte pela PM da 
Guanabara. Após uma semana em greve de fome, conseguiu ser 
libertado. Para driblar a censura, o “Jornal do Brasil” tenta dar a 
dimensão dos acontecimentos na sua seção de meteorologia:
“Previsão do tempo:
Tempo negro.
Temperatura sufocante.
O ar está irrespirável.
O país está sendo varrido por fortes ventos.
Máx.: 38º, em Brasília.Mín.5º, nas Laranjeiras. 
Publicado no Jornal do Brasil, no dia seguinte à decretação do AI-5
Em 30 de dezembro saiu a primeira listade cassações, com 11 
deputados federais _dentre eles Márcio Moreira Alves (MDB-
RJ), Hermano Alves (MDB-RJ) e Renato Archer (MDB-MA). A 
segunda lista, de 19 de janeiro de 1969, incluiu dois senadores 
_Aarão Steinbruck e João Abraão_, 35 deputados federais, três 
ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) –Hermes Lima, 
Vítor Nunes Leal e Evandro Lins e Silva– e um ministro do STM 
(Superior Tribunal Militar) –Peri Constant Bevilacqua, que, 
segundo escreveu o porta-voz de Costa e Silva, Carlos Chagas, 
era acusado de “dar habeas corpus demais”.
Três meses desde a edição do AI-5, encarregados dos 
inquéritos políticos passaram a poder prender quaisquer 
cidadãos por 60 dias, dez dos quais deveriam permanecer 
incomunicáveis. “Em termos práticos, esses prazos destinavam-
se a favorecer o trabalho dos torturadores”, conta Elio Gaspari 
no livro “A Ditadura Envergonhada”. Sessenta e seis professores 
foram expulsos das universidades –dentre eles Fernando 
Henrique Cardoso, Florestan Fernandes e Caio Prado Júnior. 
Emissoras de televisão e de rádio e redações de jornais foram 
ocupadas por censores. Artistas como Marília Pêra, Caetano 
Veloso e Gilberto Gil foram apenas os primeiros a conhecer as 
carceragens da polícia política.
Ao todo, 333 políticos têm seus direitos políticos suspensos 
em 1969 (dos quais 78 deputados federais, cinco senadores, 
151 deputados estaduais, 22 prefeitos e 23 vereadores). O 
Congresso permanece fechado até outubro, quando é reaberto 
para eleger Médici.
O AI-5 –que foi seguido por mais 12 atos institucionais, 59 atos 
complementares e oito emendas constitucionais– duraria até 17 
de outubro de 1978. Sobre ele disse Costa e Silva, em discurso 
transmitido por rádio e TV, no último dia de 1968: “Salvamos o 
nosso programa de governo e salvamos a democracia, voltando 
às origens do poder revolucionário”. Em 13 de janeiro de 1969, 
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HISTÓRIA - MÓDULO - 3 - REPÚBLICA - 3.4 - DITADURA MILITAR
o coronel João Batista Figueiredo, ex-chefe da Agência Central 
do SNI (Serviço Nacional de Informações) e ex-presidente 
da República (1979-1985), mandava carta a Heitor Ferreira, 
secretário de Geisel e Golbery: “Os erros da Revolução foram se 
acumulando e agora só restou ao governo ‘partir para a ignorância’”.
No início de 1969, Costa e Silva deixa o governo por motivos 
de saúde e uma junta militar assume o governo, impedindo a 
posse do vice-presidente Pedro Aleixo (que havia criticado os 
excessos do AI-5).
O Congresso foi reaberto e elegeu o General Emílio G. Médici 
para Presidente.
Aspectos Econômicos Do Governo Costa E Silva:
I PND (1º Plano Nacional De Desenvolvimento)
Planejado pelos ministros João Paulo dos Reis Velloso e 
Mário Henrique Simonsen, tinha como meta um crescimento 
econômico de 8% a 9% ao ano, inflação anual abaixo de 20% e um 
aumento de US$ 100 milhões nas reservas cambiais3.
O principal objetivo do PND era preparar a infraestrutura 
necessária para o desenvolvimento do Brasil nas décadas 
seguintes, com ênfase em setores como transportes e 
telecomunicações, além de prever investimentos em ciência 
e tecnologia e a expansão das indústrias naval, siderúrgica e 
petroquímica. Para isso, articulava empresas estatais, bancos 
oficiais e outras instituições públicas na elaboração de políticas 
setoriais. Assim, segundo economistas como Roberto Campos, 
o período ficou marcado como o ponto alto da intervenção do 
Estado na economia brasileira.
Fizeram parte do plano grandes obras de infraestrutura, 
como a usina hidrelétrica de Itaipu, a Ponte Rio-Niterói e a 
rodovia Transamazônica.
Nos primeiros anos, as metas propostas por Velloso e 
Simonsen foram atingidas, com crescimento médio de 11,2% 
ao ano (chegando a 13,9% em 1973), e inflação média abaixo de 
19%. A crise do petróleo de 1974, porém, interrompeu o ciclo e 
forçou uma mudança de rumo na economia, levando o general 
Ernesto Geisel, sucessor de Médici, a lançar o II Plano Nacional 
de Desenvolvimento
O GOVERNO DE EMÍLIO MÉDICI (1969 – 1974)
Médici e o apogeu da Ditadura
O período de cinco anos que corresponde ao mandato do 
presidente Emílio Garrastazu Médici (Arena), de 1969 a 1974, 
foi o único momento em que o regime conquistou estabilidade 
política. Médici conseguiu apaziguar os quartéis ao permitir 
que as aspirações e interesses dos militares direitistas radicais, 
que defendiam o emprego sistemático da repressão policial-
militar contra todos os opositores da ditadura, se expressassem 
em seu governo.
Por esse motivo o governo Médici correspondeu ao período 
da maior onda de repressão política da história do país.
O “Milagre Econômico”
O desenvolvimento e crescimento econômico advindos 
da estabilização da economia contribuíram para estabilidade 
governamental. O governo Médici entrou para a história 
como o período em que se registraram os maiores índices de 
desenvolvimento e crescimento econômico do país.
Entre 1969 e 1973, a economia brasileira registrou taxas 
de crescimento que variavam entre 7% e 13% ao ano. O setor 
industrial se expandia e as exportações agrícolas aumentaram 
significativamente, gerando milhões de novos postos de 
trabalho. A oferta de emprego aumentou de tal modo que os 
setores industriais mais dinâmicos concorriam na contratação de 
trabalhadores assalariados.
A fim de sustentar e ampliar o desenvolvimento e crescimento 
da economia, o governo investiu grandes somas de recursos 
financeiros em infraestrutura (construção de grandes estradas, 
pontes, hidrelétricas, etc.). A maior parte desses recursos 
financeiros era de empréstimos estrangeiros.
Euforia E Ufanismo
O petróleo, comprado a preços baixos dos países exportadores 
na época, impulsionava ainda mais a economia nacional. Regiões 
pouco conhecidas e habitadas do país, como a Amazônia e o 
Centro-Oeste, receberam estímulo governamental para serem 
exploradas economicamente.
Esse período de prosperidade da economia brasileira ficou 
conhecido como o “milagre econômico”. O “milagre” gerou um 
clima de euforia e ufanismo geral na sociedade. A propaganda 
oficial do governo elaborou slogans que expressavam 
nitidamente o contexto.
Além da tortura e da repressão, o governo Médici usou 
a propaganda como arma política. O presidente Médici era 
apresentado como um «homem do povo» e «apaixonado por 
futebol». A vitória da seleção brasileira sobre a seleção italiana 
por 4 a 1, na final, foi bastante explorada pela propaganda do 
governo Médici em slogans do tipo “Ninguém segura este país” 
ou “Brasil: ame-o ou deixe-o”.
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HISTÓRIA - MÓDULO - 3 - REPÚBLICA - 3.4 - DITADURA MILITAR
O técnico que classificou o Brasil para a Copa de 1970 foi João 
Saldanha, que acabou substituído por Mario Zagalo durante a 
competição. Alguns acreditam que a substituição de Saldanha 
por Zagalo teria sido resultado de uma suposta interferência de 
Médici. O então presidente da República teria dado palpite na 
escalação do time feita por Saldanha. O técnico teria respondido 
que Médici mandava nos ministérios, mas que quem mandava na 
seleção era ele (Saldanha).
Fim Da Prosperidade
O governo Médici se vangloriava do “milagre econômico”, 
apontando-o como uma conquista do regime militar. Porém, a 
fase de prosperidade da economia brasileira tinha muito mais 
causas externas (internacionais) do que internas. Por isso, 
quando a situação da economia mundial se tornou adversa, o 
“milagre” brasileiro chegou ao fim.
O “milagre econômico” teve um custo social e econômico 
altíssimo para o país. A brutal concentração da renda impediu 
que as camadas populares melhorassem sua condição de vida. 
As desigualdades sociais e a pobreza aumentaram neste período.
Além disso, o controle governamental dos sindicatos impediu 
a livre organização dos trabalhadores e, consequentemente, a 
conquista de direitos e compensações salariais. Os empréstimos 
estrangeiros geraram uma dívida externa tão elevada e custosa,que bloqueou por décadas o crescimento e desenvolvimento 
sustentável do país.
A primeira crise internacional do petróleo, em 1973, 
provocou a ruína do Milagre Econômico Brasileiro.
Grupos Guerrilheiros
Depois do AI-5 as manifestações estavam proibidas, o que 
levou muitos jovens a optarem pela luta armada. Os grupos 
guerrilheiros agiam nas cidades e no campo. As ações incluíam 
roubo de armas nos quartéis, assaltos a bancos e casas de 
empresários, além de sequestros, como foi o caso do embaixador 
dos Estados Unidos Charles Elbrick em 1969. O embaixador foi 
usado “como moeda de troca” por prisioneiros políticos.
Estes presos políticos foram trocados pela libertação do 
embaixador norte-americano. Entre eles temos um sergipano 
(Agonalto Pacheco), o segundo agachado (da esquerda).
No campo, a mais notória guerrilha foi a do Araguaia. No início 
dos anos 70, um grupo de jovens ligados ao PCdoB, tentando 
imitar Fidel Castro e Che Guevara, embrenha-se nas florestas 
do Rio Araguaia (Tocantins e Pará) e tenta recrutar camponeses 
para a luta armada, tendo como principal objetivo a tomada de 
Brasília. Foram quase todos mortos.
O Sistema Repressivo
Quando o presidente Médici assumiu o governo, todos os 
órgãos que compunham o sistema repressivo da ditadura militar 
se encontravam em pleno funcionamento. De 1964 até 1968, o 
trabalho de repressão política ficou sob exclusiva jurisdição civil, 
destacando-se neste período as atuações do Departamento de 
Ordem Política e Social (DOPS) em cada estado, Secretarias 
Estaduais de Segurança Pública (SESPS) e Departamento de 
Política Federal (DPF).
A partir de 1969, entraram em funcionamento os centros 
de informações de cada ramo das Forças Armadas: Centro 
de Inteligência do Exército (CIE), Centro de Informações 
da Aeronáutica (Cisa) e Centro de Informações da Marinha 
(CENIMAR). Também foram criados o Destacamento de 
Operações e Informações - Centro de Operações de Defesa 
Interna (DOI-CODI) e órgãos paramilitares clandestinos como a 
Operação Bandeirante (OBAN).
OBS: No ano de 2012, tivemos um intenso debate 
sobre a formação da Comissão da Verdade, uma comissão 
formada por membros designados pelo governo federal 
para investigar os crimes cometidos pelo Estado durante 
o século XX. Contudo, quais seriam esses crimes que eles 
investigaram? Que verdade é essa a ser exposta? Enfim, de 
que modo essa comissão teria a possibilidade de aparecer 
nos vestibulares de 2012?
A primeira questão óbvia é que a Comissão da Verdade 
tinha como grande meta investigar os crimes de tortura, prisão 
arbitrária e assassinato acontecidos na Ditadura Militar (1964 
- 1985). Desse modo, o vestibulando precisa ficar atento aos 
métodos de coerção e repressão que aconteceram durante 
o regime militar. Nesse aspecto, sugerimos aquela “revisada 
especial” no Ato Institucional nº 5, nas propagandas oficiais que 
pretendiam acobertar a repressão daquele tempo e o processo 
de formação das guerrilhas daquele período.
GOVERNO DE ERNESTO GEISEL (1974 – 1979)
Abertura Lenta, Gradual e Segura
Geisel assumiu o governo prometendo retorno à democracia 
por meio de um processo gradual e seguro. Também denominado 
de “distensão”, o projeto de redemocratização concebido por Geisel 
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HISTÓRIA - MÓDULO - 3 - REPÚBLICA - 3.4 - DITADURA MILITAR
previa a adoção de um conjunto de medidas políticas liberalizantes, 
cuidadosamente controladas pelo Executivo Federal.
Isso incluía a suspensão parcial da censura prévia aos meios de 
comunicação e a revogação gradativa de alguns dos mecanismos 
mais explícitos de coerção legal presentes no conjunto das leis 
em vigor, que cerceavam as liberdades públicas e democráticas e 
os direitos individuais e constitucionais.
É preciso salientar, porém, que o projeto de distensão não 
refletia a crença na democracia, tanto por parte de Geisel como 
dos militares que participavam de seu governo. Na verdade, a 
distensão era um projeto preconizado como uma «saída» para que 
as Forças Armadas se retirassem do poder. Depois de dez anos de 
ditadura militar, período em que três generais governaram o país, 
as Forças Armadas se desgastaram.
Situação Insustentável Das Forças Armadas
A violência repressiva e o controle policial imposto sobre 
todos os setores da sociedade, além da ausência de liberdades 
civis e públicas, haviam conduzido o país a uma situação 
insustentável do ponto de vista da manutenção do regime de 
força que caracterizava a ditadura militar.
Além disso, o fato de os militares terem assumido diretamente 
o governo, ocasionou uma politização negativa dentro das 
Forças Armadas, desvirtuando os propósitos constitucionais 
da instituição militar. A “anarquia” e a “desordem”, promovida 
por setores militares radicais, permearam todos os governos 
da ditadura, e tinham sua origem justamente na politização no 
interior da instituição militar.
Portanto, é apropriado interpretar a distensão como um sinal 
da impossibilidade de os militares se manterem indefinidamente 
no poder. Porém, a distensão foi concebida de modo que a saída 
das Forças Armadas do governo não deveria ameaçar a ordem 
vigente e os interesses das classes dominantes.
De qualquer modo, no transcurso do mandato de Geisel, 
ocorreram tentativas de golpe contra o governo, promovidas por 
setores militares radicais que se posicionaram contrariamente 
ao projeto de distensão. A maior ameaça ao projeto de 
redemocratização veio dos oficiais que controlavam o aparato de 
repressão policial-militar.
Violência E Violação Dos Direitos Humanos
Quando Geisel assumiu a presidência da República, em 
março de 1974, a ditadura militar já havia derrotado todas as 
organizações guerrilheiras armadas. Já não existia ameaça 
subversiva ao regime proveniente das esquerdas armadas, mas, 
mesmo assim, o aparato repressivo continuou funcionando.
O sucesso do projeto de liberalização política dependia, 
em grande medida, da contenção das atividades dos órgãos 
de repressão policial-militar. Porém, as tentativas do governo 
de conter a repressão esbarraram em reações articuladas de 
setores militares ligados aos órgãos repressivos.
Interessados na manutenção de suas prerrogativas, os 
órgãos de repressão continuaram a praticar ações violentas que 
geraram graves crises políticas, chegando a ameaçar o mandato 
presidencial de Geisel.
Para evitar crises políticas, Geisel fez concessões ao aparato 
repressivo ao impedir pressões provenientes das oposições - em 
particular, do MDB, da Igreja Católica e também de setores da 
imprensa - no sentido de cobrar do governo esclarecimentos sobre 
cidadãos mortos, desaparecidos e torturas contra presos políticos.
Em alguns episódios públicos de violações dos direitos humanos 
praticados pelos agentes dos órgãos de repressão, no entanto, 
Geisel tomou medidas enérgicas contra militares radicais.
O Assassinato de Vladimir Herzog 
O episódio mais grave ocorrido no mandato de Geisel foi a 
morte sob tortura do jornalista Vladimir Herzog, em outubro de 
1975, no DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações 
do Centro de Operações de Defesa Interna) do 2º Exército em 
São Paulo. A morte de Herzog gerou uma grande comoção social 
de segmentos da classe média. Políticos da oposição, setores 
progressistas da Igreja Católica, estudantes universitários e 
parte da imprensa se aliaram e realizaram um culto ecumênico 
na Catedral da Sé, em São Paulo, com a participação de milhares 
de pessoas.
Geisel nada fez neste caso para enquadrar e punir os 
responsáveis. Em janeiro de 1976, uma outra morte, a do operário 
Manoel Fiel Filho, em condições idênticas às de Herzog, fez 
com que Geisel destituísse do comando do 2º Exército, general 
Ednardo D’Avilla Melo. A demissão representou a primeira 
ofensiva governamental contra os militares radicais.
Mas o episódio que garantiu a supremacia do presidente 
da República sobre os setores radicais que eram contrários 
ao projeto de liberalização ocorreuem outubro de 1977, com 
a demissão do ministro do Exército, general Sylvio Frota, que 
pretendia se impor como próximo presidente da República.
Crise Da Economia
Em 1974, o ciclo de prosperidade da economia brasileira 
chegou ao fim. O grande salto desenvolvimentista e o crescimento 
industrial e produtivo (o chamado “milagre econômico”) duraram 
enquanto as condições internacionais eram favoráveis.
O ciclo se encerrou quando os empréstimos estrangeiros se 
tornaram mais escassos, e quando o preço do petróleo aumentou 
significativamente. A crise se agravou e setores da burguesia 
industrial começaram a discordar dos rumos da política 
econômica. Em 1974, industriais paulistas lideraram a campanha 
pela desestatização da economia, a fim de que os recursos que 
o governo destinava às empresas estatais fossem transferidos 
para o setor privado.
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HISTÓRIA - MÓDULO - 3 - REPÚBLICA - 3.4 - DITADURA MILITAR
As Greves no ABC paulista
O aumento do custo de vida e a contenção dos salários 
aumentaram o descontentamento dos trabalhadores. Nesse 
contexto, em 1978, os operários metalúrgicos da região do 
ABC paulista desencadearam o maior ciclo grevista da história 
do país. Não havia mais possibilidade de o governo conter as 
reivindicações dos trabalhadores e as exigências dos industriais.
Reorganização Das Oposições
No transcurso do governo Geisel, diversos setores da 
sociedade brasileira começaram a se reorganizar e se opor 
frontalmente à ditadura. O primeiro sinal de descontentamento 
popular ocorreu com a vitória expressiva do MDB nas eleições 
legislativas de novembro de 1974.
Com 72% dos votos válidos, o MDB conseguiu eleger 16 
senadores, e aumentar sua bancada na Câmara Federal de 87 
para 160 deputados. A vitória política do MDB, mesmo em 
condições de ausência de regras democráticas, deixou claro 
que, se o processo eleitoral fosse livre, a oposição conquistaria 
o poder.
Para evitar que o MDB avançasse nesta direção, em abril de 
1977, o governo editou o Pacote de Abril* que, entre outras 
medidas, alterava as regras eleitorais em benefício do governo.
A Lei Falcão E O Pacote De Abril De 1977
• A Lei Falcão (Lei nº 6339/76)
Foi criada em 1 de julho de 1976 e recebeu o nome de seu 
criador, o então Ministro da Justiça, Armando Falcão. Esta lei 
foi criada durante o governo Geisel (vigente de 15 de março de 
1974 a 15 de março de 1979) e visava implementar mudanças 
em relação às propagandas eleitorais transmitidas por televisão 
e rádio no território brasileiro. A partir da promulgação da lei, 
que propôs uma nova redação ao art. 250 do Código Eleitoral, 
candidatos de quaisquer partidos estavam proibidos de anunciar, 
em suas propagandas, outras informações além de breves dados 
sobre sua trajetória de vida. Também era vetada a veiculação 
de músicas com letra - bem como discursos ou imagens. A 
única exceção era em relação à foto do candidato, que poderia 
ser exibida na televisão, juntamente com seu respectivo nome, 
partido e a leitura de seu currículo. Era permitido, ainda, a 
menção do horário e local dos comícios. Outra determinação da 
lei era em relação ao tempo de duração do mandato presidencial, 
que passava de cinco para seis anos
• Pacote de Abril de 1977
O Pacote de Abril foi um conjunto de leis outorgado em 13 de 
abril de 1977 pelo Presidente da República) do Brasil, Ernesto 
Geisel, que dentre outras medidas fechou temporariamente o 
Congresso Nacional. A imprensa chamou este conjunto de leis de 
Pacote de Abril. As alterações na Constituição foram feitas pelo 
que se denominou “a Constituinte do Alvorada”, em alusão ao 
Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente do Brasil, 
deixando claro que tais alterações não teriam sido feitas por 
uma Assembleia Constituinte, nem pelos titulares do Poder 
Legislativo, mas pelo chefe do Poder Executivo, o que seria, 
portanto, ilegítimo.
Este pacote representava uma emenda constitucional e 
de seis decretos-lei, que, uma vez outorgados, alteravam as 
futuras eleições. Para o pleito de 1978 seriam renovados dois 
terços do Senado, porém, o temor do governo por um novo 
revés, como ocorrido em 1974, quando perdeu na maioria dos 
estados da federação, fez com que uma nova regra garantisse 
a maioria governista na Câmara Alta do país. Assim, um terço 
dos senadores não foram sufragados pelo voto direto e sim 
referendados após uma indicação do presidente da República, 
os chamados senadores biônicos. Esta medida visava garantir aos 
militares uma maior bancada no Congresso Nacional. O “pacote” 
também estabelecia a extensão do mandato presidencial de 
cinco para seis anos, a manutenção de eleições indiretas para 
presidente da república, governadores dos estados e de prefeitos 
dos municípios em áreas de segurança nacional, bem como o 
aumento da representação dos estados menos populosos no 
Congresso Nacional.
A Volta Do Movimento Estudantil
Outro importante setor oposicionista se originou do 
movimento estudantil. A partir de 1975, os estudantes 
universitários começaram a reconstruir as entidades e 
organizações estudantis representativas.
Até 1976, as atividades e manifestações estudantis se 
mantiveram restritas ao interior das universidades. A partir de 
1977, porém, os estudantes saíram às ruas promovendo passeatas, 
atos públicos e manifestações exigindo “liberdades democráticas”.
A Igreja Católica também teve atuação de destaque. Os setores 
progressistas do clero católico sempre incomodaram os governos 
dos generais. Em pleno governo Médici, influentes membros da 
hierarquia Católica, como o cardeal-arcebispo de São Paulo, dom 
Paulo Evaristo Arns, e o bispo de Olinda e Recife, dom Hélder 
Câmara, entre outros, denunciaram publicamente casos de 
tortura, desaparecimento de cidadãos e prisões políticas.
No governo Geisel, a oposição de setores da hierarquia da 
Igreja contra a ditadura militar cresceu significativamente. Já 
não era possível ao governo reprimir com desmesurada violência 
os movimentos oposicionistas que afloravam.
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HISTÓRIA - MÓDULO - 3 - REPÚBLICA - 3.4 - DITADURA MILITAR
A Sucessão Presidencial
Quando Geisel demitiu o ministro do Exército, general 
Sylvio Frota, em outubro de 1977, o presidente reafirmou seu 
predomínio sobre os setores radicais das Forças Armadas que 
não desejavam a redemocratização do país.
Para sucedê-lo na presidência da República, Geisel escolheu 
o general João Baptista Figueiredo (PDS), chefe do Serviço 
Nacional de Informações (SNI), comprometido com o projeto 
de liberalização política. Figueiredo prosseguiu com a abertura 
política e a redemocratização do país.
Em 1978, Geisel Revogou O Ai-5, demonstrando que a 
abertura do regime teria continuidade.
Aspectos Econômicos Do Governo Geisel
No que se refere à política econômica, as principais metas 
do governo Geisel foram estabelecidas no II Plano Nacional de 
Desenvolvimento, que priorizava os investimentos no setor 
energético e em indústrias básicas, com o intuito de adequar 
a economia à crise internacional do petróleo e ao estágio de 
desenvolvimento industrial do país, e de reduzir o capital 
estrangeiro em setores considerados infra estruturais. Nesse 
sentido, foi lançado, em 1975, o Programa Nacional do Álcool 
(Pro-álcool) e assinado o acordo nuclear Brasil-Alemanha. O plano 
econômico do governo ressentiu-se, entretanto, do impacto da 
crise do petróleo, do aumento da dívida externa e do desequilíbrio 
da balança de pagamentos. Nesse contexto, uma das medidas 
defendidas pelo governo, em outubro de 1975, foi a adoção de 
contratos de risco entre a Petrobras e empresas estrangeiras 
para a prospecção de petróleo no país. Foi Geisel também que 
construiu grande parte da Usina Hidrelétrica de Itaipu.
GOVERNO DE JOÃO BAPTISTA DE 
FIGUEIREDO (1979 – 1985)
Com a escolha do general João Baptista de Oliveira Figueiredo 
para governar o país, ficou assegurada a continuidade do processode abertura política. O mandato presidencial de Figueiredo 
durou seis anos e encerrou 21 anos de ditadura militar no Brasil.
Ao longo do governo Figueiredo, a ditadura militar perdeu 
legitimidade social e sofreu desgaste político. Mas ainda 
assim houve ameaças de retrocesso devido à radicalização de 
setores das Forças Armadas que tentaram barrar o processo 
de redemocratização.
Militares radicais ligados ao aparato de repressão política 
promoveram atos terroristas com objetivo de desestabilizar o 
governo e amedrontar a sociedade. O presidente Figueiredo, 
porém, teve condições de conter o radicalismo militar e 
encaminhar a transição da ditadura para o regime democrático.
A Campanha pela Anistia
A anistia era um passo imprescindível ao processo de 
redemocratização. Com ela, os presos políticos ganhariam liberdade 
e os exilados puderam retornar ao país. Em fevereiro de 1978 foi 
criado, no Rio de Janeiro, o primeiro Comitê Brasileiro pela Anistia 
(CBA). O CBA foi o resultado da agregação de várias correntes 
políticas de oposição (liberais e de esquerdas democráticas), de 
familiares de presos, mortos, desaparecidos e exilados políticos, e 
também de setores progressistas da Igreja Católica.
Em diversos estados brasileiros surgiram novos comitês 
e por todo o país a campanha pela anistia obteve expressivo 
apoio popular. A fim de desarticular o movimento pró-anistia, o 
então presidente Geisel promulgou, em 1978, vários decretos-
leis revogando a maior parte das leis de exceção, inclusive o Ato 
Institucional nº 5 (AI-5).
Lei De Anistia De 1979
Desse modo, gradualmente os presos políticos foram sendo 
libertados e os exilados pouco a pouco puderam retornar ao 
país. A Lei de Anistia de 1979 serviu para dar continuidade a este 
processo, mas ela desagradou os movimentos de oposição que 
reivindicavam uma anistia “ampla, geral e irrestrita”.
A Lei de Anistia deixava de solucionar a questão mais polêmica 
do período da ditadura, isto é, os atos terroristas de autoria das 
organizações guerrilheiras de esquerda armada e as violações 
dos direitos humanos praticadas pelos agentes dos órgãos de 
repressão policial-militar que cometeram assassinatos e tortura.
A Lei excluía de seus benefícios os guerrilheiros condenados 
por atos terroristas envolvendo “crimes de sangue” (ou seja, 
crimes contra a vida humana), mas concedia perdão aos agentes 
da repressão envolvidos em assassinatos e prática de tortura. 
Por esse motivo, a Lei de Anistia de 1979 representou um claro 
sinal de que os militares não admitiriam qualquer tentativa de 
punição legal às Forças Armadas.
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HISTÓRIA - MÓDULO - 3 - REPÚBLICA - 3.4 - DITADURA MILITAR
A Reforma Partidária
Com o crescimento dos movimentos de oposição à ditadura, o 
governo Figueiredo avaliou, corretamente, que a manutenção do 
bipartidarismo ocasionaria um desgaste ainda maior das bases 
de sustentação política do regime.
Na conjuntura da redemocratização, era esperada uma 
polarização política cada vez mais acentuada em favor do 
Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido da oposição 
legal; contra o partido governista, a Aliança Nacional Renovadora 
(ARENA). A fim de provocar uma divisão no bloco oposicionista, 
o governo Figueiredo forçou uma reforma partidária.
A ARENA e MDB foram extintos. Os políticos governistas 
criaram o Partido Democrático Social (PDS), enquanto que 
o MDB se transformou no PMDB. Surgiu também o Partido 
Democrático Trabalhista (PDT), liderado por Leonel Brizola; o 
Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), composto por uma ala de 
políticos arenistas menos influentes.
Partido Dos Trabalhadores (PT)
Os partidos comunistas continuaram na ilegalidade. A maior 
novidade no cenário político-partidário foi o surgimento do 
Partido dos Trabalhadores (PT). Defendendo uma proposta 
socialista, o PT se originou do novo e combatente movimento 
sindical do ABC paulista, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva.
Em novembro de 1982, foram realizadas eleições diretas para 
governador (o que não ocorria desde 1967), para deputados 
estaduais e federais, prefeitos e vereadores. O governo 
promulgou uma lei proibindo alianças partidárias com objetivo 
de evitar que as oposições se unissem.
O PDS conseguiu eleger 12 governadores, enquanto as 
oposições conseguiram eleger dez. Foram vitoriosas, no entanto, 
nos Estados mais populosos e desenvolvidos do país, como no 
Rio de Janeiro (elegendo Leonel Brizola do PDT) e em São Paulo 
(elegendo Franco Montoro do PMDB).
A Crise Econômica E O Novo Movimento Sindical
O governo Figueiredo herdou uma grave crise econômica. 
Neste contexto, a insatisfação dos trabalhadores cresceu. As 
primeiras greves foram deflagradas pelo operariado do setor 
metalúrgico do ABC paulista, região de maior concentração 
fabril do país.
Inicialmente, as reivindicações dos operários se concentraram 
em reajustes salariais. Contudo, à medida que o movimento 
grevista adquiriu força, os trabalhadores ampliaram suas 
reivindicações exigindo mudanças políticas, entre elas a abolição 
do controle governamental sobre os sindicatos, restabelecimento 
do direito de greve e a livre negociação com os empregadores.
Outras categorias de trabalhadores do setor industrial e do 
funcionalismo público também deflagraram greves. O governo 
reprimiu com violência os movimentos grevistas, principalmente 
dos operários do ABC paulista. Mas já não era possível ao governo 
manter sob rígido controle estatal e policial os sindicatos e 
impedir a reorganização da classe trabalhadora.
Os trabalhadores foram um dos mais importantes segmentos 
da sociedade brasileira a contribuir, com suas greves e 
reivindicações, para o avanço do processo de redemocratização.
O Terrorismo De Estado E O Atentado Do Riocentro
O processo de abertura política levada adiante pelo governo 
Figueiredo não esteve a salvo de tentativas de retrocesso. 
Militares radicais ligados aos órgãos de repressão espalharam 
o pânico através de atos terroristas. Igrejas, editoras, órgãos 
de imprensa, bancas de jornal, sedes de partidos políticos e de 
entidades democráticas, foram alvos de atentados a bomba.
O terrorismo proveniente de setores radicais das Forças 
Armadas tinha por objetivo amedrontar a população e as 
oposições, e desestabilizar o governo, a fim de provocar um 
endurecimento do regime. A sociedade, porém, reagiu. Foram 
organizados inúmeros atos e manifestações públicas em que se 
exigia do governo medidas contra a violência.
O ato terrorista mais grave ocorreu em abril de 1981, no Rio 
de Janeiro. Antecipando uma comemoração do Dia do Trabalho, 
trabalhadores estavam realizando um show no Centro de 
Convenções do Riocentro. Um sargento e um capitão do Exército 
planejaram detonar uma bomba no local, mas um acidente 
provocou a explosão da bomba quando eles ainda estavam de 
posse do artefato.
O atentado do Riocentro provocou uma grave crise militar 
devido às pressões das oposições para o governo investigar o 
caso. Figueiredo, porém, cedeu aos interesses dos militares ao 
impedir que o inquérito policial aberto chegasse a apontar os 
responsáveis. Não houve punições e nem mesmo investigações. 
Porém, o atentado do Riocentro foi o último ato terrorista 
praticado por militares radicais. O episódio ocasionou um maior 
desgaste e perda de legitimidade política e social do governo e 
do regime.
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HISTÓRIA - MÓDULO - 3 - REPÚBLICA - 3.4 - DITADURA MILITAR
As Diretas Já!
A Constituição previa que o sucessor do presidente 
Figueiredo seria eleito indiretamente pelo Congresso 
Nacional. Em março de 1983, porém, o deputado federal 
do PMDB, Dante de Oliveira, apresentou uma emenda 
constitucional que estabelecia eleições diretas para 
presidência da República.
A partir daí as oposições mobilizaram a população com 
objetivo de pressionar os parlamentares a aprovarem a 
emenda constitucional. Por todo o país, grandes comícios, 
atos emanifestações públicas foram realizadas. O 
lema da campanha era “Diretas Já”. Estudantes, líderes 
sindicais e políticos, setores da Igreja católica, artistas e 
personalidades da sociedade civil e milhares de populares 
compunham as forças que reivindicavam eleições diretas. 
Mas o governo ainda tinha força parlamentar suficiente 
para barrar a aprovação da emenda constitucional que 
estabelecia eleições diretas. Foi o que aconteceu, em abril 
de 1984: o Congresso Nacional rejeitou a emenda Dante 
de Oliveira.
Tancredo Neves e Paulo Maluf
Na corrida pela sucessão presidencial, o partido governista, 
PDS, lançou o nome do paulista Paulo Maluf. Discordando dessa 
indicação, líderes políticos nordestinos, como Antonio Carlos 
Magalhães e Marco Maciel não a aceitaram e abandonaram o 
PDS, fundando o Partido da Frente Liberal (PFL). 
A oposição lançou o nome de Tancredo Neves, do PMDB. 
Tancredo era um político oposicionista de tendência moderada, 
e por conta disso conseguiu o apoio do PFL.
Em 15 de janeiro de 1985, foi eleito pelo colégio eleitoral 
presidente da República. Do ponto de vista institucional, contudo, 
o país completaria a transição para democracia somente quando 
o povo pôde votar livremente para presidente, em 1989.
Tancredo eleito
Tancredo foi eleito por 480 votos (69%) contra 180 (26%) 
recebidos por Maluf. Foram registradas nove ausências --cinco 
do PT, duas do PMDB, uma do PDS, e de Júlio Caruso (PDT), que 
estava acidentado. Também houve 17 abstenções, entre elas a 
do líder do PDS na Câmara, Nelson Marchezan, que foi vaiado. 
Maluf não venceu em nenhum Estado
Fim Da Ditadura
Os militares se exauriram no controle governamental, mas 
se retiraram da política de modo a garantir suas prerrogativas. 
A transição democrática no Brasil foi pacífica e se pautou por 
um processo de negociação entre as elites, envolvendo acordos 
para que não houvesse qualquer tipo de punição legal às Forças 
Armadas diante de todas as violações dos direitos humanos a que 
foram vítimas os opositores da ditadura.
A eleição de Tancredo Neves não representou ameaça aos 
interesses dos militares e nem mesmo a ordem social estabelecida 
por eles desde 1964. Mas a tentativa de esquecer o passado, ou 
seja, de impedir que viessem a público os crimes cometidos pelos 
agentes da repressão, fracassou.
DOM PAULO EVARISTO ARNS e seu livro “Brasil: Nunca Mais”
A Igreja Católica de São Paulo, sob a liderança do cardeal Dom 
Paulo Evaristo Arns, realizou uma pesquisa secreta baseada no 
exame dos processos judiciais militares. A pesquisa deu origem 
à monumental obra “Brasil: Nunca Mais”, coleção composta 
por vários volumes que descreve e analisa minuciosamente a 
repressão policial militar ao longo da ditadura.
Com a publicação do “Brasil: Nunca Mais”, tornaram-se 
públicas as atrocidades da ditadura militar e a identificação de 
todos os torturadores. Foi um importante e ousado passo no 
sentido de elucidação do passado histórico do país.

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