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9 PODER LEGISLATIVO

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Prévia do material em texto

DIREITO CONSTITUCIONAL 
PODER LEGISLATIVO 
 
 
 
2 
SUMÁRIO 
 
1 COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO ............................................................................................. 3 
1.1 CPI FEDERAL................................................................................................................................... 4 
1.1.1 Requisitos para a criação ........................................................................................................ 4 
1.1.2 Poderes da CPI ....................................................................................................................... 10 
1.1.3 Limites da CPI ........................................................................................................................ 13 
1.2 CPI ESTADUAL ............................................................................................................................... 16 
1.3 CPI MUNICIPAL ............................................................................................................................. 17 
1.4 JURISPRUDÊNCIA SOBRE CPI .......................................................................................................... 19 
2 GARANTIAS DO PODER LEGISLATIVO .................................................................................................... 26 
2.1 DEPUTADOS E SENADORES ............................................................................................................ 29 
2.1.1 Prerrogativa de foro .............................................................................................................. 30 
2.1.2 Imunidade material ............................................................................................................... 37 
2.1.3 Imunidade formal .................................................................................................................. 49 
2.2 OUTROS DESDOBRAMENTOS ........................................................................................................ 53 
2.3 DEPUTADOS ESTADUAIS ................................................................................................................ 57 
2.4 VEREADORES ................................................................................................................................ 59 
3 INCOMPATIBILIDADES E PERDA DE MANDATO ...................................................................................... 60 
3.1 CESSAÇÃO DE MANDATO .............................................................................................................. 63 
4 INFORMAÇÕES ADICIONAIS DE PODER LEGISLATIVO ............................................................................. 70 
5 ORGANIZAÇÃO E ATRIBUIÇÕES ............................................................................................................. 72 
5.1 CONGRESSO NACIONAL ................................................................................................................. 72 
5.1.1 Destaques Câmara dos Deputados ......................................................................................... 73 
5.1.2 Destaques Senado ................................................................................................................. 74 
5.1.3 ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL .............................................................................. 76 
5.1.4 Câmara dos Deputados .......................................................................................................... 80 
5.1.5 Senado Federal ...................................................................................................................... 81 
6 DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO ......................................................................................... 83 
7 BIBLIOGRAFIA UTILIZADA ..................................................................................................................... 83 
 
 
3 
ATUALIZADO EM 16/07/20191 
PODER LEGISLATIVO 
 
1 COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO 
 
A primeira constituição que tratou da CPI foi a CF/1934. Todas trataram de CPI exceto a CF/1937. As 
CPI’s também são função típica do Poder Legislativo. É o controle parlamentar stricto sensu. 
 
- Objetivo: 
 
 Ajudar na tarefa legiferante. Quando a CPI faz uma investigação, ela colhe informações que 
ajudam a elaboração de leis que possam evitar esses tipos de comportamento. Trazer informações relevantes 
para que o poder legislativo possa exercer sua função de forma mais eficaz. 
 
 Servir de instrumento de fiscalização do Governo e da Administração Pública. 
 
 Informar a opinião pública. Fazer com que a população tome conhecimento de certos fatos. 
 
#OUSESABER #DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: É CONSTITUCIONAL O ESTABELECIMENTO DE RESTRIÇÃO 
AO NÚMERO MÁXIMO DE CPIS INSTAURADAS SIMULTANEAMENTE EM DETERMINADA CASA 
PARLAMENTAR? 
 
SIM! Restrição nesse sentido encontra-se estabelecida no texto do Regimento Interno da Câmara dos 
Deputados. O STF já se manifestou expressamente acerca do dispositivo, ratificando a sua 
CONSTITUCIONALIDADE. Confira-se a ementa de julgamento: 
 
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO. 
INSTAURAÇÃO. REGIMENTO INTERNO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS. RESTRIÇÃO: IMPOSSIBILIDADE DE 
INSTITUÍ-LA ENQUANTO ESTIVER FUNCIONANDO PELO MENOS CINCO DELAS. 1. A restrição estabelecida 
no § 4º do artigo 35 do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, que limita em cinco o número de 
CPIs em funcionamento simultâneo, está em consonância com os incisos III e IV do artigo 51 da 
 
1
 As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de 
diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, 
porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do 
material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas 
jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos 
eventos anteriormente citados. 
4 
Constituição Federal, que conferem a essa Casa Legislativa a prerrogativa de elaborar o seu regimento 
interno e dispor sobre sua organização. Tais competências são um poder-dever que permite regular o 
exercício de suas atividades constitucionais. 2. Ação direta de inconstitucionalidade julgada 
improcedente. (STF, ADI 1.635, Rel. Min. Maurício Corrêa, j. 19.10.2000) 
 
1.1 CPI FEDERAL 
 
O que se disser aqui, em princípio, aplica-se as CPIs municipais e estaduais. 
 
1.1.1 Requisitos para a criação 
 
STF - ADI 3619 – determina os requisitos para criação de CPI no âmbito federal (art. 58, §3º) e diz que se 
aplicam aos estados, municípios e DF. 
 
§ 3º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades 
judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos 
Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de 
seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, 
encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores. 
 
Requerimento de 1/3 dos membros. 
 
Requisito formal 
 
Vale dizer, as CPIs somente serão criadas por requerimento de, no mínimo, 171 Deputados (1/3 de 513) 
e de, também, no mínimo, 27 Senadores (1/3 de 81), em conjunto ou separadamente. 
 
Exclusiva da CD, exclusiva do SF ou mista – 1/3 SF +1/3 CD. 
 
#OBS: No Brasil, a CPI é um direito público subjetivo das minorias. Essa forma de CPI foi criada pela Constituição 
de Weimar –1919. Há países que adotam a CPI como direito das maiorias, exigindo maioria absoluta ou simples 
para a criação da maioria. Foi a partir disso que foi descoberto o Mensalão. 
 
5 
É inconstitucional Lei Orgânica ou Constituição Estadual que estabeleça quórum superior ao 1/3, de 
acordo com o entendimento do STF, sendo a CPI um instrumento de proteção das minorias parlamentares. 
 
#ATENÇÃO: é possível a redução do quórum. 
 
INSTALAÇÃO DE CPI E DIREITO PÚBLICO SUBJETIVO DAS MINORIAS 
 
No mérito, entendeu-se que a maioria não poderia, sustentando a inobservância do art. 58, §3º, da CF, e 
valendo-se de meios regimentais, deslocar, para o Plenário da Câmara dos Deputados, a decisão final sobre a 
efetiva criação da CPI, sob pena de se frustrar o direito da minoria à investigação parlamentar. Considerou-se 
que, na espécie, o direito da minoria à investigação parlamentar teria sido transgredido e desrespeitado pela 
decisão da Presidência da Câmara que admitira o processamento do recurso interposto pelo líder do PT e que, 
com o acolhimento desse recurso, o Plenário dessa Casa legislativa acabara por invalidar, de modo 
inconstitucional, o Ato da sua Presidência que declarara, formalmente, a criação da CPI em referência, por 
corretamente considerar atendidos os requisitos constitucionais previstos no art. 58, §3º, da CF. Afirmou-se 
que, reconhecido o atendimento desses requisitos pelo Presidente da Câmara, fica concluído o procedimento 
de criação da CPI, sendo incabível o questionamento interno de sua legitimidade. Nesse sentido, asseverou-se 
que o próprio Regimento Interno da Câmara dos Deputados, em norma compatível com a referida cláusula 
constitucional, estabelece, em seu art. 35, §2º, que, "Recebido o requerimento, o Presidente o mandará à 
publicação, desde que satisfeitos os requisitos regimentais; caso contrário, devolvê-lo-á ao Autor, cabendo, 
desta decisão, recurso para o Plenário...". MS 26441/DF, rel. Min. Celso de Mello, 25.4.2007. (MS-26441) 
 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGOS 34, § 1º, E 170, INCISO I, DO REGIMENTO INTERNO DA 
ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO. COMISÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO. CRIAÇÃO. 
DELIBERAÇÃO DO PLÉNARIO DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA. REQUISITO QUE NÃO ENCONTRA RESPALDO NO 
TEXTO DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. SIMETRIA. OBSERVÂNCIA COMPULSÓRIA PELOS ESTADOS-MEMBROS. 
VIOLAÇÃO DO ARTIGO 58, § 3º, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. 
1. A Constituição do Brasil assegura a um terço dos membros da Câmara dos Deputados e a um terço dos 
membros do Senado Federal a criação da comissão parlamentar de inquérito, deixando, porém ao próprio 
parlamento o seu destino. 
2. A garantia assegurada a um terço dos membros da Câmara ou do Senado estende-se aos membros das 
assembleias legislativas estaduais --- garantia das minorias. O modelo federal de criação e instauração das 
comissões parlamentares de inquérito constitui matéria a ser compulsoriamente observada pelas casas 
legislativas estaduais. 
3. A garantia da instalação da CPI independe de deliberação plenária, seja da Câmara, do Senado ou da 
Assembleia Legislativa. Precedentes. 
6 
4. Não há razão para a submissão do requerimento de constituição de CPI a qualquer órgão da Assembleia 
Legislativa. Os requisitos indispensáveis à criação das comissões parlamentares de inquérito estão dispostos, 
estritamente, no artigo 58 da CB/88. 
5. Pedido julgado procedente para declarar inconstitucional o trecho "só será submetido à discussão e votação 
decorridas 24 horas de sua apresentação, e", constante do § 1º do artigo 34, e o inciso I do artigo 170, ambos da 
Consolidação do Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. (STF - ADI: 3619 SP , 
Relator: Min. EROS GRAU, Data de Julgamento: 01/08/2006, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJ 20-04-2007 
PP-00078 EMENT VOL-02272-01 PP-00127) 
 
#OBS: STF MS 16.441 – a exigência de requerimento de 1/3 dos parlamentares deve ser examinada no 
momento do protocolo do pedido perante a Mesada respectiva Casa Legislativa, independentemente de 
posterior ratificação. Ou seja, a partir do momento em que o protocolo é feito esse requisito já esta 
consolidada. Não se admite a desistência. Não pode retirar a assinatura. 
 
#OBS: Na constituição das mesas e nas comissões é assegurada, tanto quanto possível, a representação 
proporcional dos partidos. Na CPI não é diferente. Em sendo preenchidos os requisitos, a CPI sendo um 
instrumento das minorias, o STF afirma que sua constituição é obrigatória, devendo o PRESIDENTE DO 
PARLAMENTO nomear os representantes. Assim foi decidido pelo STF na CPI dos bingos. Os partidos políticos 
não nomearam representantes; assim, dois Senadores impetraram MS para obrigar o Presidente do parlamento 
a indicar os representantes para a formação da comissão. 
 
Os partidos políticos escolhem internamente os seus representantes para participarem da CPI. 
 
As CPI devem obediência ao princípio da REPRESENTAÇÃO PROPORCIONAL PARTIDÁRIA (artigo 58, 
§1º, CF), ou seja, se um partido tiver 30% dos membros do parlamento terá direito ao mesmo percentual de 
membros da comissão. Sendo a presidência pertencente ao partido com maior bancada; a segunda maior 
bancada tem a relatoria. 
 
Art. 58 § 1º - Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto quanto possível, a 
representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da respectiva Casa. 
 
Apuração de fato determinado. 
 
Requisito substancial ou material. 
 
7 
De acordo com o art. 35, §1º, do RICD, considera-se fato determinado o acontecimento de relevante 
interesse para a vida pública e a ordem constitucional, legal, econômica e social do País, que estiver 
devidamente caracterizado no requerimento de constituição da Comissão, não podendo, portanto, a CPI ser 
instaurada para apurar fato exclusivamente privado ou de caráter pessoal. 
 
O objeto da CPI é a apuração de um fato determinado, ou seja, no momento em que é feito 
requerimento de instauração, é necessário que esteja detalhado e especificado o fato a ser investigado. Isso não 
impede que fatos conexos, surgidos durante a investigação, sejam investigados. Basta que seja feito um 
aditamento no requerimento da CPI. Foi o que ocorreu na CPI dos correios. 
 
O STF permite que uma única CPI analise FATOS DETERMINADOS (no plural), assim, mais do que um fato 
determinado pode ser investigado. EXEMPLO: CPI do Judiciário teve vários fatos determinados. 
 
#OBS: fato conexo basta aditamento. Fato novo – requisito formal de iniciativa (1/3). 
 
A CPI nada mais é que uma comissão criada no âmbito de uma das casas, ou em ambas. Deste modo, ela 
não pode extrapolar os limites da competência do Congresso Nacional, que se circunscreve a assuntos de 
interesse geral (de todo o Estado brasileiro) ou interesse específico da União (não atingem Estados ou 
Municípios). A CPI não pode investigar fatos de interesse exclusivo dos Estados nem dos Municípios. Caso o 
faça, estará violando o princípio federativo. 
 
CPI não pode investigar fatos de interesse exclusivamente privado. A existência de interesse público é 
obrigatória. Mas então, quem pode ser investigado pela CPI? O Poder Executivo, pessoas físicas e jurídicas, 
órgãos e instituições ligados à gestão da coisa pública ou que, de alguma forma, tenham que prestar contas 
sobre bens e valores públicos. O particular pode sim ser investigado, desde que tenha um interesse público 
envolvido. O que determina é o fato ter interesse público ou exclusivamente privado e não a pessoa. 
 
Diante de um mesmo fato, pode ser criada CPI na Câmara e também no Senado Federal, ou, ainda, a 
investigação poderá ser conduzida pelo Judiciário, por outros órgãos ou, até, por CPIs nos 
outrosentesfederativos,sehouverinteressecomum,devendocadaqualatuarnos limites de sua competência. 
 
O fato determinado objeto da CPItem que ter uma relação com a Casa que está apurando, ou seja, deve 
estar dentre as atribuições da Casa Legislativa, que estejam estabelecidas na CF. 
 
As pessoas podem ser insurgir contra as deliberações e decisões da CPI por meio de MS ou HC. 
Competência para MS ou HC:STF pois CPI é do Congresso Nacional art. 102 I d e c art. 5º XXXV CF. Na esfera 
estadual, o competente é o TJ. Na esfera municipal, o competente é o juiz. 
8 
 
#ATENÇÃO #OBSERVAÇÃO: 
Suas conclusões serão, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade 
civil ou criminal dos infratores. As decisões da CPI são definitivas, de modo que sua executoriedade independe 
de aprovação de outro órgão. 
 
Assim, em face da imprecisão legislativa há necessidade de definição de dois pontos básicos na atuação das 
CPIs: amplitude de seu corpo de atuação e limites de seu poder investigatório. 
 
Conclusão 
 
A CPI conclui o inquérito parlamentar, mas não pode condenar. Os documentos sigilosos não podem ser 
divulgados (assim como o MP, o juiz, a autoridade policial). Devem ficar em sigilo até o trânsito em julgado da 
sentença condenatória. Nesse ponto a CPI tem poder maior do que o da autoridade judicial, já que podem no 
relatório divulgar os dados sigilosos. 
 
O relatório final, a conclusão e as decisões instrutórias são tomadas por todos os membros da CPI, isso é 
a aplicação do PRINCÍPIO DO COLEGIADO, não será o presidente que irá tomar a decisão. As finalidades do 
relatório enviado ao MP são: apurar responsabilidade civil (improbidade) e penal (ação penal). 
 
O MP não está vinculado ao relatório da CPI, ele tem independência funcional. O MP tem o prazo de 30, 
nos termos da Lei 10.001/00, para se posicionar em relação ao relatório recebido. A Lei 10.001/00 também 
dispõe sobre a prioridade dos procedimentos do MP originados de CPI, que passará a ter prioridade sobre todo 
o trabalho do MP. 
 
E a autoridade que presidir processo ou procedimento, administrativo ou judicial, instaurado em 
decorrência de conclusões de CPI, comunicará, semestralmente, a fase em que se encontra, até a sua conclusão, 
garantindo-se a o referido processo ou ao procedimento prioridade. 
 
A CPI tem que passar ao MP somente os documentos que julgue relevantes. Há caso atual em que a CPI 
se recusou a mandar os documentos para o MP e para o juiz os documentos requeridos pelo Judiciário. A Lei 
1579/52 dispõe sobre CPI. A LC 105/01 também é importante para a verificação da quebra de sigilos. 
 
Outra consequência do término da CPI reside na possibilidade de apresentação de projeto de lei (artigo 
61, CF). Igualmente, a CPI pode fazer recomendações para adoção de medidas fiscalizadoras. 
 
 Por prazo certo. 
9 
 
Requisito temporal. Há no Congresso Nacional as comissões permanentes (se prolongam por mais de 
uma legislatura – 4 anos. Ex. CCJ) e temporárias (são aquelas que se extinguem com o fim dos trabalhos ou com 
o fim do prazo estipulado ou ainda com o término da legislatura). 
 
Pode haver várias prorrogações, mas nunca poderá ultrapassar uma legislatura. ATENÇÃO. Em 2015 
começa uma nova legislatura. Se começou em 2014 tem que acabar no final do 2014. Ela não pode passar de 
uma legislatura a outra. 
 
 Regimento Interno Senado art. 145, §1º – prazo previsto no requerimento. 
 
 CD – RICD art. 35, §3º - prazo de 120 dias, prorrogável por 60 dias (deliberação do Pleno). 
 
 Congresso Nacional - não há previsão no RI. Aplica lei 1579/52, que foi parcialmente 
recepcionada pela CF/88. 
 
Art. 5º, §2º - a incumbência da CPI termina com a sessão legislativa, em que tiver sido outorgada, salvo 
deliberação da respectiva Câmara prorrogando- a dentro da legislatura em curso. 
 
#OBS: sessão legislativa x legislatura 
 
- sessão legislativa: 02/02 – 17/07 01/08 – 22/12. 
 
- legislatura – 4 anos. 
 
#IMPORTANTE #DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA 
Observe-se, também, a possibilidade de instauração de CPIs simultâneas dentro de uma mesma Casa, sendo 
que o Regimento Interno da Câmara dos Deputados, no seu art. 35, §4º, determinou o limite de 5, restrição esta 
declarada constitucional pelo STF por estar em consonância com os incs. III e IV do art. 51, CF/88, que conferem 
à Câmara “a prerrogativa de elaborar o seu regimento interno e dispor sobre sua organização. Tais 
competências são um poder-dever que permite regular o exercício de suas atividades constitucionais” (ADI 
1.635, Rel. Min. Maurício Corrêa, j. 19.10.2000). 
 
Na hipótese de sessão extraordinária, fica vedado o pagamento de parcela indenizatória, em razão da 
convocação. Contudo, os parlamentares fazem jus à ajuda de custo. 
 
10 
1.1.2 Poderes da CPI 
 
Embora sejam amplos, encontram restrições nos direitos e garantias fundamentais previstos na CF. 
Aquilo que o juiz não pode a CPI também não pode. 
 
Natureza? São considerados poderes de natureza instrumental. Servem como instrumento para que as 
funções típicas possam ser realizadas de maneira mais eficaz. 
 
Que poderes são esses? Poderes próprios de autoridade judicial. 
 
Deve ser entendido como PODERES DE INSTRUÇÃO PROCESSUAL PRÓPRIOS DAS AUTORIDADES 
JUDICIAIS. (inclusive, a Lei 9034/95 (Organizações Criminosas) teve o seu artigo 3º tido por inconstitucional pelo 
STF, porque o juiz não investiga). O JUIZ TEM PODERES DE INSTRUÇÃO. 
 
Não são todos os poderes do juiz. 
 
Poderes 
 
A) Prender em flagrante por falso testemunho a testemunha. O investigado NÃO, pois não é 
testemunha. A testemunha tem o direito de se calar no que possa produzir prova contra si, como direito 
a não autoincriminação. 
 
B) Prender em flagrante por desacato à autoridade. EXEMPLO: dar um tapa na cara do membro da 
CPI. 
 
C) Determinar a realização de diligências. EXEMPLOS: vistorias, exames, perícias. 
 
D) Requisitar (determinar) auxílio de servidores públicos. EXEMPLO: requisitar auditores da 
Receita Federal e do Banco Central. 
 
E) Quebra de sigilo bancário, fiscal, telefônico e de dados. 
Interceptação telefônica x quebra de sigilo telefônico – esse último é o acesso aos dados históricos da 
linha de telefone. O tempo da chamada, os horários da ligação. MS 25.668. 
 
F) Busca e apreensão de documentos e equipamentos. HC 31.039. 
 
11 
G) Condução coercitiva 
 
Todos estão obrigados a depor na CPI, mas algumas autoridades podem marcar hora, dia e local, desde 
que razoáveis, a CPI oferta 03 datas e horários e a autoridade escolhe). 
 
#ATENÇÃO: Parlamentares - Se não for, significa quebra de decoro parlamentar, nos termos do art. 53, §6. Se 
ele comparecer ele não está obrigado a prestar informações que tenha recebido em razão do mandato. Esse 
não é um privilégio apenas dos parlamentares. No exercício de qualquer profissão. 
 
§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas 
em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam 
informações.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001). 
 
Índio? HC 80.240 – tem que ser ouvido dentro de sua reserva, acompanhado por representante da 
FUNAI e antropólogo que tivesse conhecimento de sua cultura. 
 
*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STF: O investigado pode se recusar a comparecer na sessão da CPI na 
qual seria ouvido? 
Sim Não 
Ministros Gilmar Mendes e Celso de Mello Ministros Edson Fachin e Cármen Lúcia 
O comparecimento do investigado perante a CPI para 
ser ouvido é facultativo. Cabe a ele decidir se irá ou não 
comparecer. Se decidir comparecer, ele terá direito: a) 
ao silêncio; b) à assistência de advogado; c) de não 
prestar compromisso de dizer a verdade; d) de não 
sofrer constrangimentos. 
Caso o investigado não compareça, a CPI não pode 
determinar a sua condução coercitiva. Aplica-se para as 
CPIs o mesmo entendimento da ADPF 395/DF. 
O comparecimento do investigado perante a CPI para 
ser ouvido écompulsório. Ele tem que comparecer. 
No entanto, chegando lá, o investigado tem direito: a) 
ao silêncio; b) à assistência de advogado; c) de não 
prestar compromisso de dizer a verdade; d) de não 
sofrer constrangimentos. 
Caso o investigado não compareça, a CPI poderia 
determinar a sua condução coercitiva. 
Desse modo, tivemos dois votos favoráveis à tese de que o paciente não estava obrigado a comparecer à CPI e 
dois votos contrários. Em caso de empate, prevalece a decisão mais favorável ao paciente. Assim, a 2ª Turma 
do STF concedeu a ordem de habeas corpus para transformar a compulsoriedade de comparecimento em 
facultatividade e deixar a cargo do paciente a decisão de comparecer ou não à Câmara dos Deputados, perante 
a CPI, para ser ouvido na condição de investigado. STF. 2ª Turma. HC 171438/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, 
julgado 28/5/2019 (Info 942). #IMPORTANTE 
 
12 
H) Realização de exames periciais 
 
#OBS: As decisões da CPI que interferem no âmbito de proteção de direitos individuais, deve ser fundamentada 
de maneira adequada, sendo que esta deve ser ainda contemporânea à decisão. Ou seja, exige-se a 
fundamentação e para ela ser considerada válida ela tem que preencher dois requisitos: 1. A fundamentação 
tem que ser feita no momento em que a decisão é tomada. 2. Ser adequada. Alegações genéricas não servem 
de fundamentação. Não precisa ser tão complexa como uma decisão judicial, mas tem que apontar as razões 
que justificam a decisão. PRINCÍPIO DA COLEGIALIDADE 
 
O inquérito parlamentar, produzido por qualquer CPI, pode coexistir com inquéritos policiais ou 
processos judiciais em curso (MS 23639).O PRINCÍPIO DA COLEGIALIDADE condiciona a eficácia das deliberações 
de qualquer comissão parlamentar de inquérito, especialmente em tema de quebra de sigilo bancário. (MS 
23669). 
 
A CPI tem outros poderes previstos nos regimentos internos da respectiva Casa, entretanto, esses 
poderes não podem violar a reserva de jurisdição. 
 
MS 23639 = possibilidade de existência simultânea de CPI e IP em curso. 
 
HC 80089 = juiz não pode ser convocado pela CPI para explicar a sua sentença, ingerência de um poder 
em outro. 
 
Toda decisão da CPI deve ser fundamentada – analogia ao 93, IX CF ( INF 216, 243 E 239) 
 
Não há necessidade de devido processo legal ou contraditório, pois o intuito é investigatório e não 
acusatório (o art. 5º LIV CF fala que ninguém será privado de liberdade ou bens sem o devido processo legal – o 
art. 5º LV afirma que aos litigantes e aos acusados em geral devem ser assegurados contraditório em ampla 
defesa) na CPI não há litigantes e nem acusados, o cunho é meramente investigatório. 
 
PODE NÃO PODE 
Convocar autoridades 
a) não poderia a CPI federal convocar autoridade 
estadual ou municipal em vista dos princípios 
federativos e da não intervenção; 
b) não poderia a CPI convocar juiz para depoimento 
sobre decisão judicial pois ofenderia o princípio da 
- Devem respeitar a “cláusula de reserva 
constitucional de jurisdição”; 
- Previsão constitucional de competência exclusiva 
dos órgãos do Poder Judiciário; 
- Não podem determinar invasão domiciliar, ou a 
interceptação telefônica – art. 5º, XI e XII CF (Lei 
13 
separação dos poderes e o privilégio de foro, isto está 
inclusive no Reg. Int. do Senado – INF 194), realizar 
perícias, ouvir indiciados (o convocado tem direito ao 
silêncio – analogia com o 5º LXIII CF – INF 334), 
9.296/96 – interceptação telefônica). 
- Determinar buscas e apreensões (desde que não 
domiciliar, pois é reserva de jurisdição art. 5º XI CF– 
INF 212 e 234), 
- Requerer condução de testemunhas. 
- Quebrar sigilo bancário, fiscal e telefônico (quebrar 
sigilo de dados somente, pois interceptação telefônica 
é reserva de jurisdição)– mas não podem divulgar 
dados fora dos trabalhos internos (INF 218) 
- LC 105/01 e sigilo bancário – (ampliou as hipóteses 
de divulgação entre instituições financeiras, entidades 
de proteção ao crédito, autoridades competentes 
para apuração de ilícitos, etc) – Menciona a CPI no art. 
4º, p. 1º 
- Decretar prisões (só por ordem escrita de juiz – 5º 
LXI) salvo em flagrante delito 
- Determinar medidas cautelares como arresto, 
sequestro, (ninguém será privado de liberdade ou 
bens sem devido processo legal – 5º LIV), 
- busca domiciliar, interceptação telefônica, restringir 
assistência judiciária aos investigados, divulgar a 
terceiros os dados obtidos com a quebra de sigilo, 
formular acusações, 
 
Convém destacar o §1º do art. 4º da LC nº 105/2001, ao estabelecer que as CPIs, no exercício de sua 
competência constitucional e legal de ampla investigação, obterão as informações e os documentos sigilosos de 
que necessitarem, diretamente das instituições financeiras ou por intermédio do Banco Central do Brasil ou da 
Comissão de Valores Mobiliários, devendo referidas solicitações ser previamente aprovadas pelo Plenário da 
Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Plenário de suas respectivas comissões parlamentares de 
inquérito. 
 
A CPI não tem poderes para investigar atos de conteúdo jurisdicional, não podendo, portanto, rever os 
fundamentos de uma sentença judicial. Revela-se constitucionalmente lícito, a uma Comissão Parlamentar de 
Inquérito, investigar atos de caráter não jurisdicional emanados do Poder Judiciário, de seus integrantes ou de 
seus servidores, especialmente se se cuidar de atos, que, por efeito de expressa determinação constitucional, se 
exponham à fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Poder Legislativo 
(CF, arts. 70 e 71) ou que traduzam comportamentos configuradores de infrações político-administrativas 
eventualmente praticadas por Juízes do STF. 
 
1.1.3 Limites da CPI 
 
#ATENÇÃO #IMPORTANTE 
14 
A CPI não pode por AUTORIDADE PRÓPRIA, ou seja, sem a integração do Poder Judiciário: 
 
a) Determinar a BUSCA E APREENSÃO DOMICILIAR2. 
 
b) Decretar prisão (subtração ou restrição da liberdade de locomoção). 
 
c) Decretar a INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA (artigo 5º XII, CF). 
 
d) Determinar constrição judicial ou medidas assecuratórias (artigo 125, CPP): arresto, seqüestro, hipoteca ou 
indisponibilidade de bens. 
 
e) Proibir que o cidadão saia da comarca ou país. 
 
As decisões judiciais que não tenham natureza jurídica de medida investigatória não podem ser 
proferidas pela CPI. EXEMPLO: arresto de bens. 
 
A) Cláusula de reserva de Jurisdição 
 
Reserva ao Judiciário determinados atos. O STF já determinou alguns desses atos. 
 
Monopólio estrito de jurisdição. 
 
Interceptação telefônica. Art. 5º, XII. É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, 
de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma 
que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. 
 
 
2
 Quando pratiquem atos abusivos, poderão as CPI serem submetidas à ação judicial no STF. Casa é todo espaço corporal 
autônomo e limitado, essa interpretação decorre da CF e do CP (artigo 150). 
CP, Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de 
direito, em casa alheia ou em suas dependências: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. § 4º - A expressão "casa" 
compreende: I - qualquer compartimento habitado; II - aposento ocupado de habitação coletiva; III - compartimento não 
aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade. § 5º - Não se compreendem na expressão "casa": I - 
hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do n.º II do parágrafo 
anterior; II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero. 
Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal. §1ºProceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas razões a autorizarem,para: a) prender criminosos; b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos; c) apreender instrumentos de 
falsificação ou de contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos; d) apreender armas e munições, instrumentos 
utilizados na prática de crime ou destinados a fim delituoso; e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à 
defesa do réu; f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder, quando haja suspeita de que o 
conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à elucidação do fato; g) apreender pessoas vítimas de crimes; h) colher 
qualquer elemento de convicção. 
§2º Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fundada suspeita de que alguém oculte consigo arma proibida ou 
objetos mencionados nas letras b a f e letra h do parágrafo anterior. 
15 
Violar domicílio. Art. 5º XI a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem 
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante 
o dia, por determinação judicial; 
 
Prisão, salvo flagrante delito. Art. 5ª LXI. - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e 
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime 
propriamente militar, definidos em lei. 
 
Sigilo imposto a processo judicial. Não há nenhum dispositivo específico. art 5º, X (privacidade), LX (sigilo dos 
processos judiciais e publicidade). 
 
#OBS: Os três primeiros poderes foram definidos pelo STF no MS 23.452 VER NO FINAL – decisão pragmática em 
matéria de CPI. No caso do processo judicial MS 27.483. CPI dos grampos telefônicos – o Legislativo resolveu 
investigar a facilidade com que o Poder Judiciário determinava a interceptação telefônica. Mas a maioria desses 
processos estava sob sigilo judicial. 
 
B) Direitos e garantias individuais 
 
Direito de não produzir prova contra si mesmo. Art. 5º, LXIII. 
 
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a 
assistência da família e de advogado; 
 
Conforme dispõe o Código de Processo Penal Brasileiro (artigos 203, 206 e 208 combinados), a 
testemunha não pode se eximir da obrigação de depor, mas, sendo cônjuge de um dos investigados, não é 
obrigada a firmar o compromisso de dizer a verdade (Notícias STF, 25.07.2005, em que se pode verificar a 
íntegra da decisão). 
 
Lembramos, ainda, o dever de a CPI permitir a presença de advogados, exercendo a defesa técnica, com 
todas as prerrogativas asseguradas pelo Estatuto da Advocacia. 
 
#OBS: crítica minha: o art. 206 do CPP assegura ao cônjuge o direito de não ser testemunha, salvo quando não 
for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.. É opção. Se ele 
aceitar não precisa prestar o compromisso. 
 
Sigilo profissional. Art. 5º, XIV. 
16 
 
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao 
exercício profissional; Padres, advogados, etc. 
 
C) Medidas acautelatórias 
 
Se ela não tem o poder de punir ou acusar, ela não pode adotar medidas para conservar a decisão final, 
pois essa decisão final não é dela. MS 23.452. A CPI não possuir poder geral de cautela. 
 
I) Indisponibilidade de bens. MS 23.480; 
 
II) Proibição de ausentar-se do país; 
 
III) Arresto; 
 
IV) Sequestro entes; 
 
V) Hipoteca judiciária. 
 
D) Autonomia dos entes federativos 
 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA 
EXEMPLO: STF no MS 31.689 – convocação do Governador de Goiás. CPI não pode compelir o Governador a 
comparecer (condução coercitiva), pois haveria interferência na autonomia federativa. Isso não significa que ele 
não possa ser investigado, se for um assunto que tenha interesse geral. Se o interesse for local não pode ser 
investigado. 
 
#OBS: MS E HC em razão de CPI. Autoridade coatora é aquela responsável pelo ato ou o Presidente da CPI. Se 
não houver uma definição de quem foi o prolator do ato, o MS e o HC podem ser impetrados contra o 
Presidente da CPI. Competência do STF. 
 
1.2 CPI ESTADUAL 
 
Segundo o STF, os requisitos para criação das CPIs federais são normas de observância obrigatória: 
requerimento de 1/3 (pode ser menor. A finalidade é que seja um instituto da minoria), prazo certo de duração 
17 
e fato determinado. O fato a ser apurado tem que ser um fato de interesse do Estado. Não pode ser um 
interesse municipal. 
 
Investigados – STJ – CPIs estaduais não têm competência para investigar autoridades com prerrogativa 
de foro federal. (AGP 1611/RO). Isso não significa dizer que a CPI não possa investigar fatos, de interesse do 
estado, em que essas autoridades estejam envolvidas. Não pode investigar o Governador (Ex. quebra de sigilo, 
condução coercitiva), mas pode investigar fato em que ele esteja envolvido. 
 
Poderes? Em regra, são os mesmo. Houve uma ação no STF (ACO 730) em que se questionou a 
possibilidade de quebra de sigilo bancário pela CPI estadual. O STF por 6X5 disse que era possível. Ela se referiu 
apenas ao sigilo bancário, mas a CPI pode todos aqueles poderes. É porque o caso envolvia só o sigilo bancário. 
 
1.3 CPI MUNICIPAL 
 
Hoje, admite-se amplamente a criação de CPI no âmbito municipal. Qual o fundamento? O mesmo 
usado para criação da CPI estadual – Princípio da simetria. As divergências que existem é com relação à 
extensão dos poderes da CPI municipal. 
 
Requisitos? Os mesmos. Normas de observância obrigatória. 
 
Fato de interesse local. Nada impede a instauração simultânea de CPI municipal, federal e estadual. O 
que não pode é a CPI investigar fatos exclusivos de competência do outro ente. Se envolver os três, os três 
podem instaurar. 
 
Poderes? Aqui há controvérsia. Por quê? A CF fala que CPI tem poderes próprios de autoridade judicial, 
além de outros previstos no regimento interno. O problema é que não existe Poder Judiciário no município. Por 
isso STJ entende que a CPI estadual não pode investigar autoridade com foro federal, já que o Poder Judiciário 
estadual também não pode. Se a CPI municipal pudesse ter poderes próprios de autoridade judicial, com base 
na simetria, estaríamos acrescentando uma competência ao Município. A CF atribui ao município competências 
ao legislativo e ao executivo. Por isso, a CPI municipal não tem poderes próprios de autoridade judicial. Tem 
somente os poderes presentes no regimento interno, que não pode determinar poderes próprios de autoridade 
judicial. 
 
Concordamos com a conclusão, mas o nosso fundamento não é, exclusivamente, o fato de existir um 
Judiciário municipal, e sim a situação do Município na Federação, especialmente por não ter representação no 
Senado Federal. 
18 
 
Há algumas decisões no sentido da doutrina majoritária - anterior a 1988 (não houve mudança para que 
se decidisse de outra forma): STF RE 96.049 (não admitiu condução coercitiva de pessoa para prestar 
depoimento) TJMG ADI 134817. 
 
#NOVIDADELEGISLATIVA (LEI 13.367/2016): 
 
Foi promulgada e publicada em 05/12/2016, com o objetivo de alterar a Lei 1.579/52, que dispõe sobre 
Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI). 
 
Art. 1o As Comissões Parlamentares de Inquérito, criadas na forma do § 3o do art. 58 da Constituição Federal, 
terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos da 
Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com ampla ação nas pesquisas destinadas a apurar fato 
determinado e por prazo certo. 
 
Parágrafo único. A criação de Comissão Parlamentar de Inquérito dependerá de requerimento de um terço da 
totalidade dos membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, em conjunto ou separadamente. 
 
Art. 2o No exercício de suas atribuições, poderão as Comissões Parlamentares de Inquérito determinar 
diligências que reputarem necessárias e requerer a convocação de Ministrosde Estado, tomar o depoimento 
de quaisquer autoridades federais, estaduais ou municipais, ouvir os indiciados, inquirir testemunhas sob 
compromisso, requisitar da administração pública direta, indireta ou fundacional informações e documentos, 
e transportar-se aos lugares onde se fizer mister a sua presença. 
 
Art. 3º. §1º Em caso de não comparecimento da testemunha sem motivo justificado, a sua intimação será 
solicitada ao juiz criminal da localidade em que resida ou se encontre, nos termos dos arts. 218 e 219 do 
Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal. 
 
Art. 3º-A. Caberá ao presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, por deliberação desta, solicitar, em 
qualquer fase da investigação, ao juízo criminal competente medida cautelar necessária, quando se verificar a 
existência de indícios veementes da proveniência ilícita de bens. 
 
Art. 6o-A. A Comissão Parlamentar de Inquérito encaminhará relatório circunstanciado, com suas conclusões, 
para as devidas providências, entre outros órgãos, ao Ministério Público ou à Advocacia-Geral da União, com 
cópia da documentação, para que promovam a responsabilidade civil ou criminal por infrações apuradas e 
adotem outras medidas decorrentes de suas funções institucionais”. 
 
19 
1.4 JURISPRUDÊNCIA SOBRE CPI 
Decisão CLÁSSICA do STF sobre CPI: MS 23452 / RJ - RIO DE JANEIROMANDADO DE SEGURANÇA Relator(a): 
Min. CELSO DE MELLO. Julgamento:16/09/1999 Órgão Julgador: Tribunal Pleno EMENTA: COMISSÃO 
PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - PODERES DE INVESTIGAÇÃO (CF, ART. 58, §3º) - LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS 
- LEGITIMIDADE DO CONTROLE JURISDICIONAL - POSSIBILIDADE DE A CPI ORDENAR, POR AUTORIDADE 
PRÓPRIA, A QUEBRA DOS SIGILOS BANCÁRIO, FISCAL E TELEFÔNICO - NECESSIDADE DE FUNDAMENTAÇÃO DO 
ATO DELIBERATIVO - DELIBERAÇÃO DA CPI QUE, SEM FUNDAMENTAÇÃO, ORDENOU MEDIDAS DE RESTRIÇÃO A 
DIREITOS - MANDADO DE SEGURANÇA DEFERIDO. COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - COMPETÊNCIA 
ORIGINÁRIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. - Compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar, em 
sede originária, mandados de segurança e habeas corpus impetrados contra Comissões Parlamentares de 
Inquérito constituídas no âmbito do Congresso Nacional ou no de qualquer de suas Casas3. É que a Comissão 
Parlamentar de Inquérito, enquanto projeção orgânica do Poder Legislativo da União, nada mais é senão a longa 
manus do próprio Congresso Nacional ou das Casas que o compõem, sujeitando-se, em conseqüência, em tema 
de mandado de segurança ou de habeas corpus, ao controle jurisdicional originário do Supremo Tribunal 
Federal (CF, art. 102, I, "d" e "i"). Precedentes. 
 
O CONTROLE JURISDICIONAL DE ABUSOS PRATICADOS POR COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO NÃO 
OFENDE O PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE PODERES. - A essência do postulado da divisão funcional do poder, 
além de derivar da necessidade de conter os excessos dos órgãos que compõem o aparelho de Estado, 
representa o princípio conservador das liberdades do cidadão e constitui o meio mais adequado para tornar 
efetivos e reais os direitos e garantias proclamados pela Constituição. Esse princípio, que tem assento no art. 2º 
da Carta Política, não pode constituir e nem qualificar-se como um inaceitável manto protetor de 
comportamentos abusivos e arbitrários, por parte de qualquer agente do Poder Público ou de qualquer 
instituição estatal. - O Poder Judiciário, quando intervém para assegurar as franquias constitucionais e para 
garantir a integridade e a supremacia da Constituição, desempenha, de maneira plenamente legítima, as 
atribuições que lhe conferiu a própria Carta da República. O regular exercício da função jurisdicional, por isso 
mesmo, desde que pautado pelo respeito à Constituição, não transgride o princípio da separação de poderes. 
Desse modo, não se revela lícito afirmar, na hipótese de desvios jurídico-constitucionais nas quais incida uma 
Comissão Parlamentar de Inquérito, que o exercício da atividade de controle jurisdicional possa traduzir 
situação de ilegítima interferência na esfera de outro Poder da República. 
 
O CONTROLE DO PODER CONSTITUI UMA EXIGÊNCIA DE ORDEM POLÍTICO-JURÍDICA ESSENCIAL AO REGIME 
DEMOCRÁTICO. - O sistema constitucional brasileiro, ao consagrar o princípio da limitação de poderes, teve por 
 
3
 A prova do TRF4/2016 considerou correta a seguinte alternativa a respeito dessa temática: “Compete ao Supremo 
Tribunal Federal o controle jurisdicional dos atos de Comissão Parlamentar de Inquérito que envolvam ilegalidade ou 
ofensa a direitos individuais, na medida em que a Comissão Parlamentar de Inquérito procede como se fosse a 
Câmara dos Deputados, o Senado Federal ou o Congresso Nacional como um todo.” 
20 
objetivo instituir modelo destinado a impedir a formação de instâncias hegemônicas de poder no âmbito do 
Estado, em ordem a neutralizar, no plano político-jurídico, a possibilidade de dominação institucional de 
qualquer dos Poderes da República sobre os demais órgãos da soberania nacional. Com a finalidade de obstar 
que o exercício abusivo das prerrogativas estatais possa conduzir a práticas que transgridam o regime das 
liberdades públicas e que sufoquem, pela opressão do poder, os direitos e garantias individuais, atribuiu-se, ao 
Poder Judiciário, a função eminente de controlar os excessos cometidos por qualquer das esferas 
governamentais, inclusive aqueles praticados por Comissão Parlamentar de Inquérito, quando incidir em abuso 
de poder ou em desvios inconstitucionais, no desempenho de sua competência investigatória. 
 
OS PODERES DAS COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO, EMBORA AMPLOS, NÃO SÃO ILIMITADOS E 
NEM ABSOLUTOS. LIMITAÇÕES AOS PODERES INVESTIGATÓRIOS DA COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO. - 
A Constituição da República, ao outorgar às Comissões Parlamentares de Inquérito "poderes de investigação 
próprios das autoridades judiciais" (art. 58, § 3º), claramente delimitou a natureza de suas atribuições 
institucionais, restringindo-as, unicamente, ao campo da indagação probatória, com absoluta exclusão de 
quaisquer outras prerrogativas que se incluem, ordinariamente, na esfera de competência dos magistrados e 
Tribunais, inclusive aquelas que decorrem do poder geral de cautela conferido aos juízes, como o poder de 
decretar a indisponibilidade dos bens pertencentes a pessoas sujeitas à investigação parlamentar. A 
circunstância de os poderes investigatórios de uma CPI serem essencialmente limitados levou a jurisprudência 
constitucional do Supremo Tribunal Federal a advertir que as Comissões Parlamentares de Inquérito não podem 
formular acusações e nem punir delitos (RDA 199/205, Rel. Min. PAULO BROSSARD), nem desrespeitar o 
privilégio contra a autoincriminação que assiste a qualquer indiciado ou testemunha (RDA 196/197, Rel. Min. 
CELSO DE MELLO - HC 79.244-DF, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE), nem decretar a prisão de qualquer pessoa, 
exceto nas hipóteses de flagrância (RDA 196/195, Rel. Min. CELSO DE MELLO - RDA 199/205, Rel. Min. PAULO 
BROSSARD). 
 
*#DEOLHONAJURIS #STF: Os dados obtidos por meio da quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal devem 
ser mantidos sob reserva. Assim, a página do Senado Federal na internet não pode divulgar os dados obtidos 
por meio da quebra de sigilo determinada por comissão parlamentar de inquérito (CPI). STF. Plenário. MS 
25940, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 26/4/2018 (Info 899). 
 
#NÃOCUSTALEMBRAR: DIREITOS E GARANTIA INDIVIDUAIS NÃO TÊM CARÁTER ABSOLUTO 
 
A QUEBRA DO SIGILO CONSTITUI PODER INERENTE À COMPETÊNCIA INVESTIGATÓRIA DAS COMISSÕES 
PARLAMENTARES DE INQUÉRITO. - O sigilo bancário, o sigilo fiscal e o sigilo telefônico (sigilo este que incide 
sobre os dados/registros telefônicos e que não se identifica com a inviolabilidade das comunicações telefônicas) 
- ainda que representem projeções específicas do direitoà intimidade, fundado no art. 5º, X, da Carta Política - 
21 
não se revelam oponíveis, em nosso sistema jurídico, às Comissões Parlamentares de Inquérito, eis que o ato 
que lhes decreta a quebra traduz natural derivação dos poderes de investigação que foram conferidos, pela 
própria Constituição da República, aos órgãos de investigação parlamentar. As Comissões Parlamentares de 
Inquérito, no entanto, para decretarem, legitimamente, por autoridade própria, a quebra do sigilo bancário, do 
sigilo fiscal e/ou do sigilo telefônico, relativamente a pessoas por elas investigadas, devem demonstrar, a partir 
de meros indícios, a existência concreta de causa provável que legitime a medida excepcional (ruptura da esfera 
de intimidade de quem se acha sob investigação), justificando a necessidade de sua efetivação no procedimento 
de ampla investigação dos fatos determinados que deram causa à instauração do inquérito parlamentar, sem 
prejuízo de ulterior controle jurisdicional dos atos em referência (CF, art. 5º, XXXV). - As deliberações de 
qualquer Comissão Parlamentar de Inquérito, à semelhança do que também ocorre com as decisões judiciais 
(RTJ 140/514), quando destituídas de motivação, mostram-se írritas e despojadas de eficácia jurídica, pois 
nenhuma medida restritiva de direitos pode ser adotada pelo Poder Público, sem que o ato que a decreta seja 
adequadamente fundamentado pela autoridade estatal. - O caráter privilegiado das relações Advogado-cliente: 
a questão do sigilo profissional do Advogado, enquanto depositário de informações confidenciais resultantes de 
suas relações com o cliente. 
 
- MOTIVAÇÃO PER RELATIONEM CONSTANTE DA DELIBERAÇÃO EMANADA DA COMISSÃO PARLAMENTAR DE 
INQUÉRITO. Tratando-se de motivação per relationem, impõe-se à Comissão Parlamentar de Inquérito - quando 
esta faz remissão a elementos de fundamentação existentes aliunde ou constantes de outra peça - demonstrar 
a efetiva existência do documento consubstanciador da exposição das razões de fato e de direito que 
justificariam o ato decisório praticado, em ordem a propiciar, não apenas o conhecimento do que se contém no 
relato expositivo, mas, sobretudo, para viabilizar o controle jurisdicional da decisão adotada pela CPI. É que tais 
fundamentos - considerada a remissão a eles feita - passam a incorporar-se ao próprio ato decisório ou 
deliberativo que a eles se reportou. Não se revela viável indicar, a posteriori, já no âmbito do processo de 
mandado de segurança, as razões que deveriam ter sido expostas por ocasião da deliberação tomada pela 
Comissão Parlamentar de Inquérito-CONTEMPORANEIRDADE, pois a existência contemporânea da motivação - e 
não a sua justificação tardia - constitui pressuposto de legitimação da própria resolução adotada pelo órgão de 
investigação legislativa, especialmente quando esse ato deliberativo implicar ruptura da cláusula de reserva 
pertinente a dados sigilosos. 
 
A QUESTÃO DA DIVULGAÇÃO DOS DADOS RESERVADOS E O DEVER DE PRESERVAÇÃO DOS REGISTROS 
SIGILOSOS. - A Comissão Parlamentar de Inquérito, embora disponha, expropria auctoritate, de competência 
para ter acesso a dados reservados, não pode, agindo arbitrariamente, conferir indevida publicidade a registros 
sobre os quais incide a cláusula de reserva derivada do sigilo bancário, do sigilo fiscal e do sigilo telefônico. Com 
a transmissão das informações pertinentes aos dados reservados, transmite-se à Comissão Parlamentar de 
Inquérito - enquanto depositária desses elementos informativos -, a nota de confidencialidade relativa aos 
registros sigilosos. Constitui conduta altamente censurável - com todas as conseqüências jurídicas (inclusive 
22 
aquelas de ordem penal) que dela possam resultar - a transgressão, por qualquer membro de uma Comissão 
Parlamentar de Inquérito, do dever jurídico de respeitar e de preservar o sigilo concernente aos dados a ela 
transmitidos. Havendo justa causa - e achando-se configurada a necessidade de revelar os dados sigilosos, seja 
no relatório final dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (como razão justificadora da adoção de 
medidas a serem implementadas pelo Poder Público), seja para efeito das comunicações destinadas ao 
Ministério Público ou a outros órgãos do Poder Público, para os fins a que se refere o art. 58, § 3º, da 
Constituição, seja, ainda, por razões imperiosas ditadas pelo interesse social - a divulgação do segredo, 
precisamente porque legitimada pelos fins que a motivaram, não configurará situação de ilicitude, muito 
embora traduza providência revestida de absoluto grau de excepcionalidade. 
 
POSTULADO CONSTITUCIONAL DA RESERVA DE JURISDIÇÃO: UM TEMA AINDA PENDENTE DE DEFINIÇÃO PELO 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. O postulado da reserva constitucional de jurisdição importa em submeter, à 
esfera única de decisão dos magistrados, a prática de determinados atos cuja realização, por efeito de explícita 
determinação constante do próprio texto da Carta Política, somente pode emanar do juiz, e não de terceiros, 
inclusive daqueles a quem se haja eventualmente atribuído o exercício de "poderes de investigação próprios das 
autoridades judiciais". A cláusula constitucional da reserva de jurisdição - que incide sobre determinadas 
matérias, como a busca domiciliar (CF, art. 5º, XI), a interceptação telefônica (CF, art. 5º, XII) e a decretação da 
prisão de qualquer pessoa, ressalvada a hipótese de flagrância (CF, art. 5º, LXI) - traduz a noção de que, nesses 
temas específicos, assiste ao Poder Judiciário, não apenas o direito de proferir a última palavra, mas, sobretudo, 
a prerrogativa de dizer, desde logo, a primeira palavra, excluindo-se, desse modo, por força e autoridade do que 
dispõe a própria Constituição, a possibilidade do exercício de iguais atribuições, por parte de quaisquer outros 
órgãos ou autoridades do Estado. Doutrina. - O princípio constitucional da reserva de jurisdição, embora 
reconhecido por cinco (5) Juízes do Supremo Tribunal Federal - Min. CELSO DE MELLO (Relator), Min. MARCO 
AURÉLIO, Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Min. NÉRI DA SILVEIRA e Min. CARLOS VELLOSO (Presidente) - não foi 
objeto de consideração por parte dos demais eminentes Ministros do Supremo Tribunal Federal, que 
entenderam suficiente, para efeito de concessão do writ mandamental, a falta de motivação do ato impugnado. 
 
INFORMATIVO 434 (INQ-2314) “CPMI DAS AMBULÂNCIAS”: REQUISIÇÃO DE DOCUMENTOS E SIGILO 
(TRANSCRIÇÕES) “CPMI das Ambulâncias”: Requisição de Documentos e Sigilo (Transcrições) Inq 
2314/MT*RELATOR: MIN. GILMAR MENDES DESPACHO: O Presidente da Comissão Parlamentar Mista de 
Inquérito – CPMI das “Ambulâncias”, criada com a finalidade de apurar as denúncias envolvendo a denominada 
“Operação Sanguessuga”, solicita, por meio do Ofício n° 095/06, a revogação do sigilo dos documentos em 
poder da comissão, tendo em vista a freqüente divulgação ocorrida através dos meios de comunicação. Os 
referidos documentos constituem cópias dos autos dos Inquéritosn°s 2.314/DF, 2.315/DF, 2.316/DF, 2.317/DF, 
2.318/DF, 2.319/DF, 2.320/DF, 2.321/DF, 2.322/DF, 2.323/DF, 2.324/DF, 2.325/DF, 2.326/DF, 2.327/DF e 
2.328/DF, instaurados, a pedido do Procurador-Geral da República, com o objetivo de apurar a participação de 
parlamentares nos fatos objeto da denominada “Operação Sanguessuga”– que tramitam em segredo de justiça 
23 
neste Supremo Tribunal Federal, todos sob minha relatoria –, cujo acesso foi autorizado ao Presidente da CPMI 
das Ambulâncias, por meio de despacho cujo teor transcrevo a seguir, verbis: “Na Petição no 84.406/2006 
(Ofício no 012/06), o Presidente da “Comissão Parlamentar Mista de Inquérito das Ambulâncias” (“CPMI das 
Ambulâncias”), Deputado Federal Antônio Carlos Biscaia, pleiteia, verbis: “Na qualidade de Presidente da 
Comissão Parlamentar de Inquérito, criada pelo Requerimento n.° 245, de 2004, com a finalidade de apurar as 
denúncias envolvendo a ‘Operação Sanguessuga’, realizadapela Polícia Federal, para investigar quadrilha que 
atuava na aquisição fraudulenta de insumos estratégicos para a saúde, e em conformidade com o artigo 58 da 
Constituição Federal e 148 do Regimento Interno do Senado Federal combinado com o artigo 2° da Lei 1.579/52, 
solicito a Vossa Excelência, cópia dos requerimentos de instauração de inquérito e processos contra 
parlamentares deferidos ou não por essa Egrégia Corte, com relação à denominada ‘Operação Sanguessuga’. 
Por oportuno, informo que haverá manutenção de sigilo sobre os documentos e dados fornecidos. A partir da 
interpretação do art. 58, § 3o, da Constituição, a jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal é pacífica ao 
admitir, inclusive, a possibilidade de decretação de quebra de sigilo promovida por comissões parlamentares de 
inquérito. Nesses casos, exige-se, entretanto, que a referida decretação apresente fundamentação idônea, 
ainda que sucinta, nos termos do art. 93, IX, da CF. Ademais, é necessário que a fundamentação de eventual 
quebra de sigilo seja compatível com o objeto que tenha ensejado a instauração da Comissão Parlamentar em 
questão (Cf., entre outros: MS no 23.669/DF, Rel. Min. Celso de Mello, DJ de 17.04.2000; MS no 24.750/DF, DJ 
de 02.02.2004, e MS no 24.751/DF, DJ de 02.02.2004, ambos de minha relatoria). Em princípio, em que pese o 
caráter sigiloso da tramitação destes autos, observo relação de pertinência entre os motivos que ensejaram a 
instauração da “CPMI das Ambulâncias” e as investigações policiais na denominada “Operação Sanguessuga”. 
(...)Como se pode aferir, a autorização conferida ao presidente da comissão parlamentar para ter acesso às 
cópias dos autos dos referidos inquéritos está condicionada à observância de dois requisitos: a) o acesso aos 
autos deve se restringir aos documentos cujas diligências já foram devidamente concluídas pela autoridade 
policial;b) o exame das cópias obtidas deve ficar restrito à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, a qual 
deverá adotar rígidas providências para que seu conteúdo não seja indevidamente divulgado. Tais medidas são 
imprescindíveis para se assegurar a eficácia das investigações criminais que no momento estão sendo realizadas 
com o escopo de elucidar os fatos objeto da denominada “Operação Sanguessuga”. Destarte, todo inquérito 
deve ser revestido do sigilo necessário à efetiva apuração dos fatos objeto da investigação criminal. (...) 
Portanto, o dever imposto à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito – CPMI das “Ambulâncias” restringe-se 
ao resguardo do conteúdo dos documentos, não devendo representar qualquer empecilho aos trabalhos 
investigatórios reputados necessários pela própria comissão para o alcance de suas finalidades institucionais. A 
comissão não está impedida, por exemplo, de realizar convocações de parlamentares por ela investigados para 
prestar depoimentos ou de utilizar os dados obtidos dos documentos sigilosos para eventuais questionamentos, 
observações, comentários, perguntas e acareações. Assim, se é certo, por um lado, que as CPI´s devem zelar 
pela confidencialidade dos documentos aos quais teve acesso – seja através do trabalho de cooperação e troca 
institucional de informações com os demais Poderes, seja pela quebra dos sigilos bancário e fiscal dos 
investigados – , por outro lado também devem ser assegurados às comissões os poderes que lhes foram 
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constitucionalmente atribuídos para utilizar os dados obtidos como instrumento de realização de seus trabalhos 
investigatórios, os quais muitas vezes exigem a divulgação, ainda que relativa, de seu conteúdo sigiloso, como 
ocorre normalmente com a elaboração dos relatórios parciais e conclusivos das investigações legislativas, assim 
como em comunicações ao Ministério Público ou a outros órgãos do Poder Público. (...) Cabe apenas à própria 
comissão, respeitados os parâmetros legais e constitucionais, julgar quais são os meios necessários ao 
desempenho eficaz de suas atividades investigatórias, e como devem ser eles manejados para o fiel 
cumprimento de suas finalidades institucionais. A ordem constitucional assegura às comissões parlamentares de 
inquérito um âmbito de autonomia investigatória em relação à esfera de investigação policial e, por isso, podem 
ser distintos os indiciados no inquérito parlamentar e no inquérito policial, mesmo que estes visem a apurar 
fatos conexos. (...) Nesse sentido, é possível concluir que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito – CPMI das 
“Ambulâncias” está incumbida do dever jurídico-constitucional de preservar o sigilo dos documentos cujas 
cópias foram retiradas dos inquéritos que tramitam neste Supremo Tribunal Federal, o que não a impede de 
realizar convocações de seus próprios investigados para prestar depoimento. (...) Brasília, 18 de julho de 2006. 
Ministro Gilmar Mendes Vice-Presidente (RISTF, art. 37, I c/c art. 13, VIII) * inquérito sob segredo de justiça. 
 
INFORMATIVO 417 (HC-86581) CPI: ATO JURISDICIONAL E PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DOS PODERES. Ofende o 
princípio constitucional da separação e independência dos poderes (CF, art. 2º) a intimação de magistrado para 
prestar esclarecimentos perante comissão parlamentar de inquérito sobre ato jurisdicional praticado. Com base 
nesse entendimento, o Tribunal deferiu habeas corpus impetrado contra o requerimento de convocação de 
magistrada federal para prestar depoimento perante a CPI dos Bingos instaurada pelo Senado Federal, a fim de 
esclarecer as razões pelas quais concedera liminares em favor de determinada empresa, as quais teriam 
acarretado prejuízos consideráveis à Caixa Econômica Federal - CEF. Precedente citado: HC 80089/RJ (DJU de 
29.9.2000). HC 86581/DF, rel. Min. Ellen Gracie, 23.2.2006. (HC-86581) 
 
INFORMATIVO 416 (MS-25832) CPI - INQUIRIÇÃO EM SESSÃO RESERVADA - PRETENSÃO DO IMPETRANTE - 
CENSURA JUDICIAL – INADMISSIBILIDADE CPI - Inquirição em Sessão reservada - Pretensão do impetrante - 
Censura judicial – Inadmissibilidade (Transcrições) MS 25832 MC/DF* RELATOR: MIN. CELSO DE MELLO 
EMENTA: PRETENDIDA INTERDIÇÃO DE USO, POR MEMBROS DE CPI, DE DADOS SIGILOSOS A QUE TIVERAM 
ACESSO. INVIABILIDADE. POSTULAÇÃO QUE TAMBÉM OBJETIVA VEDAR O ACESSO DA IMPRENSA E DE PESSOAS 
ESTRANHAS À CPI À INQUIRIÇÃO DO IMPETRANTE. INADMISSIBILIDADE. INACEITÁVEL ATO DE CENSURA 
JUDICIAL. A ESSENCIALIDADE DA LIBERDADE DE INFORMAÇÃO, ESPECIALMENTE QUANDO EM DEBATE O 
INTERESSE PÚBLICO. A PUBLICIDADE DAS SESSÕES DOS ÓRGÃOS DO PODER LEGISLATIVO, INCLUSIVE DAS CPIs, 
COMO CONCRETIZAÇÃO DESSA VALIOSA FRANQUIA CONSTITUCIONAL. NECESSIDADE DE DESSACRALIZAR O 
SEGREDO. PRECEDENTES (STF). PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO INDEFERIDO. 
 
A regra da prejudicialidade: A jurisprudência do STF, em regra, determina a prejudicialidade das “... ações de 
mandado de segurança e de habeas corpus, sempre que – impetrados tais writs constitucionais contra 
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Comissões Parlamentares de Inquérito – vierem estas a extinguir-se, em virtude da conclusão de seus trabalhos 
investigatórios, independentemente da aprovação, ou não, de seu relatório final” (MS 23.852-QO, Rel. Min. 
Celso de Mello, j. 28.06.2001, e julgados mais recentes, como HC 100.200, Rel. Min. Joaquim Barbosa, j. 
08.04.2010, MS 25.459-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, j. 04.02.2010 etc.). 
 
Existe, contudo, um importante precedente no qual o STF não acatou a jurisprudência dominante da 
prejudicialidade. Trata-se da ACO 622, ação popular que busca declarar a nulidade da Res. nº 507/2001, da 
Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, pela qual se instituiu CPI para apurar as causas do acidente 
da plataforma P-36 da PETROBRÁS, localizada na Bacia de Campos. 
 
Apesar de a CPI ter encerrado os trabalho, o Min. Ricardo Lewandowski, que considerava a ação prejudicada, 
reconsiderou a decisão, na medida em que o relatório da CPI fazia diversas recomendações, inclusive para que o 
Ministério Público investigasse o fato. 
 
É sempre necessário queo poder freie o poder (Montesquieu). Tais Comissões podem: (a) determinar as 
diligências que reputarem necessárias; (b) convocar ministros de Estado;(c) tomar o depoimento de qualquer 
autoridade; (d) ouvir indiciados; (e) inquirir testemunhas sob compromisso;(f) requisitar de órgão público 
informações e documentos de qualquer natureza (inclusive sigilosos); (g) transportar-se aos lugares aonde for 
preciso. Cuidando-se de CPI do Senado, da Câmara ou mista, pode, ainda, requerer ao Tribunal de Contas da 
União a realização de inspeções e auditorias. Quanto aos dados, informações e documentos, mesmo que 
resguardados por sigilo legal, desde que observadas as cautelas legais, podem as CPIs requisitá-los. Isso significa 
que podem quebrar o sigilo fiscal, bancário, assim como o segredo de quaisquer outros dados, abarcando-se,por 
exemplo, os telefônicos (registros relacionados com chamadas telefônicas já concretizadas), e, ainda,determinar 
buscas e apreensões. O fundamental, nesse âmbito, é:(a) jamais ultrapassar o intransponível limite da 'reserva 
jurisdicional constitucional', isto é, a CPI pode muita coisa, menos determinar o que a Constituição Federal 
reservou com exclusividade aos juízes. Incluem-se nessa importante restrição: a prisão, salvo flagrante (CF, art. 
5º, inc. LXI); a busca domiciliar (CF, art. 5º,inc. X) e a interceptação ou escuta telefônica (art. 5º,inc. XII);(b) 
impedir, em nome da tutela da privacidade constitucional (art. 5º inc. X), a publicidade do que é sigiloso, mesmo 
porque, quem quebra esse sigilo passa a ser dele detentor;(c) não confundir 'poderes de investigação do 
juiz'(CF, art. 58, § 3º) com o poder geral de cautela judicial: isso significa que a CPI não pode adotar nenhuma 
medida assecuratória real ou restritiva do 'jus libertatis', incluindo-se a apreensão, sequestro ou 
indisponibilidade de bens ou mesmo a proibição de se afastar do país. "Torna-se importante assinalar, neste 
ponto, que, mesmo naqueles casos em que se revelar possível o exercício, por uma Comissão Parlamentar de 
Inquérito, dos mesmos poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, ainda assim a prática dessas 
prerrogativas estará necessariamente sujeita aos mesmos condicionamentos, às mesmas limitações e aos 
mesmos princípios que regem o desempenho, pelos juízes, da competência institucional que lhes foi conferida 
pelo ordenamento positivo. Isso significa, por exemplo, que qualquer medida restritiva de direitos, além de 
26 
excepcional, dependerá, para reputar-se válida e legítima, da necessária motivação, pois, sem esta, tal ato - à 
semelhança do que ocorre com as decisões judiciais (CF, art. 93, IX)-reputar-se-á írrito e destituído de eficácia 
jurídica (RTJ 140/514,Rel. Min, CELSO DE MELLO, v.g.).Em uma palavra: as Comissões Parlamentares de 
Inquérito, no desempenho de seus poderes de investigação, estão sujeitas às mesmas normas e limitações que 
incidem sobre os magistrados judiciais, quando no exercício de igual prerrogativa. Vale dizer: as Comissões 
Parlamentares de Inquérito somente podem exercer as atribuições investigatórias que lhes são inerentes, desde 
que o façam nos mesmos termos e segundo as mesmas exigências que a Constituição e as leis da República 
impõem aos juízes. Assim sendo, tendo presentes as razões expostas, considerando o relevo jurídico da tese 
suscitada nesta impetração -especialmente a alegação de ofensa ao princípio da reserva constitucional de 
jurisdição -, concedo, em termos, a medida liminar ora postulada (fls. 10, item n. 1), para, até a prestação de 
informações pela autoridade ora apontada como coatora, suspender a eficácia do ato ora impugnado (ato este 
que resultou da aprovação do Requerimento nº 81) e sustar a execução de qualquer medida de busca e 
apreensão e de quebra dos sigilos telefônico, bancário e fiscal do impetrante. (STF - MS: 23452 RJ , Relator: Min. 
CELSO DE MELLO, Data de Julgamento: 01/06/1999, Data de Publicação: DJ DATA-08-06-99 P-00011) 
 
2 GARANTIAS DO PODER LEGISLATIVO 
 
Não são privilégios e sim garantias. Fazem parte do chamado Estatuto dos Congressistas. 
 
Qual a finalidade dessas garantias? 
 
 Garantir a independência do Poder Legislativo; 
 
 Assegurar a liberdade de seus membros. 
 
As garantias são imprescindíveis ao exercício adequado da função legiferante. A finalidade não é a mera 
concessão de privilégios. Presidencialismo de coalisão – poder legislativo submisso ao executivo. A maioria dos 
processos legislativos são do executivo. A MP tranca a pauta. Vasto rol de iniciativa de PL ao Presidente. 
 
Essas garantias não são individuais. São garantias institucionais. São garantias estabelecidas ao 
Parlamentar, independentemente de quem ele seja. Qual a consequência disso? A irrenunciabilidade das 
garantias parlamentares. 
 
#OBS: Afastamento do Parlamentar. É comum que deputados e senadores sejam convidados a exercer o cargo 
de Ministro de Estado. Quando o Parlamentar é temporariamente afastado essas garantias permanecem? 
27 
Ocorre a suspensão das imunidades (material e formal), mas não da prerrogativa de foro (continua no STF, 
mesmo que vá para cargo que não tenha essa prerrogativa). 
 
#IMPORTANTE!!! 
Súmula 4 STF: CANCELADA. Após CF 88 ela não é mais aplicada, apesar de não ter havido uma revogação formal. 
Segundo o entendimento do STF, o afastamento do Deputado ou Senador do exercício do mandato para 
investir-se nos cargos permitidos pela CF (art. 56, I), dentre eles de Ministro de Estado, suspende-lhes a 
imunidade parlamentar. Por outro lado, o foro por prerrogativa de função permanece normalmente (STF, Inq-
QO 1070/TO, DJ 11/10/2001). 
 
São comumente classificadas da seguinte forma: imunidade material, imunidade processual, privilégio 
de foro, isenção do serviço militar e limitação ao dever de testemunhar. 
 
Súmula nº 3 do STF: “A imunidade concedida a deputados estaduais é restrita à Justiça do Estado”. 
(CANCELADA) 
 
Súmula nº 245 do STF: “A imunidade parlamentar não se estende ao corréu sem essa prerrogativa.”OBS. Tem 
prevalecido que a natureza jurídica da imunidade material é de causa de exclusão da tipicidade, impedindo até 
mesmo a instauração de inquérito ou qualquer outro ato de persecução. Portanto, se o fato é atípico, não há 
possibilidade de coautoria, pois não há infração penal. Assim, a súmula 245 diz respeito à imunidade processual, 
não material. 
 
Súmula n.º 704 do STF: “Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a 
atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos 
denunciados”. 
 
IMUNIDADE FORMAL IMUNIDADE MATERIAL 
Prisão Opiniões, palavras e votos 
Processo Penal 
 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF 
A imunidade parlamentar é uma proteção adicional ao direito fundamental de todas as pessoas à liberdade de 
expressão, previsto no art. 5º, IV e IX, da CF/88. Assim, mesmo quando desbordem e se enquadrem em tipos 
penais, as palavras dos congressistas, desde que guardem alguma pertinência com suas funções parlamentares, 
estarão cobertas pela imunidade material do art. 53, “caput”, da CF/88. STF. 1ª Turma. Inq 4088/DF e Inq 
4097/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 1º/12/2015 (Info 810). 
28 
 
No caso envolvendo a prisão do Senador Delcídio do Amaral, podemos apontar algumas conclusões: 
 
1) Como regra, os membros do Congresso Nacional não podem ser presos antes da condenação definitiva. 
Exceção: poderão ser presos caso estejam em flagrante delito de um crime inafiançável (art. 53, § 2º da CF/88). 
 
2) Segundo entendeu o STF, o Senador e as demais pessoas envolvidas teriam praticado, no mínimo, dois 
crimes: a) integrar organização criminosa (art. 2º, caput, da Lei 12.850/2013); b) embaraçar investigação 
envolvendo organização criminosa (art. 2º, § 1º da Lei 12.850/2013). 
 
3) O STF entendeu que as condutas do Senador configurariam crime permanente,considerando que ele, 
até antes de ser preso, integrava pessoalmente a organização criminosa (art. 2º, caput) e, além disso, estaria, há 
dias, embaraçando a investigação da Lava Jato (art. 2º, § 1º). Desse modo, ele estaria por todos esses dias 
cometendo os dois crimes acima, em estado, portanto, de flagrância. 
 
4) Os crimes do art. 2º, caput e do § 1º da Lei nº 12.850/2013 que, em tese, foram praticados pelo 
Senador, não são, a princípio, inafiançáveis considerando que não se encontram listados no art. 323 do CPP. 
Não se tratam, portanto, de crimes absolutamente inafiançáveis. No entanto, como, no caso concreto, estariam 
presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva (tentativa de calar o depoimento de 
colaborador, tentativa de influenciar os julgadores e planejamento de fuga), havia uma situação que não admite 
fiança, com base no art. 324, IV, do CPP. 
 
5) O STF admite a prisão preventiva de Deputado Federal ou Senador? Surgiram duas correntes: 1ª) SIM. 
Para Rogério Sanches e Marcelo Novelino, o STF teria autorizado a prisão preventiva do Senador, relativizando o 
art. 53, § 2º da CF/88. 2ª) NÃO. Não é possível a prisão preventiva de Deputado Estadual, Deputado Federal ou 
Senador porque a única prisão cautelar que o art. 53, § 2º da CF/88 admite é a prisão em flagrante de crime 
inafiançável. É a posição que entendo mais acertada. 
 
6) É lícita a prova consistente em gravação ambiental realizada por um dos interlocutores sem 
conhecimento do outro. Assim, se “A” e “B” estão conversando, “A” pode gravar essa conversa mesmo que “B” 
não saiba. Para o STF, a gravação de conversa feita por um dos interlocutores sem o conhecimento dos demais é 
considerada lícita, quando ausente causa legal de sigilo ou de reserva da conversação. 
 
7) Depois de concretizada a prisão em flagrante do parlamentar, qual é o procedimento que deverá ser 
adotado em seguida? A CF determina que os autos deverão ser remetidos dentro de 24 horas à Casa respectiva, 
para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão (art. 53, § 2º). Esse voto é aberto. 
Assim, o STF remeteu os autos ao Senado Federal que, por 59 votos contra 13, decidiu manter a prisão do 
29 
Senador. STF. 2ª Turma. AC 4036 e 4039 Referendo-MC/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgados em 25/11/2015 
(Info 809). 
 
Sempre existiram nas CF brasileiras. 
 
Foro por prerrogativa de função é uma faceta das imunidades. 
 
*#DEOLHONAJURIS #STF: Restrição ao foro por prerrogativa de função. As normas da Constituição de 1988 que 
estabelecem as hipóteses de foro por prerrogativa de função devem ser interpretadas restritivamente, 
aplicando-se apenas aos crimes que tenham sido praticados durante o exercício do cargo e em razão dele. 
Assim, por exemplo, se o crime foi praticado antes de o indivíduo ser diplomado como Deputado Federal, não se 
justifica a competência do STF, devendo ele ser julgado pela 1ª instância mesmo ocupando o cargo de 
parlamentar federal. 
Além disso, mesmo que o crime tenha sido cometido após a investidura no mandato, se o delito não apresentar 
relação direta com as funções exercidas, também não haverá foro privilegiado. Foi fixada, portanto, a seguinte 
tese: O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e 
relacionados às funções desempenhadas. 
Marco para o fim do foro: término da instrução 
Após o final da instrução processual, com a publicação do despacho de intimação para apresentação de 
alegações finais, a competência para processar e julgar ações penais não será mais afetada em razão de o 
agente público vir a ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo. STF. 
Plenário. AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 03/05/2018 (Info 900). 
2.1 DEPUTADOS E SENADORES 
*#DEOLHONAJURIS #STF: O parlamentar, na condição de cidadão, pode exercer plenamente seu direito 
fundamental de acesso a informações de interesse pessoal ou coletivo, nos termos do art. 5º, inciso XXXIII, da 
Constituição Federal e das normas de regência desse direito. O parlamentar, na qualidade de cidadão, não pode 
ter cerceado o exercício do seu direito de acesso, via requerimento administrativo ou judicial, a documentos e 
informações sobre a gestão pública, desde que não estejam, excepcionalmente, sob regime de sigilo ou sujeitos 
à aprovação de CPI. O fato de as casas legislativas, em determinadas situações, agirem de forma colegiada, por 
intermédio de seus órgãos, não afasta, tampouco restringe, os direitos inerentes ao parlamentar como 
indivíduo. STF. Plenário. RE 865401/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 25/4/2018 (repercussão geral) (Info 
899) 
30 
2.1.1 Prerrogativa de foro4 
 
Está prevista no art. 53, §1º. Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por 
quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)§ 1º Os 
Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo 
Tribunal Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) 
 
É a partir da expedição do diploma que se inicia a prerrogativa de foro. Não é a partir da posse. A 
diplomação é como se fosse a nomeação do servidor. 
 
Com o término do mandato perde a prerrogativa – REGRA DA ATUALIDADE DO MANDATO. Após o 
término do mandato, o processo retornará à 1ª instância (na ADI 2797/DF e ADI 28605, o STF julgou 
inconstitucional a Lei n.º10.628/02, que alterava o art. 84 do CPP). 
 
Competência é do STF. Qualquer ação? Art. 102, I, b – compete ao STF processar e julgar, 
originariamente, nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do 
Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República. 
 
Infrações penais comuns abrange crimes dolosos contra a vida (a regra do art. 5ª é geral e a do art. 102 
é específica, devendo prevalecer esta última), crimes eleitorais e até contravenções penais. Crime comum, para 
tanto, é crime diverso do de responsabilidade. 
 
Obs. a iniciativa do procedimento investigatório deve ser confiada ao MPF, sob a supervisão do Ministro 
Relator do STF. A Polícia Federal não está autorizada a abrir de ofício inquérito policial envolvendo autoridades 
 
4
 Foi considerada correta na prova do TRF4/2016 a seguinte alternativa: “O membro do Congresso Nacional que se licencia 
do mandato para investir-se no cargo de Ministro de Estado NÃO perde os laços que o unem, organicamente, ao 
Parlamento. Consequentemente, permanece em seu favor a garantia constitucional da prerrogativa de foro em matéria 
penal.” 
5
 Informativo 401 (ADI-2860) IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA E PRERROGATIVA DE FORO O Tribunal concluiu julgamento 
de duas ações diretas ajuizadas pela Associação Nacional dos Membros do Ministério Público - CONAMP e pela Associação 
dos Magistrados Brasileiros - AMB para declarar, por maioria, a inconstitucionalidade dos §§ 1º e 2º do art. 84 do Código de 
Processo Penal, inseridos pelo art. 1º da Lei 10.628/2002 — v. Informativo 362. Entendeu-se que o § 1º do art. 84 do CPP, 
além de ter feito interpretação autêntica da Carta Magna, o que seria reservado à norma de hierarquia constitucional, 
usurpou a competência do STF como guardião da Constituição Federal ao inverter a leitura por ele já feita de norma 
constitucional, o que, se admitido, implicaria submeter a interpretação constitucional do Supremo ao referendo do 
legislador ordinário. Considerando, ademais, que o § 2º do art. 84 do CPP veiculou duas regras — a que estende, à ação de 
improbidade administrativa, a competência especial por prerrogativa de função para inquérito e ação penais e a que 
manda aplicar, em relação à mesma ação de improbidade, a previsão do § 1º do citado artigo — concluiu-se que a primeira

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