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A CONTRIBUIÇÃO DA MÚSICA PARA O DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM DA CRIANÇA - Brasil Escola

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A CONTRIBUIÇÃO DA MÚSICA PARA O
DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM DA
CRIANÇA
A educação e a música, a música no Brasil, o papel do ensino de música na formação do
cidadão e a música e seus benefícios no contexto escolar.
RESUMO
Esta monografia apresenta a importância da música no processo de ensino-aprendizagem, analisa o papel da música na
educação, seus benefícios e sua aplicação no desenvolvimento da criança como interação e auto estima. O presente
trabalho tem como objetivo refletir sobre a musicalização na educação, definir o conceito de música, identificar os métodos
a ser trabalhados em sala, mostrar a importância da inserção da música junto com as demais disciplinas como também sua
importância individual. Considerando a importância da música como parte da cultura popular e, portanto, como
conhecimento a ser trabalhado no contexto da educação da criança e conceituar os meios de amplificar essa
musicalização. A música nos mostra que não é somente uma junção de sons e letras, mas sim, um rico subsídio que pode
fazer a diferença nas escolas, pois, ela desperta o indivíduo para um mundo satisfatório e prazeroso para a mente e para o
corpo, que facilita a aprendizagem e também a socialização do aluno. A inserção do lúdico na educação vai além de
implantar e estabelecer currículos ou aplicá-los para os alunos sem nenhum recurso que desperte sua atenção, isso implica
numa renovação da formação continuada do professor.
Palavras-chave: Música. Educação. Desenvolvimento. Aprendizagem.
ABSTRACT
This monograph presents the importance of music in the teaching-learning process, analyzes the role of music in education,
its benefits and its application in the child's development as interaction and self esteem. This paper aims to reflect on music
education in education, define the concept of music, identify the methods to be worked out in class, show the importance of
music integration with other disciplines as well as its individual importance. Considering the importance of music as part of
popular culture and thus as knowledge to be worked in the child's education context and conceptualize the means to amplify
that music education. The song shows us that not only is an amalgamation of sounds and letters, but rather a rich subsidy
that can make a difference in schools, because it awakens the individual to a satisfying and enjoyable world for the mind and
body, which facilitates learning and also the socialization of the student. The playful insertion in education goes beyond
deploy and establish curricula or apply them to students without any resources to arouse your attention, this implies a
renewal of continuing education teacher.
Keywords: Music. Education. Development. Learning.
INTRODUÇÃO
A música tem um grande poder de interação e desde muito cedo adquire grande relevância na vida de uma criança
despertando sensações diversas, tornando-se uma das formas de linguagem muito apreciada por facilitar a aprendizagem e
instigar a memória das pessoas.
Sabendo que as aulas de educação artística, onde a música está inserida não tem um papel de grande destaque no
currículo escolar, uma vez que as disciplinas seguem uma regra hierárquica, onde as que são tidas como as mais
importantes para o desenvolvimento escolar do aluno tem um enorme destaque e são tidas como as demais necessidades
para a vida escolar e social do aluno, enquanto as demais disciplinas que estão presentes no currículo são levadas em
“banho-maria” nas salas de aula.
As aulas de educação artística há muito tempo vem sendo relegadas ao segundo plano, os alunos só dedicam-se as
atividades artísticas dentro da escola apenas quando o professor ou a instituição tem atividades específicas ou projetos,
apresentações, amostras, recitais, encontros, etc.
Para as escolas ainda é mais importante que o aluno venha a ler e escrever com maior rapidez para assim acompanhar os
planos escolares e suas atividades diárias, facilitando assim o trabalho de acompanhar as fases individuais dos alunos, que
quase sempre não são respeitadas, pois estes alunos que não acompanham essa norma (ler e escrever) no tempo
determinado pelo sistema educacional são taxados como lentos e necessitados de reforço em suas atividades.
No âmbito escolar a música tem por finalidade acrescer e facilitar a aprendizagem do educando, pois instrui o indivíduo a
ouvir de maneira afetiva e refletida. A educação deve ser vista como um processo comum, permanente e progressivo, que
precise de diferentes formas de estudos para seus aperfeiçoamentos, pois em qualquer espaço sempre haverá diferentes
condições familiares, sociais, ambientais e afetivos.
A musicalização abraça aspectos importantes com propósitos educacionais, e é um apetrecho que assessora o educador a
cumprir bem o seu papel, visto que educar exige doses de emoção, alegria, compromisso, além de trazer experiências que
enriquecem a relação entre professor e alunos.
O tema ainda fala da música como um importante papel na educação, não apenas como estética, mas também como
facilitadora do processo de ensino-aprendizagem e como instrumento que tem um grande poder de tornar a escola um
ambiente mais receptivo e alegre que façam com que os alunos desejem estar neste ambiente e dediquem-se ainda mais
as suas atividades, pois estarão envolvidos emocionalmente com todo o espaço, tanto físico quanto emocional da escola.
As exposições aqui apresentadas farão agregar saberes importantes que se misturam e se completam no entendimento de
que a educação sem comprometimento e alegria torna-se totalmente sem graça e sem vida, pois educar é uma tarefa que
tem que ser experimentada com realidade, beleza e prazer.
Em nossa tradição escolar, o ensino da educação artística ainda é considerado um conhecimento supérfluo, muitas vezes
vista como suporte para outras matérias. A banalização da música no contexto escolar encontra-se presente devido ao uso
da mesma apenas como recreação, ignorando sua importância para o desenvolvimento e riquezas culturais e sociais que a
música proporciona para os indivíduos.
Quando o ensino de Artes (música, dança, teatro, pintura, etc.) passarem a ser tido como uma matéria importante e
complementar para a formação de um cidadão e apresentar-se dentro do currículo escolar ou mesmo como forma
interdisciplinar, haverá uma ascensão favorável de aprendizado, levando em conta os aspectos psicológicos e físicos dos
alunos.
Observou-se que essa modalidade artística que se encontra presente em todos os meios e momentos da vida humana e
poderia também ser de grande relevância no contexto educativo, pois é na escola que os alunos passam uma boa parte do
seu tempo e é principalmente nas séries iniciais que há aquisição de conhecimentos escolares com um importante estímulo
para formar uma base mais sólida e completa, já que, cada aluno possui seu ritmo próprio e que os professores muito
contribuem para essa formação assim como todo o ambiente escolar.
Vygotsky (2003) nos mostra que o ambiente externo interage diretamente no desenvolvimento e aprendizagem das
crianças, dessa maneira acredita-se que o contato das mesmas com a cultura que a rodeia seja um elemento fundamental
para o seu crescimento saudável.
A presente pesquisa traz como objetivo geral compreender a importância da música na infância e verificar as contribuições
que o ensino da mesma, e como essa musicalização interfere no desenvolvimento da criança. Diante deste, buscou-se:
apresentar a teoria e a prática da musicalização no ensino aprendizagem; discutir sobre como a música pode contribuir para
o desenvolvimento da criança; verificar como esta pode promover a sociabilidade e a expressividade do aluno e promover
reflexões sobre a música nas escolas e sociedade.
Justifica-se a importância deste trabalho, pois a infância é uma fase de suma importância para o desenvolvimento mental,
motor e emocional das crianças, pois estão em uma fase de transição característicos da idade dos mesmos. A
musicalização nesta etapa da vida pode beneficiar o desenvolvimento integraldas crianças, não só apenas como mais uma
linguagem, mas como elemento socializador e ampliador de seus conhecimentos, além do melhoramento das funções
motoras, psicológicas a música tem o poder do relaxamento e concentração, levando-os também a refletirem sobre sua
convivência escolar e social.
A EDUCAÇÃO E A MÚSICA
A música tem um grande poder de interação e desde muito cedo adquire grande relevância na vida de uma criança
despertando sensações diversas, tornando-se uma das formas de linguagem muito apreciada por facilitar a aprendizagem e
instigar a memória das pessoas.
Desde o nascimento que o ser humano mostra suas necessidade de comunicação, interagir com a sociedade e meio
envolvente. Essa necessidade se inicia no ventre da sua mãe, onde é criada uma relação de afeto, estabelecendo formas
de comunicação entre a mãe e a criança, através de simples gestos.
Segundo Morris (1975, p. 235):
Tudo que é caracteristicamente humano depende da linguagem. O ser humano é, em primeira
instância, o animal falante. O discurso representa o mais essencial – mas não o único – papel no
desenvolvimento e na preservação da identidade humana e de suas aberrações, assim como faz
no desenvolvimento e na manutenção da sociedade e de suas aberrações.
A cultura vem acompanhando as gerações e sua importância é incontestável. A necessidade de comunicação ente os
povos tornou a música uma marca vital de identificação de cada comunidade e sua cultura. Segundo Oliveira (1999, p. 42),
“é a necessidade de comunicação que impulsiona, inicialmente, o desenvolvimento da linguagem”. A música é a forma de
expressão artística, tanto no campo popular quanto no erudito. As comunidades podem ser identificadas pela música que
escutam.
Como podemos definir taxar ou estimar o gosto musical, a cultura, classe social, se a criança não tem opção de aprofundar
seu conhecimento nos diversos campos culturais oferecidos pelas artes? A música proporciona uma forma de expressão e
contribui para buscar a identidade de um povo, mas, isso não quer dizer que se devem privar o mergulho em outras
culturas, pois a igualdade implica no direito de não haver discriminação, sendo assim a escola tem obrigação de oferecer
essa cartela de opções a seus alunos.
Charles Husband (1998, p. 139) afirma:
No reconhecimento de nossa individualidade está a possibilidade de assumirmos a identidade da
comunidade que fazemos parte, aquilo que nos une e nos solidariza. Consequentemente, os
direitos individuais não podem ser inteiramente usufruídos ou garantidos, na ausência do respeito
para com a dignidade, a integridade, a igualdade e a liberdade daquelas comunidades com as
quais nos identificamos, incluindo a comunidade étnica a qual pertencemos. Na busca do
reconhecimento de quaisquer de nossas comunidades [...] nós devemos reconhecer
reciprocamente a legitimidade da existência e da integridade de outras comunidades, inclusive
suas diferenças em relação a nós.
No Brasil ainda temos pouco incentivo para pesquisas sobre educação musical enquanto em outros países a música já é
vista como obrigatória nas escolas. A finalidade da inclusão da música na escola não é tanto transmitir uma técnica
particular, mas sim trazer para o aluno opções de expressão e linguagens que o ajudarão a desenvolver o gosto pela cultura
e assim futuramente expressar-se através dela.
Dessa maneira, é possível afirmar que no Brasil já temos uma trajetória histórica, educativa e cultural que nos permite uma
reflexão crítica acerca de perspectivas e caminhos concretos que possam subsidiar a inserção da educação musical nas
escolas.
Sabendo que as aulas de educação artística, onde a música está inserida, não tem um papel de grande destaque no
currículo escolar uma vez que as disciplinas seguem uma regra hierárquica, onde as que são tidas como as mais
importantes para o desenvolvimento escolar do aluno tem um enorme destaque e são consideradas como as de mais
necessidade para a vida escolar e social do aluno, enquanto as demais disciplinas que estão presentes no currículo são
levadas em “banho-maria” nas salas de aula como é o caso da disciplina de Artes.
As aulas de educação artística há muito tempo vem sendo relegadas ao segundo plano, os alunos só dedicam-se as
atividades artísticas dentro da escola apenas quando o professor ou a instituição tem atividades específicas ou projetos,
apresentações, amostras, recitais, encontros, etc. Assim não sendo a arte fica sempre em segundo plano.
Para as escolas ainda é mais importante que o aluno venha a ler e escrever com maior rapidez para assim acompanhar os
planos escolares e suas atividades diárias, facilitando assim o trabalho de acompanhar as fases individuais dos alunos, que
quase sempre não são respeitadas, pois estes alunos que não acompanham essa norma (ler e escrever) no tempo
determinado pelo sistema educacional são taxados como lentos e necessitados de reforço em suas atividades.
A música e os seus conceitos
Ainda é muito difícil encontrar uma definição única sobre o que seja música. Muitos psicólogos, antropólogos, sociólogos,
músicos, professores e pesquisadores têm procurado essa definição e um só conceito, mas ainda sem grande sucesso e
tampouco conclusões unânimes sobre a arte musical.
Segundo o Dicionário de Termos e Expressões da Música do pesquisador Henrique Autran Dourado (2008, p.214) música é
“a arte de exprimir ideias por meio de sons”.
Para o artista e pensador Richard Wagner (1813 – 1883), a música é “a linguagem do coração humano”. Este conceito nos
traz a ideia de ritmo, que é um elemento indispensável para a música assim também como para a vida, como por exemplo:
batidas rítmicas do coração, frequência da respiração entre outros. Mas também nos mostra a ideia que a música tem
grandes influencias sentimentais e psicológicas no ser humano.
De acordo com Bréscia (2003), a música é uma linguagem universal, tendo participado da história da humanidade desde as
primeiras civilizações. Mas o conceito mais usado é que a Música é a combinação de (1: melodia, 2: harmonia e 3: ritmo),
de maneira agradável para o ouvinte.
1. MELODIA: Certa sequência de notas organizadas sobre uma estrutura rítmica que encerra algum sentido musical.
2. HARMONIA: Combinação de notas musicais, para produzir acordes e logo para produzir progressões de acordes.
3. RÍTMO: Organização do tempo segundo a periodicidade dos sons.
No sentido amplo é a organização temporal de sons e silêncios (pausas). No sentido restrito, é a arte de coordenar e
transmitir efeitos sonoros, harmoniosos e esteticamente válidos, podendo ser transmitida através da voz ou de instrumentos
musicais.
A música é uma linguagem universal e ao mesmo tempo uma manifestação cultural e artística de um grupo de indivíduos,
em determinada região ou época vivida. A música é um veículo usado para expressar os sentimentos de um povo que
passa de geração em geração.
A musicalização
Musicalizar significa desenvolver o senso musical das crianças, sua sensibilidade, expressão, ritmo, “ouvido musical”, isso
é, inseri-la no mundo musical, sonoro. O processo de musicalização tem como objetivo fazer com que a criança torne-se um
ouvinte sensível de música, com um amplo universo sonoro.
A musicalização é um poderoso instrumento que aumenta, na criança, além da sensibilidade a audição, qualidades como:
concentração, coordenação motora, sociabilização, respeito a si próprio e aos outros, esperteza, raciocínio, disciplina,
equilíbrio emocional e inúmeros outros atributos que colaboram na formação do ser humano. O processo de musicalização
deve alcançar a todos, buscando desenvolver esquemas de absorção da linguagem musical.
No processo de musicalização, não podemos nos esquecer de que as crianças, quando brincam, usam sons
espontaneamente, criam músicas, e essa atitude, se não é incentivada, tende a desaparecer com o tempo. A musicalização
deve ser trabalhada de maneira lúdica. Portanto, não podemos dizer que a musicalização serve para transformar as
crianças em seres musicais, apenasprecisamos incentiva-las a continuar usando e criando sons.
A musicalização é um processo de construção do conhecimento, que tem como objetivo
desenvolver e despertar o gosto musical, cooperando para o desenvolvimento da sensibilidade,
senso rítmico, criatividade, do prazer de ouvir música, da imaginação, memória, concentração,
autodisciplina, atenção, do respeito ao próximo, da socialização e afetividade, também
contribuindo para uma efetiva consciência corporal e de movimentação (BRÉSCIA, 2003).
A MÚSICA NO BRASIL
A música no Brasil surgiu a partir da junção de elementos europeus, indígenas e africanos, que foram trazidos por
colonizadores portugueses e escravos. Em terras brasileiras, as manifestações iniciais da música, que tem registros
históricos, são as dos padres jesuítas que tinham a intenção exclusiva de atrair fiéis para a religião catolicista do que
promover o ensino ou manifestações musicais por meio da arte executada com seus instrumentos musicais.
França nos mostra o contexto histórico dos padres jesuítas que usavam a música para atrais atenção à fé cristã em sua
obra A Música no Brasil (1953, p.7):
O coral Gregoriano mágico instrumento de conversão de que se utilizou o jesuíta José de
Anchieta, aquela magnifica figura de evangelizador. E com ele os jesuítas Aspicuelta Navarro e
Manuel de Nóbrega. Este dizia que: “com a música e a harmonia, atrevo-me a atrair para mim
todos os índios da América”.
Como a maioria de suas manifestações religiosas continham músicas a ligação dos índios com os jesuítas foi facilitada
através da música que os sacerdotes usavam para catequizá-los.
Apesar de haver apresentações de diversos instrumentos e letras de cantos desconhecidas para os indígenas, não havia ali
nenhuma intenção educativa para com eles e sim uma necessidade de pessoas que pudessem espalhar a fé dos padres
para os demais índios em suas aldeias.
Somente no século XVII a música tornou-se popular no Brasil ganhando força com ajuda de manifestações culturais
africanas. Aos escravos trazidos da África deve-se muito o enriquecimento da cultura e formação da música popular
brasileira.
Com a vinda dos imigrantes europeus no fim do século XIX e início do século XX, são abertas novas fronteiras e com o fim
da escravidão chegam às terras brasileiras trabalhadores de diversos lugares para as lavouras de café e algodão. Com eles
uma bagagem riquíssima de ritmos de suas terras e culturas.
A música é uma forte presença no povo brasileiro em todas as suas classes sociais, Mário de Andrade (1980, p. 163) diz:
“[...] o estudo científico da música popular brasileira ainda está por fazer. Não há sobre ela senão sínteses mais ou menos
fáceis derivadas da necessidade pedagógica de mostrar aos estudantes a evolução histórica da música brasileira”. Com
isso vemos que antes de tudo tem-se a necessidade de compreender e estudar a música antes de leva-la as escolas com
propriedade.
No ano de 1854 o ensino da música no Brasil foi regulamentado por decreto real, mas como não havia formação por parte
dos educadores a música era usada para manifestações artísticas e controle dos alunos em sala de aula.
O desenvolvimento e os benefícios causados pelo ensino e inclusão da musicalização nas aulas não é tido como fator
importante nas escolas, mas isso tende a mudar depois que as autoridades governamentais e pelo ex-presidente Luís
Inácio Lula da Silva com a lei 11.769, sancionada em agosto do ano de 2008, que faz por obrigatório o ensino musical nas
instituições de ensino do Brasil. A lei tem como finalidade propor que as escolas ensinem música dentro de um contexto
formativo e abrangente.
O PAPEL DO ENSINO DE MÚSICA NA FORMAÇÃO DO CIDADÃO
Frente a uma sociedade em constante transformação é vital discutir-se acerca dos valores; perguntar-se sobre que
sociedade se quer construir, buscar uma discussão a partir dos valores essenciais, que deram a dimensão da sociedade
contemporânea, pela ascensão do capitalismo e suas relações com as transformações globalizantes e mundiais. Os
fenômenos históricos da sociedade representam a construção de cidadãos, ao construírem uma história que representa a
essência humana e a continuidade da sociedade e de seus valores.
A cidadania é um importante valor a ser considerado na observação das transformações sociais, pois se sabe que esta é
uma condição humana de vida, ou seja, é o ingresso aos bens materiais e culturais, bem como a justificativa de
necessidades humanas básicas (alimentação, vestuário, lazer, etc.).
O mundo moderno continua aumentando sua dívida social para com os países menos beneficiados, desrespeitando o mais
elementar direito à cidadania que é o acesso à escola, ao emprego, saúde e proteção.
A globalização não valoriza as soluções para os problemas sociais dos países pobres; fome, miséria e educação. Desta
forma, a educação, enquanto fator sócio – cultural, se desenvolve sobre os valores de seu próprio meio social.
Os valores que a sociedade atribui sobre si própria estão intimamente ligados a educação. Numa sociedade de
oportunidades mais justas, os valores determinados por ela mesma podem beneficiá-la, quando esta estabelece valores
que podem ser desfrutados por todos, onde todos podem ter os mesmos direitos e cumprir os seus deveres.
Não basta retratar o que já existe é preciso compreender a cultura de povos diferentes e outras épocas, de modo a
vivenciar sentimentos e emoções diferenciados, ampliando o entendimento do mundo no qual o cidadão vive e as
transformações que ocorreram durante o seu desenvolvimento. Tal como ressalta Souza (1992, p.3), de acordo com esta
posição pode-se afirmar que:
[...] a música na escola só traz vantagens para a vida das crianças; uma maior consciência de si,
o respeito e a compreensão do outro e visões críticas das dimensões da vida; isto, sem falar na
divulgação e valorização da área como campo profissional e da ação estimuladora e criativa para
o conhecimento da música.
As variedades artísticas não diferenciam somente pela alta luxúria da linguagem. A necessidade básica de ações e hábitos
para vir a ter consciência do que se aprende, o pensamento sistematizado e organizado, os sistemas de símbolos,
associações e regras para a construção do conhecimento são pontos comuns em qualquer área. A experiência artística
ganha um espaço definido quando realmente respeita o repertório peculiar de vivências e assume o papel de classe para
estender a expressão do sujeito possibilitando seu amplo desenvolvimento.
A arte é um instrumento para a transformação de seres humanos em sua integridade, desperta mais atenção em seu
processo de sentir para o sentir dos outros. Desta forma, pensamento e sentimento se inter-relacionam.
A educação em Arte propicia o desenvolvimento do pensamento artístico e da percepção estética,
que caracteriza um modo próprio de ordenar e dar sentido à experiência humana: o aluno
desenvolve sua sensibilidade, percepção e imaginação, tanto ao realizar formas artísticas quanto
na ação de apreciar e conhecer as formas produzidas por ele e pelos colegas, pela natureza e
nas diferentes culturas (BRASIL, 1997, p. 19).
Na escola a preocupação é a reconstrução da sociedade e a colocação do sujeito a ela. Neste processo o aluno deverá ter
a oportunidade de realizar sua visão do mundo, de sondar suas percepções e trocá-las com outros. Nesse sentido, o papel
da arte, através de uma de suas linguagens torna-se obrigatório.
A música não pode estar segredada somente em comunidades que a compreendem, ela deverá ser compartilhada com o
objetivo de desenvolver a crítica sobre a música que chega aos nossos ouvidos pelos meios de comunicação entendendo o
objetivo que a mesma tenta alcançar.
A música, enquanto atividade social cria um espaço onde se dão as relações interpessoais. O espaço social criado para o
aluno na escola é, desde o início, um mundo próprio, diferente do círculo familiar, no qual existem grupos maiores que
impõem certos padrões de conduta, onde o aluno deverá desenvolver-se integrando-se a outrasculturas distintas.
A música como recurso pedagógico
Vários quesitos passam pelos pensamentos do professor na construção de um plano de aula que decida utilizar a música. A
maneira pela qual a temática é mostrada aos educandos pode, de certa forma, aproximar ou distanciar o mesmo para o
conhecimento proposto. A música nesta situação pode ser utilizada como uma ponte que motiva professor e aluno.
A música pode exibir como o cidadão vê a sociedade em que vive, e é a partir do diagnóstico da expressão corporal e
argumentação crítica que aluno pode demostrar o que subtende-se ser a visão que o mesmo tem do mundo e dos valores
humanos. A música também pode ser o ponto de partida para a busca de várias informações e valorização da cultura de um
povo.
“A música pode nos remeter a lembranças, cheiros, sabores, e imagens; pois ela pertence, em grande parte, ao mundo dos
sonhos” (BEAINE apud ARTEN; ZANCHETA; LOURO, 2007).
A Música é parte do dia a dia infantil, em todas as atividades desenvolvidas para as crianças se fazem presentes dando
assistência para a aprendizagem, ensinando valores éticos e morais entre outras diferentes funções relacionadas com a
música, tendo em vista as rotinas desenvolvidas nas creches e outras instituições infantis.
O trabalho com a música deve considerar, portanto, que ela é um meio de expressão e forma de
entendimento acessível as crianças. A linguagem musical é excelente meio para o
desenvolvimento da expressão, do equilíbrio, da autoestima e autoconhecimento, além de
poderoso meio de integração social (BRASIL, 1998, p. 49).
Por meio da música é possível exercitar toda a estrutura da educação infantil, além de ser lúdico e prazeroso as crianças se
manifestam através das canções, das cantigas de roda, das danças, teatro etc. As atividades musicais na escola podem ter
objetivos preventivo, nos seguintes aspectos:
Físico: oferecendo atividades capazes de promover o alívio de tensões devidas à instabilidade emocional e fadiga;
Psíquico: promovendo processos de expressão, comunicação e descarga emocional através do estímulo musical e
sonoro;
Mental: proporcionando situações que possam contribuir para estimular e desenvolver o sentido da ordem,
harmonia, organização e compreensão.
O educar e o cuidar que direcionam as relações contínuas entre as crianças e os educadores nas instituições de educação
infantil diariamente torna-se mais fácil e acessível por meio da musicalidade, pois sabemos que, a música une culturas e
gerações, estreitam as relações interpessoais e abre um leque de oportunidades para o desenvolvimento cognitivo e ajuda
na conquista e aprimoramento do conhecimento.
As atividades que envolvem a musicalização permitem que a criança conheça melhor a si mesma e ao próximo,
desenvolvendo sua definição de esquema corporal, e também oportuniza a comunicação com o outro. Weigel (1988) e
Barreto (2000) apud Garcia e Santos (2012), afirmam que atividades podem auxiliar de maneira durável como reforço no
desenvolvimento sócio afetivo, cognitivo/ linguístico e psicomotor da criança, da seguinte forma:
Desenvolvimento sócio afetivo: a criança aos poucos vai formando sua própria identidade, percebendo-se
diferente dos outros e ao mesmo tempo buscando integrar-se com os demais. Por meio do desenvolvimento da
autoestima ela aprende a aceitar-se, com suas limitações e capacidades. As atividades musicais em grupo melhoram
o desenvolvimento da socialização, a compreensão, a participação e estimulando cooperação. Dessa forma a
criança vai fortalecendo o conceito de respeito ao próximo. Além disso, ao expressar-se musicalmente em atividades
que lhe geram prazer, ela libera seus sentimentos, expressa suas emoções, desenvolvendo um sentimento de
segurança e realização pessoal.
Desenvolvimento cognitivo/ linguístico: a origem de conhecimento da criança são as vivencias que ela já traz
consigo para a escola. Nesse sentido, as experiências musicais vividas por ela em casa farão com que facilite uma
participação ativa favorecendo o desenvolvimento dos sentidos das crianças. Ao trabalhar com os sons ela
desenvolve sua capacidade de ouvir melhor e com detalhamento de ritmos e sentimentos musicais; ao acompanhar
com gestos ou danças ela está trabalhando a coordenação motora e sua atenção e concentração; ao cantar ou imitar
sons ela está descobrindo suas capacidades e se relacionando com o ambiente em que vive.
Desenvolvimento psicomotor: as atividades musicais oferecem diversas oportunidades para que a criança
aperfeiçoe suas habilidades motoras, aprende a controlar seus músculos e movimentar seu corpo com desenvoltura.
O ritmo tem um papel muito importante na formação e equilíbrio do sistema nervoso. Isto porque toda expressão
musical ativa age sobre a mente da criança, favorecendo um impacto emocional a mente e aliviando as tensões.
Atividades como cantar fazendo gestos, dançar, bater palmas e pés, são experiências importantes para a criança,
pois elas permitem que se desenvolva o senso rítmico, a coordenação motora, fatores importantes também para o
processo do desenvolvimento da escrita e leitura.
Gaio e Meneghetti (2004, p. 98) nos mostram que é na sala de aula que o aluno revela suas especialidades, mostrando
suas desilusões internas ou sua genialidade até então desconhecida. É nesse espaço que o educando é obrigado a
conviver com outras crianças, tendo eles pensamentos distintos. O aluno traz para sala de aula uma bagagem de atitudes
naturais praticadas em sua casa e em seu cotidiano, não conseguindo deixar de lado a sua fonte histórica.
A MÚSICA NO CONTEXTO ESCOLAR
Como pode ser observado diante das práticas diárias dos professores, a educação em qualquer espécie de ensino, sempre
está em busca de novos instrumentos que facilitem o seu processo de aplicação e por sequela atinjam de forma mais
satisfatória os suas metas principais, dentre eles: desenvolver cidadãos críticos, conscientes de seus atos, bem como
favorecer o desenvolvimento motor, cognitivo e afetivo.
Além dos comuns aparatos a disposição do docente, a busca por incentivos visuais e sonoros vem crescendo por virtude,
também, do avanço da mídia, alicerçado no pressuposto de que a educação tem que ser um reflexo, mais aguçado, da
realidade social de cada educando.
Segundo Basso e Marques (2009):
As mudanças políticas, econômicas e culturais que ocorrem na sociedade, atualmente, e o
grande volume de informações estão se refletindo no ensino, exigindo, desta forma, que a escola
seja um ambiente estimulante, que possibilite à criança adquirir o conhecimento de maneira mais
motivada em movimentos de parceria, de trocas de experiências, de afetividade, do ato de
aprender a desenvolver o pensamento crítico reflexivo.
Assim, como o relatado acima, a música é um dos elementos que passa a fazer parte destes novos instrumentos a
disposição do professor, reconhecido pelo Decreto de Lei nº 11.769, a música, agora, tem seu ensino obrigatório no ensino
regular.
A música segundo Jeandot (1997, p. 12) é considerada uma linguagem universal, dividida em muitos dialetos, pois cada
cultura tem sua forma de produzi-la, tocar seus instrumento e maneiras peculiares de utilizá-la.
Atividades de investigação sonora
Quando o professor ensina com alegria através de um sistema lúdico e dinâmico próprio do meio infantil, estarão formando
novos ouvintes, talentosos artistas ou simplesmente pessoas sensíveis e serenas. Tudo o que a criança vive e sente é de
extrema importância para ela. A musicalização tem como objetivo as práticas musicais e não o estudo de instrumentos
musicais.
As atividades de investigação sonora devem partir do meio familiar da criança, passando depois para os demais ambientes
como a escola. Por exemplo, o educador pode pedir para que as crianças fiquem em total silêncio e observem os sons
executados no ambiente, depois elas podem contar, desenhar ou imitar o que ouviram. Também podem fazer uma
caminhada pelos diversos ambientes disponíveis da escola para descobrir novos sons, ou aproveitar uma aula de campoe
descobrir sons peculiares de cada lugar.
O professor, também, pode trazer sons diferentes e pedir para que as crianças identifiquem a origem dos mesmos, ou
produzir sons com objetos que já se utilizam em sala e pedir para que elas os identifiquem, ou descubram de que material é
feito o objeto que produziu o som (metal, plástico, vidro, madeira) ou como o som foi executado (agitado, esfregado,
rasgado, jogado no chão).
Assim como são de extrema importância as atividades onde se busca localizar a fonte d som e estabelecer o espaço em
que o som foi produzido (perto ou longe). Para isso o educador pode pedir para que as crianças fechem os olhos e
identifiquem apontando de onde veio o som produzido, ou ainda, o professor pode caminhar entre os alunos utilizando um
objeto ou um instrumento como padeiro ou chocalho para que as crianças acompanhem o movimento do som apontando
com as mãos. Sequencialmente o professor deve trabalhar as propriedades do som:
Altura: agudo, médio, grave.
Intensidade: forte, fraco.
Duração: longo, curto.
Timbre: é a característica de cada som, o que nos faz diferenciar as vozes e os instrumentos.
As características do som podem ser trabalhados por meio de comparação, diferenciando um som agudo de um grave,
longo de um curto, ou forte de um fraco. Mas é mais interessante o uso de jogos musicais, como por exemplo, o Jogo do
Grave e Agudo (som o som grave sentam e com o som agudo levantam).
Por meio dessas atividades e jogos o professor pode perceber quais os pontos fracos e fortes dos alunos, principalmente
quanto à capacidade de memória auditiva, discriminação, observação e reconhecimento dos diferentes sons, podendo
assim vir a lidar melhor com o que está defasado. Bréscia (2003) ressalta que os jogos musicais podem ser de três tipos,
correspondentes às fases do desenvolvimento infantil:
Sensório-Motor (até os dois anos): São atividades que conectam o gesto com o som. A criança pode produzir
gestos para emitir sons e expressar-se corporalmente para interpretar o que está ouvindo ou cantando favorecendo o
desenvolvimento da motricidade.
Simbólico (a partir dos dois anos): Aqui se busca representar o conceito da música, onde o forte serão as
expressões dos sentimentos. O som tem o papel de ilustração, de sonoplastia. Contribuem para o desenvolvimento
da linguagem.
Analítico ou de Regras (a partir dos quatro anos): São jogos que abrangem a estrutura musical, onde são
necessárias a organização e socialização. A criança precisa estar atenta a seus sons e escutar os outros, esperando
sua vez de tocar, atuar ou cantar. Ajudam no desenvolvimento do sentido de ordem e disciplina.
O tempo das atividades deve acompanhar a fase de cada criança, dependendo de seu interesse em participar e sua
atenção para com a atividade realizada. Além disso, vale lembrar que é preciso acompanhar a forma de expressão
individual, mesmo que venha a parecer repetitivo entre cada análise. É importante que a criança sinta-se à vontade para
expressar sua criatividade e movimentos corporais.
Exemplos de conteúdos que podem ser trabalhados
1. Percepção sonora
A percepção sonora envolve a recepção e a análise de estímulos sonoros através da audição. Nesta percepção identificam-
se algumas capacidades como a detecção do som, discriminação, sensação sonora, localização, reconhecimento, atenção,
compreensão e a memória, sendo assim parte do processamento auditivo que envolve a apuração do sinal acústico
assimilando a informação em modelos. Diferente dos nervos ópticos, a audição não suporta estímulos agressivos, ou seja,
caso o ouvido for exposto a intervalos desafinados tem-se a impressão de que está errado, que não é belo ou em casos
extremos uma peça dissonante pode causar irritabilidade a quem ouve.
As atividades que cercam a percepção sonora agem, além do estímulo auditivo em si, no desenvolvimento de diversos
aspectos intelectivos, tais como criatividade, linguagem, memória e tantos mais que o professor possa explorar,
dependendo do objetivo a ser alcançado.
Muitas atividades podem ser manuseadas com as crianças especialmente no estímulo da memória. Com objetos que
provoquem sons (chocalhos, latas, sons onomatopaicos, músicas e ruídos naturais dos ambientes), localizar e treinar,
identificação, reprodução e execução dos diferentes sons.
Rimas;
Palavras que iniciam ou terminam com o mesmo som;
Descrever o som ouvido (desenho ou fala);
Memorizar uma sequência de sons e depois reproduzi-los;
Imitar animais de acordo com o som produzido de cada animal;
Desvendar a fonte do som utilizando objetos diversos;
Tocar instrumentos musicais (WEIGEL, 1988).
2. Timbre, altura, duração, intensidade, melodia, ritmo e harmonia
Timbre é a característica sonora que nos acarreta diferenciar se sons de mesma frequência foram gerados por fontes
sonoras conhecidas nos permitindo diferenciá-las.
Quando ouvimos, por exemplo, uma nota tocada por um teclado e a mesma nota (uma nota com a mesma altura) produzida
por um violão, podemos imediatamente discernir os dois sons como tendo a mesma frequência, mas com características
sonoras muito diferentes. De forma simplificada podemos supor que o timbre é como a impressão digital sonora de um
instrumento ou a qualidade de vibração da voz. Muitos chamam essa especialidade como a Cor do Som. Weigel (1988)
sugere:
Seguir comandos de acordo com o timbre do instrumento tocado. Quando ouvir o tambor, parar como estátua,
quando ouvir o agogô correr, e quando ouvir o triângulo andar na ponta dos pés.
Colocar as crianças sentadas em círculo, uma sentada no centro da roda com os olhos vendados tentará reconhecer
a voz de quem está falando ou cantando, acertando então o nome do colega, este então irá para o centro da roda.
Colocar dentro de um saco grande, instrumentos e objetos que produzam som. Manipular os objetos e os
instrumentos sem serem vistos pelas crianças. Elas deverão identificar o som dos mesmos pelo seu timbre.
Pelo ar simultaneamente em todas as direções. Quando elas alcançam o nosso ouvido, entram em contato com a
membrana do tímpano, fazendo com que ele também vibre, e repasse ao cérebro várias mensagens que serão identificadas
como tipos distintos de sons.
A altura de uma nota depende do velocidade da vibração que resulta do som remitido. A essa velocidade, se dá o nome de
frequência, e é medida em Hertz (ciclos por segundo).
Com uma flauta de embolo fazer movimentos de sobe e desce, sendo que nos movimentos ascendentes a criança
deverá levantar - se, e nos descendentes abaixar-se, no som mais grave da flauta, a criança permanecerá abaixada,
enquanto que no som mais agudo na ponta dos pés.
Tocar no teclado notas graves, médias e agudas, pedindo que no primeiro momento apenas escutem. Ao ouvir as
notas graves, as crianças andam agachadas, nas notas médias andam normalmente e nas notas agudas andam na
ponta dos pés.
Distribuir cartolinas e tintas. Em cada cartolina, três ou quatro crianças escolherão duas cores, uma escura e outra
clara. Tocar no teclado sons graves e agudos. Ao ouvir os sons graves, as crianças devem pintar, de forma livre com
a cor escura. E nos sons agudos, pintar com a cor clara.
Através de ilustrações gráficas ou fotos pedir as crianças que reproduzam e identifiquem os sons graves e agudos.
Exemplos de figuras: passarinho e leão, adultos e bebes, gráficos que representem ondas sonoras. etc. (WEIGEL,
1988).
Duração é o tempo de execução de um som, ou seja, é a propriedade do som ser mais curta ou mais longa. A
demonstração de uma onda sonora de uma nota curta ou longa a início não apresenta diferença nenhuma, apenas o tempo
de sua execução a diferencia.
Existem instrumentos com características que fornecem a execução de notas longas com facilidade, como o saxofone e
outros instrumentos de bocal, já no caso do violão, as durações não devem ser muito grandes, pois, uma vez tocada a nota,
ela atinge o seu ponto limite de sonoridade imediatamente, perdendo em seguida sua extensão, até o som ficar
imperceptível, embora ainda possamosver a corda vibrando. As durações das notas musicais são escritas através das
figuras musicais. Weigel (1988) afirma:
Tocar no teclado notas curtas “stacatos” e notas longas. Ao ouvir os stacatos as crianças deverão saltar
acompanhando o som; com as notas longas parar e espreguiçar alongando o corpo.
Tocar uma música variando o andamento. As crianças deverão correr e andar de acordo com o andamento da
mesma.
Distribuir folhas e lápis coloridos e orientar as crianças para fazerem desenhos “livres” quando ouvirem um som
longo ou um som curto sendo tocado no teclado ou flauta.
Demarcar a sala com uma linha, identificando um som longo e um som curto. A linha maior: som longo, e a menor: som
curto. As crianças deverão identificar o som curto ou o som longo que será tocado no teclado e escolherá uma das linhas
para caminhar em cima. Intensidade é a habilidade que o som tem de ser mais forte ou mais fraco.
Também chamada por volume, a intensidade é de fácil percepção. Basta tocarmos uma nota no teclado, primeiro de leve,
depois mais forte. As duas notas terão o mesmo volume, ou seja, ela tem a mesma intensidade, pois foi tocada no mesmo
local, porém a nota mais forte terá uma maior extensão, suas ondas sonoras serão maiores num gráfico de demonstração.
Utilizando um tambor, as crianças cantarão uma canção. Ao variar a intensidade do tambor, de pianíssimo à forte
as crianças deverão acompanhar com a intensidade da voz. Cantando pianíssimo para fraco, e aumentando o
“volume” da voz para forte.
Acompanhar uma música no rádio, música esta, conhecida pela criança. Ela vai bater palmas, quando o volume
do aparelho estiver no som forte (palmas fortes), quando estiver no som fraco, bater palmas fracas.
Ao som de uma música no rádio, já conhecida pela criança ela fará variações balançando os braços, imitando um
maestro, movimentos amplos para um som forte, movimentos pequenos para sons fracos.
Utilizar dois cartões de cores diferentes, exemplo: vermelho e preto. Vermelho para o som fraco, e preto para o
som forte: a criança deverá apontar ou levantar o cartão ao ouvir o som fraco ou o som forte. Pode-se utilizar um
rádio ou instrumentos musicais para produzir os sons.
Fonte: Weigel, 1988.
Melodia é uma sucessão de sons em intervalos irregulares. A Melodia caminha por entre o ritmo. A Melodia normalmente é
a parte mais proeminente da música, é a parte que fica a cargo do cantor, ou de um instrumento como violão ou de um solo
de saxofone e etc. Sempre que ouvir um Solo, (notas tocadas individualmente) você estará ouvindo uma Melodia.
Vale a pena destacar que a melodia não necessariamente é composta por uma única voz; é possível também que ela tenha
duas ou mais vozes, apesar de ser menos habitual essa situação.
Fazer música alternando sons e silêncios.
Utilizar palmas intercaladas. Metade da sala bate palma em um tempo e a outra metade baterá palmas no
intervalo entre as palmas.
Fonte: Weigel, 1988.
O ritmo musical é um evento sonoro, tenha ele altura fixa ou não, que acontece numa certa regularidade temporal. É a
elaboração dos sons de acordo com padrões musicais estabelecidos.
Confeccionar uma bandinha com materiais recicláveis (casca de coco, cabos de vassoura, tampinhas, caixas e
copinhos) pandeiros, baquetes, tambor bastões, xiquexique, pratos, cuíca;
Acompanhar o ritmo da música com palmas e com movimentos corporais;
Formar grupos para fazer imitações com mímica em ritmo musical;
Perceber os sons com olhos fechados de fora e dentro da sala;
Pesquisar manifestações folclóricas de caráter musical
Identificar os ritmos musicais através de fitas e cd’s;
Imitar cantores, interpretar canções diversas;
Andar, procurando seguir determinado ritmo, que poderá variar do mais lento ao mais rápido.
Fonte: Weigel, 1988.
Harmonia é uma sobreposição de notas que servem de suporte para a melodia. Por exemplo, uma pessoa tocando piano e
cantando está fazendo harmonia com os acordes no piano e melodia com a voz. Cada acorde é uma sobreposição de
diversas notas, por isso que os acordes fazem parte da harmonia.
3. Exploração de variados meios de produção sonora
Fazer com que a criança possa identificar qual o instrumento que estará sendo utilizado para a propagação sonora.
4. Elementos de acústica básica
Conduzir os alunos a ambientes de diferentes acústicas onde possam ser realizados tanto a produção quanto a observação
dos sons emitidos por eles ou por instrumentos. Ex.: Eco da voz.
5. Registros gráficos convencionais e não-convencionais;
CONVENCIONAL - Apresentar aos alunos os símbolos de representação sonora “notas musicais” mostrando-lhes
seus valores de duração e altura.
NÃO CONVENCIONAL – Mostrar os nomes das notas musicais que poderão ser acompanhadas da voz ou
instrumento musical (WEIGEL, 1988).
6. Apreciação significativa
Fazer com que os educandos diferenciem os instrumentos que estão executando a música e compreendam a
diversidade funcional de cada um para a formação da música como um todo (WEIGEL, 1988).
7. Música ao vivo, gravações e outras manifestações com música
Elaborar ou promover trabalhos em grupos que fomentem a produção, observação, participação dos alunos em
interação significativa com a música. Ex.: concurso de paródias (WEIGEL, 1988).
8. Mercado de trabalho, produção musical, profissionais da música
Mostrar aos discentes a área profissional que envolve a música e seus profissionais. Assim como em qualquer área
do conhecimento. Ex.: medicina, professor, mecânico, motorista, bombeiro, e etc. (WEIGEL, 1988).
Í Ú
BENEFÍCIOS DA MÚSICA NO CONTEXTO ESCOLAR
A música habilita os alunos para que possam realizar funções motoras e intelectuais, bem como relacionar-se com o meio
social. Essas ferramentas de trabalho caem para os professores como meios facilitadores deste método.
Além de contribuir para deixar o ambiente escolar mais alegre, a música oferece um efeito calmante após períodos de
atividades físicas e atividades que exigem esforços como visitas a ambientes externos, reduz o estresse em momentos de
avaliação, e também pode ser usada como um método no aprendizado de todas as disciplinas.
O professor pode escolher várias músicas que tratem do assunto que será trabalhado em sua aula, isso tornará a aula
atrativa, dinâmica e vai ajudar a rememorar as informações repassadas para as atividades posteriores.
A música não somente é um simples apetrecho, além de ter fácil acesso, ela não necessita de muitos recursos e materiais,
precisa-se necessariamente, de mais nada além de alunos e professores. O som uma vez produzido, tanto por
instrumentos, objetos ou pelo corpo como palmas, pode transportar o educandos para um mundo vasto de aprendizado, em
que a intensidade deste seguimento varia de acordo com as diversidades individuais.
No espaço escolar, principalmente nas séries iniciais as crianças passam a desenvolver suas perspectivas intelectuais,
motores, linguísticas e psicomotoras. Mas, a música também deveria ser praticada como matéria em si, como linguagem
artística, forma de cultura e expressão. A escola deve ampliar o conhecimento do aluno, favorecendo a convivência com os
diferentes gêneros musicais, apresentando novos estilos, proporcionando um diagnóstico reflexivo do que lhe é
apresentado, permitindo que o aluno trone-se um ser crítico. Conforme Barreto (2000, p.45):
Ligar a música e o movimento, utilizando a dança ou a expressão corporal, pode contribuir para
que algumas crianças, em situação difícil na escola, possam se adaptar (inibição psicomotora,
debilidade psicomotora, instabilidade psicomotora, etc.). Por isso é tão importante a escola se
tornar um ambiente alegre, favorável ao desenvolvimento.
As performances musicais executadas na escola não serão voltadas exclusivamente para a formação de músicos, e sim,
através da prática e percepção da linguagem musical, proporcionar a abertura dos canais sensoriais (visual, auditivo e
sinestésicos), facilitando a expressão de emoções, ampliando a cultura e contribuindo para a formação total do cidadão.
CONSIDERAÇÕESFINAIS
Pode-se atestar que através da música as distintas áreas do conhecimento podem ser incitados. Temos na musicalização
um apetrecho para amparar os educandos a desenvolverem o espaço que une expressão de sentimentos, valores culturais,
ideias e facilita a comunicação própria do indivíduo. Portanto cabe a nós buscarmos a maior variedade de informações e
inserirmos o conhecimento no nosso convívio no dia a dia para que assim interfiramos positivamente e provoquemos nos
alunos a verdadeira motivação.
A educação musical necessita considerar que o ensino e a aprendizagem de música não ocorrem apenas na sala de aula,
mas em circunstancias mais ampla. Por isso, o professor não deve discutir a música na escola, mas refletir sobre em que a
educação musical pode ajudar no dia a dia dos alunos, interesses e dificuldades, buscando sempre decifrar a realidade em
que vivem e atuam e quais formas de conhecer e aprender.
O ato musical no espaço escolar ajuda no processo de aprendizagem despertando e estimulando a área afetiva, cognitiva e
linguística das crianças. As regalias que a música proporciona nesta fase, seja pela expressão de emoções, seja pelo
raciocínio, sociabilidade, concentração, comunicação, é de grande aproveitamento para a vida.
Diante da realidade que nos deparamos nas instituições de ensino, a música é desenvolvida de maneira resumida, por meio
de repetição e imitação, algo quase mecânico, sem um discernimento. Podendo realizar um trabalho significativo com
material reciclável para a confecção de instrumentos para exploração de sons e outras atividades que poderia contribuir
para o desenvolvimento da inteligência musical, fazendo assim com que a música seja mais um suporte para a melhoria da
educação das nossas crianças, tornando-as pessoas com senso crítico e cidadãos com mais aceitação e participação
cultural.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Mário. Pequena História da Música. São Paulo: Martins Editora, 1980.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Nº 9.394 de 20 de Dezembro de 1996. Brasília, 1996.
BRÉSCIA, Vera Lúcia Pessagno. Educação Musical: bases psicológicas e ação preventiva. São Paulo: Átomo, 2003.
FRANÇA, Eurico Nogueira. A música no Brasil. Rio de Janeiro: Departamento de Imprensa Nacional, 1953.
GAIO, Roberta, MENEGHETTI, Rosa G. Krob. Caminhos Pedagógicos da Educação Especial, 2. ed. Petrópolis: Vozes,
2004. Disponível em:<http://www.faesi.com.br/nucleo-de-pesquisa-cientifica/75-portal-do-saber/238-a-musica-como-recurso-
pedagogico-no-contexto-da-educacao-especial>. Acesso em: 20 set. 2015.
GARCIA, Vitor Ponchio; SANTOS, Renato dos. A importância da utilização da música na educação infantil.
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, n. 169, 2012. Disponível em:< http://www.efdeportes.com/efd169/a-musica-
na-educacao-infantil.htm>. Acesso em: 20 jul. 2015.
JEANDOT, Nicole. Explorando o Universo da Música. 2. ed. São Paulo: Scipione, 1997.
WEIGEL, Anna Maria Gonçalves, Brincando de música. Porto Alegre: Kuarup, 1988.
 
Fonte: Brasil Escola - https://monografias.brasilescola.uol.com.br/pedagogia/a-contribuicao-da-musica-para-
desenvolvimento-e-aprendizagem-da-crianca.htm

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