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BEHAVIORISMO - SKINNER

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lBehaviorismo 
ABORDAGENS 
 Behaviooperismo e o comportamento 
 Behaviorismo e a educação 
BEHAVIORISMO CLÁSSICO 
 Nasce com John B. Watson em 1913, com a publicação do artigo “A psicologia como um 
behaviorista a vê”, em função de suas aplicações práticas e pesquisas. 
 O termo Behavior significa COMPORTAMENTO. 
 
(1878-1958) 
 Ao publicar este artigo, Watson propõe uma mudança radical na Psicologia, tanto em seu objeto de estudo quanto 
em seu método de estudá-lo. 
 
 
 postulava que todo comportamento poderia ser modelado por conexões S-R (estímulo-resposta). Porém, vários 
comportamentos não puderam ser analisados desta maneira. 
 Watson livrou-se do método da auto-observação (tão discutível); 
 Resolveu a questão que perturbava os psicólogos, desde de Wundt (que Estudavam os movimentos do corpo e 
suas relações com o ambiente): a “unidade psicofísica”. 
 Os estudos psicológicos ignoraram à experiência imediata  o “sujeito” do comportamento 
 NÃO é um sujeito que sente, pensa, decide, deseja e é responsável por seus atos: 
 
 
Deixa de ser a Mente 
A consciência 
PASSA AO próprio comportamento e suas 
interações com o ambiente. 
É apenas um ORGANISMO e enquanto 
organismo, o ser humano se assemelha a 
qualquer outro animal, dedicando-se 
atenção aos estudos com seres não 
humanos: como ratos, pombos, macacos... 
 
 
WATSON IVAN PAVLOV (1849-1936) 
 interessa-se exclusivamente pelo comportamento 
observável, com objetivo muito prático de prevê-lo e 
controlá-lo de forma eficaz. 
 O comportamento era modelado, pelo paradigma 
Estímulo-Resposta (conhecido como condicionamento 
clássico, ou Behaviorismo Clássico); 
 Experimento Pequeno Albert 
 Watson interessa-se exclusivamente pelo 
comportamento observável, com objetivo muito prático de 
prevê-lo e controlá-lo de forma eficaz. 
 
 Pavlov (Prêmio Nobel Medicina) descobriu que os 
cães não salivavam apenas ao ver comida, mas também 
quando associavam algum som ou gesto à "chegada de 
comida”. 
 Denominou de condicionamento clássico; 
 
 "Dêem-me uma dúzia de crianças sadias, bem 
constituídas e a espécie de mundo que preciso para as 
educar, e eu garanto que, tomando qualquer uma delas, 
ao acaso, prepará-la-eí para se tornar um especialista que 
eu selecione: um médico, um comerciante, um advogado 
e, sim, até um pedinte ou ladrão, independentemente dos 
seus talentos, inclinações, tendências, aptidões, assim 
como da profissão e da raça dos seus antepassados." 
JOHN WATSON 
 Para Pavlov e ao behaviorismo clássivo: 
um comportamento é sempre uma resposta a um 
estímulo específico. 
 
O BEHAVIORISMO MEDIACIONAL 
Em 1932, foi publicado o livro “Comportamento intencional em animais e homens” , 
onde Edward C. Tolman, primeiro psicólogo do comportamentalismo tradicionalmente 
chamado Behaviorismo Mediacional, propõe um novo modelo behaviorista. 
 
Esse modelo apresenta um esquema 
S-O-R (estímulo-organismo-resposta) onde, entre o estímulo e a resposta, o organismo 
passa por eventos mediacionais, que Tolman chama de variáveis intervenientes: a noção 
de expectativa. 
As variáveis intervenientes seriam, então, um componente do processo 
comportamental que conectaria os estímulos e as respostas, sendo os 
eventos mediacionais processos internos. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Condicionamento_cl%C3%A1ssico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Condicionamento_cl%C3%A1ssico
../../../VÍDEOS%20MARGARIDA/Behaviorismo%20-%20Pequeno%20Albert.mp4
../../../VÍDEOS%20MARGARIDA/Behaviorismo%20-%20Pequeno%20Albert.mp4
../../../VÍDEOS%20MARGARIDA/Behaviorismo%20-%20Pequeno%20Albert.mp4
 
Tolman apresenta uma teoria do processo de aprendizagem 
sustentada pelo conceito de mapas cognitivos, relações 
estímulo-estímulo, ou S-S, formadas nos cérebros dos organismos. 
Essas relações gerariam expectativas no organismo, fazendo com que 
ele adote comportamentos diferentes e mais ou menos previsíveis para 
diversos conjuntos de estímulos. 
Esses mapas seriam construídos através do relacionamento do 
organismo com o meio, quando observa a relação entre vários 
estímulos. 
 
A associação é um tema que reside na observação de que o indivíduo percebe algo em seu meio pelas sensações. O 
resultado é a consciência de algo no mundo exterior que pode ser definida como ideia. 
Portanto, a associação leva às ideias, e para tal, é necessária a proximidade do objeto ou ocorrência no espaço e no 
tempo. 
Deve haver uma similaridade, uma frequência de observação, além da proeminência e da atração da atenção aos 
objetos em questão. 
Estes objetos de estudo para a aprendizagem podem ser, por exemplo, uma alavanca que gera determinado impulso, 
que ao ser acionada gera o impulso tantas vezes quantas for acionada. A associação ocorre quando o indivíduo em 
questão acionar outra alavanca similar à primeira esperando o mesmo impulso da outra. O que levou ao indivíduo acionar 
a segunda alavanca, foi a ideia gerada através da associação entre os objetos (alavancas). 
Tolman também acreditava no caráter intencional do comportamento. Para ele, todo comportamento visa alcançar 
algum objetivo do organismo, e o organismo persiste no comportamento até o objetivo ser alcançado. 
Por essas duas características de sua teoria (aceitação dos processos mentais e proposição da intencionalidade do 
comportamento como objeto de estudo), Tolman é considerado um precursor da Psicologia Cognitiva. 
 
4. BEHAVIORISMO RADICAL DE SKINNER 
 Um outro projeto de psicologia cientifica, na década de 30, foi desenvolvido pelo psicólogo B. F. Skinner. 
Quando Skinner inicia seus estudos em psicologia, outras propostas de entendimento desta área já estavam em 
discussão e a apresentação dos aspectos que caracterizavam seu entendimento da psicologia (aspectos que passariam a 
caracterizar o behaviorismo radical) foi feita, frequentemente, a partir da contraposição com essas outras propostas então 
em vigor. 
De uma forma geral, essa contraposição com as demais propostas é guiada por questões relacionadas ao objeto e aos 
métodos da psicologia e ao modelo de causalidade que deveria orientar a construção de explicações das ações humanas. 
“Behaviorismo, com ênfase no ismo, não é o estudo científico do comportamento, mas uma filosofia da ciência 
preocupada com o objeto e métodos da psicologia. 
Se a psicologia é uma ciência da vida mental - da mente, da experiência consciente - então ela deve desenvolver e 
defender uma metodologia especial, o que ainda não foi feito com sucesso. Se, por outro lado, ela é uma ciência do 
comportamento dos organismos, humanos ou outros, então ela é parte da biologia, uma ciência natural para a qual 
métodos testados e muito bem sucedidos estão disponíveis. A questão básica não é sobre a natureza do material do qual o 
mundo é feito ou se ele é feito de um ou de dois materiais, mas sim as dimensões das coisas estudadas pela psicologia e 
os métodos pertinentes a elas.” (Skinner, 1963/1969) 
 
Mentalismo X Behaviorismo 
“Embora não seja plausível falar de um conceito completamente consensual de ‘mentalismo’, define-se na literatura 
behaviorista radical como mentalista qualquer enfoque psicológico (e, mesmo, antropológico, sociológico e biológico) que 
considere o comportamento como resultado de processos e/ou agentes internos e/ou de outra natureza ou substância 
distinta daquela da conduta a ser explicada.”(Zilio e Carrara, 2008). 
(http://www.revistas.unam.mx/index.php/acom/article/viewFile/18121/17242) 
“O fato da privacidade não pode, é claro, ser questionado. Cada pessoa está em contato especial com uma pequena 
parte do universo contida dentro de sua própria pele. Para tomar um exemplo que não acarreta controvérsias, cada pessoa 
está singularmente sujeita a certos tipos de estimulação proprioceptiva e interoceptiva. Embora, em um certo sentido, 
possamos dizer que duas pessoas podem ver a mesma luz ou ouvir o mesmo som, elas não podem sentir a mesmadistensão do ducto biliar ou o mesmo músculo contundido. 
(Quando a privacidade é invadida com instrumentos científicos, a forma de estimulação é mudada; as escalas lidas 
pelos cientistas não são os próprios eventos 
privados.). 
Psicólogos mentalistas insistem que há outros tipos de eventos que são unicamente acessíveis ao proprietário da pele 
dentro da qual eles ocorrem, mas que faltam a eles as dimensões físicas de estímulos proprioceptivos ou interoceptivos. 
(...) A importância atribuída a este tipo de mundo varia. Para alguns, ele é o único mundo que existe. Para outros, ele é 
a única parte do mundo que pode ser diretamente conhecida. Para outros ainda, ele é uma parte especial daquilo que 
pode ser conhecido. Em qualquer caso, o problema de como alguém conhece o mundo subjetivo de outro deve ser 
enfrentado. Ao lado da questão do que significa “conhecer”, o problema é o da acessibilidade.” (pp. 225-226) 
 O que, de fato, diferencia as duas alternativas (a mentalista e a behaviorista) é a natureza que cada uma delas 
atribui aos fenômenos envolvidos na privacidade; em uma visão behaviorista, esses fenômenos têm a mesma natureza 
que os demais fenômenos que constituem o homem: são fenômenos físicos, materiais; em uma visão mentalista, ao 
contrário, esses fenômenos são de natureza diferente da natureza dos demais fenômenos que constituem o homem: não 
são de natureza física, são de natureza mental ou psíquica e seria isso que os distinguiria como objeto de estudo à parte. 
A contraposição com outras propostas para a psicologia é feita em termos quase estritamente metodológicos. 
 Skinner apresenta sua posição com relação a uma proposta bastante específica sobre como os psicólogos 
deveriam proceder ao abordar seu objeto de estudo: o operacionismo (apresenta-se como um procedimento para garantir 
que os cientistas fundamentem todo o conhecimento produzido em fenômenos diretamente mensuráveis, de forma a evitar 
problemas ocasionados pela inclusão, nas descrições e explicações científicas, de conceitos que envolvem elementos não 
fundamentados em observações, conceitos que não têm base empírica. 
 Skinner em 1945, afirma que o operacionismo não trouxe nenhuma nova contribuição para a prática dos cientistas 
e, de certa forma, não poderia mesmo fazê-lo devido aos limites presentes no conhecimento disponível na época. 
 Segundo Skinner, as teorias de linguagem existentes na época não estavam ainda preparadas para tal 
empreendimento porque, entre outras coisas, ainda não se tinha completado o desenvolvimento de “uma concepção 
objetiva do comportamento humano. 
 Skinner passa a apresentar sua proposta que, neste caso, envolve diretamente uma nova abordagem do 
comportamento verbal (expressão proposta por Skinner (1957) para tratar de fenômenos tradicionalmente chamados de 
'linguagem'). 
 “Uma vantagem considerável é ganha ao lidarmos com termos, conceitos, constructos, etc bem abertamente na 
forma em que eles são observados - isto é, como respostas verbais. Não há, então, perigo em incluir no conceito aquele 
aspecto ou parte da natureza que ele destaca. (...) Significados, conteúdos e referentes devem ser encontrados entre os 
determinantes, não entre as propriedades, da resposta.” (p.418) 
 Tratar conceitos como respostas verbais seria o grande passo a ser dado para que pudéssemos superar os 
obstáculos criados pela ausência de uma teoria não dualista sobre comportamento verbal (de uma forma bem geral e 
simplificada, uma teoria dualista distinguiria como sendo de dimensões diferentes a palavra - dimensão física - e o 
significado - dimensão não física - na análise dos fenômenos linguísticos). 
 Skinner indica toda “radicalidade” de seu behaviorismo: nenhum fenômeno humano é retirado do âmbito de estudo 
da psicologia, ou seja, cabe à psicologia estudar os fenômenos humanos em sua totalidade e complexidade e, para isso, 
não é necessário supor a existência de uma dimensão especial do mundo diferente da dimensão material. 
A origem primitiva da pergunta sobre as causas faz com que o estudioso do comportamento procure suas causas 
naquilo que acontece imediatamente antes do comportamento, comprometendo-se, assim, com uma noção de causalidade 
genericamente chamada de mecanicista. 
Diferentemente do que acontece com outros objetos de estudo, ao estudar o comportamento, o estudioso pode tomar a 
si mesmo como ponto de partida. Fazendo isso, e continuando a tradição de buscar as causas nas condições 
antecedentes imediatas, este estudioso procurará as causas naquilo que ele mais facilmente observa como acontecendo 
imediatamente antes de suas ações e a primeira coisa que ele encontra é o que ele observa estar acontecendo em seu 
próprio corpo. 
Estão aí as bases do modelo explanatório mais difundido em psicologia: a) os estados internos sentidos estão 'no lugar 
certo' das causas, dentro da tradição de buscar as causas nas condições antecedentes imediatas e b) supomos que as 
outras pessoas sentem o que nós sentimos quando as vemos fazer as coisas que nós fazemos; é esta última suposição 
que permite a seguinte prática bastante difundida: observamos as respostas de uma pessoa e, tendo como único 
fundamento essa observação, supomos a presença de um determinado 'estado interno' que, então, é visto como a causa 
da resposta que observamos; ou seja, a resposta é o único indicador de sua causa 
“A resposta tradicional é que eles estão localizados em um mundo de dimensões não-físicas chamado mente e que eles 
são mentais. Mas, então, outra questão se coloca: como pode um evento mental causar ou ser causado por um evento 
físico?” (Skinner, 1974, p.10) 
“O problema mentalista pode ser evitado indo diretamente às causas físicas antecedentes ao mesmo tempo em que se 
desvia dos sentimentos ou estados da mente intermediários. A maneira mais rápida de fazer isso é (...) considerar apenas 
aqueles fatos que podem ser objetivamente observados no comportamento de uma pessoa em sua relação com sua 
história ambiental anterior. Se a cadeia toda é sujeita a leis, nada é perdido ao desconsiderar um suposto elo não-físico.” 
(Skinner, 1974) 
“Ele [o behaviorismo radical] não insiste na verdade por acordo e pode, portanto, considerar eventos que ocorrem no 
mundo privado dentro da pele. Ele não qualifica esses eventos como inobserváveis e não os rejeita como subjetivos. 
Simplesmente questiona a natureza do objeto observado e a confiabilidade das observações.” (Skinner, 1974) 
 
Skinner: comportamento, autoconhecimento, desaprendizagem 
“Há em geral muito o que desaprender em nossos primeiros contatos com a ciência do comportamento” (Skinner, 1993, 
p. 27). 
Discutir autoconhecimento sob o ponto de vista do behaviorismo radical implica certa ““desaprendizagem””, pois se trata 
de um modelo de explicação diferente do utilizado no cotidiano e nas teorias mentalistas. 
“Consciência”” é uma metáfora (Matos, 1995), os termos mais corretos seriam comportamentos conscientes. 
A palavra “consciência” remete à ideia de uma instância psíquica, um self decisor, enquanto “comportamento 
consciente” aproxima-se mais à noção behaviorista. 
Skinner define consciência como um comportamento encoberto. Diferencia-se dos behavioristas metodológicos, que 
não acreditavam na possibilidade de uma abordagem científica dos acontecimentos encobertos, ao contrário do que 
postula o behaviorismo radical (Skinner, 1982). 
Também se diferencia dos psicólogos mentalistas, que abordam a consciência como uma instância mental, com 
características próprias, e como causa de comportamentos. 
Já Skinner considera a consciência como um comportamento que ocorre no universo “encerrado dentro da pele de cada 
um”, ou seja, encoberto. 
Importante esclarecer que eventos encobertos não apresentam natureza diferente dos eventos públicos, apenas são de 
mais difícil acesso, sem propriedades de originar comportamentos (Skinner, 1993). 
Consciência corresponde a um comportamento verbal de autodescrição(Weber, 2003). Trata-se da capacidade de 
descrever ou relatar seus próprios comportamentos ou, mais dificilmente, as variáveis que o controlam (Rose, 1982). 
Skinner (1982) afirma que a pessoa está mais consciente quando está mais sensível ao controle do ambiente, ou seja, 
aumenta sua capacidade de discriminar e assim descrever seus comportamentos. 
Ter consciência de si corresponde ao comportamento de discriminar comportamentos próprios e variáveis que os 
controlam. O autoconhecimento é autoconsciência, então, autoconhecimento é autodiscriminação de comportamentos e 
estímulos a eles relacionados. 
Autoconhecimento é um comportamento verbal discriminativo; expressa um conhecimento sobre o próprio 
comportamento (Skinner, 1993). 
Discriminação corresponde a um processo de reforçamento diferencial, que torna uma dada resposta mais provável 
diante de um estímulo específico (Catania, 1999; Skinner, 1993). 
Assim, o indivíduo emite comportamento verbal de descrição de seu próprio comportamento diante de estímulos 
discriminativos, por receber um reforço. 
Se autoconhecer-se é um comportamento verbal descritivo, difere do comportamento descrito. Skinner (1982) diferencia 
o comportamento e o relato deste ou de suas causas: os comportamentos são produtos de contingências ambientais, mas 
a descrição de comportamentos públicos ou encobertos é produto de contingências específicas, verbais e organizadas por 
uma comunidade. 
As contingências ambientais, relações de dependência entre eventos, controlam comportamentos independentemente 
da “consciência” do indivíduo, por isso o comportamento operante é basicamente inconsciente (Rose, 1982). 
“As relações controladoras entre o comportamento e as variáveis genéticas e ambientais são todas inconscientes, de 
vez que não são observadas...” (Skinner, 1982, p. 133). 
Além de muitos de nossos próprios comportamentos não serem conscientes, as razões de sua ocorrência também não 
o são. Nem sempre as pessoas estão atentas às condições que antecedem seu comportamento, ou às consequências que 
ocorrem no ambiente, ou seja, não se discrimina a contingência. Assim, muitas vezes pergunta-se o porquê de uma atitude 
e o próprio indivíduo não consegue responder, acaba-se inventando razões para explicar o comportamento (Skinner, 
1982). 
Entendendo a diferença entre o comportamento descrito e o descritivo: existe uma dificuldade em se reconhecer que, 
ao descrever um comportamento, dois comportamentos ocorrem – o comportamento descrito e o comportamento de 
descrever. Comer uma fruta como resposta ao estômago vazio é uma coisa e descrevê-lo é outra, porque se demonstra 
saber que se está com fome. 
Esses dois comportamentos estão sob controle de variáveis diferentes, um não dependendo necessariamente do outro 
(Sério, 2001). 
As consequências do comportamento verbal descritivo são diferentes e especiais, por serem sempre mediadas por 
outras pessoas (Skinner, 1978). 
Enquanto o senso comum e o saber religioso transmitem a regra de que o isolamento é necessário para se atingir o 
autoconhecimento, Skinner (1993) defende que isso só pode ocorrer na interação social. 
A origem da palavra consciência vem do latim com-science e significa co-conhecimento, ou seja, “conhecendo com 
outros” (Skinner, 1990). 
Sendo autoconhecimento consciência de si, então significa conhecimento de si com os outros. “Auto” indica apenas o 
objeto do conhecimento, não que o conhecimento seja produzido por si mesmo (Batitucci, 2001). 
No behaviorismo radical o outro é necessário e imprescindível para o autoconhecimento. Isso só reafirma o caráter 
social do ser humano. 
“Não nos devemos surpreender com o fato de que quanto mais soubermos sobre o comportamento alheio, melhor nos 
compreendemos a nós mesmos” (Skinner, 1982, p. 148). O comportamento dos outros diz muito sobre quem cada um é, 
pois muitas vezes é nele que se encontram as condições antecedentes ou as consequências dos comportamentos. 
Como, então, a comunidade pode proporcionar o autoconhecimento? 
Reforçando diferencialmente o comportamento verbal de autodescrição. Assim, a comunidade verbal é a responsável 
pelo processo de discriminação, que torna o comportamento de autodescrição contingente a um estímulo discriminativo e a 
um reforço social. 
A comunidade especializa-se em contingências autodescritivas, além de treinar a auto-observação instigando os 
membros a pensarem sobre si mesmos (Skinner, 1983). “ 
Tanto os repertórios verbais autodescritivos como a auto-observação, elementos indispensáveis para o 
autoconhecimento, são instalados a partir de contingências providas pela comunidade verbal” (Marçal, 2003). 
A comunidade organiza as contingências para uma pessoa descrever o mundo aberto ou encoberto onde vive 
(mediante estímulos antecedentes – as perguntas, ou por meio de consequências) e então gera aquela forma muito 
especial de comportamento chamada “conhecimento” (Skinner, 1982). 
Assim, a comunidade verbal ensina o indivíduo a se auto-observar e a descrever seus comportamentos, construindo o 
autoconhecimento. Como cada comunidade possui interesses diferentes, a maneira de uma pessoa se explicar aos outros 
e o tipo de autoconhecimento serão diferentes de uma comunidade para outra (Skinner, 1982). 
METACONTINGÊNCIAS 
O termo metacontingência foi utilizado pela primeira vez em 1986 por Sigrid S. Glenn em seu artigo "Metacontingencies 
in Walden Two" (Behavior Analysis and Social Action, 5, 2-8). 
Desde então esta autora tem refinado e alterado o conceito (por ex. Glenn, 1991, 2004; Malott & Glenn, 2006). 
Metacontingência é uma unidade de análise para o analista do comportamento em análises e intervenções de nível 
cultural. Se a contingência é a unidade de análise empregada para estudar o comportamento (individual), a 
metacontingência seria a unidade de análise empregada para estudar as práticas culturais. 
De acordo com Sigrid Glenn, pode-se falar de metacontingências quando identificamos: 
Entrelaçamento de contingências individuais. Ocorre quando, em uma interação social, a ação de um indivíduo funciona 
como ambiente (consequência ou evento antecedente) para o comportamento de outros. 
O entrelaçamento produz uma consequência maior (produto agregado) diferente das consequências que seguem a 
ação de cada indivíduo envolvido nela. 
Este produto da ação coletiva seleciona a prática coletiva. 
Portanto, para estudos do comportamento humano a nível social, uma importante unidade de análise usada é a 
metacontingência. 
Esta é uma unidade que descreve: as relações funcionais entre classes de operantes, cada classe associada a uma 
contingência tríplice diferente, e uma consequência comum a longo prazo e a todos os operantes na metacontingência. 
Os comportamentos operantes dos membros (ontogênese) do grupo formam um conjunto de ações coordenadas 
(contingências entrelaçadas), geralmente chamado de prática cultural, que se relaciona a um ambiente comum aos 
membros (ontogênese-cultural). 
Práticas culturais envolvem o comportamento operante de grupos de pessoas que compõem a sociedade. 
Dessa forma, metacontingências são relações contingentes entre práticas culturais e suas consequências (valor 
agregado), cujas existências derivam, mas não são equivalentes às contingências comportamentais. 
Uma metacontingência não é um arranjo de contingências individuais de diferentes pessoas, ela consiste em 
contingências individuais entrelaçadas, em que todas elas têm as mesmas consequências. O conceito de 
metacontingência nos permite efetivamente considerar o comportamento de grandes grupos de indivíduos em certas 
situações. 
Isso pode ser exemplificado pelos vários comportamentos envolvidos na redução a longo prazo, da poluição do ar: 
http://pt.wikipedia.org/wiki/1986
→neste caso engenheiros devem se empenhar em vários comportamentos responsáveis pelo planejamento de 
catalisadores; trabalhadores na linha de montagem devem aprender a construí-los e a integrá-losà outras peças do carro e 
usá-los com gasolina sem adição de chumbo; trabalhadores nas refinarias devem desenvolver o processo de eliminar 
chumbo da gasolina (Glenn, 1986).← 
Metacontingências envolvem essencialmente contingências socialmente determinadas (modelo de seleção por 
consequências). 
O elo de união de comportamentos individuais em uma metacontingência é a consequência a longo prazo que afeta 
toda a sociedade. 
São essas consequências que ligam nossas ações do dia-a-dia e que podem ser controladas pelas regras da sociedade 
como a Constituição e os Códigos de Leis. E edição de uma nova lei geralmente estabelece novas práticas culturais. 
Metacontingências descrevem relações funcionais entre práticas sociais e ambiente: 
 
Metacontingências descrevem relações funcionais entre: um (a) ambiente social onde (b) práticas sociais/culturais (que 
exigem que o comportamento de um indivíduo desempenhe função ambiental no comportamento de outro) ocorrem e 
geram uma alteração no ambiente – um (c) evento ambiental selecionador – capaz de aumentar a probabilidade de 
ocorrência de práticas culturais associadas. Exemplo: 
 
Um exemplo de metacontingência, onde: um (a) ambiente social (contexto social atual) dá as condições para a 
ocorrência de (b) práticas sociais/culturais (trabalho coordenado entre diferentes profissionais), que geram uma classe de 
(c) evento ambiental selecionador (um edifício bem construído, lucro decorrente da venda de unidades habitacionais etc.), 
que seleciona padrões de interações entre profissionais envolvidos na prática social. 
Macrocontingências são contingências não entrelaçadas que são reforçadas individualmente mas acabam produzindo 
uma consequência cultural a longo prazo. 
 
 
Representação de uma macrocontingência e seus componentes. Os comportamentos dos indivíduos 1, 2 e 3 
apresentam topografia e função semelhantes. Tomados em conjunto (uma prática cultural), tais comportamentos produzem 
o problema social. Após a intervenção cultural (representada pela chave) o comportamento de cada indivíduo é modificado, 
contribuindo assim para a mudança da prática cultural. 
 
SKINNER: CRIAÇAO DE TERMOS E CONCEITOS PARA EXPLICAR O 
COMPORTAMENTO HUMANO 
 SKINNER Concordava com Watson (ciência do comportamento humano), mas ampliou (afastou-se) para: 
 criação dos métodos que esta ciência e deveria empregar para investigar tais aspectos. 
 Skinner preocupou-se mais com a criação de termos e conceitos capazes de explicá-los de maneira clara e 
precisa. 
 Contribuiu ao estudo das interações entre organismos vivos e seus ambientes adotando rigoroso procedimentos 
experimentais; 
 Estudou o comportamento dos organismos (subjetividade do mundo “privado”, das sensações, dos pensamentos 
das imagens); 
 O Behaviorismo de Skinner aproximou-se muito do pragmatismo de James e Peirce, corrente de pensamento que 
preconizava a ideia de que algo é mais ou menos verdadeiro à medida em que nos permite explicar de maneira mais eficaz 
o que é observado. 
 Ao aproximar-se do pragmatismo, Skinner afasta-se do positivismo lógico, escola filosófica que teve sua origem no 
Círculo de Viena e preconizava que a verdade deve ser atingida por consenso entre observadores. 
 Isto abria um leque bem maior de possibilidades para o Behaviorismo; inclusive de criar condições de estudar 
eventos privados, coisa que o Behaviorismo de Watson não admitia sob a justificativa de naquele momento não existir 
ainda tecnologia adequada. 
 Skinner não rejeita a experiência imediata, mas trata de entender sua gênese e sua natureza: 
 ele não duvida que os homens sintam sem expressar seus sentimentos, que os homens se iludam, alucinem, 
reflitam sobre as coisas e sobre si mesmo, relatem temores, aspirações e desejos. 
 Tudo isso é real, mas segundo Skinner, devemos investigar em que condições a vida subjetiva privatizada se 
desenvolve. 
 É em sociedade que se aprende a falar e uma parte da fala pode referir-se ao próprio corpo e ao próprio 
comportamento do sujeito. Contudo, essa capacidade para falar de si é aprendida na convivência com os outros. 
 Toda linguagem é, assim, social, mesmo quando se refere ao “mundo privatizado”. 
 O que eu sinto, vejo, pressinto, lembro, penso, desejo sempre depende da maneira como a sociedade me ensinou 
a falar e a prestar atenção aos estados do meu organismo. 
 Numa condição social em que os sentimentos e as intenções de um sujeito passam a ser fatores socialmente 
importantes para o controle do comportamento, já que outras formas de controle estão reduzidas, é natural que a 
sociedade se preocupe muito com a “vida privada” e desenvolva em cada sujeito uma habilidade especial para falar e 
“pensar” em si mesmo, para preocupar-se consigo e relatar claramente suas experiências imediatas a fim de formular seus 
projetos. 
 Segundo Skinner, as experiências subjetivas não tem nada de imediato, pois são sempre construídas pela 
sociedade. 
 O projeto de psicologia skinneriano pode ser, então, caracterizado como o do reconhecimento e crítica da noção 
de experiência imediata a partir de um ponto de vista social. 
 Em seu livro O mito da liberdade, Skinner diz que a crença de que nossas ações são causadas pelo “eu” ou tem 
motivos internos é denunciadas como a última das superstições. 
O homem antigo acreditava que os fenômenos naturais eram causados pela intenção de seres superiores, os deuses. 
O avanço da observação sobre a regularidade das leis da natureza teria feito recuar cada vez mais esse modo 
antropomórfico de compreensão do mundo: onde a ciência chega, a crença em que uma consciência teria causado 
intencionalmente os fenômenos vai desaparecendo, a religião recua. 
A Modernidade teria acabado com quase todas as formas de crença dessa natureza, tendo restado apenas a crença 
numa última alma: a nossa. 
A crença de que nossa consciência é a causa determinante de nossas ações deveria ser tratada como um ultimo 
preconceito ou ignorância. A simples existência de uma alma (mente) independente do corpo ou do ambiente já não faria 
qualquer sentido. 
 O Behaviorismo de Skinner não se encaixa completamente em nenhuma escola filosófica de seu tempo, mas 
possui aproximações com várias delas. 
Além do Pragmatismo, Skinner aproxima-se também do Darwinismo e seu modelo selecionista. 
Para Darwin, as espécies são selecionadas naturalmente à medida em que adquirem características que lhes permitam 
interagir de maneira mais eficaz com o ambiente que está em constante mudança. 
Com o conceito de Comportamento Operante, fortemente influenciado pelos estudos de Thorndike e a lei do efeito, 
Skinner diz que um processo semelhante acontece na aprendizagem de nossos comportamentos; onde, sabendo que 
comportamento é interação constante entre o organismo e o ambiente, seriam selecionados aqueles comportamentos que 
produzissem alterações no ambiente – que posteriormente foram nomeadas como “reforço”, por Skinner -, de modo a 
aumentar sua frequência; enquanto aqueles que não produzissem este mesmo tipo de consequências reforçadoras, 
diminuiriam de frequência, entrando em extinção. 
Com o conceito de Comportamento Operante, fortemente influenciado pelos estudos de Thorndike e a lei do efeito, 
Skinner diz que um processo semelhante acontece na aprendizagem de nossos comportamentos; onde, sabendo que 
comportamento é interação constante entre o organismo e o ambiente, seriam selecionados aqueles comportamentos que 
produzissem alterações no ambiente – que posteriormente foram nomeadas como “reforço”, por Skinner -, de modo a 
aumentar sua frequência; enquanto aqueles que não produzissem este mesmo tipo de consequências reforçadoras, 
diminuiriam de frequência, entrando em extinção. 
Ele defende que o comportamento deve ser explicado através da observação e descrição das relações entre eventos 
naturais, como o organismo e o ambiente. 
Ambiente para Skinner é um conceito que vai além do tradicional.Ele define ambiente como tudo aquilo o que é externo a uma ação. Deste modo, o próprio organismo pode ser parte do 
ambiente. 
 O conceito de Comportamento também vai além do tradicional. 
 Ele define comportamento como: a interação do organismo com o ambiente, e chama de “resposta” a ação ou ato 
emitido pelo organismo, seja este ato público, isto é, observável por mais de uma pessoa, ou privado, só acessível a quem 
o emite. 
Exemplos de respostas privadas são o pensamento, a emoção e o sentimento. 
Outras pessoas podem no máximo inferir o que alguém pensa ou sente a partir de algum ato (resposta) – 
acompanhamento – público, mas jamais pode saber exatamente. 
Estes eventos privados podem ser estudados através de relatos feitos por quem os emite. 
Estes relatos, do mesmo modo que outros comportamentos, também são aprendidos de acordo com a comunidade em 
que a pessoa cresce. 
 Skinner não atribui somente ao ambiente a construção de nosso repertório comportamental: 
◊ o ser humano já nasce com um repertório básico, mínimo para a sua sobrevivência, chamado de “reflexo inato”. Este 
repertório foi selecionado num primeiro nível de seleção, chamado filogenético, e é constituído de respostas como: 
fechar o olho diante da aproximação súbita de um objeto, o sugar do bebê ao entrar em contato com o seio materno, o 
coração disparar diante de um susto, etc. 
Estes comportamentos não são aprendidos durante a vida da pessoa, ela já nasce com eles. 
Estímulo incondicionado Resposta incondicionado 
CALOR SUAR 
ALIMENTO SALIVAÇÃO 
EXCITAÇÃO SEXUAL EREÇÃO OU LUBRIFICAÇÃO 
FRIO TREMER 
BARULHO ALTO SOBRESSALTO 
 
◊ à medida que o organismo vai vivendo, as relações que ele estabelece com o ambiente vão modificando o seu 
comportamento, o que pode acontecer através de pareamento, como no caso do condicionamento respondente ou 
pavloviano, ou condicionamento operante. 
A este nível de aprendizagem, Skinner chamou de Ontogenético. 
◊ como o organismo vive inserido em uma comunidade de falantes, que selecionam determinados comportamentos, 
dizemos que ele vive inserido em uma cultura, terceiro nível de aprendizagem, chamado por Skinner de 
Ontogenético-Cultural. 
Ao longo de sua produtiva carreira, Skinner escreveu e pesquisou sobre quase todos os assuntos necessários à 
compreensão do ser humano: aprendizagem, desenvolvimento, memória, ansiedade, o self, a subjetividade, a consciência, 
as psicopatologias, a criatividade, o pensamento, a cognição, as emoções, a personalidade, a linguagem, os aspectos 
sociais e culturais do ser humano, as vontades, os desejos, os insights e a introspecção. 
“A vertente do pensamento behaviorista que adquiriu maior vigor no século XX, porque em torno dela se construíram 
programas de investigação e se organizaram grupos de pesquisa cujo trabalho impactou expressivamente o pensamento 
psicológico, foi aquela fundamentada no trabalho de Skinner. Essa vertente, hoje constituída como Análise do 
Comportamento, tem feições, nesta primeira década do século XXI, que também ultrapassam em larga medida o horizonte 
das investigações realizadas por Skinner. (...) 
(...) Como argumentado, ainda que o legado intelectual de Skinner constitua a espinha dorsal das realizações da 
Análise do Comportamento, a disciplina hoje se desenvolve em várias direções (acadêmicas e profissionais) e incorpora 
contribuições não necessariamente decorrentes das (ou compatíveis com as) ideias skinnerianas. Longe de ser um 
problema, esta é uma característica que tem permitido à Análise do Comportamento avançar na compreensão de seu 
objeto de estudos e alcançar maior visibilidade social.” TOURINHO, Emmanuel Zagury.Notas sobre o Behaviorismo de 
ontem e de hoje. Psicol. Reflex. Crit. [online]. 2011, vol.24, n.1, pp. 186-194. 
 
COMPORTAMENTO OPERANTE: 
O conceito de operante é utilizado para tratar das ações tradicionalmente consideradas voluntárias. 
Tais comportamentos não são eliciados por estímulos antecedentes e parecem dotados de um propósito porque são 
dirigidos para certas finalidades ou objetivos e, principalmente, porque o próprio indivíduo é capaz de relatar 
intencionalidade ou finalidade de sua conduta. 
No caso do comportamento há uma direcionalidade, porque as formas de conduta que não têm resultado favorável vão 
sendo gradualmente abandonadas, enquanto aquelas que têm consequências reforçadoras vão sendo progressivamente 
diferenciadas 
"Possivelmente, nenhuma crítica ergue-se tão frequentemente contra o behaviorismo quanto a de que ele não pode 
lidar com o propósito ou a intenção. Uma fórmula estímulo-resposta não tem saída, mas o comportamento operante é o 
próprio campo do propósito e intenção. Por sua própria natureza, ele se dirige para o futuro: uma pessoa age a fim de que 
4 algo aconteça e finalidade aqui significa uma ordem temporal de eventos" (Skinner, 1974, p. 55). 
"Os seres humanos atentam para ou desconsideram o mundo em que vivem. Eles buscam coisas neste mundo. Eles 
generalizam de uma coisa para outra. Eles discriminam. Eles respondem a aspectos singulares ou a conjuntos especiais 
de aspectos, ‘abstraindo’ ou formando ‘conceitos’. Eles solucionam problemas agrupando, classificando, arranjando e 
rearranjando as coisas. Eles descrevem as coisas e respondem às suas descrições feitas por outros. Eles analisam as 
contingências de reforço no seu mundo e extraem planos e regras que os habilitam a responder apropriadamente sem 
exposição direta às contingências. Eles descobrem e utilizam regras para derivar regras novas a partir de antigas. Em tudo 
isto e muito mais, eles estão simplesmente se comportando, e isto é verdadeiro mesmo quando seu comportamento é 
encoberto. Uma análise comportamental não rejeita qualquer um desses “processos mentais superiores”; ela tomou a 
liderança na investigação das contingências sob as quais eles ocorrem. O que ela rejeita é a suposição de que atividades 
comparáveis tem lugar em um mundo misterioso da mente" (Skinner, 1974, p. 223). 
Assim, embora o comportamento operante seja uma reinterpretação da noção de propósito, Skinner rejeita 
enfaticamente a explicação do comportamento como efeito de um propósito estabelecido previamente na mente do 
indivíduo. 
O propósito pode desempenhar um papel causal mais ativo; isto ocorre quando o indivíduo torna-se capaz de tomar 
consciência do seu propósito. De fato, o comportamento operante pode ocorrer sem que exista, por parte do indivíduo, 
consciência do que está fazendo. 
Consciência aqui é entendida como a capacidade de relatar para os outros ou para si próprio o que ocorreu. 
O comportamento operante é basicamente inconsciente, e a consciência só surge, eventualmente, no curso da vida do 
homem, como um produto social. A consciência aí pode envolver a capacidade de relatar a própria ação ou os sentimentos 
que a antecedem e, num nível bem mais elaborado e mais difícil de atingir, o dar-se conta das razões do próprio 
comportamento. 
Skinner sustenta, como Freud, que os seres humanos frequentemente não tem consciência da razão de sua conduta e, 
comumente, admitem razões distorcidas em virtude da repressão ou outras formas de controle que tem origem no meio 
social. Nestes casos, os indivíduos não tem consciência do real propósito de suas ações. 
Skinner (1974, capítulo 8) mostra que as razões pelas quais um indivíduo se comporta são as consequências 
reforçadoras que mantêm o seu comportamento. 
Quando o indivíduo tem consciência destas razões, pode-se dizer que o comportamento é proposital. A consciência 
neste caso, como será discutido na seção seguinte, é resultado de poderosas contingências de reforço, mantidas em 
certas culturas que dão especial valor ao autoconhecimento e encorajam o relato verbal do comportamento e de seus 
objetivos ou razões. 
"Uma pessoa pode estabelecer seu propósito ou intenção, contar-nos o que ela espera fazer ou obter, e descrever-nos 
suas crenças, pensamentos e conhecimentos. (Ela não pode fazer isto, certamente,enquanto não tenha se tornado 
‘consciente’ das conexões causais). As contingências são, todavia, efetivas mesmo quando a pessoa não pode 
descrevê-las. Nós podemos pedir a ela que faça uma descrição depois do fato (‘Por que você fez aquilo?’), e ela pode 
então examinar seu próprio comportamento e descobrir sua crença ou propósito pela primeira vez. Ela não tinha 
consciência do seu propósito quando agiu, mas pode estabelecê-lo depois" (Skinner, 1969, p. 126). 
Quando o indivíduo tem consciência do seu propósito ele pode explicitá-lo na forma de uma regra de conduta ou uma 
resolução. Uma resolução pode ser expressa na forma de comportamento manifesto, mas o que ocorre com maior 
frequência é que o indivíduo a formulou apenas para si próprio, na forma de comportamento encoberto. De qualquer modo, 
sempre dependendo da história anterior da pessoa, a 
resolução assim formulada pode tomar parte nas contingências de reforço que controlam o comportamento 
subsequente, aumentando a probabilidade de que a resolução seja cumprida. 
O behaviorismo radical skinneriano não nega a existência dos chamados fenômenos mentais. Ou seja, Skinner e seus 
seguidores não negam, como se afirma com frequência, que os seres humanos sentem, pensam, tem ideias e intenções, 
fazem planos etc. O behaviorismo radical procura, no entanto, reinterpretar estas ocorrências como ações da pessoa, ou 
mais apropriadamente, como relações entre a ação e o ambiente. 
Por ambiente entende-se aqui tanto o ambiente interno, envolvendo a estimulação privada, quanto o ambiente físico e 
social que rodeia a pessoa. 
"Uma ciência do comportamento não ignora, como se diz frequentemente, a consciência. Pelo contrário, ela vai muito 
além das Psicologias mentalistas ao analisar o comportamento autodescritivo. Ela tem sugerido maneiras melhores para 
ensinar o autoconhecimento e também o autocontrole, que depende do autoconhecimento" (Skinner, 1969, p. 245). 
Ver, ouvir, assim como sentir, são de acordo com Skinner, formas de comportamento discriminativo, ou seja, 
comportamento que mantém uma correspondência com os padrões de estimulação externa, de acordo com contingências 
de reforço mantidas pela comunidade verbal ou pelo ambiente físico. 
Por exemplo, a pessoa aprende a ver cores diante de contingências mantidas pela comunidade verbal, que a induz a 
nomear uma dada cor, aprovando quando o nome é adequado e corrigindo quando não é. Uma pessoa não vê ou não 
conhece cores enquanto este comportamento discriminativo de nomear diferentes cores não é estabelecido pela 
comunidade verbal. Diferentes culturas podem variar as contingências mantidas, desenvolvendo uma discriminação de 
cores mais refinada ou mais grosseira. 
O reforço advindo do comportamento de ver pode explicar a ocorrência do comportamento na ausência do objeto visto. 
Fantasias, sonhos e alucinações são, de acordo com Skinner, formas de comportamento visual ocorrendo na ausência do 
"objeto visto". Imaginar, por exemplo, não seria produzir uma reprodução interna do objeto ausente, mas engajar-se em um 
comportamento visual semelhante ao apresentado diante do objeto. Este comportamento produziria estímulos privados 
semelhantes aos ocorridos em presença do objeto, de modo que a imagem visual seria semelhante ao objeto visto embora 
possivelmente não tão nítida. 
No entanto, não é a visão de um objeto que levanta a questão do conteúdo da consciência. Esta surge quando a 
pessoa é capaz de "ver-que-está-vendo", ou seja, quando o indivíduo pode relatar o seu comportamento visual. Skinner 
admite que o indivíduo pode ver sem ver-que-está-vendo e isto é o que acontece em condições normais. Nestes casos a 
pessoa pode ver e responder discriminativamente aos estímulos visuais sem que possa "dar-se conta" do que viu, ou seja, 
sem ter a capacidade de relatar o que para os outros ou para si próprio. 
"O ponto central da posição behaviorista sobre o conteúdo da consciência pode ser sumarizado deste modo: ver não 
implica algo visto. Nós adquirimos o comportamento de ver sob estimulação de objetos reais, mas ele pode ocorrer, na 
ausência desses objetos, sob o controle de outras variáveis. (Quando se considera o mundo debaixo da pele, ele sempre 
ocorre na ausência de tais objetos). Nós também adquirimos o comportamento de ver-que-estamos-vendo quando 
estamos vendo objetos presentes, mas ele pode também ocorrer na sua ausência" (Skinner, 1969, pp. 234-235). 
O argumento utilizado por Skinner para descrever a tomada de consciência do comportamento de ver é estendido à 
consciência que as pessoas tem de todos os seus comportamentos, sejam manifestos ou encobertos. 
O comportamento operante é basicamente inconsciente, uma vez que a sensibilidade do indivíduo às contingências do 
ambiente não requer a consciência. O comportamento é modelado e mantido por contingências que atuam mesmo quando 
o indivíduo não se dá conta delas. No entanto, o indivíduo poderá desempenhar com maior eficiência quando é capaz de 
descrever o seu comportamento e as variáveis relevantes que o mantém. O seu repertório autodescritivo será útil para si e 
também para os outros. 
 
FIGUEIREDO, Luis Claudio Mendonca; SANTI, Pedro Luis Ribeiro de. Psicologia: uma (nova) introdução: uma visão 
histórica da psicologia como ciência. 2. ed. São Paulo: Educ, 2004. 98 p. 
 
MATOS, Maria Amélia. Behaviorismo Metodológico e Behaviorismo Radical. Palestra apresentada no II Encontro Brasileiro 
de Psicoterapia e Medicina Comportamental, Campinas, out/93. Versão revisada encontra-se publicada em: Bernard 
Rangé (org) Psicoterapia comportamental e cognitiva: pesquisa, prática, aplicações e problemas. Campinas, Editorial Psy, 
1995. 
LOPES, Carlos Eduardo. O projeto de psicologia científica de Edward Tolman. Sci. stud., São Paulo , v. 7, n. 2, Junho 
2009. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ss/v7n2/v7n2a05.pdf 
Sério, Tereza M. de A. P. O Behaviorismo radical e a psicologia como ciência. Rev.Brasileira de Terapia 
Comportamental e Cognitiva, 2005, vol.II, nº 2, 247-261. Disponível em: 
http://www.usp.br/rbtcc/index.php/RBTCC/article/view/554/372 
Brandenburg, Olivia Justen e Weber, Lidia Natalia Dobrianskyj. Autoconhecimento e liberdade no behaviorismo radical. 
Psico-USF, v. 10, n. 1, p. 87-92, jan./jun. 2005. 
Metacontingências; Metacontingências e o Estatuto da Criança e do Adolescente. Disponível em: 
http://www.walden4.com.br/metacontingencias_e_o_eca/saiba.htm. 
Experimentações com metacontingências poderão ajudar? Disponível em: 
http://comportese.com/2014/04/experimentacoes-com-metacontingencias-poderao-ajudar/ 
De Rose, J. C. C. Consciência e Propósito no Behaviorismo Radical. 
http://www.scielo.br/pdf/ss/v7n2/v7n2a05.pdf
http://www.usp.br/rbtcc/index.php/RBTCC/article/view/554/372
http://www.walden4.com.br/metacontingencias_e_o_eca/saiba.htm
http://comportese.com/2014/04/experimentacoes-com-metacontingencias-poderao-ajudar/

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