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CURSO SUPERIOR DE ENGENHARIA ELÉTRICA EVILÁSIO MALDONADO MAGALHÃES ESTUDO DE VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DO POTENCIAL HIDRELÉTRICO PROVENIENTE DA VAZÃO ECOLÓGICA DE UMA PCH - ESTUDO DE CASO PCH CRIÚVA Caxias do Sul 2017 EVILÁSIO MALDONADO MAGALHÃES ESTUDO DE VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DO POTENCIAL HIDRELÉTRICO PROVENIENTE DA VAZÃO ECOLÓGICA DE UMA PCH - ESTUDO DE CASO PCH CRIÚVA Trabalho apresentado para o Curso de Engenharia Elétrica, do Centro Universitário Uniftec como parte dos requisitos para avaliação da unidade curricular de Geração de Energia. Orientador: Prof. M.Sc. Rodrigo Brandt Caxias do Sul 2017 ESTUDO DE VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DO POTENCIAL HIDRELÉTRICO PROVENIENTE DA VAZÃO ECOLÓGICA DE UMA PCH - ESTUDO DE CASO PCH CRIÚVA Evilásio Maldonado Magalhães Orientador: Prof. M.Sc. Rodrigo Brandt evilasio_tuia@hotmail.com Resumo: O presente trabalho apresenta o estudo de viabilidade considerando o aproveitamento da vazão ecológica da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Criúva, instalada no Rio Lajeado Grande, localizada na divisa dos municípios de Caxias do Sul e São Francisco de Paula no Rio Grande do Sul. Os valores utilizados nas simulações do projeto são baseados em valores típicos, além de considerar que o projeto proposto seja capaz de suprir a necessidade de consumo elétrico, disponibilizando uma geração superior a demanda utilizada na PCH. A geração de energia elétrica a partir do aproveitamento da vazão ecológica é economicamente viável na PCH Criúva devido ao baixo investimento inicial e custo de operação e manutenção praticamente nulo, com retorno de investimento garantido. Palavras-chave: Vazão Ecológica. Geração de Energia Elétrica. Viabilidade Econômica. mailto:evilasio_tuia@hotmail.com FEASIBILITY STUDY OF THE HYDROELECTRIC POTENTIAL FROM THE ECOLOGICAL FLOW OF A SHP - CASE STUDY CRIÚVA Evilásio Maldonado Magalhães Advisor: Prof. M.Sc. Rodrigo Brandt evilasio_tuia@hotmail.com Abstract: The present work presents the feasibility study considering the use of the ecological flow of the Criúva Hydroelectric Power Plant HPP, installed in Rio Lajeado Grande, located in the division of the municipalities of Caxias do Sul and São Francisco de Paula in Rio Grande do Sul. Project simulations are based on typical values, in addition to that the proposed project is capable of supplying a need for electric consumption, providing a generation higher than a demand used in the HPP. The generation of electric energy from the use of the ecological flow is economically viable in the HPP Created due to the low initial investment and cost of operation and maintenance practically null, with guaranteed return on investment. Key-words: Ecological Flow. Generation of Electric Power. Economic viability. mailto:evilasio_tuia@hotmail.com LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Esboço MCH .............................................................................................. 10 Figura 2: Gráfico de Consumo de Energia Elétrica ................................................... 12 Figura 3: Fluxograma do projeto ............................................................................... 14 Figura 4: Localização Barramento Criúva ................................................................. 15 Figura 5: Barramento PCH Criúva ............................................................................. 16 Figura 6: Gráfico de turbinas ..................................................................................... 21 Figura 7: Casa de força MCH .................................................................................... 22 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Hidrologia PCH Criúva .............................................................................. 16 Tabela 2: Decomposição de custos .......................................................................... 22 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS BDO – Boletim Diário de Operações CCEE – Câmara de Comercialização de Energia Elétrica CGH – Central Geradora Hidrelétrica DNAEE – Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica EPE – Empresa de Pesquisa Energética MCH – Minicentral Hidrelétrica MME – Ministério de Minas e Energia O&M – Operação e Manutenção PCH – Pequena Central Hidrelétrica PLD – Preço de Liquidação das Diferenças SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................... 10 1 PROJETO .................................................................................................... 11 1.1 OBJETIVOS ......................................................................................... 11 1.2 JUSTIFICATIVA ................................................................................... 11 2 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ....................................................... 13 2.1 TIPOS DE MINICENTRAIS HIDRELÉTRICAS .................................... 13 2.1.1 Central Hidrelétrica a Fio D’água .................................................. 13 2.1.2 Fluxograma de Atividades ............................................................ 13 3 ESTUDO DE CASO ................................................................................ 15 3.1 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ................................................. 17 3.1.1 Definições do projeto .................................................................... 20 3.1.2 Decomposição de custos .............................................................. 22 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 29 REFERÊNCIAS .............................................................................................. 31 ANEXOS......................................................................................................... 32 10 INTRODUÇÃO Neste trabalho é estudado a viabilidade técnica e econômica para a implantação de uma Minicentral Hidrelétrica (MCH) com o reaproveitamento da vazão sanitária da PCH Criúva, construída no rio Lajeado Grande, afluente do rio das Antas pela margem esquerda. Os municípios em que se situa a usina são Caxias do Sul e São Francisco de Paula. O acesso ao local se dá a partir de Caxias do Sul, pela rota do Sol, em direção a Cambará do Sul, num percurso de 27km, o restante do trajeto corresponde a estradas vicinais de terra, num percurso de cerca de 22km. Para o desenvolvimento deste estudo primeiramente serão apresentados os objetivos gerais e específicos para delimitar o assunto abordado, seguido das justificativas, reforçando a necessidade da aplicação deste projeto de forma integral, trazendo benefícios para o empreendimento. Em seguida é desenvolvido um breve referencial teórico sobre o tema proposto, estudando normas aplicáveis, regulamentações, assuntos referentes, curiosidades e particularidades do projeto. A partir das informações subsidiadas anteriores é possível de forma sucinta elaborar o projeto proposto trazendo cálculos referentes a vazões, projetos, custos e todo o levantamento necessário para o desenvolvimento do empreendimento. Por fim é apresentado indicadores tornando uma resposta clara para o gestor tomar a decisão de investimento para o desenvolvimento do projeto proposto. A figura 1 apresenta um esboço geral da MCH. Figura 1: Esboço MCH Fonte: BETA (2017) 11 1 PROJETO 1.1 OBJETIVOS OBJETIVO GERAL • O objetivo principal deste trabalho é desenvolver o estudo do projeto de uma minicentral hidrelétrica com o reaproveitamento da vazão sanitária da PCH Criúva. OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Analisar a disponibilidade da vazãodisponível na PCH; • Examinar as práticas recomendadas para implantação de uma minicentral hidrelétrica; • Elaborar projeto de viabilidade técnica e econômica que melhor se adapte ao ambiente. 1.2 JUSTIFICATIVA No ano de 2016, o consumo de energia elétrica na PCH Criúva atingiu aproximadamente 196,06 MW. Considerando o consumo de energia como um insumo para o negócio, chegou a representar cerca de 13,7% do montante de perdas sobre a geração, somando a outros fatores como por exemplo, perdas na transmissão da geração, chegou ao acumulando total de 1.431,61 MW neste ano, representando 1,42% do total da geração de 100.943,68 MW. (CRIÚVA, 2016) 12 Figura 2: Gráfico de Consumo de Energia Elétrica Fonte: CRIÚVA (2016) 15,81 15,02 16,41 16,00 18,89 15,72 17,49 17,83 16,14 17,89 15,37 13,49 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00 18,00 20,00 Consumo (MW) - 2016 Energia elétrica 13 2 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS Para a elaboração deste estudo segundo o Manual de Minicentrais Hidrelétricas, Eletrobrás (1984), é considerado uma minicentral hidrelétrica, usinas na faixa de potência acima de 100 kW até 1000 kW. Nestas características é apresentado um cronograma para elaboração do estudo e projeto proposto. 2.1 TIPOS DE MINICENTRAIS HIDRELÉTRICAS • Central Hidrelétrica de acumulação, com regularização diária de reservatórios; • Central Hidrelétrica a fio d’água. Para facilitar o entendimento será apresentado apenas características deste modelo para o desenvolvimento deste trabalho, devido ao estudo enquadrar-se nestes moldes. 2.1.1 Central Hidrelétrica a Fio D’água Este tipo de central é empregado quando a vazão mínima do rio é igual ou maior a descarga necessária à potência a ser instalada. Assim, a captação de água pode ser feita através de uma pequena barragem, desprezando o volume do reservatório. O aproveitamento energético será parcial podendo ocorrer descargas pelo vertedouro. (ELETROBRÁS, 1984) Este tipo de aproveitamento apresenta as seguintes simplificações, dispensando: • Estudos de regularização de descarga; • Estudos sazonais de carga elétrica do consumidor; • Concepção da tomada d’água; • Levantamento detalhado da área do reservatório; • Determinação da curva área X volume do reservatório. 2.1.2 Fluxograma de Atividades 14 Para melhor identificar a elaboração do projeto a figura 3 ilustra com um fluxograma a ordem das atividades para elaboração. Figura 3: Fluxograma do projeto CLIENTE ESTUDO Geração Hidromecânicos Montagem e Administração Hidrologia Projeto Básico e Executivo Obra Civil Projeto Elétrico Ambiental LO Montagem em campo GERAÇÃO 15 3 ESTUDO DE CASO O projeto proposto é fundamentado com bases em dados referentes a um estudo de caso. As condições atuais encontradas no local, apresentam a viabilidade de adesão do empreendimento por se tratar de uma minicentral hidrelétrica que por si, já tem menos burocracia para desenvolvimento. A PCH em questão conta com toda infraestrutura disponível e licença ambiental exigida pela Fepam, conforme é apresentado em anexo neste trabalho. Figura 4: Localização Barramento Criúva Fonte: Homer Pro (2017) O sistema de vazão sanitária está instalado a uma altura de 42 m na barragem, e tem uma vazão residual no rio de 0,59m³/s. O sistema é composto de uma grade de 800 x 800 mm, uma transição de um quadrado para um círculo, e uma tubulação com Φ 400 mm. A figura 5 mostra a condição atual do barramento identificando a posição da vazão sanitária. Com um aproveitamento utilizado de 35 m para estudos deste projeto. 16 Figura 5: Barramento PCH Criúva Fonte: Criúva (2016) A vazão utilizada para desenvolver o projeto foi obtida do documento de controle de hidrologia da PCH Criúva, que mostra a vazão sanitária constante de 0,59m³/s, conforme apresenta a tabela 1. Tabela 1: Hidrologia PCH Criúva Fonte: Criúva (2017) 17 3.1 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO Para elaboração do projeto é apresentado um memorial de cálculos referentes às: altura topográfica e aproveitamento, perdas de energia e rendimento nos condutos, potências mecânica, assegurada e bruta, trabalho específico bruto e rendimento total. • Altura topográfica (HTOP): A altura da tomada d’água, também conhecida como altura topográfica é definida pela atura do montante menos da jusante do reservatório. 𝐇𝐓𝐎𝐏 = 𝐇𝐀 − 𝐇𝐅 (1) Onde: HÁ = altura do montante [m] HF = altura da Jusante (15% do montante) [m] Htop = 40 − 6 𝐇𝐭𝐨𝐩 = 𝟑𝟒 𝐦 • Perdas nos condutos (Hp) [m]: 𝐇𝐩 = 𝟏𝟎, 𝟔𝟒𝟑 . ( 𝐐𝐭 𝛌 ) 𝟏,𝟖𝟓 . 𝐃−𝟒,𝟖𝟕. 𝐋 (2) Onde: Qt = vazão da turbina (tabela vazões PCH Criúva) [m³/s] λ = coeficiente do encanamento de aço [115] D = diâmetro do encanamento de adução [m] L = comprimento do encanamento de adução [m] Hp = 10,643 . ( 0.59 115 ) 1,85 . 0, 4−4,87 . 40 m 18 𝐇𝐩 = 𝟎, 𝟎𝟐𝟏 𝐦𝐞𝐭𝐫𝐨𝐬 • Altura líquida do aproveitamento (Hl) [m]: 𝐇𝐥 = 𝐇𝐓𝐎𝐏 − 𝐇𝐩 (3) Onde: HTOP = altura topográfica [m] Hp = perdas nos condutos [m] Hl = 34m − 0,021m 𝐇𝐥 = 𝟑𝟑, 𝟗𝟕𝟗 𝐦𝐞𝐭𝐫𝐨𝐬 • Rendimento dos condutos (ηc) [%]: 𝛈𝐜 = 𝐇𝐥 𝐇𝐓𝐎𝐏 (4) Onde: HTOP = altura topográfica [m] Hl = altura líquida [m] ηc = 33,979 34 = 0,9993 𝛈𝐜 = 𝟗𝟗, 𝟗𝟑% • Potência mecânica do aproveitamento (PH): Para definir o potencial mecânico, elétrico e a energia possível disponível, foi utilizado a vazão sanitária, a altura do aproveitamento e o peso específico da água. 𝐏𝐇 = 𝛄 . 𝐐 . 𝐇𝐥 (5) Onde: 19 𝛾 = peso específico da água [N/m³] Q = vazão média [m³/s] Hl = queda líquida [m] PH = 9,81 . 0,59 . 33,979 𝐏𝐇 = 𝟏𝟗𝟔, 𝟔𝟔 𝐤𝐖 • Potência Assegurada (Pa): A potência assegurada é a energia gerada que vai ser garantida o ano todo em função da vazão sanitária disponível. Para calcular as potências assegurada e a máxima, leva-se em consideração o rendimento da turbina (90%), gerador (90%) e dos condutos (99,94%) incluído na queda líquida da equação 3. 𝐏𝐚 = 𝛄. 𝐐 . 𝐇𝐥 . 𝐞 (6) Onde: 𝛾 = peso específico da água [N/m³] Q = vazão média [m³/s] Hl = queda líquida [m] e = eficiência da conversão de energia do gerador e da turbina e= 0,9 . 0,9 = 0,81 Pa = 9,81 . 0,59 . 33,979 . 0,81 𝐏𝐚 = 𝟏𝟓𝟗, 𝟑 𝐤𝐖 O rendimento total do sistema é calculado utilizando a potência bruta dividida pela potência assegurada. • Trabalho Específico bruto (Y): 𝐘 = 𝐠. 𝐇𝐓𝐎𝐏 (7) 20 Onde: g = gravidade [9,81m/s²] HTOP = altura topográfica [m] Y = 9,81 . 34 𝐘 = 𝟑𝟑𝟑, 𝟓𝟒 𝐉/𝐊𝐠 • Potência Bruta (PB): 𝐏𝐁 = 𝐦𝐚 . 𝐐. 𝐘 (8) Onde: ma = massa específica da água [1000Kg/m³] Q= vazão média [m³/s] Y= trabalho específico bruto [J/Kg] PB = 1000 . 0,59 . 333,54 𝐏𝐁 = 𝟏𝟗𝟔, 𝟕𝟖𝟖 𝐤𝐖 • Rendimento total (ntotal): 𝛈𝐭𝐨𝐭𝐚𝐥 = 𝐏𝐚 𝐏𝐁 (9) Onde: Pa = Potência assegurada [kW] PB = Potência Bruta [kW] ηtotal = 159,3 196,788 𝛈𝐭𝐨𝐭𝐚𝐥 = 𝟎, 𝟖𝟎𝟗𝟓 = 𝟖𝟎, 𝟗𝟓% 3.1.1 Definições do projeto 21 A potência a ser instalado na Minicentral Hidrelétrica será de 170 kVA com FP 0,9. Uma turbina do tipo Francis simples, selecionada a partir do gráfico da figura 6, com base nos dados referentes ao projeto, altura da barragem de 40 metros e vazão de 0,59 m³/s. Figura 6: Gráfico de turbinas Fonte: HACKER (2017) Na figura 7 é apresentado um esboço da localização da casa de força para abrigar o conjunto turbina-gerador da Minicentral Hidrelétricademonstrando o baixo investimento, onde nota-se que o capital é direcionado a tubulações, turbina, gerador, casa de força, painel de ligação e conexão ao TR da tomada d’água da PCH. 22 Figura 7: Casa de força MCH 3.1.2 Decomposição de custos Para realizar os cálculos do valor do investimento total, foi utilizada a tabela 2 que descreve a decomposição dos custos de uma usina hidrelétrica. Tabela 2: Decomposição de custos Fonte: BRANDT (2017). • Investimento total (Itotal): 𝐈𝐭𝐨𝐭𝐚𝐥 = 𝐃𝐂. 𝐏𝐈 (10) TR13,8kV/ 380v conexão tomada d’água. 23 Onde: DC = decomposição dos custos [R$2.648,00/KW] PI = Potência instalada [153 kW] Itotal = 2648 . 153 kW 𝐈𝐭𝐨𝐭𝐚𝐥 = 𝐑$ 𝟒𝟎𝟓. 𝟏𝟒𝟒, 𝟎𝟎 • Custos em dólares por kW instalado (CUP): Base de valor do dólar estimado em R$3,27 o investimento total em US$: Itotal = 405.144,00 3,27 𝐈𝐭𝐨𝐭𝐚𝐥 = 𝐔𝐒$ 𝟏𝟐𝟑. 𝟖𝟗𝟕, 𝟐𝟒 𝐂𝐔𝐏 = 𝐈𝐭𝐨𝐭𝐚𝐥 𝐏𝐈 (11) Onde: Itotal = Investimento total, considerando os juros de curto prazo, refletido para a data de início de operação [US$] PI = Potência Instalada [KW] CUP = 123.897,24 153 [ US$ kW ] 𝐂𝐔𝐏 = 𝟖𝟎𝟗, 𝟕𝟖 [ 𝐔𝐒$ 𝐤𝐖 ] • Energia Garantida (Energar): 𝐄𝐧𝐞𝐫𝐠𝐚𝐫 = 𝟖𝟕𝟔𝟎. 𝐅𝐂𝐦á𝐱𝐢𝐦𝐨 . 𝐏𝐈 (12) Onde: FCmáximo = fator de capacidade máximo – vazão [0,3956 p.u] 24 PI = Potência instalada [153 kW] Energar = 8760 . 0,3956 . 153 𝐄𝐧𝐞𝐫𝐠𝐚𝐫 = 𝟓𝟑𝟎. 𝟐𝟏𝟒, 𝟕𝟔 [𝐤𝐖] • Fator de recuperação do capital (FRC): 𝐅𝐑𝐂 = 𝐢. (𝟏 + 𝐢)𝐍 [(𝟏 + 𝐢)𝐍 − 𝟏] (13) Onde: FRC = Fator de recuperação de capital i = Taxa de atualização de capital N = vida útil econômica [50 anos] Consideraremos os seguintes dados para fins de recuperação do capital: 𝐅𝐑𝐂 = 𝟎, 𝟏𝟎𝟎𝟖𝟔 • Custo do investimento (Cinv): 𝐂𝐢𝐧𝐯 = 𝐈𝐭𝐨𝐭𝐚𝐥. 𝐅𝐑𝐂 𝐄𝐧𝐞𝐫𝐟𝐢𝐫 (14) Onde: Itotal = Investimento total, considerando os juros de curto prazo, refletido para a data de início de operação [US$] FRC = Fator de recuperação do capital para taxa de atualização de capital “i” e vida útil econômica de “N” anos [0,10086] Enerfir = Energia firme ou garantia física da usina – vazão [kW] Cinv = 123.897,24 . 0,10086 530.214,76 𝐂𝐢𝐧𝐯 = 𝟎, 𝟎𝟐𝟑𝟓 [ 𝐔𝐒$ 𝐤𝐖 ] 25 • Custo unitário de combustível (Ccomb): Consideramos desprezíveis os custos com combustível, já que para uma usina hidrelétrica não existe o consumo de combustível para a geração, somente taxas para utilização da água que também é desprezível. 𝐂𝐜𝐨𝐦𝐛 ≅ 𝟎 • Custo O&M (CO&M): 𝐂𝐎&𝐌 = 𝐏𝐈 𝐄𝐧𝐞𝐫𝐠𝐚𝐫 . (𝐎&𝐌) (15) Onde: PI = potência instalada [153 kW] Energar = energia garantida [ 530.214,76 kW] O&M = custo unitário anual de o&m [ 5 US$/ MW. Ano] CO&M = 5 US$ MW. ano . 530.214,76 𝐂𝐎&𝐌 = 𝐔𝐒$ 𝟐. 𝟔𝟓𝟏, 𝟎𝟕 • Custo unitário de energia e potência (CUG′): 𝐂𝐔𝐆′ = (𝐂𝐔𝐏. 𝐅𝐑𝐂) + 𝐂𝐄. (𝐅𝐂𝐦á𝐱. 𝟖, 𝟕𝟔)[ 𝐔𝐒$ 𝐤𝐖. 𝐚𝐧𝐨 ] (16) Onde: CUP = Custo unitário de Potência (investimento) [809,78 US$/kW] FRC = Fator de recuperação de Capital [0,10086] CE = Custo de Energia = CUC + CO&M [ US$/kW] FCmáx = fator de capacidade máximo [0,3956 p.u] 26 Custo de O&M é considerado uma despesa anual fixa, não será incluído no custo unitário de energia e potência. CUG′ = (809,78 . 0,10086). [ US$ kW. ano ] 𝐂𝐔𝐆′ = 𝟖𝟏, 𝟔𝟕 [ 𝐔𝐒$ 𝐤𝐖. 𝐚𝐧𝐨 ] • Custo anual total (Canual): 𝐂𝐚𝐧𝐮𝐚𝐥 = 𝐂𝐢𝐧𝐯 . 𝐄𝐧𝐞𝐫𝐠𝐚𝐫 + 𝐂𝐔𝐆 ′. 𝐏𝐈 . 𝟏𝟎³ (17) Onde: Cinv = custo de investimento [US$/kW] Energar = energia garantida [kW] CUG’ = custo unitário de geração [US$/kW. Ano] PI = potência instalada [kW] Canual = 0,077 US$ kW . 530.214,76 kW + 81,67 . US$ kW. ano . 153 . 10³ 𝐂𝐚𝐧𝐮𝐚𝐥 = 𝟏𝟐. 𝟓𝟑𝟔, 𝟑𝟑 𝐔𝐒$ 𝐚𝐧𝐨 • Custo unitário em função da capacidade (CU): 𝐂𝐔 = 𝐂𝐌𝐄 + 𝐂𝐌𝐏 𝐅𝐂 . 𝟖, 𝟕𝟔 (18) Onde: CU = custo unitário de energia produzida [US$/kWh] CME = custo marginal de energia pura [US$/kWh] CMP = custo marginal de energia pura [US$/kW. Ano] FC = fator de capacidade da energia garantida (p.u) e à potência Instalada 27 CU = 0,000658 + 0,00823 0,3956 . 8,76 𝐂𝐔 = 𝟎, 𝟎𝟎𝟐𝟑𝟕𝟒[ 𝐔𝐒$ 𝐤𝐖𝐡 ] Sabendo que o custo marginal de energia pura é igual a: 𝐂𝐌𝐄 = 𝐂𝐄. 𝐅𝐑𝐂 𝐏𝐈 . 𝐅𝐂𝐦á𝐱𝐢𝐦𝐨. 𝟖𝟕𝟔𝟎 [ 𝐔𝐒$ 𝐤𝐖𝐡 ] (19) Onde: CE = custo de Energia = CUC + CO&M [ US$/kW] FRC = Fator de recuperação de Capital [0,10086] FCmáx = fator de capacidade máximo [0,3956 p.u] PI = potência instalada [kW] CME = 3.460,85 . 0,10086 153 . 0,3956 . 8760 𝐂𝐌𝐄 = 𝟎, 𝟎𝟎𝟎𝟔𝟓𝟖 [ 𝐔𝐒$ 𝐤𝐖𝐡 ] E o custo marginal de ponta pura: CMP = CUP . FRC [ US$ kW. ano ] (20) CMP = 81,674 . 0,10086 [ US$ kW. ano ] 𝐂𝐌𝐏 = 𝟎, 𝟎𝟎𝟖𝟐𝟑 [ 𝐔𝐒$ 𝐤𝐖. 𝐚𝐧𝐨 ] • Custo final de geração (Custger): 𝐂𝐮𝐬𝐭𝐠𝐞𝐫 = 𝐂𝐢𝐧𝐯 + 𝐂𝐎&𝐌 + 𝐂𝐂𝐨𝐦𝐛 + 𝐂𝐌𝐂𝐏 + 𝐂𝐜𝐧𝐱 + 𝐂𝐔𝐒𝐃 (21) Onde: 28 Cinv = custo de investimento [US$/kWh] CO&M = custo de operação e manutenção [US$/kWh] CComb = custo de combustível CMCP = valor esperado do custo no Mercado de Curto Prazo Ccnx = custo de conexão CUSD = custo da Taxa de Uso de Rede de Distribuição [US$/kWh] Os custos Ccnx e CMCP, já estão sendo considerados como o custo do investimento e CComb é desprezível, então: 𝐂𝐮𝐬𝐭𝐨𝐠𝐞𝐫𝐚çã𝐨 = 𝐂𝐢𝐧𝐯 + 𝐂𝐎&𝐌 + 𝐂𝐂𝐨𝐦𝐛 + 𝐂𝐔𝐒𝐃 (22) Temos, Cinv = 0,0235 [ US$ kWh ] CO&M = 0,005 [ US$ kWh ] CUSD = 0,0006 [ US$ kWh ] 𝐂𝐮𝐬𝐭𝐨𝐠𝐞𝐫𝐚çã𝐨 = 𝟎, 𝟎𝟐𝟗𝟏 [ 𝐔𝐒$ 𝐤𝐖𝐡 ] 29 CONSIDERAÇÕES FINAIS Realizando uma análise geral, considerando todos custos envolvidos, percebe- se que é extremamente viável a implantação deste projeto. Considerando valores de comercialização de geração representados no PLD da CCEE na semana de 27 de maio de 2017, foi comercializado o MWh a R$ 169,64 no submercado sul. Tomando por base a cotação do dólar no mesmo período, 1 US$ = R$ 3,27. VMWh = Preço𝑃𝐿𝐷 Preçodolar (23) VMWh = 169,64 3,27 = 𝐔𝐒$ 𝟓𝟏, 𝟖𝟕 Em relação a construção deste empreendimento é entendido um lucro líquido de aproximadamente: Lucro = Preço𝑃𝐿𝐷 − Custogeração (24) Lucrounitário = 51,87 − 29,16 𝐋𝐮𝐜𝐫𝐨𝐮𝐧𝐢𝐭á𝐫𝐢𝐨 = 𝟐𝟐, 𝟕𝟎 [ 𝐔𝐒$ 𝐌𝐖𝐡 ] No montante de energia firme, resultaria em um lucro anual de: 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜anual = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜unitário . Energia𝑔𝑎𝑟𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎 (25) Lucroanual = 22,70 [ US$ MWh ] . 530.214,76 [kWh] 𝐋𝐮𝐜𝐫𝐨𝐚𝐧𝐮𝐚𝐥 = 𝟏𝟐. 𝟎𝟑𝟓. 𝟖𝟕 [𝐔𝐒$] 30 Porém, a energia gerada nesta MCH poderia ter a finalidade de suprir a necessidade de consumo e a perdas relacionadas a transmissão da PCH, como segue: • Geração total bruta da PCH Criúva 2016 – 100.943,68 MW • Energia utilizada no período de 2016 – 1.431,61 MW • Energia disponível pela MCH – 530.214,76 kW Consumo = Energia utilizada − Energia MCH Consumo = 1.431,61MW − 530,214MW 𝐂𝐨𝐧𝐬𝐮𝐦𝐨 = 𝟗𝟎𝟏, 𝟑𝟗𝐌𝐖 Reduzindo o índice de perdas da PCH Criúva de 1,42% para 0,89% referente ao montante anual. Através do estudo pode-se perceber que o retorno do investimento também seria extremamente atrativo, pois somando todos custos o payback ficaria menos de um ano, além de incentivar o desenvolvimento do setor. 31 REFERÊNCIAS BANCO CENTRAL DO BRASIL. Cotação do dólar. Disponível em: https://www.bcb. gov.br/pt-br/#!/home; acesso dia 30 de maio de 2017. BETA, Hidro turbinas. Catálogo Minicentral Hidrelétrica (MCH). Esquema de ligação. Franca SP, 2017. BRANDT, Rodrigo. Geração de Energia Elétrica:Aproveitamento Hidrelétrico, aula 5. Uniftec, Caxias do Sul - RS, 2017. BRANDT, Rodrigo. Geração de Energia Elétrica: Comparação econômica – projetos de geração, aula 9. Uniftec, Caxias do Sul - RS, 2017. CCEE – Câmara de Comercialização de Energia Elétrica; Disponível em: https:// www.ccee.org.br/portal/faces/pages_publico/inicio?_afrLoop=234578871297984#%4 0%3F_afrLoop%3D234578871297984%26_adf.ctrl-state%3Dbzthf ygp8_4; acesso dia 27 de maio de 2017. ELETROBRÁS – Manual de Minicentrais Hidrelétricas. Centrais Elétricas Brasileiras SA. DNAE, 1984. HACKER – Turbinas Hidráulicas; Disponível em: http://www.hacker.ind.br/produtos _turbinas_hidraulicas.php; acesso da 22 de maio de 2017. HOMER Professional Microgrid Analysis Tool. Software de Apoio a topografia e desenvolvimento de Centrais Elétricas. PCH CRIÚVA – Diário dos Medidores. Disponível na base de dados da usina. Caxias do Sul - RS, 2017. PCH CRIÚVA – Leitura de Vazões. Disponível na base de dados da usina. Caxias do Sul - RS, 2017. 32 ANEXOS