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Apostila 4 - Homem, A Queda e o Anjos - 1ªEdição

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Apostila IV 
Os Humanos, a Queda e os seres angelicais 
 
Esta apostila é uma montagem do site Teologia Calvinista. Todos os estudos aqui são do acervo 
do site e nossa atenção aqui é voltada àqueles que se propuseram a iniciar os estudos das Escrituras 
e querem dar seus primeiros passos no estudo da Teologia Reformada Calvinista. Aqui 
selecionamos os autores e estudos cuidadosamente, para que se possa expor esta fé com conteúdo e 
simplicidades. Nesta apostila IV vamos estudar sobre os Humanos, a Queda e os seres angelicais. 
www.teologiacalvinista.v10.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1ª Edição : 13 de Julho de 2007 
 2 
Índice 
O Homem 
 
A Aliança das Obras - 04 
R. C. Sproul 
 
O Fundamento Bíblico da Doutrina da Aliança das Obras - 05 
Louis Berkhof 
 
A Raça Humana - 07 
J. I. Packer 
 
O homem a Imagem de Deus - 08 
Bíblia de Estudo de Genebra 
 
Os termos “imagem” e “semelhança” - 08 
Louis Berkhof 
 
Gênesis 2.7 - E formou o Senhor Deus o homem - 09 
Louis Berkhof 
 
Os seres Humanos como Corpo e Alma - 10 
R. C. Sproul 
 
A Consciência Humana - 11 
R. C. Sproul 
 
Os seres Humanos como Carne e Espírito - 12 
R. C. Sproul 
 
A graça de Deus como libertação e o combate - 13 
João Calvino 
 
A Queda 
 
Dados Bíblicos a Respeito da Origem do Pecado - 14 
Louis Berkhof 
 
A Queda - 15 
J. I. Packer 
 
O Pecado - 16 
R. C. Sproul 
 
O Pecado Original – 17 
R. C. Sproul 
 
A Depravação Humana - 18 
R. C. Sproul 
 
Incapacidade - 19 
J. I. Packer 
 
Pecado Original e Depravação Total - 20 
Bíblia de Estudo de Genebra 
 3 
 
 
Provas Bíblicas da Depravação total - 21 
Nilson Mascolli Filho 
 
Elementos do Pecado Original - 26 
Louis Berkhof 
 
Os Resultados do Primeiro Pecado - 29 
Louis Berkhof 
 
A Morte, o Estado Intermediário e a Glorificação - 30 
Wayne Grudem 
 
Mortalidade: Os Cristãos não Precisam Temer a Morte - 39 
J. I. Packer 
 
O Estado Intermediário - 40 
R. C. Sproul 
 
O Pecado Imperdoável - 41 
R. C. Sproul 
 
Pecado Imperdoável - 42 
J. I. Packer 
 
O Pecado Imperdoável - 43 
Louis Berkhof 
 
Seres angelicais 
 
Os anjos 
Bíblia de Estudo de Genebra - 45 
 
A Natureza dos Anjos - 46 
Louis Berkhof 
 
O Serviço dos Anjos - 47 
Louis Berkhof 
 
Satanás - 48 
Bíblia de Estudo de Genebra 
 
Os Anjos maus - 49 
Louis Berkhof 
 
Os Anjos, Satanás e os Demônios - 50 
Wayne Grudem 
 
Capítulo 6 e 7 da Confissão de Westminster - 64 
 
 
 
 4 
 
 
O Homem 
A Aliança das Obras 
Gn 2.17; Rm 3.20-26; Rm 10.5-13; Gl 3.10-14; Rm 3.23 
"Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela 
comeres, certamente morrerás." (Gn 2.17) 
Quando Adão e Eva foram criados, entraram num relacionamento moral com Deus, seu Criador. 
Tinham a responsabilidade de obedecê-lo, sem nenhum direito inerente a recompensa ou bênção 
por tal obediência. Deus, entretanto, em seu amor, misericórdia e graça, voluntariamente entrou 
numa aliança com suas criaturas pela qual adicionou à sua lei uma promessa de bênção. Não se 
tratava de uma aliança entre partes iguais, mas de uma aliança de descansava sobre iniciativa de 
Deus e sua autoridade divina. 
A aliança original entre Deus e a humanidade foi uma aliança de obras. Nesta aliança, Deus exigiu 
obediência perfeita e total ao seu governo. Prometeu vida eterna com bênção pela obediência, mas 
ameaçou a humanidade com a morte, caso desobedecessem sua lei. Todos os seres humanos, de 
Adão até nós, no tempo presente, inevitavelmente são membros dessa aliança. As pessoas podem 
recusar-se a obedecer ou até mesmo recusar-se a reconhecer a existência de tal aliança, mas nunca 
poderão escapar dela. Todo ser humanos se acha em relacionamento de aliança com Deus, seja 
como violador da aliança ou como guardador da aliança. A aliança das obras é a base da nossa 
necessidade de redenção (porque nós a violamos) e nossa esperança de redenção (porque Cristo 
cumpriu seus termos por nós). 
Um único pecado já é suficiente para violar a aliança das obras e nos tornar devedores que não 
podem pagar a própria dívida para com Deus. O fato de que ainda tenhamos esperança de 
redenção, mesmo depois de pecar, ainda que seja um único pecado, é devido à graça de Deus e 
somente à graça de Deus. 
As recompensas que recebemos de Deus no céu também são atos de graça. Representam Deus 
corando seus próprios dons de graça. Se Adão tivesse obedecido a aliança divina das obras, ele teria 
alcançado o mérito que procede da virtude de cumprir os requisitos da aliança com Deus. Adão 
caiu em pecado e por isso Deus, em sua misericórdia, acrescentou uma nova aliança com base na 
graça pela qual a salvação tornou-se possível e disponível. 
Somente um ser humano conseguiu guardar a aliança das obras. Essa pessoa foi Jesus. Sua ação, 
como segundo ou novo Adão, satisfez todos os termos da nossa aliança original com Deus. Seu 
mérito em alcançar isso está disponível a quem puser sua confiança nele. 
Jesus é a primeira pessoa a entrar no céu por suas boas obras. Nós também entramos no céu pelas 
boas obras - as boas obras de Jesus. Elas se tornam "nossas" boas obras quando nós recebemos 
Cristo pela fé. Quando depositamos nossa fé em Cristo, Deus credita as boas obras dele em nossa 
conta. A aliança da graça cumpre a aliança das obras porque Deus graciosamente aplica o mérito de 
Cristo em nossa conta. Desta maneira, pela graça satisfazemos os termos estabelecidos na aliança 
das obras. 
Sumário 
1.Deus entrou numa aliança de obras com Adão e Eva. 
 5 
2. Todo ser humanos está inevitavelmente envolvido na aliança divina das obras. 
3. Todo ser humano é violador da aliança das obras. 
4. Jesus cumpriu a aliança das obras. 
5. A aliança da graça nos proporciona os méritos de Cristo, pelos quais os termos da aliança das 
obras são satisfeitos. 
Autor: R. C. Sproul 
Fonte: 2º Caderno Verdades Essenciais da Fé Cristã – R.C.Sproul. Editora Cultura Cristã. Compre 
este livro em http://www.cep.org.br 
O Fundamento Bíblico da Doutrina da Aliança das Obras 
A difundida negação da aliança das obras torna imperativo o exame cuidadoso do seu fundamento 
escriturístico. 
1- Os elementos componentes de uma aliança estão presentes na narrativa primitiva. 
Deve-se admitir que termo “aliança” não se acha nos primeiros três capítulos de Gênesis, mas isto 
não equivale a dizer que eles não contêm os dados necessários para a formulação de um doutrina 
da aliança. Não se vai inferir da ausência do termo “trindade” que a doutrina da Trindade não se 
acha na Bíblia. Todos os elementos componentes de uma aliança estão indicados na Escritura, e se 
os elementos estão presentes, não somente temos base para relacioná-los uns com os outros, num 
estudo sistemático da doutrina, mas também temos o dever de fazê-lo, dando à doutrina assim 
elaborada um nome apropriado. No caso em consideração, são mencionadas duas partes, é 
estabelecida uma condição, está claramente envolvida uma promessa de recompensa pela 
obediência, e é feita a ameaça de uma penalidade pela transgressão. Pode-se objeta ainda, que não 
lemos a descrição de um acordo sendo feito entre duas partes, nem dos termos firmados sendo 
aceitos por Adão, mas esta objeção não é insuperável. Não lemos o relato de um acordo explícito 
assim, bem como da aceitação por parte do homem, nos casos de Noé e Abraão. Deus e o homem 
não comparecem como partes iguais em nenhuma destas alianças. Todas as alianças de Deus são 
da natureza de disposições soberanas impostas ao homem. Deus é absolutamente soberano e Seus 
procedimentos para com o homem, e tem todo o direito de impor as condições que o último deve 
cumprir, para desfrutar o Seu favor. Além disso, mesmo em virtude da sua relação natural, Adão 
tinha o dever de obedecer a Deus; e quando foi estabelecida a relação pactual, essa obediência 
tornou-se também uma questão de interesse próprio. Quando entra em relações pactuais com os 
homens, é sempre Deus que estabelece os termos, e estes são termos misericordiosos, provenientesda Sua graça, de modo que Ele tem, deste ponto de vista igualmente, todo o direito de esperar que o 
homem lhes dará assentimento. No caso em consideração, Deus tinha apenas de anunciar a 
aliança, e o perfeito estado em que Adão vivia era garantia suficiente da sua aceitação. 
2. Houve Promessa de vida Eterna. 
Alguns negam a existência de qualquer prova bíblica de tac promessa. Pois bem, é certo que não há 
registro explícito dessa promessa, mas ela está claramente implícita na alternativa da morte como 
resultado da desobediência. A clara implicação do castigo anunciado é que, em caso de obediência, 
a morte não entraria no mundo, e isto só pode significar que a vida teria continuidade. Tem-se 
objetado que isto significa apenas a continuidade da vida natural de Adão, e não daquilo que a 
Escritura chama de vida eterna. Mas a idéia bíblica de vida é vida em continuidade com Deus; e 
esta é a vida que Adão tinha, conquanto no caso dele ainda pudesse ser perdida. Se Adão se saísse 
bem prova, esta vida não somente seria mantida, mas também deixaria de estar sujeita a ser 
perdida e, portanto, seria elevada a um plano mais alto. Paulo diz-nos expressamente em Rm 7.10 
 6 
que o mandamento, que é a lei, era para a vida. Conquanto este versículo, diz Hodge: “A lei foi 
destinada e Adaptada para assegurar a vida, mas de fato a ser a causa da morte”. Isso está 
claramente indicado também em passagens como Rm 10.5; Cl 3.13. Ora, admite-se geralmente que 
esta gloriosa promessa de vida perene de modo nenhum estava implícita na relação natural de 
Adão com Deus, mas tinha base diferente. Mas admitir a existência de algo positivo aí, uma 
complacência especial de Deus, é aceitar o principio da aliança. Pode continuar havendo alguma 
dúvida quanto à propriedade do nome “aliança das obras”, mas não pode haver quaisquer objeções 
válidas à idéia de aliança. 
 
3. Basicamente, a Aliança da Graça é simplesmente a execução do acordo original, execução feita 
por Cristo como o nosso fiador. 
Ele se encarregou espontaneamente de cumprir a vontade de Deus. Ele se colocou sob a lei para 
poder redimir os que estavam sob a lei e que já não estavam em condições de obter vida mediante o 
seu próprio cumprimento da lei. Ele veio fazer o que Adão não conseguiu fazer, e o fez em virtude 
de um acordo pactual. Se assim é, e se a aliança da graça é, no que se refere a Cristo, nada mais 
nada menos que o cumprimento de acordo original, segue-se que este deve ter sido também da 
natureza de uma aliança. E visto que Cristo satisfez a condição da aliança das obras, o homem pode 
agora colher o fruto do acordo original pela fé em Cristo. Agora há dois caminhos de vida, os quais 
são em si mesmos caminhos de vida; um é o caminho da lei: “o homem que praticar a justiça 
decorrente da lei, viverá por ela”, Rm 10.5, mas é um caminho pelo qual o homem não pode mais 
achar a vida; e o outro é o caminho da fé em Jesus Cristo, que satisfez as exigências da lei e pode 
dispensar a bênção da vida eterna. 
4. O paralelo entre Adão e Cristo. 
O paralelo que Paulo traça entre Adão e Cristo em Rm 5.12-21, no contexto da doutrina da 
justificação, só pode ser explicado com base no pressuposto de que Adão, à semelhança de Cristo, 
era o chefe de uma aliança. De acordo com Paulo, o elemento essencial da justificação consiste 
nisto: que a justiça de Cristo é-nos imputada, sem qualquer obra pessoal da nossa parte para 
merece-la. E ele considera isso um perfeito paralelo em relação à maneira pela qual a culpa de 
Adão nos é imputada. Isto leva naturalmente à conclusão de que Adão também estava numa 
relação pactual com os seus descentes. 
5. A passagem de Os. 6.7. 
Em Os 6.7 lemos: “Mas eles transgrediram a aliança, com Adão”. Têm sido feitas tentativas para 
desacreditar essa redação. Alguns têm sugerido a forma “em Adão”, o que implicaria que alguma 
transgressão muito conhecida ocorreu num lugar chamado Adão. Mas a preposição proíbe essa 
tradução. Além disso, a Bíblia não faz menção alguma dessa tal transgressão história muito 
conhecida em Adão. A Versão Autorizada (Authorized Version) traduz “Como homens”, caso em 
que significaria, de maneira humana. A isto pode-se objetar que não há plural no original, e que 
essa declaração seria deveras fútil, pois como o homem poderia transgredir, senão à maneira 
humana? A tradução “como Adão” é a melhor afinal de contas. Tem o apoio da passagem paralela 
de Jó 31.33, e foi adotada pela American Revised Version (Versão Resvista Americana – Em 
português, foi adotada por versões como Almeida, Edição Revista e Corrigida e Edição Revista e 
Atualizada no Brasil, e a Tradução Brasileira. Nota do tradutor). 
Autor: Louis Berkhof 
Fonte: Teologia Sistemática, p. 214, 215, Ed. Cep. Compre este livro em http://www.cep.org.br 
 
 7 
 
 
A Raça Humana 
OS HUMANOS SÃO CORPO E ALMA EM DOIS GÊNEROS 
"E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o 
homem foi feito alma vivente."Gn 2.7 
 
"... homem e mulher os criou."Gn 1.27 
Cada ser humano neste mundo consiste de um corpo material animado por um eu distinto e 
imaterial. A Escrituras dá a este eu o nome de "alma" ou "espírito". "Alma" enfatiza a distinção da 
individualidade consciente de uma pessoa como tal; "espírito" contém as nuanças do eu derivado 
de Deus, dependência dele e distinção do corpo tal. 
O uso bíblico levá-nos a dizer que temos e somos tanto almas com espíritos, mas é um equívoco 
pensar que alma e espírito são duas coisas diferentes; uma visão "tricotômica" do homem como 
sendo corpo, alma e espírito é incorreta. A idéia comum de que a alma é apenas um órgão da 
consciência temporal e que o espírito é um órgão distinto de comunhão com Deus trazida à vida na 
regeneração cria um descompasso entre o ensino bíblico e o uso da palavra. Além disso, ela conduz 
a um anti-intelectualismo deformado, segundo o qual o discernimento espiritual e o pensamento 
teológico são separados para empobrecimento de ambos, sendo a teologia tida como "pró-alma" e 
não espiritual, enquanto a percepção espiritual se imagina desvinculada do ensino e aprendizado 
da verdade revelada de Deus. 
A corporificação da alma é inerente ao designo de Deus para o gênero humano. Por intermédio do 
corpo, como foi dito antes, devemos experimentar nosso ambiente, desfrutar e controlar as coisas 
à nossa volta, e relacionar-nos com outras pessoas. Nada havia de mau ou corruptível no corpo 
feito inicialmente por Deus, e não tivesse o pecado surgido, a doença, envelhecimento e 
deterioração física que levam à morte, como a conhecemos, não fariam parte da vida humana (Gn 
2.17; 3.19,22; Rm 5.12). Agora, porém, os seres humanos são corruptos do começo ao fim em seu 
ser psicofísico, como comprovam claramente seus desejos desordenados, tanto físico como 
mentais, os quais guerreiam entre si e também contra os princípios da sabedoria e da retidão. 
Na morte a alma deixa o corpo inanimado para trás, porém esta não é a feliz libertação que os 
filósofos gregos e alguns cultivistas imaginaram. A esperança cristã não é redenção por libertar-se 
do corpo, mas redenção do próprio corpo. Antevemos nossa participação na ressurreição de Cristo 
na ou por meio da ressurreição de nossos próprios corpos. Embora a exata composição de nossos 
futuros corpos glorificado seja atualmente desconhecida, sabemos que será alguma espécie de 
continuidade de nossos corpos terrenos (1 Co 15.35-49; Fp 3.20,21; Cl 3.4). 
Os dois gêneros, macho e fêmea, pertencem ao modelo da Criação. Homem e mulheres são 
igualmente portadores da imagem de Deus (Gn 1.27), e sua dignidade é, conseqüentemente, igual. 
A natureza complementar dos gêneros é vista como conducente a uma cooperação enriquecida 
(ver Gn 2.18-23), uma vez que seus papéis são desempenhados não apenas no casamento, 
procriação e vida familiar, mas também em atividades mais amplas da vida. A percepção da 
insondável diferença entre pessoas de gêneros distintos converte-seem uma escola para o 
aprendizado da prática e alegria da apreciação, abertura, honra, serviço e fidelidade, todas as quais 
pertencem à cortesia que a realidade misteriosa do outro gênero requer. A ideologia do "unissexe"; 
que deprecia a significação dos dois gêneros, perverte assim a ordem de Deus, enquanto o 
estribilho francês sobre a distinção dos gêneros, "vive la différence!", expressa o ponto de vista 
bíblico. 
 8 
Autor: J. I. Packer 
Fonte: Teologia Concisa, pg. 69, Ed. Cultura Crista. Compre este livro http://www.cep.org.br 
O homem a Imagem de Deus 
“Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. 
Gn 1.27 
As Escrituras ensinam (Gn 1.26-27; 5.1; 9.6; 1Co 11.7; Tg 3.9) que Deus fez o homem e a mulher à 
sua própria imagem, assim de que os seres humanos são semelhantes a Deus, como nenhuma outra 
criatura terrena é. A dignidade especial dos seres humanos está no fato de, como homens e 
mulheres, poderem refletir e reproduzir – dentro de sua própria condição de criaturas – os santos 
caminhos de Deus. Os seres humanos foram criados com esse propósito, e, num sentido, somos 
verdadeiros seres humanos na medida em que cumprimos esse propósito. 
O que tudo envolve essa imagem de Deus na humanidade não está especificado em Gn 1.26-27, 
mas o contexto da passagem nos ajuda a defini-lo. O texto de Gn 1.1-25 descreve Deus como sendo 
pessoal, racional (dotado de inteligência e vontade), criativo, governando o mundo que criou, e um 
ser moralmente admirável (pois tudo o que criou é bom). Assim, a imagem de Deus refletirá essas 
qualidades. Os versículos 28-30 mostram Deus abençoando os seres humanos que acabara de criar, 
conferindo-lhes o poder de governar a criação, como seus representantes e delegados. A capacidade 
humana para comunicar-se e para relacionar-se tanto com Deus como com outros seres humanos 
aparece como outra faceta dessa imagem. 
Por isso, a imagem de Deus na humanidade, que surgiu no ato criador de Deus, consiste em: (a) 
existência do homem como uma “alma” ou “espírito” (Gn 2.7), isto é, como ser pessoal e 
autoconsciente, com capacidade semelhante à de Deus para conhecer, pensar e agir; (b) ser uma 
criatura moralmente correta – qualidade perdida na queda, porém agora progressivamente 
restaurada em Cristo (Ef 4.24; Cl 3.10); (c) domínio sobre o meio ambiente; (d) ser o corpo 
humano o meio através do qual experimentamos a realidade, nos expressamos e exercemos 
domínio e (e) na capacidade que Deus nos deu para usufruir a vida eterna. 
A queda deformou a imagem de Deus não só em Adão e Eva, mas em todos os seus descendentes, 
ou seja, em toda a raça humana. Estruturalmente, conservamos essa imagem no sentido de 
permanecermos seres humanos, mas não funcionalmente, por sermos agora escravos do pecado, 
incapazes de usar nossos poderes para espelhar a santidade de Deus. A regeneração começa em 
nossa vida o processo de restauração da imagem moral de Deus. Porém, enquanto não formos 
inteiramente santificados e glorificados, não podemos refletir, de modo perfeito, a imagem de Deus 
em nossos pensamentos e ações – como fomos criados para fazer e como o Filho de Deus 
encarnado refletiu na sua humanidade (Jo 4.34; 5.30; 6.38; 8.29,46). 
Fonte: Bíblia de Estudo de Genebra, Nota Teológica, página 10. Compre este livro 
http://www.cep.org.br 
Os termos “imagem” e “semelhança” 
As palavras "imagem" e "semelhança" são empregadas como sinônimos e uma pela outra e, 
portanto, não se referem as duas coisas diferentes. Em Gn 1.26 [1] são empregadas as duas 
palavras, mas no versículo 27, somente a primeira delas. É evidente que esta é considerada 
suficiente para expressar a idéia completa. Em Gn 5.1 [2] só ocorre a palavra "semelhança", mas no 
versículo 3 desse capítulo acham-se de novo ambos os termos. Gn 9.6 [3] contém somente a 
palavra "imagem" como expressamente completa da idéia. Volvendo ao Novo Testamento, vemos 
as palavras "imagem" e “glória" em pregadas em 1 co 11.7 [4], somente "imagem" em Cl 3.10 [5] e 
 9 
só "semelhança" em Tg 3.9 [6]. Evidentemente, os dois termos são empregados um pelo outro na 
Escritura. 
Naturalmente, isto implica que o homem foi devera criado também à semelhança de Deus, e que 
está semelhança não é algo de que ele foi revestido mais tarde. A opinião geral é que a palavra 
"semelhança" foi acrescentada à palavra "imagem" para expressar a idéia de que a "imagem" era 
uma imagem muito semelhante, perfeita. 
A idéia é que pela criação, aquilo que é arquetípico em Deus tornou-se ectípico no homem. Deus é 
original do qual o homem foi feito uma cópia. Isto significa, é claro, que o homem não só leva a 
imagem de Deus, mas é sua própria imagem. Isto é dito com clareza em 1 Co 11.7, mas não significa 
que não se pode dizer também que ele leva a imagem de Deus, cf. 1 Co 15.49 [7]. Alguns há que têm 
considerado a mudança de preposições em Gn 1.26 "à imagem, conforme a nossa semelhança", 
como significativa. O próprio Böhl baseou nisso a idéia de que fomos criados à imagem como uma 
esfera, mas isso não em fundamento algum. Enquanto que o primeiro sentido da preposição 
hebraica be (traduzida aqui por "à") é indubitavelmente "em", evidentemente pode ter também o 
mesmo sentido aqui. Observe-se que se diz que somos renovados ou refeitos "segundo a imagem" 
de Deus; em Cl 3.10; em também que as preposições empregadas em Gn 1.26 são invertidas em Gn 
5.3 [8]. 
Autor: Louis Berkhof 
Fonte: Teologia Sistemática do autor, p. 203,204, Ed Cultura Cristã (CEP). 
Notas 
[1] Gn 1.26: E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e 
domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e 
sobre todo o réptil que se move sobre a terra. 
[2] Gn 5.1: Este é o livro das gerações de Adão. No dia em que Deus criou o homem, à semelhança 
de Deus o fez. 
[3] Gn 9.6: Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; 
porque Deus fez o homem conforme a sua imagem. 
[4] Gn 11.7: O homem, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus, mas a 
mulher é a glória do homem. 
[5] Cl 3.10: E vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele 
que o criou; 
[6] Tg 3.9: Com ela bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à 
semelhança de Deus. 
[7] 1 Co 15.49: E, assim como trouxemos a imagem do terreno, assim traremos também a imagem 
do celestial. 
[8] Gn 5.3: E Adão viveu cento e trinta anos, e gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua 
imagem, e pôs-lhe o nome de Sete. 
Gênesis 2.7 - E formou o Senhor Deus o homem 
“E formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e 
o homem foi feito alma vivente.” 
 10 
Em Gênesis 2.7 faz-se clara distinção entre origem do corpo e a da alma. O corpo foi formado do pó 
da terra; na sua produção Deus fez uso de material preexistente. Na criação da alma, porém, não 
houve modelagem de materiais preexistentes, mas a produção de uma nova substância. A alma do 
homem foi uma nova produção de Deus, no sentido estrito da palavra. Jeová “lhes soprou nas 
narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente”. 
Com esta simples palavra afirma-se a dupla natureza do homem, e o que nos ensinam é 
corroborado por outras passagens da Escritura, como Ec 12.7; Mt 10.28; Lc 8.55; 2 Co 5.1-8; Fp 
1.22-24; Hb 12.9. Os dois elementos são corpo e o sopro ou espírito de vida nele soprado por Deus, 
e com a combinação dos dois o homem se tornou “alma vivente”, o que neste contexto significa 
simplesmente “ser vivo”.” 
Autor: Louis Berkhof 
Fonte: Teologia Sistemática do autor, p. 183, Ed Cultura Cristã (CEP). 
Os seres Humanos como Corpo e Alma 
Gn 1.1-2.5; Ec. 12.7; Mt 10.28; Rm 8.18-23; 1 Co 15.35-55 
Três vezes por semana sofro uma tortura sob a direção do meu preparador físico pessoal, na 
Academia que freqüento. Ele é meu Faraó particular. Exercícios cardiovasculares,levantamento de 
peso e as desagradáveis contorções dos exercícios abdominais são parte da minha rotina. Tudo isso, 
a despeito do conhecimento do texto bíblico: "o exercícios físico para pouco é proveitoso"! (1 Tm 
4.8) 
Enquanto me preocupo com meu corpo, com meu peso, aparência e saúde geral, lembro-me das 
palavras de Jesus: "Não temas os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, 
aqueles que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo." (Mt 10.28) 
Os seres humanos, criados à imagem e semelhança de Deus, são criaturas feitas de um corpo 
material e uma alma não-material. A alma ás vezes é referida como espírito. 
Tanto o corpo quanto a alma são criados por Deus e são aspectos distintos da nossa composição 
pessoal. A visão bíblica do seres humanos difere radicalmente da visão dos gregos antigos. Nosso 
corpo e nossa alma compõem uma dualidade, não um dualismo. Na teoria dualística dos gregos, o 
corpo e a alma são visto como substâncias incompatíveis que coexistem em constante tensão. São 
fundamentalmente incompatíveis. Geralmente o dualismo afirma que existe algo inerentemente 
mau ou imperfeito sobre qualquer objeto físico, e, portanto vê o corpo como um recipiente mau 
para a alma pura. Para os gregos, a salvação significa libertar a alma do corpo, quando a alma é 
finalmente liberta da prisão domiciliar da carne. 
A visão bíblica do corpo é que ele foi criado bom e não há nenhum mal inerente em sua substância 
física. Mesmo assim, ele sofre de corrupção moral, da mesma maneira que a alma. O ser humano é 
pecador no corpo e na alma. O Cristianismo, longe de ensinar a redenção da prisão do corpo, 
ensina a redenção do corpo. 
Como uma dualidade, o ser humano é uma entidade com duas partes distintas unidas pelo ato da 
criação divina. Não há necessidade - nem filosófica, nem exegética - de acrescentar uma terceira 
parte ou substância (como o espírito) para ser o elo na tensão dualística. A teologia ortodoxa rejeita 
a visão tricotomista do ser humano, segundo a qual é concebido com três partes distintas: corpo, 
alma e espírito. 
Embora muitos teólogos tenham defendido a imortalidade natural ou essencial da alma humana, é 
importante lembrar que a alma humana: (1) é criada por Deus é não é inerentemente eterna; (2) 
embora não seja composta de matéria e sujeita à dissolução por forças físicas, contudo pode ser 
 11 
destruída por Deus. A alma não pode existir nem por um momento à parte do poder sustentador de 
Deus. "Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos" (At 17.28). 
Na morte, apesar de o corpo morrer, a alma - tanto do crente como do não-crente - continua viva. 
Os crentes ficam aguardando a consumação de sua redenção e a glorificação de seus corpos. O 
impenitente fica aguardando o julgamento eterno de Deus. Deus preserva a alma da morte, e por 
isso o ser humano tem uma continuidade de existência pessoal consciente além do túmulo. Toda 
pessoa está caída; tanto o corpo quanto a alma são objetos da graça salvadora de Deus. 
Sumário 
1. Os seres humanos têm um corpo material e uma alma imaterial. 
2. Os seres humanos formam um unidade-na-dualidade. O Cristianismo rejeita a noção grega de 
dualismo. 
figura 
3. O corpo humano é parte da boa criação de Deus. Embora esteja caído, assim como alma, 
nenhum dos dois é inerentemente mau. 
4. A alma humana não é naturalmente eterna. Tem de criada e sustentada por Deus. 
Autor: R. C. Sproul 
Fonte: 2º Caderno Verdades Essenciais da Fé Cristã – R.C.Sproul. Editora Cultura Cristã. Compre 
este livro em http://www.cep.org 
A Consciência Humana 
Lucas 11.39-44; Romanos 2.12-16; Romanos 14.23; Tito 1.15 
Foi Jiminy Cricket que disse: "Deixe sempre sua consciência ser seu guia". Este é um bom 
conselho se temos urna consciência informada e governada pela Palavra de Deus. Se, porém, nossa 
consciência for ignorante das Escrituras ou tenha sido cauterizada ou endurecida pelo pecado 
constante, então tal teologia é desastrosa. 
A consciência desempenha um papel muito importante na vida cristã. É vital, contudo, que 
tenhamos um entendimento correto sobre ela. 
A consciência, freqüentemente, tem sido definida corno a voz interior de Deus, por meio da qual 
nossa mente nos acusa ou nos escusa de pecados. Ela inclui dois elementos básicos: (1) o 
reconhecimento ou a conscientização interior do que é certo e errado e (2) a capacidade mental de 
aplicar leis, normas e regras a situações concretas. 
Em Romanos 2.15, Paulo ensina que Deus escreveu sua lei no coração humano. A consciência 
humana é informada pela revelação da lei de Deus, a qual foi implantada no nosso coração 
humano. 
As pessoas têm a responsabilidade moral de seguir sua consciência. Agir alguém contra sua própria 
consciência é numa atitude pecaminosa. Lutero declarou na Dieta de Worms: "minha consciência é 
cativa da Palavra de Deus... ir contra a consciência não é certo e nem seguro". 
A réplica de Lutero revela dois importantes princípios bíblicos. Primeiro, a consciência deve ser 
informada ou ser "cativa" pela Palavra de Deus. É possível que a consciência seja desinformada, ou 
se torne cauterizada e insensível pelos pecados repetidos. Podemos ficar tão endurecidos pelo 
 12 
pecado habitual ou pela aceitação social do pecado que sufocamos a voz da consciência e pecamos 
sem sentir qualquer remorso. 
Por outro lado, se nossa consciência nos persuade de que algo é ilegal ou pecaminoso, embora de 
fato a ação não seja pecaminosa, então ainda continua sendo errado em praticarmos aquela ação. 
Fazer o que consideramos mau, mesmo que de fato não o seja, é pecado. Paulo ensina que tudo 
aquilo que não provém de fé é pecado (Rm 14.23). Nesse caso agir contra a consciência não é nem 
certo e nem seguro. 
Autor: R. C. Sproul 
Fonte: 2º Caderno Verdades Essenciais da Fé Cristã – R.C.Sproul. Editora Cultura Cristã. Compre 
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Os seres Humanos como Carne e Espírito 
Mt 26.36-41; Jo 3.6; Rm 7.13-8.17; Ef 2.1-3; 1 Pe 2.11 
Existe muita confusão na igreja moderna quanto ao significado bíblico da carne e espírito. Por um 
lado, a igreja ainda luta com a idéia grega de que qualquer coisa física deve ser má em algum grau. 
Alguns supõem, portanto, que a vida cristã é algo inteiramente espiritual, que não tem nada a ver 
com nossa existência física. Alguns se apóiam nessa idéia para alegar que todas as nossas funções 
corporais são necessariamente más, inclusive comer, beber e ter relações sexuais. Outros, crendo 
que o corpo não importa, se enganam pensando que não importa como usem seus corpos, desde 
que a alma esteja sadia. Ambas as posições refletem uma séria distorção do ensino bíblico de carne 
e espírito são igualmente importantes e precisam ser alimentados e cuidados apropriadamente. 
Um segundo problema surge quando se faz uma distinção muito séria entre cristão "carnal" e 
cristão "cheio do Espírito". Aqui se consideram três tipos de pessoas: (1) os não-cristãos carnais, (2) 
os cristãos carnais e (3) os cristãos cheios do Espírito Santo. Se pensamos num cristã carnal como 
alguém totalmente desprovido do Espírito Santo, entregue a um estilo de vida totalmente carnal, 
não estamos falando de um cristão carnal, mas sim de alguém que nem chega a ser cristão. Uma 
pessoa pode confessar ser cristã e ainda ser totalmente carnal, tornando sua confissão uma 
mentira. Um cristão totalmente carnal é contradição de termos. 
Todo cristão é cheio do Espírito. Esse "cheio" do Espírito pode ser num grau maior ou menor, pois 
os cristãos variam uns dos outros em termos de submissão ao Espírito Santo. O Espírito, porém, 
habita em todos os cristãos. 
O apóstolo Paulo fala de a batalha ou conflito que o crente experimenta ente a carne e o espírito. Ao 
falar assim, Paulo não está ensinando um dualismo ou uma desarmonia inerente entre corpo e a 
alma. O conflito que ele descreve não é algo que possa ser reduzido a uma luta entre os desejos ou 
apetites físicos e a virtude espiritual. O conflito é muitomais profundo que isso. 
A Palavra carne (gr., sarx) às vezes é usada no Novo Testamento praticamente como um sinônimo 
virtual de corpo (gr., soma). Entretanto, quando essa palavra é usada num claro contraste com 
espírito (gr., pneuma), na maioria das vezes refere-se a algo mais do que um corpo físico. Neste 
caso, carne geralmente refere-se à natureza corrupta dos seres humanos caídos. Quando somos 
regenerados pelo Espírito Santo e nos tornamos novas criaturas em Cristo, o poder de nossa 
natureza caída (carne) é subjugado, mas não destruído.Devido ao fato de que a santificação é um 
processo que leva toda a vida, os cristãos estão engajados diariamente numa atalha com sua velha 
natureza, enquanto buscam crescer no Espírito e na graça. A velha natureza morre diariamente 
quando a nova criatura em Cristo é fortalecida pela habitação do Espírito Santo. O Espírito , que 
nos é dado como uma garantia e por quem somos selados, por fim prevalecerá nessa batalha. No 
ínterim, porém, a luta pode ser bem intensa. Os cristãos continuam a lutar contra o pecado e a 
tentação. A conversão nos liberta do controle total da carne, mas não nos torna perfeitos. 
 13 
A luta entre a velha natureza (a carne) e o Espírito continua até nossa morte. Depois da morte 
somos glorificados: a carne é completamente morta e a nova pessoa é totalmente purificada. 
Sumário 
1. A Bíblia rejeita a idéia grega de que o corpo é intrinsecamente mau. 
2. Os cristãos não devem desprezar e nem exaltar o corpo. O corpo e a ama precisam de 
santificação. 
3. Nenhum cristão é completamente carnal ou completamente isento de carnalidade. 
‘4. Todo cristão tem o Espírito Santo habitando nele. 
5. A guerra entre a carne e o espírito não é um conflito entre o corpo e a alma, mas um conflito 
entre a nossa natureza caída ( a velha natureza) e nossa natureza regenerada ( a nova natureza). 
6. A luta entre a carne e o Espírito continua durante toda a vida do cristão, até sua glorificação. 
Autor: R. C. Sproul 
Fonte: 2º Caderno Verdades Essenciais da Fé Cristã – R.C.Sproul. Editora Cultura Cristã. Compre 
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A graça de Deus como libertação e o combate 
A graça de Deus algumas vezes é chamada libertação ou livramento, sendo que por ela somos 
libertados da escravidão do pecado; mas também é chamada, ora reparação do nosso ser, pela qual, 
sendo posto de lado o velho homem, somos restaurados à imagem de Deus; ora regeneração, pela 
qual somos feitos novas criaturas; ora ressurreição, pela qual Deus, fazendo com que morramos, 
ressucita-nos por seu poder. Todavia, aqui é preciso observar que o livramento nunca é completo, 
visto que uma parte de nós permanece sob o jugo do pecado; que a restauração jamais se realiza 
completamente, portanto muita coisa dos vestígios do homem terreno permanece; e que a 
ressurreição nunca é completa, pois alguma coisa retemos do velho homem. Isso porque, enquanto 
estamos encerrados nesta prisão que o nosso corpo é, trazemos sempre conosco as relíquias, ou 
seja, os restos da nossa carne, os quais na mesma proporção diminuem a nossa liberdade. Porque a 
alma fiel, depois da sua regeneração, divide-se em duas partes, entre as quais há uma diferença 
perpétua. Pois, quando é regida e governada pelo Espírito de Deus, ela deseja e ama a imortalidade, 
o que a incita e a induz à justiça, à pureza e à santidade, e assim não medita noutra coisa senão na 
bem-aventurança do reino celestial, e aspira inteiramente à companhia de Deus; e no que 
permanece ainda em seu natural, estando impelida pela lama terrena e envolta em más ambições, 
não enxerga o que de fato é desejável e onde está a verdadeira felicidade. Detida pelo pecado, 
mantém-se longe de Deus e da sua justiça. 
O combate cristão 
Daí surge um combate que põe em ação o homem fiel durante sua vida toda, sendo que pelo 
Espírito é elevado às alturas, e pela carne é levado a desviar-se e é derribado. Segundo o Espírito, 
ele se dirige cheio de ardente desejo para a imortalidade; segundo a carne, desvia-se por um 
caminho que leva à morte. Segundo o Espírito, ele pensa em viver retamente; segundo a carne, é 
atraído pela iniqüidade. Segundo o Espírito, ele é conduzido para Deus; segundo a carne, é levado 
a recuar. Segundo o Espírito, ele condena o mundo; segundo a carne, cobiça os prazeres mundanos. 
Não se trata aqui de uma especulação frívola, da qual não teríamos nenhuma experiência na vida, 
 14 
mas é uma doutrina caracterizada pala prática, que verdadeiramente experimentamos em nós, se 
somos filhos de Deus. 
Autor: João Calvino 
Fonte: As Institutas - Edição Especial, p. 132,133.Editora CEP. Compre este maravilhoso livro em 
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A Queda 
Dados Bíblicos a Respeito da Origem do Pecado 
Na Escritura, o mal moral existente no mundo transparece claramente como pecado, isto é, como 
transgressão da lei de Deus. Nela o homem sempre aparece como transgressor por natureza, e 
surge naturalmente a questão: Como adquiriu ele natureza? Que revela a Bíblia sobre esse ponto? 
1. Não se pode considerar Deus como o seu autor. 
O decreto eterno de Deus evidentemente deu a certeza da entrada do pecado no mundo, mas não se 
pode interpretar isso de modo que faça de Deus a causa do pecado no sentido de ser Ele o seu autor 
responsável. Esta idéia é claramente excluída pela Escritura. "Longe de Deus o praticar ele a 
perversidade, e do Todo-poderoso cometer injustiça", Jó 34.10. Ele é santo Deus, Is 6.3, e 
absolutamente não há falta de retidão nele, Dt 32.4; Sl 92.16. Ele não pode ser tentado pelo mal, e 
Ele próprio não tenta a ninguém, Tg 1.13. Quando criou o homem, criou-o bom e à Sua imagem. Ele 
positivamente odeia o pecado, Dt 25.16; Sl 5.4; 11.5; Zc 8.17; Lc 16.15, e em Cristo fez provisão para 
libertar do pecado o homem. À luz disso tudo, seria blasfemo falar de Deus com autor do pecado. E 
por essa razão, todos os conceitos deterministas que representam o pecado como uma necessidade 
inerente à própria natureza das coisas devem ser rejeitados. Por implicação, eles fazem de Deus o 
autor do pecado e são contrários, não somente à Escrituras, mas também à voz da consciência, que 
atesta a responsabilidade do homem. 
2. O pecado originou-se no mundo angélico. 
A Bíblia nos ensina que, na tentativa de investigar a origem do pecado, devemos retomar à queda 
do homem, na descrição de Gn 3 e fixar a atenção em algo que sucedeu no mundo angélico. Deus 
criou um grande número de anjos, e estes eram todos bons, quando saíram das mãos do seu 
Criador, Gn 1.31. Mas ocorreu uma queda no mundo angélico, queda na qual legiões de anjos se 
apartaram de Deus. A ocasião exata desse quando não é indicada, mas em Jo 8.44 Jesus fala do 
diabo como assassino desde o princípio (kat' arches), e em 1 Jo 3.8 diz João que o diabo peca desde 
o princípio. A opinião predominante é a de que a expressão kat' arches significa desde o começo da 
história do homem. Muito pouco se diz sobre o pecado que ocasionou a queda dos anjos. Da 
exortação de Paulo a Timóteo, a que nenhum neóflito fosse designado bispo, "para não suceder que 
se ensoberbeça, e incorra na condenação do diabo", 1 Tm 3.6, podemos concluir que, com toda a 
probabilidade, foi o pecado do orgulho, de desejar ser como Deus em poder e autoridade. E esta 
idéia parece achar corroboração em Jd 6, onde se diz que os que caíram "não guardaram o seu 
estado original, mas abandonaram o seu próprio domicílio". Não estavam contentes com a sua 
parte, com o governo e poder que lhes fora confiado. Se o desejo de serem semelhantes a Deus foi a 
tentação peculiar que sofreram, isto explica por que tentaram o homem nesse ponto particular. 
3. A origem do pecado na Raça Humana 
Com respeito à origem do pecado na história da humanidade, a Bíblia ensina que ele teve início 
com a transgressão de Adão no paraíso e, portanto, com Um ato perfeitamente voluntário da parte 
do homem. O tentador veio do mundo dos espíritos com a sugestão de que o homem, colocando-se 
emoposição a Deus, poderia torna-se semelhante a Deus. Adão se rendeu à tentação e cometeu o 
 15 
primeiro pecado, comendo do fruto proibido. Mas a coisa não parou aí, pois com esse primeiro 
pecado Adão passou a ser escrevo do pecado. Esse pecado trouxe consigo corrupção permanente, 
corrupção que, dada a solidariedade da raça humana, teria efeito, não somente sobre Adão, mas 
também sobre os seus descendentes. Como resultado da Queda, o pai da raça só pôde transmitir 
uma natureza depravada aos pósteros. Dessa fonte não santa o pecado flui numa corrente impura 
passando para todas as gerações de homens, corrompendo tudo e todos com que entra em contato. 
É exatamente esse estado de coisas que torna tão pertinentes a pergunta de Jó, “Quem da 
imundícia poderia tirar cousa pura? Ninguém”, Jó 14.4. Mas ainda isso não é tudo. Adão pecou não 
somente como o pai da raça humana, mas também como chefe representativo de todos os seus 
descendentes; e, portanto, a culpa do seu pecado é posta na conta deles, pelo que todos são 
passíveis de punição e morte. É primeiramente nesse sentido que o pecado de adão é o pecado de 
todos. É o que Paulo ensina em Rm 5.12: “Portanto, como por um homem entrou o pecado no 
mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos 
pecaram”. As últimas palavras só podem significar que pecaram em Adão, e isso de modo que se 
tornaram sujeitos ao castigo e à morte. Não se trata do pecado considerado meramente como 
corrupção, mas como culpa que leva consigo o castigo. Deus adjudica a todos os homens a condição 
de pecadores culpados em Adão, exatamente como adjudica a todos os crentes a condição de justo 
em Jesus Cristo. É o que Paulo quer dizer, quando afirma: “Pois assim como por uma só ofensa 
veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a 
graça sobre todos os homens para justificação de vida. Porque, como pela desobediência de um só 
homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos.” 
Rm 5.18,19” 
Autor: Louis Berkhof 
Fonte: Teologia Sistemática do autor, pg. 221-223, ed. Cep. Compre este livro em 
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A Queda 
O primeiro Casal humano Pecou 
"Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos, e árvore desejável 
para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu, e deu também ao marido, e ele comeu." (Gn 
3.6) 
Paulo, em Romanos, afirma que todo o gênero humano está naturalmente sob a culpa e o poder do 
pecado, do reino da morte, e sob a inevitável ira de Deus (Rm 3.9, 19; 5. 17,21; 1.18,19; cf. todo 
trecho, 1.18-3.20). Ele retrocede até ao pecado de um homem, a quem, falando em Atenas, descreve 
como nosso ancestral comum (Rm 5.12-14; At 17.26; cf. 1 Co 15.22). Esta é a autorizada 
interpretação apostólica da história registrada em Gênesis 3, onde encontramos a narrativa da 
queda, a desobediência do homem original a Deus e à religiosidade resultando no pecado e na 
perdição. Os pontos principais nessa história, vistos através da lente da interpretação paulina, são 
os seguintes: 
(a) Deus fez do primeiro homem representante de toda a posteridade, do mesmo modo que ia fazer 
de Jesus Cristo o representante de todos os eleitos de Deus (Rm 5.15-19 com 8.29,30; 9.22-26). Em 
cada caso o representante devia envolver todos os que ele representava nos frutos da sua ação 
pessoal, fosse para o bem ou para o mal, exatamente como um líder nacional envolve seu povo nas 
conseqüências de sua ação quando, por exemplo, declara guerra. O plano divinamente escolhido, 
por meio do qual Adão determinaria o destino de seus descendentes, foi chamado pacto de obras, 
embora esta não seja uma expressão bíblica. 
(b) Deus colocou o primeiro homem em um estado de felicidade e prometeu continuar isso para ele 
e sua posteridade, se ele mostrasse fidelidade por meio de um comportamento de obediência 
positiva perfeita, e especificamente por não comer de uma árvore descrita como a árvore do 
conhecimento do bem e do mal. Parecia que a árvore trazia este nome porque a questão era saber 
 16 
se Adão deixaria que Deus lhe dissesse o que era bom e o que era mau, ou procuraria decidir isso 
por si mesmo, desconsiderando o que Deus havia dito. Comendo daquela árvore, Adão estaria, de 
fato, reivindicando que poderia conhecer e decidir o que era bem ou mal para ele, sem qualquer 
referência a Deus. 
(c) Adão, guiado por Eva, que, por sua vez, foi guiada pela serpente (Satanás disfarçado: 2 Co 11.3 
com v.14; Ap 12.9), desafiou Deus comendo o fruto proibido. Os resultados foram, primeiro, que o 
anti-Deus, auto-enaltecido e obstinado, expresso no pecado de Adão tornou-se parte dele e da 
natureza moral que ele transmitiu a seus descendentes (Gn 6.5; Rm 3.9.20). Segundo, Adão e Eva 
viram-se dominados por um senso de poluição e culpa que os fez envergonhados e atemorizados 
perante Deus _ com boa razão. Terceiro, foram amaldiçoados com expectativa de sofrimento e 
morte, e expulsos do Éden. Ao mesmo tempo, contudo, Deus começou a mostrar-lhes a 
misericórdia salvadora; Ele fez para eles vestes de pele para cobrir sua nudez, e prometeu-lhes que 
a semente da mulher esmagaria um dia a cabeça da serpente. Isto prenunciava Cristo. 
 
Embora narrando a história em um estilo um tanto figurado, o Gênesis nos pede que a leiamos 
como história; no Gênesis, Adão liga-se aos patriarcas e com eles ao resto da raça humana pela 
genealogia (cap. 5,10,11), o que faz dele parte significativa da história no tempo e no espaço, tanto 
quanto Abraão, Isaque e Jacó. Todos os principais personagens do livro, exceto José, são 
apresentados como pecadores, de uma forma ou de outra, e a morte de José, como a de quase todos 
os demais na história, é cuidadosamente registrada (Gn 50.22-26); a afirmação de Paulo “em Adão 
todos morrem” (1 Co 15.22) apenas torna explícito o que Gênesis já claramente implica. 
Pode-se argumentar razoavelmente que a narrativa da queda proporciona a única explanação 
convincente da perversidade da natureza humana que o mundo jamais viu. Pascal disse que a 
doutrina do pecado original parece uma ofensa à razão, mas, uma vez aceita, ela faz sentido total 
com toda a condição humana. Ele estava certo, e a mesma coisa pode e deve ser dita da própria 
narrativa da queda. 
Autor: J. I. Packer 
Fonte: Teologia Concisa, Ed. Cultura Crista. Compre este livro em http://www.cep.org.br 
O Pecado 
Romanos 2.1-11; Romanos 3.10-26; Romanos 5.12-19; Tiago 1.12-15; 1 João 1.8-10 
O pecado pode ser ilustrado como um arqueiro atirando uma flecha com seu arco e errando o alvo. 
É claro que isso não quer dizer que não acertar a flecha "na mosca" seja considerado como uma 
questão moral grave. Pelo contrário, a definição bíblica mais simples para pecado é "errar o alvo ". 
Em termos bíblicos, o alvo que não foi atingido são as "normas da lei de Deus, a qual expressa sua 
justiça e representa o padrão supremo para o nosso comportamento. Quando falhamos cm alcançar 
esse padrão, pecamos. 
 
A Bíblia fala da universalidade do pecado em termos de errar o alvo da glória de Deus. "Pois todos 
pecamos e carecem da glória de Deus" (Rm 3.23). Quando dizemos que "ninguém é perfeito" ou 
que "errar é humano" estamos reconhecendo a universalidade do pecado. Todos nós somos 
pecadores necessitando de redenção. 
 
 O pecado tem sido definido como qualquer falta de conformidade com a lei de Deus, ou a 
transgressão de qualquer lei por ele dada como regra à criatura racional. Nesta definição existem 
três dimensões cruciais. Primeiro, o pecado é falta ou ausência de conformidade. Quer dizer, é não 
estar em conformidade com a lei de Deus. Pecado de omissão é deixar de fazer o que Deus ordena. 
Se Deus nos manda amar nosso próximo e não fazemos, isso é pecado. 
 
 Segundo, o pecado é definido como transgressão da lei. Transgredir a lei é ultrapassar seus 
limites, é ir além de seus limites. Por isso, às vezes definimos o pecadocomo "transgredir". 
 17 
Andamos onde não nos é permitido andar. Aqui lidamos de pecados de comissão com os quais 
cometemos ações proibidas por Deus. Quando a lei de Deus é pronunciada em termos negativos, 
"Não farás..." e nós fazemos o que nos é proibido, cometemos pecado. 
 
 Terceiro, pecado é uma ação praticada por criaturas racionais. Como criaturas feitas à imagem de 
Deus, somos agentes morais livres. Visto que temos mente e vontade, somos capazes de realizar 
ações morais. Quando fazemos o que sabemos ser errado, decidimos desobedecer à lei de Deus e 
pecamos. 
 
 O protestantismo rejeita a distinção clássica feita pela teologia católica romana entre pecado venial 
e pecado mortal. A teologia católica tradicional define pecado mortal como um pecado que "mata" 
a graça na alma e requer a renovação da justificação através do sacramento da penitência. O 
pecado venial é aquele de menor gravidade,que não destrói a graça salvadora. 
 
 João Calvino declarou que todo pecado contra Deus é pecado mortal, no sentido em que merece a 
morte, mas nenhum pecado é mortal no sentido em que destrói nossa justificação pela fé. O 
protestantismo afirma que todo pecado é grave. Até mesmo o menor pecado representa um ato de 
rebelião contra Deus. Todo pecado é um ato de traição cósmica, uma tentativa fútil de destituir 
Deus da sua autoridade soberana. 
 
A Bíblia, porém, ainda considera alguns pecados como mais danosos do que outros. Existem 
diferentes graves de perversidade assim como haverá diferentes graus de punição, administrados 
na justiça de Deus. Jesus repreendeu os fariseus por omitirem as questões mais importantes da lei 
e advertiu as cidades de Betsaida e de Corazim porque seu pecado era pior que o de Sodoma e 
Gomorra (Mt 11.20-24). 
 
A Bíblia também nos adverte sobre a culpa decorrente de múltiplos pecados. Embora Tiago ensine 
que pecar contra uma parte da lei é pecar contra toda lei(Tg 2.10), ainda assim nossa culpa cresce 
com cada transgressão particular. Paulo nos admoesta contra acumular ou entesourar ira contra si 
mesmo no dia da ira (Rm 2.1-11). Com cada pecado que cometemos, aumentamos nossa culpa e 
exposição à ira de Deus. Entretanto, a graça de Deus é maior que toda a nossa culpa acumulada. 
 
A Bíblia leva o pecado a sério, porque ela leva Deus a sério e leva também o ser humano a 
sério.Quando pecamos contra Deus, fazemos violência à sua santidade. Quando pecamos contra o 
nosso próximo, violentamos a humanidade dele ou dela. 
Autor: R. C. Sproul 
Fonte: 2º Caderno Verdades Essenciais da Fé Cristã – R.C.Sproul. Editora Cultura Cristã. Compre 
este livro em http://www.cep.org.br 
O Pecado Original 
Gênesis 3.1-24; Jeremias 17.9, Romanos 3.10-26; Romanos 5.12-19, Tifo 1.15 
É comum ouvirmos a afirmação: "As pessoas são basicamente boas". Embora se admita que 
ninguém é perfeito, essa afirmação minimiza a impiedade humana. Se as pessoas são basicamente 
boas, por que o pecado universal? 
 
 Freqüentemente, alguém sugere que todas as pessoas pecam porque a sociedade exerce urna 
influência muito negativa sobre nós. O problema é visto como tendo a ver com nosso meio 
ambiente e não com nossa natureza. Essa explicação da universalidade do pecado levanta a 
pergunta: em primeiro plano, como a sociedade se tornou corrupta? Se as pessoas nascem boas e 
inocentes, poderíamos esperar que pelo menos uma parte delas permanecesse boa e impecável. 
Poderíamos encontrar sociedades não corrompidas, nas quais o meio ambiente tenha sido 
condicionado pela pureza e não pela pecaminosidade. Entretanto, as comunidades mais 
comprometidas com a justiça, descobrimos que elas ainda têm problemas com a culpa do pecado. 
 18 
 
Visto que o fruto é universalmente corrupto, procuramos a raiz do problema na árvore. Jesus 
indicou que uma árvore boa não produz frutos corrompidos. A Bíblia ensina claramente que nossos 
pais originais, Adão e Eva, caíram em pecado. Subseqüentemente, todo ser humano tem nascido 
com uma natureza 'pecaminosa e corrupta. Se a Bíblia não ensinasse isso explicitamente, teríamos 
de deduzi-lo racionalmente do simples fato da universalidade do pecado. 
Mesmo assim, a Queda não é simplesmente urna questão de dedução racional. É uma parte da 
revelação divina. Refere-se ao que chamamos pecado original. Pecado original não indica 
primariamente o primeiro ou original pecado cometido por Adão e Eva. O pecado original refere-se 
ao resultado do primeiro pecado — a corrupção da raça humana. Pecado original refere-se á 
condição caída em que nascemos. 
 
A Bíblia deixa claro que a Queda realmente aconteceu. Foi um evento devastador. A forma como 
aconteceu tem sido debatida até mesmo entre os pensadores da Reforma. A Confissão de 
Westminster explica o evento de forma simples, da maneira como a Bíblia o explica: 
Nossos primeiros pais, seduzidos pela astúcia e pela tentação de Satanás, pecaram ao comer o fruto 
proibido. Segundo o seu sábio e santo conselho, foi Deus servido permitir este pecado deles, 
havendo determinado ordená-lo Para sua própria glória. 
 
Assim ocorreu a Queda. Os resultados, entretanto, atingiram muito além de Adão e Eiva. Não 
apenas atingiram toda a humanidade, mas dizimaram toda a raça humana. Somos pecadores em 
Adão. Não podemos perguntar: "Quando um indivíduo se torna pecador?" A verdade é que o ser 
humano já vem à existência no estado de pecador. Os seres humanos são vistos por Deus como 
pecadores por causa de sua solidariedade com Adão. Novamente, a Confissão de Westminster 
expressa elegantemente os resultados da Queda, particularmente com relação aos seres humanos: 
 
Por este pecado eles decaíram de sua retidão original e da comunhão com Deus, e assim se 
tornaram mortos em pecado e inteiramente corrompidos em todas as faculdades e partes do 
corpo e da alma. Sendo eles o tronco de toda a humanidade, o delito de seus pecados foi imputado 
a seus filhos; e a mesma morte em pecado, bem como a sua natureza corrompida, foram 
transmitidas a toda a sua posteridade, que deles procede por geração ordinária. Desta corrupção 
original, pela qual ficamos totalmente indispostos, incapazes e adversos a todo bem e 
inteiramente inclinados a todo mal, é que procedem todas as transgressões atuais. Art. 6.2-4. 
 
Esta última frase é crucial. Somos pecadores, não porque pecamos. Antes, pecamos porque somos 
pecadores. Por isso Davi lamenta: "Eu nasci na iniqüidade, e em pecado me concebeu minha mãe" 
(SI 51.5). 
Autor: R. C. Sproul 
Fonte: 2º Caderno Verdades Essenciais da Fé Cristã – R.C.Sproul. Editora Cultura Cristã. Compre 
este livro em http://www.cep.org.br 
A Depravação Humana 
Jeremias 17.9; Romanos 8.1-11; Efésios 2.1-3; Efésios 4.17-19; 1 João 1.8-10 
Conforme dissemos no capítulo anterior [O Pecado Original], um ponto comum de debate entre os 
teólogos concentra-se na pergunta: os seres humanos são basicamente bons ou basicamente maus? 
A base sobre a qual o argumento se move é a palavra basicamente. É um consenso praticamente 
universal que ninguém é perfeito. Aceitamos a máxima. que diz que "errar é humano". 
 
 A Bíblia diz que "todos pecaram e carecem da glória de Deus" (Rm. 3.23). A despeito desse 
veredito da falência humana, em nossa cultura dominada pelo humanismo ainda persiste a idéia de 
que o pecado é algo periférico ou tangencial à nossa natureza. De fato, somos maculados pelo 
pecado. Nosso registro moral é repreensível. Mesmo assim, de alguma maneira pensamos que 
nossas obras más residem na extremidade ou na periferia do nosso caráter e nunca penetram o 
 19 
âmago. Basicamente, conforme se supõe, as pessoas são inerentemente boas. 
 
Depois de ser resgatado do cativeiro no Iraque e de ter experimentado em primeira mão os 
métodos corruptos de Sadam Husseim, um refém americano declarou: "A despeito de tudo que 
suportei, nunca perdi a confiança na bondade básica das pessoas", Talvez esta visão se apóie em 
parte sobre atênue escala da bondade e da maldade relativa das pessoas. Obviamente, algumas 
pessoas são muito mais perversas do que outras. Perto de Sadam Hussein ou de Adolf I Hitler, o 
pecador comum fica parecendo santo. Entretanto, se olharmos para o padrão supremo de bondade 
— o caráter santo de Deus —, perceberemos que aquilo que parece ser bondade básica no padrão 
terreno, é extrema corrupção. 
 
A Bíblia ensina a depravação total da raça humana. Depravação total significa corrupção radical. 
Temos de ter cuidado para ver a diferença entre depravação total e depravação absoluta. Ser 
completamente depravado significa ser o mais depravado possível. Hitler era extremamente 
depravado, mas ainda poderia ter sido pior do que era. Eu sou pecador. Mas poderia pecar com 
mais freqüência e com mais gravidade do que faço. Não sou absolutamente depravado, mas sou 
totalmente depravado. Depravação total significa que eu e todas as demais pessoas somos 
depravados ou corrompidos na totalidade do nosso ser. Não existe nenhuma parte de nós que não 
tenha sido tocada pelo pecado. Nossa mente, nossa vontade e nosso corpo estão afetados pelo mal. 
Proferimos palavras pecaminosas,praticamos atos pecaminosos e temos pensamentos impuros. 
Nosso próprio corpo sofre a destruição do pecado. 
 
 Talvez depravação radical seja um termo melhor do que “depravação total” para descrever nossa 
condição caída. Estou usando a palavra radical não tanto no sentido de extremo, mas com um 
sentido mais próximo do seu significado original. Radical vem da palavra latina para “raiz” ou 
âmago”. Nosso problema com o pecado é que ele está enraizado no âmago do nosso ser. Permeia 
todo nosso coração. O Pecado está no nosso âmago e não simplesmente no exterior da nossa vida, e 
por isso a Bíblia diz: 
Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se 
extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. 
Romanos 3. 10-12 
 É por causa dessa condição que a Bíblia dá o seu veredito: estamos “mortos em nossos delitos e 
pecados” (Ef 2.1); estamos “vendidos à escravidão do pecado” (Rm 7.14); somos “prisioneiros da lei 
do pecado” (Rm 7.23) e somos “por natureza filhos da ira” (Ef 2.3). Somente por meio do poder 
transformador do Espírito Santo podemos ser tirados desse estado de morte espiritual. É Deus 
quem nos vivifica, quando nos tornamos feitura dele(Ef 2.1-10). 
Autor: R. C. Sproul 
Fonte: 2º Caderno Verdades Essenciais da Fé Cristã – R.C.Sproul. Editora Cultura Cristã. 
Incapacidade 
OS SERES HUMANOS DECAÍDOS SÃO TANTO LIVRES COMO ESCRAVIZADOS 
“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, 
e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?”Jeremias 17.9 
Uma idéia clara a respeito da condição degradada do homem requer uma distinção entre o que nos 
dois últimos séculos tem sido chamado livre agência e o que desde o começo do Cristianismo tem 
sido chamado livre arbítrio. Agostinho, Lutero, Calvino e outros falaram do livre arbítrio em dois 
sentidos, o primeiro trivial, o segundo importante; mas isso é confuso, sendo melhor sempre usar 
livre agência para o seu primeiro sentido. 
 20 
A livre agência é uma marca dos seres humanos como tais. Todos os seres humanos são agentes 
livres no sentido de que tomam suas próprias decisões a respeito do que fazer, escolhendo o que 
lhes agrada à luz de seu discernimento do que é certo e errado e das inclinações que sentem. Assim 
foi Adão, antes e depois de suas escolhas voluntárias. Assim foi Adão, antes e depois de pecar; 
assim somos nós agora, e assim são os santos glorificados que estão confirmados na graça em tal 
sentido que eles não mais tem em si esta inclinação para cometer pecado. A incapacidade para 
pecar será um dos deleites e glórias do céu, mas não extinguirá a humanidade de ninguém; os 
santos glorificados farão ainda escolhas de acordo com sua natureza, e essas escolhas não serão de 
forma alguma o produto da livre agência humana, exatamente porque elas serão sempre boas e 
retas. 
O livre arbítrio, porém, tem sido definido por eruditos cristãos, a partir do segundo século, como a 
capacidade de escolher todas as opções morais que uma situação oferece, e Agostinho afirmou 
contra Pelágio e a maioria dos Pais gregos que o pecado original nos tirou o livre arbítrio neste 
sentido. Não temos capacidade natural de discernir e escolher os caminhos de Deus, porque não 
temos inclinação natural em direção a Deus; nossos corações são cativos do pecado, e somente a 
graça da regeneração pode libertar-nos desta escravidão. Isto, em substância, foi o que Paulo 
ensinou em Romanos 6.16-23; somente a vontade libertada (Paulo fala em homens libertados) livre 
e fervorosamente escolhe a retidão. Um amor permanente pela retidão - isto é, uma inclinação do 
coração pelo modo de vida que agrada a Deus - é um aspecto da liberdade que Cristo nos dá (Jô 
8.34-36; Gl 5.1,13). 
Vale a pena notar que vontade é uma abstração. Minha vontade não é parte de mim no sentido de 
que eu decida mover-me ou ficar parado, tal como minhas mãos ou meus pés; é precisamente a 
escolha de agir e, em seguida, de entrar em ação. A verdade sobre a livre agência, e sobre Cristo 
libertando o escravo do pecado do domínio do pecado, pode ser mais claramente expresso se a 
palavra vontade for eliminada e cada pessoa diga: Eu sou agente livre moralmente responsável; eu 
sou escravo do pecado que Cristo deve libertar; eu sou o ser degradado que tenho unicamente em 
mim a escolha contra Deus até que Ele renove meu coração. 
Autor: J. I. Packer 
Fonte: Teologia Concisa, Ed. Cultura Crista. Compre este livro em http://ww.cep.org.br 
Pecado Original e Depravação Total 
"Eis que em iniqüidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe." Salmo 51.5 
As Escrituras diagnosticam o pecado como uma deformidade universal da natureza humana, 
deformidade que se manifesta em cada pormenor da vida de cada pessoa (1 Rs 8.46; Rm 3.9-23; 
7.18; 1 Jo 1.8-10). Ambos os Testamentos descrevem o pecado como rebelião contra as normas de 
Deus, como deixar de atingir o alvo que Deus estabeleceu para nós, transgredir a lei de Deus, 
ofender a pureza de Deus pela nossa corrupção e incorrer em culpa diante de Deus, o Juiz. É uma 
mentalidade que luta contra Deus para fazer o papel de Deus. A raiz do pecado é o orgulho e a 
inimizade contra Deus, o espírito visto na primeira transgressão de Adão. E os atos pecaminosos 
têm sempre, atrás de si, pensamentos e desejos que, de um modo ou de outro, expressam a 
deliberada oposição do coração às reivindicações de Deus sobre nossa vida. 
O pecado pode ser definido como quebra da lei de Deus ou falta de conformidade com essa lei, em 
qualquer aspecto da vida, quer nos pensamentos, nas palavras ou nas ações. Entre as passagens das 
Escrituras que ilustram diferentes aspectos do pecado, encontram-se Jr 17.9; Mt 12.30-37; Mc 
7.20-23; Rm 1.18-3.20; 7.7-25; 8.5-8; 14.23 (Lutero afirmou que Paulo escreveu a Carta aos 
Romanos para "ampliar o pecado"); Gl 5.16-21; Ef 2.1-3; 4.17-19; Hb 13.2; Tg 2.10-11; 1 Jo 3.4; 5.17. 
"Pecado Original", que quer dizer pecado derivado de nossa origem, não é uma expressão bíblica (a 
expressão é de Agostinho), mas coloca em foco a realidade do pecado no nosso sistema espiritual. A 
 21 
expressão "pecado original" não significa que o pecado faça parte da natureza humana como tal, 
pois "Deus fez o homem reto" (Ec 7.29). Nem significa que o processo de reprodução e nascimento 
seja pecaminoso; a impureza associada à sexualidade na Lei (Lv 12; 15) era típica e cerimonial e não 
moral. Mais exatamente, "pecado original" significa que a pecaminosidade marca a cada um desde 
o nascimento, na forma de um coração inclinado para o pecado, antes de quaisquer pecados de fato 
cometidos. Essa pecaminosidade íntima é a raiz e a fonte desses pecados atuais. Ela nos foi 
transmitida por Adão, nosso primeiro representante diante de Deus. A doutrina de pecado original 
nos diz que nós nãosomos pecadores porque pecamos, mas pecamos porque somos pecadores, 
nascidos com uma natureza escravizada ao pecado. 
 
A expressão "depravação total" é comumente usada para tornar explícitas as implicações do pecado 
original. Significa a corrupção de nossa natureza moral e espiritual, que é total em princípio, ainda 
que não em grau (porque ninguém é tão mau quanto poderia ser). Nenhuma parte de nosso ser 
está isenta de pecado, e nenhuma de nossas ações é tão boa quanto devia ser. Em conseqüência, 
nada do que fazemos é meritório aos olhos de Deus. Não podemos ganhar o favor de Deus, pouco 
importando o que fazemos; se a graça não nos salvar, estamos perdidos. 
 
Depravação total inclui incapacidade total, o que significa não Ter poder para crer em Deus ou na 
Sua Palavra (Jo 6.44; Rm 8.7-8). Paulo diz que essa incapacidade é uma forma de "morte", pois o 
coração decaído está "morto" (Ef 2.1,5; Cl 2.13). Como diz a Confissão de Westminster (IX.3): "O 
homem, ao cair no estado de pecado, perdeu inteiramente todo o poder de vontade quanto a 
qualquer bem espiritual que acompanhe a salvação; de sorte que um homem natural, 
inteiramente avesso a esse bem e morto no pecado, é incapaz de, pelo seu próprio poder, 
converter-se ou mesmo preparar-se para isso." Para essa escuridão só a Palavra de Deus traz a luz 
(Lc 18.27; 2 Co 4.6). 
Fonte: Bíblia de Estudo de Genebra, Editora Cultura Cristã. Compre esta Bíblia em 
http://www.cep.org.br 
 
Provas Bíblicas da Depravação total 
A intenção neste estudo é disponibilizar vários textos que são usados como prova de que a doutrina 
da Depravação total é ensinada pelas Escrituras. 
Podemos apresentar a seguinte definição de Depravação total: Todos os homens nascem 
totalmente depravados, incapazes de se salvar ou de escolher o bem em questões espirituais. 
Quando Deus criou o homem, lhe concedeu o direito de livre escolha. Colocando-o no paraíso do 
Éden, exigiu obediência: Eles não deveriam comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do 
mal. A pena, caso desobedecessem comendo o fruto seria a pena de imediata morte física e 
espiritual: 
GEN2.16 Ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim podes comer 
livremente; 
GEN2.17 mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás; porque no dia em 
que dela comeres, certamente morrerás. 
Mas Adão e Eva desobedeceram e comeram do fruto proibido (Gn 3:1-7); por conseguinte, trouxe 
morte física e espiritual sobre si mesmo. Deus decretou: 
 22 
GEN3.19 Do suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, porque dela foste tomado; 
porquanto és pó, e ao pó tornarás. 
A partir desta desobediência o pecado infectou o ser de Adão e Eva e criou raízes profundas. Antes 
eram livres em suas escolhas, agora escravos do pecado. 
Ali em Adão estava também a nossa condenação. Por quê? Porque Adão era o representante de 
todos os seus descendentes. O seu castigo caíra sobre ele e também sobre todos seus filhos. 
É isto que o apostolo Paulo ensina. Ele diz: 
 ROM5.12 Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a 
morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram. 
Somos todos mortos. Mas como mortos se estamos vivos? O que Paulo ensina é que além da 
conseqüência da morte física, sobre nós decaiu a morte espiritual. Morto espiritual é a nossa 
insensibilidade, indisposição e falta de desejo pelas coisas espirituais, as coisas de Deus. Está 
expressão “morto” Paulo usa para denotar nossa debilidade em relação a coisas de Deus. Morto não 
fala, não ouve, não vê, não sente, não cheira e nem degusta. Este é nosso estado espiritual antes de 
Deus nos vivificar. 
Veja outros textos que Paulo Escreve: 
 EFE2.1 Ele vos vivificou, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, 
 EFE2.2 nos quais outrora andastes, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das 
potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos de desobediência, 
 EFE2.3 entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a 
vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como também os demais. 
 COL2.13 e a vós, quando estáveis mortos nos vossos delitos e na incircuncisão da vossa carne, vos 
vivificou juntamente com ele, perdoando-nos todos os delitos; 
Por isso que Davi confessou que tanto ele, como os demais homens, foram nascidos em pecado 
quando escreveu Salmo 51 e 58. Ele lá escreveu: 
 SAL51.5 Eis que eu nasci em iniqüidade, e em pecado me concebeu minha mãe. 
 SAL58.3 Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que nasceram, proferindo 
mentiras. 
E em Gêneses encontramos: 
GEN6.5 Viu o Senhor que era grande a maldade do homem na terra, e que toda a imaginação dos 
pensamentos de seu coração era má continuamente. 
GEN8.21 Sentiu o Senhor o suave cheiro e disse em seu coração: Não tornarei mais a amaldiçoar a 
terra por causa do homem; porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice; 
nem tornarei mais a ferir todo vivente, como acabo de fazer. 
 23 
Por isso, dizemos que é preciso nascer de novo. Porque os homens são nascidos em pecado e são, 
por natureza, espiritualmente mortos. Jesus ensinou que, para alguém entrar no reino de Deus, é 
preciso nascer de novo e João 3: 
 JOA3.5 Jesus respondeu: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer da água e do 
Espírito, não pode entrar no reino de Deus. 
 JOA3.6 O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. 
 JOA3.7 Não te admires de eu te haver dito: Necessário vos é nascer de novo. 
Segue outros versículos que descrevem o quanto o homem natural está perdido e desgraçado. 
 GEN6.5 Viu o Senhor que era grande a maldade do homem na terra, e que toda a imaginação dos 
pensamentos de seu coração era má continuamente. 
 GEN8.21 Sentiu o Senhor o suave cheiro e disse em seu coração: Não tornarei mais a amaldiçoar 
a terra por causa do homem; porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua 
meninice; nem tornarei mais a ferir todo vivente, como acabo de fazer. 
 ECL9.3 Este é o mal que há em tudo quanto se faz debaixo do sol: que a todos sucede o mesmo. 
Também o coração dos filhos dos homens está cheio de maldade; há desvarios no seu coração 
durante a sua vida, e depois se vão aos mortos. 
 JER17.9 Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o poderá conhecer? 
 MAR7.21 Pois é do interior, do coração dos homens, que procedem os maus pensamentos, as 
prostituições, os furtos, os homicídios, os adultérios, 
 MAR7.22 a cobiça, as maldades, o dolo, a libertinagem, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a 
insensatez; 
 MAR7.23 todas estas más coisas procedem de dentro e contaminam o homem. 
 JOA3.19 E o julgamento é este: A luz veio ao mundo, e os homens amaram antes as trevas que a 
luz, porque as suas obras eram más. 
 ROM8.7 Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de 
Deus, nem em verdade o pode ser; 
 ROM8.8 e os que estão na carne não podem agradar a Deus. 
 ICOR2.14 Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são 
loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. 
 EFE4.17 Portanto digo isto, e testifico no Senhor, para que não mais andeis como andam os 
gentios, na vaidade da sua mente, 
 EFE4.18 entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há 
neles, pela dureza do seu coração; 
 EFE4.19 os quais, tendo-se tornado insensíveis, entregaram-se à lascívia para cometerem com 
avidez toda sorte de impureza. 
 24 
 EFE5.8 pois outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz 
 TIT1.15 Tudo é puro para os que são puros, mas para os corrompidos e incrédulos nada é puro; 
antes tanto a sua mente como a sua consciência estão contaminadas. 
Antes dos pecadores nascerem no reino deDeus pelo poder regenerador do Espírito, são filhos do 
diabo e estão debaixo de seu controle. São escravos do pecado: 
JOA8.44 Vós tendes por pai o Diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele é homicida 
desde o princípio, e nunca se firmou na verdade, porque nele não há verdade; quando ele profere 
mentira, fala do que lhe é próprio; porque é mentiroso, e pai da mentira. 
 EFE2.12 estáveis naquele tempo sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos aos 
pactos da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo. 
 IITIM2.25 corrigindo com mansidão os que resistem, na esperança de que Deus lhes conceda o 
arrependimento para conhecerem plenamente a verdade, 
 IITIM2.26 e que se desprendam dos laços do Diabo (por quem haviam sido presos), para 
cumprirem a vontade de Deus. 
 IJOA3.10 Nisto são manifestos os filhos de Deus, e os filhos do Diabo: quem não pratica a justiça 
não é de Deus, nem o que não ama a seu irmão. 
 IJOA5.19 Sabemos que somos de Deus, e que o mundo inteiro jaz no Maligno. 
 JOA8.34 Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete 
pecado é escravo do pecado. 
 ROM6.20 Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres em relação à justiça. 
 TIT3.3 Porque também nós éramos outrora insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a 
várias paixões e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos outros. 
O domínio do pecado é universal: todos os homens estão debaixo do seu poder; por conseguinte, 
ninguém é justo, nem um só. 
IICRO6.36 Se pecarem contra ti (pois não há homem que não peque), e tu te indignares contra eles, 
e os entregares ao inimigo, de modo que os levem em cativeiro para alguma terra, longínqua ou 
próxima; 
 JÓ15.14 Que é o homem, para que seja puro? E o que nasce da mulher, para que fique justo? 
 JÓ15.15 Eis que Deus não confia nos seus santos, e nem o céu é puro aos seus olhos; 
 JÓ15.16 quanto menos o homem abominável e corrupto, que bebe a iniqüidade como a água? 
 SAL130.3 Se observares, Senhor, iniqüidades, quem, Senhor, subsistirá?, 
 SAL143.2 e não entres em juízo com o teu servo, porque à tua vista não se achará justo nenhum 
vivente. 
 PRO20.9 Quem pode dizer: Purifiquei o meu coração, limpo estou de meu pecado? 
 25 
 ECL7.20 Pois não há homem justo sobre a terra, que faça o bem, e nunca peque. 
 ECL7.29 Eis que isto tão-somente achei: que Deus fez o homem reto, mas os homens buscaram 
muitos artifícios. 
 ISA53.6 Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava pelo seu caminho; 
mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de todos nós. 
 ISA64.6 Pois todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da 
imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades, como o vento, nos 
arrebatam. 
 ROM3.9 Pois quê? Somos melhores do que eles? De maneira nenhuma, pois já demonstramos 
que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado; 
 ROM3.10 como está escrito: Não há justo, nem sequer um. 
 ROM3.11 Não há quem entenda; não há quem busque a Deus. 
 ROM3.12 Todos se extraviaram; juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há 
nem um só. 
 TIA3.2 Pois todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, esse é 
homem perfeito, e capaz de refrear também todo o corpo. 
 TIA3.8 mas a língua, nenhum homem a pode domar. É um mal irrefreável; está cheia de peçonha 
mortal. 
 IJOA1.8 Se dissermos que não temos pecado nenhum, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade 
não está em nós. 
 IJOA1.9 Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos 
purificar de toda injustiça. 
 IJOA1.10 Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não 
está em nós. 
Os homens, sendo deixados em seu estado de morte, são incapazes, por si mesmos, de se 
arrepender, de crer no evangelho ou de vir a Cristo. Não têm poder, em si mesmos, para mudar sua 
natureza ou preparar-se para a salvação: 
 JÓ14.4 Quem do imundo tirará o puro? Ninguém. 
 JER13.23 pode o etíope mudar a sua pele, ou o leopardo as suas malhas? então podereis também 
vós fazer o bem, habituados que estais a fazer o mal. 
 MAT7.16 Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros, ou figos 
dos abrolhos? 
 MAT7.18 Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má dar frutos bons. 
 MAT12.33 Ou fazei a árvore boa, e o seu fruto bom; ou fazei a árvore má, e o seu fruto mau; 
porque pelo fruto se conhece a árvore. 
 26 
 JOA6.44 Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o ressuscitarei no 
último dia. 
 JOA6.65 E continuou: Por isso vos disse que ninguém pode vir a mim, se pelo Pai lhe não for 
concedido. 
 ROM11.35 Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? 
 ICOR2.14 Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são 
loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. 
 ICOR4.7 Pois, quem te diferença? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por 
que te glorias, como se não o houveras recebido? 
 IICOR3.5 não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a 
nossa capacidade vem de Deus, 
E por fim segue texto que Paulo escreveu de forma geral a situação lamentável do homem natural. 
Romanos 3.10 a 18 
10 Como está escrito:Não há um justo, nem um sequer. 
11 Não há ninguém que entenda;Não há ninguém que busque a Deus. 
12 Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis.Não há quem faça o bem, não há nem um 
só. 
13 A sua garganta é um sepulcro aberto;Com as suas línguas tratam enganosamente;Peçonha de 
áspides está debaixo de seus lábios; 
14 Cuja boca está cheia de maldição e amargura. 
15 Os seus pés são ligeiros para derramar sangue. 
16 Em seus caminhos há destruição e miséria; 
17 E não conheceram o caminho da paz. 
18 Não há temor de Deus diante de seus olhos. 
Aqui estão alguns versículos para demonstração desta doutrina bíblica para nosso proveito. 
Nota: 
¹ Estudo de referencia: David N. Steele e Curtis C. Thomas, Os cindo pontos do Calvinismo, 
http://www.teuministerio.com.br/BRSPORNDESAGSA/vsItemDisplay.dsp&objectID=A87BA59C-
2C12-456F-B0A8092C629D1875&method=display 
Autor: Nilson Mascolli Filho 
Elementos do Pecado Original 
Devemos distinguir dois elementos no pecado original, a saber: 
a. A culpa original. 
A palavra "culpa" expressa a relação que há entre o pecado e justiça, ou, como o colocam os 
teólogos mais antigos, e a penalidade da lei. Quem é culpado está numa relação penal com a lei. 
Podemos falar da culpa em dois sentidos, a saber, como reatus culpae (réu convicto) e como reatus 
poenae (réu passível de condenação). A primeira, que Turretino chama de "culpa potencial", é o 
demérito moral de um ato ou estado. Essa culpa é da essência do pecado e é uma parte inseparável 
da sua pecaminosidade. Prende-se somente aos que praticaram pessoalmente ações pecaminosas, e 
prende-se a eles permanentemente. Não pode ser removida pelo perdão, não é removida pela 
 27 
justificação baseada nos méritos de Jesus Cristo, e muito menos pelo perdão puro e simples. Os 
pecados do homem são inerentemente merecedores de males, mesmo depois que ele foi justificado. 
Nesse sentido, a culpa não pode ser transferida de uma pessoas para outra. O sentido habitual, 
porém, em que falamos de culpa na teologia, é a de reatus poenae. Com isto se quer dizer 
merecimento de punição, ou obrigação de prestar satisfação à justiça de Deus pela violação, feita 
por determinação pessoal. Neste sentido, a culpa não faz parte da essência do pecado, mas é, antes, 
uma relação com a sanção penal da lei. Se não houvesse nenhuma sanção ligada à inobservância 
das relações morais, todo abandono da lei seria pecado, mas não envolveria sujeição a castigo. 
Neste

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