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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO À DISTANCIA
DEPARTAMENTO DE CIENCIAIS SOCIAIS E HUMANAS
LICENCIATURA EM CIENCIAS POLÍTICAS E RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Factores que Contribuíram para o Elevado Índice de Votos Nulos e em Branco nas Eleições Autárquicas de 2013 e 2018 no Conselho Autárquico de Chimoio
Domingos Celino
Chimoio, Agosto de 2020 
		
Resumo
A presente monografia, intitulado Factores que Contribuíram para o Elevado Índice de Votos Nulos e em Branco nas Eleições Autárquicas de 2013 e 2018 no Conselho Autárquico de Chimoio, tem como objetivo conhecer as causas do elevado índice de votos nulos e em brancos nas eleições de 2013 de 2018 na autarquia de Chimoio, o mesmo é de carácter social visto que o tema interessa não só aos políticos, mas também a todo cidadão interveniente no processo de eleições, portanto para efectivação do trabalho recorreu-se a pesquisa exploratória, sendo métodos de recolha de dados a observação directa e a entrevista. O trabalho contém 5 capítulos, dos quais o primeiro é referente as notas introdutórias, o segundo é composto pela revisão da literatura onde são explanados os conceitos abordados na pesquisa, o terceiro é referente as metodologias usadas para tornar possível este trabalho, o quarto capitulo contemplas a apresentação, analise e interpretação dos dados e por fim tem o quinto capitulo que é composto pelas notas conclusivas e sugestões.
Palavras-chave: Eleições, Votos, branco, nulo, autarquia 
Agradecimentos
Em primeiro lugar endereço os meus agradecimentos a Deus pelo dom da vida e proteção divina que proporcionado dia após dia, de seguida quero agradecer a minha família pelo afecto, companhia que tem proporcionado;
Agradeço também:
Ao meu supervisor pelo apoio e correções feitas durante este processo de elaboração da monografia.
À direção do ISCED, o corpo docente pelos conhecimentos transmitidos ao longo da formação;
Ao meu chefe do curso pela ajuda na melhoria do tema previamente escolhido;
Aos meus colegas do curso pela companhia e momentos partilhados juntos nestes 4 anos da carreira estudantil.
Aos meus amigos, colegas do trabalho e familiares em geral.
A todos aqui mencionados vai o muito obrigado!
Dedicatória
Esta dedicatória vai especialmente para todos aqueles que directa e indirectamente deram um contributo positivo na realização deste trabalho, principalmente a minha família, que sempre me encorajou-me em todos os momentos difíceis que eu passava durante o perfil estudantil e por me fazer a pessoa mais feliz do mundo, e em geral aos meus filhos e amigos que sempre estiveram ao meu lado em apoio financeiro e emocional.
Lista de tabelas
Tabela 1: nível de conhecimento em relação ao voto nulo e embranco……………………………….24
Tabela 2: nível de eleitores que já depositaram votos em branco nas urnas……………………..25
Lista de Abreviaturas e Acrónimos 
CNE – Conselho Nacional de Eleições 
CRM – Constituição da República de Moçambique
FRELIMO – Frente de Libertação de Moçambique
ISCED – Instituto Superior de Ciências de educação a distancia 
MDM – Movimento Democrático de Moçambique 
MMV – Membro de Mesa de Voto 
RENAMO - Resistência Nacional Moçambicana
STAE – Secretariado técnico de Administração Eleitoral 
Índice 
Declaração	v
Agradecimentos	vii
Dedicatória	viii
Lista de tabelas	ix
1.	Introdução	10
1.1.	Problematização	10
1.2.	Justificativa	11
1.3.	Hipóteses	11
1.4.	Objectivos	11
CAPÍTULO II – Revisão da Literatura	13
2.	Referencial teórico	13
2.1.	Cidadão	13
2.2.	Politica	13
2.3.	Voto	14
2.3.1.	Voto em branco	14
2.3.2.	Espécies de Votos no mundo	15
2.3.2.1.	Voto proporcional	15
2.3.2.2.	Voto maioritário	15
2.3.2.3.	Voto indirecto	16
2.3.2.4.	Voto plural	16
2.3.2.5.	Voto censitário	16
2.3.2.6.	Voto secreto	16
2.3.2.7.	Voto em branco e voto nulo	17
2.4.	Princípios de Representação	17
2.4.1.	Tipos de Abstenção	18
2.4.2.	Causas comuns da Abstenção	18
2.5.	Fraude Eleitoral	19
2.5.1.	Tipos de fraude eleitoral	19
2.5.2.	Votação Manual	19
2.5.3.	Votação Electrónica	20
2.6.	Consequências da abstenção Eleitoral	20
CAPITULO III: METODOLOGIA	21
3.	Tipo de estudo	21
3.1.	Método	21
3.2.	Etnográfico	22
3.3.	Bibliográfico	22
3.4.	Técnicas e instrumentos de recolha de dados	22
3.5.	Universo da pesquisa	23
3.5.1.	Amostra da pesquisa	23
Capitulo IV	25
4.	Apresentação e análise de resultados	25
4.1.	Apresentação de resultados sobre o conhecimento deste problema pela população	25
CAPITULO V – Conclusão e recomendações	31
5.	Conclusão	31
5.1.	Recomendações	32
6.	Referências bibliográficas	33
Apêndices 
Anexos 
xii
1. Introdução 
As eleições são um elemento central no processo democrático e na  escolha  que  os cidadãos têm em termos de governação. Democracia é governo do, pelo e para o povo. As eleições assumem uma importância significativa no processo de formação da democracia e nas consequências políticas que daí advêm.
Segundo (Powell, 2002), as eleições dão ao povo a oportunidade de influenciar as políticas públicas, e  são  elas, os instrumentos que  permitem  aos cidadãos forçar ou  encorajar  os governantes a  prestarem-lhes atenção. As eleições são utilizadas pelos cidadãos para, por um lado, escolher entre potenciais equipas de governantes e, por outro lado, para premiar ou punir os governos incumbentes. Nas democracias modernas, parte-se do princípio que os governantes executam as políticas que os cidadãos querem e  que  esta responsabilidade seja  levada em conta  por parte  de  quem governa.  Assim  sendo, o pressuposto na análise democrática é que os cidadãos votam de acordo com as suas preferências em termos de políticas públicas. Contudo, o que os estudos do voto nulo têm salientado é que tal pode  não acontecer. Em específico, os incentivos presentes no sistema político  –  em especial a natureza do sistema eleitoral, podem levar  os eleitores a  não votarem nos partidos que  sentem que  melhor os representam, privilegiando avaliações estratégicas em detrimento de considerações sinceras.
1.1. Problematização 
Segundo Albert Hirschman, um dos problemas da ampliação do sufrágio é o monopólio da legitimidade do voto. O voto popular seria uma forma reduzida de acção política, que acaba tornando o cidadão comum politicamente fraco, pois ele está isolado e diluído em milhões de outras pessoas formalmente iguais. Nesta linha de pensamento, Richard Flathman (1996) afirma que os cidadãos comuns têm duas escolhas: ou obedecem aos comandos, ou desligam-se da associação política. Ele cita uma terceira opção, conhecida como “desobediência passiva” ou “civil”, na qual o comportamento é de submissão pacífica e interiormente o cidadão encontra-se em estado de insatisfação e rebeldia, mas está limitado pelo monopólio da legitimidade do voto.
O Povo Moçambicano sofreu uma Guerra Civil durante os 16 anos, no qual se traduziu num conflito armado que envolvia as duas forças antagónicas a Renamo e o Governo da República Popular de Moçambique. Este conflito terminou com a previsão constitucional do Sistema Multipartidarismo em Moçambique através da Constituição de 1990, culminando com assinatura do Acordo Geral de Paz no dia 4 de Outubro de 1992 em Roma capital da Itália. Neste contexto, foram realizadas as primeiras eleições gerais e multipartidárias em 1994. 
No que tange as eleições Autárquicas, como é do nosso conhecimento que a história das eleições autárquicas que foram realizadas no ano de 1998. Em relação a essas eleições Autárquicas são notórios números elevados de abstenções e votos nulos com destaque a abstenção não presencial. A partir do pressuposto acima, surge a seguinte questão da pesquisa: Que factores contribuíram para elevado índice de votos nulos e em brancos nas eleições autárquicas de 2013 e 2018. Caso da autarquia de Chimoio?
1.2. Justificativa 
A presente pesquisa justifica-se pelo simples factores de nas eleições autárquicas anteriores ter-se verificado um alto índice de votos nulos e em branco na autarquia de Chimoio, e com esta pesquisapretende-se apurar as possíveis causas que estejam por detrás deste fenômeno, para posteriormente sanar-se por completo ou minimizar-se o problema nesta autarquia e que os eleitores estejam cientes do seu dever cívico. 
1.3. Hipóteses 
H1. A insuficiência de educação cívica por parte dos órgãos eleitorais leva a abstenção nas eleições autárquicas. 
H2. A desconfiança dos eleitores devido as alegadas fraudes, candidatos e dos partidos políticos contribui a abstenção não presencial nas eleições autárquicas. 
H3. O desconhecimento do valor e a importância de votação por parte dos eleitores viabiliza a abstenção não presencial nas eleições autárquicas. 
1.4. Objectivos
Geral 
· Conhecer os factores que influencia no elevado índice de votos nulos e em branco nas eleições autárquicas de 2013 e 2018
Específicos 
· Identificar os factores associados ao elevado índice de votos nulos 
· Analisar as causas do elevado índice de votos nulos e abstinência nas eleições autárquicas
· Propor medidas de modo a combater esse problema 
CAPÍTULO II – Revisão da Literatura 
2. Referencial teórico 
2.1. Cidadão
Cidadão é o habitante da cidade, e tem o direito de gozar de seus direitos civis e políticos do Estado em que nasceu, ou no desempenho de seus deveres para com este. O cidadão ao ter consciência e exercer seus direitos e deveres para com a pátria está praticando a cidadania. (Mullainathan, 2006).
Ser cidadão é ter direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei: ter direitos civis. É também participar no destino da sociedade, votar, ser votado, ter direitos políticos. Os direitos civis e políticos não asseguram a democracia sem os direitos sociais, aqueles que garantem a participação do indivíduo na riqueza coletiva: o direito à educação, ao trabalho justo, à saúde, a uma velhice tranqüila.
Exercer a cidadania plena é ter direitos civis, políticos e sociais. Expressa a igualdade dos indivíduos perante a lei, pertencendo a uma sociedade organizada. É a qualidade do cidadão de poder exercer o conjunto de direitos e liberdades políticas, socio-econômicas de seu país, estando sujeito a deveres que lhe são impostos. Relaciona-se, portanto, com a participação consciente e responsável do indivíduo na sociedade, zelando para que seus direitos não sejam violados.
A cidadania instaura-se a partir dos processos de lutas que culminaram na Independência dos Estados Unidos da América do Norte e na Revolução Francesa. Esses dois eventos romperam o princípio de legitimidade que vigia até então, baseado nos deveres dos súditos e passaram a estruturá-lo a partir dos direitos do cidadão. Desse momento em diante todos os tipos de luta foram travados para que se ampliasse o conceito e a prática de cidadania e o mundo ocidental o estendesse para a s mulheres, crianças, minorias nacionais, étnicas, sexuais, etárias.
2.2. Politica
Segundo Aristóteles, a política é a ciência que tem por objectivo a felicidade humana e divide- se em ética, e na política propriamente dita. A política situa -se no âmbito das ciências práticas, ou seja, as ciências que buscam conhecimento como meio para a acção. Também pode ser definida como sendo o exercício do poder para a resolução de conflito de interesses.
2.3. Voto
Modelos de escolha de voto variam bastante e o conceito sempre é que o eleitor decide com base nas suas preferências ou crenças. Seja o desejo do eleitor moldar o resultado das eleições para algo mais próximo da sua vontade ou tenham vontade de se expressar suas crenças e convicções. Psicólogos, diferenciando os modelos de preferencias ou crenças, assumem que as acções passadas influenciam as atitudes futuras. (Mullainathan, 2006).
O voto representa, grosso modo, uma escolha, uma opção dentre as várias alternativas “oferecidas” numa eleição Segundo Moacir palmeira
, (...) o voto não é necessariamente uma empresa individual (...), a questão da intencionalidade pode não ser pertinente, não está necessariamente em jogo uma escolha; a importância das eleições pode não se resumir à indicação de representantes ou governantes... (Palmeira, 1992).
A ideia é que o voto implica mais que uma escolha (racional), é ainda o reflexo do processo de adesão, relacionado ao contexto sociocultural em que estão inseridos indivíduos e grupos. Ou seja, votar significa expressar a adesão ou o posicionamento político do eleitor, de acordo com a ideia que ele possui acerca do mundo da política, e o local que este pretende e ocupa em tal espaço.
A votação requere pouco tempo por parte do eleitor. Este tem de ter habilidade e iniciativa mas não dispensa muito tempo com isso, uma vez que se limita a seguir as regras que lhe são impostas. A maior iniciativa parte das elites políticas ou das próprias regras institucionais, e não do próprio eleitor. O voto é, assim, a forma de participação mais importante, acessível a todos, e a forma mais direta na medida em que produz os resultados mais imediatos no sistema político. Contudo, existem outras formas de participação política como a filiação nos partidos, ser membro de associações, participação em campanhas eleitorais, exercício de cargos públicos ou políticos, protestos etc.
2.3.1. Voto em branco 
O voto em branco, em geral, não expressa preferência, e também não corresponde a um voto “vazio”. O cidadão deposita uma cédula inalterada na urna, ou aperta o botão “branco” na urna eletrônica, e o único registro é a presença de sua pessoa no dia de eleição, mas não de sua escolha. Corresponde, no mínimo, a um comparecimento às urnas, mas, como o voto nulo, o voto em branco faz parte da esfera de votos estéreis (Costa, 1999). 
Assim como o voto em branco, o voto nulo não apresenta uma escolha. “A doutrina costuma distinguir, dentre os eleitores que votam nulo, aqueles que o fazem deliberadamente e os que o fazem por ignorância ou erro, sem consciência da impropriedade de sua escolha” (Costa, 1999). No caso de anulação deliberada de votos, associa-se um comportamento de protesto político ao alheamento eleitoral. A abstenção, por último, caracteriza-se pelo não comparecimento do eleitor às urnas em dias de eleição. Ela é a manifestação mais clara de apatia ou de protesto eleitoral.
2.3.2. Espécies de Votos no mundo
2.3.2.1. Voto proporcional
O voto de representação proporcional começou a ser cogitado em meados do século XIX no Reino Unido, onde, no entanto, nunca teve vigência. Funda-se no conceito segundo o qual o sistema majoritário pode deixar sem representação minorias consideráveis, às vezes numericamente próximas da maioria vitoriosa. O voto proporcional se aplica pelo sistema de quocientes, obtidos pela divisão do número de votantes pelo de postos a serem preenchidos. Todo candidato que atingir tal quociente estará eleito. No Brasil, o voto proporcional é preconizado desde o advento da República. Vários juristas o defenderam, depois disso, mas tal espécie de voto só encontrou aplicação na lei eleitoral de 1933. Este tipo de representação em Moçambique a Renamo sempre procurou formas para alcançar, mas se demostra que não nunca foi usado no Estado pioneiro.
2.3.2.2. Voto maioritário
Com o voto maioritário, elege-se o candidato que obtiver maior número de votos que seu competidor, ou competidores. Em alguns países, a legislação eleitoral exige a maioria absoluta dos votos — metade mais um — expressos na circunscrição eleitoral. O sistema maioritário pode ser segundo a maioria relativa, no qual é eleito o candidato que obtiver maior número de votos. É o que está tradicionalmente em vigor no Reino Unido, no quadro do escrutínio uni nominal. No Brasil, a constituição de 1988 estabelece um segundo turno eleitoral para os cargos executivos que não forem preenchidos por maioria absoluta no primeiro turno. Concorrem os dois candidatos mais votados no primeiro turno. Em Moçambique também a lei eleitoral vigente de Moçambique preconiza que o vencedor das eleições é aquele que possui o número elevado de votos.
2.3.2.3. Voto indirecto
O voto indirecto é o que o eleitor primário conferea outro eleitor, que fica incumbido da eleição final. No Brasil, o sistema de voto indirecto, copiado da constituição espanhola de 1812, foi adoptado por José Bonifácio, quando de suas instruções normativas para a eleição dos deputados brasileiros às cortes de Lisboa. O sistema indirecto prevaleceu, no império, até 1881, quando o voto directo foi estabelecido pelo conselheiro José António Saraiva, presidente do conselho, na lei que tomou seu nome. Na república sempre foi adoptado o voto directo, excepto a partir de 1964, quando o governo militar adoptou o voto indirecto para os cargos executivos. A constituição de 1988 restabeleceu o voto directo para esses cargos.
2.3.2.4. Voto plural
O voto plural pode existir em mais de uma modalidade. Por exemplo, no sistema eleitoral da Primeira República, nas eleições para deputado federal, o eleitor tinha direito a tantos votos quantos fossem os candidatos apresentados por seu distrito e os eleitores especiais dispunham de um número de votos correspondente ao de filhos, ou dependentes. 
2.3.2.5. Voto censitário
Baseado nos rendimentos pessoais, exigia comprovação de ingressos para o reconhecimento da capacidade eleitoral, o que afastava das urnas sectores consideráveis de classes economicamente menos expressivas. Essa forma de voto, generalizada no princípio do século XIX, foi sendo abandonada e só voltou a aparecer excepcionalmente, ou de forma indirecta.
2.3.2.6. Voto secreto
A instituição do voto secreto nos pleitos federais no Brasil só entrou em vigor a partir de 1932, com o código eleitoral, embora fosse reivindicação antiga e constasse da legislação dos estados de São Paulo e Minas Gerais, pouco antes da revogação da constituição de 1891. Na Europa continental é generalizado o uso de urnas fechadas com uma única abertura para os boletins de voto, que só podem ser abertas para contagem depois de terminada a votação. Nos Estados Unidos, são cada vez mais usados cartões perfurados e máquinas de votar, que permitem maior rapidez na apuração dos resultados eleitorais. Este tipo de voto em Moçambique é usual, conforme elenca o art 77 da Lei 7/2013 de 22 de Fevereiro conjugado com art 73 da CRM de 2004.
2.3.2.7. Voto em branco e voto nulo
“A expressão voto nulo é usada para designar quando numa eleição, o eleitor comparece ao local da votação, mas decide não votar em nenhum dos candidatos participantes do pleito, enquanto o voto em branco o eleitor deposita na urna da mesma forma que recebeu sem fazer nada”. Este tipo voto em Moçambique está elencado nos art 108 e 109 da Lei 7/2013 de 22 de Fevereiro.
2.3.3. Modelo político e económico do voto 
Alguns autores como Mayer (1997), Sibileau (1997) afirmam que muitas vezes um elevado nível de recursos e de informação política, de que resultam maiores níveis de exigências relativamente ao desempenho do sistema político, os indivíduos não são batente autónomos frente a pressões grupais como pautam os seus comportamentos eleitorais por um posicionamento estratégico perante a oferta eleitoral, e aquilo que esta em jogo em cada eleição. Assim na perspectiva de Sibileau (1997) a abstenção política resultaria de um posicionamento estratégico dos eleitores frente a conjuntura política. Pois, o eleitor participa numa eleição se percebe o valor político do voto e a utilidade política que a eleição apresenta.
2.4. Princípios de Representação
Os sistemas eleitorais dividem-se em dois tipos, de acordo com o princípio de representação ou seja, a relação pretendida entre votos e assentos parlamentares.
Se o objectivo for de criar uma maioria parlamentar para um ou número limitado de partidos, temos uma representação por maioria. Neste caso, os resultados eleitorais pode conduzir a uma maioria ou menor desproporção entre votos e assentos parlamentares.
No outro caso, o objectivo será de reflectir com a maioria fidelidade possível, a relação de forças sociais e políticas existentes, ou seja, garantir uma relação aproximadamente proporcional entre votos e assentos. Isto não significa que todos os sistemas de representação proporcional ou de maioria tenhamos efeitos teóricos idênticos. Antes pelo contrário, eles posicionam-se numa escala algures entre sistemas altamente desproporcionais ou de maioria e um sistema proporcional puro.
O posicionamento de um dado sistema nesta escala depende do grau de cumprimento do seu princípio de representação. Alguns fazem-nos melhor que outros. Isto. Por sua vez, depende da combinação de elementos técnicos dos respectivos sistemas eleitorais.
2.4.1. Tipos de Abstenção
· Não-presencial: o eleitor expresso a abstenção ausentando-se do instrumento de votação.
· Presencial: o eleitor utiliza o instrumento de votação para expressar a atitude abstencionista.
· Uma forma de diferenciar os dois tipos de abstenção, é recorrendo a uma analogia às sondagens de opinião, em que a abstenção não-presencial corresponde ao "Não quer responder" e abstenção presencial ao "Não sabe/Não responde".
2.4.2. Causas comuns da Abstenção
A abstenção é resultante de uma ou várias razões em baixo enunciadas:
· Desagrado pelo sistema de votação vigente e/ou modelo de Democracia.
· Desigualdade colossal na exposição de partidos e candidatos à PR, Município nos Media (normalmente presente em regimes totalitários, e sistemas bipartidaristas).
· Falta de esclarecimento eleitoral (mais concretamente: informação sobre programas, regras eleitorais, informação pormenorizada sobre candidatos à Presidência da República, Município ou qualquer outra legislação de contexto político).
· Desmobilização do eleitorado pela divulgação de sondagens em tempo de campanha as quais dão ênfase reforçado na necessidade de voto útil nos "grandes partidos" (normalmente constatada em sistemas bipartidaristas)
· Não-identidade com nenhum programa dos partidos ou em candidatos à Presidência da República ou do Município.
· Barreiras sociais de acesso ao voto (inexistência de novas tecnologias de votação: internet e telefone, incapacidade seja no custeamento da deslocação seja por incapacidade física na mobilidade ao local de voto).
· Desinteresse generalista pela classe política.
· Falhas de ordem técnica nos instrumentos de votação.
· Erro na contagem de eleitores nos cadernos eleitorais. (os chamados "eleitores fantasma").
· Forma de protesto contra alguma lei ou leis que originam descontentamento do povo, que em muitos casos está associado a boicotes eleitorais.
Muitos defensores da "obrigatoriedade de voto" têm uma visão simplista crendo que desta forma assegura-se a resolução da problemática da abstenção. Contudo para que exista obrigação de voto, é necessário garantir o aprofundamento da Democracia a todos os níveis eliminando todos os obstáculos atrás enunciados, pois caso contrário, o problema da abstenção origina outro problema: voto inconsciente.
2.5. Fraude Eleitoral
Uma fraude eleitoral é a intervenção deliberada numa eleição com o propósito de impedir, anular ou modificar os resultados reais, favorecendo ou prejudicando alguma candidatura, partido ou coligação. Outra maneira de fraude ou crime pode ser através da compra de votos que ocorrem com o uso de dinheiro ou qualquer bem, promessas.
2.5.1. Tipos de fraude eleitoral
Existe a possibilidade de ocorrência de fraudes eleitorais em uma ou mais etapas do processo. Considerando os dois sistemas de votação existentes, as técnicas de fraude eleitoral mais comum são:
2.5.2. Votação Manual
· Eleitorado fantasma: incluir nomes de eleitores inexistentes no Cadastro Nacional de Eleitores, ou manter como activos eleitores já falecidos, para que de alguma forma alguém, de carne-e-osso, vote no lugar deles (Voto fantasma).
· Substituição de eleitores: consiste em fazer com que uma pessoa vote em lugar de outra ou outras, por exemplo, passando por pessoas falecidas.
· Compra de votos ou coacção sobre eleitores para impedir que livremente elejam candidatos ou opções propostas na votação.
· Roubo de urnas eleitorais ou boletins eleitorais antes de serem devidamente apurados e contados.
· Adulteração dasactas eleitorais modificando os números dos resultados reais.
· Substituição de boletins eleitorais, actas, etc.
· Introdução de boletins pré-preenchidos nas urnas
· Quebra de corrente propositada fazendo com que os sistemas de cálculo electrónicos possam sem manipulados através da substituição de valores em bases de dados.
· Suborno das pessoas que contam os votos.
2.5.3. Votação Electrónica
São possíveis as seguintes modalidades de fraudes potenciais em votação electrónica:
· O eleitor fantasma - idem à fraude em votação manual
· Clonagem de urnas electrónicas - adulteração das "Tabelas de Correspondência Esperadas" para permitir a introdução de resultados falsos produzidos em urnas normais que não seriam utilizadas na eleição.
· Voto-de-cabresto pós-moderno - coacção de eleitores sob o argumento de que o voto nas urnas electrónicas serão identificados.
· Compra de votos - idem votação manual. O eleitor coagido é induzido a fotografar a tela das urnas electrónica para comprovar o voto.
· Voto cantado - provocar a falha na leitura dos disquetes de resultados, para substituir esses resultados por outros produzidos no sistema de Voto Cantado que é usado após a eleição.
· Ataque final - adulteração do banco de dados com os resultados (pode deixar muitas pistas). “Em relação a fraude eleitoral, visto que o caso Moçambicano que adere o voto manual, é punível no ordenamento jurídico pátrio”
2.6. Consequências da abstenção Eleitoral
Em relação as consequências de abstenção eleitoral, importa salientar que uma vez que os eleitores se eximem de escolher os seus representantes terá como consequência no isolamento na decisão política na vida dos seus Municípios ou do seu próprio País. Neste caso, a Cidade de Nampula apesar de ter o maior número dos inscritos a taxa de afluência nas urnas foi de 26,78% nas quartas eleições autárquicas demostrando uma abstenção não presencial de 73,22%.
CAPITULO III: METODOLOGIA
3. Tipo de estudo
Em relação a forma de abordagem do problema a pesquisa será quantitativa com base na tipologia de Sinnott (2003). Esta tipologia revela-nos relevante por sintetizar diferentes abordagens que influenciam a participação e abstenção eleitoral articulando-os em dois níveis, institucional e individual. Circunscrevemo-nos basicamente na busca da compreensão dos factores que motivam o elevado índice de votos nulos e em branco na autarquia de Chimoio, no sentido de compreender os factores que influenciaram na abstenção. 
Para a realização deste trabalho, basear-se-á ao método de observação directa, andando e recolhendo informação ao longo da CNE e nas sedes dos partidos políticos. Será também usado o método bibliográfico que consiste em: 
“...leitura de um conjunto de livros sobre um determinado assunto, para levantamento e análise do que já se produziu”, GIL (2002:43). 
Portanto, far-se-á o uso deste método na medida em que analisar-se-á e levantar-se-á outros aspectos de igual relevância a partir de obras bibliográficas sobre a temática. Em fim o uso do método analítico que se baseia na análise de diferentes artigos que versam sobre o tema em estudo. Uma vez que o objectivo central da pesquisa é perceber em que medida os critérios de constituição da CNE determinam as formas de funcionamento e por conseguinte o resultado produzido pela mesma para o processo de consolidação democrática.
3.1. Método
Segundo (RUDIO, 2007, p. 17). Método científico é o caminho a ser percorrido, demarcado, do começo ao fim, por fases e etapas. Os métodos planejados para esta pesquisa são a indução, etnografia e a bibliografia.
Os métodos planejados para esta pesquisa são a indução, etnografia e a bibliografia.
Em relação ao projecto será usado o método indutivo, que Segundo LAKATOS (1997:28), a indução é o processo mental por intermédio do qual, parte de dados particulares suficientemente constatados no local, podem ser generalizados. Neste sentido a exploração de dados irá ser duma forma ascendente, isto é parte-se dos casos de cada membro que pratica ou vive naquele local que se pratica estes actos de abstenção eleitoral e por fim generalizar-se-ão os dados obtidos em números suficientemente para confirmarem a suposta realidade. Portanto, a partir deste método fazer-se-á a colecta de dados no local e depois fazer-se-á uma análise destes com a percepção geral do assunto em análise. 
3.2. Etnográfico
Martyn e Atkinson (1994:1) concebem a etnografia como a penetração do pesquisador no ambiente da amostra a fim de colher dados realísticos acerca da questão em estudo. Assim irei ao contacto da amostra previamente seleccionada para vivenciar a problemática.
3.3. Bibliográfico
Contacto com todo escrito sobre o assunto (…) Lakatos (2001:43-44).
Em consonância com o autor, percorrerei diversas obras relativas ao assunto em discussão para solidificar a minha pesquisa.
3.4. Técnicas e instrumentos de recolha de dados
· Far-se-á o uso de entrevista de exploração usando a abordagem qualitativa aliada a análise de dados de natureza quantitativa. Foi privilegiada a realização de entrevistas com académicos que já analisaram a matéria, bem como com os actores que estiveram directamente ligados ao processo da formação da CNE e as comissões subsequentes que supervisionaram o processo eleitoral: 
· Entrevista semi-estruturada, neste tipo de entrevista, o entrevistador faz perguntas pré-estabelecidas que considere principais, mas está livre para ir além, podendo elaborar novas perguntas que tornem as respostas mais completas. A técnica de entrevista semi-estruturada, apresenta como vantagens a uniformidade das questões pré-estabelecidas, o que possibilita comparar dados de respostas, e também a possibilidade do entrevistador, ao perceber a necessidade de aprofundamento de uma questão, buscar outras questões que permitam tal aprofundamento.
· Revisão da literatura: através desta técnica procede-se ao levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e electrónicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites de autores que fazem abordagem sobre o tema, uma vez que não existe em ciência um problema que ainda não tenha sido estudado, e assim, se buscam os pressupostos teóricos para compreender o problema de modo a sustentar este estudo.
· Questionários, com perguntas decididas anteriormente, lendo-as e anotando as respostas dos sujeitos, sem acrescentar novas perguntas durante a entrevista. A análise vai ser apoiada pela leitura de documentos e pelas entrevistas semi-estruturadas.
As entrevistas serão igualmente dirigidas aos actores políticos directamente envolvidos no processo eleitoral, isto é, os partidos políticos, designadamente, Frelimo, partido no poder; Renamo, a maior força política na oposição; o MDM (Movimento Democrático de Moçambique), uma nova força política moçambicana que conquistou 8 assentos no parlamento após a realização das eleições de 2009. Privilegiou-se igualmente entrevistas com Organizações da Sociedade Civil que elegeram membros para a CNE, bem como as organizações da sociedade civil que submeteram candidaturas e não foram seleccionadas para compor a instituição em estudo.
3.5. Universo da pesquisa
Trata-se de um estudo de caso, a pesquisa envolve universo e amostra, na qual configuram os principais elementos que controlam o sistema eleitoral em Moçambique.
Segundo OLIVEIRA, (2002:72). O universo ou população é o conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum dependem do assunto a ser investigado. Para esse estudo, constituirá o universo da pesquisa 200 membros que compõem a CNE, membros da sociedade civil e membros dos partidos políticos.
3.5.1. Amostra da pesquisa
Para efectivação do trabalho será usada o tipo de amostra simples que para Lakatos (op cit.:42) consiste na escolha de um indivíduo, entre a população e ao acaso (aleatória) quando cada membro da população tem a mesma probabilidade de ser escolhido.
A pesquisa vai-se direccionar aos membros que compõem a CNE, membros da sociedade civil e membrosdos partidos políticos, constitui o universo desta pesquisa todo interveniente do processo eleitoral. 
No tocante ao tamanho da amostra vai-se usar a margem de precisão de intervenientes de modo a evitar as possíveis falhas, mas se o número dos intervenientes for menor será usado a margem de 100%, pois este tipo de amostra é a mais recomendada para o tipo de pesquisa. Importa salientar que para a determinação dessa amostra baseou-se nos procedimentos apresentados por Krejcie e Morgan (1970), in Gerardi Silva (1981), citado por Magalhães (2002).
 
Capitulo IV
4. Apresentação e análise de resultados 
Neste capítulo estão apresentados os resultados obtidos no terreno em relação a pesquisa realizada, portanto os dados foram colhidos num período de 15 dias e a posterior a sua analise e interpretação foram realizadas num período de 10 dias para que estes que sejam claros de modo a responder a questão de partida que a analise dos factores que influenciam no elevado índice de votos nulos e brancos nas eleições autárquicas de 2013 e 2018 no conselho autárquico de Chimoio.
4.1. Apresentação de resultados sobre o conhecimento deste problema pela população 
No que concerne ao conhecimento desta causa foram entrevistados 70 munícipes da autarquia de Chimoio de modo a perceber até que ponto os munícipes estão informados acerca do processo de eleições deste a campanha de educação cívica ate ao processo de votação.
Portanto abaixo apresentam-se os resultados obtidos na entrevista feita aos munícipes.
Tabela 1: nível de conhecimento em relação ao voto nulo e embranco
	Resposta 
	Nr. De munícipes 
	Percentagem 
	Sim 
	60
	85.7
	Não 
	10
	14.3
	Talvez 
	0
	0
	Total 
	
	100%
Fonte: Autor 
Segundo a tabela acima apresentada, foram entrevistados 70 munícipes dos quais 60 que correspondem a 85.7%, afirmam já terem ouvido falar dos votos nulos e em branco, o que é um sinal positivo pois o eleitor que vai as urnas doptado de conhecimentos em relação a esse fenómeno está ciente do que vai fazer. O resto dos munícipes entrevistados que correspondem a 14.3% afirmam nunca ter ouvido falar de votos nulos e branco o que é muito alarmante pois todo eleitor deve se fazer as urnas ciente do que vai la fazer para evitar que o seu voto seja inutilizado.
A tabela abaixo é referente ao nível de eleitores que já depositaram votos em branco nas urnas, ou por algum motivo os seus votos formam anulados por falta de observância das regras previamente explicadas pelos MMV’s no que concerne ao preenchimento dos boletins de voto.
Tabela 2: nível de eleitores que já depositaram votos em branco nas urnas
	Resposta 
	Nr. De munícipes
	Percentagem 
	Sim 
	5
	7,1
	Não 
	52
	74,3
	Não sei 
	13
	18,6
	Total 
	70 
	100%
Fonte: autor 
Segundo os dados obtidos em relação a prática desse acto por parte dos munícipes importa referir que dificilmente o mesmo saiba se preencheu correctamente o boletim de voto porque o mesmo não participa o processo de contagem e validação dos votos, mas os entrevistados deram o seu parecer em relação a esta questão, 5 dos entrevistados afirmaram que já depositaram votos em branco justificando que não tinha nenhum candidato que satisfazia aquilo que são seus anseios no que tange ao desenvolvimento da autarquia e a postura urbana este numero de entrevistados corresponde a uma percentagem acerca de 7,1%.
A maior parte dos entrevistados que corresponde a 74,3% afirmam que nunca pautaram por este tipo de comportamento justificando que mesmo serviria de uma espécie de boicote ao sistema eleitoral, pois assim não leva o país ao desenvolvimento mas sim ao retrocesso pois eles não exercem o seu dever cívico e patriótico.
A quem afirma que não sabe ao certo se preencheu como deve ser o boletim de voto, alegando que já se passa muito tempo após a realização das eleições e não tiveram a oportunidade de ver se o boletim foi preenchido correctamente pelo simples facto do mesmo ser dobrado dentro da cabine. O número de habitantes que responderam desta maneira corresponde a 13% dos entrevistados.
O que acha deste tipo de comportamento
Perante esta pergunta, os eleitores foram unanimes em responder que este tipo de comportamento é mau e não dignifica quem pratica esse tipo de acto visto que o governo investe avultadas somas monetárias para aquisição o material de campanha bem como o material de votação, justificando que é dever de todos cidadão com 18 anos ou mais ate o dia da votação, exercer o seu direito cívico pois cada voto faz a diferença.
Razoes que levam os eleitores a depositarem boletins em branco e mal preenchidos
Existem vários factores que levam cidadão a depositar boletins e branco nas urnas dentre eles vamos destacar os que os entrevistados mencionaram em comum pois consideram essas mais relevantes, portanto abaixo estão apresentadas as respostas mais repetidas.
O primeiro factor que teve mais percentagem foi a não abrangência da educação cívica para todo potencial eleitor;
O eleitor não manifesta interesse em escolher nenhum candidato;
Indignação com a anterior governação;
· Pura sabotagem do eleitor;
· Falta de um candidato preferido;
· Indecisão (não sabe que partido e candidato escolher)
· Analfabetismo 
· Invalida o voto por falta de emprego (mesmo votando não vou ter emprego)
Os eleitores deixam boletins de voto em branco porque não sabem o que fazer devido ao curto espaço de tempo reservado à educação cívica, não sendo este suficiente para explicar todos eleitores. 
As vezes os manifestos não vão ao encontro daquilo que os eleitores esperam.
Que medidas devem ser tomadas de modo a diminuir o elevado índice de votos nulo e em branco
Em relação a esta questão os eleitores foram unanimes em responder que as medidas que devem ser levadas à cabo para erradicar este tipo de comportamento seria simplesmente que o exercício da educação cívica fosse mais abrangente, de modo a que o cidadão conheça os seus direitos e deveres em relação ao processo eleitoral. 
Os MMV’s devem explicar com clareza o que o eleitor deve fazer dentro da cabine de voto repetidamente para que este entende e não tenha nenhum duvida em relação ao que irá fazer, quanto aos idosos estes deveriam ter um atendimento especial pois a maior parte deles não sabem escrever e tem problemas audiovisuais o que implica negativamente na hora de assimilar a explicação dos MMV’s, e para quem não saiba escrever deveria ser explicado como usar devidamente a tinta presente nas cabines de voto, pois quando esta é mal usada pode transbordar e consequentemente o voto será anulado devido a inobservância das regras de preenchimento.
Partidos políticos 
Como é por nós sabido não existiriam eleições sem que antes existissem os partidos políticos, sendo moçambique um país que pauta pela democracia multipartidária, vários os partidos que participaram nas eleições autárquicas de 2013 e 2018, sendo que o maior partido nacional da oposição absteve-se de participar nas eleições de 2013, não obstante a nossa pesquisa abrangeu os três principais partidos políticos em referência em Moçambique nomeadamente a FRELIMO, RENAM e o MDM.
Abaixo são apresentados os resultados obtidos na entrevista feita aos partidos políticos.
Primeiro questionou-se aos partidos políticos o que estaria por detrás do elevado índice dos votos nulos e em branco e eles responderam o seguinte:
· Fraca educação cívica sobre como votar;
· Analfabetismo;
· Falta de explicação clara de como votar por parte dos MMV’s;
· Desconhecimento do valor real das eleições;
Diante desta questão observou-se que os três partidos partilham da mesma opinião, o que é positivo visto que em relação a outras situações os pontos de vista são totalmente diferente, pois cada partido tenta defender a sua parte, atirando desta forma pedras para os outros partidos.
Perguntou-se também aos partidos políticos se não é feita a educação perante os potenciais eleitores:
O representante do MDM afirmou que a educação cívica é feita sim e que o problema está nos que eleitores que por sua vez os mesmos não são organizados.A FRELIMO alega que a educação cívica no país não tem sido levada a sério e partidos fazem esta educação com tendências políticas deixando assim o potencial eleitor confuso. 
A REMANO por sua vez diz que a educação cívica é feita sim mas não chega aos grupos menos escolarizados que vivem nos bairros suburbanos e sem acesso à televisão.
O que esta a falhar no processo de educação cívica?
Em relação ao que estaria a falhar em relação e educação cívica os partidos políticos responderam o seguinte.
· Definição do grupo alvo;
· Abrangência nos bairros suburbanos;
· Falta de compreensão
 Os MMV’s são em relação aos partidos políticos são os últimos a ter contacto com os eleitores antes destes se dirigirem a cabine de votos, portanto eles exercem um papel de extrema importância no que tange a educação cívica. Perguntamos aos partidos políticos se os MMV’s não estão a fazer a sua parte em relação a educação cívica e responderam o seguinte:
Eles até podem exercer como deve ser o seu papel durante a votação mas chegava uma fase em a fadiga toma conta deles o que pode influenciar negativamente na sua expressão;
A recolha dos MMV’s não está ser clara (os partidos políticos não formam os MMV’s como deve ser)
Que medidas os partidos políticos levam a cabo com vista a colmatar este fenómeno?
Em relação a questão acima exposta o MDM afirma que a lei eleitoral deve ser revista.
Enquanto o partido FRELIMO diz que para colmatar este fenómeno devem afectar em todas mesas, delegado de candidatura;
Durante a campanha eleitoral simular o processo de votação;
Educação cívica eleitoral em locais de maior aglomeração da população (Mercados, paragens, escolas, Etc.).
A REMANO realça que deve existir uma restruturação interna dos órgãos do seu partido e preparar-se para as próximas eleições. 
 
CAPITULO V – Conclusão e recomendações 
5. Conclusão 
De acordo com o estudo feito, conclui-se que o processo eleitoral não só ocorre no dia da votação mas sim desde a campanha eleitoral até a divulgação do mesmo, no qual participam vários intervenientes para que este seja justo e transparente.
Em relação ao tema em alusão as hipóteses foram testadas e aprovados visto que mocambique ainda é um país em vias de desenvovimento, o índice de analfabetismo ainda é muito elevado, portanto esse fator influencia bastante na deciminacao da educação cívica no que tange ao processo eleitoral. Para além deste factor existem também outros que não foram mencionados nas hipóteses, os mesmos foram descobertos durante a pesquisa, como é o caso da insatisfação com o modelo de governação em vigor, ou seja os eleitores durante as manifestações eleitorais ouvem muitas promessas que, de certa forma melhoraria a vida deles, mas durante os cinco (5) anos de governação eles não vem nada do que foi prometido se cumprindo, portanto, optam em boicotar as eleições. 
Observou-se também que, os partidos políticos de certa forma assumem uma ligeira culpa no processo de campanha, pois estes, esquecem-se das camadas analfabetas e passam a mensagem de forma parcial, por exemplos nem sempre os portadores de deficiência audiovisual são abrangidos pela campanha cívico-patriótica, culminando com a não percepção do que eles devem fazer na urna, consequentemente observam-se os votos maioritariamente nulos devido ao preenchimento indevido dos boletins de voto.
5.1. Recomendações 
Para a diminuição do elevado índice de votos nulos e em branco recomenda-se o seguinte para os eleitores:
· Que prestem atenção aos manifestos eleitorais dos partidos políticos durante a campanha eleitoral para que possam escolher o candidato que apresentar melhor proposta que de acordo com os anseios da população;
· Participar no processo de educação cívica;
· Prestar atenção na explicação dos MMV’s antes de se dirigir a cabine de votação;
· Ter certeza de que preencheu correctamente os boletins de voto.
 Para os partidos políticos recomenda-se o seguinte:
· Que façam a educação cívica como deve ser 
· Durante a campanha eleitoral simular o processo de votação;
· Fazer a educação cívica eleitoral em locais de maior aglomeração da população (Mercados, paragens, escolas 
 
6. Referências bibliográficas 
Albert O. H. (1984) political economy and political ideology. New Jersy
Costa, Jose Alfredo F. (1999). Classificação Automática e Análise de Dados por Redes Neurais Auto-Organizáveis. Campinas, SP, Brasil. 
Flathaman, R. E. (1996). Legitimacy. A companion to contemporary political philosophy. Cambridge, Massachusetts: Blackwell Publishers,.
GIL, António C. (2006) Métodos e técnicas de pesquisa social. 5ª ed. São Paulo: Atlas,;
HIRSCHMAN, Albert O. (1983). De consumidor a cidadão: atividade privada e participação na vida pública. São Paulo: Brasiliense,
Lakatos. E. M. Fundamentos de metodologia Cientifica. Editora Atlas. S. Paulo
MARCONI, M.; LAKATOS, E. (2015). Técnicas de pesquisa. 7ª ed. São Paulo: Atlas,.
Mayer, N. (org) Les Modèles Explicatifs du Vote. Paris : L‟Harmattan. 
Mullainathan, S. W. (2006). Sticking with your vote:. National Bureau of Economic Research Sibileau, F. (1997) “L‟abstentionnisme: Apolitisme ou Stratégie?” in Mayer, N. (dir.) Les Modelés Explicatifs du Vote. Paris: Éditions l‟Hermattan, pp. 245-267.
Oliveira, I. L. (2002). Dimensão estratégica da comunicação no contexto organizacional contemporâneo: um paradigma de interação comunicacional dialógica. Tese (Doutorado) – UFRJ, Escola de Comunicação, 2002. 
Palmeira, M. (1992). Voto: racionalidade ou significado? Rev. bras. Ci. Soc.
Porto, C. (2000), Walter. Dicionário do voto. Brasília: Ed. UnB,.
Powell, J. (2002). Election  as Instruments of Democracy: majoritarian  and proportional visions. New Haven:: Yalle University Press.
Richard, F. (1996) Political Theory. Johns Hopkins University
Rudio (2007) Introdução ao projeto de pesquisa científica. Editora Vozes. RJ. Brasil
Silva, M. (2002). Intervenção e consentimento: a política educacional do Banco Mundial. 
Sinnott, R. (2003)“Electoral Participation/abstention: a Framework for research and policydevelopment” Institute for the Study of Social Change and Department of Politics University College Dublin.
	
Anexos 
Fig1. MMV, durante o escurtinio 
Fonte: Cartamz.com
Fig2. Exemplo de voto nulo 
X
X
Fonte: autor 
Fig3: exemplo de Voto em Branco
Fonte: autor 
Apêndices
Apêndice A.
Questionário dirigido ao cidadão eleitor 
Nome:________________________________________ idade:________
Residência:_____________________ sexo: M____ F______
Caro leitor o presente questionário apresenta 5 perguntas, que devem ser respondidas com clareza e sem borrões. Use a letra de imprensa. 
1. Já ouviu falar de voto nulo e em branco?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.
2. Alguma vez já pautou por este tipo de atitude ou comportamento?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.
3. O que acha deste tipo de comportamento por parte dos eleitores?
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.
4. Porque razão os eleitores deixam os boletins de votos em branco, ou preenchem mal ao ponto de se considerar voto nulo?
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.
5. Que medidas devem ser tomadas de modo a diminuir o elevado índice de votos nulos e em branco nas eleições autárquicas?
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.
Obrigado pela colaboração.
FIM
Apêndice B
Questionário dirigido aos funcionários Secretariado Técnico de Administração Eleitoral 
Nome:_________________________________________ idade:______
Função:__________________ sexo: M___ F____ data:___/___20____
Caro leitor o presente questionário apresenta 5 perguntas, que devem ser respondidas com clareza e sem borrões. Use a letra de imprensa. 
1. Durante as eleições autárquicas de 2013 e 2018 verificou-se um elevado índice de votos nulos e em branco. O que estará por detrás deste fenómeno?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.
2. Será que não é feita a educação cívica para os potenciais eleitores?
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.
 3. Sendo o senhor/a membro da STAE o que acha que está a falhar no processo de educação cívica?
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.
4. Do teu ponto de vista os eleitores e que são ignorantes ou é falta explicação extacta por parte dos MMV’s?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.
5. Que medidas a STAE tem envidado para colmatar este fenómeno?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.
Obrigado pela colaboração.
FIM
Apêndice C
Questionário dirigido aos partidos políticos 
Nome:_______________________________ partido político __________ idade:______
Função:__________________ sexo: M___ F____ data:___/___20____
Caro leitor o presente questionário apresenta 5 perguntas, que devem ser respondidas com clareza e sem borrões. Use a letra de imprensa. 
1. Durante as eleições autárquicas de 2013 e 2018 verificou-se um elevado índice de votos nulos e em branco. O que estará por detrás deste fenómeno?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.
2. Será que não é feita a educação cívica para os potenciais eleitores?
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.
 3. Sendo o senhor/a político o que acha que está a falhar no processo de educação cívica?
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.
4. Do teu ponto de vista os eleitores e que são ignorantes ou é falta explicação extacta por parte dos MMV’s?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.
5. Que medido o seu partido tem envidado para colmatar este fenómeno?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.
Obrigado pela colaboração.
FIM

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