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Aula 2 – Aglomerantes Cal Disciplina: Disciplina: CCE1593 – Materiais de Construção Civil Docente: Prof.ª Dr.ª Julyenne M. C. Bampa Cotia - SP 1. º semestre de 2020 INSERIR TEXTO AGLOMERANTES ✓ Os aglomerantes não são materiais passivos e tem como função principal promover a ligação entre o grão do material inerte, denominado agregado; ✓ Os aglomerantes são definidos como produtos empregados para fixar ou aglomerar outros materiais entre si; ✓ Geralmente são materiais pulverulentos em forma de pó e ao misturá-lo com a água formam uma pasta capaz de endurecer por simples secagem ou devido à ocorrência de reações químicas; Abitante & Lisboa (2017); Lisboa et al. (2017). INSERIR TEXTO AGLOMERANTES ✓ Existem alguns termos característicos para definir a mistura de um aglomerante com materiais específicos; ✓ Sua aplicação está associada na constituição dos seguintes componentes aos quais é misturado: - Pasta base: aglomerante (ou mistura de aglomerantes) + água - Argamassa: aglomerante(s) + agregado miúdo + água - Concreto: aglomerante(s) + agregado míudo + agregado graúdo + água Abitante & Lisboa (2017); Lisboa et al. (2017). INSERIR TEXTO AGLOMERANTES - TIPOS ✓ De acordo com o tipo de endurecimento, os aglomerantes são classificados em aglomerantes inertes e aglomerantes ativos (Petrucci, 1975): - Aglomerantes inertes: seu endurecimento ocorre devido à secagem natural do material. A argila é um exemplo de aglomerante inerte. Abitante & Lisboa (2017); Lisboa et al. (2017). AGLOMERANTES - TIPOS - Aglomerantes ativos: seu endurecimento se dá por meio de reações químicas. É o caso da cal e do cimento. Os aglomerantes quimicamente ativos são subdivididos em dois grupos: o Aglomerantes aéreos: são aqueles que conservam suas propriedades e processam seu endurecimento somente na presença de ar (e CO2). Endurecem pela ação do ar e posteriormente tem resistência reduzida na presença de água, por exemplo a cal e o gesso. Abitante & Lisboa (2017); Lisboa et al. (2017). AGLOMERANTES - TIPOS o Aglomerantes hidráulicos: caracterizados por conservarem suas propriedades em presença de ar e água, mas seu endurecimento ocorre sob influência exclusiva da água, fenômeno chamado de hidratação. O cimento é o principal aglomerante hidráulico utilizado na construção civil. Abitante & Lisboa (2017); Lisboa et al. (2017). INSERIR TEXTO AGLOMERANTES - TIPOS ✓ Quanto à sua composição, os aglomerantes são classificados em: - Aglomerantes simples: são formados por apenas um produto com pequenas adições de outros componentes com o objetivo de melhorar algumas características do produto final, como por exemplo, regular a sua pega (secagem). Normalmente as adições não ultrapassam 5% em peso do material. O cimento Portland comum é um exemplo deste tipo de material. Existem também os mistos, que são misturas de um ou mais aglomerantes. Abitante & Lisboa (2017); Lisboa et al. (2017). INSERIR TEXTO AGLOMERANTES - TIPOS - Aglomerantes com adição: é composto por um aglomerante simples com adições em quantidades superiores, com o objetivo de conferir propriedades especiais ao aglomerante, como menor permeabilidade, menor calor de hidratação, menor retração, entre outras. - Aglomerantes compostos: formados pela mistura de subprodutos industriais ou produtos de baixo custo com aglomerante simples. O resultado é um aglomerante com custo de produção relativamente mais baixo e com propriedades específicas. Como exemplo, temos o cimento pozolânico, que é uma mistura do cimento Portland com uma adição chamada pozolana. Abitante & Lisboa (2017); Lisboa et al. (2017). INSERIR TEXTO AGLOMERANTES - TIPOS ✓ As pozolanas são materiais siliciosos ou sílico-aluminosos, naturais ou artificiais, que contém um elevado teor de sílica em forma reativa (numa forma não cristalina - vítrea) e finamente pulverizada, capaz de reagir, na presença de água e à temperatura normal, com hidróxido de cálcio. Fonte: http://edsonprof.blogspot.com/2011/04/cimento-pozolanico.html. INSERIR TEXTO AGLOMERANTES - PROPRIEDADES ✓ A propriedade/característica mais importante é o tempo que os aglomerantes levam para começar a processar o endurecimento da pasta em que são empregados; ✓ O período inicial de solidificação da pasta é chamado de pega; ✓ Denominamos de início de pega o momento em que a pasta começa a endurecer, perdendo parte de sua plasticidade; ✓ Denominamos fim de pega o momento em que a pasta se solidifica completamente, perdendo toda sua plasticidade, porém, isto não significa que já tenha atingido toda sua resistência. Abitante & Lisboa (2017). INSERIR TEXTO AGLOMERANTES - PROPRIEDADES ✓ Outra propriedade é o coeficiente de rendimento, ou melhor, o volume de pasta obtido com uma unidade de volume de aglomerante. Abitante & Lisboa (2017). EXERCÍCIOS INSERIR TEXTO CAL ✓ A cal é produzida a partir da calcinação de rochas carbonáticas, calcário ou dolomito, a elevadas temperaturas, entre 900 e 1100 °C; ✓ Para tanto, atualmente são empregados fornos de vários tipos, desde os mais simples, como forno de alvenaria usado nas olarias para produção de tijolos, ou fornos verticais, os mais usuais no Brasil, ou ainda fornos rotativos, mais complexos, que exigem maiores investimentos e muito utilizados pela indústria de cimento no Brasil; ✓ Nas últimas décadas, verifica-se que o mercado nacional da construção civil tem optado pelo uso da cal hidratada comercial, no lugar da cal virgem, dispondo-se, assim, de um produto mais otimizado para o uso do varejo e das grandes obras; Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO CAL ✓ Isso porque a cal virgem é um produto cáustico, de elevada reatividade química e liberação de calor ao reagir com a água, por isso exigindo cuidados especiais no seu manuseio e na etapa de hidratação ou “apagamento”; ✓ A hidratação prévia da cal virgem para uso em argamassa é uma etapa lenta e geralmente demanda dias para se obter a cal hidratada de qualidade no canteiro de obra, basicamente para completar a sua hidratação antes da aplicação; ✓ Esta é uma prática restrita, usual na Região Sul do Brasil; ✓ Por isso, estudaremos a cal hidratada. Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO CAL - FABRICAÇÃO Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO CAL - FABRICAÇÃO ✓ A produção de cal no Brasil é realizada, predominantemente, em fornos verticais e em fornos rotativos, respondendo, respectivamente, por 60 e 40 %da produção, com um consumo de óleo combustível estimado em 90 e 132 kg/t, respectivamente; ✓ A média ponderada destes dados é 107 kg óleo/t e equivalente a 1026 mil kcal/t; ✓ O consumo aproximado de energia elétrica é 15 kWh/t de cal virgem, menos de 2 % do consumo total de energia (0,104 tep/t); ✓ A emissão de CO2 vinculada à indústria da cal é estimada em 1131 kg CO2/t de cal virgem, sendo 770 kg CO2/t pela decomposição do calcário (1,75 t calcário/t cal virgem) e 361 kg CO2/t pelo uso de combustível (ANUÁRIO ESTATÍSTICO, 2012). Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO CAL - FABRICAÇÃO ✓ Segundo dados da Associação Brasileira dos Produtores de Cal (ABPC), a indústria da cal nacional tem a seguinte matriz energética: - lenha = 45 % - CVP (coque verde de petróleo) = 38 % - gases (natural e industrial) = 12 % - outros combustíveis (óleo e moinha de carvão) = 5 %. ✓ Para atender compromissos de sustentabilidade, a ABPC, em parceria com o Instituto Totum, lançou em 2009 o Programa Selo ABPC de Responsabilidade Socioambiental, que visa qualificar empresas associadas à entidade com base em suas práticas de produção e gestão, em atenção principalmente aos consumidores industriais de cal, que demandam elevados padrões de qualidade e de responsabilidade em todas as etapas de produção (ANUÁRIO ESTATÍSTICO, 2012). Fonte: Quarcioni (2019). CAL – ETAPAS DA FABRICAÇÃO Fonte: Quarcioni (2019). CAL – ETAPAS DA FABRICAÇÃO Fonte: Quarcioni(2019). CAL – ETAPAS DA FABRICAÇÃO Fonte: Quarcioni (2019). CAL – ETAPAS DA FABRICAÇÃO Fonte: Quarcioni (2019). CAL – ETAPAS DA FABRICAÇÃO Fonte: Quarcioni (2019). CAL – ETAPAS DA FABRICAÇÃO Fonte: Quarcioni (2019). CAL – ETAPAS DA FABRICAÇÃO VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=2_zXqYXZaRQ https://www.youtube.com/watch?v=2_zXqYXZaRQ INSERIR TEXTO CAL VIRGEM OU CAL VIVA ✓ Independentemente do tipo de forno empregado na calcinação, ocorrem as seguintes reações químicas na formação da cal virgem: 1) A rocha denominada calcário, essencialmente constituída por calcita (CaCO3), dá origem à cal virgem cálcica (CaO): CaCO3 → CaO + CO2 2) A rocha denominada dolomito, essencialmente constituída por dolomita [MgCa(CO3)2], dá origem à cal virgem dolomítica (MgO + CaO): MgCa(CO3)2 → MgO +CaO + 2CO2 Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO CAL HIDRATADA ✓ Um dos principais usos da cal virgem é a produção de cal hidratada; ✓ A cal virgem é um produto bastante higroscópico, isto é, tem elevada afinidade com a água, cuja reação química se dá com forte liberação de calor; ✓ A formação da cal hidratada ocorre pela reação da cal virgem com a água, portanto, por hidratação da cal virgem; 1) A cal virgem cálcica (CaO) dá origem à cal hidratada cálcica, constituída essencialmente por hidróxido de cálcio [Ca(OH)2]: CaO + H2O → Ca(OH)2 Fonte: Quarcioni (2019). CAL HIDRATADA 2) A cal virgem dolomítica (MgO + CaO) dá origem à cal hidratada dolomítica, constituída essencialmente por hidróxido de magnésio [Mg(OH)2] e hidróxido de cálcio [Ca(OH)2]: MgO + CaO + 2H2O → Mg(OH)2 + Ca(OH)2 ✓ A cal hidratada é empregada na construção civil em argamassas de assentamento, argamassas de revestimentos, argamassas de rejunte, estabilização de sub-bases para pavimentação, produção de blocos sílico-calcário, tijolos solo-cal, pintura a cal e painéis tipo drywall. Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO CONSOLIDAÇÃO DA CAL ✓ A consolidação da pasta de cal hidratada promove o desenvolvimento de sua resistência mecânica; ✓ Mesmo se a hidratação ou apagamento da cal virgem gerar certo enrijecimento do produto, o endurecimento propriamente dito da pasta de cal ocorre por meio de reação com o dióxido de carbono (CO2) do ar, fenômeno denominado carbonatação e representado pela evaporação da água: Ca(OH)2+CO2 → CaCO3 + H2O ✓ O fenômeno da carbonatação é delicado e varia de acordo com a taxa de evaporação da água em presença do CO2; ✓ São determinantes a estrutura de poros e a espessura da camada da argamassa. Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO CONSOLIDAÇÃO DA CAL ✓ Na argamassa de cal, a cal hidratada está presente durante a pega tanto como partículas sólidas como em solução saturada; ✓ O dióxido de carbono (CO2) do ar reage direta e exclusivamente com a solução saturada de hidróxido de cálcio [Ca(OH)2], atuando gradualmente a partir da superfície mais externa exposta ao ar em direção às camadas internas do material, formando uma camada superficial cristalina fina de carbonato de cálcio (CaCO3); ✓ A retração decorrente da evaporação da água de mistura leva à formação de microfissuras, que favorecem o acesso do CO2 do ar, reiniciando o ciclo. ✓ Com o avançar da evaporação da água, aumenta o grau de carbonatação da cal e, assim, progride o endurecimento da argamassa até as camadas mais internas (BORRELLI, 1999). Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO CONSOLIDAÇÃO DA CAL ✓ Ciclo das cales cálcica e dolomítica, que envolve fundamentalmente os fenômenos químicos e sequenciais que ocorrem com descarbonatação térmica das rochas carbonáticas, seguindo a hidratação da cal virgem e a recarbonatação da cal hidratada, como tipicamente se dá nas argamassas. Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO PROPRIEDADES DA CAL HIDRATADA ✓ O emprego da cal é extremamente variável, envolvendo algumas dezenas de atividades produtivas, principalmente no âmbito das indústrias química e siderúrgica, agricultura, mineração e na construção civil; ✓ No Brasil, temos duas normas técnicas que especificam cal para a construção civil, a ABNT NBR 6453:2003a para a cal virgem e a ABNT NBR 7175:2003b para a cal hidratada, focando sua aplicação em argamassas, que é o uso mais comum; ✓ As características das cales obtidas industrialmente estão vinculadas a alguns fatores determinantes, tais como a seleção da matéria-prima com pureza adequada, condições ótimas de calcinação da matéria-prima e adequação do produto à finura desejada; Fonte: Quarcioni (2019). PROPRIEDADES DA CAL HIDRATADA ✓ São propriedades da cal hidratada: - Composição da cal - Finura da cal - Estabilidade da cal - Plasticidade da cal - Retenção de água da cal Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO COMPOSIÇÃO DA CAL ✓ A pureza do material é definida pela sua composição química e deve ser tal que tanto a cal virgem como a cal hidratada tenham um mínimo de 88 % de óxidos de cálcio e magnésio na base de material isento de constituintes voláteis, ou óxidos totais na base não volátil; ✓ Uma vez atendido este requisito, a reatividade da cal virgem é o segundo requisito essencial, que determina o grau de hidratação possível de ser atingido em condições contínuas de processo; ✓ Dados do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H),4 do Ministério das Cidades, indicam melhoria significativa na pureza da cal hidratada nacional, ainda que pontualmente sejam comercializados materiais com teores elevadíssimos de resíduo insolúvel ou fração inerte, que ultrapassam 90%; Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO COMPOSIÇÃO DA CAL ✓ Naturalmente estes materiais adulterados não atuam como ligantes e não devem ser empregados como cal para a construção civil; ✓ O teor de CO2 presente na cal deve ser baixo, se a calcinação da matéria-prima foi adequada; ✓ Outro aspecto a ser destacado é o teor de óxidos não hidratados da cal hidratada, que deve ser reduzido caso a hidratação da cal virgem de origem tenha sido bem processada; ✓ Caso contrário, a hidratação de óxidos de cálcio e magnésio, ainda presentes, ocorrerá na parede após a sua aplicação, com decorrentes fenômenos patológicos de expansão, fissuração e desagregação do revestimento de argamassa; Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO COMPOSIÇÃO DA CAL ✓ Execução dos ensaios em cal para a determinação dos teores de CaO e de CO2. Figura: Execução de ensaios químicos em cal no IPT. (Fotos: Valdecir Angelo Quarcioni). Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO FINURA DA CAL ✓ A cal é um material pulverulento muito fino, em razão da natureza de suas partículas de alguns micrômetros, o que confere plasticidade das pastas e a trabalhabilidade e retenção de água das argamassas; ✓ A ABNT NBR 9289:2000 indica a execução do peneiramento a úmido nas duas peneiras de 0,600 mm e de 0,075 mm (figura do slide a seguir); ✓ O material retido na peneira de 0,600 mm é um indicador de presença de calcário residual no material e mais difícil de moer, enquanto a fração retida em 0,075 mm é indício de hidratação incompleta do material e impurezas minerais presentes; Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO FINURA DA CAL ✓ A curva granulométrica, que pode ser determinada por difração de laser, permite traçar o perfil granulométrico do material que, associada à sua área específica (obtida pelo método BET), possibilita inferir sobre o potencial ligante do material, uma vez que a finura por peneiramento é insuficiente para este fim; Ensaio de finura em cal no IPT. (Fotos: Rafael F. C. dos Santos.) Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO FINURA DA CAL ✓ A cal é um material muito fino e, na sua dispersão em água, ocorre aglomeração das partículas. ✓ Quarcioni (2008) verificou, por meio de ensaios reológicos em pasta de cimento com adição de cal CH I ou com cal CH III, que a presença da cal tornou o sistema mais aglomerado e promoveu aumento de sua viscosidade, pois a cal induz a maior coesão inicialdas partículas, mantendo-se durante a evolução da consolidação, diferentemente da pasta simples de cimento; ✓ Este comportamento do sistema pasta é um fator determinante a ser considerado em relação à aplicação de argamassas cimentícias, embora também seja relevante o perfil granulométrico do agregado miúdo, presente neste material. Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO ESTABILIDADE DA CAL ✓ Trata-se de avaliar em ensaio de laboratório (ABNT NBR 9205:2001) a ocorrência ou não de cavidades ou protuberâncias em corpo de prova moldado com pasta com a consistência normal (ABNT NBR 14399:1999), após a cura em condições aceleradas, para inferir sobre a estabilidade da cal; ✓ A variação volumétrica é indesejável e ocorre por deficiência do produto na hidratação da cal, o que deverá ocorrer após sua aplicação como efeito dos óxidos não hidratados no material, que, ao se hidratarem na parede, causam fenômenos patológicos, como trincas e fissuras, ou, ainda, desplacamento do revestimento de argamassa; Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO ESTABILIDADE DA CAL ✓ É importante levar em consideração a composição da cal para sua utilização para argamassa; ✓ A partir da análise química é dado conhecer, por exemplo, o teor de óxidos não hidratados presentes na cal, e assim, pode-se evitar o emprego de cal de má qualidade, prevenindo ocorrências de expansão volumétrica, esboroamento e desplacamento dos revestimentos de argamassa. Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO PLASTICIDADE DA CAL ✓ A plasticidade está relacionada diretamente com o tamanho e a forma das partículas de cal hidratada, sendo as cales dolomíticas e magnesianas, em geral, mais plásticas que as cales cálcicas em função de suas partículas mais alongadas e menores (AGOPYAN, 1985); ✓ Esta propriedade tem reflexo direto na aplicação da cal. ✓ As cales mais plásticas são mais trabalháveis, portanto, sua aplicação é mais fácil, produz melhor acabamento e eficiência no assentamento dos elementos de alvenaria. ✓ A plasticidade propicia a economia na obra, uma vez que favorece o uso de maior proporção ou incorporação de areia nas argamassas. Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO PLASTICIDADE DA CAL ✓ O método de ensaio normalizado para medir a plasticidade (ABNT NBR 9206:2016) emprega o plasticímetro de Emley (Fig. 2.6) para medir o efeito provocado na pasta de cal de consistência normal, quando se preenche o molde fixado na mesa giratória do equipamento que, ao contato com um disco superior do equipamento, exerce um atrito rotacional entre as duas superfícies. ✓ Obtém-se, assim, um resultado em uma escala graduada de zero a 100, que é arbitrário ou sem fundamentação científica. Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO PLASTICIDADE DA CAL Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO PLASTICIDADE DA CAL Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO PLASTICIDADE DA CAL Ilustração de ensaio de plasticidade em cal no IPT. (Fotos: Rafael F. C. dos Santos.) Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO PLASTICIDADE DA CAL ✓ Em breve, o squeeze-flow (CARDOSO; PILEGGI; JOHN, 2005) deverá ser adotado pela normalização nacional como método alternativo para avaliação da plasticidade da cal, uma vez que no plasticímetro de Emley se obtém apenas um dado pontual de caracterização e faltam parâmetros reológicos que possam ser relacionados com a aplicação em obra, especialmente para o mercado com crescente mecanização da aplicação das argamassas de revestimento; ✓ A determinação da capacidade de incorporação de areia, como preconizada pela ABNT NBR 9207:2000, também está sendo discutida na ABNT, uma vez que o método squeeze-flow permite estimar o teor máximo de areia que pode ser incorporado a uma dada quantidade de cal, sem prejuízo de seu desempenho no estado fresco. Considera-se que o squeeze-flow representa um aprimoramento na qualificação da cal no estado fresco. Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO RETENÇÃO DE ÁGUA DA CAL ✓ As partículas de cal possuem dimensões muito pequenas e área superficial bastante elevada, o que permite a retenção de água entre suas moléculas por adsorção superficial; ✓ A capacidade de reter água é benéfica para as argamassas, uma vez que permite a liberação da água de amassamento para o substrato de forma gradativa e contínua, o que contribui para a sua adesividade ao mesmo, além de favorecer a hidratação do cimento, ao manter a umidade da argamassa durante as primeiras horas de aplicação e minimizar a evaporação rápida do excedente da água de amassamento; Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO RETENÇÃO DE ÁGUA DA CAL ✓ O método de ensaio para avaliar a retenção de água (ABNT NBR 9290:1996) é aplicado em uma argamassa de cal e areia, medindo- se a variação de sua consistência antes e após ser submetida a uma dada sucção no aparelho de retenção de água, que é essencialmente um funil de Büchner; ✓ A ABNT está avaliando a viabilidade técnica de um método alternativo para a retenção de água, empregando-se pasta de cal no lugar da argamassa (ABNT NBR 9290:1996); ✓ As cales com elevada retenção de água são recomendadas para aplicação em substratos que apresentam elevada absorção de água, como os sílico-calcários, tijolos cerâmicos e tijolos solo-cal; Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO RETENÇÃO DE ÁGUA DA CAL ✓ Nas argamassas mistas em que se substitui a cal hidratada por filito, deixa-se de usufruir o benefício desta propriedade, devendo- se então recorrer à incorporação de aditivos retentores de água; ✓ Por outro lado, é importante estocar a cal hidratada em ambiente seco e arejado para evitar a adsorção de vapor de água atmosférica, o que favorece a sua carbonatação; ✓ Este fenômeno promove a petrificação progressiva do material estocado e consequente redução de sua capacidade ligante. Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO MASSA UNITÁRIA E MASSA ESPECÍFICA DA CAL ✓ A massa unitária ou densidade de massa aparente não é uma exigência física normalizada para a cal hidratada, mas é importante para calcular o proporcionamento, em massa, dos constituintes de uma argamassa, partindo-se dos valores de massa unitária do cimento, da cal hidratada e da areia; ✓ A massa unitária é um parâmetro que pode servir de alerta ao consumidor quanto à presença de materiais substituintes da cal, em geral, mais densos que a cal; ✓ A determinação da massa unitária da cal pode ser obtida por meio de funil apropriado e um recipiente com volume conhecido (figura do slide a seguir). Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO MASSA UNITÁRIA E MASSA ESPECÍFICA DA CAL ✓ Ensaio de massa unitária em cal por meio de funil apropriado e um recipiente com volume conhecido no IPT. (Foto: Rafael F. C. dos Santos.) Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO MASSA UNITÁRIA E MASSA ESPECÍFICA DA CAL ✓ A cal é um material com área específica cerca de 10 vezes superior à dos cimentos, em razão da etapa industrial de hidratação onde ocorre desagregação das partículas de óxidos de cálcio e de magnésio, com abundante liberação de calor e aumento significativo de volume do material; ✓ Em função de sua elevada área específica, a cal é responsável pelo benefício da retenção de água na argamassa; ✓ Por sua vez, a massa específica da cal é menor que a massa específica do cimento Portland; Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO MASSA UNITÁRIA E MASSA ESPECÍFICA DA CAL ✓ Quarcioni (2008) determinou os seguintes valores de massa específica para exemplares desses materiais: - cimento CP II E: 3,02 g/cm3; - cal hidratada cálcica CH I: 2,25 g/cm3; - cal hidratada dolomítica CH III: 2,49 g/cm3. ✓ A partir desses valores e da composição de determinadas pastas de cimento e cal, o autor calculou a concentração de sólidos dessas pastas e discutiu os tempos de pega em função do espaçamento volumétrico. Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO REQUISITOS DA NORMALIZAÇÃO TÉCNICA DA CAL ✓ A cal virgem utilizadana construção civil, para ser comercializada no País, deve atender a alguns requisitos específicos químicos e físicos estabelecidos na ABNT NBR 6453:2003a e apresentados na tabela do slide a seguir; ✓ Os métodos de ensaios normalizados pela ABNT para a verificação das exigências químicas e física da cal virgem são: - amostragem e preparação das amostras (ABNT NBR NM 159:2000); - análise química: (ABNT NBR 6473:2003); - granulometria: (ABNT NBR 16448:2016). Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO REQUISITOS DA NORMALIZAÇÃO TÉCNICA DA CAL Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO REQUISITOS DA NORMALIZAÇÃO TÉCNICA DA CAL ✓ Por sua vez, a cal hidratada para argamassas, para ser comercializada no País, também deve atender a alguns requisitos específicos químicos e físicos estabelecidos na ABNT NBR 7175:2003b e apresentados na tabela do slide a seguir; Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO INSERIR TEXTOREQUISITOS DA NORMALIZAÇÃO TÉCNICA DA CAL Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO REQUISITOS DA NORMALIZAÇÃO TÉCNICA DA CAL ✓ Os métodos de ensaios normalizados pela ABNT para a verificação das exigências químicas e físicas da cal hidratada são: - retirada e preparação de amostra: (ABNT NBR 6471:1998); - análise química: (ABNT NBR 6473:2003); - finura: (ABNT NBR 9289:2000); - água da pasta de consistência normal: (ABNT NBR 14399:1999); - retenção de água: (ABNT NBR 9290:1996); - incorporação de areia: (ABNT NBR 9207:2000); - estabilidade: (ABNT NBR 9205:2001); - plasticidade: (ABNT NBR 9206:2016). Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO MERCADO DA CAL ✓ Segundo o Anuário Estatístico (2012), que apresenta o panorama das indústrias de cimento, cerâmica vermelha, cerâmica de revestimento, louças sanitárias e de mesa, vidro, cal, gesso e fertilizantes, o PIB da indústria de transformação de não metálicos em 2012 totalizou US$ 20,3 bilhões, um aumento de 8 % em relação ao ano anterior; ✓ O consumo per capita de alguns dos produtos analisados no documento é um indicador que reflete as condições de vida da população de um país; ✓ Segundo o referido documento, o mercado brasileiro de cal contabilizou em 2011 uma produção acima de 8,2 milhões de toneladas do produto, sendo 40 % consumidos pelos segmentos industriais da siderurgia e 30 % da construção civil; Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO MERCADO DA CAL ✓ As participações da cal virgem e hidratada no total da produção foram de 75 e 25%, respectivamente; ✓ As Regiões Sudeste e Sul do País responderam por 74% dessa produção; ✓ Em Minas Gerais, localizam-se as principais indústrias de cal do País, com produção anual acima de cinco milhões de toneladas; ✓ As principais áreas produtoras de cal estão localizadas na Região Sudeste por razões de proximidade com os centros consumidores, mas a cal é produzida praticamente em todas as regiões brasileiras; Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO MERCADO DA CAL ✓ A indústria brasileira de cal é composta, majoritariamente, por capital nacional e, em 2011, obteve faturamento da ordem R$ 2,5 bilhões (US$ 1,5 bilhão); ✓ O total da produção nacional atende praticamente a toda a demanda do mercado interno (ANUÁRIO ESTATÍSTICO, 2012). Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO INFLUÊNCIA DA CAL NAS PROPRIEDADES DAS ARGAMASSAS ✓ Os romanos consagraram o uso da cal em argamassas, sobretudo com a adição de pozolanas naturais, mas seu uso principal na construção civil é como ligante em argamassas mistas de cimento, cal e areia; ✓ A seguir estão resumidas as principais influências da presença da cal na argamassa, a partir de dados de Sabbatini (1985) e Cincotto et al. (2011): - confere plasticidade; - permite maior capacidade de incorporação de areia; - maior retenção de água; Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO INFLUÊNCIA DA CAL NAS PROPRIEDADES DAS ARGAMASSAS - confere certo grau de isolação térmica em função da maior refletibilidade; - capacidade razoável de contribuição para resistência mecânica à compressão e à tração; - favorece as condições de resistência ao surgimento de fissuras e trincas; - maior resistência à penetração de água; - atua como agente asséptico em razão da manutenção da alcalinidade do meio; - compatível com os diversos tipos de pintura de acabamento; Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO INFLUÊNCIA DA CAL NAS PROPRIEDADES DAS ARGAMASSAS - permite acabamento agradável de textura fina, ao se empregar a areia fina; - proporciona economia na obra, uma vez que a cal é significativamente mais barata que o cimento Portland. Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO CAL HIDRÁULICA ✓ A cal hidráulica é um produto industrial pulverizado e seco, obtido pela calcinação de calcário com teores adequados de sílica (SiO2) e de alumina (Al2O3), à temperatura acima de 900 °C; ✓ Por se tratar de um produto obtido por transformação de outro produto, a sua origem pode ser classificada como artificial, porém se a cal hidráulica for produzida a partir de calcário contendo argilominerais naturais (por exemplo, atapulgita ou paligorsquita, caulinita e montmorilonita) em teores variados, são comumente conhecidas como cales hidráulicas naturais; ✓ Já se sabia no século XVI que, a partir de calcário contendo impurezas, obtido em certas jazidas, poderia se produzir cal virgem que endurecia rapidamente quando misturada com a água; Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO CAL HIDRÁULICA ✓ Porém, foi em 1756 que John Smeaton, ao estudar misturas de cal e aditivos, obteve um novo tipo de cal, empregando um calcário contendo aproximadamente 11 % de impurezas argilosas; ✓ Em 1796, James Parker obteve uma cal hidráulica, patenteada então como “cimento romano”, a partir da queima ou calcinação de calcário com um teor elevado de impureza argilosa à temperatura de até 1100 °C; ✓ No entanto, somente em 1818, Vicat efetivamente demonstrou a possibilidade de se produzir cal hidráulica artificialmente, por meio da queima de calcário com adição de argila com o propósito de melhorar o desempenho hidráulico do produto final (BORRELLI, 1999). Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO CAL HIDRÁULICA ✓ A produção da cal hidráulica é resultado de complexos processos térmicos e químicos com formação direta, no próprio forno, de silicatos e aluminatos de cálcio, como demonstrado a seguir em três etapas simplificadas, que ocorrem a 500, 750 e 1000 °C; ✓ A decomposição térmica dos materiais argilosos inicia-se quando a mistura de calcário e argila é aquecida gradualmente até aproximadamente 500 °C. Assim, tem-se: Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO CAL HIDRÁULICA ✓ O calcário começa a se decompor a cerca de 750 °C: ✓ A aproximadamente 1000 °C, tem-se a formação dos compostos hidráulicos: Cal virgem + Sílica → Silicatos dicálcicos Cal virgem + Alumina → Aluminatos de cálcio ✓ A argila pode estar presente como impurezas no calcário em diversas proporções, o que caracteriza então o calcário argiloso ou marga. Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO CAL HIDRÁULICA ✓ Este tipo de calcário, ao ser calcinado entre 1000 e 1100 °C, dá origem à cal hidráulica, essencialmente constituída por CaO, silicatos dicálcicos e aluminatos de cálcio; ✓ A pega da cal hidráulica, neste caso, se deve à hidratação tanto do silicato dicálcico como do aluminato de cálcio, com formação de uma rede de cristais fibrosos de silicato de cálcio hidratado (C-S-H) e aluminato de cálcio hidratado (C-A-H), principais responsáveis pelo endurecimento e desenvolvimento de resistência mecânica, sem excluir a contribuição da carbonatação do hidróxido de cálcio formado com a hidratação do CaO, que é abundante na cal hidráulica (BORRELLI, 1999). Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO CAL HIDRÁULICA ✓ Com base nas pesquisas desenvolvidas por Vicat, em 1837, que obteve variação do nível de pega e de resistência de cal hidráulica, são usualmente definidas como: - cal fracamante hidráulica, quandoobtida a partir de calcário com menos de 12 % de argila; - cal moderadamente hidráulica, obtida a partir de calcário contendo de 12 a 18 % de argila; - cal eminentemente hidráulica, obtida a partir de calcário contendo entre 18 e 25 % de argila (BORRELLI, 1999). Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO CAL HIDRÁULICA ✓ O índice de hidraulicidade (i) preconizado por Vicat é obtido em função dos teores percentuais de sílica, alumina, óxido de ferro, cal e magnésia presentes no material, segundo a Equação: ✓ Boynton (1980) indica uma equação modificada (abaixo), para a classificação da hidraulicidade (i), sendo: - fracamente hidráulica – 0,30 a 0,50; - medianamente hidráulica – 0,50 a 0,70; - fortemente hidráulica – 0,70 a 1,10 (CINCOTTO et al., 2010). Fonte: Quarcioni (2019). CAL HIDRÁULICA ✓ O material poderá ser produzido a partir de um calcário originalmente argiloso, que normalmente seria refutado pela indústria da cal convencional por ser impuro, ou ser obtido pela calcinação de calcário devidamente proporcionado com material argiloso; ✓ Do ponto de vista de sustentabilidade, prevê-se um ganho com a otimização de recursos naturais, sem prejuízo na durabilidade das construções; ✓ Em contraponto, trata-se de um material que exige um controle especial na qualificação das matérias-primas e do processo de produção para garantia da homogeneidade e da qualidade do produto comercializado. Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO CAL HIDRÁULICA ✓ Este tipo de cal deve ser empregado para fins específicos, como, por exemplo, em ornamentação, pois desenvolve resistência mecânica superior à da cal aérea, em face do efeito sinérgico da hidratação dos compostos de silicatos e aluminatos e da recarbonatação da cal; ✓ A argamassa produzida com este material apresenta módulo de elasticidade mais elevado que o da argamassa simples de cal e inferior ao da argamassa simples de cimento Portland; ✓ São aspectos característicos que devem ser considerados no projeto de revestimento da fachada, na aplicação e na manutenção da edificação. Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO ✓ A cal é um produto perecível, que pode absorver umidade do ambiente e recarbonatar ao contato com o CO2 atmosférico, com decorrente prejuízo no desempenho como ligante em argamassas e nas tintas a cal; ✓ A seguir, são indicadas ao usuário da cal algumas recomendações a título de orientação (ABPC, 2014), visando desfrutar do seu potencial: - Observar se a embalagem contém claramente o nome do fabricante e a norma técnica de especificação que pautou os parâmetros de fabricação da cal e o prazo de validade do produto. - Atentar para as más condições de armazenamento até chegar ao consumidor final, quando ocorre endurecimento do produto, que, originalmente, é um pó branco e fino. ORIENTAÇÕES GERAIS PARA AQUISIÇÃO E USO DA CAL Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO - Considerar especialmente se a cal atende os parâmetros químicos especificados, pois: o óxidos totais na base não volátil (CaOtotal + MgOtotal) baixos indicam menor capacidade ligante do material, ou seja, presença elevada de material inerte, em geral constituído por areia, solo ou filito; o teor de água combinada elevada indica que a cal virgem absorveu água por deficiência na estocagem; o teor de óxidos de cálcio de magnésio (CaO + MgO) não hidratados elevado na cal hidratada significa que o material não foi hidratado suficientemente na produção e deverá acarretar fenômenos patológicos de expansão e fissuramento do revestimento por hidratação retardada destes óxidos, após a aplicação da argamassa na parede. ORIENTAÇÕES GERAIS PARA AQUISIÇÃO E USO DA CAL Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO- Estes parâmetros devem atender os limites especificados nas tabelas citadas anteriormente, pois influenciam diretamente no desempenho destes materiais. - Ponderar que a cal CH-I possui um rendimento superior no canteiro de obras em relação ao da cal CH-III, embora os três tipos de cal produzidos no País — CH-I, CH-II e CH-III — sejam adequados e normatizados para uso em argamassas. - Atentar para o uso de produtos substituintes de cal em argamassas, cujo desempenho é distinto da cal, especialmente no estado endurecido. - Considerar que a cal confere algumas propriedades à argamassa no estado fresco, especialmente plasticidade e retenção de água, e, principalmente, que se trata de um material ligante que contribui no... ORIENTAÇÕES GERAIS PARA AQUISIÇÃO E USO DA CAL Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO- ...desenvolvimento da resistência mecânica, da impermeabilidade e da durabilidade do revestimento de argamassa (figura). - Executar um revestimento de argamassa com cal atendendo as boas práticas do bem construir é fundamental para evitar fenômenos patológicos. Considerar que a aplicação do produto requer mão de obra qualificada, caso contrário não se desfruta plenamente do potencial da cal (figura). ORIENTAÇÕES GERAIS PARA AQUISIÇÃO E USO DA CAL Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO - Os substituintes de cal conferem plasticidade nas argamassas, mas como não atuam como ligantes não contribuem no desenvolvimento da resistência mecânica no estado endurecido. - Considerar, na opção por uma cal de mercado, que o menor preço pode significar um material com baixíssimo teor de ligante e elevadíssimo teor de inertes, sinal de comprometimento da durabilidade e da vida útil do revestimento de argamassa, no médio e longo prazos. - Documentar as várias etapas de aplicação da cal na obra e acompanhar o pós-obra para o controle do desempenho do sistema construtivo, considerando a função e o benefício do produto, e o direito do consumidor previsto pela legislação. ORIENTAÇÕES GERAIS PARA AQUISIÇÃO E USO DA CAL Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO- Otimizar a execução das argamassas com cal, considerando-se que requer aquisição de cal hidratada de qualidade, adequada definição da proporção ligante: agregado, espessura máxima recomendada da ordem de 20 mm para favorecer a recarbonatação da cal hidratada no revestimento e fazer uso de areia lavada. - Considerar que um bom desempenho do revestimento de argamassas com cal requer diferentes períodos de cura (aproximados): o 15 dias para argamassas de chapisco; o 12 dias para argamassas de emboço; o 30 dias para o reboco. ORIENTAÇÕES GERAIS PARA AQUISIÇÃO E USO DA CAL Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO - Ao se empregar pintura à base de cal não é necessário aguardar os 30 dias para a cura do reboco, recomendados para pinturas à base de resinas sintéticas vinílicas e acrílicas. - Consultar informações disponíveis em programas de qualificação da cal como orientação para adquirir o produto no mercado. - Utilizar corretamente a cal de qualidade comprovada (figura no próximo slide) é determinante para assegurar a longevidade dos revestimentos de argamassas com cal, a exemplo das fachadas da Estação da Luz e do Edifício Martinelli, que são obras de vulto na capital paulista e marcos da engenharia nacional (figura no próximo slide). ORIENTAÇÕES GERAIS PARA AQUISIÇÃO E USO DA CAL Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO INSERIR TEXTO ✓ O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) implementou o Programa Brasileiro de Avaliação da Conformidade (PBAC), por meio da Portaria nº 361 de 06.09.2011, em que se emprega um mecanismo de Certificação de Produtos; ✓ Com a publicação da Portaria nº 262 de 05.06.2014 do Inmetro, que estabeleceu os Requisitos de Avaliação da Conformidade (RAC) para Cal Hidratada para Argamassa – Anexo F, os profissionais da construção civil já dispõem dessa ferramenta importante a favor da qualidade da cal hidratada comercializada no País; ✓ O Programa Setorial da Qualidade (PSQ) da cal hidratada, implantado em 1995 e finalizado em 2014, foi um marco para aprimorar osetor industrial brasileiro de cal e melhorar a qualidade da cal comercializada no País; PROGRAMAS PARA QUALIFICAÇÃO DA CAL Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO INSERIR TEXTO ✓ Em quase duas décadas de Programa, mais de 7000 amostras de cal de todo o território nacional foram ensaiadas no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), cujo Laboratório de Materiais de Construção Civil atuou como laboratório institucional do Programa; ✓ Ultimamente, o PSQ da cal produzia relatórios trimestrais retratando dados de auditorias em mais de 80 % do mercado brasileiro de cal hidratada para o preparo de argamassas, relativas a amostras coletadas nas fábricas ou adquiridas no varejo. ✓ O PSQ registrado sob o nº 05.03, no âmbito do PBQP-H,7 foi coordenado pela Secretaria Nacional de Habitação do Ministério das Cidades, tendo a Tesis Engenharia atuado como entidade gestora técnica. PROGRAMAS PARA QUALIFICAÇÃO DA CAL Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO INSERIR TEXTO ✓ Sem dúvidas, hoje, temos uma lacuna de dados de qualificação desse produto com prejuízo para o consumidor. ✓ Em 2002, no Paraná, onde se concentra o maior número de fábricas de cal virgem do País, surgiu o Programa de Qualidade da Cal com o objetivo de controlar a qualidade da cal virgem. ✓ Atua por meio da certificação das empresas produtoras de derivados de calcário, auditando seus processos com foco na garantia da qualidade dos produtos fabricados. ✓ Em janeiro de 2008, o Programa foi ampliado e recebeu a nova denominação — Programa de Gestão de Qualidade. PROGRAMAS PARA QUALIFICAÇÃO DA CAL Fonte: Quarcioni (2019). INSERIR TEXTO INSERIR TEXTO ✓ A Associação dos Produtores de Derivados do Calcário (APDC) é a gestora do Programa e divulga relatórios trimestrais, qualificando os produtos e a gestão da própria empresa, como um todo. ✓ Esta iniciativa, apesar de não estar inserida no PBQP-H, é mais uma ação setorial importante em prol da qualidade da cal nacional e os dados podem ser acessados no site da APDC. PROGRAMAS PARA QUALIFICAÇÃO DA CAL Fonte: Quarcioni (2019). EXERCÍCIOS INSERIR TEXTO EXERCÍCIOS 1) Descreva o processo de obtenção da cal? 2) O que é cal virgem? 3) Como é processada a extinção da cal virgem em obra, e quais os cuidados que devem ser observados? 4) Quais as propriedades da cal hidratada? 5) Citar e explicar sucintamente quais os ensaios de verificação da qualidade de uma cal hidratada. 6) Explique o que é a cal hidráulica. 7) Cite as principais utilizações da cal na construção civil. 8) Como são classificados os aglomerantes quanto à sua composição? Explique. 9) Como são classificados os aglomerantes quanto ao endurecimento? Explique. 10) O que são aglomerantes? Quais são os diferentes tipos existentes? Fonte: Quarcioni (2019). Contato: julyenne.bampa@estacio.br INSERIR TEXTO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ✓ ABITANTE, A. L.; LISBOA, E. S. Materiais de construção. 2.ª ed. Porto Alegre, SAGAH, 2017. ✓ LISBOA, E. S.; ALVES, E. S.; MELO, G. H. A. G. Materiais de construção: concreto e argamassa. 2.ª ed. Porto Alegre, SAGAH, 2017. ✓ PINHEIRO, A. C. F. B.; CRIVELARO, M. Materiais de construção. 2.ª ed. São Paulo, Érica, 2016. ✓ QUARCIONI, V. A. In: BAUER, L. A. F. Materiais de construção. Coordenação João Fernando Dias. 6.ª ed. Rio de Janeiro, LTC, 2019.
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