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cronica do débito e crédito

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É DEBITANDO QUE SE RECEBE, ACREDITE! 
 
 
O conceito de crédito e de débito, pelo menos para pessoas leigas em contabilidade, é 
divergente daquele concebido por está ciência e por seus estudiosos. Há, na verdade, um preconceito 
de muitos, talvez da maioria das pessoas, com relação a estes dois fenômenos. Não se sabe ao certo de 
quando nem donde ele vem, mas, certamente, está caracterizado no pensamento de bastante gente. 
 
O próprio dicionário de língua portuguesa define débito como dívida e crédito como confiança. 
Ora, se alguém tem uma divida é porque outrem lhe prestou confiança para pagamento futuro de algo. 
Então, por assim dizer, o débito é uma conseqüência direta do credito. 
 
Por outro lado, em contabilidade débito equivale a direito, haver e crédito a obrigação, dever. O 
difícil é convencer um leigo que caixa é uma conta de natureza devedora, ou seja, seu saldo deverá ser 
sempre um débito. 
 
“Mas como minha empresa tem saldo no caixa e eu tenho assim um débito?” Indaga, 
estarrecido, o Sr. Empresário. 
 
“Sr. Empresário, é que as contas do Ativo têm característica devedora, como o caixa da 
empresa é representado no Ativo, pela respectiva conta, como aplicação de recurso, seu saldo é 
devedor, pois débito quer dizer aplicação de recurso, assim como, ao contrário, credito quer dizer 
origem de recurso.” 
 
“Não me venha com essa estória Sr. Contador, todos sabemos que débito é igual a dívida, 
exceto os Srs. Contabilistas.” 
 
O senso comum é muito forte. As vezes nos leva a pensar que já nasce com o cidadão, ou até 
mesmo antes deste. 
 
“Sr. Contador, vou lhe esclarecer, de uma vez por todas, que débito é sinônimo de divida e que 
credito é sinônimo de ficha limpa, dinheiro em conta. O Sr. largue esta mania de enxergar tudo pelo 
reverso, homem; deixe de ser impossível! O Sr. não tem conta no banco?” 
 
“Tenho, é claro!” 
 
“Pois bem, o Sr. Não retira extrato de sua conta bancária para chegar como andam suas 
finanças?” 
 
“Eu não chamaria de finanças tão parcas quantias, mas retiro extrato regularmente, sim, Sr. 
Empresário.” 
 
“Então, Sr. Contador, o Sr. não percebe que quando tem dinheiro aplicado o extrato amostra-
lhe um C, de credito e que, por outro lado, quando está no vermelho, devendo ao banco - geralmente 
quando sua mulher vai às compras sozinha – o extrato amostra-lhe um D, de debito; o Sr. nunca notou 
que deposito é C e saque é D? Ora, Sr. Contador, isto é muito óbvio, só não ver quem não quer, pois 
até cego sabe disso.” 
 
“Mas...” 
 
“Nem mais nem menos, Sr. Contador, não insista nessa sua teimosia, homem. Olhe aqui, deixe-
me amostrar-lhe...” 
 
Doce e cruel ilusão, achar que banco faz contabilidade para cliente.

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