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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ - UNIDADE RECREIO DISCIPLINA: DIREITO PROCESSUAL CIVIL I PROF. ISABEL CRISTINA RIBEIRO Aluno: HUGO VICTOR SOUZA DE SÁ / Matricula: 201902191455 ESTUDO DE CASO (vale até 2.0) Leia e analise o acórdão abaixo: STF: DIREITO CONSTITUCIONAL. PRINCÍPIO DA ISONOMIA ENTRE HOMENS E MULHERES. AÇÃO DE SEPARAÇÃO JUDICIAL. FORO COMPETENTE. ART. 100, I DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. ART. 5º, I E ART. 226, § 5º DA CF/88. RECEPÇÃO. RECURSO DESPROVIDO. O inciso I do artigo 100 do Código de Processo Civil, com redação dada pela lei 6.515/1977, foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988. O foro especial para a mulher nas ações de separação judicial e de conversão da separação judicial em divórcio não ofende o princípio da isonomia entre homens e mulheres ou da igualdade entre os cônjuges. (STF. RE 227114 / SP - SÃO PAULO. Relator Ministro Joaquim Barbosa. Julgamento: 22 de novembro de 2011.) 1 - O posicionamento manifestado em 2011 pelo STF no acórdão acima foi recepcionado pelo NCPC de 2015? Justifique, na forma de parecer jurídico, ilustrando-o com posicionamento jurisprudencial. RE. Entendo que o inciso I do artigo 100 do CPC não ofende o princípio da isonomia entre homens e mulheres. Em primeiro lugar porque não se trata de um privilégio estabelecido em favor das mulheres, mas de uma norma que visa a dar um tratamento menos gravoso à parte que, em regra, se encontrava e, ainda se encontra, em situação menos favorável econômica e financeiramente. A propositura da ação de separação judicial no foro do domicílio da mulher é medida que melhor atende ao princípio da isonomia, na famosa definição de Rui Barbosa de que este consiste em “tratar desigualmente os desiguais na medida em que se desigualam”. Ademais, a competência prevista no inciso I do artigo 100 do CPC é relativa, ou seja, se a mulher não apresentar exceção de incompetência em tempo hábil a competência se prorroga; ou a própria mulher pode preferir ajuizar a ação no foro do domicílio do marido ou ex-marido, inexistindo óbice legal a que a ação prossiga, neste caso, no foro do domicílio do réu. Por fim, merece registro que os juízes e tribunais de todo o país têm se manifestado majoritariamente no sentido da recepção deste dispositivo, salvo no que tange ao divórcio direto (STJ, CC 13.623, rel. min. Sálvio de Figueiredo, DJU 18.09.1995) e às ações de anulação de decisão homologatória de separação judicial, bem como nos casos em que a mulher reside no estrangeiro. De todo o exposto, por não vislumbrar ofensa ao princípio da isonomia, voto pelo desprovimento do recurso, assentando a recepção do inciso I do art. 100 do CPC pela Constituição Federal de 1988. 2 - Discorra sobre os princípios norteadores da competência jurisdicional. RE. Os princípios norteadores que destaca a distribuição da competência no direito brasileiro está pautada por três princípios. Esses princípios tem grande relevância na hora de definir qual é o juízo competente, vejamos, primeiro príncipio é o de juiz natural, o princípio da perpetuação da jurisdição e o princípio da competência sobre a competência. 1. PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL A Constituição Federal, em seu art. 5º, inciso XXXVII, informa que não haverá juízo ou tribunal de exceção e o inciso LIII destaca que ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente. Esses incisos dão ensejo ao princípio do juiz natural, ou seja, que a jurisdição será exercida por juízes instituídos pela Constituição e competentes segundo a lei. Portanto, a escolha do juiz para resolver o litígio, no caso concreto, deve ser feita por critérios impessoais, objetivos e preestabelecidos. 2. PERPETUAÇÃO DA JURISDIÇÃO (COMPETÊNCIA): O princípio destaca que, a fixação da competência, in concreto, deve se dar no início do processo, isto é, com a propositura da ação, não podendo, em regra, ser modificada posteriormente. É o que explana o art. 43 do CPC: Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta. (É O MOMENTO DE FIXAÇÃO DA COMPETÊNCIA) É que, concretizada a competência o sistema garante a estabilidade dademanda. 3. COMPETÊNCIA SOBRE A COMPETÊNCIA: O princípio da KOMPETENZ KOMPETENZ informa que, todo juiz tem competência para apreciar pelo menos a própria competência ou incompetência do órgão jurisdicional a qual integra. Neste caso, todo e qualquer juiz tem competência para avaliar e declarar sua competência ou incompetência em determinado caso concreto, pois todo juiz é o primeiro juiz da própria competência.
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