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Const Emp - 24-4-2020 - Infos 666 e 667 do STJ e 970 a 973 do STF

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Curso Continuado de 
Informativos e Questões
Aula de 24-4-2020 (Informativos 666 e 667 do 
STJ e 970 a 972 do STF)
Prof. Daniel Pinheiro de Carvalho
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DIREITO EMPRESARIAL
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Informativo 666/STJ
→ “A empresa que comercializa responde solidariamente com o
fabricante de produtos contrafeitos pelos danos causados pelo uso
indevido da marca.” (REsp 1.719.131)
→STJ: “contrafação é a reprodução, no todo ou em parte, de marca
registrada, ou sua imitação, quando a imitação possa induzir
confusão. Por meio dela, dilui-se a própria identidade do fabricante,
criando-se na mente dos consumidores confusão sobre quem são os
competidores e duplicando fornecedores para um mesmo produto
(nesse sentido: REsp n. 1.032.014/RS, Rel. Min. Nancy Andrighi,
Terceira Turma, DJe 4/6/2009).”
Informativo 666/STJ
→ “a violação do instituto marcário acaba sendo realizada não
apenas pela fabricação de produto similar e pela imitação da marca,
mas também pelos atos subsequentes que efetivamente introduzem
no mercado a oferta dos bens contrafeitos. (...) ambas as empresas
concorrem efetivamente para o abalo do direito exclusivo da
exploração de marca registrada.”
→“É verdade que não há na Lei n. 9.279/1996 a previsão de
hipóteses de solidariedade do dever de reparar decorrente de atos de
contrafação. Entretanto, (...) deve-se aplicar, ao caso dos autos, a
norma geral prevista no art. 942 do CC/2002, (...) [que prevê] que os
co-autores de violações a direitos de outrem respondem
solidariamente pela obrigação de indenizar.”
Informativo 666/STJ
→ “A renúncia ao registro não enseja a perda do objeto da ação que
veicula pretensão de declaração de nulidade da marca.”
→Fundamento: “Os efeitos decorrentes da renúncia ao registro
operam-se prospectivamente – efeitos ex nunc. Não pode ser
confundida, em seus efeitos, com a decretação de nulidade do ato
administrativo que concedeu tal registro, a qual opera efeitos ex tunc,
segundo regra expressa do art. 167 da LPI. (...) o próprio art. 172 da
LPI, ao tratar do processo administrativo de nulidade, estabelece que
nem mesmo a extinção do registro marcário impede o
prosseguimento deste, de modo que destoaria do razoável impedir a
tramitação da ação judicial movida com idêntico objetivo.”
Alienação de ativos na recuperação judicial - Informativo 667/STJ
→ “A sistemática prevista no art. 142 da Lei n. 11.101/2005 não é
aplicável quando reconhecida a utilidade e a urgência na alienação de
bens integrantes do ativo permanente de empresa em recuperação
judicial.”
→o art. 142 da LFRE cuida de matéria afeta a processos de falência,
regulando de que forma será efetuada a realização do ativo da
sociedade falida, mas o art. 60 estabelece que, caso o plano de
recuperação judicial envolva a alienação de filiais ou de unidades
produtivas isoladas da recuperanda, o juiz deve ordenar sua
realização observando o que dispõe o art. 142 da mesma Lei.
Alienação de ativos na recuperação judicial - Informativo 667/STJ
→cuidando-se da situação prevista em seu art. 66, não exige
qualquer formalidade específica para avaliação dos ativos a serem
alienados, incumbindo ao juiz verificar as circunstâncias específicas
de cada caso e adotar as providências que entender cabíveis para
alcançar o melhor resultado, tanto para a empresa quanto para os
credores e demais interessados.
→Obs: Art. 66. Após a distribuição do pedido de recuperação judicial,
o devedor não poderá alienar ou onerar bens ou direitos de seu ativo
permanente, salvo evidente utilidade reconhecida pelo juiz, depois
de ouvido o Comitê, com exceção daqueles previamente relacionados
no plano de recuperação judicial.
Alienação de ativos na recuperação judicial - Informativo 667/STJ
→Não compete à Justiça estadual, em sede de reconvenção proposta
na ação de abstenção de uso de marca, afastar o pedido da
proprietária da marca, declarando a nulidade do registro ou
irregularidade da marca.
DIREITO 
CONSTITUCIONAL
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Informativo 970/STF
→ “o amicus curie, por não ter legitimidade para propositura de
ação direta, também não tem para pleitear medida cautelar.”
(ADPF 347)
→ Tribunal entendeu “que houve, de ofício, ampliação do pedido
da presente Arguição de Descumprimento de Preceito
Fundamental (ADPF).
Explicou que, no controle abstrato de constitucionalidade, a causa
de pedir é aberta, mas o pedido é específico.”
→Caso concreto: ADPF do Estado de Coisas Inconstitucional no
Sistema Penitenciário. Amicus Curiae apresentou pedido cautelar
novo referente ao COVID-19.
Informativo 970/STF
→ “A Constituição Federal (CF) não estabelece prazo para julgamento de
pedido de revisão pelo CNJ, apenas prazo para a instauração da revisão
(CF, art. 103-B, § 4º, V).”
→ ”CF e o Regimento Interno do CNJ conferem legitimidade universal
para propositura da revisão disciplinar, a qual pode ser instaurada por
provocação de terceiros e até mesmo de ofício, o que demonstra a
legitimidade do Ministério Público para atuar na matéria em comento.”
→RICNJ: Art. 82. Poderão ser revistos, de ofício ou mediante provocação
de qualquer interessado, os processos disciplinares de juízes e membros
de tribunais julgados há menos de um ano do pedido de revisão.
Informativo 970/STF
→Art. 83. A revisão dos processos disciplinares será admitida:
I - quando a decisão for contrária a texto expresso da lei, à
evidência dos autos ou a ato normativo do CNJ;
II - quando a decisão se fundar em depoimentos, exames ou
documentos comprovadamente falsos;
III - quando, após a decisão, surgirem fatos novos ou novas
provas ou circunstâncias que determinem ou autorizem
modificação da decisão proferida pelo órgão de origem.
Informativo 971/STF (sessões virtuais apenas)
→ Inconstitucionalidade da cobrança de custas para obter certidões da
Justiça Federal de primeiro e segundo graus, quando a certidão
pleiteada for concernente ao próprio requerente, sendo desnecessária,
nessa hipótese, expressa e fundamentada demonstração dos fins e das
razões do pedido. Quando o pedido tiver como objeto interesse
indireto ou de terceiros, mostra-se imprescindível a explicitação das
finalidades do requerimento. (ADI 2259)
→Natureza das custas: taxa.
→Fundamento: Imunidade tributária: “A Constituição da República
garante aos cidadãos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a
gratuidade na obtenção de certidões nas repartições públicas, desde
que “para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse
pessoal” (art. 5º, XXXIV, CF/88). (...) Essa garantia fundamental não
depende de concretização ou regulamentação legal, uma vez que se
trata de garantia fundamental dotada de eficácia plena e aplicabilidade
imediata.”
Informativo 971/STF
→ ”1. Em virtude do caráter nacional do Poder Judiciário, o
Plenário do Supremo Tribunal Federal declarou, em sede de
cautelar, inconstitucional a fixação diferenciada de limite
remuneratório para os membros da magistratura federal e
estadual. 2. Sob pena de se retirar a autonomia do Poder
Legislativo, a simetria que decorre do caráter nacional do Poder
Judiciário não abrange o escalonamento dos subsídios das
carreiras da magistratura (de acordo com a entrância). 3. Ação
direta julgada improcedente.” (ADI 4237)
Informativo 971/STF
→ Nos casos em que a dúvida sobre a competência legislativa recai
sobre norma que abrange mais de um tema, deve o intérprete acolher
interpretação que não tolha a competência que detêm os entes
menores para dispor sobre determinada matéria.
→A norma que dispõe sobre utilização de franquia de dados pelo
usuário insere-se no âmbito do direito do consumidor, nos termos do
art. 24, V e VIII, da Constituição da República. Sendo concorrente, no
entanto, deve-se ainda perquirir sobre a existência de norma federal
sobre a matéria.
→Obs: no caso, há norma da ANATEL sobre a questão (art. 18 da
Resolução 424/2005), razão pela qual foi declarado inconstitucional o
ato impugnado na ADI.
Informativo 972/STF→ Inconstitucionalidade de lei estadual da SC que afastava dos concursos
de notários e registradores as serventias em relação às quais havia
processo judicial em andamento questionando a titularidade; e atribuía ao
Governador do Estado competência privativa para declarar a vacância das
serventias extrajudiciais.
→ Fundamento: colide com o disposto no art. 37, caput, e 236, § 3º da
Constituição Federal, no que pertine à necessária submissão a concurso
público para recebimento de delegação, bem como afronta o disposto nos
arts. 22, XXV, e 236, § 1º da Constituição Federal, por competir à União
legislar sobre registros públicos e à Lei federal definir a fiscalização de seus
atos pelo Poder Judiciário, o que é regrado pela Lei nº 8.935/94, cabendo
ao Presidente do Tribunal de Justiça a declaração de vacância, a
designação de substituto e a abertura de concursos.
Informativo 972/STF (sessão de julgamento virtual)
→ Inconstitucionalidade de Emenda à Constituição do
Estado de Rondônia que previu a apreciação, pela
Assembleia Legislativa, da legalidade dos atos de
concessão de aposentadoria a integrantes do Tribunal de
Contas do Estado e necessidade de sua convocação para
auditar órgãos do Legislativo.
→Fundamento: Interferência do Poder Legislativo na
autonomia do Tribunal de Contas.
Informativo 972/STF (sessão de julgamento virtual)
→ Pertence ao Tribunal de Justiça estadual a iniciativa
privativa para legislar sobre organização judiciária, na qual
se inclui a criação, alteração ou supressão de cartórios.
→Vulnera o princípio da separação dos Poderes a
imposição de diretrizes e prazos, pelo Constituinte
Estadual, para a elaboração de projeto de lei de iniciativa
reservada ao Tribunal de Justiça.
→ Caso: Iniciativa de lei sobre serventias judiciais e
estabelecimento de critérios e prazos para sua criação.
Informativo 972/STF (sessão de julgamento virtual)
→ Constitucionalidade de lei estadual que regulamenta
venda de bebidas alcoólicas em eventos esportivos.
→Fundamento: Estatuto do Torcedor:
Art. 13-A. São condições de acesso e permanência do
torcedor no recinto esportivo, sem prejuízo de outras
condições previstas em lei:
II - não portar objetos, bebidas ou substâncias proibidas
ou suscetíveis de gerar ou possibilitar a prática de atos de
violência;
Informativo 972/STF (sessão de julgamento virtual)
→ Lei em questão: Permissão somente de bebidas não
destiladas com teor alcoólico inferior a 14%.
→STF: Respeito à razoabilidade e proporcionalidade na
regulamentação estadual. ET não especificou quais seriam
as bebidas capazes de gerar ou possibilitar atos de
violência nem impôs geral e absoluta. Tema de Direito do
Consumidor (competência concorrente)
Informativo 972/STF (sessão de julgamento virtual)
→ Perda de objeto parcial da ADI em caso de
superveniente revogação de parte dos dispositivos
impugnados (não seguiram aquele outro precedente em
ADPF que afastava a perda de objeto). ADI 6196.
Informativo 666/STJ
→ “A omissão injustificada da Administração em providenciar a
disponibilização de banho quente nos estabelecimentos prisionais
fere a dignidade de presos sob sua custódia.” (Resp 1.537.530)
→ “as Regras Mínimas para o Tratamento dos Reclusos, promulgadas
pelas Nações Unidas (Regras de Mandela), dispõem que "Devem ser
fornecidas instalações adequadas para banho", exigindo-se que seja
"na temperatura apropriada ao clima" (Regra 16). Irrelevante, por
óbvio, que o texto não faça referência expressa a "banho quente".”
Informativo 666/STJ
→ “Primeiro, porque se refere à dignidade da pessoa humana,
naquilo que concerne à integridade física e mental a todos garantida.
Segundo, porque versa sobre obrigação inafastável e imprescritível do
Estado de tratar prisioneiros como pessoas, e não como animais.
Terceiro, porque o encarceramento configura pena de restrição do
direito de liberdade, e não salvo-conduto para a aplicação de sanções
extralegais e extrajudiciais, diretas ou indiretas. Quarto, porque, em
presídios e lugares similares de confinamento, ampliam-se os deveres
estatais de proteção da saúde pública e de exercício de medidas de
assepsia pessoal e do ambiente, em razão do risco agravado de
enfermidades, consequência da natureza fechada dos
estabelecimentos, propícia à disseminação de patologias.”

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