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NPJ2 Penal Seção 1

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ (JUIZ COATOR) 
 
 
 
 
 
 
XXXXXXX, brasileiro, advogado(a), inscrito(a ) na OAB/XX sob o nº ____, com escritório na Rua ____ nº ____ , Na Cidade de Conceição do Agreste - CE, onde recebe intimações, vem, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 5º, LX V III, da CF/88, impetrar ordem de 
 
 
HABEAS CORPUS 
 
em favor do Sr. José XX, conhecido popularmente como Zé da Farmácia, brasileiro, casado, vereador da cidade de Conceição do agreste, ocupando o cargo de Presidente da câmara de vereadores, residente nesta mesma cidade, contra ato do Meritíssimo Juiz de Direito da __Vara Criminal da Comarca de Conceição do Agreste-CE, pelos motivos e fatos exposto a seguir: 
I - DOS FATOS
	O paciente encontra-se preso desde 04 de fevereiro de 2018, na cidade de Conceição do Agreste, em razão de prisão em flagrante posteriormente convertida em preventiva por ordem do Excelentíssimo Juiz de Direito da ____ Vara Criminal (autoridade coautora) da cidade de Conceição do Agreste devido a prisão ocorrida neste dia citado, decorrente de denúncia recebida pelo Dr João Rajão, então delegado da cidade, no dia 03 de fevereiro de 2018.
	
	A denúncia foi feita pelo Sr. Paulo Matos, empresário, sócio de uma empresa interessada em participar das contratações a serem realizadas pela Câmara de Vereadores. Nesta oportunidade o Sr. Paulo relatou um esquema de corrupção envolvendo o Vereador João Santos, o João do Açougue, que exerce, atualmente a função de presidente da Comissão de Finanças e Contratos da Câmara de Vereadores do Município de Conceição do Agreste/CE, junto aos vereadores Fernando Caetano e Maria do Rosario, membros da mesma Comissão, onde estes haviam exigido de Paulo o pagamento de R$ 100.000,00 (cem mil reais) para que sua empresa pudesse participar do referido procedimento licitatório, que estava agendado para o dia seguinte.
	Afim de prender todos os envolvidos no caso em flagrante delito, o Delegado João, orientou Paulo a sacar o dinheiro e combinar com os vereadores a entrega da quantia na própria sessão de realização da licitação, oportunidade em que uma equipe de policiais disfarçados estaria presente para efetuar a prisão dos envolvidos. E assim foi feito. Ocorre que, por uma infeliz coincidência, o paciente desde remedio constitucional impetrado, Zé da Farmácia, resolveu, no fatídico dia assistir à sessão da Comissão de Finanças e Contratos da Câmara para verificar se ela estava realizando seu trabalho de maneira correta e eficaz. Desta forma, mesmo sem ter ciência de nenhum dos fatos aqui narrados, estava presente no Plenário da Câmara no momento da operação policial e acabou também preso em flagrante, acusado de participar do esquema criminoso.
	Diante disso, foram seguidos todos os ritos e prazos de inquérito policial sendo enfim comunicada a Autoridade Judiciaria, esta determinou a apresentação dos presos, em audiência de custodia, a ser realizada no dia seguinte à prisão. Na data e no horário designados, os réus foram representados pelo Procurador da Câmara dos Vereadores, que requereu a liberdade deles, com a decretação de medidas cautelares diversas da prisão. Entretanto, o MM. Juiz, acatando o pedido do Ministério Público de conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva, decretou a prisão preventiva de todos, nos termos do art. 310, II, c/c art. 312, c/c art. 313, I, todos do CPP, para garantia da ordem pública, tanto em vista a gravidade e a repercussão do crime.
II - DOS ARGUMENTOS
	
	No entanto, a prisão e sua manutenção foi realizada de forma ilegalmente, devido a não atender as devidas características para um flagrante delito, prevista no artigo 302 do Código de Processo Penal, que diz:
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
I - está cometendo a infração penal;
II - acaba de cometê-la;
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.
	Apresentando o rol do flagrante delito e considerando os fatos narrados, podemos notar que o paciente não se apresenta enquadrado em nenhum dos itens, sendo assim sua prisão é ilegal. O rol do artigo é taxativo, sendo assim só é considerado prisão em flagrante delito aquela prisão realizada em uma das hipótese ali previstas, sob pena de tal ato ser ilegal e, portanto, passível de imediato relaxamento.
	Podemos levantar a hipótese que a ação dos agentes no ato da prisão é de flagrantes próprio, previsto nos incisos I e II, do CPP. Das especies de flagrante, apresentam o forjado, preparado e esperado, onde os dois primeiros são ilegais segundo a própria legislação. Onde podemos facilmente enquadrada o caso na hipótese de flagrante preparado, sendo seu conceito:
“Flagrante preparado ou provocado é aquela prisão em flagrante que ocorre indução ou instigação para que alguém pratique o crime, tudo com o objetivo de efetuar a prisão.” 
	Por consideramos que ação criminoso não iria ser concretizar, pois os agentes haviam armado uma situação controlada, cilada, para simplesmente encontrar os réus no ato criminoso, e assim não colocando em risco o bem jurídico tutelado. Desde modo, aplicamos a regra do criem impossível, prevista no art. 17, do Código Penal:
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
	Sendo considerado os argumento apresentado, tanto a prisão quando a manutenção foi realizada de maneira ilegal e sem qualquer fundamento legal.
III - DO CABIMENTO DO HABEAS CORPUS
	O Habeas Corpus caracteriza-se uma ação de impugnação autônoma, de natureza mandamental e de cognição sumária, também não submetida a prazos, destinada a garantir a proteção da liberada de locomoção dos cidadãos, em casas de atos abusivos do Estado, encontrando amparo legal nos artigos 647 a 667 do CPP.
	O Código de Processo Penal, nos arts. 647 e 648 apresentam as hipótese do seu cabimento quando for verificada a coação ilegal:
Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar;
Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal:
I - quando não houver justa causa;
	O texto da Constituição Federal nos apresenta de for clara no artigo 5º, LIV:
Art. 5º, LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal. Este princípio garante que ninguém seja privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.
	Seguindo com a leitura do artigo, encontramos no inciso LXVIII:
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
	Sendo uma decisão no caso apresentando ser uma prisão preventiva, e assim considerada de forma interlocutória simples, em regra, irrecorrível, cabe a ação de impugnação autônoma, que em nosso caso é o Habeas Corpus, pois esta sendo restringido o direito de liberdade e locomoção.
IV - DO PEDIDO 
	Diante do exposto, em face da verdadeira coação ilegal, de que é vítima o paciente, vem requerer que, depois de solicitadas as informações à artigos 647 e 648, inciso I do Código de Processo Penal, concedendo:
a medida LIMINAR, ante a existência de fumus boni iuris e periculum in mora, determinando a imediata LIBERDADE por meio a revogação e imediato relaxamento da prisão preventiva decretada contra o paciente;
a expedição do alvará de soltura em favor do paciente;
oficializar a autoridade coatora para prestar as informações de praxe, com posterior remessa dos autos a este Egrégio Tribunal como regular prosseguimento feito;
conhecer o pedido de Habeas Corpus, para conceder o pedido de julgado feito, tornando definitivosos efeitos da liminar concedida;
a juntada de comprovante de residência, certidão de antecedentes criminais e comprovante de trabalho para demonstrar o intuito do paciente em colocar e participar do processo;
a juntada cópia integral de todo o procedimento existente até o momento;
Nestes termos,
Pede deferimento.
Campo Grande/MS, 19 de setembro de 2020
Assinatura do Advogado impetrante
OAB/_____

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