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Aula 7 Conservação de Recursos Naturais - Meio Aquático


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Disciplina: Ciência do Ambiente 
Autor: Welington Kiffer de Freitas 
 
Aula 6 – Conservação dos recursos naturais: Meio Aquático 
Meta 
Apresentar os fundamentos relacionados ao meio aquático, em geral e, deste 
modo, demonstrar a importância da preservação desse recurso para a vida 
terrestre. 
 
Objetivos 
• Após esta aula, você será capaz de: 
• Conhecer as propriedades físicas e químicas da água; 
• Entender como ocorre a distribuição da água no planeta; 
• Compreender a importância de se conhecer o ciclo hidrológico e como 
seu funcionamento é importante para a manutenção de todos os 
organismos terrestres; 
• Relacionar os efeitos antrópicos com a qualidade da água; 
• Entender os processos de tratamento da água e esgoto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Introdução 
Quase toda a superfície do planeta Terra está coberta por água, seja 
nas calotas polares (em forma de gelo), nos oceanos, nos rios, nos lagos, 
dentre outros corpos hídricos. 
A água é um elemento mineral fundamental para a manutenção da 
vida e dos ecossistemas, com a capacidade de se renovar constantemente, 
através dos processos físicos do ciclo hidrológico, alternando entre os 
estados sólido, líquido e gasoso. Porém, mais de 95% da água do nosso 
planeta é salgada, restando menos de 3% de água doce apropriada para o 
consumo humano. Dessa pequena porção, três quartos estão em geleiras e 
apenas 0,35% está na superfície, em rios e lagos. 
Devido ao desenvolvimento acentuado ocorrido, principalmente, após 
a Segunda Guerra, como crescimento industrial e a consequente 
urbanização, a degradação dos recursos naturais vem sendo sentida, cada 
vez mais, especialmente nos corpos d´água, levando a drástica redução na 
disponibilidade e qualidade desse recurso – o chamado estresse hídrico. 
De acordo com a declaração de Dublin sobre recursos hídricos e 
desenvolvimento (1992) “a água doce é um recurso finito e vulnerável, 
essencial para a conservação da vida, a manutenção do desenvolvimento e 
do meio ambiente”. Esse documento dispõe ainda que “a água tem valor 
econômico em todos os seus usos competitivos, por isso deve-se promover 
sua conservação e proteção.” 
O uso da água pelo homem pode ser tanto relacionado aos aspectos 
não consumíveis (navegação, geração de energia, lazer, etc.) como também 
por atividades que envolvem seu consumo direto (abastecimento humano, 
dessedentação animal, abastecimento industrial, irrigação e outros). 
De todos os problemas relacionados à água (qualidade), um dos mais 
preocupantes é a contaminação de mananciais que deixam de abastecer a 
população humana. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) 
revelam que mais de 20 milhões de pessoas morrem no mundo devido a 
doenças transmitidas pela água, e que ainda, nos países em 
desenvolvimento, 70% da população que vive em zonas rurais e 25% da 
população que vive em zonas urbanas não possuem acesso ao 
abastecimento adequado. 
Diante de tanta importância desse recurso fundamental para a 
manutenção do planeta, vamos dar início a mais uma etapa do nosso 
estudo. 
 
2. Propriedades da água 
2.1 Propriedades físicas 
Em condições normais de temperatura e pressão (CNTP), a água se 
apresenta no estado líquido, sendo uma das poucas substâncias inorgânicas 
a possuir tal característica. 
A densidade pode ser descrita como o resultado da divisão da massa 
pelo volume, podendo variar de acordo com a temperatura, pois quanto 
maior a temperatura, menor a densidade. A densidade da água é cerca de 
oitocentas vezes superior à densidade do ar. Água pura, no estado liquido, 
possui uma densidade de 1 g/cm³, a 4ºC. No gelo, produzido nas CNTP, as 
moléculas de água formam estruturas hexagonais mais dispersas umas das 
outras, tendo sua densidade reduzida até 0,90 g/cm3, o que significa que 
quando o gelo encontra-se em meio da água liquida somente cerca de 10% 
de seu volume permanece acima da superfície. 
A viscosidade é uma propriedade física que determina a resistência de 
um fluido ao escoamento, estando diretamente relacionado com a 
temperatura. Esse atrito é responsável pela resistência ao movimento que se 
pode realizar em qualquer direção estando submerso. Portanto, quanto 
menor a viscosidade, menor a velocidade em que o fluido se movimenta. 
A cor da água pode ser considerada como um indicador de presença 
de partículas dissolvidas ou em suspensão na água, como: metais (ferro e 
manganês), húmus (produto da decomposição da matéria orgânica), 
plâncton (conjunto de organismos vivos dispersos na água) dentre outras 
substâncias. Deste modo, a turbidez pode ser definida como qualquer 
condição capaz de reduzir a transparência da água, ou seja, é a medida do 
espalhamento de luz como resultado da presença de partículas coloidais ou 
em suspensão. 
 
2.1 Propriedades químicas 
A água e considerada como solvente universal, sendo essa a sua 
principal característica química. Devido a suas características estruturais e 
biológicas, possui a capacidade de dissolver uma grande variedade de 
substâncias, sendo por isso imprescindível para a vida. A polaridade é a 
característica química que confere a água a capacidade de dissolver 
substâncias polares no estado sólido, líquido e gasoso. 
A solubilidade de gases em água está diretamente relacionada a 
fatores ambientais, tais como o aumento da temperatura, aumento da 
quantidade de CO2 no ar, entre outros. A presença de gases dissolvidos nos 
ecossistemas aquáticos é um importante indicador de qualidade ambiental. 
Uma baixa concentração de O2, por exemplo, pode provocar a morte de 
animais aquáticos, assim como uma produção excessiva de CH4 pode 
acelerar o efeito estufa e mudanças climáticas. 
O parâmetro oxigênio dissolvido (OD) refere-se à condição da água 
para a sobrevivência dos organismos aquáticos, pois algumas espécies não 
sobrevivem com o teor de O2 inferior de 4 mg/L. O gás oxigênio (O2) 
presente na atmosfera se dissolve nas águas naturais devido ao gradiente 
de pressão, sendo condicionado pela temperatura e pela altitude, que são 
inversamente proporcionais em relação a solubilidade do O2 na água. A 
avaliação da concentração de OD é um fator importante para avaliar o 
equilíbrio do meio aquático 
A Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) é resultado de um ensaio 
laboratorial, no qual se estima a quantidade de matéria orgânica 
biodegradável presente em uma amostra de água. Esse método avalia a 
quantidade de O2 utilizado pelos microrganismos aquáticos durante um 
período de 5 dias, sob temperatura constante de 20°C, para que ocorra a 
oxidação da matéria orgânica em uma forma estável inorgânica. Em corpos 
hídricos com elevado valor de DBO, provavelmente os valores de oxigênio 
dissolvido serão baixos e a concentração de matéria orgânica será alta. Os 
maiores aumentos em termos de DBO5,20 em um corpo d'água são 
provenientes de aporte de matéria orgânica. 
A Demanda Química de Oxigênio (DQO) também expressa à 
presença de matéria orgânica em corpos hídricos, porém, analisa os 
compostos passíveis de oxidação, como: celulose, lignina, compostos 
húmicos e parte dos amoniacais, através de um agente químico forte, como 
o dicromato de potássio (K2Cr2O7), em meio ácido. O poder de oxidação do 
K2Cr2O7 é, geralmente, superior ao produto da ação microbiológica, por isso 
os resultados da DQO são superiores aos da DBO. O aumento da 
concentração de DQO num corpo d'água refere-se, principalmente, a 
despejos de origem industrial. 
O nitrogênio é um macronutriente fundamental para a vida, pois é a 
principal base dos aminoácidos, formadores das proteínas, presente na água 
nas formas de nitrogênio molecular (N2), nitrogênio orgânico (dissolvido e em 
suspensão), amônia (NH3), nitrito (NO2) e nitrato (NO3). O nitrogênio total é a 
soma do nitrogênio orgânico e amoniacal, sendo que as análises realizadas 
não levam em consideração as quantidades de nitrito e nitrato.O nitrogênio 
tem papel fundamental no crescimento de algas e microrganismos, quando 
em elevadas concentrações em um determinado corpo hídrico pode levar ao 
desequilíbrio ambiental. Portanto, essa análise é importante para avaliar a 
quantidade de nitrogênio disponível, principalmente referente a despejos de 
esgotos domésticos brutos, para as atividades biológicas. 
O fósforo, outro macronutriente, é encontrado no meio aquático nas 
formas de ortofosfato, polifosfato e fósforo orgânico, originando-se da 
dissolução de compostos do solo e da decomposição de matéria orgânica. 
Por atividade antrópica, o aporte de fósforo pode ocorrer através de despejos 
de efluentes domésticos e industriais, fertilizantes e lixiviações de criatórios 
de animais O fósforo é um dos principais limitantes da produtividade de um 
ecossistema aquático, sendo também apontado como principal responsável 
pelo crescimento exagerado de microrganismos nos corpos d’água. 
O pH mede o grau de acidez ou alcalinidade da água e de outras 
soluções, através da concentração de íons H+ dissolvidos. Valores baixos de 
pH (condição ácida) podem favorecer a solubilização e liberação de metais 
adsorvidos em sedimentos. O pH alcalino, muitas vezes, está associado a 
alta produtividade de algas, resultante do aporte excessivo de nutrientes, o 
que eleva as taxas de consumo de gás carbônico (CO2), modificando o 
equilíbrio carbonato/bicarbonato ( ���
�� / ���
� ). 
 
Início da ATIVIDADE 1 
Atende ao Objetivo 1 
Explique como a turbidez pode interferir na dinâmica de um ecossistema 
aquático. 
Nas águas naturais, a presença da turbidez provoca a redução de intensidade 
dos raios luminosos que penetram no corpo d’água, influindo decisivamente 
nas características do ecossistema presente. Tanto a cor quanto a turbidez 
podem interferir na penetração de luz no meio aquático, o que pode ser 
prejudicial aos organismos fotossintetizantes. 
Ilustração: favor inserir 05 linhas para resposta. 
Fim da ATIVIDADE 1 
 
 
 
3. Distribuição da água no planeta
A água ocupa aproximadamente 70% da superfície da Terra, sendo 
esse valor constante. Destes, 97,5% é salgada. De toda a água doce, 68,9 
está nas geleiras, calotas polares e em regiões de montanhas, 29,
armazenado nas áreas subterrâneas, 0,99 está na superfície do solo e 
pântanos (umidade) e 0,3% está presente em rios e lagos
Tabela 1 – Distribuição da água nos diferentes compartimentos da biosfera.
Tipo 
Água doce superficial 
Água doce subterrânea 
Água doce / gelo 
Água salgada 
Vapor d’água 
Total 
 
A água não possui uma distribuição regular ao redor da Terra. Como 
já foi estudado anteriormente, a distribuição da água depende de uma série 
de fatores, os quais potencializam ou minimizam sua ocorrência em locais 
específicos. 
De acordo com a Figura 1
destaque no cenário mundial 
Figura 1. Distribuição de água doce no mundo.
6%
7%
9%
Distribuição da água no planeta 
A água ocupa aproximadamente 70% da superfície da Terra, sendo 
esse valor constante. Destes, 97,5% é salgada. De toda a água doce, 68,9 
está nas geleiras, calotas polares e em regiões de montanhas, 29,
armazenado nas áreas subterrâneas, 0,99 está na superfície do solo e 
pântanos (umidade) e 0,3% está presente em rios e lagos (Tabela 1)
Distribuição da água nos diferentes compartimentos da biosfera.
Ocorrência Volume (Km
rios 
lagos 
1.250
1.125.000
umidade do solo 
até 800m 
abaixo de 800m 
67.000
4.164.000
4.164.000
geleiras 29.200.000
oceano 
lagos e mares salinos 
1.320.000.000
105.000
atmosfera 12.900
 1.360.000.000
A água não possui uma distribuição regular ao redor da Terra. Como 
anteriormente, a distribuição da água depende de uma série 
de fatores, os quais potencializam ou minimizam sua ocorrência em locais 
a Figura 1, o território brasileiro possui um grande 
destaque no cenário mundial em relação aos recursos hídricos. 
Figura 1. Distribuição de água doce no mundo. 
46%
32%
12%
6%
América
Ásia
Brasil
Austrália e Oceania
Europa
África
A água ocupa aproximadamente 70% da superfície da Terra, sendo 
esse valor constante. Destes, 97,5% é salgada. De toda a água doce, 68,9 
está nas geleiras, calotas polares e em regiões de montanhas, 29,9% está 
armazenado nas áreas subterrâneas, 0,99 está na superfície do solo e 
(Tabela 1). 
Distribuição da água nos diferentes compartimentos da biosfera. 
Volume (Km3) 
1.250 
1.125.000 
67.000 
4.164.000 
4.164.000 
29.200.000 
1.320.000.000 
105.000 
12.900 
1.360.000.000 
A água não possui uma distribuição regular ao redor da Terra. Como 
anteriormente, a distribuição da água depende de uma série 
de fatores, os quais potencializam ou minimizam sua ocorrência em locais 
o território brasileiro possui um grande 
 
 
Austrália e Oceania
O Índice de qualidade de Água (IQA) é composto por nove parâmetros 
(Tabela 2), com seus respectivos pesos (w), que foram fixados em função da 
sua importância para a conformação global da qualidade da água. 
Tabela 2 – Parâmetros de Qualidade da Água do IQA e respectivos 
pesos. 
Parâmetro de Qualidade da Água - IQA Peso (W) 
Oxigênio dissolvido 0,17 
Coliformes termotolerantes 0,15 
pH 0,12 
Demanda Bioquímica de Oxigênio - DBO5,20 0,10 
Temperatura da água 0,10 
Nitrogênio total 0,10 
Fósforo total 0,10 
Turbidez 0,08 
Resíduo total 0,08 
 
A atual legislação ambiental, Resolução CONAMA nº 357 de 17 de 
março de 2005, classifica as águas no Brasil de acordo com a salinidade em 
“água doce” (salinidade inferior a 0,5%), “água salobra” (salinidade entre 
0,5% e 30%) e “água salina” (salinidade superior a 30%). 
A água doce pode receber outras classificações como “água potável”, 
que quer dizer que não possui cor, cheiro e nenhuma substância ou 
organismo que pode oferecer risco à saúde humana. “Água mineral”, que 
apresenta uma quantidade superior de sais minerais dissolvidos, 
apresentando um sabor diferente das outras, sendo classificadas geralmente 
de acordo com sua composição química. 
Qualquer substância que ocorra no ambiente em níveis acima dos 
normais, mas sem causar algum efeito nocivo ao meio denominamos de 
contaminantes. Por outro lado, quando uma determinada substância for 
encontrada no meio, em níveis maiores do que o normal, afetando 
negativamente um ou mais recursos ambientais passamos a ter um 
poluente. 
Existem ainda tipos de água que não são encontrada naturalmente, 
como a “água destilada”, que sofre o processo de destilação em laboratório 
para a retirada de todas as substâncias e sais minerais nela presentes, com 
o intuito de se obter a pureza desejada para a realização de alguns estudos, 
produção de medicamentos e limpeza de alguns materiais, por exemplo. 
A “água deionizada” tem como característica não possuir substâncias 
iônicas, esse tipo não é livre de substâncias moleculares e por isso não é 
considerada pelos químicos como uma água pura. 
 
Início da ATIVIDADE 2 
Atende ao Objetivo 2 
Descreva, com base nos dados apresentados na Figura 1, como a 
distribuição desigual natural de água esta relacionada à escassez de 
recursos hídricos. 
Resposta: A distribuição desigual dos recursos hídricos é apenas uma face 
da problemática da escassez de água potável no mundo. O desequilíbrio 
entre sua oferta e demanda passa também pela poluição dos grandes 
mananciais e pelo pouco de acesso das populações menos favorecidas. A 
América do Sul, que sozinha detém quase 1/3 da água doce do planeta, se 
configura como área estratégica. Mas, também, enfrenta problema, com a 
ambiguidade entre o desperdício e a escassez de abastecimento de água 
potável entre as camadas de suas populações. As estatísticas da distribuição 
da água pelo planeta por si não revelam toda a realidade de acesso das 
populações a esse recurso, tal como ocorre com a Ásia, que, embora 
detenha um dos maiores percentuais da água doce do planeta, também 
possui a maior população, parte vivendoem pobreza absoluta e, alguns 
povos em áreas de escassez, onde o acesso à água é causa de conflitos. 
Ilustração: favor inserir 15 linhas para resposta. 
Fim da ATIVIDADE 2 
 
4. Ciclo hidrológico 
O ciclo hidrológico ou ciclo da água é o movimento constante que a 
água presente na superfície terrestre realiza, movida pela energia solar e a 
força da gravidade, perpassando pelos reservatórios atmosférico, oceânico e 
terrestre. Neste ciclo fechado, a água pode circula entre estados físicos 
sólido, líquido e gasoso e, desta maneira, sempre se renovando. 
De acordo com a Figura 2, a radiação solar promove a evaporação da 
água dos oceanos e dos continentes. Esse vapor d’água produzido, em 
conjunto com o resultado do metabolismo dos seres vivos 
(evapotranspiração) se acumula na atmosfera, que através da condensação, 
forma as nuvens. 
 
Figura 2. Esquema do Ciclo hidrológico. 
 
Quando o ar não pode conter mais vapor de água, em uma 
determinada temperatura, considera-se essa atmosfera saturada. Nesse 
momento, ocorre a precipitação, sob a forma de chuva, granizo e neve, 
condicionada pela gravidade. O ciclo se completa quando a água atinge 
novamente a superfície terrestre. A precipitação pode atingir os oceanos, rios 
e lagos, ou ainda, os continentes. Nesse último compartimento, a água pode 
se comportar de diferentes maneiras. Seja pela infiltração e a percolação no 
solo (escoamento subterrâneo), com o movimento lento que a água realiza 
através do solo ou rochas que pode levar a formação de aquíferos, ressurgir 
na superfície na forma de nascentes, pântanos, brejos, ou ainda alimentar os 
corpos d´água. A água também pode escoar superficialmente carreando 
partículas de solo e substâncias nutritivas para os corpos d’água (Figura 2). 
Desta maneira, observamos que de acordo com a localização, a água 
pode ter três classificações: superficial, subterrânea e atmosférica. A água é 
uma só e está constantemente mudando a sua condição. Portanto, a água 
que chega a superfície na forma de chuva, já assumiu a forma de neve, ou 
granizo, assim como o iceberg esteve no subsolo. 
 
Início da ATIVIDADE 3 
Atende ao Objetivo 3 
Descreva, sinteticamente, os processos que envolvem o ciclo hidrológico. 
evaporação; evapotranspiração; precipitação; escoamento superficial; e 
escoamento subterrâneo 
Ilustração: favor inserir 03 linhas para resposta. 
Fim da ATIVIDADE 3 
 
5. Efeitos antrópicos sobre a qualidade da água 
5.1. Organismos Patogênicos: bactérias, vírus, protozoários e helmintos são 
os grandes causadores de doenças, e até, a morte de um grande número de 
pessoas que usam água com pouca ou nenhuma condição sanitária. 
5.2. Sólidos em Suspensão: além de causar a turbidez da água e diminuir a 
fotossíntese aquática, podem conter substâncias tóxicas a diversos organismos 
aquáticos. 
5.3. Temperatura: A temperatura é um aspecto fundamental em corpos 
aquáticos, pois os seres vivos apresentam diferentes reações devido a 
oscilação térmica. O efeito indireto da elevação da temperatura da água é a 
perda de oxigênio. A poluição térmica decorre principalmente de lançamentos 
da água aquecida usada em processos de resfriamento (refinarias, 
siderúrgicas, usinas termoelétricas, usinas nucleares, etc.). Tais efluentes 
provocam, nos rios, desoxigenação, uma vez que o calor provoca dissipação 
do oxigênio dissolvido, além disso, podem provocar a mortandade de peixes, 
pois a faixa de temperatura de sobrevivência deles é bastante estreita. 
5.4. Radioatividade: fenômeno natural ou artificial (induzido) pelo qual 
algumas substâncias ou elementos químicos – conhecidos elementos ou 
isótopos radioativos ou radioisótopos – são capazes de emitir partículas e/ou 
radiações, que podem ionizar gases; atravessar corpos opacos à luz, além de 
causarem danos extraordinários ao ambiente e aos seres. As mais conhecidas 
substâncias radioativas são provenientes das radiações alfa, beta e gama. 
5.5 Poluentes orgânicos: são constituídos, principalmente, de proteínas, 
carboidratos e gorduras que, ao ser descartado na água, se degradam com o 
auxilio de microrganismos decompositores presentes no meio. Esse processo 
pode se da de duas maneiras: 
• Quando há a presença de Oxigênio no meio aquático, a decomposição é 
realizada por bactérias que consomem o oxigênio dissolvido (OD), as 
chamadas bactérias aeróbias. Se os microrganismos consumirem mais 
oxigênio do que o meio é capaz de repor, a existência de vida de animais que 
necessitam de O2 para sobreviver como peixes e outros organismos é 
comprometida. 
 
• Quando não há oxigênio dissolvido (OD) na água, a decomposição será 
realizada de maneira anaeróbia, o que resulta em formação de gases, como 
por exemplo o metano (CH4) e o gás sulfídrico (H2S). 
 
O despejo de matéria orgânica biodegradável nos corpos d´água pode 
ser prejudicial às espécies que dependem de oxigênio para viver, pois ao 
consumir a matéria orgânica, os microrganismos decompositores também 
utilizam o OD existente no meio. 
A autodepuração das águas envolve uma série de etapas sucessivas, 
seja no espaço ou no tempo. Esse processo permite, por exemplo, que um 
rio poluído seja dividido em zonas de autodepuração (Figura 3). 
 
 
 
Figura 3- Zonas de autodepuração em corpos hídricos 
I - Zona de águas limpas 
II – Zona de degradação 
III – Zona de decomposição ativa 
IV - Zona de recuperação 
V – Zona de águas limpas 
 
O processo considerando a existência de apenas uma fonte 
poluidora. Nesse processo observa-se que a medida que a matéria orgânica 
vai sendo consumida, o oxigênio dissolvido (OD) vai sendo reduzido, através 
da respiração microbiana e, consequentemente, a demanda bioquímica de 
oxigênio (DBO) aumentando. Todavia, quando o teor de oxigênio não 
permite mais a atuação dos organismos aeróbios, a matéria orgânica passa 
a ser consumida pelos organismos anaeróbios, que deixa de consumir o 
oxigênio, que novamente passa a ser reposto através de processos físicos 
(turbulência e difusão), reduzindo novamente a demanda bioquímica de 
oxigênio (DBO) (Figura 3). 
A DBO5,20 do esgoto doméstico ocorre em torno de 300 mg/L, 
enquanto que na água livre de poluição orgânica, a uma temperatura de 
20ºC oscila em torno de 9 mg/L. 
 
5.6. Poluentes recalcitrantes: são aqueles que não são biodegradados pelos 
organismos ou sua taxa de biodegradação é muito lenta. Dentre eles, podemos 
citar: os pesticidas, corantes, antibióticos, detergentes sintéticos, 
organoclorados (resíduos de produção de papel, etc.). O tratamento dessas 
substâncias depende de: 
• Processos físicos (filtração, coagulação, adsorção, osmose reversa e 
ultrafiltração). Nessa etapa O poluente passa da fase liquida para a sólida. Por 
isso, necessita de pós tratamento devido à característica não destrutiva destes 
processos. 
• Processos físico-químicos: Utilizado para remoção e mineralização dos 
poluentes na fase de pós tratamento através de oxidação avançada: 
ozonização, eletro oxidação, etc. 
 
5.7. Metais pesados: alguns metais, como exemplo, arsênio (As), bário (Ba), 
cádmio (Cd), cromo (Cr), chumbo (Pb) e mercúrio (Hg), quando solubilizados, 
podem causar danos à saúde devido a sua toxidade, apresentando potenciais 
efeitos carcinogênicos e mutagênicos. O lançamento de metais pesados, 
mesmo em pequenas quantidades, pode causar uma acumulação na cadeia 
alimentar (produtores, herbívoros, carnívoros), originando a “bioacumulação”. 
Esse fenômeno é mais comum no meio aquático, porém seus efeitos 
dependem da taxa de metabolismo, ou de eliminação dos produtos, 
considerada em cada organismo. A exposição de um ser vivo aquático a uma 
água contaminada por metais pesados pode provocar a absorção pelo 
organismo, entrando assim nos seus tecidos, e posteriormente, ao servir de 
alimento a seres de um nível trófico mais elevado, acabam contaminando os 
organismos subsequentes.A transferência na cadeia alimentar provoca um 
aumento da concentração do poluente, a medida que aumenta o nível trófico, 
designando-se o processo por “biomagnificação”. 
 
5.8. Eutrofização: é um processo que acontece naturalmente ou devido a uma 
ação antrópica e consiste no excesso de nutrientes, principalmente, sais de 
nitrogênio e fósforo, presentes em um corpo d´água. Quando uma determinada 
massa de água pobre em nutrientes (ambiente oligotrófico) passa a receber 
uma grande quantidade de nutrientes (ambiente eutrófico), inicialmente ocorre 
a redução dos níveis do oxigênio dissolvido (OD), devido ao consumo 
microbiano, além da capacidade autodepurativa do meio, levando a morte por 
asfixia da biota, mas não de bactérias, que recorrem à fermentação e 
respiração anaeróbia. A eutrofização é observada por meio da multiplicação de 
algas e outros vegetais, aumento da turbidez da água, redução da taxa de 
fotossíntese devido a pouca penetração de luz, baixa concentração de OD, 
baixa biodiversidade, como consequência da perda de produtores e o aumento 
da taxa de mortalidade dos consumidores. 
 
5.9. Chuva ácida: a água existente na atmosfera é ligeiramente ácida, com pH 
em torno de 5,6. Quando a acidez da água não é natural, ela pode ser 
proveniente principalmente da sua reação com gases como: óxidos de azoto 
(NOx), enxofre (���
��) e dióxido de carbono (CO2), que são lançados na 
atmosfera pelas chaminés de indústrias, queima de combustíveis fosseis nas 
termelétricas, escapes de veículos motorizados, etc. A chuva, ao reagir com 
esses gases, forma ácidos como: nítrico (HNO3), sulfúrico (H2SO4) e carbônico 
(H2SO3). Quando essa água atinge a superfície terrestre, pode causar 
modificações nas estruturas químicas dos solos e dos copos d´água, tornando-
os ácidos. Esse fenômeno pode favorecer a extração de metais pesados 
(chumbo, cádmio, mercúrio, etc.) contidos nos sedimentos do fundo dos corpos 
d´água. Do mesmo modo, ao cair no solo à chuva ácida pode levar a 
desequilíbrios de floretas, edifícios e monumentos, dentre outros. 
 
Início da ATIVIDADE 4 
Atende ao Objetivo 4 
Com base o que você já estudou, diferencie um ambiente (ecossistema) 
oligitrófico de um ambiente (ecossistema) eutrófico. 
 
Resposta: 
Ecossistema Oligotrófico Ecossistema Eutrófico 
Baixa ou moderada concentração de 
nutrientes. 
Elevada concentração de nutrientes. 
Baixo crescimento ou crescimento em 
equilíbrio de algas. 
Elevado crescimento de algas, causando 
turbidez. 
Alto nível de oxigênio dissolvido (OD). Baixo nível de oxigênio dissolvido (OD). 
Boa penetração de luz. Baixa penetração de luz. 
Alta ou moderada diversidade de espécies. Baixa diversidade de espécies ou, até 
mesmo, ausência de espécies animais. 
 
Ilustração: favor inserir 10 linhas para resposta. 
Fim da ATIVIDADE 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Processos de tratamento da água e esgoto 
 
 
 
Referências Bibliográficas 
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2011. 844p. 
BOTKIN, D. B. Ciência ambiental. 7 ed. Rio de Janeiro: Terra Planeta 
vivo/LTC, 2011. 681p. 
BRAGA, B.; HESPANHOL, I.; CONEJO, J. G. L.; BARROS, M. T. L.; VERAS 
JR., M. S.; PORTO, M. F. A.; NUCCI, N. L. R.; JULIANO, N. M. A; EIGER, S. 
Introdução à Engenharia Ambiental. 2ª ed. São Paulo: Prentice Hall. 2005. 
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